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CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS

Instalações Domésticas

As instalações domésticas compreendem as instalações montadas em edifícios destinados à


habitação.

As cargas a alimentar resumem – se normalmente à :

- Candeeiros de luz incandescentes ou fluorescentes.

- Aparelhos electrodomésticos.

- Aparelhos de aquecimento.

Aparelhos de ar condicionado.

O estudo das cargas deverá ser efectuado com base na potência dos receptores a alimentar. O
tipo de montagem das instalações bem como o material a usar depende muito da construção. As
instalações embebidas em paredes só se afiguram viáveis em construções de cimento. Sempre
que isso não aconteça as instalações deverão ser instalados à vista. Nas zonas rurais é
recomendável a montagem à vista, quer sob o ponto de vista económico, quer sob ponto de vista
da ampliação da instalação.

Instalações de Estabelecimentos Hospitalares e Similares

Nestes estabelecimentos as cargas a alimentar compreendem normalmente :

- Candeeiros de luz incandescentes ou fluorescentes.

- Aparelhos de uso médico portáteis.

- Aquecimento de água.

- Refrigeração.

- Esterilizadores.

- Aparelhos de raio X

- Lavandaria.

- Ar condicionado.

Recomenda – se que a instalação seja embebida, devido ao aspecto de sanidade da instalação. A


aparelhagem de manobra e ligação de uso do doente deve situar – se em caixa apropriada, à sua
cabeceira. Esta aparelhagem, compreende :

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- Comando de iluminação do quarto.

- Comando de iluminação de leitura.

- Comando do sistema de chamada.

- Tomadas para ligação de aparelhos de uso pessoal.

Nos estabelecimentos destinados à crianças e diminuídos mentais, não é permitida a instalação


de tomadas de corrente, a menos que se tome medidas de segurança adequadas.

Instalação em Estabelecimentos de Ensino

Nestes estabelecimentos as cargas a alimentar resumem – se quase sempre à iluminação.

O tipo de montagem das instalações depende muito do tipo de construção por isso o que foi
referido para instalações domésticas também tem aplicação neste tipo de instalações.

A montagem de tomadas em locais de fácil acesso deve se evitada nas escolas frequentadas por
crianças.

ALIMENTAÇÃO DAS INSTALAÇÕES

A alimentação das instalações em baixa tensão é feita em Moçambique. Em corrente alternada


50 Hz, à tensão de 380/220 V.

Quando existirem cargas trifásicas e/ou quando a potência de utilização ultrapasse os 3Kw, a
alimentação deverá ser trifásica.

O limite de 3 Kw foi fixado tendo em atenção as dificuldades na distribuição das cargas pelas 3
fases, quando os consumidores por sistemas monofásicos absorvem potências superiores.

Ligação à rede

Existem dois tipos de ligação à rede :

- Chegada aérea ( baixada )

- Chegada subterrânea ( ramal )

Chegada aérea

Quando a rede de distribuição é aérea ( zonas rurais ) a ligação das instalações é aérea,
designando – se vulgarmente por baixada.

A chegada aérea compreende os condutores desde a rede de distribuição até à entrada na


instalação e pode ser executada:

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- Em condutor de cobre nú ou do tipo V até à caixa terminal e em cabo VHV desde esta até a
portinhola ou quadro geral da instalação.

- Em cabo do tipo VHV desde a rede até a portinhola ou quadro geral da instalação.

- Cabo torçado.

Chegada subterrânea

A chegada subterrânea, vulgarmente designada por ramal pode ser executada em redes aéreas e
subterrâneas.

O ramal compreende o conjunto de condutores protegidos mecanicamente e enterrados no solo


( canalização subterrânea ), que se situa entre a rede e a portinhola da instalação.

Os ramais são sempre executados em cabo do tipo VAV, sendo a ligação à rede efectuada :

- Por meio de caixa terminal se a rede for aérea.

- Por meio da caixa de derivação subterrânea, se a rede de distribuição for subterrânea.:

- Por ligação a um armário de distribuição quando a rede for subterrânea.

Protecção contra sobreintensidades

A protecção contra a sobreintensidade das canalizações de alimentação das canalizações dos


edifícios, ‘e normalmente feita por fusíveis. Estes deverão ter sempre um calibre superior à
corrente na fase mais carregada, devendo a secção dos condutores estar de acordo com este
calibre conforme indica – se no quadro que se segue :

Secção dos Protecção ( A )


condutores de fase
( mm2 )
2,5 15
4 20
6 25
10 35
16 60
25 80
35 100

Contagem de Energia

A contagem de energia faz – se por meio de contadores instalados à montante do interruptor


geral de entrada do quadro do consumidor.

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Quadros

O quadro do consumidor deve ficar localizado no interior do edifício tão próximo quanto
possível da porta da entrada.

Canalizações

Canalização eléctrica é o conjunto constituído por um ou mais condutores eléctricos e pelos


elementos que asseguram o seu isolamento eléctrico, as protecções mecânicas, químicas,
eléctricas e a sua fixação devidamente agrupados e com aparelhagem de ligação comum.

Classificação

As canalizações podem classificam – se em :

- Canalização fixa – aquela que ‘e estabelecida de forma inamovível sem recursos a meios
especiais.

- Canalização amovível – canalização não fixa destinada a alimentar em regra, aparelhos móveis
ou portáteis.

- Canalização a vista – aquela que é visível sem necessidade de retirar qualquer parte da
construção sobre a qual está estabelecida.

- Canalização oculta – canalização que não ‘e visível ou que não é acessível sem remoção de
qualquer elemento do meio em que se encontra ou ainda sem remoção de si própria.

Canalizações gerais

Nas instalações de utilização de energia eléctrica não podem ser empregues condutores com
secções nominais inferiores às seguintes :

- Circuitos para tomadas, força motriz empregar – se e aquecimento : - 2,5 mm2 .

- Circuitos para a iluminação e outros fins : - 1,5 mm2.

Exceptua – se o caso de canalizações amovíveis para alimentação de aparelhos de utilização


móveis ou portáteis, em que poderão empregar – se condutores com secção nominal não inferior
a 0,75 mm2.

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Os condutores isolados, empregues em instalações de utilização de energia eléctrica, são
identificados pelas seguintes cores :

- Condutor de fase – preto ou castanho.

- Trifásico – preto, preto, castanho.

- Condutor neutro – azul claro.

- Condutor de protecção – verde/amarelo.

Tubos de protecção de condutores

Nas canalizações embebidas é usado normalmente o condutor do tipo V e TV ( telecomunicações


e sinalização) protegidos por tubo plástico VD, ou ocasionalmente tubo de aço.

Secção Diâmetro
dos nominal do
condutores tudo ( mm )
( mm2 )
Número de
condutores
1 2 3 4 5
1,5 12 16 16 16 20
2,5 12 16 16 16 25
4 12 20 20 20 25
6 12 20 20 25 32
10 16 32 32 32 40
16 16 32 32 40 40
25 20 40 40 50 50
35 25 50 50 50 63

Condutores mais usados

Os condutores mais usados nas canalizações eléctricas são :

1 – Condutores do tipo V

Este tipo de condutor utiliza – se em instalações fixas, a vista ou em tubos e para montagem de
quadros de aparelhagem.

2 – Cabo tipo VVD

Utiliza – se em instalações fixas.

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3 – Cabo tipo VV

Este tipo de cabo utiliza – se principalmente em instalações industrias, podendo aparecer nos
edifícios em locais húmidos, molhados e expostos a intempérie.

4 – Cabo tipo VHV

Este cabo tem a mesma aplicação que o cabo VV. É o cabo mais recomendado para as baixadas
de alimentação dos edifícios.

5 – Cabo tipo VAV

Este tipo de cabo “e utilizado nas canalizações subterrâneas, especialmente de alimentação de


edifícios.

6 – Condutores tipo TV e TVD

Estes condutores são utilizados em instalações de campainhas, intercomunicadores e telefones no


interior dos edifícios.

7 – Cabos TVV, TVHV e TVAV

Estes cabos utilizam – se em instalações particulares de telefones ou intercomunicadores e para


distribuição em centrais telefónicas.

APARELHAGEM DE MANOBRA E LIGAÇÃO

Aparelhagem de manobra

Os aparelhos de manobra mais usados são

- Interruptores.

- Comutadores.

- Botões de campainha.

Aparelhos de ligação

- Tomadas.

- Fichas.

- Suporte para lâmpada.

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CONCEPÇÃO BÁSICA DE UM PROJECTO DE ELECTRICIDADE PARA UMA
INSTALAÇÃO RESIDENCIAL OU DE USO PROFISSIONAL

GNERALIDADES

Consideram – se instalações residenciais ou de uso profissional, os locais destinados a habitação


ou a actividade profissional. Uma instalação residencial ou de uso profissional comporta
basicamente as seguintes cargas :

- Iluminação.

- Tomadas de uso geral.

- Tomadas específicas para fogão eléctrico, máquina de lavar, aparelhos de aquecimento e de ar


condicionado.

É com base na potência dessas cargas que se determina a potência total da instalação residencial.

As potências a considerar nas instalações de iluminação e tomadas de uso geral para


aparelhagem doméstica dependem das áreas ocupadas pelas respectivas instalações de utilização
e de coeficientes de simultaneidade, partindo do princípio de que os receptores nunca funcionam
todos simultaneamente.

Potências mínimas a considerar no dimensionamento das instalações de utilização

Recomenda – se que as instalações a estabelecer em locais residenciais ou de uso profissional


sejam dimensionados com base nos seguintes valores mínimos :

A - Para instalações de iluminação e tomadas para usos gerais : 25 W/m2.

B – Para instalações de climatização : 80 W/m2.

C – Para instalações de máquinas de lavar : 3,3 Kw

D – Para instalações de cozinha eléctrica :

- Até 3 divisões principais : 3 Kw.

- Para 4 divisões principais : 4 Kw.

- Para 5 divisões principais : 5 Kw.

- Para mais de 5 divisões principais : 8 Kw.

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E – Para instalações de aquecimento eléctrico de água :

- Até 3 divisões principais : 1,5 Kw.

- Para 4 divisões principais : 2 Kw.

- Para mais de 5 divisões principais : 3 Kw.

NB : Na contagem do número de divisões principais apenas deverão ser consideradas as que


tenham uma área superior a 4 m2, excluídas as cozinhas, casa de banho e corredores.

Número mínimo de aparelhos de iluminação e tomadas de uso geral por dependência.

Recomenda – se que em locais residenciais ou de uso profissional, se preveja, para cada fogo,
pelo menos a existência de um aparelho de iluminação fixo e respectivo aparelho de comando,
por dependência, de 2 tomadas de colocadas em paredes diferentes por divisão principal, e de 2
tomadas na cozinha.

Número mínimo de circuitos.

São de previlegiar as seguintes regras de concepção das instalações :

- Prever, no mínimo um circuito de iluminação e outro de tomadas.

- Prever circuitos individualizados para electrodomésticos e termo domésticos de potência


elevada ( máquinas de lavar, fogão, termo acumulador, etc ).

- Prever no mínimo um circuito eléctrico para aquecimento eléctrico do ambiente ( se existir )

Número máximo de pontos de utilização por circuitos é 8.

Recomenda – se que haja em regra, os seguintes circuitos distintos:

A - Para iluminação:

- 1 circuito, para cada divisão principal.

- 2 circuitos, até 6 divisões principais.

- 3 circuitos, para mais de 6 divisões principais.

B – Para tomadas de uso gerais :

- 2 circuitos, até 2 divisões principais.

- 3 circuitos, até 5 divisões principais.

- 4 circuitos, para mais de 5 divisões principais.

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C – Para equipamento de cozinha

- 1 circuito, para alimentação de, pelo menos, uma máquina de lavar loiça ou lavar roupa.

Coeficiente de simultaneidade a considerar para as instalações

Como é fácil de imaginar, numa instalação eléctrica é muito pouco provável que todos os
aparelhos estejam ligados ao mesmo tempo. Assim, conforme o tipo de instalação, existem
factores de simultaneidade que devem ser considerados nos cálculos representando uma
economia.

O coeficiente de simultaneidade ( Ks ) caracteriza o regime de utilização da instalação o que


implica o conhecimento detalhado da instalação e dos seus modos de exploração.

Os coeficientes de simultaneidade em instalações de energia eléctrica são :

a – Instalações de iluminação e tomadas de uso gerais :

Ks = 0,7 : 1

b – Instalações de cozinha :

Ks = 0,8 :1

c – Instalações de aquecimento , frio e ventilação :

Ks = 1

Circuitos de saída do quadro

Nas instalações de utilização das habitações devem ser distintos os circuitos de saída do quadro.
Os circuitos de saída devem ser constituídos por condutores tipo V protegidos por tubos do tipo
VD e ter a seguinte composição :

a – Circuitos de iluminação – V2x1,5/VD16

b – Circuitos de tomadas de uso geral – V2x2,5/VD16, quando servem tomadas sem pólo de
terra e V2x2,5 + T2,5,VD16 quando servem tomadas como pólo de terra.

c – Circuitos de tomadas para máquina de lavar – V2x2,5 + T2,5/VD16.

d – Circuitos para ligação de aparelho de aquecimento de água V4x2,5 + T2,5/VD, quando se


destina a aparelhos monofásicos, ou V4x2,5 + T2,5/VD25 quando se destina a aparelhos
trifásicos.

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e – Circuito para ligação de fogão de cozinha – V2x6 + T6/VD25 quando se destina a fogões
trifásicos.

Entrada da instalação

A entrada da instalação é uma canalização eléctrica de baixa tensão compreendida entre : - uma
caixa de coluna e a origem de uma instalação de utilização.

- Um quadro de colunas é a origem de uma instalação eléctrica.

- Uma portinhola que sirva uma instalação é a origem desta.

As entradas das instalações de utilização devem ser constituídos condutores do tipo V protegidos
por tubos do tipo VD embebidos, salvo nos casos em seja recomendável o emprego de cabos do
tipo VV montados a vista com braçadeiras plásticas.

Nas entradas destinadas a alimentar locais residenciais ou de uso profissional não poderão ser
empregues canalizações com condutores de secção nominal inferior a 4 mm2.

Exercícios :

1 - Uma residência de 5 divisões principais e uma área de 300 m 2,tem para além de instalações
de iluminação, instalações de cozinha eléctrica, de aquecimento de água, climatização e máquina
de lavar.

A – Calcular a secção do ramal de chegada e a respectiva protecção.

B – Determinar o diâmetro do tubo de entrada.

C – Desenhar o esquema do quadro.

2 – Um apartamento de 5 divisões principais e de uma área de 275 m 2, tem para além das
instalações de iluminação e tomadas de uso geral, instalações de cozinha eléctrica, de
aquecimento de água, de climatização e máquina de lavar.

A – Calcular a secção do ramal de chegada e a respectiva protecção.

B – Determinar o diâmetro do tubo de entrada.

C – Desenhar o diagrama unifilar dos circuitos de saída .

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