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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

TURMA 3G – NOTURNO – LIBERDADE

ARIANNY GABRIELA DE JESUS FARIAS - RGM 30644542

JOSIANE MATEUS OLIVEIRA - RGM 30473179

KEVILLYN VICTORIA VIEIRA OLIVEIRA – RGM 30565855

LETICIA FERNANDES DA SILVA – RGM 30609062

MARIANA EPIFANIO ALMEIDA - RGM 30617651

NAYANA CIPRIANO DA F. DE MELO - RGM 30683939

SAMIRA DOS SANTOS FONSECA – RGM 29684960

RESENHA CRÍTICA

RESENHA CRÍTICA DO FILME “A PEQUENA MISS SUNSHINE”

SÃO PAULO

2023

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ARIANNY GABRIELA DE JESUS FARIAS - RGM 30644542

JOSIANE MATEUS OLIVEIRA - RGM 30473179

KEVILLYN VICTORIA VIEIRA OLIVEIRA – RGM 30565855

LETICIA FERNANDES DA SILVA – RGM 30609062

MARIANA EPIFANIO ALMEIDA - RGM 30617651

NAYANA CIPRIANO DA F. DE MELO - RGM 30683939

SAMIRA DOS SANTOS FONSECA – RGM 29684960

RESENHA CRÍTICA

RESENHA CRÍTICA DO FILME “A PEQUENA MISS SUNSHINE”

Resenha critica apresentada no curso de graduação


de psicologia da universidade Cruzeiro do sul, na
matéria de Família e perspectiva teórica.

SÃO PAULO

2023
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Sumário

Introdução........................................................................................................................4,5

Desenvolvimento........................................................................................................5,6,7,8

Conclusão...........................................................................................................................9

Referências bibliográficas...................................................................................................10

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Resenha crítica do filme: A pequena Miss Sunshine

Introdução
Little Miss Sunshine conhecido no Brasil como “Pequena Miss Sunshine” foi
lançado no ano de 2006 com direção do casal Jonathan Dayton e Valerie Faris e escrito
por Michael Arndt. O filme todo foi gravado durante trinta dias no Arizona e sul da
Califórnia, tem quatro indicações ao Oscar sendo vencedor nas categorias Melhor Roteiro
Original e Melhor Ator Coadjuvante.
O filme conta a história de uma família bem diversa onde em um determinado
momento precisam se unir para realizar o sonho de Olive, a filha mais nova. Os
personagens são compostos pelo pai Richard que é um palestrante motivacional e está
tentando vender seu programa de autoajuda chamado ‘Nove Passos’, no qual promete
transformar qualquer pessoa em um vencedor, embora não se relacione tão bem com o
sucesso. A mãe Sheryl além de trabalhar fora, exerce funções como dona de casa. Os
filhos sendo o mais velho Dwayne, um adolescente introspectivo que faz um voto de
silêncio com o objetivo de se tornar um grande piloto das forças armadas e que segue a
filosofia de Friedrich Nietzsche. A caçula e protagonista é a Olive, uma pequena
sonhadora que tem como maior desejo tornar-se miss. Também faz parte dessa família
inusitada, o avô Edwin, pai de Richard, um senhor que foi expulso da casa de repouso por
seu vício em heroína. Por último o irmão de Sheryl, Frank, um professor universitário gay
que tentou suicídio devido a uma paixão não correspondida, passa a viver junto a família
até ser considerado saudável. Ou seja, por tempo indeterminado.
No início da trama são apresentados os personagens, em uma cena breve,
onde são expostas as problemáticas que cada um enfrentara. A filha mais nova assistindo
a um programa de beleza, o pai vendendo sua ideia de como ser um vencedor, o irmão se
exercitando em seu quarto, o avô fazendo o uso de heroína, a mãe fumando (e negando o
ato) enquanto encaminha-se para o hospital, ao encontro de seu irmão, o tio Frank que
acabara de tentar suicídio.
Ao receber um telefonema onde é convidada a participar de um concurso de
miss no sul da Califórnia, Olive se vê próxima de realizar seu grande sonho e para isso a
mãe decide fazer uma viagem. Como o tio Frank tinha acabado de tentar um ato contra
sua própria vida ele não poderia ficar sozinho, o avô que fez e ensaiou toda a coreografia
da sua neta não poderia ficar de fora dessa, então uma viagem que seria entre quatro
pessoas em um carro se tornou uma grande aventura dentro de uma van com toda a
família.
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Apesar de no primeiro momento perceber uma falta de ânimo da parte do irmão
mais velho e também do tio Frank (levando em consideração sua depressão), o restante
da família tinha grandes expectativas, o avô por sua vez convencido que a coreografia da
apresentação seria um sucesso, afinal foi feita por ele, o pai que é um grande motivador e
a mãe que acredita muito no potencial da pequena Olive. Durante a viagem ocorrem
inúmeras eventualidades que distanciam a garota do seu sonho, mas junto disso o
aumento da vontade de fazer dar certo e o desejo de Olive se torna uma meta geral onde
todos pretendem tornar realidade.
Desenvolvimento
No filme, a família é composta pelo casal Richard e Sheryl, pais de dois filhos,
Dwayne e Olive, porém devido a alguns acontecimentos o tio que tentou suicídio e o avô
que foi expulso de uma casa de repouso após fazer o uso de drogas ilícitas, também
passam a fazer parte dela, mesmo que já tivessem vidas paralelas a eles. Os pais são
casados, e mesmo com algumas desavenças referente a situação financeira em que se
encontram, eles permanecem juntos e lidando com as adversidades durante todo o filme.
O tio e o avô são personagens importantes, o tio com uma conexão mais forte com o
sobrinho e o avô com a neta, ambos são pontos chaves nessas relações.
O tio e avô fazem parte desse grupo trazendo um novo contexto do que é
família, muito se pode entender que é composta por pai, mãe e seus filhos, o que não é o
caso do filme. Segundo a autora Danda Prado, a família não é somente um fenômeno
natural, é também uma instituição social, e na trama é mostrado como dois rapazes com
problemas são acolhidos dentro da casa do filho e da irmã. Principalmente nos Estados
Unidos, após o casamento acontece um afastamento onde os avôs e tios não participam
de forma ativa da vida de seus netos, filhos e irmãos, e dessa forma podemos ver como
isso é diferente já que algumas situações inusitadas fizeram com que dois parentes
distantes se tornassem próximos, e no mais, fossem cuidados por suas questões com
drogas e suicídio.
O casal Richard e Sheryl vivem uma relação monogâmica e possuem dois
filhos, uma criança e um adolescente. Apesar de viverem brigas decorrente de uma
possível crise financeira, são unidos e prezam muito pela família, mesmo que de uma
forma um pouco inusitada.
Segundo a autora Lima Neta “a família sofre modificações de processos
externos decorrentes das condições sociais e históricas em que se insere”. Essa
concepção está associada principalmente ao pai Richard, afinal a condição financeira

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acaba afetando a sua relação familiar, especificamente com a sua esposa, gerando
diversas brigas, onde até mesmo os filhos presenciaram.
A concepção de parentalidade era um pouco problemática, o pai com o seu
constante discurso de motivação, isso sob uma visão de que somente existem dois
extremos: perdedor e vencedor, prejudicava sua relação com os seus familiares. Segundo
observação de Dinael Corrêa de Campos em sua contribuição no livro Psicologia de
família: teoria, avaliação e intervenção, 2ª edição, 2020, é em família que se aprende
limites, tempo, compartilhamento e doação. E é em família que conhecemos a decepção
e nos frustramos, e o que ele tem notado, e inclusive está presente no filme é que os pais
tem negado às crianças a frustração necessária para que possam se conhecer, isso
devido a crença do pai, refletindo até mesmo nele, quando ele não consegue lidar com a
própria frustração relacionado ao trabalho e quando seu projeto não sai como planejado.
Já a mãe, apesar da dedicação dentro de casa e a necessidade de suprir todas as
expectativas como papel de cuidadora e esposa, se mostrava indiferente ao sonho do seu
filho mais velho, Dwayne, ao contrário de Olive que teve seu desejo acolhido por todos.
O apoio familiar é um aspecto de suma importância, sendo percebido por meio de
ações que remetem a atenção, ao carinho, ao diálogo e a autonomia, entre outras
(Baptista, 2007, Baptista, Rueda, & Brandão, 2017, Cardoso & Baptista, 2015,
Leusin, Petrucci, & Borsa, 2018).

Dessa forma quando o apoio é percebido de forma positiva reforça os laços e gera
sentimentos positivos. No caso da ausência desse apoio por parte da família gera humor
negativo e discórdias familiares o que pode justificar o comportamento de Dwayne. Isso é
resultado dos avanços tecnológicos onde cada vez mais homens e mulheres começaram
a dedicar-se à suas carreiras, diminuindo o tempo com a família e o interesse pelos seus
desejos. Por essa “ausência” dos pais em relação ao Dwayne, ele não consegue os
enxergar como referência e acaba se isolando e procurando por outras referências fora do
contexto familiar, o filósofo Friedrich Nietzsche.
Seguindo a primícia de que nos anos 2000 a família tradicional era tida como
um casal heterossexual e seus filhos, sendo eles majoritariamente brancos e cada um
tendo seu papel dentro de um roteiro conservador, a família do filme se sobrepõe quanto
a isso. Mesmo sendo uma família até que tradicional, o seguimento dos papéis não são
exatamente como seria abordado comumente na época, por exemplo o tio, que é
assumidamente gay e isso não prejudica a sua relação com os outros personagens, nem
sequer é uma questão dentro da família, inclusive é casual a forma como é abordada. A

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mãe que trabalha fora de casa e mesmo com suas responsabilidades de cuidado para
com a família, não consegue fazer a janta, pelo fato do excesso de tarefas, sente-se
sobrecarregada. E o avô que com base nas concepções da época, deveria ser
considerado um homem sábio, mas é um senhor “malandro” e viciado em heroína. Uma
família fora do padrão estrutural para a sociedade apresentada no enredo do filme. A
afirmação de Negreiros e Féres-Carneiro “o que se dissolveu foi a família idealizada”,
retrata exatamente a concepção familiar apresentada no filme, por se tratar de uma
família incomum em relação ao contexto social e histórico da época. Esses novos traços e
configurações fogem do que é esperado e associado como concepção de um modelo
ideal do que podemos denominar como família.
Os parentes de Olive tinham diversas problematizações que afetam no
contexto geral de suas relações, tais como: Frank que tentou suicídio, após não ter tido
sua paixão correspondida, onde logo em seguida perdeu o emprego. Dwayne que está
vivendo uma fase de afastamento social, principalmente dos pais, na fase da
adolescência e possui o sonho de participar da escola de aviação, porém esse desejo é
interrompido quando se descobre daltônico. Sheryl que é fumante, porém nega o ato, é
uma mãe que tenta administrar as diferenças que afetam a família, porém vive uma rotina
exaustiva o que a torna sobrecarregada e frágil. Richard, um homem obcecado com um
discurso de vencedor, tentou vender seu projeto de autoajuda e foi um fracasso, o que
acarretou em problemas financeiros. Edwin, avô de Olive e Dwayne, tem um complexo
com drogas, foi expulso de uma casa de repouso por usar heroína. Olive vive o sonho de
ser miss e enfrenta ao decorrer do filme a competitividade feminina, pressão estética,
pressão psicológica do pai que busca sucesso na vida corporativa onde enfatiza que
odeia perdedores, gerando uma insegurança muito grande na filha quando pensa em
participar do concurso.
Por ser um filme feito ainda nos anos 2000 onde as tarefas eram divididas de
acordo com o gênero, é visto que o pai carrega uma responsabilidade maior em ser o
provedor. A mãe mesmo tendo um trabalho, é quem se responsabiliza pela casa e seus
filhos. É possível ver uma tensão vinda do Richard, o pai, por não conseguir avançar com
o seu projeto, ele se preocupa com a situação financeira da família por razões óbvias,
mas também por ser o maior responsável nessa questão. Não era uma família estruturada
de uma forma pré-moderna como explica o autor Joel Birman, o homem não tem o poder
absoluto e sua esposa não tem apenas a função de reproduzir, pois é uma mulher com
suas responsabilidades também fora de casa, com sua personalidade e sua

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individualidade. Mesmo que ainda na época era comum haver soberania em relação ao
homem dentro da família, em Pequena Miss Sunshine mostra que a mãe toma tantas
decisões quanto o pai, e também é retratado outros papéis masculinos fugindo do que era
considerado ideal, pois o avô não era um homem sábio e o tio era um homem gay.
Na trama é abordado uma criança e um adolescente com sonhos e objetivos,
não existe um papel efetivamente colocado para elas designarem, a não ser o espaço
seguro onde conseguem sonhar e ser quem de fato querem ser. Não é apresentado suas
relações com escola ou outros amigos, pois o objetivo do filme é trazer a relação deles
dentro da família e nesse lugar eles são apenas crianças.

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Conclusão
Contudo, “A pequena Miss Sunshine” mostra-se ser um filme didático com o
assunto família, onde algumas características comuns são retratadas de forma bem leve e
divertida. Os personagens apresentados enfrentam problemas reais, individuais e em
conjunto, mas o que prevalece é a união em momentos chaves para a realização de um
sonho. Dentro dessa trama inusitada é possível ver como as barreiras das diferenças são
ultrapassadas quando o propósito é o mesmo. O conjunto do que se conhece como
família é composto por diversas pessoas com suas individualidades e também
desavenças, não é preciso romantizar essas relações mas uma característica comum em
algumas delas é a forma como se protegem e se apoiam independente de seus impasses.

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Referências bibliográficas

Livro: Conversando com e sobre a família extensa e adotiva, autora Lima Neta - Cap. 13

www.psicanaliseclinica.com/pequena-miss-sunshine/

Livro: Psicologia de família: teoria, avaliação e intervenção, 2ª edição, 2020

Autor Joel Birman sobre a evolução da família: youtube.com/watch?v=74uaghhoxns

Livro: O que é familia, autora Danda Prado - Editora Brasiliense, e-book, 2017.

Sobre a direção e sinopse do filme:

www.papodecinema.com.br/filmes/pequena-miss-sunshine/

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