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Capa: Vicdesign
Revisão: Sônia Carvalho
Leitura Beta/Crítica: Ariel @leiturasdaariel e Bia Carvalho.
Ilustradora: Mery Ribeiro
Diagramação: Jaque Axt Autora
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ESTRUTURA HIERÁRQUICA
Pakhan: Ele é o líder do grupo. Ele detém todos os poderes
dentro da organização e todas as decisões importantes são dele.
Obshchak: (Conselheiro) Ele é o braço direito do Pakhan. É ele
quem decide quando o chefe não está presente.
Sovietnik: (Subchefe) Ele é o supervisor de negócios no clã, ele
lidera os Brigadier e os Boyevik.
Brigadier: são familiares de confiança. Eles provaram seu valor e
agora têm equipes de Boyevik sob seu comando. Eles são responsáveis por
garantir que seu Boyevik funcione corretamente, respeite as regras da
família e distribua os bens para eles.
Boyevik: São os soldados e seguranças dos cargos altos. São
novos membros da família e obrigados a participarem ativamente das
atividades familiares.
Shestyorka: São membros separados. Na verdade, eles não fazem
parte da organização. Os Shestyorka buscam lucro em atividades ilegais.
São chamados de Shestyorka porque escolheram se associar à família para
participarem de seus negócios. Eles poderão ser notados por Boyevik, que
os tomará como capangas. O Boyevik pode então falar com os Brigadeiros,
que comunicarão ao Sovietnik e assim por diante. Se o Pakhan encontrar
um Shestyorka fazendo um bom trabalho, ele pode optar por recrutá-lo
como um Boyevik para a organização.
PRÓLOGO
17 anos antes...
Abracei minhas pernas, a calça jeans surrada em meus joelhos, o
frio rigoroso de Moscou atingindo cada furo das minhas roupas, olhei
assustado à minha volta.
— Olha, a putinha do filho do Alik. — Ergui meus olhos para
aquele homem alto.
— Não sou uma puta! — brandei mesmo diante do meu frio.
Os dois soltaram uma gargalhada alta, ecoando naquele beco sem
saída, aquele som preencheu meu cérebro me fazendo apertar ainda mais as
minhas pernas.
— O seu pai está onde? — Recebi um cutucão no canto da minha
costela com o calçado de um deles, ato que me fez pigarrear para o lado,
soltando minhas pernas.
Segurei-me ao chão, passando a mão em meu cabelo, jogando-o
para trás. Levantei-me, minhas pernas cambaleando à junção do frio, com a
fome tomando conta de mim.
Não respondi à pergunta deles pois não sabia onde estava o meu
pai, ele saiu cedo naquele dia, disse que iria atrás de comida para nós, mas
não voltou, toda vez que papai demorava ficava com medo, muito medo
dele não retornar e me deixar sozinho, eu não tinha ninguém, a não ser ele.
— Deve estar no vício dele... — Um deles voltou a falar dando
um passo na minha direção, instintivamente dei um passo para trás, minhas
costas tocando a parede de tijolos.
— Meu pai vai voltar — grunhi movendo minha mão
disfarçadamente, colocando-a em meu bolso, sentindo ali o meu canivete.
Deslizei os dedos, abrindo-o dentro do bolso, ficando pronto para
usá-lo caso fosse necessário, meu pai sempre me dizia para andar prestando
atenção em tudo, afinal nunca se sabia quem estaria disposto a enfrentar
naquele dia, a vida era uma luta diária, onde vencia o melhor, e eu era o
melhor!
— Seu pai merecia morrer — zombou me dando um sorriso.
— Você merecia morrer — rugi entre dentes.
— Para uma criança, é bem corajoso, será uma ótima putinha
para nós quando alguém finalmente acabar com o seu pai... — tirei aquele
canivete do meu bolso, apontando-o para ele.
— Ninguém vai matar meu pai. — Sem pensar, desferi o canivete
na barriga do homem.
A raiva estava tomando conta de mim, meus olhos se arregalando,
puxando novamente o meu canivete, o homem levou a mão no corte, ele
grunhiu diante da dor, o espanto me pegando desprevenido, nunca havia
feito aquilo, mas foi necessário, precisava me defender, foi isso que eu
tentei colocar na minha mente, mas no fundo gostei da sensação.
— Seu maldito. — Nem ao menos tive tempo de virar o rosto
quando o reflexo de uma mão o atingiu, me jogando para trás, tropeçando
nos meus próprios pés.
— Mate esse moleque — o homem ferido pediu com a voz
entrecortada pelo ferimento que eu causei.
A mão de um dos homens segurou meu cabelo, erguendo-o para
cima, fazendo com que meus pés saíssem do chão, a dor no meu couro
cabeludo fez um uivo de dor escapar por meus lábios, o homem me ergueu
na altura dos seus olhos, sua barba suja, maior do que o normal, os olhos
fundos, o rosto cheio de hematomas.
Morar nas ruas de Moscou era um teste de sobrevivência onde
vencia apenas o melhor.
— Quer dizer que a putinha além de tudo é corajosa... —
acumulei saliva na minha boca interrompendo a fala dele quando a joguei
em seu rosto.
Aquilo fez o homem me atirar no chão, caí sobre uma poça de
água gelada, impulsionando o meu corpo para trás, me movendo com as
mãos, e me arrastando.
Um chute em meu estômago me fez contorcer, levando a mão
sobre o lugar onde me haviam chutado, ergui meus olhos avistando meu pai
vindo cambaleando.
Essa não, ele estava chapado, fechei meus olhos quando ele me
viu naquela situação.
— Larguem o meu garoto — falou entre dentes, segurando em
uma das paredes, os olhos vermelhos, sem comida aparente em seu braço, o
único dinheiro que eu tinha conseguido pedindo nas ruas ele usara em
drogas.
— Seu garoto esfaqueou um dos nossos — o homem na minha
frente falou voltando a me chutar —, mais um chute meu e eu arrebento
esse saco de ossos...
Meu pai que nem ao menos se aguentava em pé tentou empurrar o
homem que me chutava, enquanto o outro que eu havia esfaqueado estava
no chão com a mão no ferimento tentando estancar o sangue.
Passos pesados se fizeram presentes, três homens vestidos de
preto, olhando para todos os moradores de rua que estavam ali.
— Qual dos imundos é Alik Ivanovich? — perguntou com a voz
imponente, suas vestimentas em nada se pareciam com as nossas.
O que eles queriam com meu pai? Diante da dor que estava
sentindo, um arrepio percorreu o meu corpo. Aquilo não era bom, esses
homens não pareciam coisa boa.
— Esse viciado aqui. — O homem que me chutou apontou a mão
para o meu pai.
— Quem pensa que é para querer enganar meus homens com
notas falsas? — nem ao menos esperou o meu pai responder puxando uma
arma.
Estendeu-a em direção ao meu pai, engatilhando-a rapidamente,
atirando nele, que caiu ao chão, longe de mim, um tiro certeiro.
— Não — sussurrei vendo que o homem atirou mais uma vez
para ter certeza de que papai havia morrido.
Os três homens se viraram, deixando claro que foram ali apenas
para matar meu pai, apoiei meu corpo sobre minhas pernas, levantando-me
em meio a um arrasto, parei ao lado do meu pai, seus olhos se fechando,
encontrando-se com os meus.
— Desculpa, Alek... — sua voz falhou quando o sangue começou
a escapar por sua boca, se engasgando com ele. — Fuja, meu filho...
— Não, pai...
— Vá... — papai fechou seus olhos, o engasgo cessando quando o
sangue começou a escorrer por sua bochecha.
Alik não era um pai ruim, era um viciado, mas não me rejeitou
quando minha mãe o fez. Apesar de muitas vezes dar preferência para os
seus vícios, ele era a única pessoa que eu tinha, e haviam me tirado ele.
— Agora será a sua vez, vamos te usar e deixar que apodreça
junto ao seu pai — pelo canto dos olhos avistei o homem falando.
Não podia confrontar esse homem, com quatorze anos nunca ia
conseguir enfrentar um homem formado. Levantei-me, buscando força não
sei de onde e comecei a correr, correr em meio às minhas pernas fracas, o
frio se chocando sobre mim.
— Não vai conseguir fugir — o homem não desistiu.
Entrei em outro beco sem saída. Vendo que ele tinha grades,
passei a correr mais rápido, a ardência percorrendo todo o meu músculo, me
agarrei àquela grade, meus pés pequenos entraram com facilidade sobre as
frestas, conseguindo escalar sobre ela. Olhei para trás, o homem cada vez
mais próximo, até que cheguei ao topo me jogando ao outro lado.
— Maldito. — Ele bateu na grade que nos dividia.
Não falei nada, a morte do meu pai ecoava na minha mente. Eu o
perdi, estou sozinho nesse mundo, com fome e sem roupas de inverno. Não
chorei, não ia chorar, eu ia sobreviver em meio ao caos que era essa vida,
nem que para isso eu precisasse matar quem se colocasse na minha frente.
CAPÍTULO UM
17 anos depois...
Toquei o vidro da janela, vendo a neve cair pela divisão pequena
dela, as grades de ferro grossas, a construção antiga, o quarto pequeno e
solitário, um longo suspiro escapou por entre os meus lábios, uma batida na
porta me fez erguer os olhos.
O rangido alto da porta revelou que estava sendo aberta, saí do
parapeito da janela ao avistar a freira Irina me olhando com aqueles olhos
de águia, como sempre o fazia quando se tratava de mim.
Coloquei-me em pé, minhas mãos contraídas ao lado da minha
túnica.
— Venha, Yesfir — apenas falou isso se virando.
— Vamos aonde? — perguntei sabendo o quão errado era
questionar, mas o medo de ser aquele mesmo homem que veio da última
vez em busca de informações minhas me tomando.
— Vieram buscá-la...
— Vieram? — questionei correndo atrás dela, querendo respostas
claras, mas não tendo nenhuma.
— Sim. — A freira nem ao menos olhou no meu rosto, andando
altiva.
— Por Deus, me diga, quem? — pedi em uma súplica.
— Não chame o nome dele em vão — levei uma reprimenda com
um olhar de canto, como se fosse capaz de me furar com ele.
— Desculpa — sussurrei abaixando minha cabeça.
Sou uma boa garota, sempre tento fazer tudo corretamente para
não ficar de castigo, decidi que começaria o estudo para ser freira, fazer isso
me daria uma vida estável aqui, sem riscos de me casar com um homem
odiável.
Levar reprimendas de uma freira em nada se comparava a apanhar
de um homem, assim como meu pai batia em minha mãe.
— Irmã Irina, apenas me diga que não é aquele homem
novamente? — perguntei ao perceber que estávamos nos aproximando da
sala da Madre superiora.
— Sim...
— Não! Não podem me dar a ele, não posso ir com esses homens,
eles vão me casar com um deles. — Meus olhos passaram a se encher de
lágrimas, parei de andar.
A irmã continuou a caminhar na minha frente. Ao perceber que eu
parei, ela se virou, seus olhos se semicerrando na minha direção.
— Venha, Yesfir, eles têm o poder sobre esse internato e podem
levar quais de vocês exigirem...
— Não, não podem, eles são cruéis, assim como meu pai era com
a minha mãe — implorei vendo a mulher caminhar na minha direção.
Seus passos decididos, parando na minha frente.
— Não vamos arrumar problemas, você virá junto, agora mesmo!
— Sua mão agressiva segurou no meu pulso.
— Por favor, eu lhe imploro, não — clamei com um soluço
escapando do fundo da minha garganta.
Não queria ir, sei que os homens dessa máfia eram cruéis, eu
cresci vendo um pai bater em sua esposa, Bóris apenas não me batia, pois
eu era uma criança e de acordo com ele carregava o seu sangue, uma
Alkaev de sangue não merecia apanhar, por esse motivo ele me jogou nesse
lugar quando eu tinha sete anos.
Tudo de que me lembrava era da minha mãe pedindo o divórcio, e
no outro dia ela já não estava mais em casa. Eu nunca mais a vi. Sendo
colocada aos cuidados das irmãs do internato, cresci junto com elas, com
muitas meninas à minha volta, embora a maioria delas tinha ido embora ao
completar os estudos. Eu fiquei, pois quis seguir a vocação que eu não
possuía, mas naquele lugar me sentia segura, e não precisava me preocupar
com desejos da vida adulta. Se ali não os tinha, não queria sair daquelas
masmorras.
Irmã Irina puxou meu braço com força me carregando contra a
minha vontade.
— Não... — pedi em meio às lágrimas que escorriam
copiosamente sobre a minha bochecha, esse deveria ser o meu refúgio, não
um lugar de ameaça.
— Vamos, garota tola, não vai colocar todas nós em perigo
porque o Pakhan da Bratva a quer. — A mulher me puxou rosnando
furiosamente.
O Pakhan me queria? O chefe de todos? Ele me queria? Por que
eu seria importante para eles, quando o meu pai era um membro aposentado
daquele clã odioso? Nunca entendi o motivo de o internato ser devoto a
eles, como se a Bratva tivesse domínio ali.
A máfia russa dominava a maior parte de Moscou, eles eram
considerados como os deuses do submundo, possuindo influência sobre a
religião católica, assim como o apoio da Madre superiora.
Tudo fazia parte do mesmo círculo, o que chegava a ser ridículo,
como Deus aprovava homens endemoniados que matavam pessoas?
A irmã passou a mão sobre a maçaneta de ferro, abrindo a porta
que foi empurrada com força para me puxar pelo braço.
— Não... — clamei uma última vez, em vão, pois a freira me
puxou com tamanha força que me empurrou para dentro me fazendo
tropeçar sobre meus pés caindo ao chão.
Meus olhos focaram sobre o tapete da sala da Madre superiora.
Quando ergui minha vista, avistei um sapato preto, lustrado, com pequenos
rastros de água que deveriam ser da neve, meus olhos foram se levantando,
notando a calça social cinza chumbo, passando pelo paletó que tinha um
colete preto por baixo dele, uma vestimenta toda escura, acima, as feições
de um homem, ele tinha a cabeça baixa, uma barba espessa negra cobrindo
o seu rosto, não grande, os olhos escuros como uma noite sem estrelas, sem
vida me olhando com repulsa.
— Levante-se, Yesfir. — Irmã Irina puxou a manga da minha
túnica, me fazendo levantar desajeitada.
Em meio ao meu tombo um cacho saiu de baixo do meu hábito[1],
tentei escondê-lo, mas não consegui.
Dei um passo para trás ao sentir aqueles olhos sombrios sobre
mim, ele não expressou nenhuma reação. Quem era esse homem? Junto
dele havia outro, mais baixo, com cabelos grisalhos. Será que algum deles
era o Pakhan?
— Senhor Ivanovich, essa é Yesfir Alkaev. — Virei meus olhos
para a Madre superiora.
— Madre, não — implorei para a senhora que me olhou com
pesar, lógico que ninguém tinha o que fazer por mim.
Eu que pensei que estava atingindo a idade adulta, sem delongas,
ia conseguir passar despercebida por carregar o fardo de ser a filha de um
mafioso: saber que podiam me casar com qualquer homem apenas por ser a
filha de um deles.
— Pode levá-la com você — a senhora falou e eu arregalei meus
olhos ainda mais.
— Me matem, mas não façam isso — implorei caminhando em
direção à Madre. — Me matem, façam isso ou eu mesma farei...
— Yesfir, quem tira a própria vida não irá para encontro do nosso
Deus — a senhora quis pregar a sabedoria.
— Está me entregando para os braços do demônio, acha que está
me poupando uma passagem para o céu? Quando estou tendo uma
passagem para o inferno — brandei passando a mão sobre as lágrimas que
caíam em minhas bochechas.
A senhora não falou nada, direcionando os olhos para os homens
ali presentes.
— Podem levar ela — bateu a minha sentença.
Não olhei para o homem, minhas pernas me guiando para a porta,
em vão, querendo fugir, sendo impedida por um braço que circulou o meu
pulso, dedos masculinos, cobrindo toda a extensão dele.
— O único lugar que irá é para a sede da Bratva — lentamente
virei meu rosto diante daquele timbre masculino rouco, baixo, como se
falasse ordenando.
— Não vou a lugar nenhum com um demônio como você — rugi
tentando puxar o meu braço, mas o homem de olhos negros nem ao menos
falou mais nada com a madre.
Soluços raivosos escapavam pela minha boca, o homem de toque
agressivo me puxava com facilidade. Ele era muitos centímetros mais alto
que eu, nunca ia conseguir ser páreo para ele.
CAPÍTULO DOIS
Sergey devia ter batido a cabeça na parede para ter perdido todo o
juízo que ainda restava dentro dele. Meus olhos encontraram Dmitry
sentado na cadeira do jatinho na frente da minha.
— Devemos nos preocupar com isso? — ele perguntou, pois
assim como eu ficou incomodado.
Estamos voltando da Suíça após ficar uma noite lá, fomos
convidados para o casamento de um dos membros deles, mas esse fato era o
menor dos problemas, sendo que ele trouxe as duas garotas suíças com ele,
e estava nesse momento transando com as duas no quarto do jatinho.
— Só espero que esteja usando camisinhas, apenas isso, pois já é
loucura demais levar duas mulheres para o mesmo teto que ele, sendo que
lá tem sua noiva. Sabia que tinha algo de errado com ele, só não esperava
por isso. — Levei a mão na minha testa, coçando a minha têmpora.
— Ele não quer se casar com a noviça — Dmitry declarou o
óbvio.
— Sim, mas precisa fazê-lo, precisa de herdeiros, e quem melhor
que aquela noviça para isso? — Abaixei meus olhos analisando o meu anel
com um rubi vermelho refletindo conforme o virava.
Aquele foi o primeiro anel que eu furtei em uma joalheria, poderia
tê-lo vendido, mas fiquei tão orgulhoso de mim que nem ao menos me
desfiz dele, optando por ficar sem comer apenas para ter aquilo. Até realizar
o meu próximo furto.
Tinha recém-completado dezesseis anos, antes disso eu fazia
pequenos furtos, apenas para me alimentar. Após perceber que eu podia
assaltar coisas maiores, passei a fazê-lo, saindo inclusive mesmo da rua,
ficando em hotéis, isso até eu descobrir a Bratva, a maior máfia da Rússia.
Foi difícil para chegar até eles, mas não desisti, pois eu queria fazer parte
daquilo.
Com dezoito anos fui oficialmente declarado um membro da
Bratva, entrei para o treinamento com dezessete, nunca descobri quem
matou o meu pai, mas por aqueles que tentaram me matar eu voltei,
pegando um por um, ceifando suas vidas com meus próprios punhos, sem
usar arma de fogo, tudo com meus braços, o grito de desespero deles me
fazia sentir vingado pelos anos que fiquei na rua, por terem entregado o
meu pai.
— Pode me interpretar errado, mas acho que Sergey está
cometendo um grave erro levando essas mulheres para lá — Dmitry
quebrou o meu devaneio.
— Acha? Eu tenho certeza disso. O que Sergey quer será
impossível de se concretizar, queria que fosse apenas tesão, mas viu o modo
que ele olha para aquelas duas? É como se fosse capaz de cometer um
homicídio por elas — resmunguei passando a mão em meu cabelo.
— Espero que ele não pense apenas com o pau. — Dmitry torceu
o lábio ouvindo o gemido que veio do quarto do jatinho. — Ainda sou
obrigado a isso...
— Ele vai pagar por nos fazer ouvir esse pornô. — Cruzei minha
perna revirando meus olhos.
Dmitry pegou as cartas sobre a mesa do jatinho, embaralhando-as.
***
Finalmente o jatinho pousou em Moscou, segui andando na frente
junto com Dmitry, Sergey que ficasse para trás com as suas convidadas, não
gosto delas, no meu ponto de vista eram mulheres muito liberais, assim
como boa parte das mulheres dessa família.
As duas eram bonitas, embora não fossem o tipo de beleza que eu
apreciava, estavam sempre olhando tudo à sua volta, como se estivessem
prestes a atacar a qualquer momento. Eu gostava era das submissas, olhares
baixos, a inocência explícita para deflorar, lágrimas nos olhos diante do que
eu gostava de fazer quando estavam amarradas para o meu prazer, era por
esse motivo que dificilmente me relacionava com alguém, pois sexo para
mim só funcionava se eu estivesse sentindo prazer com a dor dela, isso
podia soar doentio, mas já sentiram tanto prazer com a minha dor que tinha
chegado a minha vez.
A porta foi aberta quando nos aproximamos dela, fui logo
passando a mão em meus braços tirando o meu sobretudo. Dmitry fez o
mesmo, e eu virei o rosto vendo as duas mulheres entrando. Sofie era a loira
alta, sempre com roupas claras, a outra era a Rubi, morena, com botas
sempre de salto alto. Ao contrário da outra essa usava mais roupas escuras,
como se fossem opostos. Na verdade, elas eram isso mesmo. A última vez
que estiveram aqui foi um caos nessa sede, não sou a favor da presença
delas, mas se Sergey as queria aqui, quem era eu para questionar?
Sergey apresentou as duas para a governanta, Dmitry se
prontificou falando:
— Bom, vou para o meu quarto, preciso de um merecido
descanso. — Dmitry se afastou, indo para as escadas.
— Seguirei os passos de Dmitry, mas antes passarei no quarto da
noviça para ver se ela está viva...
— Não será necessário — Sofie me cortou.
— Como? — Fiz-me de desentendido semicerrando meus olhos
para aquela mulher loira.
— Não estamos lidando com uma criança, não é mesmo? — dessa
vez quem falou foi a morena com a sua voz sempre impaciente. — Não
existe a necessidade de você se aproximar da garota, ainda mais sendo um
homem, ficou maluco?
A convidada de Sergey cruzou os braços para mim, demonstrando
aquele pequeno indício de zombaria.
— Só pode ser brincadeira. — Uma risada forçada escapou da
minha boca.
— Tenho cara de quem está brincando? — Rubi deu um passo na
minha direção, querendo me enfrentar deixando explícito que não tinha
medo de mim.
— Para uma mulher, você é bem corajosa. — Se ela achava que ia
ceder apenas porque era uma mulher estava enganada.
— O problema é que não sou somente uma mulher, mas “a”
mulher. Se não quer mexer em um ninho de vespeiros, ficará longe da
garota, ela não é da sua conta, estamos aqui com o propósito de ensiná-la a
lidar com a vida, e a sua presença não é bem-vinda!
Rubi seguiu me olhando, que porra Sergey queria fazer? Moldar
Yesfir àquelas malucas? Só podia estar louco, ou perdendo o sentindo da
vida, Yesfir não era, e nunca seria igual àquelas duas.
— Sergey, presumo que está de acordo com isso? — Virei meu
rosto olhando para o meu amigo.
— Sim — o Pakhan assentiu conforme falou.
— Ótimo, não vejo a hora das duas irem embora — resmunguei
me afastando deles.
Subi os degraus da escada, olhei em direção à porta da garota,
curioso para ir até ela, curioso para ver se ainda usava aquele véu horrível
na sua cabeça, porra! Ela não era para mim, era a futura esposa do Pakhan
da Bratva.
CAPÍTULO OITO
Passar aquele tempo sozinha na casa era bom. Slava lavou minhas
roupas e as trouxe assim como prometera, não as tirei novamente, o medo
de eles voltarem e irem atrás de mim permaneceu vivo dentro de mim.
Nem ao menos existia uma possibilidade de fugir deles. A casa
era repleta de guardas, ou ao menos foi o que eu notei, se ao menos eu
soubesse quando eles trocavam de turno...
Uma batida se fez presente na porta, levei um sobressalto,
colocando a cortina que eu segurava para o lado, mantendo na minha outra
mão o meu terço. Virei meu corpo e arregalei meus olhos quando avistei a
porta ser aberta, ficando um pouco mais tranquila quando vi que eram duas
mulheres.
— Olá — a mulher alta, loira, falou com um sorriso em seus
lábios. — Sou Sofie Weber, essa é minha amiga Rubi Zornickel.
— So... sou Yesfir Alkaev, quem são vocês? — gaguejei sem
saber quem eram aquelas duas, vendo a morena fechar a porta, ficando as
duas ali dentro
— Amigas de Sergey Petrov — A mulher de botas pretas falou,
ela falava o meu idioma meio puxado, como se não soubesse pronunciá-lo
corretamente.
— Aquele monstro não tem amigos — declarei balançando a
minha cabeça — Ele e seus capachos são servos do diabo.
As duas trocaram um olhar demorado, e eu fiquei mexendo no
meu terço impaciente. Quem eram elas? O que queriam de mim? Se eram
amigas daquele mostro, boa coisa não deviam ser. A mulher morena de bota
passou a andar pelo quarto, seu salto ecoando por onde passava.
— Ser um servo do diabo seria problemático? Porque somos
todos tementes a Deus, ao menos eu e Sofie somos. — Aquela que eu ainda
não sabia o nome parou na minha frente mostrando uma tatuagem em seu
pescoço, uma cruz, e nela tinha algo escrito em alemão, que eu não
entendera — Acima da In Ergänzung, somente Deus, está escrito em
alemão, nossa máfia acredita e confia somente em um Deus, o que fazemos
não nos torna menos cristãos, mas talvez não vamos para o céu,
consequências da vida.
Ela deu de ombros deixando que seus cabelos pretos tampassem a
tatuagem novamente.
— Mas eu pensei que aqui era a Bratva. — Aquilo me deixava
mais confusa, pois acreditei que essa máfia era apenas a russa.
— É, mas não somos daqui, moramos na Suíça. Sergey é apenas
um amigo. Sou subchefe da máfia aliada a Bratva.
Movi minha cabeça em recusa, novamente elas estavam falando
que eram amigas daquele monstro. Eles eram aliados? Como podiam falar
dele com tamanha tranquilidade?
— Querem-no aqui comigo? Ele as mandou aqui? — perguntei
tentando entender algo, mas nada ali fazia sentido, tudo parou de fazer
sentido quando aquele homem odioso foi atrás de mim no internato.
— Não, ninguém nos mandou aqui, queremos conhecê-la melhor.
— Dei um passo para trás ao perceber que a garota loira que se chamava
Sofie se aproximara de mim.
— Não quero conhecê-las, nem ao menos quero estar aqui, prefiro
a morte a me deitar com um amigo do diabo. — Apertei o terço em minha
mão.
As duas voltaram a trocar um olhar, a morena dando de ombros
como se estivessem falando algo entre elas.
— Tudo bem, apenas queríamos ajudá-la — a voz da mulher de
bota preta ecoou despreocupadamente, então ela se virou, fazendo um sinal
de que estava indo para fora.
— Me ajudar? Sua ajuda só seria bem-vinda se o fizessem me
mandar para o internato outra vez. — A mulher que havia se virado voltou a
olhar para mim.
— Seu pai é membro da Bratva, certo? — Balancei minha cabeça
afirmando. — Então, mesmo morando em um internato, deveria saber que
sendo seu pai um membro oficial, obrigatoriamente esse seria o seu destino,
existem leis machistas em alguns clãs que não mudam, infelizmente, não
temos como te ajudar sobre isso, você nasceu da pessoa errada.
— Essa seria a ajuda que me dariam? Jogando na minha cara que
me casaria com um homem que nem ao menos desejava? Sou uma noviça,
lá eu me sentia segura, mesmo não tendo a vocação para ser freira, eu faria
o juramento, só para me ver longe disso — falei vendo as duas me olharem
admiradas.
— Então é tão pecadora quanto qualquer um de nós? Que bela
trapaceira é! — A morena me lançou um sorriso um tanto debochado.
— Bóris, meu pai, expulsou a minha mãe de casa quando eu tinha
sete anos, nunca mais a vi, tudo porque mamãe queria ir embora e me levar
junto com ela, e para não sair por baixo, não ser o homem que foi
abandonado pela esposa, ele sumiu com a mamãe, nunca mais soube nada
sobre ela, não sei se está viva. Depois do dia que acordei sem ela me
chamando, tudo mudou, fui jogada no internato de freiras, e ali eu me senti
segura. O problema não são vocês, me desculpem se fui rude, os castigos
das freiras eram horríveis, mas eu sempre fui uma boa garota, afinal queria
saber o que é se sentir bem-vinda em algum lugar, mas eles apareceram, me
tiraram de lá, e agora estou aqui, vivendo nesse lugar odioso, com homens
que abomino. Todos os homens que estiveram na minha vida arruinaram
comigo, meu pai, agora eles. Não quero me casar, não... não... não... —
balancei minha cabeça, inconformada, irritada com aquilo tudo.
— A maioria das mulheres que vivem na máfia são injustiçadas, é
por isso que sempre luto por nós, Yesfir, e tentarei fazer o máximo para
auxiliar você, mas infelizmente confrontar a decisão de um Pakhan é forte
demais. Ele tem razão, é ele quem manda aqui, e se Sergey decidiu que será
a futura esposa, o máximo que pode fazer para tornar a situação “menos
pior” é acatar suas decisões, não é o que eu falaria para uma mulher no meu
clã, pois nossos homens foram criados para serem maleáveis com mulheres,
o que não é esse caso... — A mulher morena concluiu soltando um longo
suspiro.
— E se eu fugir? — pedi em meio ao meu desespero, elas se
entreolharam rapidamente, me direcionando um breve olhar de pesar.
— Sabe os riscos que correrá, não é mesmo? — Sofie perguntou,
sem negar o meu plano.
— Sofie, não! — A morena a cortou.
— Sim, eu sei...
— Não! Não vamos nos prejudicar para ajudá-la — A morena me
cortou respondendo a sua amiga.
— Pois farei o que eu julgo ser melhor. — As duas ficaram se
olhando por longos segundos.
Fiquei analisando a interação delas, mas não as interrompi, até
que a mulher morena passou a mão nos braços da loira levando-a para fora
do quarto me deixando ali, sozinha.
Soltei um longo suspiro, óbvio que elas não podiam me ajudar,
não iam colocar suas vidas em risco por uma desconhecida. E naquele
momento era isso que eu era: uma completa desconhecida.
Fiquei olhando para a porta. Se ela tivesse chave para a trancar e
me deixar na privacidade, mas nem isso eu podia fazer, correr o risco de
qualquer um entrar ali, até mesmo aquele homem de olhar vazio.
CAPÍTULO NOVE
Pela primeira vez, fiquei ansioso para chegar naquela sede, toda a
viagem me deixou tenso, e nem sei o motivo, ou era isso que queria colocar
na minha mente.
Aquela garota de língua afiada ia me pagar por cada afronta. Suas
palavras tinham um preço alto para tudo que proferiu para mim.
Descemos do jatinho, não quis me mostrar enérgico para essa
chegada, passamos rapidamente pela área da frente da sede onde tinha um
heliporto, o calçamento estava liso, porém, não tinha neve. Virei meu
relógio vendo que passava de uma hora da tarde.
Subi os poucos lances da escada, a porta foi aberta para nós pela
senhora Burlak, ela tinha um semblante estranho.
— Aconteceu algo, senhora Slava? — foi Sergey quem
perguntou.
— Senhores, hoje quando cheguei pela manhã, notei que a
senhorita Yesfir não desceu nenhuma vez, achei que ela poderia estar
dormindo, mas acabei de subir ao quarto dela e não a encontrei em lugar
nenhum, perguntei aos homens que estavam por perto da sede se alguém a
tinha visto, mas nada, ela desapareceu. — Apertei minhas mãos em punhos
cerrados diante daquela afirmação da mulher.
Todos olharam em minha direção como se eu tivesse algo a ver
com aquilo.
— Porra, por que me olham? — rosnei irritado.
— Não tem nada a ver com isso, não é mesmo?
— Por que diabos eu teria, estou tão chocado quanto vocês, como
ninguém viu aquela coisinha fugindo? — Entrei na sede sem sequer tirar o
meu sobretudo.
Logo dois brigadier entraram na sala, suas cabeças baixas
esperando a autorização de um dos seus superiores para erguê-las.
— Espero que tenham uma boa desculpa para essa falha. —
Sergey entrou na sala, falando alto com os dois homens. — Ergam o seu
rosto, me falem o que sabem!
Os dois levantaram, engolindo em seco como se já previssem a
reprimenda que viria do Pakhan.
— Mandei que os Boyevik que cuidam dos sistemas das câmeras
olhassem como a garota fugiu, Pakhan, eles já estão analisando as câmeras,
ninguém a viu saindo, a única conclusão que temos até o momento é que ela
saiu às três da manhã quando os Boyevik estavam trocando o posto da
guarda da sede, mas como ela saiu ninguém sabe, ela precisou de ajuda de
alguém...
A fala do Brigadier morreu diante do meu rosnado, porra!
— Caralho, quanta incompetência, é uma garota, uma noviça
tola, como que ela conseguiu dobrar tantos homens assim? — Soltei uma
gargalhada alta sendo sarcástico, batendo as mãos ao lado da minha cintura.
Adentrou a sala um Boyevik. Ele tinha os passos apressados,
parando ao lado dos Brigadier olhando para o Pakhan como se estivesse
pedindo permissão para falar. Sergey assentiu e ele começou a falar:
— Senhores, a garota aparece nas câmeras caminhando às três
horas da manhã, bem no momento em que estávamos fazendo toda a troca.
Não dá para vê-la direito nas câmeras, pois caminhou bem ao canto da
parede ficando na parte escura. Saiu pela ala sul, onde correu em direção a
algo, não sabemos onde, pois ela sumiu. A pessoa deve ter parado o carro
no ponto cego onde nenhuma câmera pega. Quem fez isso sabia todo o
sistema de câmeras, sabia os horários de troca de plantão — o Boyevik
passou o relatório me fazendo levar a mão em meus cabelos.
— Bóris! Tenho quase certeza de que tem dedo dele nisso tudo —
rugi olhando para Sergey que tinha aquela expressão indecifrável.
— Chame-o aqui — Sergey solicitou.
— Não, eu mesmo vou na casa daquele verme...
— Aleksey, você, sozinho não vai, pode acabar fazendo uma
loucura e sabemos que aquele velho sempre tem uma carta embaixo da
manga — o Pakhan declarou.
— Não vou fazer nenhuma loucura, apenas quero ter uma
conversa cara a cara com aquele homem, sei que se ele souber de algo vai
mentir, preciso estar lá e analisar cada maldita reação dele — rosnei
olhando para Sergey.
— Tudo bem, vou com você — Dmitry se prontificou.
— Vão os dois, levem homens com vocês. Aleksey, essa garota
não é mais problema meu, mas se quiser mandamos uma equipe de busca
atrás dela.
— Não vai ser necessário, eu vou encontrar aquela pequena
coisinha em qualquer lugar que esteja... — rugi indo para a porta.
Ouvi os passos de Dmitry atrás dos meus, um carro parado ali, à
nossa espera, abrindo a porta para ambos entrarem nos bancos de trás.
Ainda estava com as minhas mãos apertadas em punhos cerrados,
sentindo cada músculo do meu corpo tenso, o carro deu a partida, nem ao
menos me atentando ao que acontecia à minha volta.
Fui passado para trás, aquela coisinha se foi, achando que podia
se ver livre de mim.
Ela não foi sequestrada, foi de livre e espontânea vontade, isso só
ia aumentar o seu castigo quando a encontrasse. Yesfir foi designada para
mim quando fui a primeira vez naquele internato para saber mais sobre ela,
vendo-a de longe, o olhar baixo, meio puxado para o lado, a pele negra
contrastando com seus lábios carnudos, seus olhos se erguendo, olhando
para o nada, a inocência explícita nela, a porra da inocência que eu queria
tirar.
Aquela noviça se tornou minha quando cruzou o seu caminho
com o meu.
A casa de Bóris não era longe da sede, logo o carro estava
estacionando na frente da residência, e sequer esperei que abrissem a minha
porta, saindo do automóvel indo diretamente à grade do portão,
empurrando-a, fazendo o estrondo ser alto.
Meus passos me levaram até a escada da casa, a porta da casa foi
aberta quando me aproximei da varanda, meus olhos ferozes se encontrando
com o antigo Obshchak da Bratva.
— Onde está a porra da Yesfir? — Fui logo falando segurando no
colarinho da sua camisa, olhando para baixo para aquele velho
rechonchudo.
— Como vou saber? — Ele ainda sorriu de forma sarcástica.
Aproximei meus olhos dos dele. Bóris não se afastou, não moveu
a sua mão, em sua testa escorria uma pequena gota de suor.
— Vai falar onde está a sua filha ou eu te mato — rosnei sentindo
a presença de Dmitry ao meu lado.
— Vai, garoto, já é um bastardo na Bratva. Um imundo de sangue
impuro nunca mereceria ser o Obshchak, em pensar que o meu lugar foi
passado para um inútil como você. — Empurrei-o para trás, sentindo a mão
de Dmitry quando quis pegar a minha arma. — Eu não sei onde está a
minha filha, e mesmo se soubesse nunca falaria para vocês. Uma Alkaev
tem uma linhagem pura para estar com um bastardo como você.
Rosnei alto quando ele fechou a porta na minha cara, meu sangue
ferveu, meus punhos fechados foram em direção a uma parede, socando-a
diante da minha força.
— Não podemos matá-lo, não assim explicitamente, Aleksey, mas
esse imundo vai para o inferno mais rápido do que ele espera. — Dmitry
praticamente me puxou pelo braço.
— Vou descobrir onde essa maldita está, nem que isso seja a
última coisa que eu faça — brandei puxando o meu braço, fazendo Dmitry
me soltar.
Amaldiçoada fosse a lei que dizia que não podíamos matar um
dos nossos sem rações explícitas, não existiam provas contra Bóris, mas
ficou bem claro que ele sabia onde a filha estava.
Eu ia buscar aquela noviça, e matar Bóris tinha se tornado uma
questão de honra! Ia mostrar para aquele maldito rechonchudo quem era o
bastardo imundo.
CAPÍTULO DEZESSEIS
Passei o dia sozinha, conhecendo toda a casa, ela era maior do que
eu esperava, três quartos de visita, ficava me perguntando se ali também
tinha câmeras, havia uma academia em uma sala ao lado de uma piscina,
enorme, e toda coberta por vidro, encontrei uma biblioteca, não tinha
muitos livros, parecia até bem abandonada, estava entediada.
Aleksey não falou mais comigo, nem ao menos respondeu quando
fiz algumas perguntas para ele, mas isso não me fazia desacreditar que não
estava me olhando.
Entrei na área da piscina indo em direção à borda, onde me sentei
colocando meus pés sobre a água, sentindo a temperatura morna, uma
delícia para tomar banho.
— Sabe nadar, Yesfir? — Ouvi a voz dele, não respondi, pois ele
também não respondeu nenhuma das minhas perguntas — eu sei que me
ouviu, olhou para o lado buscando a minha voz.
Continuei ignorando a voz dele balançando meus pés na água.
— Yesfir Ivanovich, estou falando com você! — Revirei meus
olhos diante do sobrenome, não era mais uma Alkaev, agora era Ivanovich,
a esposa de Aleksey Ivanovich.
— Não sei nadar, mas nada me impede de ficar aqui — declarei
finalmente.
— Quero que saia de perto dessa piscina agora! — ordenou na
forma Aleksey de falar.
— Estou bem, não vou cair na piscina...
— Yesfir, não brinque com a porra do perigo, estou longe de casa
para ir te salvar, essa piscina dá duas vezes o seu tamanho, saia daí,
maldição! — ele rosnou me fazendo levantar.
— Tá... — resmunguei.
Levantei-me indo para longe dela, caminhando em direção à
porta.
— Está melhor agora?
Perguntei, mas obviamente ele não me respondeu, agora eu já
sabia o que fazer para chamar a atenção desse louco, era só me colocar em
alguma situação de perigo.
CAPÍTULO TRINTA E UM
Bati minha perna que não tinha a tala, aquela coisa sufocando a
minha respiração, tentando gritar em vão, o ar começando a me faltar, o
desespero tomando conta de mim, tudo abafado, escuro, nem ao menos
sabia de onde estava vindo esse aperto.
Onde estava Aleksey? No fundo ele não conseguiu me proteger de
tudo, tentei em vão puxar a respiração mais de uma vez.
Até que meus olhos foram se fechando, um estalo se fez presente,
tão alto que até mesmo com aquele travesseiro sob a minha cabeça eu ouvi.
Rapidamente me debati, buscando forças não sei de onde, olhando
à minha volta, quando tiraram o travesseiro abruptamente, puxando o ar
como se estivesse com ele preso em algum lugar dentro de mim. Mas o que
me fez parar, foi ver o homem caído ao meu lado, meu marido rosnando
indo na outra direção da cama, virei o rosto percebendo um segundo
homem se ajoelhar, erguendo as mãos.
— Me rendo por favor, não me mate — ele falou pedindo
clemência ao meu marido.
— Vamos, me fale, a mando de quem está aqui? — Aleksey
rosnou pressionando a arma na cabeça daquele homem.
— Meu pai devia um favor para ele, o interesse dele não era na
carga, era apenas na garota, naquela garota, ele a quer morta... — o garoto
começou a chorar, implorando para que Aleksey abaixasse a arma.
— Me dê um nome. — Meu marido abaixou a arma em direção à
boca daquele homem ajoelhado.
— Bóris Alk... — ele nem terminou de falar quando Aleksey
enfiou a arma dentro da boca do homem disparando a bala que atravessou
sua boca.
Um grito escapou da minha boca, fazendo-me tampar meus olhos
com as minhas mãos, a visão do meu marido matando um homem me
assustou, um homem que implorou pela vida e ele a tirou, como se fosse
digno de decidir quem devia morrer ou não.
— Precisamos acabar com isso! — Sem nem ao menos tirar as
mãos dos meus olhos, meu marido bradou.
Senti a cama afundar, as mãos dele segurando o meu pulso,
tirando a mão do meu rosto, seus olhos ali perto de mim, empurrei meu
corpo para trás vendo uma gota de sangue escorrer pelo canto da sua
bochecha.
Sei que não era dele, e sim, sangue que respingou daquele homem
que ele matou.
— Como está, pequena? — ele sussurrou parecendo preocupado.
— Vo... você... o... matou... — gaguejei sem conseguir falar
direito, sem sequer conseguir olhar nos olhos de um assassino.
— Ele quis matar você, Yesfir — Aleksey falou um tanto
admirado.
— Mas ele estava falando tudo que você queria ouvir, como
pôde? Não é Deus, não é você quem decide quem deve viver ou morrer. —
Empurrei seu peito para longe quando ele quis me tocar. — Não me toque,
monstro, você é um monstro!
Nesse momento as duas mulheres entraram no quarto, querendo
saber o que estava acontecendo, vendo caídos no chão, dois corpos, que
meu marido matara já que ele era o único com uma arma na mão.
— Não me toque seu demônio — brandei com repúdio, querendo
que ele se mantivesse longe de mim.
— Deixa de loucura, Yesfir, ele tentou te matar, como pode ficar a
favor dele e contra mim? — Aleksey rosnou impaciente, querendo me
pegar em seu colo novamente.
— NÃO! — gritei me debatendo fazendo com que ele me
colocasse na cama novamente. — Ele tentou me matar, mas não conseguiu,
você me salvou, mas ele pediu clemência, e mesmo assim o matou!
Soquei o peito do meu marido sentindo as lágrimas começarem a
banhar a minha face, vendo o Pakhan aparecer colocando a mão no ombro
de Aleksey, como se quisesse acalmar os ânimos.
— Vem, Aleksey, deixa que Sofie tire ela daqui. — Sergey pediu
ao meu marido.
— Saiba, Yesfir que eu não me arrependo, ceifaria qualquer vida
que queira tirá-la de mim, não me arrependo, mataria mais mil vidas
inocentes ou culpadas apenas por cogitar que poderiam tirá-la do meu lado
— Aleksey rosnou sem desviar seus olhos negros dos meus.
Ele se levantou, passando o seu antebraço sobre a sua bochecha
limpando aquela gota de sangue, deu uma última olhada na minha direção
como se esperasse que eu pudesse mudar de ideia.
Abaixei meus olhos deixando explícito que não o queria na minha
frente naquele momento.
Seus passos se tornaram distantes, ao meu lado vi a mulher parar,
ergui meus olhos encontrando com Sofie.
— Ele não tinha o direito de decidir isso — sussurrei para a
mulher que se sentou ao meu lado, me ajudando a levantar.
Dmitry ainda estava ali na porta por causa dos dois corpos caídos,
com a perna boa apoiada no chão. Sofie segurava na minha cintura e saímos
do quarto indo na direção oposta de Aleksey e Sergey, entrando em um
outro cômodo.
Sentamo-nos as duas sobre a cama daquele quarto, a mulher
segurando o meu braço.
— Como está, querida? — ela quis saber.
— Eu acabei de ver o meu marido tirando a vida de um homem
que pediu clemência... — um soluço escapou pela minha boca.
— Yesfir, você cresceu em um lugar onde os bons atos eram
sempre prioridade, mas aqui não, principalmente para os russos, não queira
que eles mudem, eu cheguei a brigar com Sergey pela forma que eles
matam os homens, nos afastamos e tudo mais, porém, estou de volta, eu
amo aquele homem, e sei que meu amor por ele é maior do que a forma
sádica com que eles levam esse clã, os russos matam, eles não têm pena, e
Aleksey mataria mil homens por você.
— Está me dizendo que perdoou o que o seu marido faz? —
declarei um tanto admirada.
— Assim como eu, Rubi detesta isso, somos duas que insistiram
para ele fazer de forma diferente e ele não para, não adianta, essa é a
essência deles, eles foram treinados para matar e fazem isso da pior forma,
até pior que o meu antigo clã.
— Não dá, a imagem dele matando o homem não sai da minha
mente — sussurrei cansada dos acontecimentos das últimas 24 horas.
— Aleksey ama você e isso é nítido nele, um amor bem repentino
e eu que pensava que aquele doido não poderia amar — Sofie falou me
fazendo manear a cabeça negativamente.
— Isso não é amor, que espécie louca de amar é essa? Isso não é
amor, amor não é assim, amar é ter sentimentos bons dentro do coração, e
não assim... — Minha frase morreu quando passei a chorar copiosamente.
Como tudo isso pôde cair sobre mim?
Era como se eu carregasse em minhas costas um alvo, e a todo
momento alguém tentasse acertar uma flecha em mim.
— Vem aqui, querida. — Ela afagou meus cabelos acalentando o
meu choro.
Fiquei sobre o ombro de Sofie chorando por muitos minutos.
CAPÍTULO QUARENTA E UM
Levaram o meu pai da sala, não sei para onde o estavam levando,
mas tudo que eu queria para aquele momento era não ver o meu marido
envolvido naquilo, me virei na cadeira, sendo uma das últimas a sair da
sala. Aleksey estendeu a sua mão, segurei-a, vendo a minha se perder no
meio da dele.
Levantei-me da cadeira com o seu auxílio. Meus olhos se
erguendo da escuridão que eram os dele.
— Aleksey, por favor, não vá — pedi em uma súplica.
— Pequena, nada que falar me fará mudar de ideia, eu vou matar
o seu pai...
Fechei meus olhos com força, fazendo as palavras dele se
perderem no ar, senti seu dedo roçar em meu rosto, abri meus olhos
delicadamente, encontrando sua atenção fixa em mim.
— Pelo menos uma vez faça o que eu peço — sussurrei vendo
suas irises seguirem os traços do meu rosto.
— Me peça qualquer coisa, menos isso. — Seu rosto se abaixou,
percebi que seu lábio tocaria o meu, queria sentir a maciez deles, mas ao
mesmo tempo a minha raiva por ele querer ceifar uma vida falou mais alto,
fazendo com que eu virasse o meu rosto.
Aleksey soltou um longo suspiro, seus dedos descendo pelo meu
pescoço, agarrando a minha nuca, apertando-a com força, sua mão guiou
meu rosto a se virar, meus olhos encontrando os dele, seu nariz roçando o
meu com agressividade.
— Nunca me negue um beijo — rosnou colando o lábio ao meu.
Não retribui o beijo, mantendo minha boca fechada como se fosse
uma cerra.
— Não! — brandei entredentes.
— Faço tudo por você, pequena, será que não percebe isso? — ele
declarou, afastando um pouco o rosto.
— Faz, Aleksey? Então por que não deixa outro acabar com isso?
— perguntei.
— Pois preciso sentir em meus dedos a dor do desespero daquele
homem que te fez sofrer — meu marido falou aquilo em tom de vingança.
— Aleksey... — suspirei seu nome.
— Eu faço o que você quiser dentro das minhas normalidades, eu
deixo você fazer o que quiser, menos ficar longe de mim, agora não me
peça para mudar o que é impossível, pois esse sou eu, um monstro por
dentro. — Pisquei várias vezes.
Tudo isso era ridículo, sem sentido, como ele dizia que fazia tudo
que eu queria, mas nada que eu pedi a ele se dispôs a fazer.
— Tudo bem, você disse que faz tudo que eu quero, não me
toque, solte a mão de mim, e eu vou junto, preciso saber o quão doente é o
homem que eu tenho ao meu lado — declarei com altivez. — Não desejo o
bem do meu progenitor, mas não queria que você decidisse o futuro dele,
não queria que o meu marido carregasse em suas mãos a morte do meu pai,
o que vou falar um dia aos meus filhos?
— Não pretendo ter filhos...
— Não precisa ser nenhum expert no assunto, para saber que eu
posso estar grávida de um monstro como você! — exclamei, querendo me
desviar dele.
— Se estiver grávida não terá essa criança, não quero colocar ao
mundo um mini monstro... — ele segurou no meu ombro me fazendo virar,
e o olhar por sobre o meu ombro.
— Deveria ter pensado nisso antes de jogar seu líquido dentro de
mim, o bom nisso tudo é que sabe o quão monstro é, seu demônio! —
brandei em meio à minha raiva.
Aleksey rosnou saindo da sala me deixando ali sozinha. Por sorte
ele não tentou me pegar em seu colo para me tirar dali, senti meus olhos se
encherem de lágrimas, saí daquela sala sozinha, sentindo escorrerem por
minha face as lágrimas grossas.
Tudo que eu queria era que Aleksey deixasse outro fazer isso, sei
que o fim de Bóris já estava premeditado, mas não precisava ser pelas mãos
do meu marido.
Encontrei com Sofie do lado de fora, tentei limpar rapidamente
minhas lágrimas o que foi em vão, pois ela viu.
— Ele a machucou? — perguntou parando na minha frente.
— Meu marido é um demônio, eu pedi, implorei para que ele não
fizesse isso com meu pai, mas mesmo assim vai fazer — minha voz saiu em
meio a um sussurro embargado.
— Querida, lembra o que te falei?
— Nada muda a cabeça de um mafioso. — Suspirei aceitando o
braço que ela estendeu para mim. — Quero ir até eles, quero ver o monstro
que é o meu marido.
— Não sei se seria a melhor ideia...
— Por favor, eu quero Sofie — pedi e em silêncio ela assentiu,
me guiando para fora da sede.
Passamos pelo pátio, ela sabia por onde passava, parecendo que
conhecia até mesmo como a palma da mão aquele lugar, nem mesmo se
notava que ela morava ali há tão pouco tempo.
Nós nos aproximamos de uma porta, Sofie parou, me olhando em
meio a um suspiro.
— É aqui, querida, mas eu não vejo essas coisas, eu não vejo o
meu marido em ação, a última vez que vi Sergey e seus homens agindo eu
quase quis matar cada um deles, por esse motivo, pelo bem do meu
casamento, e pelo filho que carrego em meu ventre, não vou entrar —
assenti quando ela deu um passo para trás. — Vou estar aqui fora te
esperando.
Voltei a concordar com a minha cabeça, passando a mão na
maçaneta da porta dupla, empurrando-a com suavidade, pelo que eu vi
ninguém notou a minha presença, estava em um canto escuro da sala,
apertando minhas mãos no tecido da minha camisa.
Os três estavam ali, circulados por outros homens, por uma brecha
entre os homens pude ver com clareza o meu marido, ele tinha em sua mão
um alicate, um dos homens esticava a mão de Bóris, e foi necessário levar a
mão na minha boca para reprimir o meu grito.
Aleksey começou a puxar cada unha, arrancando da mão dele sem
piedade, meu pai gritando, gritando tão alto que chegava a ecoar naquela
sala, fiquei ali parada, olhando atordoada, me segurando na parede para não
cair.
Ali, eu realmente conheci a face demoníaca do meu marido, o
monstro que o dominava, ele fazia aquilo com um sorriso em seus lábios,
torturou Bóris, arrancou cada um dos seus dentes e quando percebi que eles
começariam a esquartejar Bóris vivo, foi como se me revirasse o estômago
e eu não pudesse mais presenciar calada.
Se meu marido julgou que seria uma vingança, que faria seu
coração se sentir mais leve, isso apenas o deixava mais enganado, pois essa
morte apenas ia fazer com que carregasse mais um fardo dentro de si.
Sei que nunca ia conseguir mudar o marido que tinha, mas a visão
desse lado doentio dele me deixou apavorada, com medo, saí daquela sala
do mesmo jeito que entrei, em silêncio, me encontrando com Sofie e me
jogando nos braços dela.
— Meu marido é um monstro, por favor me tire daqui — implorei
em meio ao abraço.
— Oh, minha querida, sinto muito, vem, vamos para um lugar
longe dele, em uma ala mais distante da sede...
CAPÍTULO QUARENTA E SEIS
FIM.
CONTINUA EM
DESEJO ATROZ – DMITRY USTINOV
(EM BREVE NA AMAZON)
RECADINHO DA AUTORA
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saber sua opinião.
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deixem a opção de Atualização Automática — existente na sua página Dispositivos e Conteúdo,
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versão atualizada do livro.
Obrigado, por terem lido meu livro, ficarei muito feliz em encontrá-los(as) em minhas
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Yan Zornickel é o novo chefe da máfia In Ergänzung, um homem que sempre teve o rumo da
sua vida moldado pelo seu pai. Centrado e reservado, falava com propriedade que se casaria com a
sua prometida, teria herdeiros e nunca se envolveria sentimentalmente com ninguém.
Isso até um pequeno furacão de cabelos negros e olhos azuis intensos cruzar o caminho dele.
Em uma noite atípica de Nova Iorque, Yan quase atropela uma desconhecida, uma garota que
estava fugindo.
Luna Rivera foi mantida em cativeiro por dez anos. Quando estava sendo transportada para o
seu comprador, ela conseguiu fugir.
Ela correu. Correu sem destino. Precisava apenas fugir, até quase ser atropelada por um
homem misterioso e todo tatuado. Yan imediatamente sai em proteção da garota, ceifando a vida
daqueles que vinham atrás dela.
Luna pensou que havia encontrado um herói, o que ela não imaginava é que ele estava longe
de ser um. Uma garota inocente, que passou dez anos da sua vida sendo maltratada, sem ver a luz do
dia.
Um homem que pretende proteger a garota, mas que não será nem um pouco amistoso com
ela.
Será que Luna encontrou o herói? Ou será que Yan terminará de quebrar a garota que surgiu
em sua frente?
Ele não busca amor.
Ela busca uma nova chance de viver.
Será que, em meio aos seus próprios demônios, eles vão se apaixonar?
A PERDIÇÃO DO MAFIOSO
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Enrico Ferrari é o subchefe da Cosa Nostra. Um homem que traçou o seu destino optando
pela vida solitária com mulheres em sua cama sem precisar assumir um compromisso.
Pietra Vacchiano, a princesinha da máfia, filha do chefe da Cosa Nostra, sempre nutriu um
amor platônico, que ela escondia de todos, pelo subchefe.
Enrico viu Pietra crescer e a tem como uma sobrinha, mas ela o ama, ama de todas as
formas.
O destino acaba fazendo os dois precisarem dividir a mesma casa. A garota, que sempre
escondeu os seus desejos pelo subchefe, acaba fazendo eles aflorarem ao provocá-lo.
Um romance proibido: ele não pode desejá-la por ser filha do seu chefe e melhor amigo.
Ela quer que ele a deseje.
Enrico fará de tudo para a garota não o ver como um príncipe, mas parece que a garota
ama o errado, o anti-herói.
Pietra se tornará a perdição do subchefe da máfia, e, quando ele menos esperar, não
conseguirá escapar das teias de sedução em que a garota o colocou.
Um dark romance em que o príncipe não existe, e o anti-herói é quem conquista a cena.
HEINZ – COMPRADA PELO MAFIOSO
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Heinz Zornickel, está sendo pressionado a gerar herdeiros para seu clã, sendo um dos Don
mais temido, o problema é que nenhuma mulher o atrai o suficiente para querer tê-la todas as noites
em sua cama e por isso segue sua vida sem se importar com casamento ou com um futuro sem filhos.
O que muda quando ele para em uma boate, onde o dono lhe deve uma alta quantidade de dinheiro.
Lá ele conhece a doce Zara Dixon, filha do proprietário, que será uma bela recompensa pela dívida
do pai dela.
Zara Dixon cresceu em um meio conturbado, porém nunca deixou que isso a impedisse de ser
uma garota sonhadora e iniciar seu curso de literatura inglesa. Até o dia que o mafioso mais temido
aparece na boate do seu pai, querendo tomá-la como pagamento de uma dívida.
Zara não vê escolha, pois a vida do seu pai está em jogo. E Heinz quer a garota e fará de tudo
para tê-la.
Será que Zara será solícita ao homem?
Em um mundo onde o machismo predomina, a jovem terá que ter altivez para poder ser
ouvida pelo homem que quer tomá-la para si.
AVISO: Este é um romance Dark contemporâneo, nada tradicional.
Ele contém assuntos polêmicos, incluindo temas de consentimento questionável, agressão
física e verbal, linguagem imprópria e conteúdo sexual gráfico.
Esta é uma obra de ficção destinada a maiores de 18 anos.
A autora não apoia e nem tolera esse tipo de comportamento.
Não leia se não se sente confortável com isso. Se você quer um príncipe encantado, essa
leitura não é para você.
KLAUS – RAPTADO POR ELA
MAFIA IN ERGÄNZUNG: LIVRO DOIS
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Klaus Zornickel desde criança seguiu seu caminho sozinho, passando de um internato para
outro, até descobrir que fugir era a melhor escolha, o que o leva ao mundo do tráfico.
Tudo muda quando, já adulto, sua família de sangue vem atrás dele e ele descobre pertencer a
uma família de mafiosos.
Por ser irmão do Don é nomeado subchefe da máfia In Ergänzung.
Vivendo na sombra do seu irmão, acaba sendo confundido e raptado no lugar do chefe.
Edvige Vogel nutre um sentimento de raiva pelo Don da In Ergänzung, seu plano de vingança
foi arquitetado por anos e tinha tudo para dar certo, isso se não tivessem raptado a pessoa errada.
A mulher se encontra num beco sem saída quando vê a pessoa errada na sua frente e ele em
nada se parece com o Don.
O homem na sua frente é sedutor e tem um sorriso fácil.
Duas pessoas destinadas a se odiar, mas com um desejo mútuo entre eles.
Ela será capaz de resistir ao subchefe?
Será que sua mágoa por esse clã conseguirá unir mundos opostos?
Será que pela primeira vez, a In Ergänzung poderá unir um homem e uma mulher?
OTTO – PROMETIDA AO SUBCHEFE
MAFIA IN ERGÄNZUNG: LIVRO TRÊS
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Otto Zornickel, o subchefe da In Ergänzung que está à frente dos negócios em Nova Iorque,
desde jovem soube que seu destino estava traçado com a doce Astrid Lehmann, devido um contrato
firmado enquanto ela ainda era um bebê.
Com o passar dos anos ele virou um mulherengo, colocando na sua cabeça que nunca
tomaria essa mulher como sua, inclusive decide que não irá consumar a união após o casamento.
Porém, ele não imagina que aquela criaturinha havia crescido e se tornado uma linda
mulher.
Astrid é a personificação da mulher perfeita, mas a sua língua afiada tira qualquer homem
do eixo. Ela foi criada para ser a mulher perfeita para ele, o problema é que quando ela saiu do
colégio interno descobriu a liberdade e não quer ser mandada por um homem.
Será que eles conseguirão se entender?
Será que Otto não cairá em tentação se entregando a doce ruiva?
Será que Astrid deixará seu gênio indomável de lado e se entregará a essa paixão ardente que ambos
negam que existe entre eles?
VERENA – VENDIDA AO CHEFE
MAFIA IN ERGÄNZUNG: LIVRO QUATRO
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Verena Zornickel foi treinada para servir a um único homem, seu futuro marido.
Aos treze anos descobre que foi prometida ao Don da Cosa Nostra.
Tommaso Vacchiano é um dos Dons mais temidos. Chefe sarcástico, sem meias palavras,
ninguém consegue parar o homem.
Ele deseja firmar uma aliança com a In Ergänzung e obtém isso através de um jogo sujo. Em
um momento de fragilidade do Don da máfia Suíça, Heinz, o convence a selar o casamento da sua
irmã, Verena, com ele.
Dois clãs de poder...
Pessoas influentes.
Em um mundo onde o machismo reina, uma mulher de coração bondoso entra para a família
italiana.
O casamento sela a união de dois clãs, algo que tem tudo para se tornar um tormento na vida
da jovem menina.
Um homem atormentado por um passado obscuro, prestes a descobrir que na sua vida só
precisa de uma luz no fim do túnel.
Verena será capaz de tocar o coração de Tommaso?
Mas afinal, ele tem coração?
A SENTENÇA: A ENTEADA VIRGEM DO CONSIGLIERE
MAFIA IN ERGÄNZUNG: SPIN-OFF
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Angelina Vacek, ainda quando criança viu sua mãe se suicidar.
Anos depois deste acontecimento, que a marcou profundamente, encontra o diário da mãe e
descobre o real motivo dela ter cometido tal ato. Diferente do que todos pensavam, a mãe não tirou a
vida por causa do marido, mas por ter sido rejeitada por seu amante, o conselheiro da máfia.
Angelina quer se vingar, mas o que ela não sabe é que o homem em questão é uma incógnita.
Ela não pode falar para ninguém sobre o caso da mãe, pois, o pai, que ainda é vivo, não quer que essa
história venha à tona.
Decidida, ela vai atrás do consigliere, travando assim uma guerra entre o desejo e a vingança.
Jordan Weber é o consigliere da In Ergänzung, um homem discreto e observador.
Sua vida pessoal é uma incógnita para todos.
Um homem frio e rude, será capaz de fazer de tudo para calar a garota que sabe algo sobre sua
vida.
Ele odeia a garota, mas se sente atraído pela garra que ela tem.
Angelina deveria ser proibida para ele, mas a deseja mesmo assim.
Diante desse impasse, se vê obrigado a lutar contra seus demônios, pois se vê entre a razão e a
emoção.
Ele se vê dominado por sentimentos que o deixam desestabilizado, perdendo totalmente o
controle com a jovem que é apenas uma isca no seu mundo de devassidão.
Angelina vai descobrir segredos que ninguém antes pôde imaginar sobre o consigliere da In
Ergänzung.
Desejo e vingança podem andar juntos?
O fato dela ainda ser virgem pode despertar algum sentimento de posse dentro dele?
UMA BABÁ ESPECIAL PARA A FILHA DO CEO
(LIVRO ÚNICO)
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Tiziano Vitale é um CEO cafajeste que vive a vida regada a luxo.
Sempre negou o fato de ter uma filha, escondendo de todos a sua existência.
Porém, tudo muda quando a mãe da garota sofre um grave acidente e ele se vê obrigado a
assumir a guarda da menina de cinco anos.
Monalisa Sartori, foi demitida devido a uma injustiça da sua ex-patroa, e sem poder se dar ao
luxo de ficar desempregada aceita a proposta para trabalhar na casa de um milionário.
Ao ver a situação de tristeza que a menina se encontra devido à falta da mãe, Monalisa decide
conquistar seu coraçãozinho.
O que ninguém esperava é que a mulher não conquistaria somente a menina, mas o milionário
também.
Tiziano se vê envolvido em uma teia de sedução e decide ter a babá em sua cama, mas ela se
nega, dando prioridade ao coração da garotinha.
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Ela é uma garota comum, que sempre acaba falando demais, ele é um homem famoso e
discreto. Tudo está para mudar quando ela fala em um jantar que eles estão noivos.
FAKE DATING.
UM CONTRATO DE 30 DIAS.
UMA SÓ CAMA
Juan Hector Zimmerman, conhecido no mundo dos famosos como DJ Hector City, um
homem que tem um passado discreto que odeia cavoucar sua história nada orgulhosa.
Ele que vem de uma longa linhagem de ouro, a ovelha perdida da família, o único que não
seguiu os passos dos Zimmerman, não querendo acabar em uma sala de escritório, bancando o
empresário de terno e gravata.
Juan abandonou tudo, tornando-se um grande DJ, o homem mais bem pago da atualidade,
com isso, tem uma extensa fila de mulheres ao seu redor.
Ela é fã dele, desastrada, e sempre acaba falando demais ou cometendo loucuras quando está
bêbada.
Ele tem uma imagem a zelar, odeia que seu nome esteja entre os holofotes.
Ela é o oposto do que ele procura em uma mulher, a começar pelo fato de ser uma fã dele.
Uma cláusula é certa, eles não podem se relacionar fisicamente, mas será que conseguirão
resistir aos prazeres de seus corpos?
O SHEIK CONTROLADOR – LIVRO UM
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Fazza Bin Khalifa Ahmad Al-Sabbah é o emir de Agu Dhami, um sheik controlador que tem
todos em suas mãos.
Helena Simões é apaixonada pelos Emirados Árabes Unidos. Seu sonho sempre foi conhecer
um sheik, por isso envia e-mails ao emir de Agu Dhami que infelizmente não são respondidos.
Isso muda quando um e-mail que não era para ser enviado é lido pelo sheik.
Fazza fica encantado pela brasileira, imediatamente, dá um jeito de trazê-la ao seu encontro e
usando seu poder de persuasão faz Helena assinar um contrato de casamento.
O que ela não sabe é que o contrato não pode ser quebrado, a menos que pague uma alta
quantia.
Mas há um porém, ela precisará dividi-lo com suas duas outras esposas.
Um homem que quer controlar tudo à sua volta, principalmente sua nova esposa…
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Hassan Amin Hussain Al-Bughdadi é o governante de Budai, um dos emirados mais rico entre
os sete emirados árabes. Um Emir centrado, sem pretensões de gerar um herdeiro, ou até mesmo de
ter uma esposa.
Isso até conhecer um joalheiro, e descobrir que a dona da inspiração para aquele colar é a linda
filha daquele senhor.
O Sheik ficou fascinado pelo colar, propondo o casamento sem nem ao menos conhecê-la.
Malika Ali Al-Makki é a filha do joalheiro, sempre quis se casar por amor, apaixonada pelo
Sheik Khalil, julgou que ele seria o seu marido.
Mas será que Malika conseguirá se entregar ao seu novo marido, mesmo sabendo que seu
coração em pedaços pode pertencer a outro?
Hassan pode ser um Sheik Opressor, mas fará de tudo para proteger a sua nova esposa, mesmo
que para isso precise controlar a vida da garota.
A VIRGEM DO CEO
DISPONIVEL NA AMAZON
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- Um homem que se pergunta como uma maluca e, além de tudo, virgem foi parar na sala da
sua casa...
Zion Clifford é CEO da Enterprises Holdings Clifford, vive uma vida regada de luxo, além
de ter sempre belas mulheres ao seu lado e não tem vergonha de esbanjar toda a luxúria que seu
dinheiro pode proporcionar.
Tem na vida uma única paixão, sua boate, onde ele reina ao lado do seu amigo e sócio, Alex
Carter.
Hattie Parker, uma jovem estudante que passa a cuidar do sobrinho rebelde depois que a mãe
do menino morre em um acidente de carro.
Devido a rebeldia do sobrinho, ela decide procurar o então pai do garoto para quem sabe ele
ter uma figura paterna em que possa se espelhar.
O que ela não esperava era que o pai em questão é um grande monumento, uma beldade em
pessoa. Só tem um porém, ele é um completo cafajeste, arrogante e não dá atenção a ninguém que
não tenha pelo menos um metro e setenta de altura e peitos de fora.
Hattie faz de tudo para atrair a atenção do "intocável", como Zion é conhecido, até que
consegue invadir a casa dele.
Zion nunca se deparou com mulher mais desastrada, de língua afiada e linda, muito linda. Já
Hattie se vê diante de um dos maiores pegadores de Los Angeles.
Como a atração que surgiu logo de imediato, será negada diante de uma mulher inocente que
odeia homens convencidos?
Como a tensão que existe entre os dois será escondida debaixo do tapete se não param de se
alfinetar a todo momento?
Uma mocinha que pode ser virgem, mas que não se intimida diante da grandiosidade de
riquezas que tem o CEO.
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Otávio Mancini, CEO de uma rede de academias, vive uma vida perfeita, é casado, pai de dois
filhos adultos, com o terceiro neto a caminho.
Tem uma rotina sólida, com uma família invejável da alta sociedade. Isso até sua mulher pedir o
divórcio.
Diante disso, Otávio se vê sem escolha e a tristeza o assola.
Davi, seu amigo, vendo sua tristeza e desanimo, contrata uma garota de programa para alegrar a
noite de Otávio, lhe dando boas-vindas a nova vida de solteiro.
Paola Garcia, uma jovem ambiciosa que usa do seu charme para conseguir todos os luxos que
almeja.
O que ela não esperava era encontrar um cliente atraente e que a tratasse como uma princesa,
nem que fosse apenas por uma noite.
Ele se encanta pela beleza da garota e se sente atraído por cada detalhe do seu corpo, tanto que
decide fazer uma proposta a ela, manter exclusividade, sendo sua garota de programa particular.
Será que eles conseguirão manter apenas o profissionalismo?
Será apenas desejo carnal que existe entre os dois?
Isso é o que vamos descobrir em Um contrato com o milionário.
[1]
Véu que usam na cabeça.
[2]
Conselheiro do Pakhan, braço direito dele.
[3]
Eles provaram seu valor e agora têm equipes de Boyevik sob seu comando. Eles são responsáveis
por garantir que seu Boyevik funcione corretamente, respeite as regras da família e distribua os bens
para eles.
[4]
São os soldados e seguranças dos cargos altos. Eles são novos membros da família. Eles são
obrigados a participar ativamente das atividades familiares.
[5]
Ele é o supervisor de negócios no clã, ele lidera os Brigadier e os Boyevik.
[6]
Eles são membros separados. Na verdade, eles não fazem parte da organização. Os Shestyorka
buscam lucro em atividades ilegais. Eles são chamados de Shestyorka porque escolheram se associar
à família para participar de seus negócios.