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Bella Jewel
#2 Amore
Série Amore
Data: 11/2016
~2~
SINOPSE
Fugir.
Rafael.
Não há saída.
Um monstro.
~3~
A SÉRIE
~4~
Prólogo
O suor frio escorre na minha testa. Minhas pernas estão acima
nos estribos. Mama está ao meu lado, segurando minha mão. As luzes
borram minha visão e minhas costas doem. Tudo em meu corpo parece
doer, estou cansada e desgastada. Estou exausta. Eu não posso parar.
Meus olhos desviam à minha esquerda. Mama está olhando para mim,
sua boca em uma linha apertada, seus olhos vermelhos. Ela está
cansada também.
Por favor.
Por favor.
Por favor.
Por favor.
~5~
O som de um grito de bebê enche a sala, forte e saudável.
Menina.
Menina.
Por favor.
— Menino.
Meu peito parece que vai explodir e as lágrimas correm pelo meu
rosto. Dor e medo diferente de tudo que eu já senti, se alojam no meu
coração.
~6~
Capítulo um
— Não o deixe entrar aqui, — eu digo, minha voz sem emoção e
quebrada.
— Você sabe que não pode impedi-lo, — diz ela em voz baixa, com
os olhos tristes e torturados. Possivelmente mais do que os meus.
E o meu mundo?
— Ele não vai machucar o bebê. Ele pode ser um selvagem, mas...
— Não, — eu assobio.
~7~
Raiva e mágoa brigam no meu peito e eu assobio, — Se você quer
fazer algo por mim, mamãe, você tem que levá-lo para bem longe e me
deixar proteger o meu filho por um maldito segundo a mais!
Perfeito.
Eu ainda não lhe dei um nome. Mama sugeriu muitos, todos eles
italianos, todos eles se encaixam em um líder. O próprio pensamento
faz meu peito se apertar. Meu bebê não merece isso. Talvez eu pudesse
fugir e protegê-lo para sempre, em algum lugar onde os monstros não
podem tocá-lo. No fundo, eu sei que nunca vai acontecer. Eles sempre
vão nos encontrar. Não tenho opções.
Estou presa.
A melhor parte.
É originário da Grécia.
~8~
~*~*~*~
— Ele é italiano!
— Você terminou?
Seus olhos fuzilam os meus. Eu me pareço com ele. Não era óbvio
à primeira vista, mas quanto mais eu olho para ele, mais eu me vejo.
Que peculiar é a ironia, não? Eu era amante do mafioso italiano mais
poderoso deste lado do estado e o homem era casado com a minha
irmã. Só que eu não sabia que ela era minha irmã.
— Ou o quê? — Eu desafio.
Eu recuo.
~9~
— Não, — eu digo desafiando-o. — Seu nome está escrito em
pedra. Eu não vou mudar.
Eu engulo.
Eu acredito nisso.
~ 10 ~
Capítulo dois
— Quietinho meu bebezinho, — eu canto baixinho, acariciando a
cabeça do Ajax.
Uma batida suave na porta faz a minha cabeça virar, e Celia anda
cautelosamente através da janela até a porta. É minha primeira semana
de volta em Chicago. Ela está no processo de se mudar comigo para
facilitar as coisas, então por enquanto eu ainda estou sozinha.
~ 11 ~
conforto que tenho agora. A única coisa que faz minha vida miserável
parecer melhor.
— Mate-o então.
Eu olho séria para ela. — Você acha que ele é o único metido
nisso? Ele provavelmente já se antecipou e tem um assassino pronto
para atirar em mim ou no meu filho se algo acontecer a ele. Essas
pessoas não jogam de acordo com as regras. Elas jogam sujo. Acredite
em mim quando eu digo que não há como escapar.
— Então você lida com Rafael e faz uma ruptura limpa. — Seus
olhos estão esperançosos, mas eu sei que a sua alma não. Ela sabe tão
bem quanto eu que não há nenhuma maneira de sair disto.
— Você realmente acha que ele vai me deixar sair dessa, uma vez
que ele tiver o que quer?
Meu coração bate forte em meu peito com esse pensamento, mas
eu não demonstro. Eu disfarço. Este homem não merece uma única
dose da minha simpatia. Se eu quebrar, se eu desistir, então eu vou
colocar o meu filho em risco e nada, absolutamente nada vale mais para
mim do que ele. Ainda assim, a ideia de algo acontecendo com Rafael
me dói. Irracionalmente assim.
— Eu vou fazer o que eu tiver que fazer e rezar para achar uma
maneira de sair disso, — eu digo, passando a mão pelo meu cabelo.
~ 12 ~
— Ele está convencido de que Rafael está apaixonado por mim.
Ele quer que eu volte para ele, e que eu consiga uma informação
privilegiada. Ele quer destruir Rafael.
— Ele vai persegui-lo, sem dúvida. Ele está sendo cuidadoso. Ele
está se certificando de que ninguém desconfie, fazendo Rafael parecer
um líder de merda. Basicamente, ele está trabalhando para tirá-lo da
jogada e, em seguida, sem dúvida, ele será morto por uma fonte
externa.
Seu rosto se contorce de medo. — Você acha que ele virá atrás de
Ajax, porque por direito de sangue, ele é o próximo líder?
~ 13 ~
Minhas entranhas se contorcem.
Ele parece surpreso que eu não tenha discutido com ele ainda.
Ele claramente não me conhece muito bem. — Ele vai a um evento de
caridade em alguma tentativa patética de mostrar uma boa imagem. Eu
não posso levar você lá sem suspeita, mas eu sei exatamente a hora que
ele vai sair, e você só vai estar passado na hora certa.
Pouco convincente.
Seus olhos piscam para Ajax. A ameaça está lá, em silêncio para
que eu faça o que ele está pedindo.
~*~*~*~
~ 14 ~
corpo inteiro está em alerta máximo, meus nervos, vibrando. Como vou
lidar com ele? Será que vai ser fácil? Será que eu irei querê-lo? Será que
vou odiá-lo? Eu vou apenas congelar? Como vou lidar com o meu
coração longe de Ajax?
— Eu estarei lá.
~ 15 ~
para o meu relógio novamente. Está na hora. Quando eu olho uma
segunda vez, eu paro de repente. Ele caminha para fora das portas da
frente com a mesma graça e dominância de sempre.
Seu smoking se encaixa o seu corpo como uma luva, e seu cabelo
escuro está penteado para trás em sua cabeça. Sua mandíbula,
esculpida, está tensa quando ele olha esquerda, e depois à direita. Em
seguida, ele para. E seu olhar é firme. E eu não posso mover. Eu não
posso. Eu tento, mas meu corpo se recusa a cooperar. Eu fico lá, meus
joelhos tremendo, meu corpo vibrando. Aqueles olhos intensos
castanhos me capturam, e eu sou sua escrava mais uma vez. Meu
corpo se transforma temporariamente em uma confusão patética.
Ajax.
Pense em Ajax.
Deus, ele se parece com o pai. Exatamente como ele. Meu coração
bate contra o meu peito, lembrando-me da dor, lembrando-me de por
que eu estou fazendo isso. Eu endireito meus ombros, olho para ele, e
depois me viro e começo a caminhar em outra direção.
— Agora.
~ 16 ~
Ele passa o olhar por mim, lentamente. Ele pode dizer que a
forma do meu corpo mudou? Que eu ganhei um pouco de peso? Será
que ele sabe que eu tive um bebê?
Como você está? Ele está falando sério? Que maldito fracasso.
— Bem.
Ele faz um som baixo, gutural em seu peito. — Pode não ser da
minha conta, mas eu ainda sou muito capaz de bater a minha mão na
sua bunda por ter essa atitude comigo.
~ 17 ~
Meu corpo treme. Traidor. — Estou partindo agora. Não tenho
nenhum interesse em falar mais com você, Rafael. Nós terminamos,
lembra? Essa foi a sua escolha.
Eu olho para trás para ver uma ruiva linda correndo. Ela é jovem.
Ela é linda. Ela é tudo o que eu não sou. Ela chega a ele e enrola o
braço no dele, olhando para ele com olhos de corça. — Aí está você,
querido. Eu não conseguia encontrá-lo.
Querido.
Eu olho para ela. — Eu sou a última. Seja cuidadosa; ele não tem
nenhum problema jogar o lixo para fora quando fica cheio, o que, em
um bom tempo, só leva cerca de um mês ou dois.
Droga.
Foda-se.
~ 18 ~
Capítulo três
Leva tudo dentro de mim para controlar minhas emoções na hora
que eu ando três quarteirões até o carro esperando por mim. Eu entro e
olho para frente. Riccardo está fumando um charuto, e eu quero
vomitar por causa do cheiro. Então eu quero estender a mão e perfurar
seus olhos por me obrigar a fazer isso. Ele olha para mim, mas eu não
olho para ele. Eu não posso. Ele vai ver na minha cara, a dor, a
fraqueza, e tudo isso por um homem que não merece isso.
— Não foi o que ele disse, era com quem ele estava.
Mais silêncio.
~ 19 ~
Mentira.
Verdade.
Ele sorri.
Não posso acreditar que este homem é meu pai. — Eu fiz o que
você queria. Isso é o fim da conversa.
Eu não sei se eu tenho forças para dormir com ele e apenas ficar
bem com isso. Sem emoção, fodidamente fria. Eu não sou assim. Sou?
Ajax.
Lembre-se de Ajax.
— Há uma chance de que ele queira ter você como sua esposa.
— Tanto faz.
~ 20 ~
Meu sangue fica frio, e eu assobio, — Eu não tenho uma única
fodida coisa de você.
Ele ri novamente.
Eu olho para fora pela janela até chegar à casa da minha mãe. Eu
saio, sem olhar para ele quando bato a porta. Ouço-o murmurar, —
Diga Olá para a sua mãe por mim.
Meu pai, bem o pai que me criou, ainda não tem conhecimento da
situação. Isso era parte do acordo. Meu pai e meu filho seriam
protegidos se eu cooperasse. Mama sabe só porque eu não pude conter
a minha raiva quando descobri que ela tinha feito. Reviver aquele
momento, faz meu peito apertar.
— Você mentiu para mim toda a minha vida. Você mentiu para o
papai. Você é uma mentirosa!
— Julietta...
— Eu...
— Eu não sabia que você estava envolvida com Rafael. Julie, por
favor. Eu não sabia. Se eu soubesse, eu teria lhe avisado.
~ 21 ~
Lágrimas rolam pelo meu rosto. — Isso simplesmente não é o
suficiente.
Ambos se viram.
— Ela não se sentia bem, então teve que ir cedo. Como Ajax
ficou?
— Ele foi perfeito. — Ele sorri, orgulhoso. — Assim como seu avô.
~ 22 ~
— Você pode ficar, — diz Mama com a voz esperançosa.
Meu filho.
Meu menino.
~*~*~*~
Eu não posso acreditar que tenho que lidar com esse idiota
novamente. Já se passaram três semanas desde que Ajax nasceu, e eu
tive que voltar para o trabalho. Isso significa lidar com Jacob de novo
diariamente, o que não é uma coisa boa para o meu temperamento
agora.
~ 23 ~
— Você ainda está vendo aquele — ele olha ao redor — homem?
— Olá Julietta.
Eu recuo e olho para cima para ver Rafael olhando para mim,
com os braços cruzados, encostado a um SUV preto brilhante.
~ 24 ~
— Ela era só um encontro, — ele murmura, passando a mão pelo
cabelo. Porra. Ele parece tão malditamente bonito. — Não que isso seja
da sua conta.
~ 25 ~
— Sua esposa morreu apenas o que, há dez meses? Como você
pode sequer pensar nisso?
Seu rosto endurece. — Isto não tem nada a ver com a perda de
Maria. Isto é sobre você e eu.
— Não existe você e eu, você deixou isso muito claro quando eu
lhe disse que tinha sentimentos por você. Oh, e então houve o tempo
que você me usou para obter informações...
— Julietta...
— Julietta...
Ouch.
~ 26 ~
— Eu não estou interessada, Rafael.
~ 27 ~
Capítulo quatro
— Você não me disse que viu Rafael.
— Ficou claro?
~ 28 ~
Riccardo sorri. — Você está errada. Ele leva muito a sério o que
acredita ser seu.
Eu bufo.
Deus, eu o odeio.
~*~*~*~
— Eu não posso acreditar que ele está fazendo você fazer isso, —
murmura Celia, bebendo a taça de Cosmo que está na frente dela, que
acabaram de servir para nós.
~ 29 ~
Ela ri, e nós brindamos com as taças. Conciliar a difícil tarefa de
amamentar com as exigências erráticas de Riccardo, foi mais fácil dar a
Ajax leite em pó. Outra coisa que esse idiota tirou de mim e do meu
bebê.
Quando ele olha para mim, meus olhos ficam maiores. Uau. Ele
tem os olhos mais incríveis que eu já vi. Eles são mais escuros do que
Raf, o que quer dizer algo. Eu poderia jurar que são negros.
Eu tremo.
— Oi, — eu sussurro.
~ 30 ~
Seus olhos digitalizam o meu rosto, e ele se inclina para mais
perto em seu banco bar. — Marcus.
— Perdão?
— Marcus. E você é?
— Ah, Julietta.
Eu pisco. — Como?
A Julietta dele.
Dele.
Ele sorri agora. Deus. Estou prestes a cair da cadeira com sua
beleza. — Eu posso ver porque ele está com você. Uma palavra?
Viro-me para Celia, que está olhando para ele com olhos grandes.
— Eu não vou demorar. Se eu não voltar em dez minutos, seu nome é
~ 31 ~
Marcus...? — Dirijo-me de volta para ele e aceno com a cabeça,
esperando por ele para preencher os espaços em branco.
E musculoso.
Sexy.
Oh cara.
~ 32 ~
Capítulo cinco
— Então,— eu digo quando Marcus e eu chegamos ao lado de
fora, — o que é tão importante que você não podia falar comigo dentro
do clube?
Eu tenho que jogar com calma. Talvez ele só tenha ouvido alguns
trechos.
— Você disse que estava fazendo o que tinha que fazer, e algo
sobre deixá-lo com ciúmes. Importa-se de me dizer do que se trata?
~ 33 ~
É claro que ele tem uma esposa.
Eu recuo.
Seu rosto suaviza. — Alguém está mandando você fazer algo que
você não quer?
~ 34 ~
Ele sorri, mas não a ponto de alcançar seus olhos. — Você
sempre usa sabão de bebê, ou simplesmente decidiu que esse seria bom
para hoje?
Leva tudo dentro de mim para não chegar até o meu vestido e
respirar o cheiro de sabão de bebê que tenho usado para lavar todas as
roupas. Possui um odor característico. Como flocos suaves de talco de
bebê e lavanda. Qualquer um que já teve uma criança conhece o cheiro.
Qualquer pessoa que não teve uma criança simplesmente não iria
reconhecê-lo. Eu nem sequer sabia o que era até Ajax nascer.
Abro a boca.
Ele sabe.
Meu lábio inferior treme e uma lágrima rola pelo meu rosto. —
Ajax, — eu sussurro.
~*~*~*~
~ 35 ~
Eu olho para o homem com quem estou dançando. Suas mãos
estão em meus quadris e, honestamente, eu quase não tomei
conhecimento dele. Eu sou grata por ele ser atraente. Ele poderia ser
um maldito animal, e no meu estado de espírito, eu não teria notado.
Rafael nunca teria acreditado em mim se visse isso.
Ele só olha para mim. Sim. Chris pode ser bonito, mas ele
certamente não é tudo isso.
Chris mantém as mãos nos meus quadris até que uma voz
potente irradia através da multidão, acima da música, fazendo Chris e
eu parar de se mover.
Chris olha por cima do meu ombro. Seu rosto empalidece, e suas
mãos caem. — Você está tentando fazer ciúmes para Rafael? — Ele
suspira. — Rafael Lencioni?
~ 36 ~
Chris vira e se afasta depressa antes de eu dizer outra palavra.
Covarde.
~ 37 ~
Minha boca se abre.
Ele gira os quadris, e o atrito faz meu sexo rugir para a vida. Ele
pulsa sob seu toque.
— Não.
— Agora, Rafael.
— Desde que você não é nada para mim, e eu sou uma mulher
livre. Agora saia de cima de mim.
Ele sorri.
Tão perfeito.
~ 38 ~
— Saia.
— Não.
— Sim.
— Não.
— Eu juro...
Droga.
Deus.
— Não tente me fazer ciúmes com outros homens, — diz ele, com
a voz rouca. — Você é minha. Quanto mais cedo você perceber, melhor.
Vou ter você na minha cama novamente, Julietta. E nós dois sabemos
que é exatamente onde você quer estar.
— Eu vou dizer a Celia onde você está.— Com isso, ele sai.
~ 39 ~
Eu não sou forte o suficiente para isso.
~ 40 ~
Capítulo seis
— Funcionou?
— Você é doente.
~ 41 ~
Eu aconchego Ajax mais perto.
— Fora! — Eu estalo.
Quando ele foi embora eu olho para Ajax. Sua cabeleira escura
está caindo. Mama diz que vai cair antes de voltar ficar ainda mais
espesso. Seus olhos são os maiores olhos castanhos que eu já vi. Ele é
maravilhoso. Absolutamente perfeito.
~ 42 ~
Eu canto baixinho para ele até que seu pequeno corpo amoleça
em meus braços. Ele está dormindo. Quando ele está tendo uma noite
agitada, eu faço isso, e funciona.
— Julie?
Ela aparece na porta e pega Ajax. Ele se mexe, mas não acorda. —
Vou vesti-lo e colocá-lo na cama.
~ 43 ~
Eu sinto falta dela também. Mas agora meu foco é apenas Ajax. —
Quando isso acabar, vamos conversar, mas por agora eu preciso fazer o
que puder para proteger meu filho.
~*~*~*~
~ 44 ~
— Pode dizer a Rafael que Julietta está aqui?
~ 45 ~
— Eu estava andando para o meu carro depois do trabalho, — Eu
soluço. — E alguns caras me assediaram. Me cercaram; Eu fiquei
assustada. Um casal estava passando e eles foram embora, mas eu
fiquei com medo. Então eu cheguei em casa e tive uma briga enorme
com Celia. As coisas estão exatamente assim... fodidas.
— Você sempre pode vir aqui, — diz ele, pegando meu queixo. —
Sempre, baby.
Baby.
— Sente-se, Julietta.
— Você veio aqui por uma razão, e nós dois sabemos disso, — ele
grita atrás de mim.
Eu paro, esfregando uma mão sobre meu rosto, mas sem me virar
e olhar para trás.
— Você quer isso tanto quanto eu. Você pode fugir, mas nós dois
sabemos que isso vai acontecer eventualmente.
— Rafael, — eu sussurro.
~ 46 ~
Meus joelhos tremem.
Droga.
— Julietta.
Dê sua cara para bater, Julie. Você tem que fazer isso. Você não
tem outra escolha. Me viro devagar, engolindo minha emoção e
tentando colocar um bloco sobre o meu coração. — Eu não estou pronta
para dormir com você ainda.
— Também preciso... de espaço. Celia não vai ficar bem com você
comigo; ela não gosta de você e ela vive comigo agora. Minha casa está
fora dos limites. Eu irei até você.
Droga.
~ 47 ~
Capítulo sete
— Eu não gosto disso, — murmura Celia, balançando Ajax em
seus braços.
Ela olha para Ajax. — Não é justo. Eu gostaria que houvesse algo
que pudéssemos fazer.
~ 48 ~
Ela acena uma mão. — Continue.
— Pode dar certo. Você não vai saber com certeza a menos que
pergunte a ele.
— Eu sei que você está, — diz ela suavemente. — Mas você é tão
forte. Você está tão determinada a passar por isso por causa deste
rapaz, — ela balança Ajax de leve — mas você é apenas uma pessoa,
Julie, e você está prestes a entrar no mundo de Rafael novamente. Eu
sei que você diz que está bem com isso, mas o fato da questão é que
você ainda está sofrendo por ter perdido ele, e eu honestamente não
acho que você pode apenas ser sua namorada falsa sem qualquer
apego.
~ 49 ~
Eu me enrolo na banheira, meus joelhos contra o peito, minha
barriga ligeiramente inchada contra as minhas pernas. A dor em meu
coração cresce a cada dia que passa. Não só fui enganada pela minha
própria mãe, mas tudo o que eu achava que sabia, é mentira. Eu estou
presa em uma espiral. A única segurança que eu tenho agora é o bebê
crescendo dentro de mim. O bebê de Rafael. No momento em que ele ou
ela nascer, eu sou deles. Eles virão atrás de mim, e eles vão me obrigar a
fazer coisas indizíveis ao homem que eu amo para proteger o meu bebê.
~ 50 ~
— Vai ficar tudo bem. Nós vamos sobreviver a isso.
— Sim.
Eu também.
~*~*~*~
~ 51 ~
— Sim, eu posso ajudá-la? — Uma voz masculina vem através do
interfone.
— Ah, sim, — eu digo em voz alta. — Estou aqui para ver Marcus.
— Ah, não, mas ele me disse que eu poderia vir e vê-lo a qualquer
momento. Meu nome é Julietta.
— Um momento.
Certo.
Aparecer.
Meu Deus.
Me mate agora.
Marcus sorri. Bem, pelo menos ele não acha que eu sou uma
aberração. Isso tem que contar para alguma coisa, certo?
Eu acho.
Eu concordo.
~ 52 ~
— O bebê?
Eu recuo.
Certo.
~ 53 ~
— Eu posso te proteger, Julie, — diz ele. — Eu posso jurar isso.
— Pessoas?
~ 54 ~
Como se isso fosse acontecer. — Olha, Marcus, — eu digo em pé,
— obrigada, mas eu não deveria ter vindo.
Ela é uma boa pessoa, isso é certo. Ela não me conhece, mas ela
está mais do que disposta a perguntar como eu estou.
— Por favor, ah, não diga Raf eu vim aqui. — Com isso, eu corro
para a porta da frente.
~ 55 ~
Eu aceno e ele solta o meu ombro.
~*~*~*~
Ele pisca para mim. — Você é mais esperta do que parece. Não,
não fui eu, mas nada mais aconteceu desde então. Hoje aconteceu
outra coisa.
Deus.
~ 56 ~
Porcaria. — Alguém sabe que você não está jogando limpo, então?
— Não.
— Como? Eu sou apenas uma amante. Ele não dizia nem a Maria
sobre seus negócios.
Ele está com raiva. Ótimo. Eu não tenho tempo para instigar
ainda mais ele agora. — Tudo bem, eu vou. Eu só preciso de alguém
para cuidar Ajax.
~ 57 ~
— Vá se foder, Riccardo. Eu vou, mas você vai me deixar
encontrar alguém para cuidar do meu filho.
~ 58 ~
Capítulo oito
— Julietta, — Rafael diz, com os olhos nos meus. — O que você
está fazendo aqui?
Ele não vai me chutar para fora. — Ok, — eu digo, minha voz
ainda firme.
— Bom.
~ 59 ~
Ele aponta para a sala principal e eu obedientemente vou em
direção a ela. Ele e Vincent desaparecem pelo corredor.
Eu olho ao redor. Não parece haver nada. Isso não significa que
não há.
— Tenho certeza que isso vai fazer quem quer que seja, surtar, no
mínimo. Esperemos que ele perca um passo em algum lugar. Agora, eu
pretendo passar o tempo com a mulher linda sentada lá fora. Vamos
manter isso entre nós, entenderam?
~ 60 ~
— Não, — diz Rafael. — Riccardo provavelmente não vai
concordar. Isso fica entre nós por enquanto. Vou informá-lo se for
necessário. Ele está ocupado tentando descobrir quem são os
responsáveis pelos bombardeiros.
— Um aviso.
Olho para Vincent, que está sorrindo para mim. — É bom ver você
de novo, Julie. Como você vai torturar o meu irmão hoje?
~ 61 ~
Eu não posso evitar o sorriso que se estende por todo o meu
rosto. Eu gosto do lado insolente de Vincent. Ele parece ser um cara
bom. — Isso vai depender de quão bom ele for para mim.
Ele bate nas costas de Rafael. — Ouviu, irmão? Melhor ser legal
com ela.
Merda.
Outro passo.
Outro passo.
Deus.
~ 62 ~
Certo. Eu recentemente tive um bebê.
Nenhuma pergunta.
~*~*~*~
Isso me assusta.
~ 63 ~
— Bem, o que? — Eu estalo, entrando na cozinha, com Ajax em
meus braços. Ele é tão incrivelmente lindo. Parece que está crescendo
diante dos meus próprios olhos a cada dia. Eu poderia jurar que ele
sorriu para mim esta manhã. Ele parece ainda mais com Rafael a cada
segundo. Perfeição na forma de um menininho.
Ajax se mexe e eu decido que ele não precisa ser exposto a isso,
então desvio de Riccardo e o coloco em sua cadeira de balanço. Eu
empurro uma chupeta em sua boca, e ele rapidamente cai no sono.
Então eu caminho de volta para a cozinha e enfrento Riccardo. — Não
grite comigo na frente do meu filho.
— Nada.
Seus olhos brilham com raiva e ele pisa para frente, efetivamente
prendendo-me no canto da minha cozinha. — Você está mentindo para
mim.
— Eu não estou.
Vou dizer a ele mais tarde, talvez. Eu vou dizer o que eu ouvi em
outro momento. Ele não precisa saber disso agora. Não até que eu
decida o que vou fazer...
~ 64 ~
verdade. Eu não tive a oportunidade de ouvir nada, porque eles
pararam logo que eu cheguei.
— Coloque gelo. Rafael vai fazer perguntas. — Com isso, ele sai.
— Ei querida!
~ 65 ~
— Tão chateada que você se deu um olho roxo?
— Seu olho vai ficar roxo, se você não colocar gelo, — Celia diz,
pegando Ajax dos meus braços. — Agora venha aqui para a cozinha e
deixe-me fazer alguma coisa.
Eu suspiro. — Riccardo.
Eu suspiro.
~ 66 ~
Capítulo nove
— Não surte.
— Como você...?
~ 67 ~
— Eu estou no turno do dia, por isso geralmente saio por volta
das cinco horas. Quer me dizer o que é que vamos fazer?
— Claro. — Eu sorrio.
Às vezes eu desejo mais do que qualquer coisa que ele não fosse
um Lencioni. Isso faria minha vida muito mais fácil. Mas meu filho é
quem ele é, e eu o amo muito mais por isso.
~ 68 ~
Eu concordo. — Eu não posso... Eu não posso ser vista. Este local
é seguro?
Eu suspiro.
~*~*~*~
Julie - É mesmo?
Eu sorrio.
Rafael - Bom. Então você sabe que eu gosto que você faça o
que eu mando.
~ 69 ~
Julie - O quê?
Bom.
Ele sorri, tocando seu dedo nos lábios, também. Ele estuda meu
rosto, estreitando os olhos. Ele pode ver o meu olho roxo?
~ 70 ~
Seus olhos brilham. — É algo que eu deveria ficar preocupado?
Ele rosna. — Cuidado com o que você tem a oferecer, eu vou levá-
la para trás do edifício e deslizar meu pau em sua boca sem hesitação.
Minha paciência está acabando.
~ 71 ~
Capítulo dez
— Então, alguma ideia de onde estamos indo? — Pergunta Celia.
— Senhoras.
Ele é um motoqueiro.
Então.
Então.
~ 72 ~
Esses são motoqueiros que ele estava falando. Não.
Maddox ri.
~ 73 ~
— Vamos fazer isso, — eu digo, agarrando a mão da minha
melhor amiga.
~*~*~*~
~ 74 ~
Nós nos movemos mais perto do armazém, e eu coro conforme
alguns homens assobiam para mim. Nós vamos em direção a um grupo
de pessoas, uma mistura de homens e mulheres, e todos eles param de
conversar quando chegamos. — Marcus Tandem!— Outra mulher linda
diz.
— Mack.
— Não sabia que Rafael tinha uma nova 'amiga', — diz outro
homem. Ele é um pouco assustador, mas igualmente lindo com seu
cabelo escuro bagunçado e suas tatuagens.
~ 75 ~
Santana vem para o meu lado. — Uma menina que não tem medo
da máfia, mas tem medo de nós.— Ela sorri calorosamente. — Você é
linda.
Certo?
~ 76 ~
Capítulo onze
Eu jogo minha cabeça para trás e rio. — Vocês são todos loucos.
Eu rio com ela. — Você faria qualquer coisa pelo amor de um cara
bonito.
— É uma longa história, — Celia diz para mim. — Mas ele não
sabe sobre isso e, por enquanto, deve permanecer assim.
— Você não tem que nos dizer duas vezes, — diz Santana. — Nós
entendemos completamente.
~ 77 ~
— Marcus mencionou que você está em apuros, — diz Pippa. —
Qualquer coisa que possamos ajudá-la?
~ 78 ~
— Bem, eu estava errada. Eles não são o que eu esperava.
~ 79 ~
Capítulo doze
— Onde diabos você estava?
~ 80 ~
plano para deixar Rafael mal e quando isso acontecer, a vida vai ficar
mais agitada. Você precisa estar pronta. É hora de começar a levá-lo
abaixo.
— Ele tem fiéis seguidores, eu não vejo como você vai conseguir
faze-lo parecer ruim, e tira-lo da sua posição.
Ele diz — limpar tudo, — como se eles não fossem nada mais do
que sucata. Não um cartel.
— Minha filha era boa e leal. Ela sabia que o lugar dele era meu.
Ela sabia que poderia viver a vida que ela quisesse se eu assumisse. Ela
era inteligente. Ela era boa para mim. Ao contrário de você.
Eu expiro e esfrego a minha mão sobre meu rosto. Rafael vai ser
morto. Só de pensar, meu peito se aperta. Faz-me sentir tão mal eu
tenho que me inclinar para ter uma respiração estável. Ele merece um
~ 81 ~
monte de coisas, mas eu não quero vê-lo ferido. Eu pensei que poderia
lidar com isso; Eu pensei que eu pudesse fazer de tudo, a fim de
proteger o meu filho, mas o fato da questão é que eu não sei se eu
consigo ver Riccardo acabar com Rafael.
Droga.
~*~*~*~
— Eu também, — eu admito.
Eu o quero. Nós dois sabemos que eu vim até aqui para que
pudéssemos foder. Eu desço a mão entre nós e tomo posse de seu
pênis, enrolando meus dedos em torno dele através de suas calças. Ele
assobia e empurra seus quadris, empurrando-o mais na minha mão.
Eu aperto e dou um passo para trás, forçando-o a dar um passo,
também. Eu desato o cinto. Então eu fico de joelhos, olhando para ele
através dos meus cílios.
~ 82 ~
Seu belo pau surge livre quando eu abaixo as calças dele. Eu
senti falta disso. Oh tanto. Eu abaixo a minha boca, deslizando minha
língua entre meus lábios e deslizando-a sobre a sua cabeça. Ele
assobia, e seus dedos apertam no meu cabelo. — Não brinque, Julietta.
Um aviso.
Eu não abro.
Ele joga a cabeça para trás e rosna quando goza, atirando seu
esperma na minha garganta. Eu levo tudo, engolindo freneticamente até
que a última gota desapareça.
Ofegante, ele desliza seu pau da minha boca e me libera. Ele olha
para mim, soltando o meu cabelo enquanto eu limpo minha boca com
as costas da minha mão. — Você está perfeita assim de joelhos.
Eu tremo.
~ 83 ~
— Claro, — eu digo, com a minha voz rouca.
— Vem.
— Sempre, Cara.
Uma lágrima desliza para fora do meu olho e corre pela minha
bochecha. — A culpa é minha, — eu sussurro.
~ 84 ~
ficou em uma situação ruim. Ela sabia que não era para reagir, e ela
reagiu. Não havia nada que pudesse ter sido feito.
Sim, havia.
Eu poderia não ter dito a ela que estava grávida de seu marido. —
Talvez.
— Não importa o que aconteceu entre vocês duas, não foi culpa
sua.
~ 85 ~
Eu gostaria de não me importar com ele.
~ 86 ~
Capítulo treze
— Alguém está de sacanagem comigo!— Riccardo grita, abrindo a
porta do meu apartamento de repente.
— Ele não iria te falar nada — Riccardo ruge, — é por isso que
você vai estar na casa dele hoje à noite, e você vai invadir seu escritório.
Eu preciso saber o que está acontecendo.
Meu sangue corre frio. Ele não pode estar falando sério. — Não há
nenhuma maneira que eu faça algo tão completamente estúpido!
~ 87 ~
— Não é problema meu. Meu problema é ter certeza que ele não
está desconfiado de mim. Se ele descobrir que eu sou a pessoa por trás
do sumiço das cargas, ele vai fazer coisas muito piores do que me
matar. Se ele me pegar, eu vou dizer a ele sobre você estar me ajudando
e você vai morrer de qualquer maneira. Se você quiser manter o bebê
seguro, você vai fazer o que eu estou pedindo.
Riccardo me dá um tapa.
Poder.
~ 88 ~
Sua mandíbula aperta, mas não ele discute. — Eu preciso saber
se eles estão em cima de mim. A única maneira de fazer isso é você
entrar no escritório de Rafael e ver o que você pode descobrir.
— Se você for cuidadosa, ele não vai. Mas, para ser mais
garantido, você irá drogá-lo.
Seus olhos piscam para a faca. — É uma boa ideia. Você vai até
lá, come com ele, derruba um comprimido para dormir em seu vinho, aí
você o leva para a cama. Quando ele estiver desacordado, você vai até
seu escritório.
~ 89 ~
— Eu não estou pedindo, — diz ele. — Estou mandando. Amanhã
à noite, Julietta. Eu vou enviar tudo que você precisa antes de você ir.
Abro a boca para discutir com ele, mas como sempre, ele se vira e
sai do meu apartamento.
~*~*~*~
Eu não posso.
Pego meu telefone e mando uma mensagem para minha mãe pela
centésima vez, me certificando que Ajax está bem. Não consigo remover
o mal-estar da minha barriga. Parece perigoso. Eu sinto como se algo
muito ruim fosse acontecer. Riccardo me assegurou que se eu seguisse
cada instrução sua nada vai dar errado, mas eu não acredito nele. Eu
não posso. Droga.
— Julietta.
Deus o que eu estou fazendo? Que tipo de monstro sou eu? Ele
não merece isso. Não importa o que ele fez, ele não merece isso. Talvez
eu deva ir buscar o meu filho e voltar. Vou trazê-lo para cá. Rafael vai
nos manter seguros.
~ 90 ~
Mas não o meu pai.
E minha mãe.
E Celia.
~ 91 ~
Eu fico na ponta dos pés e o beijo, porque se eu tiver que olhar
nos olhos dele um segundo a mais não vou saber lidar. Ele recebe o
beijo como sempre faz, me puxando para mais perto.
Ele para e pressiona o dedo aos lábios. — Não faça isso. Você é a
mulher mais linda que eu já vi, Julietta. Você poderia estar cinquenta
quilos mais pesada do que estava quando você me deixou, e eu ainda
acharia isso. Nunca se esconda de mim. Você é perfeita.
Ele me beija até que minha cabeça está girando e meu corpo fraco
por ele, então ele empurra e, lentamente, levanta meu vestido sobre a
minha cabeça. Minhas mãos instantaneamente vão para o meu
estômago. Ele joga o vestido, me dá um olhar severo, e rosna, — Tire
suas mãos daí, Julietta.
— Não.
~ 92 ~
Suas mãos batem nas minhas, tirando-as de lá. Seus olhos caem
para o meu estômago e eu estou apavorada. O que ele pode dizer?
Seus olhos piscam de volta para o mim. — Você está ainda mais
bonita.
Eu engulo em seco que ele chega perto, soltando meu sutiã. Ele o
remove e olha para os meus seios mais cheios. Meu leite secou, mas
eles ainda estão um pouco inchados por causa da gravidez e do
nascimento. — Eu certamente não estou reclamando sobre isso,— ele
rosna, inclinando-se e pegando meu mamilo na boca. — Perfeito.
— Raf, — eu respiro.
— Raf.
Ele abaixa o seu belo rosto e captura meu clitóris em sua boca,
sugando-o profundamente. Eu suspiro me arqueando. Ele o leva mais
profundo com uma ferocidade que eu não senti dele antes. É quase
doloroso. Tão perfeito. Eu grito, meus dedos enrolados nos lençóis. Seus
dedos encontram minha abertura, e ele empurra para dentro. Eu gozo
com tanta força, que arqueio minhas costas e grito seu nome. Faz tanto
tempo.
~ 93 ~
entrada e me viro para olhar seus olhos. Ele se parece com um animal
solto prestes a explodir.
Então ele me fode. Ele não vai devagar. Ele me fode com uma
ferocidade que nós dois precisamos. Ele me mostra o quanto ele
também sentiu a minha falta.
Oh Deus.
Sua mão solta uma das minhas coxas e cai entre as minhas
pernas, encontrando meu clitóris. Ele esfrega em círculos suaves
enquanto seu pau continua a trabalhar na minha boceta. Eu gozo com
uma explosão, meu corpo salta, meu sexo pulsa. Ele rosna, os dedos
apertando em torno de minhas coxas, e então ele sussurra meu nome
enquanto encontra a sua libertação também.
~ 94 ~
Capítulo catorze
— Vou pegar um pouco de vinho para a gente, — eu digo,
levantando a cabeça do peito de Rafael e me empurrando para fora da
cama.
Quando eu volto, Rafael ainda está na cama, mas ele tem seu
telefone na mão. Ele o larga quando eu entro e me encara. Seus olhos
estão sombrios, misteriosos, e um pouco desconfiados. Será que alguém
acabou de ligar para falar alguma coisa?
Deve ser difícil ter que lidar com isso constantemente. Eu deslizo
para a cama e ele me puxa em seus braços, me apoiando contra ele. Eu
tomo meu vinho, também, e eu saboreio. Eu não posso ver se ele está
tomando o seu pela forma como ele está me segurando, mas eu sei que
o ele tem na mão, então isso é tudo que eu preciso.
~ 95 ~
Meu coração ainda está batendo forte, e eu me pergunto se ele
pode sentir isso.
— O mesmo de sempre.
— Bom.
~ 96 ~
~*~*~*~
Eu sigo cada passo e oro com tudo dentro de mim que isso
funcione.
Nada acontece.
~ 97 ~
mexer em seu computador, porque, bem, eu não sou boa com
tecnologia.
Rafael.
Ele me pegou.
Mas é.
— Você me drogou. — diz ele, sua voz tão gelada que me apavora.
Nunca o ouvi assim, nunca. — Você realmente acha que eu sou tão
estúpido? Você realmente acha que eu iria confiar em você caminhando
pela minha casa sem qualquer segurança? Eu vi você colocar a droga
em meu vinho.
Não.
Não.
Não.
— Agora, eu vou perguntar uma única vez, o que diabos você está
fazendo?
~ 98 ~
— Eu estava... Eu estava apenas... -— Eu não posso nem falar.
Eu não posso mentir. Tenho tanto medo, estou tão incrivelmente
aterrorizada, que eu mal posso pensar. — Eu estava procurando por
um, ah, telefone.
— Você está sendo uma agente dupla. Tem sido você o tempo
todo.
O que?
Não.
Isto é ruim.
Muito ruim.
Não digo nada; Eu não posso. Se eu falar, meu filho vai morrer.
Eu não posso chegar até ele. Eu não posso. Rafael não vai me deixar
sair agora, e no segundo que Riccardo descobrir que eu não voltei, ele
vai chegar na casa dos meus pais antes de mim. Oh Deus. Ajax.
Lágrimas explodem e correm pelo meu rosto.
Eu não posso.
~ 99 ~
enganar e me trair. Você vai ter o mesmo destino de todos aqueles que
fizeram o mesmo comigo.
— Rafael...
— Três.
— Por favor. Ele precisa de mim. Não me mate, não me tire dele!
~ 100 ~
Ele não diz nada; apenas abre uma porta no final de um corredor.
É um quarto totalmente seguro. Com trancas pesadas. Portas
reforçadas. Janelas gradeadas, protegido. Não.
Em vão.
Ele se foi.
~ 101 ~
Capítulo quinze
— Levante-se.
— Vincent, — eu sussurro.
— Levante-se.
— Vire-se.
— Eu não...
— Agora, Julietta.
Eu quero morrer. Ele não está com Ajax, o que significa que ele
não o encontrou. Minha mãe ficaria com ele até meia-noite, então Celia
disse que ia levá-lo para casa e cuidaria dele até o dia seguinte.
~ 102 ~
Ele deve ter ido depois da meia-noite procurá-lo. É a única
explicação dele não estar com o meu filho. Ele não sabe onde Celia e eu
moramos.
— Onde está a criança? — Rafael exige, sua voz tão dura e fria
que me assusta.
Eu não sou.
Eu sou um monstro.
Eu não tenho escolha. Meu filho estaria mais seguro aqui do que
com Celia. No segundo que Riccardo ficar sabendo que eu fui pega, ele
~ 103 ~
vai atrás de qualquer coisa que possa ter certeza que me faria ficar de
boca fechada, Ajax seria o primeiro. Minha mãe nunca iria falar. Sua
culpa sobre a situação é sufocante. Ela faria qualquer coisa para não
tornar as coisas pior, mas eu tenho que proteger o meu filho.
— Você traiu a máfia. Isso é bastante grave, — Benito diz, sua voz
sem qualquer tom. — O que obviamente nos faz perceber que você está
fazendo isso por uma boa razão. Eu suponho que a razão seja o que
Rafael está indo pegar agora.
— Eu N-n-n-na não...
~ 104 ~
— Garota inteligente. É uma pena você não usar esse cérebro
antes de trair Rafael.
Por um milagre.
Por tudo.
~*~*~*~
RAFAEL
Eu bato na porta do endereço que Julietta me deu. Uma raiva
diferente de tudo que eu já senti, pulsa em minhas veias. Raiva e
traição. Ela mentiu para mim. Ela fodidamente me usou. Ela fez um
papel duplo. Foi ela... Ao longo de todo tempo que estávamos fodendo. A
mulher por quem eu me apaixonei. A mulher a quem eu dei meu
coração.
~ 105 ~
Ela me traiu.
Ajax?
Eu quase rio em voz alta. Ela deve está brincando comigo? Ela
colocou o nome do nosso filho, o primeiro filho da minha linhagem de,
Ajax?
— Sim, estou com ela. Eu sei o que ela fez. Ela é por minha conta
agora, e esse garoto é meu. Agora, entregue-o para mim.
— Ela teve que fazer isso, — diz ela freneticamente. — Ela não
tinha escolha. Ele ia machucar seu bebê, e seu pai, e...
— Mentirosa, — eu assobio.
~ 106 ~
— Me dê a criança.
Eu ainda olho para ela. — Se você quiser vir, eu não vou impedir.
Agora pegue a criança.
— Eu ouvi. É terrível.
Não.
~ 107 ~
— Vamos, — Eu rosno, minha voz ainda afiada. — Agora! — Eu
exijo quando pego a cadeirinha de carro do bebê ao lado da porta da
frente.
Viro-me e saio.
~ 108 ~
Capítulo dezesseis
— Celia!— Eu choro do meu lugar na sala de estar, onde eu ainda
estou algemada.
— Solte ela, seu animal,— Celia grita para Vincent. — Ela não é
um cão.
Ele olha para ela. Ela passa por ele como se ele não fosse nada
mais do que uma mosca. Ela se senta ao meu lado e traz Ajax para
perto. Seus olhos sonolentos vibram e ele começa a se mexer. Ele vai
ficar com fome.
— Solte ela. Ela precisa ficar com seu filho, — exige Celia,
olhando por cima para Rafael, que está olhando para Ajax com uma
expressão vazia.
~ 109 ~
— Você trouxe suas coisas? — Pergunto a Celia.
Ele olha para mim, seu rosto está tão branco e preocupado. —
Você não pode dar merda de ordem nenhuma. Você tem sorte de estar
viva.
Rafael investe para cima de mim, mas não chega, pois Ajax
começa a chorar.
Ele se vira e sai da sala. Celia tira uma mamadeira de sua sacola
e vai em direção a cozinha adjacente à sala de estar, mas Vincent a
para. — Mostre-me essa mamadeira.
~ 110 ~
— Eu não estou tentando te assustar. Se eu fosse, você estaria
com medo.
— Meu nome é Celia, não que você vá ter um motivo para gritar
isso. — Ela o olha de cima a baixo. — Uma pena.
Juro que parece que Vincent vai cair na gargalhada ou talvez ele
só vai pegá-la e comê-la viva. De qualquer maneira, a careta em sua
face agora é inestimável.
Com isso, ele volta para o centro da sala de estar para continuar
de guarda. Celia aquece a mamadeira e volta, entregando-me. Sento-me
e seguro Ajax em meus braços enquanto eu o alimento. Ficar acordado
até tão tarde vai estragar todo o seu horário de sono, e vai ser difícil
voltar depois.
~*~*~*~
~ 111 ~
— Para quem você está trabalhando? — Exige Rafael.
— Não falar não vai nos levar a qualquer lugar, Julietta. Eu vou
descobrir, porra e você vai sofrer por isso.
— Droga, — ele late, varrendo tudo fora de sua mesa. Seu laptop
bate na parede e se parte em dois. Papel se espalha por todo o chão. —
Pelo menos me diga por quê.
Ele bate a mão no peito dele. — Será que isso significa qualquer
coisa para você, porra?
Isso machuca.
~ 112 ~
— E depois de obter essas informações? — Eu seguro seus olhos,
o desafiando.
— Eu não sei.
— Não até que você me diga para quem diabos você está
trabalhando.
~ 113 ~
atrás se tivesse tido chance, mas eu não sou da máfia. Eles são. Deixe-
os ajudar.
— Eles vão descobrir, — ela sussurra. — Você sabe que eles vão.
Diga-lhes, Julie.
Nós vamos para a cama juntas, e eu quase podia jurar que estava
dormindo antes da minha cabeça bater no travesseiro.
~ 114 ~
Capítulo dezessete
RAFAEL
O meu copo voa pela sala e bate na parede. Um barulho alto, e a
raiva é arrancada do meu peito. Eu lanço meu abajur ao lado,
quebrando-o em mil pedaços de merda.
— Chefe.
— Não. Você é meu irmão. Você esta bravo. Você vai estragar
tudo, se eu não tiver perto de você. Eu não vou sair.
Eu estalo com os olhos irritados para ele, mas como sempre, ele
não recua. — Que porra você sabe?
— Mentira, — eu lato.
~ 115 ~
— Se você não pode ver isso, então você é o único estúpido de
merda aqui.
— Sim, eu sou, porra porque a nossa mãe teria morrido por nós.
— Então ela mentiu. Eu apostaria minha vida que ela sabe quem
é.
~ 116 ~
Eu expiro e esfrego minha testa. — Deixe-as dormir, então vamos
interrogá-la.
~*~*~*~
JULIETTA
Ele está bêbado.
— O que eu te disse sobre mentir para mim? — Ele diz, sua voz
suave, quase suave demais para se ouvir.
~ 117 ~
— É a única coisa que eu não posso lidar. Você poderia ter feito
qualquer outra coisa, Julietta, mas você tinha que mentir.
Deus.
Droga.
Não chore.
— Rafael, — eu sussurro.
~ 118 ~
Ele pisca os olhos, e libera seu pênis antes de empurrar o meu
vestido para cima.
— Eu vou te foder com força, — diz ele, acariciando seu pau para
cima e para baixo, devagar, preguiçosamente. — Vai doer.
— Rafael — Eu suspiro.
— Não fale, porra — ele ordena com sua voz rouca. — Isso é meu.
Isto é para mim.
Seu pau está duro, ele me estica enquanto bate em mim. O cinto
queima contra os meus pulsos, mas eu não me importo. Congratulo a
dor.
Impulso.
Impulso.
~ 119 ~
Ele me solta desfazendo o cinto e puxando as calças para cima. —
Saia.
Eu não digo nada. Nem ele. Mas ele estende a mão e pega a
minha mão no meio do corredor.
~ 120 ~
Capítulo dezoito
RAFAEL
— Ouça, — Celia diz, se jogando para baixo no sofá na minha
sala. — O que quer que você pensa que vai arrancar de mim, você não
vai conseguir.
— Você pode me dar duas opções para que eu possa decidir qual
maneira eu prefiro ser torturada hoje? — Ela suspira, cruzando as
pernas.
— Eu não vou dizer nada, Rafael. Então não me peça para fazer
isso.
~ 121 ~
— Como está a sua irmã, Celia? — eu pergunto casualmente.
— Não, ela não fez. Mas você se esquece quem eu sou? Vou fazer
o que eu tiver fazer, para descobrir para quem Julietta está
trabalhando.
~ 122 ~
Vincent puxa o seu telefone do bolso. Celia se lança sobre o
encosto do sofá. Ele dá um passo para trás, mas não antes que ela
bater na mão dele e arrancar seu telefone. Mulher impressionante.
Eu sei que Celia não vai permitir que isso aconteça. Sua família
luta muito, e Jade vai perder tudo sem a ajuda financeira.
— Sim, eu quero falar com você sobre Jade. Eu liguei mais cedo.
Eu preciso que você acabe com essa bolsa de estudos como discutido.
— Rafael! Você não pode. Ela vai morrer sem isso. Isso é tudo
para ela. Por favor.
— Sim. Você me deve isso, Henry, por isso, certifique-se que isso
aconteça. Hoje.
~ 123 ~
Eu desligo o telefone e olho para Celia, que está chorando e
sacudindo a cabeça.
Olho para Vincent, que deve estar tão chocado quanto eu. No
entanto, seu rosto está em branco e não revela nada.
Ela cobre o rosto com as mãos. Pobre garota. Eu a fiz trair sua
melhor amiga.
~*~*~*~
JULIETTA
Riccardo vai perder a cabeça, especialmente porque Celia se foi
assim como todas as coisas de Ajax, e eu sei que ele vai assumir o pior.
Ele vai assumir que eu saí da cidade, ou que fui até Rafael e disse-lhe
tudo. Ele vai enlouquecer e quanto mais tempo eu ficar presa aqui,
mais eu vou enlouquecer. Eu não posso avisar meus pais. Eu não posso
ter certeza de que eles estão bem.
~ 124 ~
há raiva neles, apenas piedade. Minha pele se arrepia e meu corpo
começa a tremer. Algo está errado. Algo está muito errado.
— Ele foi baleado cerca de duas horas atrás, — diz Rafael. — Sua
mãe está bem, e nós a levamos para um local seguro até que possamos
encontrar Riccardo e acabar com isso.
~ 125 ~
Eu começo a cair antes que eu possa ter a chance de me conter.
Rafael dá um passo e me pega antes de eu bater no chão. — Isto é tudo
culpa sua, — eu choro em seu peito, segurando o casaco.
Ele não diz mais nada. Ele apenas me segura enquanto eu grito e
choro. E ele me segura quando eu paro. Ele me segura quando a
exaustão toma conta de mim e eu adormeço em seus braços.
~ 126 ~
Capítulo dezenove
Sinto-me entorpecida, apertando a mão da minha mãe chorando.
Rafael pediu para um de seus motoristas trazê-la discretamente, cerca
de uma hora atrás, para sua casa.
— Não, — ela diz, com a voz quebrada junto com seu espírito. —
Eu só vou me deitar.
~ 127 ~
que eu amo. Ela fez o que tinha que fazer, a fim de proteger sua irmã.
Eu nunca deveria ter pedido a ela para manter o meu segredo. Eu sei de
tudo isso, mas eu não posso evitar o vazio que estou sentindo para com
todos no momento.
Eu olho para eles e falo com uma voz monótona. — Eu não sei
quem, e essa é a verdade. Tudo o que sei é que os bombardeios não
foram a mando dele, porque ele estava pirando que alguém fosse
interromper seus planos. Os carregamentos - foi ele. Ele fez tudo isso.
— Eu não sei. Eu acho que Maria pode ter ligado quando fomos
levadas. É a única maneira que eu acredito que ele possa ter
descoberto.
Eu olho para ele. — Sim. Foi por isso que ela surtou.
Seu rosto endurece, e ele olha para longe. Eu não sinto nada.
— Sim. Ele me disse que se eu não fizesse o que ele queria, ele
iria se certificar de que Ajax se machucaria, ou a minha família. Ele
também me disse que se eu contasse a alguém e ele fosse morto, que
~ 128 ~
tinha alguém de olho em mim para me matar. Eu estava de mãos
atadas.
~*~*~*~
JULIETTA
Um som me acorda, um som alto, que só aumenta.
~ 129 ~
Ele olha para Vicente e ordena, — Leve as meninas até o abrigo
seguro. Nós vamos lidar com isso.
Riccardo.
Não.
~ 130 ~
Capítulo vinte
JULIETTA
Tapa.
Tapa.
Eu recuo.
Tapa.
— Meu plano não mudou. Ele virá até você. Ele não será capaz de
evitar e quando ele chegar, eu vou acabar com isso.
~ 131 ~
Tapa.
— Você vai pagar por cada tapa que você está dando no meu
rosto, — eu digo com os dentes cerrados. — De uma forma ou de outra,
você vai pagar.
Riccardo está nervoso. Seu plano deu errado, e ele sabe disso,
mas ele ainda está se apegando em alguma esperança patética que pode
descobrir uma maneira de escapar disso. Ele vai morrer. Disso eu tenho
certeza. Eu só quero saber, quem mais vai morrer junto com ele? Só
Deus sabe que tipo de plano que ele tem. Ele provavelmente tem um
plano B sendo executado nesse exato momento.
~ 132 ~
Alguém está seguro?
~*~*~*~
RAFAEL
— Ela tem uma pulseira de rastreamento, — eu digo, andando
pela sala, balançando Ajax em meus braços.
Ele é perfeito.
Não é culpa dele, mas eu sei que essas palavras não irão ajudá-lo
agora, então nós apenas o deixamos sentado refletindo.
Riccardo não é estúpido, o que significa que ele vai ter algo no
lugar para se certificar de que seremos mortos assim que chegarmos.
Ele nos conhece. Ele sabe como nós trabalhamos. Ele vai antecipar
cada movimento. Eu tenho que pensar fora da caixa, e o tempo está se
esgotando.
Porra.
Julietta.
~ 133 ~
Ajax se mexe e começa a chorar em meus braços. Em primeiro
lugar, ele precisa de proteção.
Ela está com raiva de mim. Ela tem todo o direito de estar. Isto é
minha culpa. Eu deixei Julie ficar nessa posição, e é por isso que cabe a
mim corrigir as coisas.
Ela se levanta e caminha, tirando-o dos meus braços. Ela não diz
nada, o rosto está duro. Ela se culpa pela morte do pai de Julietta. Não
é culpa dela. Isso também é por minha conta.
~ 134 ~
Eu disco o número de Marcus.
— Rafael, fale.
~ 135 ~
Capítulo vinte e um
— Que porra você quer dizer com ‘eles ainda estão na casa de
Vincent’? — Riccardo ruge, andando de um lado para o outro.
— Por que diabos não ele veio atrás dela? Que tipo de jogo ele está
fazendo? Você ainda está rastreando o telefone dele?
Rafael é inteligente.
Eu não sei o quê, mas eu tenho que confiar que ele tem um plano.
Eu estou simplesmente grata por ele estar vivo. Eu não sei o que eu
faria se algo acontecesse com ele. Com qualquer um deles. Eu puxo o
braço novamente, sibilando enquanto uma das minhas mãos se
~ 136 ~
desvencilha das cordas. Eu a mantenho nas minhas costas enquanto
eu tiro a outra, sacudindo-a e tentando soltá-la, também. Continua
presa A cabeça de Riccardo se mexe e eu paro de me mover, olhando
para ele.
— Ele vai vir atrás dela, porra. Eu sei que vai. Eu o conheço
muito bem.
Eu nunca achei que Rafael não viria até mim, mas a dúvida
insiste em apertar o meu peito. E se ele ainda estiver irritado e não vier?
E se ele levar Ajax e me deixar aqui? Será que ele vai me deixar morrer
aqui? Será que ele realmente me ama? Ou será que ele me odeia agora?
Que tipo?
Vinte homens.
Como diabos eu vou passar por esses homens sem ser morta?
~ 137 ~
Eu olho ao redor. Tem que haver uma maneira.
Possivelmente dois.
Pense em Ajax.
~ 138 ~
está respirando. Por agora. Eu uso todas as minhas forças para chutar
sua barriga, e então eu puxo a arma da parte de trás da calça dele. Eu
a seguro, e fico de pé. Eu preciso respirar. Está tudo bem. Vai ficar tudo
bem.
A tiro ressoa e uma bala passa pela minha cabeça. Com um grito,
eu caio no chão e começo a rastejar em direção a uma enorme pilha de
carros antigos à minha esquerda. Mais balas voam em minha direção e
eu fecho os olhos por um segundo, fazendo uma oração silenciosa para
conseguir sair dessa. Alguém começa a gritar e mais balas voam em
minha direção. Eu alcanço os carros e me enfio entre eles, usando-os
para me proteger.
Eu acerto um deles.
~ 139 ~
Então eu começo a me mover novamente.
Droga.
Imbecil teimoso.
~*~*~*~
Eu não posso.
~ 140 ~
Eles estão em toda parte. Estou cansada. Dolorida. Receosa.
Riccardo sai, com arma apontada para mim. Meu corpo inteiro
paralisa. Como diabos ele me encontrou? Como é que ele ainda está
vivo? Meus joelhos tremem. Minhas mãos tremem. Tento levantar a
minha arma, mas ele sibila, — Se mexa, e eu explodo a porra dos seus
miolos.
Não.
Não.
Não.
— Você não vai vencer essa, — eu digo com a minha voz áspera.
Não.
Não.
~ 141 ~
A minha visão começa a borrar e os meus dedos tremem na arma.
— Ele pensou que poderia passar por mim, mas ele não
conseguiu. Um dos meus homens o acertou mais cedo, um tiro limpo
na cabeça, ele não sofreu. Então veja, querida filha, eu já ganhei.
Não.
Raf.
Riccardo ri.
~ 142 ~
— Eu me pergunto como devemos acabar com ele? — Krypt diz,
dando um passo para frente com um sorriso enorme no rosto. — Eu
voto cortar seu pau em primeiro lugar.
— Eu acho hilário o quão patético você é, agora que você não tem
saída, — eu digo, pendurada em Tyke porque eu honestamente não sei
se eu posso me segurar. — Eu nunca deveria ter dado o que você
queria. Eu nunca deveria ter dado. Eu sei disso agora.
Riccardo exala.
dão um passo à frente, segurando seus braços para que ele não
possa se mover.
~ 143 ~
— Vai ser por mim o fim dele, — eu digo com minha voz forte e
determinada.
Riccardo olha para mim. — Você não pode. Você não faria isso.
Eu sou seu pai, certamente você não poderia matar seu próprio pai?
Você não é um monstro.
Eu puxo o gatilho.
Rafael?
~ 144 ~
Riccardo estava prestes a ir abaixo, de modo que fez o que eu mandei.
Funcionou perfeitamente. Ele abaixou a guarda.
Meus joelhos cedem e ele me puxa contra seu peito. Ele suporta o
meu peso enquanto eu me derreto nele. Eu não digo nada. Eu apenas
soluço. O abraço ele e soluço.
Acabou.
Finalmente acabou.
~ 145 ~
Epílogo
— Ohhhhhh, — Jaylah canta saltando Ajax em seus braços. —
Ele é tão lindo! Mack! Eu quero outro.
— Ele é tão perfeito, que vai continuar assim quando ficar mais
velho, — Santana suspira, acariciando o cabelo macio de Ajax.
Eu rio.
— É.
— Não é.
Eu coro.
~ 146 ~
— Deus, eu pensei que motoqueiros fossem ruins, — ri Jaylah. —
A máfia é pior.
— Nós podemos nos culpar, nós duas temos razão para isso, ou
podemos esquecer, porque isso é o que o papai teria desejado. Ele não
~ 147 ~
ia querer isso. Se ele estivesse aqui, ele diria que somos muito
delicadas.
E nós vamos.
~*~*~*~
~ 148 ~
Eu me levanto um pouco, descendo entre nós e tomando seu
pênis, trazendo-a para a minha entrada e então lentamente afundo
nele. Nós dois gememos. É uma sensação incrível. Eu me estico em
torno dele e, lentamente mexo meus quadris dando o atrito que
precisamos. O prazer explode dentro de mim e eu meus braços circulam
seu pescoço, trazendo-o para perto e pressionando nossos corpos
juntos.
~ 149 ~
Ele dá um tapa minha bunda. — Está acontecendo.
— Não.
— Sim, Cara.
— Não me conteste, você sabe que eu vou puni-la por isso, — ele
avisa.
— Ele vai.
— Não, Julietta.
— Sim, Rafael.
Ele rosna.
Eu rio.
— Você pode dar a ele um nome do meio italiano, se isso vai fazer
você se sentir melhor, — eu sorrio, beijando seu nariz.
Ele sorri.
Ainda assim
Maldita Máfia.
~ 150 ~
Quem estou enganando, eu não seria quem eu sou sem eles.
Sem ele.
FIM
~ 151 ~