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Segurança Pública
Prof. Iverson Kech Ferreira
Indaial – 2021
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof. Iverson Kech Ferreira
F383t
ISBN 978-65-5663-665-8
ISBN Digital 978-65-5663-660-3
Impresso por:
Apresentação
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao nosso estudo a respeito da
toxicologia e segurança pública no Brasil, em que iremos diversificar as
pesquisas, a partir do amplo tema da toxicologia e intoxicação, partindo para
a abrangente temática das drogas.
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................................... 3
2 TOXICOLOGIA E TOXIDADE......................................................................................................... 4
2.1 INTRODUÇÃO À TOXICOLOGIA.............................................................................................. 4
2.2 TOXICIDADE................................................................................................................................... 8
2.3 ESPECIALIDADES TOXICOLÓGICAS..................................................................................... 11
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 15
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 16
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 19
2 A INTOXICAÇÃO.............................................................................................................................. 19
2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS TÓXICOS............................................................................. 20
2.2 FORMAS DE INTOXICAÇÃO.................................................................................................... 21
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 27
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 28
TÓPICO 3 — AS DROGAS................................................................................................................. 31
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 31
2 DROGAS CONSIDERADAS LÍCITAS.......................................................................................... 32
3 DROGAS CONSIDERADAS ILÍCITAS........................................................................................ 36
3.1 TRATAMENTO NORMATIVO DAS DROGAS NA LEGISLAÇÃO NACIONAL.............. 40
3.2 A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E AS DROGAS............................................................................ 41
3.3 A LEI Nº 11.343/2006..................................................................................................................... 42
3.4 PROCEDIMENTO PENAL (ARTS. 48 E 49) ............................................................................. 53
LEITURA COMPLEMENTAR............................................................................................................. 55
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 59
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 60
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 62
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 67
2 POLÍTICAS PÚBLICAS E AS DROGAS....................................................................................... 68
3 SEGURANÇA PÚBLICA E AS DROGAS..................................................................................... 82
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 95
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 96
TÓPICO 2 — DROGAS NAS FAMÍLIAS......................................................................................... 99
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 99
2 IMPACTO DAS DROGAS NAS FAMÍLIAS.............................................................................. 103
3 USO DE DROGAS NA ADOLESCÊNCIA.................................................................................. 107
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 110
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................. 111
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................. 113
2 QUESTÕES SOBRE O TRÁFICO DE DROGAS........................................................................ 117
3 A VIOLÊNCIA DO TRÁFICO NAS FAVELAS E COMUNIDADES..................................... 121
LEITURA COMPLEMENTAR........................................................................................................... 124
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 127
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................. 128
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 131
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................. 171
2 REPRESSÃO DO TRÁFICO NAS FRONTEIRAS DO BRASIL............................................. 172
3 PROGRAMA DE PROTEÇÃO INTEGRADA DE FRONTEIRAS (PPIF)............................. 175
4 ENAFRON.......................................................................................................................................... 177
5 A OPERAÇÃO ÁGATA................................................................................................................... 179
LEITURA COMPLEMENTAR........................................................................................................... 182
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 186
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................. 187
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 189
UNIDADE 1 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
AS ESPÉCIES DE TÓXICOS
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico! Você, certamente, já ouviu falar das propriedades
dos elementos diversos, percebendo que na maioria das vezes, elas se diferem
por conta de sua natureza química, e qual a percepção do mundo perante
determinados elementos.
3
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
2 TOXICOLOGIA E TOXIDADE
Há aqui uma diferença epistêmica de nomenclaturas. Note, prezado
acadêmico, que muitas vezes a importância das definições científicas, analisadas
por métodos rigorosos, levam o pesquisador a diversos caminhos em sua jornada
de descobrimento. Em poucas palavras, a diferença entre toxicologia e toxidade é
justamente a dose de um remédio que se experimenta.
4
TÓPICO 1 — AS ESPÉCIES DE TÓXICOS
Reza a lenda, que por volta de 75 a.C. Mitríades VI, rei do Ponto, território
hoje localizado na Turquia, desde criança tinha a obsessão por venenos e chegou
a ingerir pequenas quantidades de inúmeros tóxicos, desejando obter imunidade
contra eles, ao desenvolver resistência aos seus componentes. Ainda, segundo a
lenda, isso funcionou, pois certa vez foi capturado pelo rei inimigo e considerou
ingerir uma grande quantidade de veneno para não se fazer prisioneiro, mas não
conseguiu o efeito desejado. Daí o termo que usamos hoje para designar o uso de
doses significativas de toxinas no organismo, com a intenção de proteção contra
intoxicação causada por venenos diversos: o mitridato (SHIBAMOTO, 2014).
5
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
DICAS
Você já deve ter ouvido que “a diferença entre o remédio e o veneno é a dose”. Pois essa é
uma variação popular da frase “a dose faz o veneno” do cientista Paracelso (1493-1541). Seja
qual for versão, as duas frases, de certa forma, resumem o conceito de toxicologia.
A toxicologia estuda a interação entre os compostos químicos e os seres vivos. Ao
observar esta relação, procura identificar em qual situação e em que quantidade a
substância química (seja ela natural ou sintética) começa a causar danos ao organismo.
Isso permite verificar não só quais são os efeitos adversos provocados por esta substância
como também estabelecer o uso seguro da mesma, além de desenvolver formas de
prevenção e de tratamento de contaminações.
A toxicologia tem um carácter multidisciplinar, pois relaciona-se com diversas outras áreas
tais como biologia, genética, fisiologia e farmacologia. Por isso, seu campo de atuação
também é bastante facetado. Alguns exemplos de linhas de atuação são a toxicologia
ambiental (que verifica o impacto de poluentes nos ecossistemas), a analítica (que
identifica fármacos ou drogas de abuso no sangue, saliva, cabelo e unhas, e auxilia no
desenvolvimento de tratamentos e prevenções de intoxicações), a ocupacional (que avalia
exposição dos trabalhadores a substâncias químicas) e a forense (que procura a presença
de agentes tóxicos em uma investigação criminal).
A conselheira do CRBM-5 Marina Venzon Antunes conta sua experiência na área, e
apresenta outras possibilidades de atuação para o biomédico habilitado em toxicologia.
– Quais características e habilidades o profissional deve ter para trabalhar nesta área?
MA – Assim como o profissional biomédico que atua em outras áreas, o biomédico
toxicologista deve, entre outros, prezar pela ética profissional, ser organizado, proativo,
manter-se constantemente atualizado, ter visão crítica, estar atento às inovações, ser
questionador.
7
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
2.2 TOXICIDADE
Se a dose certa é determinante para que se diferenciar o remédio ou o
veneno, conforme nos é explicado por Paracelso, então podemos definir qual a
quantidade excessiva de doses, ou o próprio potencial tóxico de uma substância,
que indicam sua toxicidade. E isso interpreta também a força de sua letalidade
perante o organismo afetado.
8
TÓPICO 1 — AS ESPÉCIES DE TÓXICOS
9
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
DICAS
10
TÓPICO 1 — AS ESPÉCIES DE TÓXICOS
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UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
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TÓPICO 1 — AS ESPÉCIES DE TÓXICOS
13
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
DICAS
• Todas as substâncias são venenos; não há nenhuma substância que não seja um
veneno. A dose certa é que diferencia o veneno de um remédio, conforme nos
ensinou Paracelso.
15
AUTOATIVIDADE
17
18
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
OS PROCESSOS DE INTOXICAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico! Neste tópico, nós iremos abordar quais são os
processos mais inerentes à intoxicação, para que possamos seguir nossos estudos a
respeito das drogas líticas e ilícitas. Nesse ínterim, entender como os componentes
diversos passam a agir no organismo através dos contatos, que podem ocorrer
de maneiras diversas, nos dão um grande respaldo quando o assunto exige o
domínio de determinados conceitos técnicos da área médica e biológica.
2 A INTOXICAÇÃO
Diante dos diversos produtos químicos utilizados pelas sociedades,
a intoxicação passou a ser considerada, pela Organização Mundial da Saúde
(OMS), um problema de saúde pública de importância global. O número de
pessoas intoxicadas cresceu substancialmente, por determinados motivos, entre
eles o uso incipiente de remédios diversos, os tóxicos utilizados por empresas
alimentícias e de limpeza, e a comercialização criminosa de entorpecentes
(AZEVEDO; CHASIN, 2003).
19
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
20
TÓPICO 2 — OS PROCESSOS DE INTOXICAÇÃO
21
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
Sintomas como a salivação e suor excessivos, hálito com forte odor, diarreia
e vômito, queda de temperatura, lesões na pele e até mesmo a inconsciência,
podem ser relatos que confirmam que uma pessoa pode estar passando por um
período de reprovação do organismo ao produto a que foi exposto; e esse é o
primeiro sintoma de uma intoxicação (OGA; CAMARGO; BATISTUZZO, 2008).
E
IMPORTANT
Veja, prezado acadêmico, que com a pandemia mundial da Covid 19, o número
de intoxicação aumentou, pelo uso prolongado de determinados produtos e pela própria
quarentena, identificando as crianças como grandes personagens de envenenamento
nesse período. Também destacamos algumas orientações, a fim de prevenção e cuidado
com o armazenamento de produtos altamente tóxicos, como os domissanitários (produtos
de limpeza):
A fim de reduzir os riscos à saúde causados pelo aumento da exposição tóxica por
produtos de limpeza no país, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou
a Nota Técnica (NT) 11/2020, que alerta a população sobre o crescimento dos casos de
intoxicação.
De acordo com a Anvisa, embora não haja informações que demonstrem o vínculo
definitivo entre a exposição e os esforços de higienização e desinfecção para evitar a
disseminação da covid-19, parece haver uma associação temporal com o aumento do uso
dos produtos.
O documento orienta também sobre o uso e o armazenamento adequados dos chamados
saneantes domissanitários, ou seja, os saneantes de uso domiciliar que contêm substâncias
ou preparações destinadas à higienização e à desinfecção.
A nota foi elaborada com base nos dados dos centros de Informação e Assistência
Toxicológica (CIATox). “Para se ter uma ideia do crescimento dos casos de intoxicação,
de janeiro a abril deste ano os CIATox receberam 1.540 registros de intoxicação devido a
produtos de limpeza envolvendo adultos, um aumento equivalente a 23,3%, comparado ao
mesmo período de 2019, e de 33,68%, com relação a 2018”, informa a Anvisa.
22
TÓPICO 2 — OS PROCESSOS DE INTOXICAÇÃO
Crianças
No que se refere às crianças, foram registrados 1.940 casos, um aumento de 6,01% e de
2,7%, em relação a 2019 e 2018, respectivamente. De acordo com a Agência, os números
mostram que os acidentes domésticos envolvendo exposição tóxica a substâncias químicas
são mais frequentes com o público infantil e, portanto, há necessidade de dispensar mais
cuidados às crianças.
Orientações básicas
1- Mantenha os produtos de limpeza fora do alcance de crianças e animais. Esses produtos
podem atrair a atenção principalmente de crianças pequenas, entre 1 e 5 anos de idade.
2- Evite o armazenamento desses produtos em recipientes diferentes e não etiquetados.
3- Supervisione as crianças, não permitindo que elas acessem os ambientes onde esses
produtos são guardados.
4- Não deixe detergentes e produtos de limpeza em geral embaixo da pia, ou no chão dos
banheiros.
5- Leia e siga as instruções descritas no rótulo de cada produto.
6- Evite a mistura de produtos químicos.
7- Garanta a ventilação quando manusear um desses produtos destinados à limpeza,
higienização e desinfecção.
8- Inutilize as embalagens vazias. Isso porque elas sempre ficam com resíduos, ou seja,
restos dos produtos. Jogue fora as embalagens vazias, preferencialmente valendo-se do
sistema de coleta seletiva, de modo a separá-las do lixo orgânico.
9- Em caso de emergências toxicológicas, não provoque vômito. Tenha em mãos o número
do Centro de Informação e Assistência Toxicológica, o CIATox: 0800-722-6001.
Todos esses casos fazem parte da intoxicação exógena, que será visto no
livro didático ao considerar o uso das drogas lícitas e ilícitas.
É pela via cutânea (pele), que os agentes nocivos podem encontrar a entrada ao
nosso corpo, disseminando através do tato e do contato com o maior órgão do corpo
humano, toda sua potencialidade. A via oral ou digestiva representa um grande risco
à saúde por conta da ingestão de produtos diversos, na intoxicação alimentar ou no
próprio uso de entorpecentes (DALL’ACQUA; ROSSI; COUTO; MOREIRA, 2011).
23
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
24
TÓPICO 2 — OS PROCESSOS DE INTOXICAÇÃO
Dores no musculo do
Convulsões -
pescoço
Alterações na pulsação,
respiração e temperatura - -
corporal
Aumento ou diminuição das - -
pupilas
FONTE: Adaptado de Klaassen e Watkins (2012).
25
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
No tópico por vir, vamos nos concentrar no estudo das drogas, tanto
aquelas consideradas lícitas, quanto ilícitas. E veremos qual é o tratamento
normativo para esse tema que tanto traz discussões diversas, perfazendo-se em
uma grande temática na atualidade.
26
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os danos ao organismo também são definidos pela ação do produto e por sua
capacidade de invasão aos órgãos; esses danos são considerados reversíveis e
irreversíveis, dispostos na classificação dos efeitos tóxicos.
27
AUTOATIVIDADE
28
3 A respeito dos principais sintomas de intoxicação, responda à questão
CORRETA:
29
30
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
AS DROGAS
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 3, iremos abordar o universo das drogas; e você já
sabe, que todo fármaco produzido e vendido nas farmácias espalhadas mundo
afora, é considerado droga. Tanto que antigamente costumava-se chamar as
farmácias de drogarias. Mas não são apenas remédios, considerados drogas
lícitas, que possuem uma interação com o organismo, podendo alterar algumas
de suas funções.
Vamos lá!
31
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
DICAS
32
TÓPICO 3 — AS DROGAS
Além dos remédios, outras drogas são consideradas drogas lícitas a partir
de sua composição química, e são capazes de obter uma interação não saudável
com o organismo. A Organização Mundial de Saúde (OMS), avalia e define
que droga é toda substância natural ou sintética, capaz de causar dependência
psicológica ou orgânica, a partir de seu uso. A organização também considera
essa situação um problema da saúde (OMS, 2021).
33
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
34
TÓPICO 3 — AS DROGAS
Outra droga lícita, que também vem causando muitos estragos desde
os tempos mais antigos, é o cigarro. Instrumentalizador da nicotina, o produto
potencializa os efeitos da droga natural, juntando-os aos inúmeros produtos
químicos utilizados em sua produção, inalados diretamente ao pulmão através
das vias respiratórias. Segundo Varella (2011), a nicotina é uma substância
alcaloide, existentes em plantas e fungos, e que pode ser localizada em folhas de
tabaco que têm sua origem nas Américas do Sul, Central e Norte.
35
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
36
TÓPICO 3 — AS DROGAS
Penal. Mas quando há a normatização dos hábitos pessoais dos indivíduos, como
o uso de drogas que podem ser causadoras de um mal irreversível ao organismo
humano, existe o ânimo do Estado em diminuir os problemas diversos causados
pelos entorpecentes, e entre eles, a saúde e a violência.
Por ser uma droga de fácil acesso, muitos desses jovens já fizeram seu uso,
dentro de seus grupos. Para o sociólogo, há uma grande possibilidade do jovem
nunca mais voltar a experimentar a droga, pois a indisposição e o desprazer após
os primeiros usos são capazes de fazer com que a pessoa nunca mais retorne à
substância. Subjetivamente, as concepções apreendidas são de que o produto não
atingiu o que prometia ou que a instabilidade causada no organismo não vale
uma segunda tentativa. Além desses temores, a convivência com a família e os
termos morais repartidos com os seus parentes, tornam o primeiro encontro após
o uso trágico de forma que não valha o risco (BECKER, 2015).
37
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
Então, você pode notar que as drogas ilícitas são assim consideradas por
lei, e sua produção e venda ilegal são estimuladas pelo tráfico de drogas, um
crime que se organiza cada vez mais. No próximo tópico iremos analisar como o
direito se sobrepõe diante disso tudo, em suas normas mais importantes sobre o
tema drogas.
ATENCAO
38
TÓPICO 3 — AS DROGAS
também, quando são utilizados compostos químicos que possuem em sua estrutura
variadas fontes químicas que se chocam entrando em desacordo, quando deveriam estar
em harmonia.
Destarte, um remédio utilizado para desobstruir vasos sanguíneos com intuito de passagem
do sangue ao coração com maior fluxo não deve ser prescrito em conjunto a outra droga
que interfere no organismo de forma contraria, explicitando os antagonismos entre si.
Grosso modo, o remédio para enxaqueca não deve ser ministrado em conjunto ou próximo
ao remédio para dores físicas e musculares, uma vez que um possui a negativa do outro.
Tratando-se de drogas com menor potencial de ofensividade ao organismo, nesse caso, as
duas soluções entrariam em desacordo e se anulariam, a princípio.
No entanto, diversos remédios que determinam o funcionamento de órgãos vitais para
a saúde, como rins, coração e cérebro, por exemplo, também possuem um poder muito
maior de penetração nos sentidos e nos reclames oriundos dos pacientes, que se utilizam
dessas drogas para uma melhor e mais saudável perpetuação de vida.
A mistura de componentes antagônicos e potentes é capaz de provocar, além do delírio
e alienação, problemas físicos como a parada de órgãos vitais para a vida; dessa forma
muito se encontram casos em que o usuário de drogas sintéticas teve em seus primeiros
sintomas o colapso de determinado(s) órgão(s), geralmente avaliado em necropsia. De
forma contraria aos medicamentos de pequeno impacto, aqui essas não se anulam.
Assim o é a metanfetamina, muito utilizada em alguns países anos atrás com intuitos
terapêuticos, mas que passou a ser banida devido ao seu devastador impacto no organismo.
Por outro lado, as anfetaminas, que possuem em seu cerne o efeito estimulante, auxiliam
pessoas que precisam de atenção em suas atividades, bem como, manter-se acordados.
As drogas semissintéticas, como o crack e heroína, são das mais devastadoras conhecidas
em uso e sua dependência é dinâmica. Soldados feridos em combate e viciados após
longos tratamentos nos anos sessenta por morfina, passam a utilizar drogas que relativizem
os efeitos da morfina.
A pasta de cocaína, que se ouve ser apreendida em diversos casos de operação policial, é o
tesouro do tráfico pois dela deriva após manuseio, o Oxi e a Merla, entre outras drogas que
substancialmente emanam do pó produzido pela folha de coca.
A revolução de Heisenberg foi transformar os remédios, sintéticos por definição, separando
seus componentes ativos, ou seja, aqueles causadores de ilusão, dormência, perda de
ansiedade, antidepressivos, e juntá-los em um coquetel altamente puro em suas raízes,
mas viciante ao extremo, como a morfina.
Analisando a conduta, certamente Heisenberg, como produtor daquilo que vicia causando
dependência e possivelmente a morte, deve ser vista de acordo aos propósitos do
personagem, que era especificamente o lucro, custe o que custar, em detrimento de uma
ordem estabelecida pelo não uso de medicamentos proibidos ao grande público, por
questão de saúde pública e geral.
Destarte, era Heisenberg o criminoso de fato, aquele que propicia e fabrica, e, além de tudo,
vende, distribui e altera os rótulos dos produtos de forma sistêmica ao juntá-los a outros
tão potentes quanto. Esse sim, deve ser tratado pelo direito das penas, pois ameaça as
estruturas saudáveis que existem na engenhosa máquina humana.
Todavia, o problema das drogas é revelado em Breaking Bad de forma mínima, uma vez não
ser esse o intuito do programa; mas sim, demonstrar o que situações como a frustração, a
iminente morte e o medo podem causar a uma mente dinâmica e engenhosa como a de
Heisenberg.
Trazendo à realidade, nota-se o problema ser tratado de forma exaustiva pelo Direito Penal,
quando esse nada entende de vícios, tanto induzidos quanto causados por uma vontade
própria, penalizando doentes e pessoas dependentes com um rigor até muitas vezes maior
do que trata os grandes traficantes e os grandes fabricantes desses produtos em geral, tão
nocivos à vida humana.
FONTE: FERREIRA, I. K. Crime, arte e literatura. Porto Alegre, Ed. Canal Ciências Criminais,
2019, p. 105.
39
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
Mas, a primeira lei especifica sobre o tema foi sancionada pelo então
presidente Epitácio Pessoa, em julho de 1921. O Decreto nº 4.294 era composto
por 13 artigos que estabelecia penalidades aos contraventores na venda de
cocaína, ópio, morfina e seus derivados; “criou um estabelecimento especial para
internação dos intoxicados pelo álcool ou substâncias venenosas; estabeleceu
as formas de processo e julgamento e mandou abrir os créditos necessários”
(DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, 1921, p. 13407). Já em 1940, ao editar-se o Código
Penal, ficou tipificado o crime de tráfico e de posse de entorpecentes, que passou
a ser punido de um a cinco anos, explicitando os crimes contra a saúde pública a
partir de então.
40
TÓPICO 3 — AS DROGAS
Com a norma de 2006, em vigor nos dias atuais, mesmo com suas
imperfeições, ela consegue estabelecer uma nova forma de enxergar o problema
com as drogas, principalmente diferindo traficantes de usuários. Também faz
distinção entre o traficante de peso, considerado profissional do tráfico, com o
pequeno traficante, identificado como traficante eventual, prevendo sanções
menos severas. Ao dependente químico pode ser imposto tratamento médico
com a intenção de atenuação de alguma pena. De toda forma, tanto no Brasil
quanto em países diversos, o fato é que normas mais severas não conseguem
sucesso em sua função pedagógica de diminuição do tráfico de drogas, entretanto,
noutro sentido, normas e penalizações mais amenas podem incentivar o crime
organizado que se sustenta na impunidade (BATISTA, 1997).
41
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
DICAS
Você pode estudar a portaria 344, de maio de1998, que determina e aprova
o regulamento técnico da Vigilância Sanitária, acerca das substancias e medicamentos
sujeitos ao controle especial no site: https://bit.ly/3COlJTc .
Isso porque a lei traz em seu bojo artigos que definem tanto usuário
quanto traficante, mas que duplicam condutas que podem ser caracterizadas
tanto como uma coisa ou outra: Art. 28. “Quem adquirir, guardar, tiver em
depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será
submetido às seguintes penas [...]” e artigo Art. 33. “Importar, exportar, remeter,
42
TÓPICO 3 — AS DROGAS
43
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
44
TÓPICO 3 — AS DROGAS
Assim, o artigo 31 prevê a licença para transportar essa matéria, uma vez
que é comum o uso de algumas de suas substâncias pela indústria farmacêutica,
para a produção de remédios legalizados:
45
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
46
TÓPICO 3 — AS DROGAS
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UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
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TÓPICO 3 — AS DROGAS
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UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
VI - sua prática envolver ou visar a atingir adolescente, pois é punido aquele que
criança ou adolescente ou a quem tenha, vendem fornece ou oferece esses produtos
por qualquer motivo, diminuída ou para esse grupo distinto. O inciso VII,
suprimida a capacidade de entendimento último desse artigo, refere-se ao aumento
e determinação; da pena para quem financiar a pratica do
VII - o agente financiar ou custear a prática tráfico de drogas, previsto no artigo 36.
do crime.
Art. 41. O indiciado ou acusado que Se o autor do delito colaborar de forma
colaborar voluntariamente com a voluntaria com a investigação que se
investigação policial e o processo criminal deslinda, há a possibilidade da delação
na identificação dos demais coautores ou ou colaboração premiada. Trata-se de
partícipes do crime e na recuperação total um método utilizado em persecuções de
ou parcial do produto do crime, no caso crimes cuja prática envolva organizações
de condenação, terá pena reduzida de um ou associações criminosas (NUCCI,
terço a dois terços. 2013). Para isso, a norma estabelece que
a colaboração deve ser voluntaria e o
seu objeto deve ser eficiente, dispostos
na Lei 9.807/1999, em seu artigo 13 e
14 (Programa de proteção às vítimas e
testemunhas, que veio a instituir a delação
premiada no ordenamento jurídico
brasileiro.
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, Aqui há a expressa determinação ao
considerará, com preponderância sobre magistrado da causa se atentar, para
o previsto no art. 59 do Código Penal, a fixar a pena ao sentenciado por tráfico de
natureza e a quantidade da substância ou drogas, observando o artigo 59 do Código
do produto, a personalidade e a conduta Penal: O juiz, atendendo à culpabilidade,
social do agente. aos antecedentes, à conduta social, à
personalidade do agente, aos motivos, às
circunstâncias e consequências do crime,
bem como ao comportamento da vítima,
estabelecerá, conforme seja necessário e
suficiente para reprovação e prevenção do
crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984).
I - as penas aplicáveis dentre as
cominadas; (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
II - a quantidade de pena aplicável, dentro
dos limites previstos; (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - o regime inicial de cumprimento da
pena privativa de liberdade; (Incluído pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - a substituição da pena privativa da
liberdade aplicada, por outra espécie de
pena, se cabível (BRASIL, 2008).
50
TÓPICO 3 — AS DROGAS
51
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
Art. 46. As penas podem ser reduzidas de Aqui o sujeito possui discernimento e
um terço a dois terços se, por força das capacidade para entender o faro, mas
circunstâncias previstas no art. 45 desta não claramente, sendo considerado
Lei, o agente não possuía, ao tempo da como fronteiriço pela lei penal, por ter a
ação ou da omissão, a plena capacidade capacidade de entendimento reduzida.
de entender o caráter ilícito do fato ou Isso faz com que sua pena seja também
de determinar-se de acordo com esse diminuída de um a dois terços, mas ainda
entendimento. assim, deve ser aplicada pelo juiz (NUCCI,
2013).
Art. 47. Na sentença condenatória, o A sentença prolatada pelo juiz deve conter
juiz, com base em avaliação que ateste também a avaliação que é realizada por
a necessidade de encaminhamento do agentes de saúde, atestando ou não a
agente para tratamento, realizada por necessidade de tratamento médico. Aqui
profissional de saúde com competência se aproveita da sentença privativa de
específica na forma da lei, determinará liberdade para um melhor tratamento
que a tal se proceda, observado o disposto médico em razão do vício.
no art. 26 desta Lei.
FONTE: O autor
Na unidade por vir, iremos tratar das Políticas Públicas na área das drogas, e
como ela é mecanizada no Brasil através do Sistema Nacional de Políticas Públicas
sobre Drogas (SISNAD), mas por ora, devemos tratar de algumas alterações influentes
na lei 11.343/2006, conhecida como Lei de Drogas, trazidas pela Lei 13.840/2019.
Essa modificação foi importante para identificar os órgãos que fazem parte
da estruturação da Política Pública afirmada pelo Estado. Nesse sentido, a Lei nº
13.840/2019 alterou também o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), inserindo
a responsabilidade das organizações civis na conscientização no caso das drogas:
52
TÓPICO 3 — AS DROGAS
53
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
Além dos crimes que estão previstos no artigo 28 da Lei de Drogas, que
identifica o porte para consumo pessoal e o cultivo e colheita de plantas para
a preparação de drogas para o consumo pessoal, enquadram-se também nos
Juizados Especiais Criminais os tipos descritos nos artigos 33§ 3º (oferecer drogas
sem intuitos lucrativos), e 38 (ministrar e prescrever drogas). Entretanto, há
exceção que se configura quando há causa de aumento de pena, que faça com
que a sanção ultrapasse o máximo de dois anos, permitido para julgamento
despenalizador dos juizados. Já o artigo 49 diz que:
54
TÓPICO 3 — AS DROGAS
LEITURA COMPLEMENTAR
Camilla Colasso
O que é toxicologia?
Contexto histórico
• 429 a.C.: os espartanos queimaram enxofre para produzir fumos tóxicos e gases
sufocantes durante a Guerra do Peloponeso.
• 200 a.C.: Cartago derrotou os inimigos após contaminar tonéis de vinho com
Mandrágora, uma raiz que provoca sono narcótico. Depois da ingestão da
bebida pelos soldados inimigos, os cartagineses voltaram e os mataram.
• 190 a.C.: Aníbal, em uma batalha Naval contra Eumenes II, de Pérgamo,
lançou cobras venenosas nos conveses de navios inimigos para derrotar os
pergamenos. Ainda usou substâncias venenosas nas pontas de flechas para
dispará-las contra os inimigos.
55
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
• Antigo Egito: Mitrídates, rei do Ponto, atualmente Turquia, entre 120 a 63 a.C.,
também pesquisava substâncias. Mas, na época, nem se sabia ainda o que é
toxicologia. Assim, o rei desejava conhecer os venenos e seus antídotos. Conta-
se que ele queria se imunizar contra um eventual envenenamento, o que ficou
conhecido como mitridatismo. Segundo relatos, após uma derrota na guerra,
ele tentou o suicídio por envenenamento. Porém, não houve efeito e ele pediu
que seu servo o matasse com uma espada.
• Grécia Antiga: a toxicologia se espalhava por lá. Utilizava-se como veneno uma
planta chamada cicuta (Conium maculatum) para execuções. O notório filósofo
Sócrates, por exemplo, foi envenenado com essa erva. Além desse episódio, a
mãe de Alexandre, o Grande, também se tornou uma famosa envenenadora.
Ela esteve envolvida nas mortes de homens e mulheres proeminentes. Nesta
época, os gregos chamavam de Toxikón o ato de impregnar flechas com veneno.
• Roma Antiga: era empregado como veneno o acônito (Aconitum napellus sp),
que possui um alcaloide tóxico, a aconitina. Desse momento histórico existem
relatos de muitos envenenamentos de pessoas da alta sociedade romana. As
envenenadoras famosas foram Agripnina e Locusta.
56
TÓPICO 3 — AS DROGAS
As aplicações da toxicologia
57
UNIDADE 1 — TÓXICOS: ESPÉCIES E SEUS USOS
Toxicologia e a sociedade
58
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
59
AUTOATIVIDADE
60
III- Drogas lícitas, vendidas nas farmácias e consideradas produtos
medicinais, podem ser comercializadas sem nenhuma distinção. Já a
produção e venda de drogas consideradas ilícitas é crime.
IV- A lei de drogas possui um caráter despenalizador, ao identificar o usuário
ou viciado, na pessoa que transporta pequenas quantidade de drogas.
61
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, F. A.; CHASIN, A. A. M. Metais – Gerenciamento da Toxicidade.
São Paulo, Atheneu, 2003.
62
BRITO, Alba Souza. Manual de ensaios toxicológicos in vivo. Campinas, São
Paulo, SP: UNICAMP, 1994.
FIOCRUZ. http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/drogas_ilicitas.
html. Drogas ilícitas. Acesso em: 19 jul. 2021.
KLAASSEN, C.D. et al. Casarett and Doull's Toxicology: The Basic Science of
Poisons. 8th.ed. New York et al: McGraw-Hill Education, 2013.
MALAGUTI, B., Vera. Difíceis ganhos fáceis: drogas e juventude pobre no Rio
de Janeiro. 2. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2003,
63
OGA, S.; CAMARGO, M. M. de A.; BATISTUZZO, J. A. de O. Fundamentos de
toxicologia. 3. ed. São Paulo: Atheneu Editora, 2008.
OMS. Global Status Report on Alcohol and Health 2018. Genebra: Organização
Mundial da Saúde; 2018. Licence: CC BY-NC-SA 3.0 IGO, 2018.
64
UNIDADE 2 —
AS DROGAS E OS REFLEXOS NA
VIOLÊNCIA SOCIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
65
66
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, abordaremos, nesta segunda unidade de nossos estudos sobre
as drogas, como determinadas ações de políticas públicas se tornam eficientes
quando tratam o tema como um problema de saúde pública. Os combates contra o
tráfico de drogas tornam-se dispendiosos quando não há um planejamento acerca
de suas ações por parte da segurança pública, que agem em ambientes controlados
pelo tráfico de drogas, brutalizando ainda mais as comunidades mais carentes e
estigmatizadas da sociedade, que é onde o crime organizado se esconde.
67
UNIDADE 2 — AS DROGAS E OS REFLEXOS NA VIOLÊNCIA SOCIAL
Mas veja que o consumo de drogas, como você pôde analisar na unidade
anterior, é crescente e estimulado, o que pode ser notado em divulgações de
produtos considerados lícitos para uso. A violência crescente nas famílias também
é produzida por drogas como o álcool e outras substâncias, que possuem um
caráter tão viciante quanto as substâncias consideradas ilícitas. Nesse sentido, há
o estímulo por grande parte do comércio, que realiza propagandas requintadas
para apresentar produtos viciantes e com um alto impacto na sobriedade de seus
usuários. Nessa dicotomia, a sociedade enxerga duas formas de causas de violência
extrema que necessitam de diversas estratégias para o enfrentamento; estratégias
essas que não se perfazem com a força policial e a persecução penal do Estado, que
deve deixar essa sua força para ser usada contra o crime organizado apenas.
68
TÓPICO 1 — POLÍTICAS, SEGURANÇA PÚBLICA E AS DROGAS
do seu produto em estado bruto. E é por esse motivo que sua absorção pelo
organismo causa mudanças influentes na natureza química do corpo, podendo
alterar até mesmo a percepção da realidade.
DICAS
69
UNIDADE 2 — AS DROGAS E OS REFLEXOS NA VIOLÊNCIA SOCIAL
70
TÓPICO 1 — POLÍTICAS, SEGURANÇA PÚBLICA E AS DROGAS
ATENCAO
NTE
INTERESSA
73
UNIDADE 2 — AS DROGAS E OS REFLEXOS NA VIOLÊNCIA SOCIAL
74
TÓPICO 1 — POLÍTICAS, SEGURANÇA PÚBLICA E AS DROGAS
75
UNIDADE 2 — AS DROGAS E OS REFLEXOS NA VIOLÊNCIA SOCIAL
ATENCAO
76
TÓPICO 1 — POLÍTICAS, SEGURANÇA PÚBLICA E AS DROGAS
77
UNIDADE 2 — AS DROGAS E OS REFLEXOS NA VIOLÊNCIA SOCIAL
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TÓPICO 1 — POLÍTICAS, SEGURANÇA PÚBLICA E AS DROGAS
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UNIDADE 2 — AS DROGAS E OS REFLEXOS NA VIOLÊNCIA SOCIAL
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TÓPICO 1 — POLÍTICAS, SEGURANÇA PÚBLICA E AS DROGAS
81
UNIDADE 2 — AS DROGAS E OS REFLEXOS NA VIOLÊNCIA SOCIAL
82
TÓPICO 1 — POLÍTICAS, SEGURANÇA PÚBLICA E AS DROGAS
ATENCAO
Vamos analisar o artigo 144 que versa sobre a Segurança Pública no País.
Outrora, em fontes normativas constitucionais do passado, a segurança pública era utilizada
de forma genérica e sem alguma serventia ao real significado de proteção pública. Chegou
inclusive, a ser retratada como uma força das elites que controlavam o poder para dar
garantias e suporte ao seu controle, em épocas do Brasil Império e da ditadura. Com a
Carta Magna de 1988 se estabeleceu o entendimento de que a segurança pública e social
deve ser convalidada pelos princípios de uma nova constituição, regida pela ética iluminista
e humanitária, ao determinar os direitos humanos e das pessoas como seus primordiais
valores.
Capítulo III
Da Segurança Pública
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida
para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio,
através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
83
UNIDADE 2 — AS DROGAS E OS REFLEXOS NA VIOLÊNCIA SOCIAL
84
TÓPICO 1 — POLÍTICAS, SEGURANÇA PÚBLICA E AS DROGAS
também. Isso quer significar, que todos, a partir de sua conduta e de suas ações,
são responsáveis por uma convivência saudável e pela minimalização de atos
criminosos a partir dela. A partir daí, percebemos que como dever de todos, a
responsabilidade pela segurança é compartilhada entre os poderes, e cada esfera
de governo possui a sua incumbência para o aperfeiçoamento do setor. Assim,
Estados e Municípios também estão incluídos nessa responsabilidade.
85
UNIDADE 2 — AS DROGAS E OS REFLEXOS NA VIOLÊNCIA SOCIAL
ilícitos entre as fronteiras dos Estados, todo ilícito nesse sentido aprendido pela
Polícia Rodoviária Federal nas estradas país afora, será levado ao conhecimento
da Polícia Federal para a abertura do inquérito contra o crime que se organiza, e
assim, dar início às investigações.
DICAS
86
TÓPICO 1 — POLÍTICAS, SEGURANÇA PÚBLICA E AS DROGAS
87
UNIDADE 2 — AS DROGAS E OS REFLEXOS NA VIOLÊNCIA SOCIAL
88
TÓPICO 1 — POLÍTICAS, SEGURANÇA PÚBLICA E AS DROGAS
NOTA
Veja que nossa política criminal remonta a década de 1940, com normas
incriminadoras, como o Código Penal escrito naquele ano, constituindo uma
política proibicionista e sistematizada. O artigo 281 tipificou o comércio
clandestino ou a facilitação do uso de entorpecentes. Salo de Carvalho aborda
as características históricas da política criminal nacional, a partir de 1940, com o
Código Penal e as normas que vieram em sequência, veja:
Mas foi somente em 2006 que, criada a Lei de Drogas nº 11.343/2006, que
foi instituído o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre drogas, elaborando
um sistema preventivo do uso indevido e dando atenção aos usuários que passam
a ser reconhecidos como uma questão de saúde, mas não de polícia ou de direito
89
UNIDADE 2 — AS DROGAS E OS REFLEXOS NA VIOLÊNCIA SOCIAL
penal. Isso tem relação com o que é considerado por drogas, entendido pela lei
como substância ou produtos capazes de causar dependência química, que pode
ser qualquer remédio legalizado ou qualquer substância química de fácil ou
difícil acesso, como os entorpecentes vendidos pelo tráfico de drogas. E quem
determina o que é droga é a ANVISA através da Portaria SVS/MS n° 344/1198, em
seu artigo 66 (BRASIL, 1998), causando uma complementação, dessa forma, à Lei
de Drogas, que não identifica o que seja substância ilegal.
Uma das contribuições mais essenciais da nova norma de drogas foi o fim
da pena privativa de liberdade, que antes era aplicada aos usuários de substância
ilícita, restando apenas penalizações, como vimos, pedagógicas e instrutivas como
a advertência ao uso de entorpecentes, a prestação de serviços à comunidade e
o comparecimento aos programas e cursos educativos, conforme o artigo 28, em
seus incisos I, II e III.
90
TÓPICO 1 — POLÍTICAS, SEGURANÇA PÚBLICA E AS DROGAS
crimes hediondos, aqueles ligados ao tráfico de drogas que hoje se faz de maneira
profissional no Brasil. Essa é uma norma considerada de emergência, devido ao
crescimento do crime organizado de tráfico (KARAM, 2010).
NTE
INTERESSA
Veja o que diz nossa doutrina acerca da política criminal de combate às drogas
no Brasil, nos estudos de Selma Pereira de Santana e Camila Ribeiro Hernandes:
Aplicabilidade da justiça restaurativa a usuários e dependentes de drogas ilícitas: uma
alternativa ao fracasso do sistema penal tradicional.
A política pública brasileira sobre drogas é comandada pela Secretaria Nacional de Políticas
Sobre Drogas - SENAD, criada pela Medida Provisória nº 1669/1998 e posteriormente
transferida para a estrutura do Ministério da Justiça pelo Decreto nº 7.426/ 2011, assim
como o Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas – CONAD e a gestão do Fundo
Nacional Antidrogas – FUNAD.
Não há dúvidas, contudo, de que as políticas repressivas de combate às drogas adotadas
nas últimas décadas vêm produzindo resultados contrários ao que delas se esperam,
apontando para prejuízos e consequências mais graves e negativas do que o próprio efeito
nocivo dos entorpecentes.
Com efeito, o Brasil possui um enorme custo social e econômico decorrente da violência
associada ao combate ao tráfico de drogas, e a estratégia focada na repressão acarreta
no aumento da corrupção, da marginalização da juventude das periferias, na violação de
muitos direitos e no crescimento da população carcerária de baixo potencial ofensivo.
Conforme leciona Maria Lúcia Karam (2010, p. 2):
A lei de drogas é apontada como principal motor desse crescimento. De acordo com o
mesmo relatório, a posição destacada do Brasil na lista dos maiores países encarceradores
é fruto do elevado crescimento da população prisional nas últimas décadas, em especial
91
UNIDADE 2 — AS DROGAS E OS REFLEXOS NA VIOLÊNCIA SOCIAL
dos presos provisórios e das prisões relacionadas ao tráfico de drogas, principal motivo,
também, do encarceramento de mulheres, que registrou um aumento de mais de 567%
(quinhentos e sessenta e sete por cento) nos últimos quinze anos. Ao apontar a natureza
dos crimes cometidos por pessoas condenadas em privação de liberdade, o relatório
menciona que:
Ainda que com certa resistência, o reconhecimento de que a “guerra às drogas” fracassou,
como demonstrado, vem sendo incorporado dentro das instituições de poder, em âmbito
estrangeiro e nacional. O jurista Luís Carlos Valois, contudo, ressalta com muita propriedade
que “a principal dificuldade está mesmo na mudança de pensamento, na quebra do padrão
punitivista encarcerador que se espalhou em todos os níveis sociais, independentemente
do pensamento político” VALOIS, 2016, p. 526).
A partir do insucesso da política criminal sobre drogas adotada no Brasil, pois, prima-se
questionar a estratégia repressiva para, enfim, buscar meios alternativos de solução para
esses conflitos, indo além da resposta criminalizadora para regular de forma eficaz a
distribuição e o uso de substâncias entorpecentes ilícitas (SANTANA e HERNANDES, 2017).
92
TÓPICO 1 — POLÍTICAS, SEGURANÇA PÚBLICA E AS DROGAS
93
UNIDADE 2 — AS DROGAS E OS REFLEXOS NA VIOLÊNCIA SOCIAL
94
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
95
AUTOATIVIDADE
96
3 A respeito do crime de tráfico de drogas tipificado pela Lei n.º 11.343/2006,
assinale V para Verdadeiro e F para as falsas:
97
98
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, esse é um tema que todos, alguma vez, já ouviu falar:
familiares preocupados, vidas se desmanchando por causa das drogas. E sejam
elas lícitas ou ilícitas, o problema é sempre o mesmo: como combater o mal do
vício. Como vimos na primeira unidade, os produtos lícitos com alto potencial
ofensivo ao organismo, e grande potencialidade viciante como o álcool e os
remédios, constituem um problema social imenso que se desenvolve a partir do
uso irrefreado. A busca pelo produto pelo viciado transforma-se em uma corrida
contra o tempo, em uma maratona onde ao final não se ganha medalha alguma,
muito pelo contrário, somente se perde.
99
UNIDADE 2 — AS DROGAS E OS REFLEXOS NA VIOLÊNCIA SOCIAL
tiveram experiências com a droga. Mas os opioides são considerados mais nocivos
entre as drogas, e na última década o número de vítimas fatais causadas pelos
seus transtornos no organismo obteve uma alta considerável: de 71 por cento;
com um aumento de 92 por cento entre as mulheres usuárias, e entre os homens;
um aumento de 63 por cento.
E
IMPORTANT
Substâncias opiáceas são angariadas a partir do ópio. Elas podem ser produtos
naturais, não sofrendo modificação alguma, assim como a morfina e a codeína, mas
também podem receber modificações parciais em sua fórmula como a heroína, obtida da
morfina através de modificações químicas. Existem também as substâncias consideradas
totalmente sintéticas, que possuem ações semelhantes aos opiáceos naturais, como
a meperidina, o propoxifeno e a metadona. Todos esses produtos possuem um efeito
analgésico, pois retiram a dor; da mesma forma que possuem efeitos hipnóticos, que dão
sono. Devido a esses dois efeitos consideráveis, essas drogas são também chamadas de
drogas narcóticas.
100
TÓPICO 2 — DROGAS NAS FAMÍLIAS
• A pobreza;
• Os conflitos sociais diversos/ as guerras; no Brasil, o combate ao tráfico de
drogas se delineia em uma guerra de fato, o que pode restringir direitos
humanos daqueles que não participam do conflito, mas vivem em condições
de proximidade a ele;
• Situação de rua ou refugiado;
• Desigualdade e exclusão social;
• Desorganização urbana;
• Fácil disposição dos produtos tóxicos;
• Problemas de saúde mental e física;
• Traumas da infância.
101
UNIDADE 2 — AS DROGAS E OS REFLEXOS NA VIOLÊNCIA SOCIAL
drogas em 2018” (MPPR, 2020, p. 8), pois pobreza e a baixa qualidade da educação
e a ineficiência do Estado em políticas de integração social nas comunidades mais
carentes são capazes de aumentar o risco de problemas relacionados às drogas.
ATENCAO
DICAS
Você pode ficar a par de todos os números que compõem o relatório da ONU
sobre as apreensões dos entorpecentes no mundo, no período entre 2015/2018 no site:
wdr.unodc.org / https://wdr.unodc.org/wdr2020/index.html.
Também pode ficar a par das apreensões no Brasil, bem como, dos números da segurança
pública no Anuário Brasileiro de Segurança Pública, no site: https://bit.ly/3gBC9F0.
102
TÓPICO 2 — DROGAS NAS FAMÍLIAS
103
UNIDADE 2 — AS DROGAS E OS REFLEXOS NA VIOLÊNCIA SOCIAL
104
TÓPICO 2 — DROGAS NAS FAMÍLIAS
105
UNIDADE 2 — AS DROGAS E OS REFLEXOS NA VIOLÊNCIA SOCIAL
107
UNIDADE 2 — AS DROGAS E OS REFLEXOS NA VIOLÊNCIA SOCIAL
São definidos alguns fatores de risco que envolvem o uso dos produtos
intoxicantes, além da curiosidade e da afirmação perante a um grupo determinado;
entre eles, a falta de controle ou da presença dos pais na vida dos adolescentes, o
baixo autocontrole do menor, e os diversos transtornos mentais como a depressão,
o déficit de atenção e a hiperatividade, e, a síndrome do pensamento acelerado.
Mesmo atitudes parentais referentes ao uso de substâncias como o álcool e o
tabaco são poderosas influências aos menores e adolescentes, que possuem a
partir do exemplo um aliado argumentativo para seu uso do produto.
108
TÓPICO 2 — DROGAS NAS FAMÍLIAS
109
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os pais são ainda os melhores agentes de prevenção que podem agir no combate
às drogas, isso demonstra que a prevenção, a orientação e o tratamento são as
principais formas de combate às drogas.
• Os jovens são mais vulneráveis ao uso de drogas constantes, por isso deve
haver uma revisão intensa nos fatores de risco e de proteção a essa faixa da
população, pelas políticas públicas dos países.
• O distanciamento do Estado para com sua Nação é capaz de gerar ainda mais
desequilíbrios sociais, e quem mais sente são as famílias mais carentes e os
jovens em busca de uma oportunidade.
110
AUTOATIVIDADE
111
( ) As afirmativas I e IV estão corretas.
( ) As afirmativas II e III estão corretas.
( ) As afirmativas II e IV estão corretas.
( ) As afirmativas III e IV estão corretas.
112
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
FAVELIZAÇÃO E SEGREGAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Alguns fatores são determinantes para o processo de favelização no
Brasil. Podemos citar, entre eles, o crescimento populacional, os movimentos
migratórios, o êxodo rural e a falta de alinhamento das políticas públicas ao
setor moradia e aos direitos fundamentais.
O crescimento urbano acelerado das cidades deve ser acompanhado com
planejamento, caso contrário, problemas de mobilidade e trânsito das pessoas
podem surgir, bem como, a favelização. Podem ser denominadas como favelas
as áreas de habitações irregulares, que sofrem pela carência em estruturas básicas
como luz, esgoto, coleta de lixo e serviços públicos diversos. Aqui há falta do
Estado e de suas políticas públicas, realizadas através dos tributos pagos pelos
seus cidadãos.
113
UNIDADE 2 — AS DROGAS E OS REFLEXOS NA VIOLÊNCIA SOCIAL
NOTA
A origem da palavra favela advém de uma planta que pode ser encontrada na caatinga
brasileira, que existe no Arraial de Canudos, construída em meio a alguns morros, sendo o
mais famoso o Morro da Favela, na cidade de Canudos.
114
TÓPICO 3 — FAVELIZAÇÃO E SEGREGAÇÃO
115
UNIDADE 2 — AS DROGAS E OS REFLEXOS NA VIOLÊNCIA SOCIAL
116
TÓPICO 3 — FAVELIZAÇÃO E SEGREGAÇÃO
DICAS
117
UNIDADE 2 — AS DROGAS E OS REFLEXOS NA VIOLÊNCIA SOCIAL
NOTA
118
TÓPICO 3 — FAVELIZAÇÃO E SEGREGAÇÃO
NTE
INTERESSA
Note o modus operandi do tráfico de drogas, que se atualiza para tentar iludir
as investigações policiais diversas, utilizando até mesmo novas maneiras de cobrança pelo
produto, trazida pela tecnologia que cada vez se desenvolve mais. O texto é da Polícia
Federal do Distrito Federal:
APREENSÃO NO DF
Polícia Civil do Distrito Federal prende traficante que arremessava droga pela janela
Segunda, 28 junho 2021 11:26
A Polícia Civil do Distrito Federal, por meio da 31ªDP (Planaltina) prendeu na sexta-feira
(25) homem de 22 anos pelo crime de tráfico de drogas. O traficante recebia pagamentos
realizados diretamente à conta bancária, na modalidade PIX, e arremessava a droga para os
clientes, que aguardavam na rua.
Os policiais começaram a trabalhar a partir de denúncias e, após investigação, identificaram
o traficante: um homem com passagens por tráfico de drogas, roubos, receptação e
também homicídio, crime pelo qual cumpria pena em regime de prisão domiciliar. Sem
deixar a residência, o traficante não se expunha, recebendo pagamentos por PIX e atirando
a droga pela janela.
Monitorando o investigado, os policiais não só confirmaram o modus operandi levantado
na fase preliminar da investigação como também flagraram o traficante atirando uma
porção de cocaína, pela janela, para um cliente.
119
UNIDADE 2 — AS DROGAS E OS REFLEXOS NA VIOLÊNCIA SOCIAL
ATENCAO
É importante analisarmos que dois grupos antagônicos disputam seu lugar nas
comunidades carentes dominadas pelo tráfico de drogas, que são os próprios traficantes
e as milícias. Essas milícias são formadas por policiais militares na ativa ou aposentados,
pessoas com conhecimento de armas, seguranças particulares etc., que formam grupos
armados ilegais. Há anos, as milícias eram exaltadas por autoridades públicas como um
modelo de segurança comunitária, que exercia a pacificação nas favelas e bairros de risco.
Era uma alternativa viável contra a violência, exercendo um domínio territorial, retirando das
mãos de traficantes o controle dos locais. Entretanto, com o passar dos anos, transformou-
se em um poder paralelo ao poder do Estado, que passou a travar intensas batalhas
contra o tráfico de drogas, para controlar o território e a comunidade, com o objetivo de
buscar o lucro através da ameaça aos moradores, da cobrança de “impostos de segurança”,
120
TÓPICO 3 — FAVELIZAÇÃO E SEGREGAÇÃO
impondo sua força nos locais onde estão presentes. Agora existem dois poderes ilegais que
se confrontam nas portas dos moradores desses locais, formados pelas milícias e pelos
traficantes. Veja, na figura a seguir, os números essa disputa.
A DISPUTA ILEGAL
Dessa forma, entender que o indivíduo rotulado pela primeira vez como
desviante ou traficante, mesmo esse tendo gastado pouco tempo de sua vida
nessa atividade, pode vir a ser a real exclusão de qualquer oportunidade futura
que venha a aparecer, por conta do seu histórico policial e de sua identidade que
agora passa a ser reconhecida como criminosa (BECKER, 2008).
NTE
INTERESSA
Tráfico domina 81% desses territórios e a milícia está em 19% das favelas. RJ tem 56,6 mil
criminosos em liberdade, mais que o efetivo da PM, que tem 44 mil policiais.
Um relatório da Polícia Civil sobre a violência no Rio, que o RJ2 teve acesso com
exclusividade, mostra uma radiografia inédita da atuação das milícias e do tráfico de drogas.
O levantamento encaminhado ao Ministério da Justiça e ao Supremo Tribunal Federal
mostra que o crime organizado atua em 1.413 comunidades do Rio. O tráfico domina 81%
desses territórios e a milícia está em 19% das favelas.
A facção de traficantes mais numerosa controla 828 favelas, uma segunda está em 238
comunidades e uma terceira administra 69. Já a milícia está em 278 favelas, mais que as
outras duas quadrilhas de traficantes do Rio.
Segundo a polícia, o Rio tem cerca de 56.600 criminosos em liberdade, portando armas de
fogo de grosso calibre. Esse número é mais que todo o efetivo da Polícia Militar, que tem
44 mil PMs no Rio, sendo que apenas 22 mil trabalham na atividade fim, em patrulhas e
operações de enfrentamento à violência.
Facção de traficantes mais numerosa controla 828 favelas (59%), uma segunda está em 238
comunidades e uma terceira administra 69. Já a milícia está em 278 favelas.
O mapa mostra uma guerra por territórios e todo tipo de negócio. Investigações recentes
demonstram que milicianos também estão comercializando drogas em seus redutos. Por outro
lado, traficantes de drogas estão praticando atividades típicas de milícia em suas áreas de domínio.
O relatório cita ainda reportagens que dão uma dimensão da violência provocada pelo
crime nas comunidades. Uma fotografia mostra a ação de criminosos repartindo a carga
roubada ao lado de uma creche, no Complexo da Maré.
O estudo diz que mais da metade dos homicídios investigados na capital, na Baixada
Fluminense e na Região Metropolitana do Rio, desde 2016, tem ligação com o crime
organizado.
122
TÓPICO 3 — FAVELIZAÇÃO E SEGREGAÇÃO
O levantamento afirma ainda que o crime conta com a colaboração de 51 mil presos
ligados às facções. O número de bandidos soltos assusta: 895 criminosos de altíssima
periculosidade têm mandados de prisão em aberto.
Levantamento mostra número de inquéritos que envolvem a violência no RJ.
São chefes e integrantes da hierarquia de facções criminosas que utilizam as favelas como
verdadeiros bunkers. Diante desse cenário, as investigações são intermináveis (veja os
inquéritos a seguir):
• 675 inquéritos policiais de associação ou organização criminosa;
• 4.137 de estupro;
• 830 de extorsão;
• 5.522 de homicídio doloso;
• 3.452 de roubos;
• 2.200 de tráfico de drogas e associação para o tráfico;
• 9.762 de crimes relacionados à violência doméstica
Outro sintoma causado por toda essa violência, marcação dos sistemas de
vigilância e do medo da sociedade, é também o reconhecimento de moradores
dessas regiões pela alcunha de favelado e morador de áreas de risco. Isso dificulta
muito a entrada no mercado de trabalho adultos responsáveis por famílias
inteiras. Segundo Malagutti (2003), isso se torna mais difícil ainda quando é o
jovem adolescente de favelas quem busca sua colocação profissional nas instâncias
oficiais, a chance torna-se quase nula, por conta do estereótipo e da exclusão.
123
UNIDADE 2 — AS DROGAS E OS REFLEXOS NA VIOLÊNCIA SOCIAL
LEITURA COMPLEMENTAR
Visões distintas:
A nova PNAD é analisada por diferentes pontos de vista entre organizações
de classe envolvidas diretamente no tratamento de usuários de drogas. O
Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria
(ABP), por exemplo, são favoráveis à mudança.
124
TÓPICO 3 — FAVELIZAÇÃO E SEGREGAÇÃO
Comunidades terapêuticas
Outra mudança diz respeito ao local preferencial para o atendimento, que
anteriormente eram os ambulatórios dos Centros de Atendimento Psicossocial
(Caps). A internação compulsória figurava como último recurso. Agora, a nova
PNAD incentiva o encaminhamento do paciente para as chamadas comunidades
terapêuticas (CTs).
125
UNIDADE 2 — AS DROGAS E OS REFLEXOS NA VIOLÊNCIA SOCIAL
Dados gerais:
O Brasil é o país com o segundo maior índice de consumo de cocaína
no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Cerca de 6,1% da população já fez
uso da substância ao menos uma vez na vida. Ainda assim, a droga ilícita mais
utilizada é a maconha.
Em 2016, por exemplo, 11,1% dos brasileiros afirmaram ter feito uso de
maconha ao menos uma vez na vida – e 5,9% haviam consumido nos 12 meses
anteriores. Os dados são do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (II Lenad).
126
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
127
AUTOATIVIDADE
3 Como vimos, o êxodo rural pode ser um fator determinante para o grande fluxo
de pessoas dentro das cidades mais centrais, a partir dos anos 1990. Mas outros
são fatores essenciais para o crescimento das áreas de risco. Nesse diapasão,
assinale V para Verdadeiro e F para as questões que considere Falsas:
129
130
REFERÊNCIAS
ARAGÃO, A. T. M; MILAGRES, E.; FLIGIE, N. B. Qualidade de vida e
desesperança em familiares de dependentes químicos. Psico-USF, v. 14, n. 1,
p. 117-123, jan./abr. 2009. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicousf/
v14n1/v14n1a12.pdf. Acesso em: 5 ago. 2021.
BRASIL, 2021. Diagnóstico mostra a situação das drogas no Brasil. Disponível em:
https://www.gov.br/pt-br/noticias/justica-e-seguranca/2021/05/diagnostico-mostra-
a-situacao-das-drogas-no-brasil. Acesso em: 5 ago. 2021.
131
BOBBIO, N. Dicionário de política. Brasília: Universidade de Brasília, 2016.
CISA. Centro de Informações sobre saúde e álcool. Relatório Global sobre Álcool
e Saúde. Disponível em: https://cisa.org.br/index.php/pesquisa/dados-oficiais/
artigo/item/71-relatorio-global-sobre-alcool-e-saude-2018. Acesso em: 5 ago. 2021.
HSM. Impacto das drogas nas brigas de família: como manter a paz em casa.
São Paulo: 2018. Disponível em: https://hospitalsantamonica.com.br/impacto-das-
drogas-nas-brigas-de-familia-como-manter-a-paz-em-casa . Acesso em: 5 ago. 2021.
132
LARANJEIRA, R. Quando o álcool e a droga destroem uma família. 2016.
Disponível em:
https://www.spdm.org.br/. Acesso em: 5 jun. 2021.
RELATÓRIO FINAL, 2021. A expansão das milícias no Rio de Janeiro: uso da força
estatal, mercado imobiliário e grupos armados. https://br.boell.org/sites/default/
files/2021-04/boll_expansao_milicias_RJ_FINAL.pdf. Acesso em: 5 ago. 2021.
133
SANTANA, S. P. de.; HERNANDES, C. R. Aplicabilidade da justiça
restaurativa a usuários e dependentes de drogas ilícitas: uma alternativa ao
fracasso do sistema penal tradicional. Revista do Programa de Pós-Graduação
em Direito da UFBA, Salvador, 2017: https://periodicos.ufba.br/index.php/
rppgd/article/view/23346. Acesso em: 5 ago. 2021.
SECAD. O que mudou com a nova Política Nacional sobre Drogas (PNAD).
Disponível em:
https://secad.artmed.com.br/blog/psicologia/politica-nacional-sobre-drogas/
Acesso em: 5 ago. 2021.
WORLD DRUG REPORT 2020, United Nations publication, Sales No. E.20.XI.6,
ONU. Disponível em: https://wdr.unodc.org/wdr2020/field/WDR20_Booklet_5.
pdf – Acesso em: 5 ago. 2021.
134
UNIDADE 3 —
A AMEAÇA DO TRÁFICO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
135
136
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico! Chegamos até aqui através de análises distintas, que
trazem em seu objeto de estudo preocupações acerca da saúde social e como
lidamos com a grande presença de produtos altamente viciantes em nossa vida.
137
UNIDADE 3 — A AMEAÇA DO TRÁFICO
Tendo isso em vista, a segurança pública tem aqui duas finalidades muito
bem definidas: diminuir a demanda de drogas ilícitas a partir da quebra da
alimentação dos produtos essenciais para a produção dos entorpecentes, e segundo;
combater o tráfico de drogas sob uma maneira mais inteligente. Essa maneira
somente pode ser possível através da junção da segurança pública com as políticas
públicas de qualidade contra o tráfico de drogas, na conscientização, educação e no
conceito de ampla cidadania a todos os personagens da sociedade, que possam se
sentir seguros com a presença da segurança pública, e amparados pela assistência
das políticas públicas do Estado. Perceba que todos os impostos pagos diariamente
devem ser devolvidos ao cidadão em forma de políticas públicas de qualidade.
138
TÓPICO 1 — SEGURANÇA PÚBLICA E O TRÁFICO DE ENTORPECENTES
E veja que isso é muito perspicaz, uma vez que somos um país de grandeza
continental, possuindo cada Estado suas próprias culturas, idiossincrasias e
trejeitos próprios, bem como, problemas situacionais bem definíveis. Assim, é
prioridade que cada plano Estadual siga o planejamento nacional, escrito em
2017 pelo Sistema Único de Segurança Pública, que possui um planejamento
que considera o tempo de 2018 até o ano de 2028. A atuação das polícias de forma
descentralizada e conjunta é capaz de desarticular as atividades do tráfico de
drogas a partir de sua inteligência, ou seja, de planos específicos para esse setor,
mas que possuam bases bem claras quanto à missão e aos locais de abordagens,
sejam nas estradas ou nas comunidades.
NTE
INTERESSA
139
UNIDADE 3 — A AMEAÇA DO TRÁFICO
2020 (com 23.095 quilos). Neste ano, o mês que registrou a maior quantidade de maconha
apreendida foi janeiro, com 26,7 toneladas.
Também foram apreendidos 782,3 quilos de cocaína, sendo 444,4 quilos a menos que
no comparativo com 2020, que teve pouco mais de 1,2 mil quilos apreendidos, o que
resulta em queda de 36,23%. Março foi o mês com a maior quantidade apreendida, com
652,3 quilos. Já as apreensões de crack tiveram queda de 42,59% – de 590,8 quilos no ano
passado para 339,7 quilos neste ano.
O mês de 2021 que teve a maior quantidade de drogas apreendidas, somando maconha,
cocaína e crack, foi janeiro, com 26,7 toneladas. Enquanto março foi o mês que teve a menor
quantidade: 16.326 quilos, o que representa 10.446 quilos a menos que o primeiro mês de 2020.
Operações pontuais – O subcomandante da Polícia Militar do Paraná, coronel Rui Noé
Barroso Torres, falou sobre as principais missões que ajudaram no combate ao tráfico de
droga no Estado. “Dentro das operações executadas no trimestre, duas foram pontuais para
o combate ao tráfico de drogas, a Operação Pronta Resposta e a Operação Tático Móvel.
Elas são um suplemento ao reforço do policiamento nas ruas, não em Curitiba e Região
Metropolitana de Curitiba, mas também a nível de estado”, afirmou.
A Operação Pronta Resposta é formada por policiais militares atuantes no serviço ostensivo,
preparados para prestar rápido atendimento em ocorrências de maior risco, como furtos a
agências bancárias e explosão de caixas eletrônicos, roubos e outros delitos. Já a Operação
Tático Móvel é composta por equipes de Rondas Ostensivas Tático Móvel (ROTAM) e do
Batalhão de Operações Especiais (BOPE) que reforçam o policiamento ostensivo visando
locais com maior incidência de crimes, como homicídios e tráfico de drogas.
Na Polícia Civil os destaques são as operações de repressão qualificada, caracterizadas
por ações cirúrgicas, que têm como foco principal a desestruturação e desarticulação de
organizações criminosas atuantes no Estado.
O delegado-geral da Polícia Civil, Silvio Jacob Rockembach, lembrou que houve aumento
nas apreensões nos últimos dois anos e afirma aponta que a tecnologia foi um dos fatores
para este desempenho.
“Foi investido muito em tecnologia e o uso dela, voltado à atividade de inteligência, tem dado
à Polícia Civil mais velocidade nas análises, no cruzamento de dados e na identificação de
quadrilhas ou grupos atuantes no tráfico de drogas no Estado. Esse investimento, essa agilidade
e o uso da tecnologia, aliado à capacitação do policial, principalmente, no que se refere à
aplicação de técnicas estruturadas na análise de inteligência tem dado resultado”, destacou.
Drogas sintéticas – Segundo os dados do relatório, o recolhimento de LSD subiu 172,4% no
primeiro trimestre de 2021 – de 2.363 pontos em 2020 para 6.437 pontos neste ano. O mês
de janeiro foi o que registrou a maior quantidade de LSD apreendida, com 3.425 pontos. Já
o número de apreensões de ecstasy caiu de 14,1 mil para 8.123 comprimidos apreendidos
em 2020, queda de 42%.
segurança pública mais assertiva e menos invasiva a quem não esteja determinado
ao tráfico de drogas. É função desse núcleo coletar, reunir e disseminar informações
de qualidade sobre a dinâmica do tráfico de drogas, e através dela estabelecer
algumas prioridades estratégicas para realizar as operações.
141
UNIDADE 3 — A AMEAÇA DO TRÁFICO
Tendo sua nascente nas polícias civis, ou mais precisamente nas policias
judiciárias, os núcleos de informação e inteligência servem de apoio para uma
repressão ao ilícito, mais centralizada no que realmente é preciso.
142
TÓPICO 1 — SEGURANÇA PÚBLICA E O TRÁFICO DE ENTORPECENTES
143
UNIDADE 3 — A AMEAÇA DO TRÁFICO
144
TÓPICO 1 — SEGURANÇA PÚBLICA E O TRÁFICO DE ENTORPECENTES
145
UNIDADE 3 — A AMEAÇA DO TRÁFICO
Mas a repressão ao cultivo das drogas ilegais serve também para estabelecer
junto aos conviventes com a violência das drogas, uma relação de confiança ao
mobilizar as forças de segurança nas comunidades afetadas pelos danos causados
pela violência extrema do crime organizado. As informações estratégicas servem
para que a força policial e suas equipes ajam diretamente nas áreas de plantio
e cultivo da maconha e da coca, bem como, desvendar os depósitos onde se
armazenam as drogas, seus insumos e inclusive, armas utilizadas para o tráfico de
drogas (REIS; OLIVEIRA, 2014).
146
TÓPICO 1 — SEGURANÇA PÚBLICA E O TRÁFICO DE ENTORPECENTES
DICAS
147
UNIDADE 3 — A AMEAÇA DO TRÁFICO
148
TÓPICO 1 — SEGURANÇA PÚBLICA E O TRÁFICO DE ENTORPECENTES
Para qualquer Plano Estadual, prezado acadêmico, tudo aquilo que foi
tratado no Plano Nacional, vale. O que traz a diferença entre eles, é o âmbito da
atuação, enquanto o primeiro possui seu âmbito nacional, o segundo é estadual.
Mesmo percebendo e recebendo influências do plano nacional, o plano estadual
possui determinadas particularidades, e essas você já sabe que podem ser
percebidas através das diversas características de cada região.
149
UNIDADE 3 — A AMEAÇA DO TRÁFICO
NOTA
150
TÓPICO 1 — SEGURANÇA PÚBLICA E O TRÁFICO DE ENTORPECENTES
ATENCAO
Veja que a definição dada acima inclui de toda importância a parceria preventiva e na
interatividade com os cidadãos, que labora com o poder legitimador da entidade e sua base
ideológica. Para Fernandes, trata-se de um:
151
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
152
AUTOATIVIDADE
153
3 O Plano atual instituiu o Sistema Único de Segurança Pública e a Política
Nacional de Segurança Pública e Defesa Nacional, enfatiza determinados
princípios importantes, que são essenciais para o atual Plano e que devem
ser seguidos pelo próximo plano. Entre eles estão:
154
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
O NARCOTRÁFICO INTERNACIONAL
1 INTRODUÇÃO
Quando falamos sobre o tema narcotráfico internacional envolvemos
todas as substâncias ilícitas conhecidas e que causam dependência. Acontece que
para atravessar as fronteiras dos países e se tornar um bem muito lucrativo aos
traficantes, a droga mais usualmente utilizada pelos narcotraficantes é a cocaína.
Isso por que sua pasta, como vimos, além de ser a produtora de outras substâncias
dopantes, é uma droga de difícil manuseio e somente laboratórios que se
especializam em sua transformação conseguem refinar o produto (SHIBAMOTO,
2014). Com seus preços altos, é muito comum vermos nos noticiários apreensões
desse tipo de entorpecente que reúnem quantias absurdas de dinheiro. Por esse
motivo, unicamente monetário por parte dos traficantes, a cocaína é muito usada
no tráfico internacional.
155
UNIDADE 3 — A AMEAÇA DO TRÁFICO
ainda que ilícita, que mais se desenvolve e a tendência é uma só: aumentar e
desenvolver. Colômbia, Bolívia e Peru são os três países latinos americanos que
mais cultivam e fabricam a matéria-prima da cocaína, abastecendo os mercados
internacionais de insumos e da droga para consumo já pronta.
156
TÓPICO 2 — O NARCOTRÁFICO INTERNACIONAL
Mesmo com a crise dos cartéis colombianos que se iniciou com a prisão e
quebra de poderosos monopólios da droga latino-americana, ainda existem máfias
internacionais que controlam o tráfico internacional e se utilizam do território
brasileiro para transportar para a Europa os produtos colombianos e peruanos. A
máfia italiana, bem como a máfia da União Corsa, que se situa na França, sempre
foram apoiadores das rotas internas dentro do Brasil para que a droga chegue ao
ponto de embarque para o velho continente (PROCÓPIO FILHO, 1997.
157
UNIDADE 3 — A AMEAÇA DO TRÁFICO
NTE
INTERESSA
Narcotráfico
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
O narcotráfico é caracterizado pela venda de substâncias ilícitas, sendo, portanto, uma atividade
ilegal. O faturamento obtido através da venda dessas substâncias é extraordinário, conforme
estudo realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) estima-se que a renda anual
de drogas ilegais seja de 400 bilhões de dólares, correspondendo a aproximadamente 8% do
comércio internacional, superando a indústria automobilística e a atividade turística no Brasil.
Um bom exemplo para demonstrar a lucratividade do narcotráfico é a produção da cocaína. Na
Colômbia, país responsável por 75% da produção de cocaína mundial, um quilo do produto puro é
vendido por 1.500. Nos Estados Unidos, nação que possui o maior mercado consumidor de drogas,
o quilo da cocaína é vendido a 25.500 no atacado. Após passar por várias alterações (malhação), o
quilo dessa cocaína rende 110 mil através dos consumidores, ou seja, um lucro de 108.500 dólares.
A coca (matéria-prima da cocaína) é cultivada em larga escala em três países sul-americanos:
Bolívia, Peru e, principalmente, na Colômbia. De acordo com a ONU, essas três nações são
responsáveis pela produção de cerca de mil toneladas de cocaína por ano.
As drogas são distribuídas para os mercados consumidores das mais diferentes formas. O
tráfico é realizado através de aviões, caminhões, carros, ônibus, barcos, entre outros.
O envio de grandes quantidades de drogas é normalmente realizado por meio de contêineres,
misturados com fumo, soja, arroz, etc. O mercado é amplo e expande-se a cada ano, cerca de
5% da população mundial é usuária de drogas ilícitas, sendo a maconha, a mais consumida.
Conforme o relatório sobre Estratégia Internacional de Controle de Narcóticos, o Brasil é o
principal exportador de drogas para os Estados Unidos. O país possui condições favoráveis
para o narcotráfico, pois tem um grande mercado consumidor (atualmente é o segundo
maior do mundo), posição geográfica estratégica para o transporte internacional de drogas
e faz fronteira com três dos grandes produtores de cocaína e maconha. Cerca de 10% do
dinheiro arrecadado pelo narcotráfico fica em terras brasileiras.
APREENSÃO DE COCAÍNA
158
TÓPICO 2 — O NARCOTRÁFICO INTERNACIONAL
Além da venda de substâncias ilícitas, os narcotraficantes estão envolvidos com roubos de carros,
bancos, caixas eletrônicos, tráfico de armas, crianças, órgãos humanos, prostituição, pornografia
infantil, sequestros, lavagem de dinheiro, financiamento de campanhas políticas etc.
Essa é uma atividade bem lucrativa, no entanto, como em qualquer outra atividade ilegal, o
narcotráfico é responsável por um grande número de assassinatos e detenções. Estima-se
que 20% dos presos brasileiros estejam envolvidos com o tráfico de drogas, sendo que com
as mulheres, essa proporção é bem maior – 60% das presidiárias.
159
UNIDADE 3 — A AMEAÇA DO TRÁFICO
que fornecem informações que possam beneficiar o traficante, por esse motivo, é
comum as investigações policiais encontrar agentes públicos que informam o tráfico,
dificultando até mesmo o trabalho da persecução penal (MINGARDI, 1996).
Mas para que o produto chegue aos locais definidos, pessoas são usadas
para isso. Como vimos, o fato de transportar drogas com intuito de entrega em
qualquer local, transportando-os e acondicionando-os, já se configura como crime
de tráfico de entorpecentes. Isso pode ocorrer de diversas formas, como é comum
observarmos noticiários na televisão de pessoas que consomem as cápsulas da
droga, para levá-las em segurança a outros locais. Outras nem sabem, muitas
vezes, que estão levando drogas.
DICAS
Dois filmes superinteressantes que você pode assistir para ter uma ideia
do poder do tráfico, da sua facilidade em mexer com a vida das pessoas ao redor, e
principalmente, de se envolver com a cotidianidade das pessoas. O filme Um contra todos
(2016) é uma série de televisão, adaptada ao cinema em um longa-metragem, sobre a
história real do advogado Carlos Eduardo Fortuna, envolvido em 2001 em uma acusação
de tráfico de drogas.
O crime hediondo ao advogado somente foi-lhe imputado após investigações da Polícia
Federal, em conjunto com a Polícia Civil, que descobriram ser a sua residência depósito
para uma tonelada de maconha. Ocorre que o acusado contratou serviços de pedreiro e
por acaso, a droga realmente apareceu em meio às obras da casa, escondida por traficantes
que estavam sendo de perto vigiados.
160
TÓPICO 2 — O NARCOTRÁFICO INTERNACIONAL
Outro filme muito interessante é A mula, que conta a história de um homem que se
encontra com problemas financeiros, e resolve se envolver com o transporte de drogas
ilegais, na fronteira do México com os Estados Unidos. Usando de toda sua simpatia
consegue enganar os agentes federais, mas o seu problema não são os agentes e sim os
violentos traficantes que lhe contrataram. E o mais importante: as duas histórias narradas
nesses dois filmes, são verdadeiras!
161
UNIDADE 3 — A AMEAÇA DO TRÁFICO
Nesse caso, fica claro que é necessário comprovar que a pessoa que está
transportando o produto, integra, de fato, a organização criminosa de forma
permanente.
162
TÓPICO 2 — O NARCOTRÁFICO INTERNACIONAL
163
UNIDADE 3 — A AMEAÇA DO TRÁFICO
DICAS
Como vimos, você pode navegar pelo UNODC Brasil na página https://www.
unodc.org/lpo-brazil/pt/index.html, e lá encontrar diversos dados interessantes sobre os
produtos ilícitos no País.
Mas também pode se inteirar do assunto pelo Observatório Brasileiro de Informações
Sobre Drogas, vinculado ao Ministério da Cidadania, que observa inúmeros projetos e
campanhas em nível nacional de combate ao uso das drogas, na prevenção. Há também
informações de como são realizados os tratamentos e reinserção social do dependente,
bem como as pesquisas do uso de drogas no País, como o Observatório do Crack, que
indica a posição dos Estados no nível de consumo da droga. Essas estatísticas são capazes
de influenciar políticas públicas de qualidade para o combate às drogas, e políticas criminais
de combate ao traficante: http://mds.gov.br/obid.
Uma das formas mais usuais de transporte das drogas que partem do
Brasil para a Europa são os aeroportos clandestinos, sendo o Brasil detentor
de enormes espaços, muitos deles não supervisionados pela Polícia Federal ou
outras investigações, segundo Magalhães (2000, p. 35):
164
TÓPICO 2 — O NARCOTRÁFICO INTERNACIONAL
165
UNIDADE 3 — A AMEAÇA DO TRÁFICO
DICAS
166
TÓPICO 2 — O NARCOTRÁFICO INTERNACIONAL
Você pode selecionar seu Estado ou cidade para saber qual é o nível de situações que
ocorrem envolvendo a droga, considerada uma das mais viciantes e potentes no Brasil, no
site: http://www.crack.cnm.org.br/observatorio_crack/.
167
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• São três os fatores essenciais que devem ser estudados ao tratarmos o tema
narcotráfico: a economia, o combate das forças do Estado contra o crime
organizado e o crescimento do uso de drogas por parte da população.
• Mula é a forma pejorativa de tratar a pessoa que leva a carga destinada a algum
lugar, referindo-se ao animal de carga, ou seja, é aquele que transporta a droga.
• Deve existir a evolução e melhoria por meio das forças públicas no quesito de
políticas públicas de qualidade, das oportunidades diversas aos adolescentes,
jovens e jovens adultos, como estudos e a entrada no mercado de trabalho, e a
concretização dos direitos fundamentais elencados na nossa Constituição.
168
AUTOATIVIDADE
170
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Como já dissemos, o Brasil é um País continente; em extensão territorial, só
fica atrás de Rússia, Canadá, China e Estados Unidos. Dos doze países presentes
na América do Sul, dez são fronteiriços do Brasil: Uruguai, Argentina, Paraguai,
Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, e com o Departamento
Ultramarino Francês da Guiana. Apenas Chile e Equador não possuem laços
limítrofes com o nosso país. Isso corresponde a exatos 16.886 quilômetros de
fronteira com nossos vizinhos latino americanos, que precisam ser vistoriados
para a garantia da soberania nacional e das normas brasileiras que tipificam as
drogas ilícitas e sua movimentação econômica como um crime equiparado aos
crimes hediondos.
Mas não é somente toda essa extensão que temos que ficar de olho. A segurança
das fronteiras marítimas também é importante. Toda a faixa que compreende as
fronteiras no mar abrange desde o Estado do Amapá, até o extremo sul do país, no
Rio Grande do Sul, estabelece uma extensão de 7.300 quilômetros. Isso faz com que
o nosso país seja o décimo sexto país com maior área litorânea no mundo. Não fosse
somente isso, a fronteira marítima corresponde também ao que chamamos de mar
territorial, que é um território por um acordo internacional que diz que o país deve
exercer sua soberania em uma parte do oceano. No Brasil, o oceano Atlântico fica
delimitado a 12 milhas náuticas, o que corresponde a 22,2 quilômetros de extensão,
que é definida a partir da costa indo em direção ao oceano. Toda essa delimitação foi
legalizada pela Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, realizada em
Montego Bay, na Jamaica em 1982, da qual o Brasil é signatário.
171
UNIDADE 3 — A AMEAÇA DO TRÁFICO
172
TÓPICO 3 — A SECURITIZAÇÃO DAS FRONTEIRAS NACIONAIS
173
UNIDADE 3 — A AMEAÇA DO TRÁFICO
174
TÓPICO 3 — A SECURITIZAÇÃO DAS FRONTEIRAS NACIONAIS
DICAS
175
UNIDADE 3 — A AMEAÇA DO TRÁFICO
176
TÓPICO 3 — A SECURITIZAÇÃO DAS FRONTEIRAS NACIONAIS
Missão do PPIF
• contrabando;
• lavagem de dinheiro;
• mineração ilegal;
• narcotráfico;
• tráfico de armas;
• tráfico de pessoas; e
• tráfico de recursos naturais (BRASIL, 2019, p. 1).
4 ENAFRON
A Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (ENAFRON),
partiu da Secretária Nacional de Segurança Pública, que realizou um
levantamento preciso através da inteligência e dos panoramas econômicos e
sociais, dos problemas mais comuns das fronteiras nacionais. Lançado em 2011,
o planejamento é estruturado a partir das análises estatísticas dos crimes que se
organizam nas regiões fronteiriças; e ano a ano há um encontro entre os líderes
de cada instituição de segurança para tratar desses assuntos, com a finalidade
atualizar a gestão estratégica a ser aplicada (ENAFRON, 2011).
177
UNIDADE 3 — A AMEAÇA DO TRÁFICO
• Estimular uma maior participação dos atores sociais nas definições de políticas
de Segurança Pública, nacionais e estaduais, adotadas nos municípios de
fronteira que conhecem melhor a realidade cotidiana local, podendo contribuir
para um desenho mais eficaz de política pública na área.
• Nacionalizar, qualificar e publicizar a produção de dados criminais, a nível
municipal e estadual, especialmente sobre apreensão de drogas, armas e outras
mercadorias ilícitas, distinguindo as fontes (polícia federal, polícia rodoviária
federal, polícias estaduais).
• Reconhecer que a maior parte dos conflitos locais e dos problemas de segurança
pública dos municípios de fronteira, especialmente em suas áreas urbanas ou
densamente povoadas, não decorre da existência de tráfico transfronteiriço
em grande escala, nacional ou internacional. Nesse sentido, é preciso tratar
esses problemas segundo a experiência policial em lidar com crimes urbanos
convencionais, como o furto, o roubo, os conflitos interpessoais, a violência
doméstica e contra a mulher, os crimes sexuais etc. Nesse sentido, é fundamental
disseminar padrões de policiamento comunitário nos municípios de fronteira,
visando à segurança local.
• Mapeamento das diversas formas de organização da sociedade civil nos
municípios de fronteira com vistas a ampliar os espaços de participação nas
políticas de segurança nacionais e estaduais.
• Estimular uma maior participação das diversas formas da sociedade civil
organizada nas definições de políticas de Segurança Pública, apoiando-se
sobre os seus conhecimentos da realidade local.
• Políticas de descentralização do governo central como forma de extensão da
capilaridade administrativa da União, com atuação de funcionários exteriores
às comunidades, que rompam os arranjos políticos locais. Toda forma de
atuação judiciária e investigativa deve ser feita nesse sentido, como, por
exemplo, o combate ao tráfico atacadista de drogas.
• Políticas de desconcentração do governo central como forma de delegação dos
poderes centrais para o âmbito local, com atuação de funcionários que sejam
parte das comunidades de pertencimento e apoiem-se nas experiências de vida
dos habitantes. Toda forma de atuação preventiva deve ser feita nesse sentido,
como, por exemplo, o combate ao tráfico varejista e à delinquência juvenil.
• Infraestrutura urbana pode ser uma maneira de fortalecer os laços entre os
habitantes com vistas à promoção da vida comum, através do alargamento de
calçadas, da ampliação da iluminação pública, do estímulo às praças públicas etc.
DICAS
178
TÓPICO 3 — A SECURITIZAÇÃO DAS FRONTEIRAS NACIONAIS
5 A OPERAÇÃO ÁGATA
O Decreto nº 8.903, de 2016, que criou o Programa de Proteção Integrada
de Fronteiras (PPIF), que vimos logo acima, estruturou também a Operação
Ágata, que integra o Plano Estratégico Nacional de Fronteiras (ENAFRON),
oportunizado para prevenir e restringir a ação criminosa na divisa do Brasil com
os outros dez países sul-americanos.
NTE
INTERESSA
Em meados do mês de maio de 2021, foi iniciada uma fase da Operação Ágata nas margens
do Rio Paraná e no lago Itaipu, no Paraná.
A operação é uma ação conjunta das Forças Armadas brasileiras em coordenação com
outros órgãos federais e estaduais na faixa de fronteira para combater delitos transfronteiriços.
Cerca de 850 militares estão envolvidos em ações preventivas e repressivas aos ilícitos
transfronteiriços, por meio de estabelecimento de postos de bloqueio e de controle de
estradas e patrulhas terrestres e fluviais. Durante todo o período da operação, estão sendo
cumpridos os protocolos de segurança para prevenção à covid-19.
FONTE: <https://bit.ly/3jtl6Hd>. Acesso em: 10 ago. 2021.
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UNIDADE 3 — A AMEAÇA DO TRÁFICO
Desde então, coordenado pelo Estado Maior Conjunto das Forças Armadas
(EMCFA), o patrulhamento e a segurança dos quase 17 mil quilômetros de
fronteiras terrestres do País contam com o projeto das Forças Armadas. Marinha,
exército e aeronáutica realizam diversas missões táticas que são destinadas a coibir
o narcotráfico, o contrabando e o descaminho, o tráfico de armas e munições, bem
como, crimes ambientais, imigração e garimpos ilegais.
Por fim, estamos atualmente no projeto Ágata 21, que tem por objetivo
assegurar a soberania nacional frente ao narcotráfico internacional nas cidades
fronteiriças do Estado do Paraná, com as fronteiras entre Argentina e Paraguai.
Mas segundo o Ministério da Defesa, Ágata também possui uma missão de
assistência social:
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TÓPICO 3 — A SECURITIZAÇÃO DAS FRONTEIRAS NACIONAIS
Isso nos indica e demonstra, mais uma vez, que o combate ao ilícito e ao
traficante de drogas profissional é uma necessidade, mas mais premente ainda é
a presença do Estado Social de Direito e de todo o seu aparato, que se confirma
através das políticas públicas de qualidade, advindas dos impostos de cada
brasileiro. Por esses mecanismos há a possibilidade de apresentar aos povos mais
afastados das grandes capitais o significado de cidadania, gerando oportunidades
diversas em prol da promoção humana.
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UNIDADE 3 — A AMEAÇA DO TRÁFICO
LEITURA COMPLEMENTAR
Waldick Junior
Empresários do crime
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UNIDADE 3 — A AMEAÇA DO TRÁFICO
A via aérea é utilizada por pequenos aviões que transportam cargas até
áreas com estradas. Para o pouso, são construídas pistas clandestinas em meio à
floresta, ou então, utilizadas fazendas como fachada. A informação é de policiais
federais que atuam no combate ao tráfico de drogas.
"Às vezes a droga chega mais acima, ali por Manacapuru, por exemplo.
Eles retiram a carga e guardam em um sítio e vão soltando aos poucos pela
estrada. Outros vão direto para o estado do Pará, através da rota até Santarém",
elucida o titular do Departamento de Investigação sobre Narcóticos (Denarc).
Exportação e lucro
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TÓPICO 3 — A SECURITIZAÇÃO DAS FRONTEIRAS NACIONAIS
Apreensões recordes
FONTE: Rotas do tráfico no Amazonas. https://bit.ly/3sX9bVb. Waldick Junior, 2021. Acesso em:
10 ago. 2021.
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RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Não são apenas as drogas que são encontrados nas fronteiras, mas também
o contrabando de armas de fogo, com a presença das Forças Armadas
Revolucionárias de Colômbia (FARCs) e o contrabando de animais silvestres e
de mercadorias entre países.
CHAMADA
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AUTOATIVIDADE
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REFERÊNCIAS
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DO PARANÁ. Apreensões de drogas aumentam
quase 150% no primeiro trimestre. Disponível em: https://www.aen.pr.gov.br/
modules/noticias/article.php?storyid=112490. Acesso em: 10 ago. 2021.
BITENCOURT, C. R. Tratado de direito penal: parte geral, 17. ed. Rev. e atual.
São Paulo: Saraiva, 2012.
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EUZÉBIO, E. F. Fronteira e horizontalidade na Amazônia; o caso das cidades
gêmeas de Tabatinga e Letícia. Revista Perspectiva Geográfica, 6 (7), (2011).
Disponível em: http://e-revista.unioeste.br/index.php/pgeografica/article/
view/9169/6775. Acesso em: 10 ago. 2021.
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SHIBAMOTO, T. Introdução à toxicologia de alimentos. 2. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2014.
WORLD DRUG REPORT 2020. United Nations publication, Sales No. E.20.XI.6,
ONU. Disponível em: https://wdr.unodc.org/wdr2020/field/WDR20_Booklet_5.pdf.
Acesso em: 10 ago. 2021.
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