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Intr.

à Relatividade Data de entrega: 18/3 1

1a Lista de exercı́cios
(Observação: cada exercı́cio vale 1,0 ponto)

¬ Considere a “ampulheta de luz” abaixo:

Obtenha a lei da contração dos intervalos de tempo, ∆T 0 = γ∆T , onde


∆T é o tempo medido no referencial no qual a ampulheta está em
repouso, ∆T 0 é o intervalo medido pelo referencial com velocidade v
com relação à ampulheta, e γ = (1 − v 2 /c2 )−1/2 . Obtenha essa lei de
“dilatação do tempo” sem fazer uso das transformações de Lorentz.

­ Derive a forma mais geral de um “boost” de Lorentz. Em outras pa-


lavras: considere dois sistemas de coordenadas S e S 0 , cujos três eixos
cartesianos coincidem no instante t = t0 = 0. Assuma que a veloci-
dade relativa de S 0 com relação a S é ~v – em qualquer direção. Em
outras palavras, qual a forma da matrix Λµν que transforma as coorde-
nadas r → {ct, x, y, z} nas coordenadas r0 → {ct0 , x0 , y 0 , z 0 }: conforme
a equação abaixo:
µ
r0 = Λµν rν , (1)
onde, segundo a notação de Einstein, a soma no ı́ndice ν está suben-
tendida. Dica: expresse a sua resposta em termos de β~ = ~v /c.

® Mostre que as rotações (sem nenhum boost entre os dois sistemas de


referência) são um sub-conjunto das transformações de Lorentz.

¯ A transformação de Lorentz mais geral possı́vel pode ser escrita da


forma: r0µ = Λµν rν + X µ , onde X é uma translação. No caso mais
geral possı́vel, a matriz Λµν inclui boosts, rotações e combinações desses
dois. Qual a condição que deve ser satisfeita pelas matrizes Λ, de tal
forma que a invariância de Lorentz seja respeitada? De quebra, mostre
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que a composição de duas transformações de Lorentz é também uma


transformação de Lorentz.
Detalhe: a sua derivação completa não pode ter mais de 5 linhas (sim, a
resposta é simples e pode ser expressa de uma forma curta e elegante!)

° Uma nave espacial S é alcançada por uma nave espacial S 0 , que ultra-
passa S com uma velocidade relativa v = c/2. O capitão de S saúda o
capitão de S 0 piscando as luzes da proa e da popa simultaneamente do
ponto de vista de S. Quando medida por S, a distância entre as luzes
é de 100 m. Qual a diferença entre os instantes de emissão dos sinais
de luz, quando medidos por S 0 ? Faça um diagrama de espaço-tempo
({ct, x} e {ct0 , x0 }) dos eventos relevantes.

± O comprimento próprio de um objeto é aquele que é medido por uma


régua “padrão” em repouso com relação ao objeto. Sabendo disso,
considere uma barra de comprimento próprio L0 no sistema S 0 , que se
move com velocidade constante v relativa ao sistema S. A extremidade
direita A0 da barra passa pela origem de S no instante t = t0 = 0, e
nesse instante é emitido de A0 um sinal de luz que viaja de A0 para B 0
. Responda: (a) Em qual instante de tempo t01 , medido em S 0 , o sinal
chega em B 0 ? (b) Em qual instante de tempo t1 , medido em S, o sinal
alcança B 0 ? (c) Em qual instante de tempo t02 a extremidade esquerda
da barra, B, passa pela origem de S, como medido pelo referencial
S 0 ? (c) Em qual instante de tempo t2 , medido em S, a extremidade
B 0 da barra passa pela origem do referencia S? (d) Utilize essas in-
formações para deduzir qual o comprimento dessa barra, como medido
no referencial S.

² Em um referencial S um observador vê duas partı́culas idênticas (a


e b) emergirem da origem do sistema de referência, com velocidades
escalares idênticas u = 0, 5 c, formando um ângulo de +π/6 e ?π/6
com o eixo x. Responda: (a) Determine as velocidades de a e b quando
observadas no referencial do centro de massa das duas partı́culas. (b)
Determine a velocidade da partı́cula (a) em relação à partı́cula (b),
como medido por qualquer uma delas.

³ Um observador S vê uma estrela distante com uma elevação angular


θ em relação à direção horizontal x. Um segundo observador S 0 viaja
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na direção x com velocidade v relativa a S. (a) Calcule o ângulo de


elevação θ? da estrela, visto por S 0 , em relação à direção horizontal,
sem utilizar a Relatividade. (b) Calcule novamente o ângulo θ?, mas
desta vez utilize a Relatividade. (c) Compare os resultados dos itens
anteriores quando v/c  1.

´ Podemos definir o 4-momento de uma partı́cula de massa m em termos


da sua 4-velocidade:

pµ = m0 U µ = m0 γ(v) {c, ~v } ,

com γ = (1 − v 2 /c2 )−1/2 . Mostre que a 4-força, Fµ = dPµ /dt (onde


Pµ = ηµν P ν ), é perpendicular à 4-velocidade.

µ Um fóton (partı́cula de luz, de massa zero) tem, num referencial S,


um 4-momento dado por pµ = {E/c, px , py , 0}. Responda: (a) Qual
a relação entre a energia dop fóton, E, e o módulo das componentes
espaciais do momento, p~ = p2x + p2y ? (b) Considere um referencial
S 0 , que se move em relação a S com uma velocidade v paralela ao eixo
x. Encontre o 4-momento do fóton nesse novo referencial, utilizando
a transformação de Lorentz p0µ = Λµν pν . (Note que aqui você deve
re-derivar as fórmulas para a aberração e para o efeito Doppler rela-
tivı́stico.) (c) Qual o ângulo que esse raio de luz faz com a horizontal
(eixo x0 ) no referencial S 0 ? E qual é a energia desse fóton no referencial
S 0?

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