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Física 4 – Óptica e Física Moderna

Capítulo 37 – Relatividade
 Einstein baseou a teoria da relatividade especial em dois postulados:
1. As leis da Física são as mesmas em qualquer sistema de referência inercial;
2. A velocidade da luz no vácuo deve ser sempre a mesma em qualquer sistema de
referência inercial.
 As proposições acima apresentam consequências muito importantes:
1. Um evento que ocorre simultaneamente a outro em relação a um observador pode não
ocorrer simultaneamente em relação a outro observador;
2. Quando existe movimento relativo entre dois observadores, as medições de intervalos
de tempo e distância efetuadas por estes podem apresentar resultados diferentes;
3. Para que a lei da conservação da energia e do momento linear sejam válidas em
qualquer sistema de referência inercial, a segunda lei de Newton e as equações para a
energia cinética e momento linear devem ser reformuladas.
 Invariância das leis da Física – Vamos dar uma olhada nos dois postulados que constituem a teoria
especial da relatividade, ambos postulados descrevem por um observador em um sistema de
referência inercial.
 Primeiro postulado de Einstein – As leis da Física são as mesmas para qualquer sistema de
referência inercial. Caso houvesse diferença, tais diferenças serviriam para distinguir um sistema
de referência inercial de outro.
 Segundo postulado de Einstein – Durante o século XIX, muitos físicos acreditavam que a luz se
deslocasse através de um meio hipotético chamado éter. Se isso fosse verdade, a velocidade da
luz em relação a observadores diferentes dependeria da velocidade relativa entre eles, podendo
ter diferentes valores em diferentes direções. Logo a velocidade da luz no vácuo é sempre a
mesma em qualquer sistema de referência inercial e não depende da velocidade da fonte.

 Velocidade Limite – É impossível para um observador inercial deslocar-se com a velocidade da


luz no vácuo c . A prova para tal afirmação está em mostrar na contradição que mover-se com a
velocidade da luz nos conduz. Suponha que a espaçonave S’ move-se com a velocidade da luz em
relação a terra S ( v s / s=c ). Se a espaçonave acende um farol, o observador na terra verifica que o
'

feixe de luz também tem velocidade c (segundo postulado). Ou seja, a espaçonave e a luz se
deslocam com a mesma velocidade, logo a luz deve ficar sempre no mesmo ponto do espaço
onde a espaçonave estiver. Porém, de acordo com o segundo postulado, concluímos que o feixe
de luz também se desloca com velocidade c em relação a espaçonave, e o feixe não pode ficar
sempre no mesmo ponto do espaço onde está a espaçonave (contradição). Logo nenhum
observador inercial pode deslocar-se com a velocidade da luz no vácuo
c.
 Transformação galileana para as coordenadas – Designamos os sistemas
de coordenadas S para o observador na terra e S’ para o observador na
espaçonave que se move (omitimos o eixo Oz). A origem do sistema S’
desloca-se em relação a origem de S com velocidade constante u ao
longo do eixo x-x’ em comum. Ajustamos os relógios para que em t=0 as
origens coincidam e a distância entre as origens no tempo t é igual a ut .
 Como descreveríamos o movimento de uma partícula P em ambos referenciais? Podemos
descrever a posição dessa partícula usando as coordenadas da terra (x, y, z) em S ou as
coordenadas na espaçonave (x’, y’, z’) em S’. Tais coordenadas estão relacionadas de forma que:
 ' ' '
x=x + ut ; y= y ; z=z . (Transformação galileana para coordenadas)
'
 Sendo v x a velocidade instantânea de P medida por um observador em repouso em S e v x a
velocidade instantânea de P medida por um observador em repouso em S’. podemos deduzir
uma expressão para ambas velocidades derivando com relação a t as equações acima:
'
dx dx
 dt = dt + u→ v x =v 'x +u (Transformação galileana para as velocidades)
 Aplicando as equações acimas para a velocidade da luz no vácuo obtemos que c=c' +u. Mas o
segundo postulado de Einstein, o qual é confirmado experimentalmente, nos diz que c=c ' . Essa
inconsistência nos mostra que ambas equações acimas não podem estar exatamente corretas.
 A solução para a inconsistência apresentada é tal que a hipótese aparentemente óbvia de quem
ambos os observadores em S e S’ usam a mesma escala de tempo ( t=t ' ) deve ser alterada,
logo os dois observadores devem possuir escalas de tempos diferentes. Devemos definir a
' '
' ' dx ' dx
velocidade v x no sistema S’ como x v = ' , e não como v x = . Tal dificuldade reside no
dt dt
conceito de simultaneidade, o qual veremos a seguir.
 Relatividade da Simultaneidade – O problema é que, quando dois eventos ocorrem
simultaneamente em um sistema de referência, eles não necessariamente ocorrem
simultaneamente em um segundo sistema de referência que se move com relação ao primeiro,
mesmo que ambos sejam sistemas de referências inerciais.
 Uma experiência imaginária sobre simultaneidade – imagine um trem deslocando-se com uma
velocidade uniforme próxima de c . Dois raios atinge as extremidades de um vagão de
passageiros nos pontos A’ e B’, atingindo também o solo nos pontos indicados por A e B
(coincidentes para t=0 ). Stanley está em repouso no solo no ponto O, na metade do segmento
que liga A com B. Mavis se move com o trem no ponto O’ e está no meio do vagão, metade do
segmento que liga A’ com B’.
 Suponha que as duas frentes de onda proveniente dos raios atingem Stanley simultaneamente
no ponto O, sabendo-se que Stanley está equidistante dos pontos A e B, ele conclui que os raios
atingiram A e B simultaneamente. Mavis admite que as frentes de onda atingiram Stanley no
mesmo instante, porém não concorda que as mesmas tenham sido emitidas simultaneamente
dos pontos atingidos pelos raios.
 Stanley e Mavis concordam que as duas frentes de ondas não atingem Mavis no mesmo
Instante, pois Mavis no ponto O’ desloca-se para a direita com o trem, de modo a encontrar a
frente de onda proveniente do ponto B’ antes da proveniente de A’ atingi-la. Contudo, como
Mavis está equidistante dos pontos A’ e B’, se os dois raios atingissem simultaneamente as
extremidades do vagão, as duas frentes de onda deveriam levar o mesmo tempo para atingi-la,
porque percorreria as mesmas distâncias com a mesma velocidade c (a velocidade da luz em
relação a qualquer observador é c). Assim Mavis conclui que um raio atingiu B’ antes de o outro
atingir o ponto A’.
 Observe que Stanley, que está no ponto O, conclui que os
dois eventos ocorrem simultaneamente, porém Mavis, no
ponto O’, concluir que os dois eventos não são
simultâneos! Quando dois eventos ocorrem em dois
pontos diferentes do eixo Ox, eles podem ou não ser
simultâneos, dependendo do estado de movimento do
observador.
 Observe que não existe nenhuma base para afirmarmos
que Stanley está certo e Mavis errada, pois de acordo com
o princípio da relatividade, não podemos dizer que um
sistema de referência inercial é mais correto do que outro.
Ambos os observadores estão corretos em seus sistemas de
referência. Logo, a simultaneidade não é um conceito
absoluto. Concluímos então que intervalos de tempo entre
dois eventos podem ser diferentes para diferentes
sistemas de referência.
 Relatividade nos Intervalos de tempo – Deduziremos uma
relação quantitativa entre intervalos de tempo em diferentes sistemas de referência. Como antes
um sistema de referência S’ se move ao longo do eixo x-x’ com velocidade constante u(u< c). em
relação ao sistema S.
 Mavis, observador do sistema S’ mede o intervalo de tempo entre dois eventos que ocorrem ao
mesmo ponto do espaço em relação a ela (ver fig. abaixo (a)).
 O evento 1 é a emissão do pulso no ponto O’. O evento 2 é o retorno do pulso ao ponto
O’, depois que ele é refletido de um espelho situado a uma distância d desse ponto.

 O intervalo de tempo Δ t 0 (índice 0 indica observador em repouso em S’) medido por Mavis
sabendo que o pulso percorre uma distância 2d e tal que:
2d
 Δ t 0= c
 Em seu sistema de referência Stanley mede o intervalo de tempo Δ t para o percurso de ida e
volta do pulso, que diferentemente de Mavis, ocorrem em dois pontos diferentes do espaço.
Durante o intervalo de tempo Δ t , a fonte em O’ se deslocou uma distância u Δ t em relação a S
(ver fig. (b)). No sistema S, o percurso de ida e volta do pulso é uma distância 2 l, sendo l dado
por:


√ ( )uΔt 2
 l= d 2 + 2 (hipotenusas dos triângulos retângulos com base 2 )
u Δt

Portanto o intervalo de tempo medido em S para o percurso de ida e volta do pulso é:

 Δ t=

= d +
c c 2( )
2l 2 2 u Δt 2
(intervalo de tempo medido em S)
 Para obtermos uma relação entre os intervalos de tempo que não dependa da distância d,
explicitaremos d como mostrado nas equações acima:

√( )( )
2
2 c Δt0
2
u Δt
 Δ t= c 2
+
2
 Que elevando ambos os membros ao quadrado e explicitando Δ t , obtemos o resultado
Δt0
 Δ t= √ 1−u2 /c 2 (intervalo de tempo medido em S)
 Como a expressão √ 1−u2 /c 2 é menor do que 1, Δ t é maior do que Δ t 0 (dilatação do tempo),
assim Stanley mede um tempo de ida e volta mais longo para o pulso do que Mavis.
 Dilatação do tempo e tempo próprio – há um sistema de referência em que um relógio está em
repouso e há infinitamente muitos em que ele está em movimento. Portanto o intervalo de
tempo entre dois eventos (tic-tac de um relógio) em ocorrem em um mesmo ponto de um
sistema de referência é uma grandeza mais fundamento que o intervalo de tempo entre dois
eventos que acontecem em pontos diferentes. Usamos o termo tempo próprio para descrever o
intervalo de tempo entre dois eventos que ocorrem em um mesmo ponto. Chamamos de Δ t 0,
esse intervalo de tempo medido por um observado em repouso no sistema em que ocorre os
eventos no mesmo ponto.
 A expressão √ 1−u2 /c 2 fornece valores reais para (u< c), como Δ t é sempre maior que 1,
chamamos esse efeito de dilatação do tempo.
 Imagine um relógio de pêndulo marcando 1 segundo entre dois tique-taques, medidos por Mavis
no mesmo sistema do relógio, esse valor é Δ t 0. Se o sistema de referência onde se encontra o
relógio se move com relação a Stanley, ele mede um intervalo de tempo Δ t entre os dois tique-
taques maior que um segundo. Todo observador que se desloca em relação a um relógio mede
um tempo mais longo que o tempo medido com esse relógio.
 A grandeza γ =1 / √ 1−u 2 /c2 é chamada de fator de Lorentz, assim podemos
expressar a formula para a dilatação do tempo como:
 Δt =γΔ t0 (dilatação do tempo)
 Para simplificar mais um pouco, podemos também usar a letra grega β para
designar a razão u/c , então podemos expressar o fator de Loretz como
γ =1 / √ 1−β . Vamos analisar como se comporta o fator de Lorentz em
2

função da velocidade relativa u entre os sistemas de referência S e S’ (fig. ao


lado).
 Muitas vezes é útil imaginar muitos observadores com relógios sincronizados em repouso em
vários pontos de um sistema de referência particular. Assim podemos representar um sistema
de referência como uma rede de relógios sincronizados distribuídos ao longo dessa rede.
 O paradoxo dos Gêmeos – Considere duas astronautas gêmeas, Terrana e Astrina. A astronauta
Terrana permanece na terra enquanto que Astrina faz uma viagem com velocidade muito
elevada. Por causa da dilatação do tempo, Terrana observa um ritmo mais lento para todos os
processos biológicos envolvendo Astrina. Ao retornar para a terra, Astrina está mais nova
(envelheceu menos) do que Terrana. O paradoxo está em pensar que se todos os referenciais
são equivalentes, Astrina poderia usar os mesmos argumentos de Terrana e afirmar que Terrana
é a irmã mais nova. Para resolver esse aparente paradoxo devemos reconhecer que as os dois
referencias não são idênticos (inerciais) a todo instante. Enquanto que Terrana permanece
sempre em um referencial aproximadamente inercial, Astrina sofre diversas acelerações em
relação a Terra, para atingir uma velocidade elevada, fazer a volta no espaço, e a seguir retornar
a terra. Portanto tais referenciais não são equivalentes. Uma analise cuidadosa mostra que a
interpretação de Terrana está correta, Astrina estará realmente mais jovem que ela.
 Relatividade do Comprimento – A distância entre dois pontos também pode depender do sistema
de referência onde o observador se encontra. O conceito de simultaneidade é evocado
novamente.
 Comprimentos paralelos a direção do movimento – Em uma das extremidades de uma régua,
colocamos uma fonte de luz, e na outra um espelho. A régua está em repouso no referencial S’,
no qual seu comprimento é l 0 (ver fig. abaixo). O intervalo de tempo Δ t 0 (tempo próprio) que o
pulso leva para ir da fonte até o espelho e voltar ao ponto inicial é:
2l
 Δ t 0= c 0 (tempo próprio no referencial S’)
 Em S, a régua se desloca para a direita com velocidade u durante a propagação do pulso de luz.
O comprimento da régua em S é igual a l e o intervalo de tempo que a luz leva para ir da fonte
até o espelho no referencial S é Δ t 1. Nesse intervalo de tempo a régua, a fonte e o espelho
andaram u Δ t 1. Logo a distância d entre a fonte e o espelho não é l , mas sim:
 d=l+u Δ t 1 (Distância total no referencial S)
 O pulso de luz se desloca com velocidade c ; sendo assim, também podemos afirmar que
 d=c Δ t 1 (Distância total no referencial S)
 Igualando as duas equações acima ficamos com l+u Δ t 1=c Δ t 1; que simplificando ficamos com:
l
 Δ t 1= (intervalo de tempo em S para luz ir da fonte ao espelho)
c−u
 Analogamente, o intervalo de tempo Δ t 2 que a luz leva para voltar do espelho a fonte é:
l
 Δ t 2= (intervalo de tempo em S para luz ir do espelho a fonte)
c +u
 Sendo assim, o intervalo de tempo total Δ t= Δ t 1 + Δ t 2 que a luz leva para ir da fonte até o
espelho e voltar ao seu ponto inicial, medido em S, é
l l 2l
 Δ t= c−u + c +u = (intervalo de tempo total em S)
c ( 1−u2 /c 2 )
 Como sabemos que Δ t=γ Δ t 0, pode igualhar essas duas equações de forma que
2l Δt0 2 l0 2l 2 l0
 = 2 e sendo Δ t 0= ficamos com =
c ( 1−u /c ) √ 1−u /c
2 2 2
c c ( 1−u /c ) c √ 1−u2 /c 2
2 2

l
 l=l 0 √ 1−u2 /c 2= 0 (contração do comprimento)
γ
 Portanto o comprimento medido em S, sistema do qual a régua se move, é menor que o
comprimento l 0 medido no sistema S’.
 O comprimento medido no qual o corpo está em repouso é chamado de comprimento próprio l 0
.
 Comprimento perpendicular a direção do movimento – Os comprimentos medidos em direções
perpendiculares à direção da velocidade relativa não sofrem contração. (ler sobre a explicação)
 Como seria a aparência de um objeto que se move com velocidade próxima de c - (ler sobre a
explicação)
 As transformações de Lorentz – As transformações galileanas relacionam as coordenadas (x, y, z)
de um sistema S com as coordenadas (x’, y’, z’) de um sistema S’ que se move com velocidade
constante u com relação ao sistema S. Essas transformações também pressupõem que as escalas
de tempo em ambos os sistemas sejam iguais t=t ' . As transformações galileanas são válidas
somente quando a velocidade relativa u entre os sistemas S e S’ tende a zero.
 Transformações de Lorentz para as coordenadas – Para deduzir as transformações de
coordenadas, como antes supomos que as duas origens coincidem no instante t=0=t ' . Para o
sistema S, a distância entre as origens O e O’ continua sendo ut . A coordenada x’ é o
comprimento próprio para S’, de modo que para o sistema S, ela se contrai por um fator
1/γ = √ 1−u 2 /c2 .
 Portanto a distância x entre O e P, conforme observador em S não pode ser x=x ' + ut , mas sim:
' x−ut
x=


 x=ut + x ' √ 1−u 2 /c2 ->
√ 1− 2
u2
c
Outra transformação de Lorentz é a que fornece a coordenada t ' em termos de x e t . Para obtê-
la, notamos que o princípio da relatividade exige que as transformações de S e S’ tenham a
mesma forma das transformações de S’ para S. Logo a única diferença deve ser a mudança no
sinal da velocidade relativa entre os referenciais:
 x ' =−ut + x √ 1−u2 /c 2
 Igualando as duas equações para eliminar
x’. isso fornece uma equação para a
coordenada t ’ em termos de x e t .
2
' t−xu/c
 t= (tempo t ’ em termos
√1−u 2 /c2
de x e t )
 Como dissemos anteriormente, os comprimentos perpendiculares à direção do movimento não
sofrem contração; portanto, y= y ' e z=z '
 Observemos que quando u tender a zero, γ tende a 1 e nossa relação para o tempo t ' se torna
t =t . Contudo, geralmente as coordenadas e o tempo em um dado sistema de referência
'

dependem das coordenadas em outro sistema de referência.


 O espaço e o tempo tornam-se interligados; não podemos mais dizer que espaços e tempo
possuem significados absolutos independentes do sistema de referência. Chamamos o
conjunto (x, y, z, t) de coordenadas do espaço-tempo de um evento.
 Transformações de Lorentz para a velocidade – Vamos considerar apenas o movimento em uma
dimensão ao longo do eixo Ox. Suponha que em um intervalo de tempo dt a partícula se
desloque uma distância dx , no referencial S. No referencial S’ obtemos as mesmas expressões
correspondentes a d x ' e dt ' apenas diferenciando as respectivas coordenadas:
 d x ' =γ (dx−udt ) e d t ' =γ ( dt −udx / c 2)
dx
'
γ ( dx−udt )
 Dividindo membro a membro da equação anterior ficamos com '
= 2 e agora
d t γ ( dt−udx /c )
dividimos o numerador e o denominador da expressão anterior por dt e ficamos com:
dx dt dx
−u −u
d x ' /dt dt dt d x' dt dx
'
dx
 = → = sabemos que =v xe =v x
'
'
d t /dt dt udx dt udx dt ' dt
− 2 1− 2
dt c dt c dt
'
dx dx
 sabemos que =v xe =v x logo ficamos com:
'
dt ' dt
' v x −u
vx=
 u v (transformação de Lorentz para a velocidade, S’ em termos de S)
1− 2 x
c
uvx
 Quando u e v x são muitos menores que c , o denominador 1− 2 da equação tende a 1 e a
c
equação se reduz ao resultado não relativístico v x =v x −u . O extremo oposto é quando v x =c ,
'

nesse caso:
c−u c ( 1−u /c )
v 'x = = =c
 uc (1−u/c )
1− 2
c
 Isso nos mostra que qualquer partícula que se mova com velocidade v x =c em S, também terá
uma velocidade c com relação a S’, qualquer que seja a velocidade relativa u entre os
referenciais.
 O princípio da relatividade afirma que não existe distinção entre os referenciais S e S’. Logo a
expressão que relaciona v x em termos de v 'x deve ter a mesma forma da equação acima,
alterando-se apenas o sinal de u.
'
v +u
vx= x '
 u v (transformação de Lorentz para a velocidade, S em termos de S’)
1+ 2x
c
 Efeito Doppler para ondas eletromagnéticas – uma consequência adicional importante da
cinemática relativística é o efeito doppler para ondas eletromagnéticas.
 Uma fonte de luz move-se com velocidade constante u em relação a Stanley, que está em
repouso em um sistema de referência inercial. No sistema de referência da fonte, a luz emitida
tem frequência f 0 e período T 0=1/ f 0. Qual a frequência f dessas ondas medidas por Stanley?

Seja T o intervalo de tempo entre a emissão de cristas de ondas consecutivas observadas no sistema
de referência de Stanley. Durante um tempo T , uma crista já emitida na frente da fonte se move
uma distância cT e a fonte se move por uma distância menor uT no mesmo sentido.
 A distância λ entre duas cristas sucessivas, o comprimento de onda é, portanto, λ=(c−u)T .
Logo a frequência medida por Stanley no seu sistema de referência é c / λ :
c c
 f= λ= (Frequência medida no Referencial em Repouso)
( c−u ) T
 Sendo T 0 o tempo próprio medido no sistema de repouso da fonte, usando a equação para
dilatação do tempo podemos relacionar os tempos T 0 e T :
T0 cT
T= = 2 0 2


1− 2
u 2 √ c −u
c
 E como sabemos que T 0=1/ f 0, invertendo a equação acima ficamos com:
=¿ √
1 c2 −u2 √ c 2−u2
 = f0
T cT0 c
 Lembremos que 1/T não é a frenquencia f medida por Stanley, pois T não é o intervalo de
tempo entre as chegadas de duas cristas sucessivas a Stanley, mas sim o intervalo entre a
emissão de duas cristas sucessivas.
 Substituindo o valor acima na equação da frequência encontrada como função de c e T :
c c √ c 2−u 2
 f= = f0
( c−u ) T c−u c
 E usando a identidade que c 2−u 2=( c−u ) ( c +u ) e ficamos com:
 f =f 0
√ c +u
c−u
(Efeito doppler, ondas eletromagnéticas, fonte se aproximando)
 Se a fonte se afasta do observador, trocamos o sinal de u na equação anterior e obtemos:


 f =f 0
√ c−u
c +u
(Efeito doppler, ondas eletromagnéticas, fonte se afastando)
Momento Linear Relativístico – o princípio da conservação do momento linear afirma que, quando
dois corpos interagem, o momento linear total permanece constante, desde que a força externa
resultante que atua sobre os corpos no sistema de referência inercial seja igual a zero. Para que a
conservação do momento linear seja uma lei Física correta, ela deve ser válida em todos os
sistemas de referência inercial.
 Verificamos que o momento linear (⃗p=m ⃗v ) é conservado no sistema de referência S e não é no
sistema S’. A única maneira de salvar a lei da conservação do momento consiste na
generalização da definição do momento linear.
 Seja uma partícula material de massa m (massa de repouso), quando está partícula possui uma
velocidade ⃗v , seu momento linear relativístico ⃗p é:
m ⃗v
 ⃗p= (momento linear relativístico ⃗p)
√ 1−v 2 /c2
 Relatividade, segunda lei de Newton e massa relativística – e quanto a
generalização relativística da segunda lei de Newton? A forma mais geral
dessa lei é:
d ⃗p
 ⃗ F= (Segunda lei de Newton)
dt
 Experiencias mostram que o resultado anterior continua válido na
mecânica relativística, desde que se use o momento linear relativístico, ou seja:
d ⃗p d m ⃗v
 ⃗ F= =
dt dt √ 1−v 2 /c 2
 Como o momento linear não é mais diretamente proporcional à velocidade, a taxa de variação
do momento linear não é mais diretamente proporcional à aceleração, sendo assim, uma força
constante não produz uma aceleração constante.
 Por exemplo, quando a força resultante e velocidade estão ambas situadas ao longo do eixo Ox,
a equação acima nos fornece:
m
 F= 3 /2
a (⃗F e ⃗v ao longo da mesma linha)
( 1−v 2 /c2 )
 Com a aceleração a , também orientada ao longo do eixo Ox, resolvendo para aceleração
obtemos:

( )
2 3/ 2
F v
 a= 1− 2
m c
 Vemos que à medida que a velocidade da partícula aumenta, a aceleração produzida por uma
dada força diminui continuamente. Quando a velocidade tende a c , a aceleração tende a zero,
por maior que seja a valor da força aplicada.
 Portanto, é impossível acelerar uma partícula com massa de repouso diferente de zero até
com que ela atinja uma velocidade igual ou superior a c .
 A equação para o momento linear relativístico as vezes é interpretada como uma afirmação de
que a partícula que se move com velocidade elevada sofre um aumento de massa. Sendo a
massa para a velocidade zero (massa de repouso) dada por m , então a “massa relativística” mrel
será:
m
 mrel = (Massa relativística da partícula)
√1−v 2 /c 2
 Lembrando que a generalização relativística da 2ª lei de Newton não é dada por ⃗ F =mrel a⃗ , e o
uso do conceito de massa relativística tem seus defensores e seus críticos e usaremos a equação
para o momento linear relativístico usando a massa de repouso como uma constante para a
partícula independente do seu movimento.
 ⃗p=γm ⃗v (momento linear relativístico ⃗p)
 F=γ 3 ma (Força e aceleração, ⃗ F e ⃗v ao longo da mesma linha)
 Lembrando que no fator de Lorentz γ estamos usando v , a velocidade da partícula em relação ao
um sistema de referência particular no lugar de u , que é a velocidade relativa entre dois
sistemas de referência.
 Quando a força resultante e a aceleração são perpendiculares (movimento circular), a
d ⃗p d m ⃗v
velocidade da partícula permanece constante, neste caso a equação ⃗ F= =
dt dt √ 1−v 2 /c 2 nos
dá o resultado:
m
 F= 1 /2
a=γma (⃗
F e ⃗v perpendiculares)
( 1−v 2 /c2 )
 O que podemos dizer quando ⃗ F e ⃗v não são perpendiculares e também não estão ao longo da
mesma direção? Nesse caso decompomos a força ⃗ F em componentes que serão
perpendiculares e paralelas a velocidade ⃗v . Logo a aceleração resultante terá componentes que
serão também perpendiculares e paralelas a ⃗v e seus módulos serão obtidos pelas equações
proporcionais a γ e γ 3, e por causa dessa diferença entre os fatores γ e γ 3 antes citados, exceto
quando a força resultante sobre uma partícula relativística está na mesma direção da
velocidade ou é perpendicular a ela, os vetores força e aceleração não são paralelos.
 Trabalho e energia na relatividade – Precisamos de uma generalização correspondente aos
princípios da relatividade para a energia cinética.
 Usando a expressão W =∫ Fdx , substituímos a força pela equação relativística para a segunda lei
de Newton, assim, para levar uma partícula com massa de repouso m de um ponto x 1 até um
ponto x 2, trabalho é dado por (movimento ao longo do eixo x):
x2 x2
ma
 W =∫ Fdx=∫ 3/ 2
dx
x1 x1 (1−v 2x /c 2)
 Lembrando que no ponto x 1 a velocidade da partícula é zero, e no ponto x 2 a mesma atingiu
uma velocidade igual a v . E pelo teorema trabalho energia (W =Δ K ) o trabalho da força
resultante é igual a variação da energia cinética da partícula.
 Vamos converter a integral acima de dx para d v x, observe que dx e dv x são as variações
infinitesimais de x e v x durante um intervalo dt . Logo podemos escrever adx na equação acima
como:
dv dx
 a dx = x dx=d v x =d v x v x
dt dt
x 2
mv x
 Logo a integral para o trabalho acima é dada por W =Δ K =∫ 2 3/ 2
d vx
x ( 1−v x /c )
2
1

 Cujo resultado, fazendo uma integração por substituição nos dá:


2
mc 2 2
 K= −mc = ( γ −1 ) mc (Energia cinética relativística da partícula)
2 1/ 2
( 1−v /c )
2

 Vemos que à medida que v → c a energia cinética da partícula se aproxima de infinito. Vamos
1 2
recuperar a expressão para a energia newtoniana K= mv , válida para v muito menor que c .
2
 Expandiremos o termo embaixo da raiz quadrada usando a série binomial na forma
n n ( n−1 ) 2
 ( 1+ x ) =1+nx + x +…
2
 Vemos então que x=−v 2 /c 2 e n=−1/2, sendo assim nossa série fica:

( ) ( )( ) ( )( ( ))( )
2 −1/ 2 2 2 2 2 4
v −1 −v 1 −1 −1 −v 1v 3v
 γ = 1− 2 =1+ 2
+ −1 2
=1+ 2 + 4
c 2 c 2 2 2 c 2c 8c
 2
E combinando a relação anterior com K= ( γ −1 ) mc , ficamos com:

( )
2 4 4
1v 3v 2 1 2 3 mv
 K= 1+ 2
+ 4
+ …−1 m c = mv + +…
2c 8c 2 8 c2
 E quando v é muito menor que c , apenas o primeiro termo se torna
relevante, pois todos os outros são desprezíveis, e, portanto, obtemos a
1 2
expressão newtoniana K= mv .
2
 Energia de repouso e E=m c2- Vemos que a equação para a energia
1 /2
cinética da partícula contém o termo m c 2 / ( 1−v 2 / c 2 ) que depende do
movimento mais o termo m c 2 que não depende do movimento.
 Logo isso nos leva a concluir que a energia cinética é a diferença entre uma energia total E e
uma energia m c 2 que existe sempre, mesmo quando o corpo está em repouso, sendo assim
concluímos que:
m c2
E=K +m c2 = =γm c 2

( )
2 1
 v (Energia total de uma partícula)
1− 2 2
c
 Vemos também que para K=0, a energia total se torna E=m c2. O termo m c 2 na equação acima
associada a massa de repouso da partícula é chamada de energia de repouso da partícula.
 Historicamente o princípio da conservação da energia e da massa foram desenvolvidos de modo
independente. A teoria da relatividade mostra que esses princípios são casos particulares de um
princípio da conservação mais geral, o princípio da conservação da massa e energia.
 Também podemos relacionar diretamente a energia total E de uma partícula (energia de
repouso mais energia cinética) com seu momento linear. Reescrevendo as equações do seguinte
modo:

( ) ( )
2 2
E 1 p 1
 mc 2
= 1
e = 2 2
mc 1−v /c
( 1−v /c )
2 2 2

 Subtraindo membro a membro as duas equações e reagrupando, encontramos:


2
 E2= ( m c2 ) + ( pc )2 (Energia total de repouso e momento linear)
 Verificamos novamente que, para uma partícula em repouso ( p=0), obtemos E=m c2.
 A equação também sugere que uma partícula pode ter energia e momento linear mesmo
quando ela não possui massa de repouso. Em tal caso:
 E=pc (massa de repouso m igual a zero)
 Como exemplos de partículas com massa de repouso zero e que viajam a velocidade da luz são
os fótons, os quanta da radiação eletromagnética.
 Mecânica Newtoniana e Relatividade -
 E
 Capítulo 38 – Fótons: ondas de luz se comportando como partículas
 Verificamos que a energia de uma onda eletromagnética é quantizada; ela é emitida e absorvida
em pacotes semelhantes a partículas com energias definidas, chamados de fótons ou quanta. A
energia de um único fóton é proporcional à frequência da radiação. Veremos que a luz e outra
radiação eletromagnética exibem dualidade onda-partícula. Interferência e difração demonstram
comportamento ondulatório, ao passo que emissão e absorção de fótons demonstram
comportamento de partícula.
 Luz absorvida como Fótons: o efeito fotoelétrico – um fenômeno que nos ajudar a esclarecer a
natureza da luz é o efeito fotoelétrico, no qual um material emite elétrons de sua superfície
quando iluminado. Para se desprender da superfície, um elétron tem de absorver energia
suficiente da luz para superar a atração dos íons positivos do material.
 Frequência e potencial de corte – A figura ao
lado mostra uma visão moderna de uma das
experiências que exploram essa questão. Dois
eletrodos encontram-se no interior de um tubo
de vidro a vácuo, conectados por uma bateria e o
cátodo é iluminado. Dependendo da diferença de
potencial V AC entre os eletrodos, os elétrons
emitidos pelo cátodo, podem atravessar até o
anodo produzindo corrente fotoelétrica.
 O cátodo iluminado emite fotoelétrons com
várias energias cinéticas. Caso o campo elétrico
aponte o catodo (Fig.A ao lado) todos os elétrons
acelerados conseguem chegar ao anodo e
contribuem para a corrente fotoelétrica.
 No entanto, ao reverter o campo elétrico podemos ajustar sua a intensidade para o qual os
elétrons com energia menor não cheguem ao anodo. De fato, podemos determinar a energia
cinética máxima K ❑máx dos elétrons emitidos fazendo o potencial V AC negativo o suficiente
para que a corrente pare. Isso ocorrerá quando V AC =−V 0, onde V 0 é chamado de potencial de
corte.
 Na medida que o elétron se move do catodo ao anodo, o potencial diminui por V 0 e o trabalho
−e V 0 é exercido sobre o elétron. Sabendo-se que o elétron com mais energia deixa o catodo
1 2
com energia cinética máxima K máx = m v máx e possui energia zero no anodo. Usando o teorema
2
trabalho energia obtemos:
 W =−e V 0=Δ K =0−K máx (Energia cinética máxima de fotoelétrons)
1 2
 K máx = m v máx =e V 0
2
 Portanto, medindo o potencial de corte V 0, podemos determinar a energia cinética máxima
com a qual os elétrons deixam o catodo.
 Como é que a corrente fotoelétrica depende da tensão dos eletrodos e da frequência e
intensidade da luz? Com base na visão de Maxwell a respeito da Luz como uma onda
eletromagnética, podemos prever o seguinte:
 Modelo ondulatório - Previsão 1: como a intensidade da onda eletromagnética depende
de sua amplitude e não da sua frequência, o efeito fotoelétrico deve ocorrer para
qualquer frequência e a magnitude da corrente fotoelétrica não deve depender da
frequência da luz, mas sim da sua intensidade.
 Modelo ondulatório - Previsão 2: é preciso uma certa quantidade de energia mínima,
chamada função trabalho, para que um único elétron salte de uma superfície. Caso a luz
incidente seja muito fraca, levará algum tempo para que a energia total absorvida seja
igual a função trabalho, logo esperamos um atraso de tempo entre o momento em que a
luz incide na superfície quando os fotoelétrons sejam detectados.
 Modelo ondulatório - Previsão 3: como a energia que incidiu sobre o catodo depende da
intensidade da iluminação, esperamos que o potencial de corte (potencial capaz de
repelir os elétrons mais energéticos) aumente com o aumento da intensidade da luz, e
não da sua frequência.
 Entretanto, os resultados experimentais mostram-se muito diferente dessas previsões.
 Resultado Experimental 1: A corrente fotoelétrica depende da
frequência da luz. E luz monocromática com uma frequência
abaixo da frequência de corte mínima não produz nenhuma
corrente fotoelétrica, independentemente de sua intensidade.
 Resultado Experimental 2: não existe intervalo de tempo
mensurável entre o instante em que a luz é ligada e aquele em
que o catodo emite fotoelétrons.
 Resultado Experimental 3: O potencial de corte não depende
da intensidade, mas da frequência da luz incidente. A diferença
de potencial −V 0 necessária para reduzir a corrente a zero, é a mesma em ambas as
intensidades. O único efeito como aumento da intensidade é o aumento do número de
elétrons por segundo, e consequentemente da corrente fotoelétrica i . As curvas se
estabilizam quando V AC é suficientemente grande e positiva, pois nesse caso todos os
elétrons emitidos são coletados pelo anodo. Se a intensidade da luz permanece
constante, mas a frequência aumenta, o potencial de corte também aumenta.
 Como os resultados experimentais contradizem diretamente a descrição da luz feita por
Maxwell, a explicando como uma onda eletromagnética, a solução para esse dilema foi fornecida
por Albert Einstein em 1905.
 Teoria do fóton proposta por Einstein – Einstein fez um postulado radical de que um feixe de luz
era constituído por pequenos pacotes de energia, chamados fótons ou quanta. Esse postulado
foi uma extensão da ideia desenvolvida por Max Planck para explicar as propriedades da
radiação de um corpo negro. Na teoria de Einstein a energia de um fóton é dada por:
hc
 E=hf = (Energia de um fóton)
λ
 Onde h é uma constante universal, chamada de constante de Planck. Cujo valor numérico dessa
constante é h=6,62606957 ( 29 ) x 10−34 J . s
 Na teoria de Einstein, um único fóton é absorvido por um único elétron, ou o elétron absorve
toda a energia do fóton ou absolutamente nenhuma energia. Em tal fenômeno, o elétron só se
desprende da superfície se a energia que ele adquirir for maior que a função trabalho ϕ (energia
mínima necessária para remover um elétron da superfície). Dessa forma, os fotoelétrons só
serão emitidos se hf > ϕ ou f >ϕ /h .
 Esse postulado também é consistente com a observação de que maior intensidade provoca
maior corrente fotoelétrica. Maior intensidade significa maior número de fótons absorvidos por
segundo, portanto, teremos um maior número de elétrons emitidos por segundo.
 E finalmente, o postulado explica por que o potencial de corte depende apenas da frequência da
luz.
 Logo, aplicando o princípio da conservação da energia, Einstein percebeu que a energia cinética
1 2
máxima K= mv máx é a energia líquida que sobra ao elétron após ser
2
1 2
emitido devido a absorção de um fóton. K máx = m v máx =hf −ϕ, como
2
K máx =e V 0, reescrevemos a equação como
 eV 0=hf −ϕ (Efeito fotoelétrico)
 A equação mostra que o potencial de corte V 0 aumenta com o aumento da frequência f . Vemos
que na equação acima não temos um termo para a intensidade luminosa, então V 0 é
independente da intensidade. No gráfico ao lado de V 0 em função de f , observamos que o
resultado é uma linha reta, e podemos determinar tanto a função trabalho ϕ quanto o valor da
grandeza h /e (depois que a millikan em 1909 mediu a carga do elétron, a constante de Plank h
também foi determinada).
 As funções trabalhos e as energias dos elétrons geralmente são expressas em
elétrons-volt (eV ):
 1 eV =1,602 ×10−19 J , para esse nível de precisão temos
−34 −15
h=6,626 ×10 J ∙ s=4,136 × 10 eV ∙ s
 Devemos observar também que quanto maior for a força de trabalho, maior
será a frequência mínima necessária para a emissão de fotoelétrons.
 Momento linear do fóton – o conceito de fóton se aplica a todas as regiões do
espectro eletro magnético. De acordo com a teoria da relatividade especial,
toda partícula que possui energia também deve possuir momento linear. Os
fótons têm massa de repouso igual a zero e um fóton com energia E possui momento linear com
módulo p obtido pela relação E=pc . Logo, o módulo p do momento linear do fóton é:
E hf h
 p= = = (momento linear de um fóton)
c c λ
 A direção e sentido do momento linear do fóton é a direção e sentido da propagação onda
eletromagnética.
 Luz emitida como fótons: a produção de raios X – o efeito fotoelétrico fornece evidências
convincentes de que a luz é absorvida na forma de fótons. No entanto, para os físicos aceitarem o
conceito de fótons, foi necessário mostrar que a luz também é emitida como fótons. Uma
experiencia que demostra isso é o inverso do efeito fotoelétrico: fazemos com que uma superfície
emita radiação (raios X) quando bombardeada com elétrons de altas velocidades.
 Fótons de raios X – raios X foram produzidos em 1895, pelo físico alemão Wilhelm Röntgen. O
aparato consistia em um catodo aquecido até uma temperatura elevada, liberando assim
elétrons em um processo chamado de emissão termoiônica. A energia mínima para o elétron se
desprender do material também é a função trabalho.
 Os elétrons são acelerados em direção ao anodo pela diferença de potencial
V AC no bulbo (em vácuo). Quando V AC for maior que alguns milhares de
volts, raios X são emitidos da superfície do anodo. O anodo produz raios X
em parte simplesmente pela freada abrupta dos elétrons. Esse processo é
chamado de bremsstrahlung (“freio da radiação” em alemão).
 Como os elétrons perdem muito rapidamente acelerações de módulo muito
elevado, eles emitem grande parte da sua radiação em comprimentos de
ondas típicos de raios X (1 nm−10−9 m à 1 pm−10−12 m).
 Vamos comparar o que a teoria de ondas de Maxwell para a radiação eletromagnética prevê a
respeito dessa radiação, com que é observado experimentalmente.
 Modelo ondulatório – previsão: as ondas eletromagnéticas produzidas
quando um elétron colide com o anodo pode ser análoga às ondas sonoras
produzidas com o bater de dois pratos (sons de todas as frequências). Logo,
os raios X devem ter espectro que inclua todas as frequências e todos os
comprimentos de ondas.
 Resultado experimental: o gráfico mostra os espectros bremsstrahlung
obtidos quando o mesmo catodo e anodo são usados com quatro velocidades
de acelerações diferentes V AC . Não são todas as frequências de raio X e
comprimentos de onda que são emitidos: cada espectro possui uma frequência máxima f máx e
um comprimento de onda correspondente mínimo λ min.
 O modelo ondulatório da radiação eletromagnética não consegue explicar esses resultados
experimentais. Mas conseguimos compreendê-los utilizando o modelo de fótons. Um elétron
possui carga −e e ganha energia cinética e V AC quando acelerado por uma diferença de
potencial V AC . O fóton mais energético (maior frequência) é produzido se o elétron é freado e
para de uma vez quando atinge o anodo, de modo que toda a energia cinética do elétron é
usado para produzir um fóton:
hc
 e V AC =h f máx= λ (Bremsstrahlung)
min

 Não consideramos a função trabalho do anodo-alvo pois essas energias são muito pequenas se
comparadas à energia cinética e V AC dos elétrons.
 Podemos concluir então que a teoria do fóton para radiação eletromagnética é válida para a
emissão, da mesma forma que é válida para a absorção de radiação.
 Aplicações de raios X –
 Espalhamento da luz como fótons: espalhamento Compton e produção de par -

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