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Paulo Afonso-BA
2020
Amanda Sandes Lima
Paulo Afonso-BA
2020
Amanda Sandes Lima
Banca examinadora:
Prof.___________________________________ Avaliador
Prof.___________________________________ Avaliador
Paulo Afonso-BA
2020
Dedico este trabalho aos meus pais
Armando e Ângela, que me apoiam
incondicionalmente e que não medem
esforços para que eu possa realizar
meus sonhos.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus que me deu saúde e forças para superar todos os momentos
difíceis com os quais me deparei ao longo da minha graduação, por ter iluminado o
meu caminho e por ter me conduzido até aqui.
Ao meu orientador Felipe Ricardo Pereira Vasconcelos de Arruda, por todo apoio e
paciência ao longo da elaboração do projeto.
A professora Profa. Me. Dandara Barbosa Palhano por todo ensinamento e por ter
contribuído com a conclusão deste trabalho. As professoras Elisângela Lima e
Idenise Naiara, vocês se tornaram a minha inspiração.
A toda minha família e amigos por me incentivarem a ser uma pessoa melhor e não
desistir dos meus sonhos.
Aos colegas de turma por todas as experiências divididas, pelo apoio e conselhos.
Denilo Marçal
LIMA, Amanda Sandes. SINTOMAS DE TRANSTORNOS PSICOLÓGICOS
DESENVOLVIDOS POR PACIENTES ONCOLÓGICOS FRENTE À DOENÇA E AO
ADOECER, MEDIDOS ATRAVÉS DAS ESCALAS DE DEPRESSÃO E
DESESPERANÇA DE BECK. 2020. 39f. Monografia (bacharelado em psicologia)
– centro Universitário do Rio São Francisco - UniRios. Paulo Afonso, BA.
RESUMO
O câncer tem sido uma das principais doenças que leva a óbito no mundo. A
neoplasia já é a primeira causa de mortes em 10% dos municípios brasileiros. A
doença pode desenvolver implicações físicas e psicossociais. É tida como a
patologia que condena o sujeito à morte, que causa sintomas doloridos e
sofrimentos físicos constantes. Este estudo visa identificar a contribuição das
intervenções do profissional de psicologia em pacientes oncológicos no
enfrentamento da doença e no processo de tratamento como também, analisar as
demandas existentes em pacientes oncológicos, conhecer como os profissionais de
psicologia já inseridos nas equipes atuam e avaliar as contribuições que as
intervenções psicológicas oferecem. A metodologia aplicada nesta pesquisa teve
como procedimento a pesquisa bibliográfica através de uma revisão integrativa. Os
resultados do estudo evidenciaram a importância do profissional de psicologia no
suporte emocional para o desenvolvimento de recursos emocionais para que o
paciente e seus familiares, possam enfrentar e superar o longo processo de
tratamento da doença.
Cancer has been one of the main diseases that leads to death in the world.
Neoplasia is already the leading cause of death in 10% of Brazilian municipalities.
The disease can develop physical and psychosocial implications. It is considered as
a pathology that condemns the subject to death, which causes painful symptoms and
constant physical suffering. This study aims to identify the contribution of psychology
professional interventions in cancer patients in coping with the disease and in the
treatment process, as well as to analyze the existing demands in cancer patients, to
identify how psychology professionals already inserted in multiprofessional teams
work and to evaluate the contributions that psychological interventions offer. The
methodology applied in this research was a bibliographic research through an
integrative review. It is of great importance to have a psychology professional
providing emotional support and contributing to the development of emotional
resources for the patient, and their family members, to face and overcome the long
process of treating the disease.
Tabela 1 - Artigos selecionados com título, autor, ano, objetivo e revista publicados.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 14
3. METODOLOGIA ................................................................................................... 24
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 39
14
1 INTRODUÇÃO
O câncer tem sido uma das principais doenças que leva a óbito no mundo. Estima-
se que de 14,1 milhões de pessoas acometidas pela patologia, ao menos 8,2
milhões morrem por consequência da doença. A neoplasia já é a primeira causa de
mortes em 10% dos municípios brasileiros, sendo estas cidades localizadas nas
regiões mais desenvolvidas do país (BRASIL, 2019).
Ainda segundo dados do Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva
- INCA (BRASIL, 2017), as doenças que mais causam morte no Brasil são o AVE
(Acidente Vascular Encefálico) e infarto. Porém nos últimos anos, conforme dados
tabulados pelo Datasus, ficou evidenciado que os óbitos por câncer cresceram cerca
de 90%. Enquanto as mortes por doenças cardiovasculares cresceram 36%
(ABRALE, 2019).
Estima-se que a incidência de novos casos de câncer ultrapasse os 625 mil em 2020
entre os brasileiros (BRASIL, 2020). Não obstante, os tratamentos e os suportes
dados pela medicina têm aumentado à possibilidade de cura da doença,
principalmente com o diagnóstico na fase inicial da patologia (BORGES et al., 2006).
15
Durante este processo os pacientes precisam desenvolver o Coping que pode ser
descrito como os esforços desenvolvidos voltados para melhor enfrentamento de
situações e demandas estressoras. Esses esforços são tanto cognitivos, quanto
comportamentais e servem como meio para diminuir ou amenizar a sobrecarga que
a situação inesperada pode causar (CANO; MORÉ, 2016).
No estudo realizado por Freire et al. (2014) a depressão está presente em pacientes
oncológicos. O Transtorno depressivo piora a qualidade de vida da pessoa adoecida
e de seus familiares. As mulheres mais jovens e que realizam os tratamentos
auxiliares, quimioterapia e radioterapia, estão mais suscetíveis ao desenvolvimento
da depressão durante o tratamento.
Este estudo tem por objetivo geral: I. identificar a contribuição das intervenções do
profissional de psicologia em pacientes oncológicos no enfrentamento da doença e
no processo de tratamento. Possui como objetivos específicos: I.I. Analisar as
demandas existentes em pacientes oncológicos; I.II. Conhecer como os profissionais
de psicologia já inseridos nas equipes atuam; I.III. Avaliar as contribuições que as
intervenções psicológicas oferecem.
É importante ressaltar que não apenas o paciente sofre quando descobre que foi
acometida por alguma enfermidade, a família também adoece junto com o paciente.
Os familiares precisam cuidar, acompanhar e passar confiança para os adoecidos,
mas, muitas vezes se deparam com um sentimento de impotência, podendo deixá-
los também emocionalmente fragilizados (PASSOS; PEREIRA; NITSCHKE, 2015).
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Câncer
Fonte: Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva - INCA (BRASIL, 2019)
19
As figuras acima mostram que em 2017 a estimativa para 2018 era que cerca de 580
mil novos casos fossem diagnosticados a cada ano o que fará com que em no
máximo 10 anos o Câncer seja a principal causa de morte no Brasil (BRASIL, 2017).
O INCA alerta que a estimativa de novos casos para 2020 deve superar 620 mil
pessoas acometidas pela doença (BRASIL, 2020). Esse contexto desperta
20
No Brasil a Psicologia da Saúde iniciou sua atuação por volta dos anos 90, em
unidades hospitalares. Esse surgimento se deu através das lutas da população, dos
profissionais da saúde e sanitaristas por um sistema de saúde que abrangesse a
toda a população. Em 1986 com o debate na 8ª Conferência Nacional de Saúde, a
saúde no Brasil passou a seguir o conceito definido pela OMS em 1948 “a qual
considera saúde como o estado de completo bem-estar físico, mental e social, não
se restringindo à ausência de doença” (SOBROSA et al., 2014)
Conceitualmente, Barros (2002) define que a psicologia da saúde tem por objetivo
contribuir para o ajustamento de comportamento, que contribua para uma mudança
no estilo de vida que resulte na prevenção e promoção de doenças, bem como
apoiar no enfrentamento a dor, o sofrimento e os impactados negativos trazidos pela
doença.
Ainda é desafio para a psicologia a atuação em instituições de saúde, visto que, até
pouco tempo, o modelo que existia do fazer psicológico era a atuação em
21
Como dito anteriormente por Barros (2002), a atuação do Psicólogo da Saúde inicia
na promoção dos cuidados de saúde, que compreende o incentivo a ações básicas
de higiene e exames preventivos de rotina. O profissional atua no acompanhamento
periódico aos grupos que necessitam de cuidados por patologias crônicas como é o
caso dos hipertensos e diabéticos.
O psicólogo que atua na área de oncologia presta suporte emocional e contribui nos
ajustes dos comportamentos do paciente acometido pela enfermidade. Visa à
diminuição dos impactos negativos causados pelo diagnostico da doença, do mesmo
modo que presta assistência a família que está diretamente ligada ao processo de
tratamento da patologia (MONTEIRO; LANG, 2015).
O Psicólogo deve prestar assistência aos profissionais que compõe a equipe médica
e de assistência, conforme levantado por Holland (1990) apud Carvalho (2002) é
necessário à atenção com a equipe multidisciplinar que presta a assistência ao
enfermo. Devido à sobrecarga do trabalho e a convivência intensa com a dor e o
sofrimento dos pacientes, os profissionais desenvolvem sérios problemas
emocionais e psicológicos como, por exemplo, o estresse.
3 METODOLOGIA
Foram usadas três plataformas para a coleta dos dados, a BVS, SCIELO e PEPSIC.
Os descritores usados que norteiam a pesquisa para a seleção de artigos científicos
que mais se adequam ao tema proposto foi Psicologia AND Oncologia, Psico-
Oncologia e Psicologia Oncológica. Em seguida, os critérios de inclusão e seleção:
língua portuguesa, publicação entre os anos de 2010 a 2020, estar relacionado ao
tema e por fim, o resumo com vistas a determinar sua integração ao conteúdo.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Das características gerais dos 12 artigos selecionados, seis foram escritos apenas
por psicólogos, um por acadêmico de psicologia em conjunto com um psicólogo, um
escrito por estudantes de medica e um médico psiquiatra, um escrito por médicos e
psicólogo, um escrito por psicólogo e profissional da educação e dois
multidisciplinares com mais de quatro áreas de conhecimento. Sendo a produção
desenvolvida em maior número por psicólogos.
Tabela 1 - Artigos selecionados com título, autor, ano, objetivo e revista publicados.
Realizar um
Aplicações da levantamento de REVISTA
LOURENÇÃO
terapia cognitivo- atualização do uso da BRASILEIRA
; DOS
comportamental em 2010 Terapia Cognitivo DE
SANTOS
tratamentos de Comportamental (TCC) TERAPIAS
JUNIOR; LUIZ
câncer em tratamentos COGNITIVAS
oncológicos.
27
Sob a Espada de
Dâmocles: a
Compreender a prática
Prática de PSICOLOGIA:
MORAIS; dos profissionais de
Psicólogas em 2013 CIÊNCIA E
ANDRADE psicologia no Município
Oncologia PROFISSÃO,
de Recife-PE
Pediátrica em
Recife-Pe
Descrever a atuação
desenvolvida por
psicólogos do Serviço
Psico-oncologia:
de Psicologia do
atuação do
SCANNAVIN Hospital de Câncer de PSICOLOGIA
psicólogo no 2013
O et al Barretos/Fundação Pio USP
hospital de câncer
XII – SP, uma
de Barretos
instituição médica
especializada em
oncologia.
Demonstrar os efeitos
Intervenções de uma prática de
REVISTA DA
psicológicas em intervenção
SBPH-
pacientes psicanalítica com
SOCIEDADE
submetidos à pacientes submetidos à
PETRILLI 2015 BRASILEIRA
procedimentos procedimentos
DE
invasivos em um invasivos, em situação
PSICOLOGIA
serviço de de urgência subjetiva,
HOSPITALAR
oncologia pediátrica em uma instituição de
oncologia pediátrica.
28
Pesquisar, através de
uma revisão
bibliográfica, de que
maneira o
acompanhamento
psicológico junto à
família do paciente
Acompanhamento
oncológico é PSICOLOGIA
psicológico ao MONTEIRO;
2015 importante. Após DO
cuidador familiar de LANG
buscar entender o ARGUMENTO
paciente oncológico
papel do psicólogo
inserido à equipe
multiprofissional, do
setor de oncologia e,
investigar como se dá o
trabalho deste junto ao
cuidador
Capacitar de discentes
Construção do para o trabalho na área
cuidado em psico- da psico-oncologia,
PSICOLOGIA
oncologia em um FERREIRA 2015 visando a: uma
EM ESTUDO
projeto de extensão assistência
universitária comprometida com o
cuidado integral
Identificar as
Percepções do percepções do paciente REVISTA DE
THEOBALD et
paciente oncológico 2016 oncológico sobre o SAÚDE
al
sobre o cuidado cuidado profissional COLETIVA
recebido.
Avaliar a ocorrência de
Prevalência de depressão e ansiedade
Ansiedade e em paciente
REVISTA
Depressão em oncológicos, além de
BRASILEIRA
Pacientes FERREIRA et analisar as associações
2016 DE
Oncológicos e al entre as variáveis
CANCEROLO
Identificação de clínicas e
GIA
Variáveis sociodemográficas e as
Predisponentes comorbidades
psiquiátricas.
29
Conhecer a produção
REVISTA DA
científica da psicologia
Estratégias de SBPH-
com o intuito de
atuação da ALVES; SOCIEDADE
articulá-la com a visão
psicologia diante do UCHÔA- 2017 BRASILEIRA
da atuação no projeto
câncer infantil: uma FIGUEIREDO DE
de extensão
revisão integrativa PSICOLOGIA
universitária em que as
HOSPITALAR
autoras participam.
Avaliar a eficácia da
técnica de relaxamento
PSICOLOGIA,
por indução de
Avaliação do SAÚDE &
imagens em pacientes
estresse e DOENÇAS -
quimioterápicos na
ansiedade em LUFIEGO; SOCIEDADE
redução dos níveis de
pacientes SCHNEIDER; 2017 PORTUGUES
ansiedade com a
quimioterápicos BÓS A DE
utilização do Inventário
submetidos a PSICOLOGIA
de Ansiedade Beck
relaxamento DA SAÚDE -
(BAI) e o estresse
SPPS
através do Termômetro
de Distress (TD)
Investigação do
Investigar o suporte
suporte social e
SETTE; social e qualidade de SAÚDE E
qualidade de vida 2018
CAPITÃO vida (QV) em pacientes PESQUISA
em pacientes com
oncológicos
câncer
Analisar a percepção
de pessoas com
doença oncológica, em REVISTA DA
A psicologia no
um hospital de grande SBPH-
contexto de
porte de salvador- SOCIEDADE
produção do
Bahia, acerca da BRASILEIRA
cuidado segundo a PIRES et al 2019
inserção do psicólogo DE
percepção de
nas equipes PSICOLOGIA
pessoas com
interprofissionais e as HOSPITALAR
doença oncológica
repercussões de suas
funções na produção
de cuidado.
30
Não apenas o paciente, a família tem papel fundamental no processo, pois muitas
vezes são eles os primeiros a saber e os responsáveis por tomar as decisões acerca
do tratamento. Cada pessoa envolvida são dotados de subjetividade e cada um irá
assimilar de uma forma diferente, principalmente porque o Câncer vem municiado de
sofrimento físico e psíquico. (MONTEIRO; LANG, 2015)
Quatro eixos temáticos são discutimos como necessidades básicas dos indivíduos e
se configuram como cuidado humanizado para com os pacientes oncológicos, são a
comunicação, informação, autonomia e a percepção do cuidado. A comunicação
adequada costuma promover segurança, conforto e acalmar o paciente diante do
momento de aflição. Acontece de acordo com a socialização desenvolvida entre a
equipe e os pacientes, a postura de cada indivíduo interfere na comunicação.
(THEOBALD et al., 2016).
O último eixo é o entendimento que o adoecido tem sobre o que é cuidado. Este
está descrito pelos pacientes apenas aos cuidados técnicos e relacionados a
doença. Tomando por base a necessidade de humanização o estudo demonstra que
os profissionais da saúde precisam ampliar sua visão sobre o cuidado,
principalmente na oncologia em que os pacientes estão bastantes fragilizados
33
No entanto, para que o psicólogo exerça sua função dentro das equipes de
produção de saúde se faz necessário a quebra de um paradigma, que se configura
pela mudança do modelo biomédico e a inserção da visão biopsicossocial do sujeito.
O modelo biomédico é voltado para as tecnologias, medicamento, o foco é na
doença física. O modelo biopsicossocial entende o sujeito como um ser integral e
abrange os processos físicos, psicológicos e sociais do sujeito (PIRES et al., 2019).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos dados coletados pode ser observado que o diagnóstico de câncer causa
inúmeras consequências negativas nas pessoas acometidas pela doença, bem
como seus familiares. Dentre essas consequências as que afetam a saúde mental
são as que merecem mais atenção visto que, os pensamentos negativos, depressão,
ansiedade, angústias, medo e desesperança, por exemplo, afetam diretamente o
sistema imunológico causando prejuízos tanto psíquicos quanto físicos.
autonomia nas pessoas, bem como despertar uma visão mais dinâmica da situação,
fazendo com que os pacientes possam visualizar outras possibilidades e não apenas
a finitude.
REFERÊNCIAS