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JúLIA - ( Acorclc:cla.) Obrigada. Irei agora.. descansar.·
Mas diga-me c1ue os primeiros r eceberão a Graça .
JEAN - Os prirneiros? Não, não posso dizer isto. Es-
pere, senhori ta. Achei ! A senhorita já não está en tr e as
! ~\ .
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. ; >::\11~i primeiras, está entre as últimas. ' ,il\
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. JÚLIA - É verd ade . Sou uma das ú l timas . Sou a última.
·a mais forte
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Agora não posso mais ir. Diga-me que vá, ele nôvo .

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JEAN - Não,' também não posso, agora . Niío posso .
JúLIA - A primeira qm será a ú l tima .
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august s trin dberg ,. i ~
i•l'll~ JEAN - Não pense . Está roubando também minhas fôrças .
·. ;p ,
~-H!;i Fazendo-me covarde. O que é isto? Pareceu-me ver a
TRADU ÇÃO de J oão Marschner
11·,11·. .
sinêta se moven do. . . Ter mêclo ele uma sinêta ! Sim, mas
não é ela sinêt a apenas . Há alguém at1·ás del a .. . a mão
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llj:•'i'i que a faz tocar . .. e alguma coisa que movimenta a mão . . .
j1f i E se pudéssemos fazer parar nossos ouvidos . . . se par ás-
·1fili semos ele ouvir. . . então a sinêta tocar ia mais alto que
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nunca . Tocaria e t ocaria até que a atendessemos e então ·'I
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seria tarde demais. E a polícia chegaria e . . . e. . . (A
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.·. sinêta toca duas vêzes, insistente . Jean recua, depois fica 1
ereto.) É horrív el, mas não h á outr o modo . . ". Vá ! tl
ji!L . !'
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. ir: (Júlia cam inha firme através
cfo port(!.)
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:rn~ A MAIS FORTE foi escri ta em 1889, quando Strind- 'i. :~·1·
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l'lj berg ainda produzia peças para o Théàtre Libre, ele An - ·!


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toine, e quando esperava forma r 1lm teatTo experimental
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próprio, em Estocolmo . Êste projeto só foi r ealizndo em . iillli
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1907, quando A MAIS FORTE estTeou juntamente com
uma das novas peças ele câmara de Strinclberg,· O TER- PERSONAGENS: 'J
RENO QUEIMADO. Desde então foi encenada freqüente- ....' ... . - . - . . -- .
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:H m ente, cm vários países, sendo aclamada como uma jóia 1 . ;l
!! entre os monólogos·.
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1 SRA. X, atriz, casada. . :i'
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[ii.1 SRT A . Y, at riz, solteira


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r UMA GARÇONETE

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assim, como se~·1'? Como vai tel'minar ·] Ele jogando bilhar .
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no 3eu dia de casamento! E ela, quem diria, lendo histórias
em quadrinhos. l.Vlas isso não é exatamente a mesma coi:w. -
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(Uma garçonete tra;:; uma xi· 1·1

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ATO 1 cara de chocolate para a Sra.
y .)
.1. e s_i:n.

1--~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~-1

SRA. X - Sabe, Amélia, agora eu penso que seria melhor


(Cenário: Canto de um café para senhoras (em
Estocolmo, nos anos de 1880). Duas pequenas
mesas de ferro batido, um sof â de pelúcia ver·
se v ocê se tivesse agarrado a êle . Não se esqueça de que
fui a primeira a lhe d izer que o penloasse. L emurn? Agora,
você estaria casada, e teria um lar. Lembre-se ele como
·f ,J;

melha e algumas cadeiras. A Srla. Y está sen· fi cou feliz naquele Natal, quando es têve com a família
tacfo à mesa, tendo diante de si nmcc garra/a de seu noivo, na casa de campo. Como . você ·falou carinho- ·1·
( :'...·. .
fi · ··.

ele cerveja meio vazia. Lê um semanário ilrLs- samente da felicidade dornés ti cu ! Na realidade, o que você . j".1

trado, que troca por outro, ele tempos em queria mesmo era sair do teatro . É, Améli a, o lar é a ..1

tempos. A Sra. X entra. Usa chapérL e capote melhor coisa, meu b em .. . a melhor coisa depois do teatr o. ~f.
E as crianças. . . Mas disso você não entende .
de inverno e carrega uma cesta japonesa de:
corada.)
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(A expressão ela Srta . Y é ·
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SRA. X - Ora, Melinha querida, como vai? Sentada desdenhosa. A Srn. X t oma i·
alguns goles ele chocai.ate. De- t
aqui, sozinha, na véspera de Natal, como se fôsse um pobre
solteirão! pois abre a cesta e exibe al·
guns presentes ele· Natal.)
(A S1·ta . Y ergue os ollhos
ela revista, acena com a ca- SRA. X - Você tem que ver as coisas que comprei para
beça e volta a ler.) os meninos. (Apanha uma boneca.) Olhe, é para Lisa. ...
··. ··-
·1 Veja como ela me::e os olhos e vii-a a cabeça . Não é linda?
SRA . X - Sabe, fico triste mesmo ao. vê-la assim. Sozinha . E isso aqui é um revólver ele brinquedo, para o Maja . ·
Sozinha,. num café, e ainda por ·cima na véspera de Nat'aL ·-J (A rina o revólver e atira em direção à Srta. Y que parece
Fico tão triste como naquela ocasião em que vi uma festa assusta ela.) .
de casamento num rest aurante em Paris . A noiva lia his- ;,I
•i SRA.. X - Ficou com mêdo? Acha que eu ia 'atir ar em
tóri as em quadrin hos e o noivo jogava bilhar com as teste- você? Oi-a, nunca acreditei que pensasse isso de mim . No
munhas. E eu disse a m im mesma : Ora, ora . · Se comeca entanto, se fôsse você atirando em mim, não seria tão espan-
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!!; toso, pois qu e, afiúaI;..eu en trei no .SP,U caminh o e sei que as;;.i.m com o marido . Na verd ade êle é um doce, é um '~
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!
1: você n une a se esqueceu disso . . . mesmo que eu estivesse marido bom e muito querid1J. Você deve ria ter um mar.ido 11·
ir?:1· inteiramente inocente. Você ainda acha qu e . fiz intl·igas
pa ra c1ue saísse elo Grande Teatro, m as não fiz. Não h z, ·
como êie, A rnéli«. De que é que está rindo? O que é?
Hefo ? E mai5, sabe, êle me é fiel. É, eLt sei q ue é. Êl e
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'if: por mais que você ache que sim . Bem, n ão adianta falar, mesmo disse - elo c1ue você está rindo? - qu e quando
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sempre achará que f ui eu. . . (Apanha tt m par ele chinelos
bordados.) E ês tes aqui são para o velho, com as tulipas·
eu esta va excursionan do n a Noru ega, aquelv. horrorosa da d
8~ .
·.•, Frederica foi procmá-lo e tentou seduzi-lo. Você é capaz
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1~1· •
ii ' qu e eu mesma b ordei. Na verd ade, eu detesto tulipas, mas d e imaginar coisa mais abominável'? ( Pa tLsa.) E u teria
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,, êle quer tu lipas por todos os lados. lhe arrancado o.3 olhos se ela me aparecesse em casa .
!•.

iLI
(Pauso.) Fiquei feliz por Boh ter me contado êle mesmo . ~·
~ ·
(A Sr t(i. Y ergue a vabeça , re- Assim não fiquei sabendo pelos mexericos. (Pausa.) Na [
~i :1
n~: velando ironia e cun'.osiclade r ealidade, Frede~·ica não foi a única . Não sei pon1ue , mas ~
~L:, no T'Osto .) tôdas as mulher e3 ela Companhi a são loucas por meu ma- ~

·
ti·,; údo. Ach<ml que sua posição lhe dá o direito de dizer
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SRA. X - (Colocando u'a mão em cada chinelo.) Veja r1uem eleve· ser contratado . Tal vez você mesma já tenlrn
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e:.1.
que pezinhos p equenos q~1e o Boh tem, não é? E ·você ;
corrido atrás clêle? Não confio muito em você , mas sei i
l t. .
deveria ver q ue encanto êle é, qua ndo caminha. . . N unca que êl e nunca sentiu sua at;·ação e que você parece ter q
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o viu de ·chin elos, não é? 1migoa dêle . Pel o menos senti isso·. (Pausa. Olham uma
"i.
llrn (A Srta . Yri .)
pnra a ou tra, reservaclamen'te. )
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~
m:: SRA. X·_ Venha passar a noite de Natal conosco hoje ,
H ~
Amélia. Só para mostrar que não está ofei1dicla conosco, ~
i!i;' SRA . X - Olhe, vou lhe m ostr ar. (Faz os chinelos ca-
ou p elo menos comigo . N ão sei p orque, mas me parece
'í!i'
!\\·
min lwrem através da m esa e a Srta . Y ri de 11ôvo.)
SRA . X - Mas quando fico com raiva, êle bate os pés
particularmente desagradável não sermos amigas . Talvez
sej a porque, naquela época, eu estivesse em seu caminho ...
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li!.. assim, veja. ''Essas malditas criadas que nunca aprendem (Vagarosament e.) ou . . . n ão sei .. . não sei mesmo p orque 1J r
jjji a faze~· o café_! Diabo!, A quel a ~diota não preparou direito e assun. !.
. •· \jJ o p av10 d.a lampada ! E clepo1~, ent~·a u m,: corr:n te de ~ 1 '. ..
e·': i \!. ar por bano da f ?rta e s:us pes esfnam . Que rn.ferno, ~: (Pausa. A .Srta. y contem- 1
·, .·'!l:li. e~ta gelado e ac!1u eies malditos nem sabem .m anter ? aqt:e· · pla a S ra. X, com curiosi- ·l~ .
ii . cimento acesso! ( Esfrega a sola ele um chinelo no r.ntenor i; clacle.) ~I
fh elo outro. A Srta. Y explocle de riso.) ~
!r: SRA . . X - . E então ~le chega em casa. e ~ica procura~1do ·~ SRA. X - ( P ensativa .) Foi tão esqms1to o modo com?
jrl os chmelos que Mana emp urrou para baixo ela escnva- ·: nos conhecemos. Sabe , q uando nos encon tramos pela pn-
·ir ninha . . . Ora, talvez não seja direito a gente se divertir :1 meira vez, eu tive mêclo de você, tive tanto mêdo que não i..
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ousava p erdê-la de vista . Arrumei :ninh_as idas e vindas ~ essas tulipas. que detesto nos chin elos d êl e. . . porque você li
de modo a estar sempre per~o ele voe~. N ao ousava ser su~ 1 gosta de tulip as. ( 1oga os_ chinelos no chão.) É por isso
inimiga e p or isso me tornei su a amiga. M as qu a~do voee : c1ue temos ~le passar ~ verao no lago. . . porqu e você não :iH
vis itava nossa casa, eu tinha sempre uma sensaçao desa- 1 tolera a pnna. É por i sso que meu filho se chama Esk..il .. . a1
gradável, pois via que meu marido ~ão gostav~ de você 1 P 01·que é .º
nome d e seu Pª'.· É por isso que. tive de . usar I~
e isso me irritava. . . Como um ves tido que nao assenta as suas cores, l er os seus livros, com er pra tos 'dos quais :ffl

~
bem. Fiz tudo que podia para que êl e fõsse gentil, mas J você g?sta, b~ber suas bebidas . . . Seu chocol ate, por exem-
não adiantava . . . Até que você ficou n oiva. Aí ficaram i plo. E por ;~so, oh, i;ieu Deu s, é horrível pensar nisso! . .

tão amigos que p ar ecia que só então vocês ousavam mostrar Tt:d~, tud o vmh a a m1m de você. . . A té mesmo as suas
seus sentiment os verclacleiros. . . Quando j á estavam em pai xoes. Sua alma cavou-se p ara dentro da minha como
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segurança. E então, deixe-me ver, como é que foi depois? um verm e dentro d e u 'a ma çã, comendo e comen do, ca- e

Eu não tin h a ciúmes. . . É engraçado . E eu me lembro


ela crisma , quando você fo i macll'inha, eu disse a êle que
1
vando e cavando, até que não sobrasse nada a não ser a
pele e um pouco ele bolor negr o. Você estava l á como u 'n
liu·t .
a beijasse. Ele beijou e você ficou tiio incomodada . . . · cobra, seus olhos negros fascinando-m e. Quando eu tentava ~
Na verdade, não notei isso nacruele momento. . . Também : esticar as asas, estas só me p uxavam para baixo. Fiqtiei
n ão pensei nisso dep ois. . . Ni.mca pensei nisso: .. _a não '1 dei~ada na água, c_om os pés amarrados, e qu anto mais
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ser arrora[ (Erc::ue-se abrll]Jta.) Por C1ue voce nao chz batrn os braços, mm~ eu afundava para baixo para baixo i: .
al~uma
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coisa? Nii.o '
disse_ uma pala vra ;.Lo temp~ todo . Só 1
a té -~lcanç~r o fun d o no qual você esperava
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como'
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deixou que eu falasse . Ficou m sen tada, com esses olhos,. gu e10 en o1 me , pronta para agarrar-me com su as tenazes ... lif.·

extrain do t odos êsses l)ensamentos de mim. . . E stavam em E agora es tou aqui . Oh, como eu a detesto[ Eu a detesto , ~j
m im coroo a sêd a num casulo ... pensamentos. . . P ensa- eu a det esto ! E você con tinua sentada aí calada calma 1
men tas errados? Deixe-me pensar. Por que você romp eu indife rente; n ão se impor tando se a lua. é, n ova 0~1 cheia'
setn10ivado? Por que nunca mais nos visitou, desd e então? se é Natal ou Ano Nõvo, se os outros estão felizes Ol;
P or que não cruer vir esta noite? iiúelizes. Você não sabe odiar, nem amar . Só fica sen tad a,
sem se mover. . . Como um gato di ante da toca do rato .
(A Srta. Y faz um mo-uimen- Você não· é capaz de fazer com que sua prêsa saia, não é
. . .:::;· to, como se fôsse falar.) l capaz de p ersegui-la, mas é capaz de esper á-la. Você está
·· · :-. · ~í sentada no can t_o e é em su a h omenagem que ch amam a
. i. SRA.. X - Não. Não precisa dizer nada . A~ora estou este ca~to de. ratoeira - l endo os jornais para ver se alguém
vtn do tucfo. F oi por isso, por isso e por isso . E. F oi por se_ arrmnou, ou naufragou , ou se foi expulso ela Companhia. 11
·1 :\ i~ 3 o . Sim, tõ'cbs as partes agora combinam. É isso. Não Fie~ aqui, medin do as su as vitirna.s e p esando as suas opor-
j. ficarei sent ad a na m esma mesa com você. (Re m ove stws tumdades · · · Como um pil ôto que . afun da o .. navio .· para
.! L coisas para a oittra mesa.) É })01' isso que tenho de bordar cobrai· 0 seguro. (Pausa.) Pobre Amél ia! Sabe, n ão po-

jl
1.
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•• 1 . J . .;,_
.. !-w.~·~::-r-"'.''.T"'''"c:-.""'•=õ''.~'i',""~'T":''~'.::,"':··~,~;.: .···"f"'~T~,.-;~--~:-:.:::;::1:;:,':.::r'~:'·'t;~:'"·':':;.. ;J:::·::·:}~p::::::f'.~'°!::s:~t~:~;,.e,,:~,'.~'"('.'?t~''~'tt·:>::'T~:~:~-"'.'::c"'?~ --.;~'""':-:-~:"":º~"'"""."~T"::~c·'.~·--:--·-·~'~

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,_. ·- .·.: ·.... ~ ~: i'1 "'- J.I ·•
,, 'il . · · ~ ··

·-:· l!i.li. deria sentir maior pena de você ! Sei que se sente mise-· Levo as tulipas comigo, as su as tulipas . Você não foi \
:i! ~ . r ável, miserável como cria tura ferida e viciosa pOl'que está
-4:·
1 capaz de aprender com os outrns , não se curvou e então
"
·'' se quebrou como u m galho sêco . Eu não. Obrigada, Amé-
''!· .
.. !'1 fo r ida , Não posso zangar-me com você. Gostaria de zan- 1\! '"
lIi~
.-l.·
gar-me mas, afinal, você é que é a pequena . . . E quanto lia, por sua bela lição. Obrigada por ter ensinado a meu
1 marido como amar. E agora vou para casa ... para amá-lo.
)• " a seu caso com o Bob, não me incomoda nein um pouco.
j' E por que deveria incomodar-m e? E se foi você ou outra !~
pessoa qualquer que me ensinou a beber chocolate, que 1
1 (Sai.)
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1:
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importa? (Toma um gole. Afetada.) Seja como fôr , o ' FIJ'l'I
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chocolate é muito sa udável. E se aprendi a ves tir-me com

~
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\!) você, tant mieux ! ( 1 ) I sso serviu apenas para dar-me maior
'·'
.1

ti~
ascen dência sôbre meu marido. E você perdeu aquilo que
eu ganhei. É , a julgar pelos di versos sintomas, acho qu e ,E
•!'' l~i
i;.
•wt
o perdeu . Você quel"Ía que eu d esap ar ecesse, é claro, assim
,,~;. como você mesma fêz., cer ta vez, e agora se arrepende.
• 111:
Mas · não farei isso, p ode estnr cer ta . A gente não deve
'~
j; pensar com estrei teza , sahe? E por que os ou tros não iri am
i~
,,,1 t
~fA· querer aquilo que eu Lenho? (Pau sa.) Talvez, minha cara , ~
1
i~I se considerarmos tôclas as coisas , neste momen to eu sou (
iii
i':' a mais for te . Você nunca tirou nada de m im. Apenas ~
1 ~1
q deu . . . o que era se u. E agora, como o ladrão que anda
·f.
t' na noite, quan do você acordou, viu que eu estava com
~1,·.· aquilo que p erde u. Por que será que tu do que voc'ê tocou
se tornou estéril e sem valor? Você n ão foi capaz ele
~:
guardar o am or de um homem - mesmo com suas tul ipas
l·I·i
e suas paixões - m as eu fui capaz . Não foi capaz de
íl:]! aprender a ar te de viver, lendo se us livros, m as eu aprendi.
- --. . •
·:-.. •!:!

1·1 11
1
Você não pariu Eskil, mesmo que êle tenha o n ome de 1 " -
·., ., '·"' ..-: ·'.· !!11
; ._. . ~I , seu pai . ( P cmsa.) E por que será que você é silenciosa,

··><·' i ] 1
sempre silenciosa, em qualquer lugar? É , eu ·achava que
isso fôsse fôrça . Mas talvez seja porque você não tem o
que dizer, por que não é capaz ele pensar coisa alguma.
í :

1
I!1 ( Levan.t.a-5e e apanha. os chinelos.) Agora vou para casa .

( 1) Em frnncês, no originaL
l1l
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ii 60 61 ·!1 ;I
!.1,
·i\•.,
·:!'.!
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illl ..,:.•<'. : :·; ,.•• ' e::.·-~-:.:· ·;··:e.•~.:·:.,.•,,..,':'7;V·VV'C>c::•.:••C'':•:''•'·'·''?"in!;J:\i~,;:'~:~c?':!.7'1';:;;rc:::':::T'f'.:"•C":::C'-•~"'.'.:'~-;;: ·::·:· :T:C--'"~i
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