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Organização Sete de Setembro de Cultura e Ensino – LTDA

Centro Universitário do Rio São Francisco - UniRios


Curso de Bacharelado em Psicologia

Amanda Sandes Lima

ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE PSICOLOGIA COM PACIENTES


ONCOLÓGICOS FRENTE À DOENÇA E AO ADOECER

Paulo Afonso-BA
2020
Amanda Sandes Lima

ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE PSICOLOGIA COM PACIENTES


ONCOLÓGICOS FRENTE À DOENÇA E AO ADOECER

Monografia apresentada ao Curso de


Graduação em Psicologia do Centro
Universitário do Rio São Francisco -
UniRios, como requisito parcial para
obtenção do grau de Bacharel em
Psicologia.

Área de concentração: Psicologia da


Saúde

Disciplina TG-I: Profa. Me. Dandara


Barbosa Palhano.

Orientador: Prof. Me. Felipe Ricardo


Pereira Vasconcelos de Arruda.

Paulo Afonso-BA
2020
Amanda Sandes Lima

ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE PSICOLOGIA COM PACIENTES


ONCOLÓGICOS FRENTE À DOENÇA E AO ADOECER

Monografia apresentada ao Curso de


Graduação em Psicologia do Centro
Universitário do Rio São Francisco -
UniRios, como requisito parcial para
obtenção do grau de Bacharel em
Psicologia.

Área de concentração: Psicologia da


Saúde

Aprovada em: ___/____/2020

Banca examinadora:

Prof. Me. Felipe Ricardo Pereira Vasconcelos de Arruda (Orientador)

Prof.___________________________________ Avaliador

Prof.___________________________________ Avaliador

Paulo Afonso-BA
2020
Dedico este trabalho aos meus pais
Armando e Ângela, que me apoiam
incondicionalmente e que não medem
esforços para que eu possa realizar
meus sonhos.
AGRADECIMENTOS

É chegado ao fim um ciclo de muitas risadas, choro, felicidade e frustrações. Mas


também de muito conhecimento, experiências e principalmente de desenvolvimento
e crescimento pessoal.

Agradeço a Deus que me deu saúde e forças para superar todos os momentos
difíceis com os quais me deparei ao longo da minha graduação, por ter iluminado o
meu caminho e por ter me conduzido até aqui.

Ao meu orientador Felipe Ricardo Pereira Vasconcelos de Arruda, por todo apoio e
paciência ao longo da elaboração do projeto.

A professora Profa. Me. Dandara Barbosa Palhano por todo ensinamento e por ter
contribuído com a conclusão deste trabalho. As professoras Elisângela Lima e
Idenise Naiara, vocês se tornaram a minha inspiração.

A todos os professores, reconheço um esforço gigante com muita paciência e


sabedoria. Foram eles que me deram recursos e ferramentas para evoluir um pouco
mais todos os dias.

Aos meus pais Armando e Ângela que apesar de todas as dificuldades, me


propiciaram a realização deste sonho. Ao meu Irmão Armando Júnior, minha
cunhada Any Graziely e meus sobrinhos Alef Gabriel e Álan Micael por todo o
incentivo durante os anos de faculdade.

A toda minha família e amigos por me incentivarem a ser uma pessoa melhor e não
desistir dos meus sonhos.

Aos colegas de turma por todas as experiências divididas, pelo apoio e conselhos.

Agradecimento à universidade e professores A todos os funcionários da instituição


de ensino UNIRIOS por todo apoio e por proporcionar um ambiente propício para o
desenvolvimento do meu trabalho de conclusão de curso.
Minha fé não está firmada, nas coisas que
podes fazer, eu aprendi a te adorar pelo
que és. Dele vêm o sim e o amém,
somente dele e mais ninguém, a Deus
seja o louvor

Se Deus fizer, Ele é Deus. Se não fizer,


Ele é Deus. Se a porta abrir, Ele é Deus
Mas se fechar, continua sendo Deus

Se a doença vier, Ele é Deus. Se curado


eu for, Ele é Deus. Se tudo der certo, Ele
é Deus. Mas se não der, continua sendo
Deus

Denilo Marçal
LIMA, Amanda Sandes. SINTOMAS DE TRANSTORNOS PSICOLÓGICOS
DESENVOLVIDOS POR PACIENTES ONCOLÓGICOS FRENTE À DOENÇA E AO
ADOECER, MEDIDOS ATRAVÉS DAS ESCALAS DE DEPRESSÃO E
DESESPERANÇA DE BECK. 2020. 39f. Monografia (bacharelado em psicologia)
– centro Universitário do Rio São Francisco - UniRios. Paulo Afonso, BA.

RESUMO

O câncer tem sido uma das principais doenças que leva a óbito no mundo. A
neoplasia já é a primeira causa de mortes em 10% dos municípios brasileiros. A
doença pode desenvolver implicações físicas e psicossociais. É tida como a
patologia que condena o sujeito à morte, que causa sintomas doloridos e
sofrimentos físicos constantes. Este estudo visa identificar a contribuição das
intervenções do profissional de psicologia em pacientes oncológicos no
enfrentamento da doença e no processo de tratamento como também, analisar as
demandas existentes em pacientes oncológicos, conhecer como os profissionais de
psicologia já inseridos nas equipes atuam e avaliar as contribuições que as
intervenções psicológicas oferecem. A metodologia aplicada nesta pesquisa teve
como procedimento a pesquisa bibliográfica através de uma revisão integrativa. Os
resultados do estudo evidenciaram a importância do profissional de psicologia no
suporte emocional para o desenvolvimento de recursos emocionais para que o
paciente e seus familiares, possam enfrentar e superar o longo processo de
tratamento da doença.

Palavras-chave: Psico-Oncologia, Psicologia da Saúde, Câncer.


ABSTRACT

Cancer has been one of the main diseases that leads to death in the world.
Neoplasia is already the leading cause of death in 10% of Brazilian municipalities.
The disease can develop physical and psychosocial implications. It is considered as
a pathology that condemns the subject to death, which causes painful symptoms and
constant physical suffering. This study aims to identify the contribution of psychology
professional interventions in cancer patients in coping with the disease and in the
treatment process, as well as to analyze the existing demands in cancer patients, to
identify how psychology professionals already inserted in multiprofessional teams
work and to evaluate the contributions that psychological interventions offer. The
methodology applied in this research was a bibliographic research through an
integrative review. It is of great importance to have a psychology professional
providing emotional support and contributing to the development of emotional
resources for the patient, and their family members, to face and overcome the long
process of treating the disease.

Keywords: Psycho-Oncology, Health Psychology, Cancer.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01 – Formação da célula Cancerígena

Figura 01 – Óbitos por câncer no Brasil em 2015

Figura 02 – Estimativas de novos casos de Câncer Brasil em 2018


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Artigos selecionados com título, autor, ano, objetivo e revista publicados.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 14

2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 18

2.1. Câncer ............................................................................................................ 18

2.2. Psicologia da Saúde ....................................................................................... 20

2.3. Psicologia Oncológica .................................................................................... 21

3. METODOLOGIA ................................................................................................... 24

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 26

4.1. A inserção do Psicólogo na Oncologia .......................................................... 30'

4.2. A intervenção da Psico-Oncologia .................................................................. 33

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 37

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 39
14

1 INTRODUÇÃO

O câncer tem sido uma das principais doenças que leva a óbito no mundo. Estima-
se que de 14,1 milhões de pessoas acometidas pela patologia, ao menos 8,2
milhões morrem por consequência da doença. A neoplasia já é a primeira causa de
mortes em 10% dos municípios brasileiros, sendo estas cidades localizadas nas
regiões mais desenvolvidas do país (BRASIL, 2019).

Ainda segundo dados do Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva
- INCA (BRASIL, 2017), as doenças que mais causam morte no Brasil são o AVE
(Acidente Vascular Encefálico) e infarto. Porém nos últimos anos, conforme dados
tabulados pelo Datasus, ficou evidenciado que os óbitos por câncer cresceram cerca
de 90%. Enquanto as mortes por doenças cardiovasculares cresceram 36%
(ABRALE, 2019).

O Câncer é uma doença que se tornou um problema de saúde pública, e que


conforme dito anteriormente, tem crescido muito rápido a cada dia. A patologia
consiste no crescimento irregular de uma célula que possui a capacidade de se
espalhar muito rapidamente por órgãos e tecidos. Por este motivo o diagnóstico
precoce da doença pode fazer toda a diferença no processo de tratamento em busca
da cura (BATISTA; MATTOS; SILVA, 2015).

As causas do surgimento da doença têm sido frequentemente estudadas, acredita-


se que diversos fatores podem estar atrelados para que a patologia se desenvolva.
Entre os possíveis elementos estão à predisposição genética, a alimentação
contaminada, uso de cigarros, fatores ambientais de risco e também a condição
emocional negativa que pode levar a diminuiç0ão da imunidade do organismo
(CARVALHO, 2002).

Estima-se que a incidência de novos casos de câncer ultrapasse os 625 mil em 2020
entre os brasileiros (BRASIL, 2020). Não obstante, os tratamentos e os suportes
dados pela medicina têm aumentado à possibilidade de cura da doença,
principalmente com o diagnóstico na fase inicial da patologia (BORGES et al., 2006).
15

A doença pode desenvolver implicações físicas e psicossociais. É tida como a


patologia que condena o sujeito à morte, que causa sintomas doloridos e
sofrimentos físicos constantes, além da realização de procedimentos cirúrgicos e
tratamentos agressivos. Esses tratamentos são incertos, ou seja, não possui a
garantia de cura, o que contribui para o desajustamento psicossocial (SANTOS;
RIBEIRO, 2001)(FREIRE et al., 2014).

Durante este processo os pacientes precisam desenvolver o Coping que pode ser
descrito como os esforços desenvolvidos voltados para melhor enfrentamento de
situações e demandas estressoras. Esses esforços são tanto cognitivos, quanto
comportamentais e servem como meio para diminuir ou amenizar a sobrecarga que
a situação inesperada pode causar (CANO; MORÉ, 2016).

Existe atualmente a Psico-Oncologia, área de conhecimento que contribui


diretamente para ajudar aos pacientes oncológicos a construir o coping
(CARVALHO, 2002). O processo de tratamento é doloroso e desgastante, mesmo
que o paciente tenha todo o aporte dado pela medicina, em determinado momento
apenas o acompanhamento psicológico é capaz e minimizar os impactos emocionais
e sociais provenientes da doença (CANO; MORE, 2016).

O profissional de psicologia atua no progresso do tratamento em conjunto com uma


equipe multidisciplinar. O exercício do acompanhamento psicológico é realizado com
o paciente, realizando o acolhimento, a escuta qualificada e o silêncio quando o
paciente assim demandar. A família também deve ser acompanhada de perto, sendo
comum nesses casos que a família desenvolva até o luto antecipado, pela gravidade
da enfermidade (MORAIS; DE CASTRO; DE SOUZA, 2013).

Receber o diagnóstico de câncer desperta sentimentos negativos que podem


desenvolver transtornos psicológicos e prejudiciais ao longo do tratamento. Indaga-
se neste estudo: I. Qual a importância da inserção do profissional de psicologia na
equipe multidisciplinar para o acompanhamento de pacientes oncológicos? II. Como
se dá atuação do psicólogo diante das demandas geradas pelos pacientes no
decorrer do tratamento? III. Qual a contribuição da atuação do psicólogo para
melhoria da qualidade de vida dos pacientes oncológicos?
16

A motivação para o desenvolvimento da pesquisa foi a conjuntura atual do crescente


índice de Câncer e em sucessão a doença o desenvolvimento de transtornos
psicológicos. O desenvolvimento de ansiedade e depressão torna-se cada vez mais
comum em pacientes diagnosticados com o câncer, sendo importante o
acompanhamento psicológico para fortalecimento e encorajamento para passar pelo
longo tratamento (FARINHAS; WENDLING; DELLAZZANA-ZANON, 2013)

No estudo realizado por Freire et al. (2014) a depressão está presente em pacientes
oncológicos. O Transtorno depressivo piora a qualidade de vida da pessoa adoecida
e de seus familiares. As mulheres mais jovens e que realizam os tratamentos
auxiliares, quimioterapia e radioterapia, estão mais suscetíveis ao desenvolvimento
da depressão durante o tratamento.

O processo de descoberta de uma doença causa nos pacientes um sofrimento físico


e psíquico, bem como uma fragilidade emocional que interfere diretamente na saúde
mental. Simonetti (2011) enfatiza que todo processo de adoecimento possui muitas
subjetividades e aspectos psicológicos desenvolvidos de acordo com a maneira que
cada pessoa adoecida afronta a doença.

Este estudo tem por objetivo geral: I. identificar a contribuição das intervenções do
profissional de psicologia em pacientes oncológicos no enfrentamento da doença e
no processo de tratamento. Possui como objetivos específicos: I.I. Analisar as
demandas existentes em pacientes oncológicos; I.II. Conhecer como os profissionais
de psicologia já inseridos nas equipes atuam; I.III. Avaliar as contribuições que as
intervenções psicológicas oferecem.

O diagnóstico da patologia oncológica pela medicina se dá através de


comprovações patológicas aos sintomas existentes ou até mesmo sem que nenhum
sinal tenha surgido até então. Outros sintomas podem surgir ao longo do tratamento,
ou vir simultaneamente que não se conectam a doença de origem, direciona a uma
somatização (ALVES; LIMA, 2016).
17

É importante ressaltar que não apenas o paciente sofre quando descobre que foi
acometida por alguma enfermidade, a família também adoece junto com o paciente.
Os familiares precisam cuidar, acompanhar e passar confiança para os adoecidos,
mas, muitas vezes se deparam com um sentimento de impotência, podendo deixá-
los também emocionalmente fragilizados (PASSOS; PEREIRA; NITSCHKE, 2015).

O adoecimento muda a rotina e a dinâmica da família que precisa se adaptar a nova


condição do membro da família que necessita da assistência (PASSOS; PEREIRA;
NITSCHKE, 2015). Por não saber conviver com a dor subjetiva causada pela
doença, e somada às dores físicas, o paciente pode tornar-se agressivo com outras
pessoas (ALVES et al., 2015). É possível que durante o enfrentamento da doença o
paciente desenvolva o sentimento de raiva com a equipe de saúde que o
acompanha e/ou com o familiar que está lhe dando o apoio, conforme afirmado por
(CASTRO; BARRETO, 2015).

Torna-se desafio para o profissional de psicologia minimizar os impactos que todas


essas questões elaboradas acima, trazem desde o momento em que recebem o
diagnóstico e perdura no decorrer do tratamento da doença. A intervenção
psicológica tem por objetivo viabilizar, ao adoecido e seus familiares observar além
da doença, além do diagnóstico e assim reposicionar-se frente ao problema
(SCHNEIDER; MOREIRA, 2017).

Neste contexto, considera-se relevante a compreensão dos processos psicológicos


que são desenvolvidos no processo de descoberta e tratamento da doença. Cada
pessoa possui suas particularidades e seu modo de encarar as dificuldades da vida
e precisa ser acolhido de acordo com suas necessidades. Tanto para a produção
cientifica, quanto para profissionais da área é valoroso a identificação dos processos
psicológicos existentes no paciente frente à doença (NEUMAYER et al., 2018).

A atuação do profissional de psicologia com pacientes oncológicos tem seu foco


direcionado para a minimização dos impactos causados pela doença. Principalmente
pelo fato da doença ser extremamente agressiva e o tratamento longo, exaustivo e
sem a garantia de cura. Não obstante, a família do adoecido também necessita do
acompanhamento psicológico (OLIVEIRA; SOUZA, 2017).
18

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Câncer

O Câncer é uma das doenças crônicas que mais se desenvolvem atualmente no


mundo. Nos dias atuas está sendo considerada como um problema de saúde
pública, segundo dados do INCA (BRASIL, 2017). O câncer é uma patologia que
acomete pessoas de qualquer faixa etária, sendo extremamente agressiva no corpo.

Em suas características fisiológicas a fase inicial do câncer “é caracterizado pela


multiplicação rápida de células anormais que crescem além dos seus limites
habituais e que podem, através da circulação sanguínea ou linfática, invadir partes
adjacentes do corpo e se espalharem para outros órgãos” (COSTA; SILVA, 2017
p.02)

Figura 01 – Formação da célula Cancerígena

Fonte: Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva - INCA (BRASIL, 2019)
19

No Brasil, em pelo menos 10% dos municípios o Câncer já é a principal causa de


morte. Em 2012 mais de 8 milhões de óbitos foram provenientes da enfermidade. Os
dados abaixo, disponibilizados pelo INCA (BRASIL, 2017), mostram o parâmetro dos
óbitos causados pela doença no Brasil com base do ano de 2015.

Figura 02 – Óbitos por câncer no Brasil em 2015

Fonte: Observatório de Oncologia (BRASIL, 2017).

Figura 03 – Estimativas de novos casos de Câncer Brasil em 2018

Fonte: Observatório de Oncologia (BRASIL, 2017).

As figuras acima mostram que em 2017 a estimativa para 2018 era que cerca de 580
mil novos casos fossem diagnosticados a cada ano o que fará com que em no
máximo 10 anos o Câncer seja a principal causa de morte no Brasil (BRASIL, 2017).
O INCA alerta que a estimativa de novos casos para 2020 deve superar 620 mil
pessoas acometidas pela doença (BRASIL, 2020). Esse contexto desperta
20

preocupação e a necessidade de um olhar diferenciado para as pessoas


diagnosticadas com essa patologia principalmente, pela alta taxa de mortalidade.

2.2. Psicologia da Saúde

O conceito de Psicologia da Saúde surgiu nos anos 70, juntamente com as


alterações das políticas sociais. Neste período iniciou-se também uma nova política
de saúde voltada para a atenção primaria à saúde, onde a doença perde o foco e a
prevenção torna-se o principal objetivo dos profissionais de saúde de todas as
especialidades (ALVES, 2011).

No Brasil a Psicologia da Saúde iniciou sua atuação por volta dos anos 90, em
unidades hospitalares. Esse surgimento se deu através das lutas da população, dos
profissionais da saúde e sanitaristas por um sistema de saúde que abrangesse a
toda a população. Em 1986 com o debate na 8ª Conferência Nacional de Saúde, a
saúde no Brasil passou a seguir o conceito definido pela OMS em 1948 “a qual
considera saúde como o estado de completo bem-estar físico, mental e social, não
se restringindo à ausência de doença” (SOBROSA et al., 2014)

Conceitualmente, Barros (2002) define que a psicologia da saúde tem por objetivo
contribuir para o ajustamento de comportamento, que contribua para uma mudança
no estilo de vida que resulte na prevenção e promoção de doenças, bem como
apoiar no enfrentamento a dor, o sofrimento e os impactados negativos trazidos pela
doença.

Alves et al (2017, p. 551) defende a psicologia da saúde como “o campo de


especialização da psicologia que centra seu interesse no âmbito dos problemas de
saúde, especialmente físicos ou orgânicos, com a principal função de prevenir a
ocorrência dos mesmos ou de tratá-los ou reabilitá-los”. E complementa que existem
causas biológicas e sociais que também são determinantes no processo saúde x
doença. (ALVES et al., 2017)

Ainda é desafio para a psicologia a atuação em instituições de saúde, visto que, até
pouco tempo, o modelo que existia do fazer psicológico era a atuação em
21

consultórios clínicos e a psicologia social. No que se refere às características da


Psicologia da saúde, a atuação é pautada no modelo clínico da psicologia e levando
em consideração a psicologia social e outras áreas de atuação da psicologia
(ALVES, 2011).

Como dito anteriormente por Barros (2002), a atuação do Psicólogo da Saúde inicia
na promoção dos cuidados de saúde, que compreende o incentivo a ações básicas
de higiene e exames preventivos de rotina. O profissional atua no acompanhamento
periódico aos grupos que necessitam de cuidados por patologias crônicas como é o
caso dos hipertensos e diabéticos.

Mesmo com todos os cuidados preventivos e as promoções em saúde, a atuação do


profissional de Psicologia também tem se desenvolvido nos hospitais e clínicas
especializadas em patologias mais graves, focalizando nesse estudo os Centros de
Tratamentos Oncológicos. Nesse caso o Psicólogo atua no tratamento visando o
fortalecimento para enfrentar a doença e, em consequência proporciona a
diminuição do tempo de internação em unidades hospitalares (LOURENÇÃO;
SANTOS JUNIOR; LUIZ, 2009)

Portanto existem duas vertentes de atuação da psicologia da Saúde, são nomeadas


por Teixeira (2004) em que determina como Perspectiva Tradicional e Perspectiva
Crítica. A Perspectiva Tradicional tem por finalidade o bem-estar e o equilíbrio
biopsicossocial, através de ações de promoção e acompanhamentos assistenciais
preventivos. A Perspectiva Crítica é voltada para o contexto saúde e doença levando
em consideração as peculiaridades do ambiente em que o sujeito está inserido
(TEIXEIRA, 2004).

2.3. Psicologia Oncológica

Os psicólogos passaram a ser solicitados por médicos oncologistas na década de


70, juntamente com o surgimento da Psicologia da Saúde. Inicialmente para auxiliar
o médico na transmissão do diagnóstico. Posteriormente no século XX, com o
crescente desenvolvimento da doença, se tornou a doença que possuía sinônimo de
22

morte. Nesse contexto tornou-se necessária a inserção do profissional de psicologia


no acompanhamento de todo o tratamento (CARVALHO, 2002).

A Psico-Oncologia ainda é uma área de atuação multidisciplinar. Tornou-se


reconhecida no Brasil em 1989, onde sua definição de atuação foi formulada de
acordo com a realidade do país (CARVALHO, 2002). Porém, apenas em 2 de
setembro de 1998, através da Portaria Nº 3.535/98 do Ministério da Saúde a atuação
do Psicólogo Clínico passou a ser obrigatório nos centros de atendimentos
oncológicos.

Holland (1990) apud Carvalho (2002) caracteriza a atuação da Psico-Oncologia


como sendo a especialidade que busca estudar os impactos emocionais que o
diagnóstico da patologia pode causar nos pacientes, família e profissionais que
acompanham o paciente, e os comportamentos que são desenvolvidos ao longo do
tratamento para recuperação da saúde.

O psicólogo que atua na área de oncologia presta suporte emocional e contribui nos
ajustes dos comportamentos do paciente acometido pela enfermidade. Visa à
diminuição dos impactos negativos causados pelo diagnostico da doença, do mesmo
modo que presta assistência a família que está diretamente ligada ao processo de
tratamento da patologia (MONTEIRO; LANG, 2015).

O Psicólogo deve prestar assistência aos profissionais que compõe a equipe médica
e de assistência, conforme levantado por Holland (1990) apud Carvalho (2002) é
necessário à atenção com a equipe multidisciplinar que presta a assistência ao
enfermo. Devido à sobrecarga do trabalho e a convivência intensa com a dor e o
sofrimento dos pacientes, os profissionais desenvolvem sérios problemas
emocionais e psicológicos como, por exemplo, o estresse.

Para Schimiguel et.al, (2015) a atuação do psicólogo na área da Psico-Oncologia


está voltada à prestação de assistência emocional, informativa e direcionamento de
comportamentos que irão contribuir para fortalecimento psicológico para o período
do tratamento. É necessário antes de tudo criar vínculo através do acolhimento
23

humanizado, pois, o paciente precisa aceitar o acompanhamento psicológico


(SCHIMIGUEL et al., 2015).

Alguns instrumentos psicológicos permitem que o profissional acompanhe no


paciente oncológico o nível de motivação, de crença e descrença na vida, por
exemplo. Entender os pensamentos e as perspectivas de vida do adoecido é
importante para uma assistência mais especifica e controle de transtornos
psicológicos que possam surgir. (MONTEIRO; LANG, 2015)
24

3 METODOLOGIA

A metodologia aplicada nesta pesquisa teve como procedimento a pesquisa


bibliográfica, conforme Treinta (2014) a problemática para a realização de pesquisas
bibliográficas está na grande quantidade de material encontrado, que dificulta a
escolha das pesquisas mais adequadas para o desenvolvimento estudo. A pesquisa
proporciona o embasamento teórico para o desenvolvimento de uma revisão
integrativa. (TREINTA et al., 2013)

A revisão integrativa proporciona analisar o conteúdo proposto de forma mais ampla


e completa. Permite que estudos de diferentes perspectivas metodológicas sejam
incluídos na análise do objeto de pesquisa. A exposição deve ser clara e completa
de modo que proporcione ao leitor desenvolver uma análise critica diante do
conteúdo apresentado (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010)

Foram usadas três plataformas para a coleta dos dados, a BVS, SCIELO e PEPSIC.
Os descritores usados que norteiam a pesquisa para a seleção de artigos científicos
que mais se adequam ao tema proposto foi Psicologia AND Oncologia, Psico-
Oncologia e Psicologia Oncológica. Em seguida, os critérios de inclusão e seleção:
língua portuguesa, publicação entre os anos de 2010 a 2020, estar relacionado ao
tema e por fim, o resumo com vistas a determinar sua integração ao conteúdo.

Utilizando os descritores e os critérios em todas as plataformas foram encontrados


171 artigos. Deste total, foi verificado que 13 eram pesquisas repetidas. Em seguida
foram excluídos 101 pela leitura do tema, pois se tratava de artigos que tratavam de
questões especificas e não iria abranger o objeto proposto no estudo. Após as
primeiras exclusões foi realizada a leitura do resumo de 57 artigos, 45 pesquisas
foram excluídas por não se adequar aos objetivos do estudo. Ficando disponíveis
para a análise 12 artigos cientificas.

Por fim, foi realizada leitura sistemática de todos os manuscritos encontrados


durante a realização da pesquisa bibliográfica. Com a leitura das pesquisas foi
possível realizar uma compilação das principais ideias que cada autor expressou em
25

seu texto e assim realizar a inter-relação entre os resultados encontrados e


defendidos em cada manuscrito.
26

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Das características gerais dos 12 artigos selecionados, seis foram escritos apenas
por psicólogos, um por acadêmico de psicologia em conjunto com um psicólogo, um
escrito por estudantes de medica e um médico psiquiatra, um escrito por médicos e
psicólogo, um escrito por psicólogo e profissional da educação e dois
multidisciplinares com mais de quatro áreas de conhecimento. Sendo a produção
desenvolvida em maior número por psicólogos.

Os estados de desenvolvimento dos artigos selecionados foram: Pernambuco (1),


Rio de Janeiro (3), Goiás (1), São Paulo (3), Rio Grande do Sul (2), Mato Grosso do
Sul (1) e Minas Gerais (1). Os métodos de pesquisa utilizados, foram três revisões
bibliográficas, cinco pesquisas de campo, um ensaio clínico, e projeto de Intervenção
e dois estudos de caso.

A tabela abaixo expõe os textos encontrados que serão utilizados na análise. Os


artigos foram dispostos em uma planilha contendo os principais dados de cada
estudo, nome do autor, tema, ano de publicação e a exposição do objetivo principal
da pesquisa.

Tabela 1 - Artigos selecionados com título, autor, ano, objetivo e revista publicados.

Título Autor Ano Objetivo Revista

Realizar um
Aplicações da levantamento de REVISTA
LOURENÇÃO
terapia cognitivo- atualização do uso da BRASILEIRA
; DOS
comportamental em 2010 Terapia Cognitivo DE
SANTOS
tratamentos de Comportamental (TCC) TERAPIAS
JUNIOR; LUIZ
câncer em tratamentos COGNITIVAS
oncológicos.
27

Sob a Espada de
Dâmocles: a
Compreender a prática
Prática de PSICOLOGIA:
MORAIS; dos profissionais de
Psicólogas em 2013 CIÊNCIA E
ANDRADE psicologia no Município
Oncologia PROFISSÃO,
de Recife-PE
Pediátrica em
Recife-Pe

Descrever a atuação
desenvolvida por
psicólogos do Serviço
Psico-oncologia:
de Psicologia do
atuação do
SCANNAVIN Hospital de Câncer de PSICOLOGIA
psicólogo no 2013
O et al Barretos/Fundação Pio USP
hospital de câncer
XII – SP, uma
de Barretos
instituição médica
especializada em
oncologia.

Demonstrar os efeitos
Intervenções de uma prática de
REVISTA DA
psicológicas em intervenção
SBPH-
pacientes psicanalítica com
SOCIEDADE
submetidos à pacientes submetidos à
PETRILLI 2015 BRASILEIRA
procedimentos procedimentos
DE
invasivos em um invasivos, em situação
PSICOLOGIA
serviço de de urgência subjetiva,
HOSPITALAR
oncologia pediátrica em uma instituição de
oncologia pediátrica.
28

Pesquisar, através de
uma revisão
bibliográfica, de que
maneira o
acompanhamento
psicológico junto à
família do paciente
Acompanhamento
oncológico é PSICOLOGIA
psicológico ao MONTEIRO;
2015 importante. Após DO
cuidador familiar de LANG
buscar entender o ARGUMENTO
paciente oncológico
papel do psicólogo
inserido à equipe
multiprofissional, do
setor de oncologia e,
investigar como se dá o
trabalho deste junto ao
cuidador

Capacitar de discentes
Construção do para o trabalho na área
cuidado em psico- da psico-oncologia,
PSICOLOGIA
oncologia em um FERREIRA 2015 visando a: uma
EM ESTUDO
projeto de extensão assistência
universitária comprometida com o
cuidado integral

Identificar as
Percepções do percepções do paciente REVISTA DE
THEOBALD et
paciente oncológico 2016 oncológico sobre o SAÚDE
al
sobre o cuidado cuidado profissional COLETIVA
recebido.

Avaliar a ocorrência de
Prevalência de depressão e ansiedade
Ansiedade e em paciente
REVISTA
Depressão em oncológicos, além de
BRASILEIRA
Pacientes FERREIRA et analisar as associações
2016 DE
Oncológicos e al entre as variáveis
CANCEROLO
Identificação de clínicas e
GIA
Variáveis sociodemográficas e as
Predisponentes comorbidades
psiquiátricas.
29

Conhecer a produção
REVISTA DA
científica da psicologia
Estratégias de SBPH-
com o intuito de
atuação da ALVES; SOCIEDADE
articulá-la com a visão
psicologia diante do UCHÔA- 2017 BRASILEIRA
da atuação no projeto
câncer infantil: uma FIGUEIREDO DE
de extensão
revisão integrativa PSICOLOGIA
universitária em que as
HOSPITALAR
autoras participam.

Avaliar a eficácia da
técnica de relaxamento
PSICOLOGIA,
por indução de
Avaliação do SAÚDE &
imagens em pacientes
estresse e DOENÇAS -
quimioterápicos na
ansiedade em LUFIEGO; SOCIEDADE
redução dos níveis de
pacientes SCHNEIDER; 2017 PORTUGUES
ansiedade com a
quimioterápicos BÓS A DE
utilização do Inventário
submetidos a PSICOLOGIA
de Ansiedade Beck
relaxamento DA SAÚDE -
(BAI) e o estresse
SPPS
através do Termômetro
de Distress (TD)

Investigação do
Investigar o suporte
suporte social e
SETTE; social e qualidade de SAÚDE E
qualidade de vida 2018
CAPITÃO vida (QV) em pacientes PESQUISA
em pacientes com
oncológicos
câncer

Analisar a percepção
de pessoas com
doença oncológica, em REVISTA DA
A psicologia no
um hospital de grande SBPH-
contexto de
porte de salvador- SOCIEDADE
produção do
Bahia, acerca da BRASILEIRA
cuidado segundo a PIRES et al 2019
inserção do psicólogo DE
percepção de
nas equipes PSICOLOGIA
pessoas com
interprofissionais e as HOSPITALAR
doença oncológica
repercussões de suas
funções na produção
de cuidado.
30

4.1. A inserção do Psicólogo na Oncologia

Os estudos encontrados evidenciam que mesmo com todo o avanço da tecnologia e


indústrias farmacológicas para tratamento das neoplasias, o recebimento do
diagnóstico de Câncer vem acompanhado por muitos estigmas de finitude tanto para
o adoecido como para a família. (SETTE; CAPITÃO, 2018)(FERREIRA et al.,
2016)(FERREIRA et al., 2016)(FERREIRA, 2015)(THEOBALD et al., 2016) É nessa
conjuntura que surge a necessidade da atuação da psico-oncologia, visto que o
desiquilíbrio emocional nesse momento interfere de forma negativa e podem ser
determinantes para o resultado do tratamento. (MONTEIRO; LANG, 2015)

Não apenas o paciente, a família tem papel fundamental no processo, pois muitas
vezes são eles os primeiros a saber e os responsáveis por tomar as decisões acerca
do tratamento. Cada pessoa envolvida são dotados de subjetividade e cada um irá
assimilar de uma forma diferente, principalmente porque o Câncer vem municiado de
sofrimento físico e psíquico. (MONTEIRO; LANG, 2015)

Os pacientes oncológicos desenvolvem estresse, ansiedade e depressão em grande


escala, desde o diagnóstico e/ou durante todo o processo de tratamento. Contudo,
diversos estudos apontam que estas condições emocionais teriam interferência no
sistema imunológico sendo uma possível causa para o desenvolvimento de tumores
e outras doenças. A família ou paciente estando nesse estado emocional, podem
afetar um ao outro e ambos sofrem as consequências (LUFIEGO; SCHNEIDER;
BÓS, 2017).

Tomando por base o índice de prevalência de depressão e ansiedade da população


geral, o índice desses transtornos é maior entre os pacientes oncológicos (SETTE;
CAPITÃO, 2018) (FERREIRA et al., 2016). O percentual de ansiedade é de 31,33%
e 26,18% para depressão. O estudo evidenciou que não existe um perfil para o
desenvolvimento do transtorno, mas citou que alguns fatores podem ser mais
propícios para o desencadeamento de depressão e ansiedade. (FERREIRA et al.,
2016).
31

As mulheres são as que mais desenvolvem os transtornos, as mais jovens a


ansiedade e as mais velhas a depressão. Outros fatores que merecem atenção
como o tempo do diagnóstico, o tipo de tratamento ao qual o paciente é submetido,
o local em que o câncer se desenvolveu, o tempo de tratamento e o fator idade. O
fato é que a depressão e ansiedade são transtornos que possuem índices
consideráveis, sendo um alerta para que as instituições de saúde ofereçam
atendimentos voltados a saúde mental. (FERREIRA et al., 2016).

Apesar de ser em menor número que em adultos, o câncer também se desenvolve


em crianças. As crianças são submetidas a diversos procedimentos invasivos,
longas internações hospitalares e diversos tratamentos que lhes causam muita dor.
Todo esse processo pode desenvolver nas crianças angústias, medo, raiva,
desespero, que poderá resultar no desenvolvimento de traumas que irão reverberar
durante toda a vida (PETRILLI, 2015).

Diante das imposições de condição de vida geradas pelo diagnóstico do Câncer,


alguns autores ressaltam a importância do apoio ao adoecido. O suporte social é
compreendido pelo lado emocional, que se configura pelo afeto e atenção que o
indivíduo recebe, e o lado instrumental, que está relacionado com as condições de
suporte financeiro, apoio presencial e o informacional, que é o conhecimento de
todos os processos e a possibilidade que lhe é dada de escolha (SETTE; CAPITÃO,
2018).

O suporte social adequado e sendo notado pelo paciente oncológico, auxilia na


diminuição dos impactos negativos que o diagnóstico e o tratamento desenvolvem
no indivíduo. Este fator tem impacto direto na qualidade de vida dos pacientes,
compreendendo que a doença traz mudanças e a necessidade de adaptação da
doença a rotina. Promover qualidade de vida para esses pacientes se configura
como uma das funções da psicologia dentro desse contexto (SETTE; CAPITÃO,
2018).

No contexto geral os pacientes oncológicos possuem apoio emocional e recebem


muito afeto, porém sua condição atual dificulta da interação social e dificuldade de
participação em eventos sociais. A existência de um suporte social adequado,
32

favorece a qualidade de vida no que se refere a saúde mental e nos aspectos


emocionais. A qualidade de vida dos pacientes oncológicos é bem inferior a
qualidade de vida da população geral. (SETTE; CAPITÃO, 2018).

Em uma das pesquisas coletadas, os autores ressaltam a importância da


comunicação e da informação para com os pacientes oncológicos. O diálogo entre
profissional e paciente permite a consolidação do vínculo, bem como a relação de
confiança que muito contribui para o avanço do tratamento. A informação permite
que o paciente esteja esclarecido quanto suas expectativas e limitações, tornando-o
o responsável dentro do processo e mantendo sua autonomia (THEOBALD et al.,
2016).

Quatro eixos temáticos são discutimos como necessidades básicas dos indivíduos e
se configuram como cuidado humanizado para com os pacientes oncológicos, são a
comunicação, informação, autonomia e a percepção do cuidado. A comunicação
adequada costuma promover segurança, conforto e acalmar o paciente diante do
momento de aflição. Acontece de acordo com a socialização desenvolvida entre a
equipe e os pacientes, a postura de cada indivíduo interfere na comunicação.
(THEOBALD et al., 2016).

O segundo eixo, a informação, o nível social e cultura interferem na compreensão da


mensagem. Pacientes com nível social mais alto recebem mais informações,
principalmente no que se refere as etapas do tratamento e o prognóstico, permitindo
que os pacientes discutam sobre as intervenções a serem realizadas. O terceiro eixo
é a autonomia, poucos pacientes possuem autonomia para participar das decisões
do tratamento, esta participação demanda informações suficientes para que consiga
escolher o que considera melhor para tratamento, é direito do indivíduo determinar o
que quer fazer com sua vida (THEOBALD et al., 2016).

O último eixo é o entendimento que o adoecido tem sobre o que é cuidado. Este
está descrito pelos pacientes apenas aos cuidados técnicos e relacionados a
doença. Tomando por base a necessidade de humanização o estudo demonstra que
os profissionais da saúde precisam ampliar sua visão sobre o cuidado,
principalmente na oncologia em que os pacientes estão bastantes fragilizados
33

(THEOBALD et al., 2016). Contudo, as questões emocionais sobressaem e afetam a


saúde mental.

Para a diminuir os impactos causados pela doença torna-se evidente a necessidade


de desenvolvimento o Coping, que se configura pelas estratégias desenvolvidas
para o enfrentamento de um determinado problema. Quando se fala em Câncer
esses esforços cognitivos e comportamentos para superar a doença são
desenvolvidos tanto pelo adoecido, como por seus familiares e a equipe de
profissionais que acompanham o paciente (FERREIRA, 2015).

O Coping quando concebido pode seguir focado na emoção, que se configura


quando os indivíduos acabam se distanciando do problema, como uma negação
para evitar o sofrimento. E outra estratégia de enfrentamento está focada no
problema, que compreende uma aproximação a adversidade dando-o atenção
absoluta. A partir do conhecimento do coping é possível realizar intervenções
psicológicas mais assertivas para os públicos envolvidos (FERREIRA, 2015).

4.2. A intervenção da Psico-Oncologia

O psicólogo pode iniciar a intervenção com o paciente oncológico e sua família


imediatamente após o conhecimento do diagnóstico. A atuação de forma preventiva
permite conhecer a percepção dos indivíduos sobre a doença, dando instrumentos
para que desenvolvam estratégias adaptativas, que irá contribuir para o
enfrentamento de todas as etapas do longo tratamento (MONTEIRO; LANG, 2015).

No entanto, para que o psicólogo exerça sua função dentro das equipes de
produção de saúde se faz necessário a quebra de um paradigma, que se configura
pela mudança do modelo biomédico e a inserção da visão biopsicossocial do sujeito.
O modelo biomédico é voltado para as tecnologias, medicamento, o foco é na
doença física. O modelo biopsicossocial entende o sujeito como um ser integral e
abrange os processos físicos, psicológicos e sociais do sujeito (PIRES et al., 2019).

A atuação do psicólogo no contexto da oncologia visa proporcionar ao sujeito, além


do suporte emocional, possibilitando autonomia ao adoecido para enfrentamento da
34

doença. Estas intervenções permitem que o sujeito se reestabeleça e encoraje-se


frente ao problema, mesmo que muitos pacientes não consigam identificar essa
intervenção (PIRES et al., 2019).

Nos casos em que o paciente recebe, juntamente com o diagnóstico da doença, a


notícia de que o tratamento é apenas paliativo, para alivio dos sintomas, o psico-
oncologista terá a incumbência de proporcionar uma qualidade de vida para os
últimos dias de existência. Bem como, é fundamental o suporte para a família,
permitindo a elaboração do luto (MONTEIRO; LANG, 2015).

O psicólogo também pode contribuir com a flexibilização da adesão aos


procedimentos que são necessários realizar para a continuidade do tratamento.
Principalmente quando se trata de crianças, pode existir uma resistência a adesão
de algum procedimento, nesse contexto o psicológico identifica a motivo que gerou a
reação de negação a intervenção médica e fazê-los refletir sobre a importância da
realização do protocolo médico (PETRILLI, 2015).

O atendimento psicológico para pacientes oncológicos é assegurar um atendimento


humanizado diante de um momento que desorganiza a vida do paciente e de sua
família. Esta atuação torna-se ainda mais relevando quando existe um período de
hospitalização, pois a atuação multidisciplinar permite a integralidade e a totalidade
de cada paciente oncológico e seus familiares (ALVES; UCHÔA-FIGUEIREDO,
2017).

Esses atendimentos são iniciados através da escuta acolhedora do profissional, que


avalia os aspectos cognitivos, emocionais e comportamentais do paciente, coletando
dados que o permitam entender o contexto psicossocial que englobam o paciente e
o adoecimento. O acompanhamento psicológico tem por objetivo estimular o
paciente a encontrar os recursos de enfrentamento necessários para superar cada
fase à qual seja submetido (SCANNAVINO et al., 2013).

Estudos comprovam a eficácia de técnicas e relaxamento e uso de imagens mentais


para minimização dos do nível de estresse e ansiedade que acometem os pacientes
oncológicos. Os instrumentos da psicologia da saúde possibilitam que os pacientes
35

reprogramem os pensamentos e comportamentos pessimistas diante da doença,


através da visualização de imagens positivas do avanço do tratamento, objetivando
a melhoria da qualidade de vida (LUFIEGO; SCHNEIDER; BÓS, 2017).

Outras técnicas de intervenção psicológica podem ser desenvolvidas em grupo,


individualmente ou com a família. As técnicas visam a identificação das distorções
cognitivas, o desenvolvimento de habilidades para enfrentamento da doença,
higiene do sono, técnicas de respiração, auto-monitoramento, entre outras. Estudos
apontam resultados positivos e demostram que as intervenções são eficazes e
auxiliam no resultado do tratamento (LOURENÇÃO; SANTOS JUNIOR; LUIZ,
2009b).

O hospital de câncer de Barretos, Unidade de Saúde referência no tratamento dessa


patologia no Brasil, possui uma equipe ampla voltada a assistência psicológica em
todas as etapas em que os pacientes se submetem. Possibilitando o atendimento de
uma maior quantidade de pessoas, o hospital realiza principalmente intervenção de
caráter psicoeducativo em grupo (SCANNAVINO et al., 2013).

Com as crianças são utilizadas principalmente técnicas psicológicas a execução de


atividades lúdicas. Para as crianças é uma mudança repentina de rotina, que a
impede de ir a escolas, de brincar na rua e até a tira do ambiente familiar, por tanto,
é fundamental o processo de adaptação a nova condição de vida. Através da
brincadeira a criança pode expressar seus sentimentos e expor suas angústias
mesmo que não consiga catalisar a gravidade da situação (ALVES; UCHÔA-
FIGUEIREDO, 2017).

A inclusão de profissionais de psicologia nas equipes multiprofissionais de


atendimento das demandas existentes na alta complexidade ainda é recente. Diante
das angústias e sofrimentos gerados pelo diagnóstico torna-se fundamental que
ocorra esse cuidado com a saúde mental. Para os profissionais a prática desta
atividade é um desafio diário, pois, não diante das situações desencadeadas
desenvolve-se envolvimento emocional com os pacientes (MORAIS; ANDRADE,
2013).
36

Diante das técnicas existentes que possibilita as intervenções psicológicas, uma


pesquisa realizada com profissionais psicólogos que atuam na área, ressaltou que
não é possível ficar apenas restrito as abordagens e instrumentos disponibilizados
pela ciência. Quando a atuação é realizada em um contexto tão complexo torna-se
necessário focar no bem estar e na qualidade de vida do paciente, mesmo que exija
do profissional tomar outros caminhos (MORAIS; ANDRADE, 2013).
37

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos dados coletados pode ser observado que o diagnóstico de câncer causa
inúmeras consequências negativas nas pessoas acometidas pela doença, bem
como seus familiares. Dentre essas consequências as que afetam a saúde mental
são as que merecem mais atenção visto que, os pensamentos negativos, depressão,
ansiedade, angústias, medo e desesperança, por exemplo, afetam diretamente o
sistema imunológico causando prejuízos tanto psíquicos quanto físicos.

É nesse contexto que se dá a importância de ter um profissional de psicologia dando


o suporte emocional e contribuindo para o desenvolvimento de recursos emocionais
para enfrentar e superar todo o longo processo de tratamento da doença. A inserção
do psicólogo deve ocorrer dentro da equipe multidisciplinar de assistência ao
adoecido, bem como prestar assistência aos cuidadores e a toda a família do
paciente oncológico.

A atuação do psicólogo estará voltada ao atendimento da demanda elaborada por


cada paciente. Os conteúdos podem variar de acordo com a fase do tratamento em
que o paciente está, que vai desde o diagnóstico até os últimos dias de vida, em
casos extremos, e o contexto psicossocial em que vive a pessoa. A atividade do
psicólogo se inicia com a escuta, que nessas circunstâncias deve ser a mais
acolhedora e humanizada possível.

Muitas vezes o profissional de psicologia não possui um espaço adequado para


realizar as intervenções, uma vez que, muitos atendimentos acontecem em
ambiente hospitalar e/ou durante a realização de algum procedimento e o local é
dividido com os demais profissionais da equipe. O setting terapêutico improvisado é
um dos pontos negativos para conseguir o objetivo da intervenção, os psicólogos
precisam desenvolver estratégias de atuação mais assertivas para conseguir auxiliar
o paciente em suas demandas.

Os instrumentos disponibilizados pela ciência da psicologia permitem que o suporte


dado pelo profissional melhore a qualidade de vida dos pacientes e seus familiares.
Essa contribuição se dá pelo fato de que as intervenções visam desenvolver
38

autonomia nas pessoas, bem como despertar uma visão mais dinâmica da situação,
fazendo com que os pacientes possam visualizar outras possibilidades e não apenas
a finitude.

Uma das dificuldades de atuação do profissional de psicologia dentro das equipes


multidisciplinares de saúde, de acordo com os dados coletados, é a falta de
reconhecimento da importância da intervenção no processo. Poucas equipes de
trabalho recolhessem a necessidade visto que, ainda predomina o modelo
biomédico voltado apenas para o biológico.

A busca realizada permitiu identificar que a contribuição do psicólogo para os


pacientes oncológicos é fundamental para alcançar melhores resultados no
tratamento. A contribuição perpassa por adaptação das mudanças que surgem com
a doença, diminuição do estresse causados pelos procedimentos dolorosos,
proporcionar autonomia, melhorar a qualidade de vida, auxiliar na retomada a vida
social, desenvolver o equilíbrio biopsicossocial e até mesmo a elaboração do luto.

A metodologia utilizada permitiu responder os objetivos e os problemas de pesquisa


bem como, confirmou as hipóteses levantadas. Os pacientes oncológicos
desenvolvem durante o processo desajustamento emocional que resultam muitas
vezes em transtornos psicológicos. Contudo torna-se fundamental a intervenção
psicológica visando o fortalecimento emocional para o enfretamento da doença.

Alguns artigos que realizaram pesquisa de campo comprovaram os resultados das


intervenções psicológicas neste processo. A mensuração foi realizada através da
aplicação de testes iniciais, realização das intervenções e a reaplicação dos testes
que evidenciaram melhoria no quadro. Sugere-se o desenvolvimento de mais
pesquisas na áreas, com a utilização de técnicas e outros instrumentos de medição.
39

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