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UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO

UNIAN-SP

LARISSE ALMEIDA S. DE SOUZA R.A.: 305417015807

BIOGRAFIA DE CARLS ROGERS:


RESUMO

Santo André
2019
UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO
UNIAN-SP

1. Introdução

De acordo com a publicação de Kirschenbaum e Henderson em 1989, Carl


Rogers foi o psicólogo/psicoterapeuta mais influente da história americana, o
mesmo também é considerado como o mais influente teórico no campo das
teorias humanísticas da personalidade. Tais considerações se dão, pois tanto
Rogers, quanto suas obras, marcaram não só o campo da psicologia
americana, mas também a psicologia e a psicoterapia em geral. Há diversos
trabalhos referidos a influência de Carl Rogers, como livros, artigos e até filmes
retratando a vida, pensamento e teorias do autor. Isto porque suas ações
visavam se empenham em um caminho de liberdade e de libertação de forças
que nos humanos são motoras de atualização de potencialidades.

2. A trajetória de Carl Rogers

Carl Rogers alimentava uma oposição em relação aos conceitos de


determinismo, seu ponto de vista filosófico, consistia na corrente existencialista,
considerando confiar na capacidade do Humano em se tornar livre e decidir
sobre o seu próprio futuro. Nascido em 1902 e falecido em 1987, Rogers fazia
parte de uma família conservadora, religiosa, enraizada nos valores tradicionais
e fechada sobre ela mesma, porém, muito estimulante intelectualmente. Desde
cedo, Rogers demonstrava grande interesse pela leitura, tendo preferência
pelos clássicos religioso. Em 1919, cursou Agronomia, onde se envolveu em
diversas ações comunitárias, desenvolvendo suas capacidades de facilitador e
organizador. Rogers decide mudar para o curso de História com a intenção de
se dedicar posteriormente à carreira eclesiástica, mas em uma viagem à China,
o mesmo abandona parte das suas convicções religiosas, abrindo-se à
diversificação das ideias e opiniões.

No ano de 1924, Carl Rogers termina a sua licenciatura em História, casa-se


com Hellen Elliot, e tem dois filhos, Davis e Natalie. Na Universidade de
Columbia, passa a frequentar o curso de psicologia clínica e psicopedagogia.
Em 1928, Carl Rogers trabalha como psicólogo no Centro de Observação e
Orientação Infantil da Sociedade para a Prevenção da Crueldade sobre as
Crianças, em Rochester. Em 1929, dirige este Centro e, durante 12 anos,
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interessa-se pelo trabalho com crianças delinquentes e marginais.


Progressivamente, abandona uma orientação diretiva ou interpretativa, optando
por uma perspectiva mais pragmática de escuta dos clientes, numa posição
precursora do que mais tarde estruturará como Orientação Não Diretiva em
terapia.

No ano de 1939 que Rogers publica seu primeiro livro, tendo como titulo “O
tratamento clínico da criança-problema” no qual expõe o essencial das suas
reflexões e pesquisas realizadas até esse momento. Passa a ser conhecido na
qualidade de psicólogo clínico e é convidado para ser professor catedrático da
Universidade de Estado do Ohio, onde tem a possibilidade de explicitar a sua
abordagem terapêutica.

Durante sua passagem pela Universidade de Ohio, desenvolve


progressivamente, uma intervenção “não diretiva”, utilizando assim técnicas de
reformulação e clarificação dos sentimentos. De acordo com Rogers esta
abordagem considera a relação terapêutica em si mesmo como uma
experiência de crescimento. Carl Rogers prepara então uma exposição mais
detalhada e sistemática da sua abordagem da terapia, que publicará em 1942
no livro Aconselhamento e Psicoterapia. O livro aparece como uma inovação,
publicando-se pela primeira vez, e na íntegra, um tratamento a partir da
transcrição da sua gravação. O fulcro da sua abordagem passa da importância
dada às técnicas para, progressivamente, acentuar as atitudes, isto é, a auto
atualização das suas potencialidades e auto-organização, assim como a
valorização das potencialidades terapêuticas da relação.

No ano de 1961, Carl Rogers publica um livro onde explora a aplicação dos
princípios da terapia centrada no cliente a outros domínios do humano e
apresenta a sua abordagem como uma filosofia de vida, uma “maneira de ser”,
com profundas implicações e aplicações em todos os domínios do humano. O
livro “Grupos de encontro”, publicado em 1970, aparece como um instrumento
de trabalho apreciado tanto pelos profissionais como pelos leigos e impõe-se
rapidamente como um livro de consulta obrigatória na área. Rogers também
dirige sua atenção para o campo da educação, propondo uma pedagogia

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centrada no aluno, experiencial. A Pedagogia Experiencial é objeto dos livros


“Liberdade para Aprender”, e “Liberdade para Aprender nos Anos 80. O
essencial da sua mensagem consiste no fato de que os alunos aprendem
melhor, são mais assíduos, mais criativos e mais capazes de solucionar
problemas quando os professores proporcionam o clima humano e de
facilitação.

A partir de 1972, Rogers dedica-se preferencialmente à intervenção e reflexão


sobre os aspectos referentes às áreas do social e do político. Expõe o
essencial destas reflexões no livro “Poder Pessoal”. Em 1967 apresenta o seu
modelo de abordagem centrada na pessoa e a sua filosofia de intervenção não
só como um modelo de psicoterapia, mas também como uma abordagem
eficaz em todas as relações humanas. Enfim, dos interesses e empenhos
numa teologia e numa carreira pastoral, Carl Rogers chega ao fim da sua vida
a um interesse renovado pelo campo do espiritual no homem, mas num espírito
de liberdade e de tolerância, muito longe da visão fundamentalista e estreita da
sua juventude.

3. A difusão do pensamento de Carl Rogers nas ciências humanas

Ao iniciar seu trabalho como Psicoterapeuta, Rogers não concorda com a ideia
de que a Psicoterapia seria apenas uma atividade reservada aos médicos, mas
defende que a especialidade deveria ser atendida por profissionais
especializados em Psicologia. A noção de empatia foi retomada por todas as
escolas e ninguém desconhece a importância deste conceito desde a
psicanálise. O conceito que teve maior dificuldade em ser compreendido e
integrado, foi o de não-diretividade, apesar de muitas escolas considerarem a
sua intervenção terapêutica como não-diretiva. Pode-se também dizer que, as
ideias de Carl Rogers tiveram uma imensa difusão, tanto no campo da
psicologia, quanto no campo da psicoterapia, assim como sua influência se
estendeu a todas as ciências humanas. Houve mudanças na educação, nas
práticas médicas, jurídicas, e até mesmo o aconselhamento pastoral foi
profundamente mudado, assim, trabalhadores no desenvolvimento de
comunidades atuam de modo diferente.

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4. A posição de Carl Rogers na Psicologia atual

Durante a maior parte da sua vida Carl Rogers opôs-se à institucionalização do


seu pensamento ou das suas ideias. Na última década, houve um retorno da
Abordagem Rogeriana aos meios universitários e a um retomar das atividades
de pesquisa, que durante alguns anos tinham passado, a segundo plano,
enquanto que as atividades de exploração dos limites de aplicação e
aplicabilidade do modelo filosófico, tinham sido mais privilegiadas. Um estudo
que ficou célebre foi o Projeto de Hamburgo em 1981, que consistiu em
comparar a psicoterapia de tempo limitado de inspiração psicanalítica, com a
psicoterapia de tempo limitado centrada no cliente, e com um grupo de controle
sem terapia. Os resultados mostraram uma significativa vantagem no grupo
sujeito a terapias, em comparação com o grupo que não fez terapia, e uma
diferença não significativa entre as duas perspectivas terapêuticas.

Em 1990 Eckert e Biermann-Ratjen comparam os resultados de grupos


terapêuticos inspirados nos modelos Rogeriano e Freudiano, onde e
concluíram que ambos apresentam resultados iguais na diminuição da
depressão, da introversão e do desconforto na adaptação à vida. De maneira
geral verifica-se que a escolha do modelo Rogeriano relativamente a outros
modelos não assenta numa questão de eficácia, pois é comprovadamente
semelhante com a dos principais modelos acreditados no mundo científico,
mas na opção filosófica quer do cliente, quer do terapeuta, no seu
posicionamento em relação às questões fundamentais do valor e do respeito
do humano e do seu posicionamento na abordagem da pessoa relativamente a
uma perspectiva essencialista ou existencialista.

5. Qual é o impacto de Carl Rogers ainda hoje?

Neste momento de crise econômica, social e humana em que os valores do


individual tendem a desaparecer. A mensagem de Rogers parece-nos de novo
indispensável para o retorno individual que dá sentido ao social, num conceito
isomórfico de organismo, a todos os níveis de organização, numa posição
profundamente ecológica, holística e humanista.

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