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MÉTODOS AVALIATIVOS

EM ESTÉTICA FACIAL
E CORPORAL

Autoria: Elaine Watanabe

UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090

Reitor: Prof. Hermínio Kloch

Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol

Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Ivan Tesck

Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Cristiane Lisandra Danna
Norberto Siegel
Camila Roczanski
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Bárbara Pricila Franz
Marcelo Bucci

Revisão de Conteúdo: Graciele Alice Carvalho Adriano


Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais

Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Copyright © UNIASSELVI 2018


Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
UNIASSELVI – Indaial.
W324m
Watanabe, Elaine
Métodos avaliativos em estética facial e corporal. / Elaine
Watanabe – Indaial: UNIASSELVI, 2018.

140 p.; il.


ISBN 978-85-53158-11-9

1.Métodos avaliativos – Brasil. 2. Estética facial – Brasil.


3. Estética corporal – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.

CDD 646.72
Elaine Watanabe

Possui Curso Superior de Tecnologia em


Cosmetologia e Estética – Univali e Pós-graduação
em Estética Facial e Corporal com habilitação para o
Magistério Superior – Univali. Atua como Professora do
Curso de Bacharel em Estética – Univali, lecionando a
disciplina Técnicas de Massagem e Estágio Supervisionado
em Estética Corporal. Lecionou no curso de Tecnologia em
Cosmetologia e Estética, nas disciplinas: Biossegurança,
Cosmética e Estética dos Anexos Cutâneos, Estética
Corporal, Prática Profissional Supervisionada em
Estética Corporal e Orientadora de Trabalhos de
Iniciação Científica. Também atua de forma
autônoma como Esteticista e Shiatsuterapeuta.
Sumário

APRESENTAÇÃO.....................................................................07

CAPÍTULO 1
Avaliação Estética Facial E Avaliação
Estética Corporal.................................................................09

CAPÍTULO 2
Ficha de Anamnese Corporal................................................51

CAPÍTULO 3
Ficha de Anamnese Facial......................................................95
APRESENTAÇÃO
Na disciplina “Métodos Avaliativos em Estética Facial e Corporal” são tratados
assuntos gerais que fazem parte da rotina de uma avaliação estética e que não
devem ser ignorados por constituírem meios de garantir uma boa avaliação. No
capítulo 1, abordamos a importância da prévia avaliação e do primeiro contato
do profissional com o seu paciente, a problemática de transtornos emocionais
e psicológicos na satisfação pessoal, com as expectativas geradas e sua
interferência nos resultados dos tratamentos, o que podemos detectar com uma
avaliação visual, e os dados que podemos obter com o auxílio de equipamentos
como analisadores de pele, adipômetros, fitas antropométricas e balança, bem
como o seu correto uso.

Iniciamos o Capítulo 2 lembrando da importância da postura profissional no


momento da avaliação, a abordagem adequada do cliente/paciente antes da
realização de procedimentos estéticos e ingressamos na construção da ficha de
anamnese em estética corporal, dividindo-a em seções de acordo com a necessidade
e os tipos de disfunções estéticas, iniciando pelas informações gerais, partindo para
a queixa e, a partir daí, conectando as informações pertinentes à queixa com as
informações relevantes para a seleção de recursos para o seu tratamento, como a
avaliação visual e antropométrica, focada nas queixas que podem ser lipodistrofia
localizada, estrias, flacidez e fibro edema geloide, descrevendo cada uma delas em
caráter avaliativo, suas classificações em graus de evolução ou gravidade, bem
como outras formas de classificação, o que é fundamental para a correta seleção
de produtos e equipamentos a serem utilizados, bem como para garantir que os
resultados posteriormente analisados sejam fidedignos. Também lembramos que é
imprescindível o registro de contraindicações na ficha de anamnese, garantindo um
tratamento estético seguro.

No Capítulo 3, seguindo as mesmas bases do Capítulo 2, construímos por


etapas a ficha de anamnese, agora em Estética Facial. Iniciando pela sua base
que é composta pelas informações gerais, partindo para a exploração de dados
voltados principalmente à pele facial, que é o foco das queixas, sendo as mais
frequentes: a acne, as discromias e os sinais do envelhecimento cutâneo que
são abordados de forma a compreender como avaliá-los ou classificá-los, com
base nas características e tipos de pele que influenciarão na técnica estética a
ser selecionada. Também são abordadas algumas alterações que não estão ao
alcance do tratamento realizado por esteticistas, mas que devem ser, sempre que
possível, identificados para o encaminhamento médico, preservando assim, a
saúde do cliente/paciente.

Bons estudos!
C APÍTULO 1
Avaliação Estética Facial E Avaliação
Estética Corporal

A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes


objetivos de aprendizagem:

� Conhecer os motivos pelos quais deve ser realizada uma avaliação antes de se
iniciar um tratamento estético.

Expressar e registrar informações importantes para uma boa avaliação.


Identificar métodos existentes para complementar, padronizar, controlar e



registrar os resultados na avaliação corporal e facial.

Avaliar o paciente/cliente de forma adequada.


Utilizar os recursos disponíveis para aprimorar o controle e a definição dos



tratamentos estéticos utilizados.
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

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Capítulo 1 Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal

Contextualização
O trabalho na área da estética vai muito além de aplicar produtos, fazer
massagens ou utilizar recursos eletroterápicos. A relação entre o profissional e
seu paciente deve ser baseada na confiança, que é adquirida com diálogo e muito
esclarecimento.

A avaliação estética, seja na área corporal ou facial, e a ficha de anamnese


são ferramentas muito importantes para garantir que os procedimentos sejam
realizados de forma segura, com um correto direcionamento, garantindo um
melhor acompanhamento da evolução do tratamento estético.

A anamnese, que consiste na entrevista feita pelo profissional quando da


realização da consulta, é muito importante como uma etapa do exame clínico. A
partir de um questionário, por exemplo, o profissional obtém e registra informações
importantes sobre a história atual e pregressa do paciente, as quais podem ser
consultadas a qualquer momento do tratamento. Além disso, as informações
registradas neste questionário devem ser feitas com o consentimento por parte
do paciente e do profissional que realizou a avaliação. No entanto, não é raro que
profissionais da área estética tratem a ficha de anamnese com certo descaso.
Existem aqueles que não preenchem a ficha antes de iniciar os procedimentos e há
os que sequer a utilizam, deixando aberturas para questionamentos em relação aos
resultados obtidos e quanto à aplicação adequada dos procedimentos estéticos.

É recomendado elaborar fichas diferentes para cada setor da estética, uma


vez que cada área possui necessidades diferentes. Desse modo, cada avaliação
torna-se mais específica para cada área. Criar e instituir uma ficha generalizada
para atender todas as áreas da estética implicaria em uma ficha demasiadamente
extensa, de preenchimento trabalhoso e de consulta complexa. Um cliente que
procura um tratamento estético corporal nem sempre realizará um tratamento
facial ou vice-versa. Dessa forma, medidas antropométricas, por exemplo, seriam
informações presentes na ficha de anamnese corporal, e melasmas, na ficha de
anamnese facial, ou seja, cada ficha recebe as informações que são pertinentes à
sua área, enriquecendo-a da melhor forma possível. Assim como para se construir
uma casa é necessário fazer um projeto e para abrir um comércio, um bom plano
de negócios, para se iniciar um bom tratamento estético é necessária a ficha de
anamnese, pois é ela que norteará todo o plano de tratamento.

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MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

A Importância da Pré-Avaliação
Na área da estética, é preciso refletir sobre a necessidade e a importância de
cada procedimento, material, processo ou produto utilizado, pois é dessa forma
que se pode alcançar um patamar de qualidade superior de atendimento, seja
em termos de eficácia ou na segurança com que o procedimento é realizado.
Portanto, este capítulo buscará a reflexão sobre a importância de uma pré-
avaliação e o preenchimento correto de uma ficha de anamnese na estética facial
e corporal. A seguir, serão relacionadas as situações em que uma boa avaliação
faz a diferença na relação entre o profissional e seu cliente.

A avaliação e o preenchimento da ficha de anamnese são o contato inicial, em


que o profissional conhecerá seu paciente/cliente e o paciente/cliente conhecerá
o profissional. Nesse momento, não se deve ter pressa, para que o máximo de
detalhes possa ser coletado, com um diálogo totalmente focado no tratamento a
ser realizado. O ideal é que seja marcado um horário exclusivo para a avaliação.
Quanto mais claro o profissional for ao passar as informações para o seu paciente,
mais seguro este se sentirá. Esse contato inicial é essencial para estabelecer uma
boa relação entre profissional e o cliente, devendo este ser realizado em ambiente
confortável para trocar informações de valor, que serão as chaves para adequação
do paciente ao procedimento e direcionará o profissional, que deverá pedir ao
paciente que aponte características mais específicas, daquelas que realmente
mais o incomodem, pois é comum que este responda com certa subjetividade ao
ser questionado sobre aquilo que quer melhorar (ALAM et al., 2010).

Existem situações frequentes em que o paciente reponde subjetivamente


frente aos questionamentos do profissional, por exemplo, “estou cheia de
celulites!”, ou “quero emagrecer!”. Neste momento, o bom profissional deverá estar
ciente das suas possibilidades para conseguir guiar o paciente para o tratamento
possível de ser realizado de acordo com as suas maiores queixas e esclarecer
quais as melhoras que poderá obter. Esse é o momento no qual o profissional
poderá explicar sobre as possibilidades de tratamentos, pois o paciente,
principalmente aquele que não está habituado aos tratamentos estéticos, poderá
vir com muitas expectativas sobre o que será feito e seus resultados.

Outro ponto a ser observado é a necessidade de que o profissional se


mantenha neutro no momento da avaliação e não faça simplesmente um pré-
julgamento na primeira observação visual. É preciso, acima de tudo, saber ouvir e
depois saber orientar. O que pode parecer uma falha estética para o profissional,
pode ser algo que não representa problema para o paciente. Se o profissional
quiser sugerir uma área a ser tratada não mencionada pelo paciente, deve ter
cuidado para não o ofender nem diminuir sua autoestima. Um ponto-chave para

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Capítulo 1 Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal

o bom entendimento e a obtenção de grandes resultados em procedimentos


estéticos é a franca discussão dos resultados esperados e das possíveis
complicações. Expectativas irracionais do paciente e promessas descabidas
por parte do profissional podem levar à insatisfação do paciente, sem contar os
possíveis processos contra aquele (BEYNET et al., 2010).

Através da prévia avaliação será possível saber se o paciente possui


restrições, contraindicações relativas ou absolutas para determinado procedimento
ou produto. Existem procedimentos estéticos que podem colocar em risco a
integridade do paciente e este é o momento de sabê-los, portanto, assume-se
um risco quando não se faz uma prévia avaliação ou se deixa para fazê-la após
a realização do procedimento. É imprescindível que o paciente assine ao final da
ficha de anamnese o seu consentimento para a realização do tratamento estético
e a confirmação da veracidade das informações por ele repassadas. Pacientes
com problemas graves de saúde não podem realizar procedimentos estéticos,
salvo com autorização ou recomendação médica. Se ele omitir esta informação,
que deve ser questionada pelo profissional, assumirá todos os riscos, por isso,
se houver omissão de informação relevante por parte do paciente, a ficha de
anamnese será um respaldo para o profissional.

Transtorno Dismórfico Corporal


Em uma sociedade com padrões de beleza e modelos de felicidade
determinados pela estética, existem casos de pessoas que possuem uma visão
distorcida de si. A insatisfação com a imagem corporal pode ser percebida
na sociedade atual, dado o aumento de uma busca patológica por atividades
e procedimentos que visam moldar o corpo conforme padrões sociais
preestabelecidos, com foco no tão idealizado corpo perfeito. Uma restrição
alimentar doentia, consequência dos transtornos alimentares, em paralelo com
uma busca frenética por atividade física, é um dos fatores que compromete o
bem-estar biopsicossocial (MORGADO et al., 2009).

Artistas e modelos famosas, seja em propagandas de televisão ou em revistas


especializadas, veiculam, além de suas imagens impactantes, o incentivo à
adoção de práticas alimentares restritivas, associando suas imagens ao resultado
de determinadas dietas e ao uso indiscriminado de produtos para emagrecimento.
Além disso, referem-se abertamente que, para alcançar o corpo perfeito, muitas
vezes, utilizam de práticas de controle de peso, como: dietas restritas, exercícios
físicos extenuantes, cirurgias plásticas e até jejum. Esses padrões permeiam o
imaginário popular, influenciando as práticas alimentares de controle de peso
adotadas (SOUTO; FERRO-BUCHER, 2006, p. 701).

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MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

O Transtorno Dismórfico Corporal (TDC), que anteriormente era denominado


como dismorfobia ou dismorfofobia, causa no indivíduo uma preocupação com
um ou mais defeitos percebidos em sua aparência física. Tais defeitos podem
ser imperceptíveis ou leves para outras pessoas. O foco da preocupação pode
ser com características inestéticas como acne, cicatrizes, rugas, pelos, cabelos,
tipo de nariz, assimetria em áreas corporais. São preocupações indesejadas e de
difícil controle, e ocorrem, em média, de três a oito horas por dia. Isso faz com
que a pessoa tente camuflar de forma excessiva as características indesejadas,
fazendo uso de maquiagens, tocando repetidamente o local para verificá-la,
buscando procedimentos estéticos ou ainda comprando diversos produtos de
beleza (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014 apud MOTA, 2016).

Conrado (2009) destaca a importância do treinamento dos profissionais


para a investigação sistemática, diagnóstico e encaminhamento para tratamento
psiquiátrico dos pacientes com TDC, e observa que estes pacientes procuram
dermatologistas, cirurgiões plásticos e outros profissionais a fim de modificar sua
aparência. No entanto, pessoas com TDC que se submetem a procedimentos
estéticos podem continuar apresentando problemas de ordem psiquiátrica. Neste
sentido, parece ser fundamental que os profissionais da área médica sejam
treinados para identificar pacientes com ou sem queixas, que sinalizem a presença
do TDC. O encaminhamento desses pacientes para tratamento psiquiátrico pode
ser difícil, tendo em vista que o reconhecimento de um transtorno na percepção
de sua aparência física não é facilmente consentido pelo paciente. Assim como
na área médica, as pessoas também buscam os profissionais da área da estética
para modificar aspectos físicos que os estejam incomodando, por isso essa
abordagem também é muito válida para os profissionais esteticistas.

Atividades de Estudos:

Esta atividade tem como intuito fazer com que você faça uma
reflexão sobre o ideal de beleza na atualidade e de como a mídia tem
influenciado sobre os modelos que são perseguidos por muitas pessoas.
Na internet, através de um site de buscas, procure por “artistas com e
sem photoshop”, em seguida, analise algumas das imagens que você
vai encontrar e reflita sobre os seguintes questionamentos:

1) Qual lhe parece ser o ideal de beleza divulgado pela mídia?


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Capítulo 1 Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal

2) Qual a reflexão que devemos fazer sobre o resultado esperado


dos tratamentos que oferecemos aos nossos pacientes?
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3) Como devemos agir caso um paciente esteja obcecado com sua


aparência a ponto de que isto interfira na sua vida social?
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Avaliação Visual
A primeira avaliação a ser feita com o paciente é de forma visual, de modo
a identificar aspectos e características físicas da pessoa, tais como sexo, idade,
altura e peso. Tanto na Estética Facial quanto na Estética Corporal, a avaliação
visual é primordial. Não é possível fazer uma boa avaliação somente através de
um questionário, é necessário também uma boa percepção e avaliação inicial.
Por exemplo, na análise facial, observa-se que a pele está oleosa, desidratada
ou com descamações e depois, se houver maquiagem, deve-se removê-la
por completo para analisar as manchas, acnes, telangectasias, rugas e outras
imperfeições que possam existir.

Na Estética Corporal, a análise visual é acompanhada pela análise tátil,


pois assim é verificado o grau de flacidez, de fibroedema geloide e o tipo de
gordura através de seu aspecto, textura e até pela temperatura local. Já para a
avaliação e acompanhamento da evolução dos tratamentos, é possível fazer um
registro fotográfico. Na estética facial, o registro fotográfico é a melhor forma de
analisar as imperfeições a serem tratadas, já que estas são mais difíceis de serem
mensuradas de outras formas.

A seguir, os principais instrumentos que podem ser utilizados para aperfeiçoar


a avaliação estética corporal e a avaliação estética facial. Estes instrumentos,
além de melhorar a qualidade da avaliação, facilitam e muito na comparação dos
resultados dos tratamentos estéticos utilizados.

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MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

a) Registro fotográfico

O registro fotográfico não é um método antropométrico, mas pode ser um


instrumento para comparação dos resultados antes e após o tratamento, caso
haja uma padronização (PUJOL, 2011). Fotografar o paciente se tornou uma das
principais formas de documentação, também permitindo fornecer uma melhor
assistência ao paciente no decorrer do tratamento. A evolução de cada tratamento
pode ser acompanhada de forma mais objetiva por meio de fotografias do que
pela representação gráfica escrita tradicional. A documentação escrita tradicional
e o questionário de perguntas para o paciente podem ser mais subjetivos e darem
mais espaço a influências do profissional e do paciente na avaliação da resposta ao
tratamento. As fotografias podem melhorar muito o nível de satisfação do paciente,
pois assim ele pode quantificar o seu progresso. Essas imagens documentadas,
inicialmente, podem também serem usadas como proteção para o profissional, pois
ao longo do tratamento o paciente pode reivindicar alguma imperfeição como sendo
decorrente do tratamento e não algo que já existia previamente (BEYNET et al., 2010).

O uso da fotodocumentação é bastante interessante, especialmente para


a área da Estética Facial, onde alterações como acne, envelhecimento cutâneo
e discromias a serem tratadas são mais visuais, diferentemente da Estética
Corporal, onde as características estéticas, muitas vezes, podem ser mensuradas
de outras formas. Para uma fotodocumentação de qualidade são necessários os
seguintes equipamentos: uma câmera digital que possua uma resolução igual ou
superior a três megapixels; um local específico na clínica para fotografar, sendo
este sempre o mesmo, para que não haja mudanças na iluminação; um fundo
infinito, que no caso da área médica é utilizada mais comumente a de cor azul;
um tripé que ajuda muito em alguns tipos de fotos; uma iluminação, sendo a luz
branca a ideal, pois outras cores alteram a aparência dos motivos; e um software
para armazenamento das fotos (PINHEIRO JUNIOR, 2009).

Na fotodocumentação, o mais importante é a padronização. Sem uma


boa padronização na hora de fotografar, os resultados a serem observados por
meio das fotografias podem ser questionados. Cada profissional pode criar seu
próprio padrão para fotografar seu paciente. O importante é que este padrão seja
seguido à risca e que as modificações entre uma fotografia e outra sejam apenas
aquelas que destacam as modificações resultantes dos procedimentos estéticos
aplicados. Quando se observa fotos de “antes e depois”, de tratamentos onde
itens do ambiente se modificaram, percebe-se que não se enxerga as alterações
decorrentes do tratamento estético com tanta clareza.

Vale ressaltar que as fotografias jamais deverão ser divulgadas sem


o consentimento do paciente. Caso haja interesse em divulgar as fotos, o
paciente deverá assinar uma autorização (Anexo I) contendo todas as cláusulas

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Capítulo 1 Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal

obrigatórias, como a sua finalidade, período, remuneração e penalidades.


Ainda assim, recomenda-se a utilização de tarjas sobre os olhos nas fotografias
(GARCIA; BORGES, 2006).

O paciente tem o direito de manter o sigilo dos seus dados, sendo


fundamental sua concordância para a utilização do que lhe é privado, até
quando há reconhecimento da pessoa na foto e um termo de consentimento
para fotografia. Este termo deve utilizar uma linguagem clara e acessível,
evitando o uso de terminologia técnica e de difícil compreensão. Deve, ainda,
conter informações sobre o procedimento, seus objetivos, efeitos e reações ao
tratamento. Informações insuficientes ou incorretas podem invalidar o documento
(PUJOL, 2011, p. 193).

Importante lembrar que todo e qualquer registro poderá ser uma prova em
casos de eventuais questionamentos. A fotografia é a melhor forma de verificação
dos resultados obtidos nos tratamentos estéticos e de trazer à memória como era
o local antes do tratamento. Alguns profissionais utilizam as fotografias também
para divulgar o seu trabalho, e em qualquer caso, a autorização da divulgação das
imagens por meio de termo próprio é sempre obrigatória.

Quanto às técnicas utilizadas para o registro fotográfico, pode-se padronizar


a fotografia adotando procedimentos como: o paciente ficar em pé, postura ereta,
a uma distância padronizada para um bom enquadramento. O enquadramento
pode ser realizado por segmento corporal ou pode ser também da face inteira;
metade superior da face, metade inferior da face, nariz, região dorsal, flancos,
coxas, nádegas, abdome, mamas, joelhos, braços, mãos, panturrilhas e tornozelos
(PINHEIRO JUNIOR, 2010). Também é interessante registrar a data e o horário
da fotografia; utilizar a mesma regulagem da máquina e distância do paciente na
primeira avaliação e nas consecutivas; fotografar sempre no mesmo ambiente
e sob a mesma iluminação; padronizar a roupa (avental, calcinha descartável
entregue pelo avaliador) (PUJOL, 2011). Garcia e Borges (2006) também sugerem
que se deve anotar todos os parâmetros utilizados na hora de fotografar, como a
câmera utilizada, o local onde a fotografia foi realizada, a distância do paciente em
relação à câmera, o seu posicionamento, a cor do fundo, o uso do flash. Assim,
pode-se seguir esses parâmetros sem erros.

Com relação ao enquadramento, quanto mais a imagem da área que está


sendo fotografada ocupar a imagem total, melhor a qualidade. Deve-se fazer com
que o paciente ocupe o máximo de espaço possível do visor, sem cortar alguma
parte importante do corpo e não deixar muito espaço vazio no fundo. Não deve
haver qualquer tipo de contração muscular, a expressão facial deve ser neutra
com os olhos voltados para frente, no caso da face (PINHEIRO, 2013).

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MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Um método bastante utilizado para o registro fotográfico é posicionar a cabeça


do indivíduo no plano de Frankfurt, que consiste em alinhar horizontalmente a
borda inferior da abertura do orbital com a margem superior do condutor auditivo
externo. Essa técnica também é utilizada para padronizar a realização de medidas
de altura e peso (IBGE, 2013).

Figura 1 – Plano de Frankfurt

Fonte: Adaptado de Central X (2010).

Deve-se analisar quais os segmentos do corpo com os quais serão


trabalhados e criar um padrão para cada um deles. Deve-se observar se cada
segmento aparecerá com o mesmo tamanho e iluminação em todas as fotos. O
uso do flash e do zoom produz modificações nas fotografias, portanto, se utilizar
um desses recursos em um registro, deverá utilizá-lo em todos os outros.

Também é importante adotar algum método seguro para a identificação do


paciente que foi fotografado, pois, muitas vezes, apenas partes do corpo são
fotografadas, dificultando assim o reconhecimento do paciente. Pode-se fotografar
e arquivar as imagens diretamente no software de imagens, descrevendo cada
paciente ou, caso utilize pastas comuns de arquivos, para garantir que as imagens
sejam seguramente classificadas, pode-se fazer conforme instrui Pinheiro (2013):
utilizando etiquetas autocolantes, desde que sejam pequenas e de cor neutra
(branca, de preferência), para não interferir na imagem. Outra alternativa é
escrever todos os dados do paciente em papel em branco e fotografar o papel
antes da primeira foto tirada do paciente.

Na figura a seguir, observa-se as alterações decorrentes de uma fotografia


ruim e como isso irá interferir na qualidade fotográfica.

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Capítulo 1 Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal

Figura 2 – Variações no modo de fotografar

A C

B D
Fonte: Pinheiro (2013).

Na foto A, o enquadramento incorreto fez com que o fundo ocupe grande


parte da imagem e, em B, para tentar aproveitar a imagem, a mesma foi ampliada
e cortada, prejudicando sua qualidade. Em C, as cores da roupa “poluem” a
imagem e desviam a atenção da face para a roupa, e em D, a paciente está na
posição neutra e correta (PINHEIRO, 2013).

Neste momento, é possível observar a seguinte montagem feita para


representar uma situação hipotética.

As duas fotografias, tiradas em diferentes momentos, jamais serão totalmente


iguais, tampouco a paciente deve estar maquiada, mas a montagem serve para
que se perceba que quanto mais padronizadas as imagens ficarem, o único
foco será no objeto do tratamento, que, nesse caso, é uma pequena mancha na
face. No entanto, quando não houver padrão, é possível visualizar o resultado
do tratamento, mas outros elementos da imagem acabam chamando a atenção,
inclusive uma pequena mancha acima da sobrancelha, que não existia na primeira
imagem.

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MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Figura 3 – Imagem padronizada X imagem não padronizada

ANTES DEPOIS

ANTES DEPOIS
Fonte: Adaptado de Licdn (2015); Jornal Opção (2016).

Leia o seguinte artigo para complementar os seus estudos sobre


a fotodocumentação: “A fotografia na cirurgia dermatológica e na
cosmiatria – Parte II”, disponível em: <http://www.surgicalcosmetic.
org.br/detalhe-artigo/275/A-fotografia-na-cirurgia-dermatologica-e-
na-cosmiatria---Parte-II>

Atividades de Estudos:

1) Relacione os itens que devem ser padronizados para a obtenção


de uma boa fotodocumentação.
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Capítulo 1 Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal

2) Explique a importância da fotodocumentação nos tratamentos


estéticos.
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b) Equipamento analisador de pele

Atualmente, estão disponíveis no mercado aparelhos que analisam a saúde


da pele, através da tecnologia de análise por impedância bioelétrica, que mede
a umidade da pele e a sua oleosidade em percentuais e também avalia a sua
elasticidade. Os que são mais utilizados na área estética auxiliam na indicação
do equilíbrio entre a umidade e oleosidade antes e após o procedimento estético,
podendo assim medir sua eficácia e mostrar os resultados do tratamento em
tempo real. É portátil, de fácil manuseio e deve ser utilizado na pele limpa (SKIN
UP BEAUTY DEVICES, 2016).

Ilustramos, a seguir, alguns modelos de aparelhos analisadores de pele


existentes no mercado:

Figura 4 – Equipamento analisador de umidade da pele

Fonte: Medical Expo (2018).

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MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Figura 5 – Equipamento analisador de oleosidade, melanina e hidratação

Fonte: Medical Expo (2018).

Figura 6 – Equipamento analisador de hidratação, oleosidade e elasticidade

Fonte: Skin Up Beauty Devices (2016).

Figura 7 – Analisador de pigmentação e hidratação cutânea

Fonte: Medical Expo (2018).

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Capítulo 1 Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal

Figura 8 – Valores de referência utilizados para avaliar o estado da pele


Referências para
uma pele equilibrada
Valores
40% ~ 60% Umidade
23% ~ 33% Oleosidade
Valores
40% ~ 60% Umidade Valores
23% ~ 33% Oleosidade 50% ~ 60% Umidade
23% ~ 33% Oleosidade
Valores
50% ~ 65% Umidade
16% ~ 22% Oleosidade

Nivels de Umidade e Oleosidade


Água% Min. Água% Max. Óleo% Min. Óleo% Max.

Valores Pele Oleosa 20% 30% 34% 60%


40% ~ 60% Umidade
16% ~ 22% Oleosidade Pele Seca 15% 25% 16% 30%

Valores Pele Mista 25% 40% 20% 35%


45% ~ 55% Umidade
16% ~ 22% Oleosidade Pele Normal 40% 60% 16% 33%

Fonte: Skin Up Beauty Devices (2016).

Existem aparelhos mais simples e outros mais sofisticados que são utilizados
na área médica. Os mais utilizados na área da estética são os portáteis, que fazem
a leitura da umidade e da oleosidade da pele, desta forma, o profissional utiliza o
aparelho na hora da anamnese e depois de finalizado o procedimento, podendo
assim mostrar o resultado do tratamento para o seu paciente.

Para a escolha do equipamento que o profissional vai auxiliar na hora da


avaliação, deve ser levada em conta a necessidade e a proposta de cada
profissional em sua clínica, pois os equipamentos mais sofisticados são de
altíssimo custo. Além de poder mostrar para o seu paciente o resultado daquela
sessão, o aparelho poderá ajudar o profissional a avaliar a eficácia dos produtos
que ele utiliza.

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MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Avaliação Antropométrica
A antropometria, cujo significado vem do grego anthropos, que se
refere ao homem, e metrein, referente à medida (PUJOL, 2011), ou seja,
trata da mensuração do corpo humano ou de suas partes ou do registro das
particularidades físicas do indivíduo, estuda as medidas de tamanho e proporções
do corpo humano (FERREIRA, 2018). As medidas antropométricas tais como
peso, altura, circunferência de cintura e circunferência de quadril normalmente
são utilizadas para o diagnóstico do estado nutricional e avaliação dos riscos para
algumas doenças em crianças, adultos, gestantes e idosos (IBGE, 2013).

Em estética, a avaliação antropométrica permite avaliar, mesmo que de


forma superficial, as necessidades da área e as condições físicas do paciente,
esta avaliação será o meio pelo qual a evolução do tratamento será verificada
em estética corporal, principalmente quando o interesse for redução de medidas.
Os principais itens da avaliação antropométrica aplicados na estética são a
adipometria localizada, o peso, a estatura, a bioimpedância elétrica e a perimetria
(PUJOL, 2011). A seguir, a descrição dos instrumentos e técnicas utilizados para a
antropometria na estética.

a) Adipômetro

Dentre as várias técnicas para a análise da composição corporal, a medida de


espessura de dobras cutâneas (EDC) é uma das preferidas por pesquisadores e
profissionais da área da saúde, tendo em vista seu baixo custo operacional e sua
aplicabilidade em grandes grupos populacionais. A avaliação da composição corporal
por meio dessa técnica vem sendo amplamente utilizada no Brasil por diferentes
profissionais, com diversos propósitos. Porém, independentemente dos objetivos
iniciais de cada profissional, é de suma importância a escolha da metodologia
correta e dos equipamentos adequados, tendo-se em vista que diferentes equações
antropométricas foram desenvolvidas para grupos populacionais distintos, com
equipamentos e pontos anatômicos específicos (OKANO et al., 2008).

O adipômetro ou plicômetro é um equipamento que é utilizado para medir


a espessura do tecido adiposo em diversas partes do corpo. Essas medidas,
colocadas em algumas equações, servem para calcular o percentual de gordura
do indivíduo. Estas medições são ideais para acompanhar a redução de
gordura corporal por ponto localizado. Os adipômetros podem ser classificados
como adipômetros analógicos ou adipômetros digitais. Existem equipamentos
deste tipo desde os mais simples, confeccionados em plástico, até os mais
avançados, além disso, os adipômetros podem apresentar escalas em milímetros
e em décimos de milímetros (CARDIOMED, 2017).

24
Capítulo 1 Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal

Figura 9 – Adipômetro ou plicômetro digital (à esquerda) e analógico (à direita)

Fonte: Cardiomed (2018).

Existem também modelos de adipômetros clínicos e adipômetros


científicos,  a diferença entre os modelos é a resolução da escala de leitura do
resultado, sendo  que o adipômetro clínico tem resolução em milímetros e o
adipômetro científico tem resolução em décimos de milímetros, o que proporciona
uma maior exatidão (SANNY, 2017).

A utilização do adipômetro nas medidas de dobras cutâneas está bastante


sujeita a erros e exige uma série de cuidados para minimizá-los, como a
identificação precisa do ponto anatômico, o domínio da técnica e a calibração do
instrumento. Recomenda-se que o avaliador treine bastante, pois o aprimoramento
da técnica só será possível através da experiência, contribuindo assim para
a redução de erros intra e interavaliadores, e garantindo a confiabilidade dos
resultados (PUJOL, 2011).

Em estética, não é comum a utilização das medidas das pregas para estimar
a densidade corporal e o uso de fórmulas nas áreas da Nutrição e da Educação
Física para a composição corporal. Mesmo assim, o adipômetro é um importante
instrumento para a avaliação estética corporal. Dessa forma, o profissional da
estética é quem vai estabelecer os parâmetros do local a ser mensurado, por serem
bem específicos. Os locais a serem medidos podem ser variados, como pontos
específicos na região abdominal, flancos, coxas ou braços. Devem-se utilizar pontos
anatômicos de referência para que o mesmo ponto seja localizado posteriormente.

A seguir, alguns exemplos de situações em que o uso do adipômetro é


importante:

• No caso do tratamento de redução de lipodistrofia abdominal, após


determinado número de sessões, o paciente queixa-se de que a medida
dessa região parece ter aumentado em vez de ter reduzido. O profissional,
que já consultou a ficha de anamnese antes de iniciar a sessão do dia,
observou que o paciente tem problemas de distensão abdominal, ou
seja, o estufamento que é causado pelo acúmulo de gases no intestino.

25
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Lembrou-se que por esta razão, além da perimetria, teve o cuidado de


mensurar a prega na região central da maior queixa. Voltou a fazer as duas
medidas e constatou que a perimetria abdominal teve um leve aumento
na sua medida, mas a prega teve uma considerável redução. Questionou
sobre a alimentação recente de seu paciente e explicou que este estava
com o abdômen distendido, mas que a gordura localizada não aumentou.
Neste caso, o uso do adipômetro foi fundamental para elucidar a questão.

• No caso de lipodistrofia localizada, em local de difícil mensuração por


meio de fita antropométrica, como a gordura que se forma logo abaixo dos
glúteos, conhecida popularmente como “bananinha”. A curvatura natural
das coxas e a posição muito próxima aos glúteos dificulta a manutenção
da fita na posição paralela ao chão. A adipometria, nesse caso, também
permitiria mensurar a diferença entre os dois lados, verificando assim
qual lado necessita mais atenção e se após determinado número de
sessões a gordura reduziu e os lados estão mais simétricos.

• O uso do adipômetro também é necessário para a aplicação de equipamentos


estéticos mais avançados, como os de terapias combinadas e os de
criolipólise, que inclusive vêm com um adipômetro entre os seus acessórios.
A medida da prega é utilizada neste caso, não somente para acompanhar o
progresso do tratamento, mas porque a parametrização desses equipamentos
solicita a medida da prega a ser tratada. No caso da criolipólise, a prega deve
ter mais que dois centímetros para poder ser tratada.

Para utilizar o adipômetro, deve-se segurá-lo com a mão direita e com a mão
esquerda pinçar o tecido subcutâneo entre o polegar e o indicador, sem pinçar o
músculo. O compasso deve ser ajustado perpendicular à prega e a uma distância de um
centímetro do ponto no qual a prega foi pinçada. Aguarda-se cerca de dois segundos
para a estabilização do ponteiro do adipômetro, para assim efetuar a leitura e repetir o
processo de duas a três vezes para confrontar os resultados obtidos (PUJOL, 2011).

Observe as figuras a seguir e tente fazer uma prega de seu


corpo ou de alguém que esteja próximo a você, mesmo que você
não tenha um adipômetro. Sinta as camadas de pele e de gordura
e observe se o músculo não foi pinçado. Na dúvida, tente contrair o
músculo do local e sinta-o.

26
Capítulo 1 Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal

Figura 10 – Camadas de pele, gordura e músculo

Pele

Gordura

Músculo

Fonte: Adaptado de Mindaholic (2018).

Figura 11 – Método para fazer a prega cutânea

Fonte: Musculação.Net (2018).

Outros pontos devem ser observados no momento das medidas, como a


temperatura ambiente, que deve estar agradável, as unhas do avaliador devem
estar aparadas para não causar incômodo ou ferir a pele do avaliado, marcar os
locais das pregas e registrá-los na ficha de anamnese. As aferições não devem
ser realizadas após intensa atividade física ou no período pré-menstrual, pois a
alteração na composição dos líquidos corporais pode alterar o tamanho da prega.

Mesmo utilizando o resultado das dobras em seu valor absoluto e não para
equações de predição de composição corporal, uma das limitações das medidas
das dobras cutâneas é a necessidade de treinamento para redução dos erros
técnicos de medida no momento da pinça da dobra. Além disso, alguns indivíduos
possuem gordura compacta que dificulta a mensuração da dobra. Nesses casos
a bioimpedância, associada à perimetria, poderia complementar a avaliação
(PUJOL, 2011).

27
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

b) Bioimpedância elétrica

A obesidade está relacionada ao excesso de tecido adiposo, no entanto, a


maioria dos métodos utilizados para diagnosticar sobrepeso e obesidade não
analisa a composição corporal, ou seja, não determinam se o tecido adiposo
especificamente está elevado. Desse modo, pode haver indivíduos que estejam
em um IMC considerado normal, mas cujo tecido adiposo está acima do normal.
O percentual de gordura corporal determinado por bioimpedância elétrica é
considerado o método mais preciso para diagnosticar sobrepeso e obesidade,
pois é o método que leva em consideração a composição corporal e não apenas a
massa corporal total (PEDROZA-JIMÉNEZ et al., 2015).

Na estética, isso ajudará o profissional a avaliar, por exemplo, um paciente


que possua o IMC considerado normal, mas que possua muita massa adiposa,
do mesmo modo que outra pessoa com o IMC maior possa ter a massa magra
bastante desenvolvida e pouca massa adiposa. E, em conjunto com outros fatores
avaliados, poderá orientar mais adequadamente o seu paciente quanto aos seus
hábitos ou sobre os tratamentos aplicáveis.

Atualmente, a bioimpedância é indicada como um método potencialmente


viável na estimativa da composição corporal, pelo fato de ser uma técnica não
invasiva, de fácil operação, por ter boa portabilidade, exigir o mínimo de cooperação
possível por parte do avaliado, rapidez na interpretação dos resultados e ser, de
certa forma, acessível no meio comercial. Em clínicas de estética, o mesmo pode
ser utilizado para evitar o erro entre avaliadores (PUJOL, 2011).

Basicamente, os equipamentos de bioimpedância conduzem uma pequena


corrente elétrica pelos tecidos biológicos e calculam a diferença nos valores
resistivos observados, uma vez que os tecidos apresentam variadas impedâncias.
Por meio destes valores é possível estimar a composição dos tecidos que
compõem a estrutura física (STEVAN JUNIOR, 2017), ou seja, a aplicação da
bioimpedância se baseia na resistência dos tecidos corporais à corrente elétrica,
que é baixa nos tecidos com bastante água e eletrólitos, como o muscular, e alta
naqueles com baixa concentração de água, como o tecido adiposo, sendo assim,
quanto mais rico é um corpo em água, melhor é a condução elétrica, e quanto
mais pobre em água, pior condutor de corrente elétrica e mais rico em gordura
(ARISTIZÁBAL; GIRALDO, 2017).

Este método de análise tem como concepção base a diferença nos valores
resistivos observados na condução elétrica pelos tecidos biológicos a partir de uma
pequena corrente imposta ao corpo, os tecidos apresentam variadas impedâncias
de acordo com a frequência do sinal estimulado ao corpo. Por meio desses valores
é possível estimar a composição do meio analisado, neste caso os tecidos da

28
Capítulo 1 Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal

estrutura física. Os aparelhos comerciais de bioimpedância utilizam equações de


regressão para determinar os componentes corporais, e assim, estimar os valores
de massa de gordura, massa magra e água corporal. As equações preditivas
são ajustadas principalmente para sexo, idade, peso, altura e atividade física.
Porém, os cálculos variam de acordo com o fabricante e nem todos disponibilizam
as fórmulas inclusas no sistema do aparelho (STEVAN JUNIOR, 2017). Essas
equações são específicas por população, porque as diferenças entre grupos
étnicos na forma corporal e na distribuição dos segmentos do corpo modificam a
distribuição da corrente elétrica e afetam a determinação da composição corporal
por este método (ARISTIZÁBAL; GIRALDO, 2017).

Há certa variedade de equipamentos de bioimpedância disponíveis, entre


eles o de oito eletrodos mãos e pés, de quatro eletrodos mão e pé, de quatro
eletrodos pé e pé e quatro eletrodos mão e mão. Em um estudo realizado por
Aristizábal e Giraldo (2017) para comparar a confiabilidade de métodos de
avaliação de percentual de gordura corporal por meio da bioimpedância, conclui-
se que o equipamento de bioimpedância de oito eletrodos mãos e pés (Figura 15)
fornece resultados mais confiáveis que o de quatro eletrodos mão e pé, e este,
por sua vez, é mais confiável que a bioimpedância de quatro eletrodos pé e pé,
este último considerado, portanto, o menos eficaz.

No entanto, a utilização do equipamento de bioimpedância de oito eletrodos


não é muito viável em estética, pelo seu alto custo. A bioimpedância do tipo
tetrapolar mãos e pés mostra-se suficientemente eficaz neste caso. O de quatro
eletrodos mão e mão e o de quatro eletrodos pé e pé são menos confiáveis e mais
comuns para uso doméstico.

O uso da bioimpedância de análise da composição corporal, sem dúvida,


constitui um método com razoável precisão e fidedignidade. As medições que
podem ser feitas através dela são: peso da gordura, peso da massa magra e
percentual de água. Alguns aparelhos ainda segmentam a massa magra em
ossos, músculos e água (PUJOL, 2011).

Para a realização da análise da composição corporal por meio da


bioimpedância tetrapolar, primeiramente, retira-se do paciente todos os
objetos ou adornos metálicos, higieniza-se a mão e o pé direito e em seguida
coloca-se um par de eletrodos na mão e outro par no pé (Figura 12). Após um
repouso de aproximadamente cinco a dez minutos, inicia-se a configuração do
aparelho. Após preencher todos os parâmetros solicitados pelo equipamento,
este iniciará a leitura.

29
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Figura 12 – Colocação correta dos eletrodos

Fonte: Maltron International (2018).

A seguir, alguns dentre os diversos tipos de aparelhos de bioimpedância


comentados anteriormente:

Figura 13 – Equipamento tetrapolar mão e mão

Fonte: Cardiomed (2018).

Figura 14 – Equipamento tetrapolar pé e pé do tipo balança

Fonte: Cardiomed (2018).

30
Capítulo 1 Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal

Figura 15 – Bioimpedância de oito eletrodos mãos e pés

Fonte: Seca (2018).

É importante que o paciente seja orientado no momento do agendamento da


avaliação, para que venha preparado caso a bioimpedância seja realizada, pois
ele deverá evitar quaisquer atividades a seguir:

• fazer uso de medicamentos diuréticos até sete dias anteriores;


• comer pelo menos quatro horas antes;
• ingerir bebidas alcoólicas nas 48 horas anteriores;
• realizar atividades físicas intensas nas 24 horas anteriores;
• ficar sem urinar até 30 minutos anteriores.

Essas atividades devem ser evitadas com o intuito de não causar alterações
na composição corporal. A principal limitação desse método surge quando o
avaliado apresenta alterações em seu estado de hidratação, por isso o período pré-
menstrual ou menstrual também deve ser considerado, a quantidade de alimentos
e líquidos ingeridos pelo avaliado, bem como nefropatias, hepatopatias e diabetes,
que podem influenciar o resultado obtido por este método (PUJOL, 2011).

31
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Figura 16 – Cuidados necessários para garantir a


confiabilidade do resultado da bioimpedância

Não ingerir
bebida alcoólica 48
horas antes

Não usar
Urinar pelo menos medicamentos
30 minutos antes BIOIMPEDÂNCIA diuréticos sete
dias antes

Não praticar
atividades físicas Jejum quatro
intensas 24 horas antes
horas antes

Fonte: A autora.

A bioimpedância é uma forma de se estimar o percentual de gordura muito


simples, porém sua confiabilidade é discutida. Por outro lado, a técnica de dobras
cutâneas, pela metodologia de Jackson e Pollock, caso o profissional da área da
estética prefira utilizá-la, segundo a opinião de Rodrigues et al. (2001), mostra-se
uma boa opção de utilização para a estimativa da gordura corporal.

Quadro 1 – Classificação do percentual de gordura


Idade (anos)
Adequação
20-29 30-39 40-49 50-59 >60
Homens
Excelente(atlético) <11 <12 <14 <15 <16
Bom 11-13 12-14 14-16 15-17 16-18
Dentro da média 14-20 15-21 17-23 18-24 19-25
Regular 21-23 22-24 24-26 25-27 26-28
Alto percentual de gordura >23 >24 >26 >27 >28
Mulheres
Excelente(atlético) <16 <17 <18 <19 <20
Bom 16-19 17-20 18-21 19-22 20-23
Dentro da média 20-28 21-29 22-30 23-31 24-32
Regular 29-31 30-32 31-33 32-34 33-35
Alto percentual de gordura >31 >32 >33 >34 >35

Fonte: Queiroz et al. (2012).

32
Capítulo 1 Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal

c) Fita antropométrica

A fita ou trena antropométrica é a ferramenta mais comum para realizar a


perimetria na avaliação estética corporal. É ela que, na maior parte das vezes,
traz a grande satisfação ao se visualizar os resultados de tratamentos ou
nas demonstrações de marcas de produtos vendidos na área. O paciente é
convencido pelos centímetros “perdidos” e, quanto maior for o valor da diferença,
melhor. Por isso, essas medições devem ser feitas com qualidade e padronizadas,
especialmente para os locais de maior necessidade nos tratamentos.

Para fazer a medida corporal, é importante que a fita ou a trena seja


específica para a antropometria, pois esta é mais maleável e estreita que as
comuns, moldando-se melhor aos contornos do corpo, garantindo assim uma
medida mais precisa.

Figura 17 – Fitas antropométricas

Fonte: Cardiomed (2018); Cescorf (2015).

Figura 18 – Trena comum para uso geral (esquerda)


e fita métrica para costura (direita)

Fonte: Vonder (2018); Rittsbordados (2018).

Não se deve utilizar a trena comum para realizar a perimetria. Observa-se na


figura que a fita é muito rígida e larga, o que pode produzir folgas nos contornos
corporais. Pela rigidez do material, caso a fita escape por não estar travada, pode
causar lesões na pele do paciente. A fita métrica para costura, apesar de ser
utilizada para medir partes do corpo, também não é a ideal para a antropometria.
Por ser mais larga, pode tornar difícil a medição de regiões com curvas, próximas
às dobras, regiões pequenas ou estreitas e também tende a alterar o seu tamanho
com o tempo, modificando a medida.

33
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

A perimetria é um conjunto de medidas de circunferência, realizadas em


diferentes pontos do tronco, dos membros superiores e dos membros inferiores.
Essas medidas permitem detectar assimetrias musculares, bem como a sequência
das reavaliações e a associação dos dados da composição corporal, além da
variação da massa muscular em resposta à terapia nutricional (PUJOL, 2011).

Na área da saúde existe uma medida padrão para a cintura que consiste em
localizar a linha axilar média, pedir para que o paciente inspire profundamente e
apalpar até localizar a décima costela, que é a última costela fixa, e então fazer
desse ponto. Em seguida, localizar a crista ilíaca, que é a parte mais alta do osso
ilíaco, e também marcar o ponto com a caneta. Posicionar a fita no ponto médio
entre esses dois pontos marcados, verificando se está paralela ao solo. Certificar-
se de que a fita é confortável, não comprimir a pele e estar paralela ao chão. O
paciente deve permanecer em pé, ereto, e a fita deve ser colocada somente sobre
a pele nua. A medida deverá ser feita ao final de uma expiração normal (IBGE,
2013; OLIVEIRA, 2017). Esta medida pode ser utilizada na área da estética, mas
outros pontos de referência também são amplamente utilizados.

Figura 19 – Localização do ponto médio para a medida da cintura

Linha axilar média

Décima costela
Ponto médio
Crista ilíaca

Fonte: Adaptado de Central X (2016).

Qualquer pequena alteração na posição da fita pode fazer com que a medida
da circunferência que está sendo realizada se altere. Por isso, deve-se observar
com atenção a forma com que a fita é colocada.

Meça a circunferência da região abdominal de alguma pessoa.


Escolha a região que possua o maior acúmulo de gordura. Refaça
essa medida pelo menos três vezes. Peça a outra pessoa que realize
a mesma medida também pelo menos três vezes. Observe se houve
diferença nos valores das medições inter e intra-avaliadores.

34
Capítulo 1 Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal

Na estética, o local a ser medido dependerá dos pontos de acúmulo de


gordura ou edema que o paciente quiser tratar, uma vez que as queixas podem
ser pontuais e em variados locais do corpo. Os perímetros mais comuns a serem
avaliados são os do abdômen, dos braços, das coxas, flancos e culotes.

A seguir, algumas formas de realizar medidas com o uso da fita antropométrica


em estética corporal:

1) Para a perimetria abdominal, pode-se usar o centro da cicatriz umbilical


como ponto de referência e, a partir dela, com a ajuda da própria fita
antropométrica, medir a distância até o local onde está o ponto de maior
acúmulo de gordura. Anotar esse valor.

Figura 20 – Ponto de referência para medida de abdômen

Fonte: A autora.

Exemplo: a queixa desta paciente consiste em uma gordura localizada


a cinco centímetros medidos a partir do centro da cicatriz umbilical em direção
ao chão, será realizada a medida da circunferência nesse ponto. Dessa forma,
será possível saber que todas as próximas medições deverão ser realizadas no
mesmo local. Para avaliar mais detalhadamente a evolução do tratamento, pode-
se tomar mais de uma medida, por exemplo, a três centímetros acima da cicatriz
umbilical e/ou exatamente na altura do ponto central da cicatriz umbilical.

2) Para a perimetria de coxas, utiliza-se a borda superior da patela como


ponto de referência e, a partir desse ponto, de baixo para cima, localiza-
se a distância entre o ponto inicial até o local da queixa.

35
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Figura 21 – Ponto de referência para medidas de coxas

Fonte: A autora.

Exemplo: a queixa dessa paciente é a gordura localizada na região medial


das coxas. Ao colocar o início da fita da borda superior da patela, que será o
ponto de referência, até o ponto central da queixa, verificou-se que o ponto da
queixa se localiza a 28 centímetros. Utilizar essa mesma medida na outra coxa.
Recomenda-se fazer medidas iguais dos dois lados, para evitar erros e analisar
possível assimetria.

3) Para a medida dos braços, utiliza-se o cotovelo como ponto de referência.


Pede-se ao paciente para flexionar a articulação do cotovelo em 90
graus. Posicionar o início da fita na extremidade do cotovelo e levar a fita
até o local da queixa.

Figura 22 – Ponto de referência para medidas de braços

Fonte: A autora.

36
Capítulo 1 Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal

Exemplo: Paciente queixa-se de gordura localizada na região dos braços.


Após identificar o local exato a ser medido, marca-se o local com uma caneta
marcadora ou lápis dermográfico e pede-se para que a paciente estenda
novamente seu braço e o mantenha relaxado para a aferição.

4) Para medidas de glúteos, flancos e culotes ou quadris. O ponto de


referência poderá ser o ponto mais alto da queixa. As coxas e pernas devem
permanecer unidas e os braços relaxados para realização dessas medidas.

Figura 23 – Pontos de referência para medidas de quadris, flancos e glúteos

Fonte: A autora.

Posicionar a fita no local onde há maior concentração de gordura. Neste


caso pode ser determinado um ponto anatômico como referência ou trazer a fita
antropométrica a partir do chão até o local da queixa como ponto de referência.

d) Balança

A balança é o instrumento para medir a massa corporal total. O equipamento


deverá ter precisão necessária para informar o peso de um indivíduo da forma mais
exata possível. A precisão da escala numérica das balanças varia de acordo com o
tipo (mecânica ou eletrônica) ou fabricante (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011). O peso
é uma importante ferramenta para se avaliar o estado nutricional, porém apresenta
algumas limitações, já que não é capaz de avaliar os compartimentos corporais.

Para a avaliação do peso, é possível utilizar balanças digitais ou as balanças


mecânicas com a medida registrada com uma precisão de 100g. Em seguida,
coloca-se o indivíduo sobre e no centro da plataforma, na posição ortostática, com

37
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

os pés levemente afastados, mantendo os braços relaxados em lateral ao tronco.


O avaliado deve usar o mínimo de roupas possível, respirar com normalidade
e distribuir o peso do corpo igualmente entre ambos os pés. A cabeça deverá
estar posicionada no plano de Frankfurt. Outros critérios deverão ser registrados
na tomada de peso, como: funcionamento intestinal, horário da última refeição e
da pesagem, período pré-menstrual, uso de diuréticos ou laxantes. Os registros
dessas situações podem reforçar a fidedignidade nos resultados (PUJOL, 2011).

Figura 24 – Tipos de balança: (A) balança plataforma digital;


(B) balança plataforma mecânica; (C) balança de piso
digital; (D) balança de piso/banheiro mecânica.
A) B)

C) D)

Fonte: Nowak (2018); Med & Lab (2018); Cadence (2018).

Na estética, saber o peso é necessário para o cálculo do Índice de Massa


Corporal (IMC). Alguns profissionais preferem pesar seus pacientes antes e após uma
sessão de tratamento estético, com o intuito de mostrar que alguns procedimentos
podem resultar em considerável perda de peso em uma única sessão. Geralmente,
esta perda de peso poderá ocorrer pela perda de líquidos corporais, por isso também
deve-se comparar essas medidas com as das próximas sessões.

Acompanhar se houve aumento ou perda de peso durante o período de


tratamento estético é importante para avaliar se a redução de medidas está
relacionada à mudança de hábitos do paciente ou está relacionada à perda ou ganho

38
Capítulo 1 Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal

de peso. A aferição do peso pode ser aparentemente algo muito simples, mas assim
como outras medidas antropométricas, é importante fazê-lo de forma padronizada
para que não ocorram erros. Pode-se utilizar o protocolo listado a seguir:

MODELO DE PROTOCOLO PARA AFERIÇÃO


DO PESO DO PACIENTE

• Retirar os sapatos.
• Retirar roupas pesadas como casacos, jaquetas, blusas
grossas, calças (o ideal é ficar apenas com a roupa íntima).
• Remover acessórios como colares, relógios e óculos.
• Posicionar a balança em superfície regular e firme.
• Evitar colocar o equipamento sobre tapetes, carpetes etc.
• Pisar na balança para que ela ligue, e quando aparecer os
dígitos no visor, pedir para o paciente subir.
• Os dois pés devem estar apoiados na plataforma, ligeiramente
afastados e o peso distribuído em ambos os pés.
• O paciente não deve ficar olhando para o visor e sim para a
linha do horizonte (plano de Frankfurt).
• Registrar o valor.

Fonte: Segundo Manual de Antropometria – IBGE (2013).

O valor do peso corporal pode ser afetado pela ação de más técnicas profissionais
ou caso este utilize equipamentos descalibrados no momento de sua aferição. Por
isso, para garantir que a aferição do peso corporal seja adequada, deverá ser feita a
calibração dos instrumentos e aplicada a técnica de verificação correta, possibilitando
uma informação mais precisa das medidas dos pacientes (BEGHETTO et al., 2006).

Caso haja dúvidas em relação à calibração da balança, o ideal é levá-la a


uma empresa idônea para a verificação e calibração. Na impossibilidade de levá-
la a uma empresa, é possível verificá-la utilizando a técnica de garrafas pet com
água, conforme o Manual de Antropometria da Pesquisa Nacional da Saúde
(IBGE, 2013), da seguinte forma:

1) Separe cinco garrafas do tipo pet de dois litros, cor verde e exclusivamente
da marca Guaraná Antártica. Retire os rótulos, esvazie seu conteúdo
e lave-as com água para remover completamente qualquer resíduo do
refrigerante. Cuidado para não amassar a garrafa.

39
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

2) Para que a quantidade de água a ser colocada faça com que a garrafa
tenha 2kg, deve-se medir imediatamente abaixo do bocal, uma distância
de 5,5 cm. Pode-se utilizar uma fita adesiva previamente medida para
fazer a marcação.
3) Certifique-se de que o adesivo ou etiqueta esteja completamente aderida à
garrafa sem formar ranhuras e que esteja completamente na posição vertical.
4) Posicione a garrafa em uma superfície lisa (ou mesa), sente em uma
cadeira em frente da garrafa e com um copo de água adicione, aos poucos,
a quantidade de água necessária para atingir o limite inferior da etiqueta.
5) A borda inferior da água deve estar alinhada exatamente com o limite
inferior da etiqueta. Tampe a garrafa e repita este procedimento nas demais.
6) Coloque as garrafas na balança antropométrica e anote o peso total
mostrado no visor. O peso final das cinco garrafas deve ser de 10kg,
sendo que o intervalo permitido para variação é de 9,9 a 10,1kg. Se a
variação estiver fora do limite aceito, a balança está descalibrada e você
deverá substituí-la por outra.

Figura 25 - Garrafa pet preparada com água

Fonte: IBGE (2013).

Figura 26 – Verificação da quantidade exata de água e pesagem das garrafas.

Fonte: IBGE (2013).

40
Capítulo 1 Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal

e) Estadiômetro

Para poder calcular o IMC ou mesmo o percentual de gordura com o uso da


bioimpedância na área da estética, é preciso conhecer a estatura do paciente.
Muitas pessoas não sabem a sua estatura exata e algumas podem superestimá-la,
por isso o ideal é que a estatura seja verificada no próprio local, pelo profissional,
com o uso de um estadiômetro.

Figura 27 – Estadiômetros

Fonte: Cardiomed (2018).

O estadiômetro é uma escala métrica vertical, instalada perpendicularmente


a um plano de base que é utilizado para medir estatura. Podem ser encontrados
adaptados em alguns tipos de balança (balança de cilindros) ou fixos em uma
parede. Estadiômetros portáteis também são bastante utilizados (FONTOURA
et al., 2013). O estadiômetro (antropômetro vertical) deve ser colocado em
parede lisa e sem rodapé e a balança plataforma em superfície lisa e nivelada
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).

Para a aferição da estatura, deve-se posicionar o paciente em pé na parede


ou no antropômetro vertical. O paciente deve estar descalço, com a cabeça livre
de adereços e posicionado no centro do equipamento. Deve-se mantê-lo em
pé, ereto, com os braços estendidos ao longo do corpo, com a cabeça erguida,
olhando para um ponto fixo na altura dos olhos. A cabeça do indivíduo deve ser
posicionada no plano de Frankfurt. As pernas devem estar paralelas, mas não
é necessário que as partes internas estejam encostadas. Os pés devem formar
ângulo reto com as pernas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).

É recomendável fazer a aferição sempre no mesmo horário e


preferencialmente em horários mais próximos ao início do dia. Esse horário
deve ser registrado na ficha para que, posteriormente, outras aferições sejam
realizadas no mesmo horário.

41
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Figura 28 – Técnica de aferição de altura segundo plano de Frankfurt

Fonte: Ministério da Saúde (2011).

f) Índice de Massa Corporal (IMC)

O IMC é o cálculo mais usado para avaliação da adiposidade corporal e


também um bom indicador, mas não totalmente correlacionado com a gordura
corporal. É simples, prático e sem custo.

O IMC não distingue massa gordurosa de massa magra, podendo ser menos
preciso em indivíduos mais idosos, em decorrência da perda de massa magra
e diminuição do peso, e superestimado em indivíduos musculosos. O IMC não
reflete a distribuição da gordura corporal (ABESO, 2016). Por isso, o conceito
de massa corporal é conveniente porque os valores se aplicam tanto a homens
quanto a mulheres e a relação peso-altura é uma medida bruta.

Pode haver diferenças na composição corporal em função do sexo, idade, etnia,


no cálculo de indivíduos sedentários quando comparados a atletas, na presença de
perda de estatura em idosos devido à cifose, em edemaciados etc. (ABESO, 2016).
Um IMC de 25 a 29,9 é um marcador de sobrepeso e não necessariamente um
marcador de gordura excessiva. Muitos homens (especialmente atletas) têm um IMC
mais elevado em virtude do tecido muscular extra. E adultos baixos (menos de 1,52m)
podem ter IMCs elevados que talvez não reflitam sobrepeso ou gordura (WARDLAW;
SMITH, 2013). Para o cálculo do IMC em adultos, adota-se a seguinte fórmula:

Índice de Massa Corporal (IMC) = Peso (Kg)


Altura² (m)

Por exemplo, se um adulto possui 1,65m de altura e 67kg, seu IMC será
24,63, nesse caso, considerado adequado.

42
Capítulo 1 Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal

Quadro 2 – Pontos de corte estabelecidos para adultos


IMC (Kg/m²) DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL
< 18,5 Baixo Peso
≥ 18,5 e < 25 Adequado ou Eutrófico
≥ 25 e < 30 Sobrepeso
≥ 30 Obesidade
Fonte: Ministério da Saúde (2011).

Para os idosos com idade igual ou acima de 60 anos, os pontos de corte


estabelecidos são diferentes.

Quadro 3 – Pontos de corte estabelecidos para idosos


IMC (Kg/m²) DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL
≤ 22 Baixo Peso
> 22 e < 27 Adequado ou Eutrófico
≥ 27 Sobrepeso
Fonte: The Nutrition Initiative (1994) apud Ministério da Saúde (2011).

A distribuição de gordura abdominal é claramente influenciada pelo sexo:


para algum acúmulo de gordura corporal o homem tem, em média, o dobro da
quantidade de gordura abdominal em relação à mulher antes da menopausa. Além
disso, o IMC não é indicador do mesmo grau de gordura em populações diversas,
particularmente por causa das diferentes proporções corporais. Portanto, o ideal
é que o IMC seja usado em conjunto com outros métodos de determinação de
gordura corporal. A combinação de IMC com medidas da distribuição de gordura
pode ajudar a resolver alguns problemas do uso do IMC isolado (ABESO, 2016).
Conhecer o IMC e a distribuição de gordura do paciente na estética é importante
para avaliar o melhor tipo de tratamento para cada caso.

Atividades de Estudos:

1) Descreva as principais funções dos seguintes instrumentos na


avaliação estética:

a) Adipômetro:
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

43
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

b) Bioimpedância:
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

c) Trena antropométrica:
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

2) Quais os fatores que devem ser observados pelo profissional e


pelo paciente antes da realização da bioimpedância para que seu
resultado não sofra modificações?
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

3) O que é plano de Frankfurt e quando ele pode ser utilizado?


____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

4) Explique por que o IMC não pode ser considerado isoladamente


em uma avaliação estética.
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

44
Capítulo 1 Avaliação Estética Facial E Avaliação Estética Corporal

Algumas Considerações
Neste capítulo, iniciamos os estudos sobre os Métodos Avaliativos em
Estética Facial e Corporal e vimos que as chaves para uma boa e correta avaliação
e mensuração dos resultados são o conhecimento sobre os instrumentos para
a avaliação e a padronização dos métodos, pois somente assim conseguiremos
obter uma boa comparação com algo que está bem padronizado.

Aprendemos também que a ficha de anamnese é importante devido às


diferenças individuais. Veremos nos próximos capítulos como construir uma ficha
de anamnese para a estética e como avaliar as disfunções estéticas. Além disso,
estudaremos como cada informação e cada detalhe bem avaliado pelo profissional
é útil para estabelecer um plano de tratamento personalizado com sua quantidade
de sessões, com os recursos e cosméticos mais adequados para cada paciente,
evitando aqueles que não poderão ser utilizados.

Referências
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SÍNDROME METABÓLICA. Diretrizes brasileiras para o estudo da obesidade.
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WARDLAW, G. M.; SMITH, A. M. Nutrição contemporânea. 8. ed. Porto Alegre:


AMGH Editora, 2013.

49
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Anexo 1 – Modelo de autorização simples para uso de imagem

TERMO DE CESSÃO DE DIREITOS PARA USO DE IMAGEM

Nome: RG:

Endereço: Bairro: Tel:

Autorizo, gratuita e espontaneamente, a utilização pela Clínica de Estéti-


ca X de minhas imagens corporais, desde que não seja identificada, para
as finalidades descritas a seguir:

Publicação em revistas da área estética. Exposição em congressos científ-


icos. Utilização para fins publicitários.

A utilização deste material não gera nenhum compromisso de ressarci-


mento, a qualquer preceito, por parte da Clínica de Estética X.

Cidade, Estado / / às h

_______________________________ _______________________________

Clínica de Estética X Paciente


Esteticista Responsável

50
C APÍTULO 2
Ficha de Anamnese Corporal

A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes


objetivos de aprendizagem:

� Registrar numa ficha de anamnese os dados de forma objetiva, mas que possa
oferecer suficiente apoio aos procedimentos.

Dialogar adequadamente com o cliente/paciente para obter as informações



necessárias.

Padronizar as técnicas de aferição de medidas para garantir resultados



fidedignos;

Elaborar uma ficha de anamnese corporal.


Preencher adequadamente uma ficha de anamnese corporal.


Avaliar o paciente/cliente e registrar os dados na ficha de anamnese.


Avaliar e registrar queixas como lipodistrofia localizada, estrias e flacidez.


Classificar o fibroedema geloide.



MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

52
Capítulo 2 Ficha de Anamnese Corporal

Contextualização
O profissional que trabalha com a estética é um profissional que está
O profissional
habilitado a identificar as necessidades e também as restrições de cada que trabalha com
um de seus pacientes e do seu próprio campo de atuação. Ele deve saber a estética é um
trabalhar de forma multidisciplinar, pois, como lembra Pereira (2013), profissional que
com a alta tecnologia cosmetológica, eletroterápica e com o avanço da está habilitado
estética de forma geral, o profissional de estética tem obtido o apoio de a identificar as
especialidades médicas e inclusive a sua indicação nos tratamentos. necessidades
e também as
Mas para que nós, como profissionais, possamos continuar construindo
restrições de
essa relação de confiança e respeito, tanto com os profissionais de outras cada um de seus
áreas quanto com os nossos pacientes, devemos observar com atenção pacientes e do seu
as informações que são repassadas por eles no momento da avaliação, próprio campo de
para que, a partir disso, seja elaborado um plano de tratamento levando atuação.
em consideração todos os aspectos citados anteriormente.

Além do histórico tradicional, devemos investigar o histórico de procedimentos


estéticos do paciente e o nível de satisfação obtido com procedimentos anteriores.
Isso poderá nos auxiliar a determinar as expectativas do paciente e as reações dele a
determinados tratamentos. Devemos também ter cuidado ao lidar com indivíduos que
já passaram por vários procedimentos estéticos e que permanecem insatisfeitos. Além
disso, como vimos no capítulo anterior, deve ser levantada a hipótese de distúrbio
dismórfico corporal em um paciente que já se submeteu a múltiplos procedimentos
estéticos sem apresentar nenhuma anormalidade física significativa, e evitar aplicar
novos tratamentos antes que o possível distúrbio psiquiátrico seja devidamente
tratado (BEYNET; GRECO; SORIANO, 2010). Iniciar um tratamento estético em um
paciente com transtornos emocionais é um grande risco.

Ao coletarmos as informações durante a avaliação estética corporal, devemos


ter alguns cuidados básicos, tanto em relação à coleta de informações pessoais de
nosso paciente quanto na aferição de suas medidas. Deve-se ter plena consciência das
informações que são relevantes e ter muito cuidado com a padronização das medidas.

Postura Profissional
De forma que várias pessoas podem apresentar resultados diferentes aos
procedimentos estéticos, as expectativas geradas em torno do tratamento estético
devem ser realistas em seus potenciais resultados. Isso será fundamental para
obtenção de máximos resultados e para a satisfação do paciente. Normalmente,
o momento da realização da anamnese é aquele em que profissional e cliente
estabelecem um diálogo que deve ser esclarecedor e sincero. O profissional deve,
acima de tudo, agir com profissionalismo e honestidade.

53
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Também quanto à questão da boa conduta profissional está o fato de que


o paciente se sentirá mais seguro nesse contato inicial se o profissional estiver
vestido adequadamente, demonstrando higiene pessoal e limpeza no local de
atendimento, utilizando uma linguagem clara e adequada durante a avaliação
e manter-se calmo e com paciência, independentemente do modo como seu
paciente se portar ou se expressar, uma vez que é comum na área
As informações
obtidas devem da estética os profissionais atenderem a alguns pacientes de
ser sigilosas e o comportamento difícil.
profissional jamais
deverá julgar seu A ética e o profissionalismo devem nortear todas as atitudes e
paciente. procedimentos de um profissional da estética. As informações obtidas
devem ser sigilosas e o profissional jamais deverá julgar seu paciente.

Informações Gerais
As informações gerais são aquelas que fazem parte da identificação de cada
paciente, como seu perfil, seu endereço. Esses dados nos ajudam a identificar
cada um de nossos pacientes. Em algumas áreas são tratadas como dados de
cadastro e ficam disponíveis na recepção, mas na área da Estética é importante
que estejam nas mãos dos profissionais, especialmente naqueles locais em que
há mais de um profissional atendendo a um mesmo paciente.

Essa parte da ficha de anamnese permanece praticamente com a mesma


estrutura em qualquer área da estética:

Quadro 4 – Seção inicial da ficha de anamnese que


compreende a identificação do paciente

FICHA DE ANAMNESE – ESTÉTICA CORPORAL


IDENTIFICAÇÃO
Nome completo: ________________________________________________________________
Profissão: _______________________________________________________________________
Data de nascimento: ________/________/_________
Sexo/Identidade de gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino
Endereço:_______________________________________________________________________
E-mail:_________________________________________________________________________
Cidade/Estado: _________________________________________________________________
Telefones: Cel:_____________________________Outro:_______________________________

Fonte: A autora.

54
Capítulo 2 Ficha de Anamnese Corporal

As informações devem ser revistas e atualizadas periodicamente, para que


não haja dificuldade para localizarmos nosso paciente em caso de necessidade.

Atenção às Queixas
As mulheres, principalmente, sofrem uma cobrança muito grande em relação
a sua forma física. O padrão cultuado é o da magreza e, por isso, algumas
mulheres buscam cada vez mais esse ideal através de tratamentos estéticos
corporais (STEINER, 2009). Devemos avaliar se a queixa do paciente é algo que
realmente deva ou possa ser tratado.

A principal queixa do paciente é o elemento central da ficha de A principal queixa


anamnese. Todo o resto da ficha, toda a avaliação e a escolha dos do paciente é o
métodos que serão utilizados para o tratamento giram em torno da elemento central da
queixa principal. Por isso, devemos dar o maior valor a essa informação ficha de anamnese.
e nos certificar de que ela é certa para o paciente e de que forma isso interfere na
qualidade de vida dele.

Observe algumas situações em que devemos olhar a queixa com mais


cautela:

• A queixa não é do(a) paciente, e sim do parceiro ou de algum familiar.


• A queixa, avaliada por nós, é quase imperceptível ou inexiste. Neste
caso, devemos observar o comportamento do paciente em relação a sua
imagem e se não há sinais de Transtorno Dismórfico Corporal.
• A queixa é generalizada, o paciente é indeciso, não explica exatamente
qual é a sua principal queixa, mas frequenta as clínicas de estética
regularmente. Alguns pacientes buscam um tratamento estético mais
para ter um local de fuga para os seus problemas.
• A queixa é algo resultante ou associado a um problema grave de
saúde. Neste caso, é preciso avaliar se um procedimento estético trará
resultados seguros e satisfatórios e realizar qualquer procedimento
somente após obter a autorização e/ou recomendação médica.

55
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Outros Itens do Histórico do


Paciente Que Devem ser Observados
No histórico do paciente deve ser levantada a maior quantidade
No histórico do
paciente deve ser possível de informações que possam interferir nos tratamentos
levantada a maior estéticos. Informações relacionadas à saúde, a tratamentos anteriores
quantidade possível e ao seu biótipo, as condições que podem ter levado ao surgimento ou
de informações que agravamento do seu problema estético. Essa parte da ficha pode sofrer
possam interferir nos algumas adaptações, dependendo das necessidades de cada área.
tratamentos estéticos.

Quadro 5 – Seção da ficha de anamnese que compreende o histórico do paciente

FICHA CLÍNICA
Gestante: ______________________________________________________________________
Tratamentos estéticos anteriores e resultados:_________________________________________
______________________________________________________________________________
Alergias:________________________________________________________________________
Medicamentos em uso: ___________________________________________________________
Contraceptivos ou tratamentos hormonais: ___________________________________________
Ano da menarca: ________________________________________________________________
Menopausa: ____________________________________________________________________
Doença cardíaca, renal ou diabetes: _________________________________________________
Transtornos circulatórios:__________________________________________________________
Alterações dermatológicas: ________________________________________________________
Problemas endócrinos: ___________________________________________________________
Tumores malignos: _______________________________________________________________
Outras doenças: _________________________________________________________________
Hábitos alimentares: _____________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Ingestão de água: ________________________________________________________________
Biótipo: ________________________________________________________________________
Atividade física: _________________________________________________________________
Outras observações: _____________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

Fonte: A autora.

56
Capítulo 2 Ficha de Anamnese Corporal

Avaliação Física Visual


Em algumas situações, o problema inestético relatado pelo paciente é
agravado por uma postura inadequada. Por isso é interessante fazer uma avaliação
visual sobre sua postura e orientar esse paciente em relação a isso. Todavia, nos
casos em que se observa um quadro de alteração postural significativo, devemos
encaminhar esse paciente para um médico ortopedista ou fisioterapeuta para que
seja devidamente acompanhado e tratado.

Muitos autores citam a alteração postural como fator predisponente do


fibroedema geloide (FEG), mas não há estudos na literatura que tenham
identificado e comprovado essa relação, gerando a necessidade de investigá-la.
Entretanto, a presença de assimetria do FEG na região glútea gera a hipótese de
que alterações posturais agravariam seu grau, sobretudo alterações relacionadas
ao alinhamento pélvico (NAVES, 2017).

Além disso, uma má postura influencia para um abdômen mais saliente e


essa protrusão resulta em uma falsa impressão do volume de gordura nessa
região, da mesma forma, um desvio lateral pode gerar um aparente acúmulo de
gordura em uma das laterais da região lombar (flancos).

Numa postura ideal para adultos, os ombros estão nivelados e nenhum está
mais para frente ou para trás do que o outro quando vistos de lado, o tórax está
levemente para cima e levemente para frente (enquanto as costas permanecem
bem alinhadas), o abdômen deve ser plano e a frente da pelve e as coxas estão
em linha reta. As nádegas não estão proeminentes e a coluna possui quatro
curvas naturais: no pescoço e na parte lombar, a curva é para frente, e na parte
superior das costas e na parte mais baixa da coluna (região sacral), ela é para
trás. O peso do corpo é apoiado igualmente em ambos os pés. A coluna não se
curva para a esquerda ou para a direita (DUTTON, 2010).

57
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Figura 29 – Posturas inadequadas e a ideal

Fonte: Fisio Quantum (2012 s.p.).

Quando há má postura, um ombro está mais alto que o outro, ambos os


ombros elevados ou um, ou ambos os ombros caídos ou inclinados à frente. O
abdome está todo avançado ou parte inferior do abdômen avançado, enquanto a
parte superior está imóvel. A parte lombar arqueia-se muito para frente (lordose).
A pelve inclina-se muito para frente. A parte anterior da coxa forma um ângulo
com a pelve quando esta inclinação está presente. A curva para frente normal na
parte lombar se endireitou. Há aumento da curva posterior na parte superior das
costas (cifose ou arredondamento da parte superior das costas). Há curva lateral
da coluna (escoliose) em direção a um lado (curva C) ou em direção a ambos os
lados (curva S) (DUTTON, 2010).

Figura 30 – Alteração do contorno corporal devido à postura inadequada

Fonte: AAPS (2011, s.p.).

A inspeção visual também é essencial para avaliar cada uma das principais queixas
estéticas que são relatadas pelos pacientes. Através dela classificaremos o FEG, o
edema, a flacidez, a gordura localizada, dentre outras queixas. Todos os métodos e
instrumentos de avaliação devem ser realizados em conjunto com a avaliação visual.

58
Capítulo 2 Ficha de Anamnese Corporal

Atividade de estudo:

1) Quais são as questões mais importantes que devem ser


levantadas sobre o histórico do paciente em uma ficha de
anamnese estética corporal?
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

2) Por que devemos dar atenção especial à queixa relatada pelo


paciente?
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

3) Por que devemos observar a postura do paciente na avaliação?


____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

Avaliação Antropométrica na Prática

Após registrar todas as informações referentes à identificação, ao histórico


do paciente, saber com o que ele está insatisfeito e realizar uma prévia
avaliação visual, podemos começar a aferir as suas medidas antropométricas,
de acordo com as técnicas explicadas no capítulo anterior adicionalmente às
orientações a seguir:

59
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

a) Massa Corporal

Mantenha o paciente em ortostase, com os pés colocados exatamente no centro


da balança e peça para que se mantenha imóvel durante a leitura do visor digital (em
balanças digitais) ou durante o ajuste do cilindro (em balanças mecânicas com “tambor
de cilindro”). O paciente deve estar com o mínimo de roupas possível (MOURA, 2014).

Ortostase: consiste em posicionar o indivíduo em pé, com os


pés unidos ou levemente afastados (largura dos quadris) e joelhos
estendidos, coluna ereta (mantendo as curvaturas anatômicas
normais) e verticalizada, membros superiores soltos e relaxados
lateralmente ao longo do corpo com os cotovelos estendidos, palma
das mãos voltadas para frente com os antebraços supinados e
cabeça orientada na linha horizontal de Frankfurt.

b) Estatura

O paciente também deve se manter na posição ortostática na medida de


estatura, porém os antebraços não necessitam estar supinados. Ele deve estar
descalço, com os pés unidos e devemos confirmar se a coluna está ereta, bem
como todo o alinhamento corporal. Sugere-se que em avaliações comparativas
seja respeitado o mesmo horário de tomada de medida de estatura, uma vez que a
estatura não será exatamente a mesma ao longo do dia, pois há um achatamento
dos discos intervertebrais da coluna devido à força gravitacional (MOURA, 2014).

c) IMC

Utilize as medidas tomadas anteriormente, aplicando-as na equação para


cálculo do índice de massa corporal, em que a massa em quilograma é dividida
pela estatura em metros elevada ao quadrado (kg/m²).

IMC = MC
EST²

Lembre-se de que o IMC é utilizado somente para avaliar a normalidade


da massa corporal do indivíduo. Por este método não há determinação da
composição corporal do organismo. A gordura corporal excessiva e a quantidade
de outros componentes também não são detalhadas (MOURA, 2014).

60
Capítulo 2 Ficha de Anamnese Corporal

d) Percentual de Gordura

Caso opte pelo método das dobras cutâneas para avaliar o percentual de
gordura corporal, lembre-se de que o adipômetro deve ser manejado da forma
correta, ou seja, com a mão direita, enquanto a mão esquerda será utilizada para
fazer o pinçamento, utilizando o dedo indicador e o polegar, antes e durante todo
o período da leitura. Para a medida de uma dobra do tecido adiposo subcutâneo é
necessária a formação de uma dobra do tecido adiposo com o epitelial. A formação
desta dobra de gordura constituirá um dos pontos de medida antropométrica
de soma de dobras cutâneas ou poderá ser utilizada diretamente em medidas
estéticas. Cada ponto deverá ser previamente demarcado e o pinçamento deve ser
realizado um centímetro acima do ponto da demarcação. Desta forma, as hastes
do adipômetro poderão ser posicionadas exatamente sobre o ponto demarcado.
O tempo de pressão das hastes do adipômetro sobre a dobra cutânea deve ser
controlado entre dois a quatro segundos para a mensuração (MOURA, 2014).

Figura 31 – Formação da medida de uma dobra cutânea

Fonte: Nutrição.Info (2015, s.p.).

Figura 32 – Pontos para a realização de medidas de dobras cutâneas

Subscapular Axilar Média Torácica Abdominal

Supra lliaca Biciptal Triciptal Coxa Panturrilha Medial


Fonte: Nutriação (s.d., s.p.).

61
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

A leitura do valor expresso no adipômetro é feita em milímetros e representa


a espessura da dobra de gordura mensurada pelo adipômetro. O relógio menor
representa as unidades de 10 em 10 mm e o maior em unidades menores de
10 mm, no caso dos adipômetros convencionais, ou podem ser verificados
diretamente nos adipômetros de leitura direta.

Figura 33 – Adipômetro tradicional (A) e adipômetro de leitura direta (B)

Fonte: Cescorf (2018, s.p.) e Sanny (2018, s.p.).

De uma forma bem prática, no campo da estética pode-se trabalhar a


dobra cutânea em si, selecionando uma ou mais regiões de interesse e fazendo
o somatório dessas dobras. Registra-se o valor obtido na ficha de anamnese
e, posteriormente, toma-se as medidas das mesmas dobras fazendo mais uma
vez o somatório, verifica-se se essa dobra cutânea aumentou ou diminuiu de
espessura, e assim é possível verificar se houve aumento ou perda de gordura
localizada naquela região.

Para a aplicação em equações, existe uma diversidade delas, como a


proposta a seguir por Jackson e Pollock (apud GUIRRO; GUIRRO, 2004),
que são equações gerais tanto para homens quanto para mulheres, podendo
ser utilizadas em vários grupos etários. Estes propõem que valores de dobras
cutâneas específicas sejam relacionados com a idade para se obter a densidade
corporal. As tabelas 1 e 2 transcrevem os valores propostos, os quais fornecem
diretamente a porcentagem de gordura corporal para as diferentes espessuras de
dobras cutâneas segundo a idade. Essas medidas devem ser sempre realizadas
no hemicorpo direito, com o paciente na posição anteriormente descrita.

62
Capítulo 2 Ficha de Anamnese Corporal

Tabela 1 – Estimativa da porcentagem de gordura para homens de acordo com o


valor obtido pelas somas das dobras cutâneas tricipital, torácica e subescapular
Soma das Idade atual (Homens)
dobras
cutâneas < 22 23-27 28-32 33-37 38-42 43-47 48-52 53-57 >57
8-10 1,5 2,0 2,5 3,1 3,6 4,1 4,6 5,1 5,6
11-13 3,0 3,5 4,0 4,5 5,1 5,6 6,1 6,6 7,1
14-16 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,6 8,1 8,6
17-19 5,9 6,4 6,9 7,4 8,0 8,5 9,0 9,5 10,0
20-22 7,3 7,8 8,3 8,8 9,4 9,9 10,4 10,9 11,4
23-25 8,6 9,2 9,7 10,2 10,7 11,2 11,8 12,3 12,8
26-28 10,0 10,5 11,0 11,5 12,1 12,6 13,1 13,6 14,2
29-31 11,2 11,8 12,3 12,8 13,4 13,9 14,4 14,9 15,5
32-34 12,5 13,0 13,5 14,1 14,6 15,1 15,7 16,2 16,7
35-37 13,7 14,2 14,8 15,3 15,8 16,4 16,9 17,4 18,0
38-40 14,9 15,4 15,9 16,5 17,0 17,6 18,1 18,6 19,2
41-43 16,0 16,6 17,1 17,6 18,2 18,7 19,3 19,8 23,0
44-46 17,1 17,7 18,2 18,7 19,3 19,8 20,4 20,9 21,5
47-49 18,2 18,7 19,3 19,8 20,4 20,9 21,4 22,0 22,5
50-52 19,2 19,7 20,3 20,8 21,4 21,9 22,5 23,0 23,6
53-55 20,2 20,7 21,3 21,8 22,4 22,9 23,5 24,0 24,6
56-58 21,1 21,7 22,2 22,8 23,3 23,9 24,4 25,0 25,5
59-61 22,0 22,6 23,1 23,7 24,2 24,8 25,3 25,9 26,5
62-64 22,9 23,4 24,0 24,5 25,1 25,7 26,2 26,8 27,3
65-67 23,7 24,3 24,8 25,4 25,9 26,5 27,1 27,6 28,2
68-70 24,5 25,0 25,6 26,2 26,7 27,3 27,8 28,4 29,0
71-73 25,2 25,8 26,3 26,9 27,5 28,0 28,6 29,1 29,7
74-76 25,9 26,5 27,0 27,6 28,2 28,7 29,3 29,9 30,4
77-79 26,6 27,1 27,7 28,2 28,8 29,4 29,9 30,5 31,1
80-82 27,2 27,7 28,3 28,9 29,4 30,0 30,6 31,1 31,7
83-85 27,7 28,3 28,8 29,4 30,0 30,5 31,1 31,7 32,2
86-88 28,2 28,8 29,4 29,9 30,5 31,1 31,6 32,2 32,8
89-91 28,7 29,3 29,8 30,4 31,0 31,5 32,1 32,7 33,3
92-94 29,1 29,7 30,3 30,8 31,4 32,0 32,6 33,1 33,4
95-97 29,5 30,1 30,6 31,2 31,8 32,4 32,9 33,5 34,1
98-100 29,8 30,4 31,0 31,6 32,1 32,7 33,3 33,9 34,4
101-103 30,1 30,7 31,3 31,8 32,4 33,0 33,6 34,1 34,7
104-106 30,4 30,9 31,5 32,1 32,7 33,2 33,8 34,4 35,0
107-109 30,6 31,1 31,7 32,3 32,9 33,4 34,0 34,6 35,2
110-112 30,7 31,3 31,9 32,4 33,0 33,6 34,2 34,7 35,3
113-115 30,8 31,4 32,0 32,5 33,1 33,7 34,3 34,9 35,4
116-118 30,9 31,5 32,0 32,6 33,2 33,8 34,3 34,9 35,5
Fonte: Adaptado de Jackson e Pollock (1985 apud GUIRRO; GUIRRO, 2004).

63
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Tabela 2 – Estimativa da porcentagem de gordura para mulheres de acordo com


o valor obtido pelas somas das dobras cutâneas tricipital, abdominal e suprailíaca
Soma das Idade atual (Mulheres)
dobras
cutâneas < 22 23-27 28-32 33-37 38-42 43-47 48-52 53-57 >57
8-12 8,8 9,0 9,2 9,4 9,5 9,7 9,9 10,1 10,3
13-17 10,8 10,9 11,1 11,3 11,5 11,7 11,8 12,0 12,2
18-22 12,6 12,8 13,0 13,2 13,4 13,5 13,7 13,9 14,1
23-27 14,5 14,6 14,8 15,0 15,2 15,4 15,6 15,7 15,9
28-32 16,2 16,4 16,6 16,8 17,0 17,1 17,3 17,5 17,7
33-37 17,9 18,1 18,3 18,5 18,7 18,9 19,0 19,2 19,4
38-42 19,6 19,8 20,0 20,2 20,3 20,5 20,7 20,9 21,1
43-47 21,2 21,4 21,6 21,8 21,9 22,1 22,3 22,5 22,7
48-52 22,8 22,9 23,1 23,3 23,5 23,7 23,8 24,0 24,2
53-57 24,2 24,4 24,6 24,8 25,0 25,2 25,3 25,5 25,7
58-62 25,7 25,9 26,0 26,2 26,4 26,6 26,8 27,0 27,1
63-67 27,1 27,2 27,4 27,6 27,8 28,0 28,2 28,3 28,5
68-72 28,4 28,6 28,7 28,9 29,1 29,3 29,5 29,7 29,8
73-77 29,6 29,8 30,0 30,2 30,4 30,6 30,7 30,9 31,1
78-82 30,9 31,0 31,2 31,4 31,6 31,8 31,9 32,1 32,3
83-87 32,0 32,2 32,4 32,6 32,7 32,9 33,1 33,3 33,5
88-92 33,1 33,3 33,5 33,7 33,8 34,0 34,2 34,4 34,6
93-97 34,1 34,3 34,5 34,7 34,9 35,1 35,2 35,4 35.6
98-102 35,1 35,3 35,5 35,7 35,0 36,0 36,2 36,4 36,6
103-107 36,1 36,2 36,4 36,6 38,6 37,0 37,2 37,3 37,5
108-112 36,9 37,1 37,3 37,5 37,7 37,9 38,0 38,2 38,4
113-117 37,8 37,9 38,1 38,3 39,2 39,4 39,6 39,8 39,2
118-122 38,5 38,7 38,9 39,1 39,4 39,6 39,8 40,0 40,0
123-127 39,2 39,4 39,6 39,8 40,0 40,1 40,3 40,5 40,7
128-132 39,9 40,1 40,2 40,4 40,6 40,8 41,0 41,2 41,3
133-137 40,5 40,7 40,8 41,0 41,2 41,4 41,6 41,7 41,9
138-142 41,0 41,2 41,4 41,6 41,7 41,9 42,1 42,3 42,5
143-147 41,5 41,7 41,9 42,0 42,2 42,4 42,6 42,8 43,0
148-152 41,9 42,1 42,3 42,4 42,6 42,8 43,0 43,2 43,4
153-157 42,3 42,5 42,6 42,8 43,0 43,2 43,4 43,6 43,7
158-162 42,6 42,8 43,0 43,1 43,3 43,5 43,7 43,9 44,1
163-167 42,9 43,0 43,2 43,4 43,6 43,8 44,0 44,1 44,3
168-172 43,1 43,2 43,4 43,6 43,8 44,0 44,2 44,3 44,5
173-177 43,2 43,4 43,6 43,8 43,9 44,1 44,3 44,5 44,7
178-182 43,3 43,5 43,7 43,8 44,0 44,2 44,4 44,6 44,8
Fonte: Adaptado de Jackson e Pollock (1985 apud GUIRRO; GUIRRO, 2004).

64
Capítulo 2 Ficha de Anamnese Corporal

Observação importante! Existem inúmeras equações preditivas


do percentual de gordura ou da densidade corporal que foram
desenvolvidas em vários centros de pesquisa pelo mundo, apresentando
características generalizadas ou específicas a grupos populacionais. O
número de pontos anatômicos utilizado nos somatórios de dobras faz
diferença nos resultados. Um número maior de pontos anatômicos
incluídos no somatório obviamente aumenta o valor do somatório e,
teoricamente, pode representar melhor a distribuição da gordura ao
longo do corpo (MOURA, 2014). Portanto, recomenda-se ao profissional
da estética que obtenha uma orientação de um nutricionista ou educador
físico para selecionar, dentre o rol de equações existentes, aquela que
será mais adequada para o perfil de seus pacientes, para não utilizar
uma equação equivocada para o seu público.

a) Bioimpedância

Outra forma para avaliar a composição corporal é por meio da


bioimpedância elétrica, que, como vimos no capítulo anterior, apesar de ser
um método prático, não invasivo, indolor, rápido e de fácil aplicação, pode ter
a precisão dos seus resultados afetados por fatores que modificam o balanço
hidroeletrolítico do corpo. Por exemplo, o consumo de álcool, cafeína, medicação
diurética, atividade física e período menstrual que levam à perda de líquido
orgânico e, assim, podem superestimar o valor de biorresistência medida e do
percentual de gordura; e a ingestão de alimentos antes do teste, porque modifica
o peso corporal (MARQUES, 2009). Por isso, não se deve esquecer de orientar
o cliente a eliminar ou reduzir ao máximo os fatores que poderão interferir na
precisão dos seus resultados. Uma lista impressa com todas as orientações
importantes pode ser entregue ao paciente no momento do agendamento da
avaliação, para que ele se prepare adequadamente para a realização da medição.

Para a utilização do método, após observar se o paciente seguiu todas as


orientações para poder realizar o exame de bioimpedância, deve-se limpar a pele
do local com álcool, remover todos os objetos metálicos e posicionar os eletrodos
no dorso da mão e do pé do lado direito do corpo e com o paciente deitado. Com
o paciente em repouso, inserir os dados requeridos na tela do equipamento, por
exemplo, idade, peso, sexo, raça etc., e aguardar o resultado final para a leitura
e o registro, ou então, seguir as instruções de utilização do equipamento de
bioimpedância que possuir. Além do percentual de gordura, esses equipamentos
costumam fornecer o percentual de massa magra e a taxa metabólica basal.

65
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

b) Perimetria

Para a realização de medidas perimétricas, devemos observar os


seguintes aspectos, segundo Moura (2014):

• os pontos a serem mensurados devem ser previamente marcados;


• a fita antropométrica não deve pressionar excessivamente a pele nem
ficar frouxa;
• medir, sempre que possível, sobre a pele nua;
• realizar a medida frontalmente e na altura do ponto de mensuração;
• cuidar para que nada fique entre a fita e o perímetro corporal;
• para a mensuração do quadril, o avaliado deve ficar em posição ortostática
com os cotovelos fletidos, desta forma o avaliador, lateralmente, pode
mensurar o ponto de maior protuberância do quadril que estará liberado
nesta posição.

Como já detalhamos no capítulo anterior, cada perímetro deve ser


devidamente padronizado, podendo ser registrado conforme orientação da ficha
a seguir:

66
Capítulo 2 Ficha de Anamnese Corporal

Quadro 6 – Seção da ficha de anamnese que


compreende as medidas do paciente
AVALIAÇÃO FÍSICA
Peso: Altura:
IMC:
Datas:
Medidas

% Gordura:
Dobras cutâneas:
Perímetros
Braços:
Registrar o ponto de referência a partir do - - -
olecrano.
↑ ______ cm
Abdome:
Registrar o ponto de referência acima e - - -
abaixo a partir da cicatriz umbilical.
↑ ______ cm
↑ ______ cm
Centro da cicatriz umbilical:
↓ ______ cm
↓ ______ cm
Flancos:
(Ponto mais alto)
Culote:
(Ponto mais alto)
Glúteos:
(Ponto mais alto)
Coxas:
(Registrar o ponto de referência a partir da - - -
borda superior da patela)
↑ ______ cm
↑ ______ cm
Outro local:
(definir)
Descrição das dobras cutâneas: _____________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

Fonte: A autora.

67
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Avaliação da Lipodistrofia
Localizada
A lipodistrofia é definida como uma anormalidade do tecido adiposo, seja
por diminuição (lipoatrofia), aumento (lipohipertrofia) ou ambos (BORELLI;
HASMANN, 2013). Na estética é a denominação mais utilizada para o aumento
em adiposidades localizadas.

A gordura amarela é distribuída no tecido subcutâneo formando uma camada


quase contínua, esse tecido é chamado de panículo adiposo, e a camada, de
hipoderme. Nos adultos, ele tende a ser mais espesso em algumas regiões que
são diferentes em homens e mulheres, pois modela a superfície corporal. De forma
regular, nos homens, essa gordura tende a ganhar mais volume na região acima
da sétima vértebra cervical, áreas do deltoide e o tríceps, região lombossacra
e nádegas e, nas mulheres, nas mamas, nádegas, região epitrocanteriana e na
parte anterior da coxa. Em casos de obesidade, os homens tendem a acumular
excesso desse tecido principalmente na região abdominal, e mulheres nas regiões
gluteofemorais (ASSUMPÇÃO et al., 2006).

Os casos de queixa de protrusão abdominal são tão frequentes quanto a


queixa de FEG em avaliações de estética. Essa disfunção pode se apresentar por
gordura visceral, flacidez muscular, excesso de gordura localizada e flacidez tissular.
Seu diagnóstico poderá ser feito basicamente na inspeção física da seguinte forma:
solicita-se ao paciente que faça uma contração abdominal. Verifica-se a espessura
adiposa fazendo uma prega do tecido observando a porção do volume abdominal
que é referente à gordura. Se a gordura for visceral, ela estará contida sob as fibras
musculares, não podendo ser palpada ou pinçada (CIECKOVICZ, 2013).

Excluída esta possibilidade, verifica-se o volume, a espessura e a


consistência da gordura do local que está sendo avaliado. A espessura, como
vimos anteriormente, pode ser mensurada com a utilização de um adipômetro.
A consistência é verificada pela palpação e pinçamento, no qual se observa
se há dificuldade para pinçar esse tecido ou uma maior resistência à pressão,
caracterizando assim uma gordura mais compactada. Caso contrário, se os
tecidos são “moles” à palpação e facilmente pinçados, caracteriza-se uma gordura
mais flácida. Isso influenciará na escolha dos recursos que serão aplicados para
diminuir essa gordura.

A distribuição da gordura corporal também deve ser avaliada, uma


vez que, em se tratando de uma gordura generalizada e em grande volume,
os procedimentos estéticos isolados não trarão resultados rápidos, pois

68
Capítulo 2 Ficha de Anamnese Corporal

compreendem tratamentos voltados a problemas mais localizados. Nessa situação


é recomendável que haja um tratamento multidisciplinar para uma readequação
dos hábitos do paciente e o acompanhamento do seu estado de saúde que pode
estar prejudicado, o que é comum nesses quadros.

Quadro 7 – Seção da ficha de anamnese que compreende


a avaliação da lipodistrofia localizada
Caracterização do quadro
Lipodistrofia localizada
Tipo: ( ) Flácida ( ) Compactada
Localização:
Presença de edema:
Postura inadequada associada?

Fonte: A autora.

Observação: a perimetria em medidas antropométricas complementa a avaliação


da gordura localizada, uma vez que reduzi-la é o foco do tratamento estético.

Avaliação de Estrias
As estrias são, em geral, lineares com aspecto atrófico, com uma superfície
que pode apresentar pequenas rugas transversais ao seu maior eixo e
desaparecem com a tração. Inicialmente são eritematosas ou mesmo rosadas e
podem ser discretamente elevadas, porque ainda apresentam uma inflamação
dermal e vasos capilares dilatados, o que justificaria também a queixa de
prurido. Após um tempo, elas se tornam avermelhadas-roxas e, após anos de
seu surgimento, assumem aspecto branco-nacaradas ou hipopigmentadas e
fibróticas. Incidem principalmente no abdome, quadril, glúteo, região lombossacra
e mamas (BORGES, 2006; AZULAY, 2009).

69
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Figura 34 – Características das estrias segundo cada fase de evolução

ESTRIA
HIPEREMIA
• Coceira e sensação • Avermelhada ou
• Branca
ALBA
de repuxamento • Pele rosada com arroxeada com
superficies mais • Epiderme delgada.
na pele. lesões superficiais.
atrófica. • Fibras elásticas e
colágenos
ESTRIA fragmentadas.
PRURIDO • Não vascularizadas.
RECENTE

Fonte: Adaptado de Dias (2013).

Algumas técnicas utilizadas no tratamento das estrias são consideradas


invasivas, por isso há necessidade de se questionar o paciente quanto a sua
predisposição para o aparecimento de queloides ou outras condições que afetem
o processo cicatricial, e para que o tratamento possa apresentar bons resultados,
uma avaliação da pele é imprescindível.

A cor da pele, o ano da menarca (que é a época aproximada do início da


adolescência) e a gestação podem estar relacionados ao surgimento das estrias,
já o uso de medicamentos constantes pode tanto estar relacionado ao surgimento
das estrias quanto à ineficácia do tratamento, por interferir na resposta inflamatória
após a estimulação. São aspectos que devem ser observados (AZULAY, 2009;
GUIRRO; GUIRRO, 2004).

O questionamento quanto ao diabetes e ao queloide se faz necessário, visto


que no primeiro caso o paciente apresenta uma disfunção das fibras colágenas,
dificultando a regeneração, e no segundo caso, por se tratar de um método
invasivo, poderá desencadear novas sequelas. Outro ponto que merece destaque
é a coloração das estrias, em que as estrias novas se apresentarão na cor
vermelha e as mais antigas na cor branca. As mais novas tendem a responder
melhor aos tratamentos (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

A sensibilidade dolorosa ao estímulo é um parâmetro que deve ser utilizado


para o acompanhamento do processo de regeneração, uma vez que com o passar
das aplicações a sensibilidade passa de uma leve percepção para limiares quase
próximos da pele normal (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Um paquímetro pode ser
utilizado para medir a largura da estria. Como medir todas é inviável, podemos
escolher a mais larga do grupo e fazer a medição. O registro fotográfico também é
um meio interessante para avaliação dos resultados.

70
Capítulo 2 Ficha de Anamnese Corporal

Quadro 8 – Seção da Ficha de Anamnese para avaliação das estrias


ESTRIAS
Ficha clínica
Ano da menarca: Gestações:
Aumento ou redução considerável de peso:
Associa o surgimento das estrias a um dos eventos anteriores ou a algum outro?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________
Cor da pele: Idade:
Sensibilidade da pele no local das estrias:
Medicamentos em uso:
Problemas de cicatrização:
Tipo de alimentação:
Patologias dermatológicas:
Tratamentos realizados anteriormente e resultados observados:

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________
Localização das estrias, coloração e espessura:

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________
Fonte: A autora.

Observação: como o tratamento para a atenuação das estrias, em geral, é


realizado isoladamente e possui características peculiares é recomendado que
haja uma ficha de anamnese à parte, separada da ficha de anamnese para outros
tratamentos estéticos corporais.

Avaliação de Flacidez
O termo hipotonia (do grego hypo (menos) + tonos (tensão)) se refere à perda
de tonicidade, diminuição da firmeza ou, no popular, aumento da flacidez, seja
muscular ou cutânea. Embora possa ser decorrente de outros fatores é tipicamente
uma condição do envelhecimento, decorrente da redução da elasticidade do
tecido saudável. Na prática, a flacidez dérmica surge quando o colágeno se torna
gradualmente mais rígido. Ao mesmo tempo, a elastina, principal componente das
fibras elásticas, vai perdendo sua característica principal. Esse quadro pode ser
acelerado pela predisposição genética, maus hábitos alimentares e inclusive pelo
uso de vestuários que dificultam o retorno sanguíneo e linfático (CARPANEZ, 2013).

71
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Também com o avançar da idade, a massa muscular esquelética passa por


uma progressiva e contínua perda que em sua maior parte é substituída pela
gordura. A perda de massa muscular com o envelhecimento também depende da
atividade física, sendo menor naquelas pessoas que mantêm um regime regular
de condicionamento físico. Com o envelhecimento, a pele tende a se tornar
delgada, em alguns locais enrugada, seca e ocasionalmente escamosa. As fibras
colágenas da derme tornam-se mais grossas e as fibras elásticas perdem parte
de sua elasticidade e há um decréscimo gradual da gordura depositada no tecido
subcutâneo (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

Para a avaliação da flacidez tissular, realiza-se um pinçamento na região.


Ao segurar o tecido subcutâneo, pode-se analisar o quanto a pele distende,
mostrando a flacidez tissular. Deve-se também realizar um pinçamento do tecido
dérmico, para avaliar a tensão das fibras (CIECKOVICZ, 2013).

Particularmente, na região abdominal de mulheres que passaram por gestação


recente, pode-se avaliar se há diástase dos músculos retos abdominais (DMRA),
que é uma condição caracterizada pelo afrouxamento e afastamento desses
músculos na linha média, a linha alba. O teste é feito nos níveis supraumbilical,
umbilical e infraumbilical. Por exemplo, marca-se os pontos de referência para
mensuração da DMRA em 4,5 cm acima e abaixo da cicatriz umbilical e na região
umbilical. Considera-se a presença de DMRA quando ocorre afastamento maior
que 3 cm entre as bordas mediais dos retos abdominais (PITANGUI et al., 2016).

A mensuração deve ser feita com a puérpera deitada, na posição supina,


com o quadril fletido e os joelhos flexionados a 90º, os pés apoiados no leito e os
membros superiores estendidos ao longo do corpo. Solicita-se, nessa posição,
que a paciente realize uma flexão anterior do tronco até que as espinhas das
escápulas fiquem fora da maca. No momento em que a puérpera realiza a flexão,
deve-se marcar a separação dos retos abdominais com um lápis dermatográfico
para posterior mensuração com um paquímetro (PITANGUI et al., 2016).

Borges e Valentin (2002) apresentaram um estudo no qual aplicaram


eletroestimulação muscular com corrente de média frequência em pacientes que
apresentavam diástase dos músculos retos abdominais. O estudo apresentado
mostrou resultados favoráveis que justificam seu uso na terapêutica puerperal.
Usando a perimetria e fotos, observaram melhora satisfatória no quadro de
flacidez que as pacientes apresentavam, e o tratamento pôde reduzir medidas
pelo encurtamento do reto abdominal em sua dimensão longitudinal. Usando
o paquímetro, ficou clara a redução da diástase num período menor que o
fisiológico. Fato este que foi considerado muito importante, pois foi capaz de
evidenciar rápida melhora da função da musculatura abdominal, pois houve
também aparente melhora do tônus e trofismo muscular abdominal.

72
Capítulo 2 Ficha de Anamnese Corporal

As informações referentes à flacidez estão inseridas nos campos de avaliação


da gordura localizada e do fibroedema geloide na ficha de anamnese, mas em
casos como esse pode-se adicionar um campo específico para o tratamento
abdominal de mulheres puérperas.

Classificação e Avaliação do
Fibroedema Geloide
Apesar de nós profissionais conhecermos outras denominações para essa
afecção, como Paniculopatia Edemato Fibroesclerótica (PEFE), Lipodistrofia Ginoide,
Fibroedema Geloide (FEG), Lipodistrofia Ginoide (LDG) ou Hidrolipodistrofia Ginoide
(HDLG), devemos ser simples ao tratar dela com nosso cliente e denominá-la
simplesmente como celulite. Há muita discussão sobre a denominação adequada para
o problema entre os profissionais que trabalham na área da estética, mas devemos
ser claros no momento em que conversamos com nossos clientes, pois essa é a
denominação mais popular que existe e é citada inclusive na literatura médica.

Antes de avaliarmos o fibroedema geloide, devemos ter consciência dos


fatores que o desencadeiam, que são diversos: fatores genéticos, hormonais,
idade, gênero, fumo, obesidade e distúrbios circulatórios (ASSUMPÇÃO et al.,
2006). Por esta razão, o seu diagnóstico deve estar acompanhado de todo o
histórico do paciente na ficha de anamnese, e assim poderemos ter um tratamento
estético com resultado mais efetivo, uma vez que além da aplicação local dos
recursos que dispomos, orientaremos nosso cliente, sempre que possível, sobre
os hábitos que possam contribuir para a formação do FEG.

Por isso, em uma avaliação em que a queixa principal é o FEG, os dados


do histórico do paciente são necessários pelas seguintes razões:

1. Hábitos alimentares: uma alimentação inadequada, com muito açúcar, sódio


e gordura saturada favorece o acúmulo de gordura e prejudica a circulação,
portanto uma alimentação mais saudável contribuirá com a redução do problema.
2. Ingestão de água: caso seja observado que o paciente bebe água em
quantidade insuficiente, orientá-lo a ingerir mais (no mínimo um litro por
dia), isso contribuirá para o estímulo do metabolismo e a desintoxicação
do organismo (CIECKOVICZ, 2013).
3. A prática de exercícios físicos: com o sedentarismo, o corpo tende a
apresentar flacidez muscular e dos tendões, o que faz realçar a alteração
do relevo, uma vez que favorece a retração dos septos interlobulares.
Além disso, essa flacidez prejudica o retorno venoso, favorecendo estase
e edema, levando à ativação da lipogênese (MEDEIROS, 2009).

73
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

4. Tratamentos realizados anteriormente: os tratamentos realizados


anteriormente podem servir como parâmetro sobre como o organismo
do paciente responde a determinados procedimentos e a durabilidade de
seus resultados.
5. Uso de contraceptivos ou alterações hormonais: há evidências de que o
estrogênio seja o grande responsável pela disfunção inicial, pois incide
em maior número no sexo feminino (entre 80% e 90% dessa população),
inicia após a puberdade e piora com terapias anticoncepcionais. Já a
progesterona agrava o FEG através do edema que desencadeia a cada
ciclo menstrual (MEDEIROS, 2009).
6. Histórico familiar de FEG: há suscetibilidade individual pela genética
e em algumas raças para a disposição e sensibilidade dos receptores
hormonais nos adipócitos. A incidência é maior na raça branca e menor
nas raças branca e oriental (MEDEIROS, 2009).
7. Biótipo corporal: o formato, a composição corporal e a raça, bem como
outras características físicas em determinados indivíduos favorecem o
surgimento do fibroedema geloide.
8. Tipo de roupa: roupas muito justas prejudicam a circulação, maximizando
o quadro do FEG.
9. Posição predominante no dia a dia: manter-se em uma única posição
durante todo o dia (sentada ou em pé) prejudica o sistema circulatório,
levando ao acúmulo de líquidos principalmente em membros inferiores,
potencializando o FEG.
10. Tabagismo: o cigarro prejudica a circulação sanguínea e agrega muitas
toxinas ao organismo, prejudica a qualidade do colágeno da pele,
evidenciando as ondulações na derme.
11. Registro antropométrico: deve ser realizado principalmente porque são
características do FEG estar acompanhado de lipodistrofia localizada e
edema.

Essas informações que acabamos de listar, como já vimos, estão relacionadas


na parte do histórico do paciente na ficha de anamnese. A seguir são descritas as
formas de realizar a avaliação clínica do FEG.

Primeiro faça uma avaliação visual. Peça ao cliente que retire toda a
roupa e permaneça somente com as peças íntimas; em seguida, observe
criteriosamente as características do local da queixa, como a aparência visual
da pele, se a textura é lisa ou não, se apresenta flacidez de pele ou muscular,
o acúmulo e tipo de gordura no local, a presença de edema, a temperatura da
pele ao toque, a quantidade e o tamanho das depressões. Todos estes aspectos
auxiliarão na classificação do grau de FEG presente em cada região de queixa
e, consequentemente, na escolha dos recursos estéticos mais adequados para o
cliente avaliado.

74
Capítulo 2 Ficha de Anamnese Corporal

Para que essa informação fique mais sucinta é importante classificar o FEG
pelo grau, conforme as classificações descritas na literatura. Há mais de uma e
você pode escolher a que considerar mais adequada.

Quanto a sua forma clínica, o FEG pode receber a seguinte classificação


(ASSUMPÇÃO et al., 2006; BORELLI; HASMANN, 2013):

a) Duro: ou seja, os tecidos apresentam boa tonicidade e o aspecto


irregular apresentando os “furinhos” aparece com o pinçamento da pele
e não altera com mudança de posição. Mais dolorido e a mobilização do
tecido é difícil.
b) Flácido: quando a pele ou músculo é flácido apresenta menor sustentação.
Presente principalmente em pessoas sedentárias, que reduziram
rapidamente grande quantidade de peso ou em pessoas idosas.
c) Edematoso: quando apresenta sinal externo de edema tecidual. Possui
consistência variável, que pode vir associada a um linfoedema, pode ou
não apresentar sinal de cacifo, sendo o prognóstico ruim.
d) Misto: quando os locais do corpo de uma mesma pessoa apresentam
características distintas.

Cacifo é um sinal clínico avaliado por meio de pressão exercida


com os dedos sobre a pele. Para avaliar a presença de edema com
cacifo, o examinador deve pressionar o dedo em uma área pendente,
como a canela do paciente, por dois a três segundos. Se houver
edema com cacifo, os dedos afundam no tecido e, quando são
removidos, a marca deles se mantém, como na figura a seguir.

Figura 35 – Técnica para examinar a presença de


edema com cacifo: (A) Pressão sobre a área tibial
anterior e (B) a marca que se mantém após a retirada
do dedo indica a presença de edema com cacifo

Fonte: Swartz (2015, s.p.).

75
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Quanto ao grau, o FEG pode ser classificado em quatro graus, de acordo


com a padronização de Ulrich (1982 apud ASSUMPÇÃO et al., 2006) levando em
consideração seus aspectos clínicos e a sua fase evolutiva:

• Grau 1: o FEG só se torna visível ao comprimirmos o tecido com as


mãos ou pela contração muscular voluntária do cliente. Nesse grau não
há alteração da sensibilidade local.
• Grau 2: as depressões já são visíveis mesmo sem a compressão
do tecido, em que também há sinal de palidez, baixa temperatura e
diminuição da elasticidade da pele.
• Grau 3: o FEG é facilmente visualizado em qualquer posição, tem aspecto
de “saco de nozes”, são evidentes em repouso, as granulações palpáveis
em níveis profundos, dor à palpação, diminuição da elasticidade, palidez
e diminuição da temperatura da pele.
• Grau 4: possui as mesmas características do Grau 3, porém com
nódulos mais palpáveis, visíveis e dolorosos e ondulado muito aparente
na superfície da pele.

Quadro 9 – Seção da Ficha de Anamnese para avaliação do FEG


FIBROEDEMA GELOIDE
Localização:
Grau:
( ) Grau I ( ) Grau II ( ) Grau III ( ) Grau IV
(Classificação de Ulrich)
Forma clínica: ( ) Duro ( ) Flácido ( ) Edematoso ( ) Misto
Flacidez (tipo e localização):

Fonte: A autora.

Além das classificações tradicionais que se assemelham muito, outras


duas formas de avaliação do FEG foram propostas para melhorar a forma de
avaliação. Na primeira foi desenvolvida uma escala que avalia o FEG de forma
mais abrangente e objetiva, porque considerava que as classificações existentes
não incluíam os aspectos morfológicos. A escala proposta, denominada Escala
de Gravidade Fotonumérica do Fibroedema Geloide ou CSS (Cellulite Severity
Scale), expandiu a classificação já existente, permitindo assim uma medição
abrangente da intensidade da condição, podendo facilitar o acompanhamento dos
pacientes e medir melhor os resultados dos tratamentos (HEXSEL; DAL’FORNO;
HEXSEL, 2009).

Foram selecionados cinco aspectos morfológicos do FEG, observados em


coxas e glúteos, sendo que cada um desses aspectos foi classificado de acordo
com a gravidade em uma escala que vai de zero a três, permitindo uma soma final
de pontuação que varia de um a 15. Com base na pontuação numérica final, o

76
Capítulo 2 Ficha de Anamnese Corporal

FEG é então classificado como leve, moderado ou brando. Essa escala pode ser
útil na avaliação de diferentes modalidades para o tratamento do FEG, podendo
ser aplicada de forma padronizada (HEXSEL; DAL’FORNO; HEXSEL, 2009).
Mais tarde, essa escala teve sua aplicabilidade analisada por Gonçalves et al.
(2010), que a consideraram de fácil entendimento e de aplicabilidade viável para
os profissionais da estética.

Quadro 10 – Escala de gravidade fotonumérica


Escala de gravidade fotonumérica
0 1 2 3
(A) NÚMERO DE
DEPRESSÕES EVI-
DENTES

Este item refere-se Pequena Quantidade Grande quan-


ao número total de Nenhuma quantidade: moderada: tidade: 10
depressões evi- / sem de- 1 a 4 de- 5-9 de- ou mais de-
dentes por inspeção pressões. pressões são pressões são pressões são
visual na área a ser visíveis. visíveis. visíveis.
examinada. As pontu-
ações são expressas
como segue:
(B) PROFUNDIDADE
DAS DEPRESSÕES

Este item avalia a


profundidade das de- Depressões
Sem de- Depressões Depressões
pressões por inspeção pressões. de profundi-
superficiais. profundas.
visual das áreas afe- dade média.
tadas. Recomenda-se
comparar às imagens
do CSS.
(C) APARÊNCIA MOR-
FOLÓGICA E ALTER-
AÇÕES DA SUPERFÍ-
CIE DA PELE

O item C avalia os Aparência Aparência de


Sem áreas Aparência de
diferentes padrões de "casca de "queijo cot-
levantadas. "colchão".
morfológicos da laranja". tage".
superfície da pele.
Recomenda-se a
comparação com as
imagens do CSS.

77
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

GRAU DE FROUX-
IDÃO OU FLACIDEZ
DA PELE

A pele apresenta um Ausência de


Aparência Aparência Aparência
aspecto drapeado. flacidez ou
de drapeado de drapeado de drapeado
Este efeito agrava o flacidez da
leve. moderada. severo.
aspecto do FEG. pele.

Recomenda-se a
comparação com as
imagens do CSS.
(E) ESCALA DE
CLASSIFICAÇÃO
POR NÜRNBERGER
E MÜLLER

Os pacientes devem
ser avaliados com
os músculos glúteos Grau 1
Grau 2
relaxados. No en- Grau 3
Grau 0 As de-
tanto, se o paciente As irregulari-
pressões As irregular-
não apresentar de- Sem alter- dades apare-
aparecem idades são
pressões evidentes, ações, mes- cem somente
somente com visíveis em
eles devem ser so- mo ao pinçar quando a
o pinçamento pé ou deit-
licitados a contrair a pele. pessoa está
ou contração ada.
seus glúteos. de pé.
voluntária.
A pele também deve
ser pinçada (apertan-
do a pele entre o po-
legar e o dedo indica-
dor) para diferenciar
entre as pontuações.

Fonte: Adaptado de Hexsel, Dal’Forno e Hexsel (2009).

Após a avaliação do FEG com base na escala descrita no Quadro 9, a


pontuação deve ser somada e o valor obtido inserido no sistema de pontuação
(Tabela 3) determinado pelos autores, que resultam na nova classificação.

Tabela 3 – Sistema de pontuação da escala de gravidade


da celulite e nova classificação de celulite
Escala de gravidade do FEG Nova classificação
1-5 Suave
6 - 10 Moderado
11 - 15 Grave

Fonte: Hexsel, Dal’Forno e Hexsel (2009).

78
Capítulo 2 Ficha de Anamnese Corporal

Figura 36 – Imagens ilustrativas da escala de gravidade do FEG

Fonte: Hexsel, Dal’Forno e Hexsel (2009, s.p.).

79
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

A segunda nova forma de avaliação que vamos citar foi criada após se
observar a falta de um método para avaliar a qualidade de vida em pacientes
com FEG. Os criadores foram motivados a desenvolver esse instrumento para
possibilitar a verificação, tanto quantitativa quanto qualitativa, das razões
pelas quais as imperfeições estéticas são consideradas uma inconveniência
que perturba e interfere na vida cotidiana das pessoas, aparentemente mais
intensamente hoje do que nos tempos anteriores (HEXSEL et al., 2011).

No desenvolvimento do método foram criados dois questionários: um mais


abrangente e outro mais abreviado, que foi considerado mais recomendado para
avaliar o FEG como o principal componente de mudanças na qualidade de vida
dos pacientes na prática clínica diária (HEXSEL et al., 2011). Sendo assim, este
método de avaliação pode ser utilizado quando o profissional quer saber de que
forma o FEG está interferindo na qualidade de vida de seus pacientes, e se após
os tratamentos esse quadro melhorou.

O paciente deve ser questionado e as respostas quantificadas de acordo


com a seguinte tabela:

Tabela 4 – Instrumento de avaliação de qualidade de vida


em pacientes com FEG (versão abreviada)
Tabela – Celluqol (versão abreviada)
Não inco-
Como ter FEG Incomodado
Não inco- modado a Incomodado
faz você se Indiferente a maior par-
modado maior parte o tempo todo
sentir sobre: te do tempo
do tempo
1. a aparência
1 2 3 4 5
do seu corpo
2. maneira de
1 2 3 4 5
vestir
3. seus hábitos
1 2 3 4 5
alimentares
4. atividades
físicas ou
de lazer que
envolvem a
1 2 3 4 5
exposição
pública do
corpo (praia,
academia etc.)

80
Capítulo 2 Ficha de Anamnese Corporal

5. lazer ou
atividades
físicas que
exigem a ex-
posição do
1 2 3 4 5
corpo de for-
ma limitada
(massagem,
consulta
médica etc.)
6. sua vida
1 2 3 4 5
sexual
7. seus sen-
timentos
negativos
(embaraço,
1 2 3 4 5
frustração,
baixa autoesti-
ma, vergonha,
medo, revolta)
8. dificul-
dades e dúvi-
das sobre o
1 2 3 4 5
resultado dos
tratamentos,
descrença
Fonte: Hexsel et al. (2011, s.p.).

Os escores do questionário abreviado variam de 8 a 40 pontos, com


mudanças na qualidade de vida interpretadas da seguinte forma:

• De 8 a 16 pontos – FEG não afeta a qualidade de vida.


• De 16 a 24 pontos – FEG afeta levemente a qualidade de vida.
• De 24 a 32 pontos – FEG afeta razoavelmente a qualidade de vida.
• De 32 a 40 pontos – FEG afeta intensamente a qualidade de vida.

Se o profissional quiser adotar essas formas de avaliação mais abrangentes,


poderá manter as escalas como consulta e anotar apenas os resultados dessas
avaliações na ficha de anamnese em um campo adicional.

81
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Contraindicações e Observações
Gerais
Ao elaborar a sua ficha de anamnese, você deve considerar as informações
que são importantes para a sua realidade, ou seja, dependendo dos recursos que
você dispõe para realizar os tratamentos estéticos, terá contraindicações que
são específicas de cada tipo de recurso, e você deve lembrar-se de questionar o
paciente sobre eles durante a avaliação. Esses recursos disponíveis relacionados
com a queixa do cliente delimitarão o protocolo de tratamento a ser utilizado e as
expectativas sobre os resultados.

Não é possível colocar todas as informações existentes em uma ficha


de anamnese, por isso devemos colocar aquelas que são mais importantes,
deixando um campo livre para registrar aquelas que são variáveis e não estão
preestabelecidas na ficha. A autorização médica, sempre que necessária, deve
ser anexada à ficha de anamnese do paciente.

Estão relacionadas em um quadro a seguir algumas contraindicações


encontradas na literatura. As patologias existentes são inúmeras, por isso
devemos buscar sempre essas informações através dos fabricantes, da área
médica e dos estudos realizados na área. Em casos de doenças graves, só é
possível realizar procedimentos estéticos sob a orientação e autorização do
médico que está tratando o paciente.

É preciso também registrar as recomendações dadas ao paciente, como:


“orientado a ingerir dois litros de água por dia”, “adotar uma alimentação saudável”,
“consultar-se com profissional X”, “realizar atividade física” etc.

Para completar a ficha de avaliação, uma ou mais páginas da ficha devem


ficar reservadas para a realização de um relatório sobre os procedimentos que
foram realizados em cada sessão, as reações do organismo do paciente, as
queixas e as impressões do paciente e do profissional. Também é possível realizar
registros fotográficos das áreas tratadas, no início, meio e fim do tratamento,
seguindo todas as orientações de padronização das fotos e da privacidade dos
pacientes, explicados no capítulo anterior.

82
Quadro 11 – Exemplos de contraindicações para recursos estéticos
AFECÇÕES RECURSOS ESTÉTICOS CONTRAINDICADOS
Pressoter- Vacuoter- Corrente Microcor-
Ultrassom Eletrolipólise Eletrolifting Iontoforese DLM
apia apia Russa rentes
Área com hipoestesia X X X X X
Gestante X X X X X X
Tumor maligno/ Neoplasias X X X X X X X X X
Varizes X X X X
Tromboflebite X X X X X
Insuficiência Cardíaca X X X
Capítulo 2

Trombose venosa Profunda X X X X X


Hipertensão X X
Dermatites, dermatoses,
X X X X X X X
lesões, eczemas etc.
Doenças infecciosas X X X
Fragilidade capilar X X
Fraturas não consolidadas X X X
Inflamações no local X X X X
Marcapasso X X X X X X
Insuficiência renal X X X
Diabetes X X X X
Ficha de Anamnese Corporal

Infecções agudas X X X X X X X X X
Edema de origem cardíaca
X X X X X X X X X
ou renal

Fonte: Adaptado de Borges (2006).

83
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Atividades de Estudos:

1) Cite uma forma prática de utilização do adipômetro na avaliação


estética corporal.
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

2) Liste os principais cuidados referentes à utilização da fita


antropométrica na realização das perimetrias.
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

3) Quais questionamentos e observações devem ser feitos em uma


avaliação de estrias?
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

4) Identifique os métodos avaliativos descritos a seguir de acordo


com as classificações:

(A) Método de Avaliação Tradicional do FEG


(B) Método da Escala de Gravidade Fotonumérica de FEG de
Hexsel, Dal’Forno e Hexsel
(C) Método de Avaliação da qualidade de vida dos pacientes com FEG

( ) Neste método, o FEG é classificado principalmente segundo


cinco características morfológicas em uma escala de gravidade
que vai de 0 a 3, gerando uma pontuação de 1 a 15 que classifica
o FEG como leve, moderado ou brando.
( ) Neste método, o paciente responde a um questionário que
mensura a influência da presença do FEG em atividades
cotidianas. As respostas geram valores que são aplicados em

84
Capítulo 2 Ficha de Anamnese Corporal

escores que indicam se sua vida não é afetada ou é afetada de


forma leve, razoável ou intensamente.
( ) Neste método, o FEG é classificado quanto a sua forma clínica
em duro, flácido, edematoso ou misto, e quanto aos aspectos
clínicos e a fase evolutiva, em graus: 1, 2, 3 e 4 ou 0, 1, 2 e 3.

5) Que implicações podemos ter, caso não fizermos uma avaliação


adequada de nossos pacientes?
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

Algumas Considerações
Neste capítulo, ingressamos na construção da ficha de anamnese, iniciando
pela estética corporal. E para que essa construção fosse possível, estudamos
os métodos avaliativos utilizados nessa área e enfatizamos mais uma vez a
importância da sua realização. Com a compreensão da importância de cada
item nessa ficha de anamnese, ficará mais fácil elaborar fichas de anamnese
destinadas a outros setores da área da beleza.

No próximo capítulo estudaremos a construção da ficha de anamnese e os


métodos avaliativos voltados à estética facial.

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85
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

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Capítulo 2 Ficha de Anamnese Corporal

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87
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

ANEXO 1 – Ficha de anamnese em estética corporal completa


FICHA DE ANAMNESE – ESTÉTICA CORPORAL
IDENTIFICAÇÃO
Nome completo: ________________________________________________________
Profissão: ______________________________________________________________
Data de nascimento: ________/________/_________
Sexo/Identidade de gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino
Endereço: _____________________________________________________________

E-mail: ________________________________________________________________

Cidade/Estado: _________________________________________________________
Telefones: Ce_____________________________Outro: __________________________
FICHA CLÍNICA

Queixas: ______________________________________________________________

Tratamentos estéticos anteriores e resultados: _________________________________

______________________________________________________________________

Alergias: _______________________________________________________________

Gestante: ______________________________________________________________

Medicamentos em uso: ___________________________________________________

Contraceptivos ou tratamentos hormonais: ____________________________________

Ano da menarca: ________________________________________________________

Menopausa: ____________________________________________________________

Doença cardíaca, renal ou diabetes: _________________________________________

Transtornos circulatórios: _________________________________________________

Outras doenças: ________________________________________________________

Alterações dermatológicas: ________________________________________________

Problemas endócrinos: ___________________________________________________

Tumores malignos: ______________________________________________________

Hábitos alimentares: _____________________________________________________

______________________________________________________________________

Ingestão de água: _______________________________________________________

Atividade física: _________________________________________________________

Outras observações: _____________________________________________________

______________________________________________________________________

88
Capítulo 2 Ficha de Anamnese Corporal

Caracterização do quadro
Lipodistrofia localizada
Tipo: ( ) Flácida ( ) Compactada
Localização:
Presença de edema:
Postura inadequada associada?

Fibroedema geloide (FEG)


Localização:
Grau:
( ) Grau I ( ) Grau II ( ) Grau III ( ) Grau IV
(Classificação de Ulrich)
Forma clínica: ( ) Duro ( ) Flácido ( ) Edematoso ( ) Misto
Flacidez (tipo e local-
ização):
AVALIAÇÃO FÍSICA
Peso: Altura:
IMC:
Datas:
Medidas

% Gordura:
Dobras cutâneas:
Perímetros
Braços:

Registrar o ponto de referência a partir do - - -


olecrano.
↑ ______ cm
Abdome:

Registrar o ponto de referência acima e - - -


abaixo a partir da cicatriz umbilical.
↑ ______ cm
↑ ______ cm
Centro da cicatriz umbilical:
↓ ______ cm
↓ ______ cm
Flancos:

(Ponto mais alto)


Culote:

(Ponto mais alto)

89
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Glúteos:

(Ponto mais alto)


Coxas
(Registrar o ponto de referência a partir da - - -
borda superior da patela)
↑ ______ cm
↑ ______ cm
Outro local:

(definir)
Descrição das dobras cutâneas: ____________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________
Relatório: ______________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Fonte: A autora.

90
Capítulo 2 Ficha de Anamnese Corporal

ANEXO 2 – Ficha de anamnese para avaliação de estrias


FICHA DE ANAMNESE – ESTRIAS
IDENTIFICAÇÃO
Nome completo: _________________________________________________________
Profissão: ______________________________________________________________
Data de nascimento: ________/________/_________
Sexo/Identidade de gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino
Endereço: _____________________________________________________________

E-mail: ________________________________________________________________

Cidade/Estado: _________________________________________________________
Telefones:Cel:______________________Outro:________________________________
Ficha clínica
Ano da menarca: Gestações:
Aumento ou redução considerável de peso:
Associa o surgimento das estrias a um dos eventos anteriores ou a algum outro?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________
Cor da pele: Idade:
Sensibilidade da pele no local das estrias:
Medicamentos em uso:
Problemas de cicatrização:
Tipo de alimentação:
Patologias dermatológicas:
Tratamentos realizados anteriormente e resultados observados:

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________
Localização das estrias, coloração e espessura:

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Fonte: A autora.

91
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

ANEXO 3 – Valores de referência para avaliação do percentual de gordura em ambos os sexos


PERCENTUAL DE GORDURA (G%) PARA HOMENS
Nível/Idade 18-25 26-35 36-45 46-55 56-65
Excelente 4 a 6% 8 a 11% 10 a 14% 12 a 16% 13 a 18%
Bom 8 a 10% 12 a 15% 16 a 18% 18 a 20% 20 a 21%
Acima da Média 2 a 13% 16 a 18% 19 a 21% 21 a 23% 22 a 23%
Média 14 a 16% 18 a 20% 21 a 23% 24 a 25% 24 a 25%
Abaixo da Média 17 a 20% 22 a 24% 24 a 25% 26 a 27% 26 a 27%
Ruim 20 a 24% 20 a 24% 27 a 29% 28 a 30% 28 a 30%
Muito Ruim 26 a 36% 28 a 36% 30 a 39% 32 a 38% 32 a 38%

PERCENTUAL DE GORDURA (G%) PARA MULHERES


Nível/Idade 18-25 26-35 36-45 46-55 56-65
Excelente 13 a 16% 14 a 16% 16 a 19% 17 a 21% 18 a 22%
Bom 17 a 19% 18 a 20% 20 a 23% 23 a 25% 24 a 25%
Acima da Média 20 a 22% 21 a 23% 24 a 26% 26 a 28% 27 a 29%
Média 23 a 25% 24 a 25% 27 a 29% 29 a 31% 30 a 32%
Abaixo da Média 26 a 28% 27 a 29% 30 a 32% 32 a 34% 33 a 35%
Ruim 29 a 31% 31 a 33% 33 a 36% 35 a 38% 36 a 38%
Muito Ruim 33 a 43% 36 a 49% 38 a 48% 39 a 50% 39 a 49%

Fonte: Pollock e Wilmore (1993 apud NUTRIAÇÃO s.d., s.p.).

92
Capítulo 2 Ficha de Anamnese Corporal

Anexo 4 – Instrumento de avaliação de qualidade de vida em


pacientes com celulite (versão original e completa)
Table 1: Celluqol (full version)

Not bothe- Bothered Bothered


How having cellulite Not bothe- Indiffe-
red most of most of all the
makes you feel about: red at all rent
the time the time time

MANNER OF DRESSING
1. choice of clothes’ colors 1 2 3 4 5
2. choice of cloches’ fabric 1 2 3 4 5
3. choice of tight cuts 1 2 3 4 5
4. wearing of very short
1 2 3 4 5
clothes

LEISURE
5. participation activities
that involve exposing the
body to a large number of 1 2 3 4 5
people (beach, swimming
pool)
6. participation group
activities taht require ex-
posing the body to a res- 1 2 3 4 5
tricted number of people
(massage)

PHYSICAL ACTIVITIES
7. HAVING CELLULITE 1 2 3 4 5
8. participation in sports
activities that involve ex-
1 2 3 4 5
posing the body (swim-
ming, water aerobics)

PARTNER
9. exposing the body to a
1 2 3 4 5
partner
10. fear of losing partner 1 2 3 4 5
11. sexual life 1 2 3 4 5
12. the fact that a partner
1 2 3 4 5
notices the cellulite

FEELINGS
13. embarrassment 1 2 3 4 5
14. difficulties and doubts
about the result of teat- 1 2 3 4 5
ments, disbelief

93
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

15. guilt 1 2 3 4 5
16. frustration 1 2 3 4 5
17. discouragement 1 2 3 4 5
18. self-esteem 1 2 3 4 5
19. rebelliousness 1 2 3 4 5

CHANGES IN DAILY HA-


BITS
20. changes in eating ha-
1 2 3 4 5
bits
21. speding more than
able to afford on treat- 1 2 3 4 5
ments
22. restricting other ex-
1 2 3 4 5
penses to treat cellulite

Fonte: Hexsel et al. (2011, s.p.).

94
C APÍTULO 3
Ficha de Anamnese Facial
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes
objetivos de aprendizagem:

� Registrar numa ficha de anamnese os dados de forma objetiva,


mas que possa oferecer suficiente apoio aos procedimentos.

Conhecer os tipos de pele e suas alterações.


Padronizar os métodos de avaliação.


Encaminhar o paciente ao profissional habilitado



em caso de alterações suspeitas.

Elaborar uma ficha de anamnese facial.


Preencher adequadamente uma ficha de anamnese facial.


Classificar e registrar as características da pele, como biótipo, grau de acne,



tipo de discromia e envelhecimento, bem como a localização destes.

Escolher um plano de tratamento que respeite



os dados coletados na anamnese.
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

96
Capítulo 3 Ficha de Anamnese Facial

Contextualização
Trabalhar com a melhora dos aspectos relacionados à estética facial significa
realizar um delicado trabalho em uma pequena área do corpo, mas que pela sua
visibilidade pode causar grandes impactos na vida social do indivíduo. Muitas
vezes considerado o “cartão de visitas”, por ser o foco visual na comunicação entre
pessoas, o rosto pode apresentar diversos problemas estéticos, bem concentrados
na pele, mas que podem trazer problemas muito profundos e complexos.

Para algumas pessoas, melhorar o viço da pele pode ser o suficiente para
que se sintam satisfeitas com a sua aparência, e caso essa melhora não seja tão
perceptível, isso não fará tanta diferença em suas vidas. Por outro lado, em casos
como de uma acne mais avançada ou uma discromia muito visível, o tratamento que
vamos oferecer é visto como a possibilidade de uma grande mudança na qualidade
de vida das pessoas acometidas. Por isso, o conhecimento é fundamental para que
o profissional tenha a percepção de tudo o que é necessário para saber lidar com o
seu paciente desde o momento em que ele chega para ser avaliado.

O sucesso do tratamento de qualquer patologia depende essencialmente


do seu pleno conhecimento. Quando não se consegue estabelecer com clareza
as características, como sua classificação, sua etiopatogenia, sua fisiopatologia,
entre outros, conceitos amplos, às vezes vagos e empíricos, serão usados para
definir essa patologia e as bases de seu tratamento. Deste modo, a eficácia
traduz-se no conhecimento profundo dos principais recursos utilizáveis na área da
estética, bem como conhecimentos relevantes de anatomia, fisiologia, patologia
etc., o que leva o profissional a avaliar profundamente o problema e eleger o
tratamento adequado (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

Neste capítulo, identificaremos as regiões da face, as suas principais


alterações estéticas, como elas podem ser classificadas, que métodos avaliativos
podem ser utilizados e de que forma as informações são registradas em uma ficha
de anamnese facial.

Informações Gerais
Na estética facial, uma boa avaliação só será possível com o conhecimento
mais aprofundado das queixas estéticas que costumam demandar tratamentos.
Essas queixas se concentram na pele e veremos, neste capítulo de Métodos
Avaliativos em Estética Facial e Corporal, algumas formas de analisá-las e classificá-
las. Você também poderá estudar de forma mais aprofundada todas as alterações
e características da pele, na disciplina de Estética Facial Avançada, bem como
compreender melhor como estas se desenvolvem e como podem ser tratadas.
97
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Antes de iniciarmos a avaliação, devemos lembrar que a relação


É importante ouvir
com atenção o motivo entre profissional e paciente deve ser pautada no respeito e que ao
da consulta, fazer uma coletar as informações para preencher a ficha de anamnese, o paciente
investigação objetiva deve estar ciente de que as perguntas visam à compreensão dos sinais
que, junto à análise da observados na pele e que todo material obtido é sigiloso. É importante
pele, permite uma boa ouvir com atenção o motivo da consulta, fazer uma investigação objetiva
leitura do tratamento
que, junto à análise da pele, permite uma boa leitura do tratamento e
e das indicações a
serem realizadas das indicações a serem realizadas (COHEN, 2013).

Na ficha de anamnese facial de cada paciente devem ser registrados: os dados


pessoais, que são os dados cadastrais, como na ficha de anamnese corporal; um número
de telefone para situações de emergência; a queixa principal; o histórico; a avaliação
facial; o relatório; e um termo de responsabilidade (DAL GOBBO; GARCIA, 2010).

Para um registro mais detalhado, que minimize possíveis erros em novas avaliações,
é importante também que as regiões cutâneas faciais sejam conhecidas. Essas regiões
podem ser classificadas de maneiras diferentes, sendo algumas mais simples e outras
mais detalhadas. Uma divisão didática e prática das regiões da face (Figura 1), proposta
por Tamura (2013), visando à realização das técnicas de preenchimento e evidenciando
possíveis riscos ligados às características anatômicas específicas seria adequada
também para a orientação na avaliação e na realização de procedimentos estéticos não
invasivos, uma vez que essa divisão atende às necessidades desta área, adicionando
apenas a região de colo e pescoço, que não está identificada nessa divisão.

Figura 37 – Divisão das regiões da face

Legenda: Frontal (1), temporal (2), glabelar (3), supercílio (4), pálpebra superior (5),
pálpebra inferior (6), nasociliar (7), sulco nasojugal (8), sulco palpebral lateral (9), nasal
(10), malar (11), zigomático (12), fossa canina (13), sulco nasolabial (14), lábio superior
(15), lábio inferior (16), bochecha (17), pré-auricular (18), sulco labiomentual (19), mentual
(20), região mandibular posterior (borda anterior do masseter até o ângulo da mandíbula)
(21) e região mandibular anterior (entre o sulco melolabial e a borda anterior do masseter).

Fonte: Tamura (2013, s.p.).

98
Capítulo 3 Ficha de Anamnese Facial

Essa divisão pode estar inserida na ficha, do modo que o profissional julgar
mais adequado. Poderá ser descrita de forma livre, sendo listada em tópicos para
assinalar ou relacionar as regiões que demandam cuidados. O importante é que
a localização de cada área esteja bem definida e que tenha destaque na ficha de
anamnese para posteriores atendimentos, independentemente se houver um ou
mais profissionais para atender ao mesmo paciente.

Quadro 12 – Seção inicial da ficha de anamnese que


compreende a identificação e histórico do(a) paciente

FICHA DE ANAMNESE – ESTÉTICA FACIAL


IDENTIFICAÇÃO
Nome completo: _________________________________________________________
Profissão: ______________________________________________________________
Data de nascimento: ________/________/_________
Sexo/Identidade de gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino
Endereço: ______________________________________________________________
E-mail: ________________________________________________________________
Cidade/Estado: _________________________________________________________
Telefones: Cel: ___________________________ Outro: ___________________________
.............................................................................................................................................
Queixa relatada/Localização: _____________________________________________
______________________________________________________________________
HISTÓRICO
Cosméticos em uso: ______________________________________________________
Uso de filtro solar: _______________________________________________________
Tratamentos estéticos faciais anteriores e resultados: _____________________________
Gestante: Sim ( ) Não ( )
Fumante: Sim ( ) Não ( )
Alérgico(a): ____________________________________________________________
Medicamentos em uso: ___________________________________________________
Contraceptivos ou tratamentos hormonais: ___________________________________
Doença cardíaca: ________________________________________________________
Transtornos circulatórios: __________________________________________________
Problemas endócrinos: ___________________________________________________
Ingestão de água: _______________________________________________________
Observações: __________________________________________________________
______________________________________________________________________

Fonte: A autora.

99
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Características da Pele e Métodos


de Avaliação
O exame da pele é um dos itens mais importantes para o profissional
que trabalha com a estética facial. Esse exame deve ser minucioso e bem
fundamentado e tem por objetivo definir as principais características da pele
baseado na produção sebácea, grau de hidratação, espessura, textura, tônus
dos músculos e lesões elementares, para a escolha do procedimento estético e
cosmético a ser adotado (COHEN, 2013). Ao realizar esse exame, o ideal é que
o paciente esteja sob a luz solar matinal ou uma luz fluorescente. O profissional
também deve utilizar uma lupa, pois é o instrumento que permite visualizar com
mais acurácia as imperfeições e lesões da pele (DAL GOBBO; GARCIA, 2010).

Através do exame visual será possível obter dados sobre a sua cor, os
óstios pilossebáceos, a idade da pele e o grau de hidratação e, com o auxílio
da lupa, a produção sebácea, o grau de hidratação, alterações de pilosidade, as
lesões elementares e os nevos (COHEN, 2013). Com o toque e a compressão
da pele pode-se perceber a alteração de sua textura e umidade. Para determinar
se a pele está desidratada é necessário palpar e esticar a pele. Se a elasticidade
estiver normal significa que a pele está hidratada, apresentando a função normal
do controle da hidratação pela camada córnea (DAL GOBBO; GARCIA, 2010).
Para quantificar esses aspectos pode-se utilizar um equipamento analisador de
pele, específico para esse tipo de avaliação.

Também é possível realizar o exame da pele através da lâmpada ou luz


de Wood, que consiste numa lâmpada de luz azulada, de radiação transmitida
de aproximadamente 360 nanômetros, usada em ambiente escuro para a
visualização da fluorescência e que auxilia o diagnóstico de diversas lesões
dermatológicas. Nesse exame é possível obter dados sobre: o grau de hidratação
da pele, em que o violeta intenso indica que a pele está hidratada e violeta fraco
que está desidratada; a espessura, em que a fluorescência esbranquiçada indica
pele espessa e queratinizada; a fluorescência escura indica pele fina ou atrófica;
e, os comedões fechados e milliuns aparecem como pontos brilhantes (COHEN,
2013; DAL GOBBO; GARCIA, 2010).

Há no mercado uma grande diversidade de modelos de equipamentos


para análise da pele com lâmpada de Wood, sendo alguns com a lupa de aumento
acoplada. É um método prático para analisar a pele facial, permitindo uma visão
instantânea e mais profunda das anomalias da pele do rosto, e tem a vantagem
de poder proporcionar uma boa visualização da pele, independentemente das
condições de iluminação do ambiente, já que possui uma iluminação específica.

100
Capítulo 3 Ficha de Anamnese Facial

Figura 38 – Equipamento com emissor de luz Wood moderno


com sistema interativo (à esquerda) e equipamento básico
com lâmpada de Wood acoplada à lupa (à direita)

Fonte: Estek (2017, s.p.) e BCMED (2016, s.p.).

A lâmpada de Wood é o método mais amplamente empregado na


classificação do melasma, em que a profundidade do pigmento determinará a
fluorescência. As regiões cutâneas que apresentam um aumento na concentração
de melanina epidérmica acentuarão a sua coloração e ficarão mais escuras,
contrastando com a pele normal ao redor. Já as áreas com menor concentração
de melanina estarão mais claras e brilhantes. No entanto, a técnica não tem
aplicabilidade em indivíduos do fototipo V e VI (esta classificação é descrita no
tópico “Classificação da pele quanto ao fototipo”) em decorrência de fatores óticos.
Também as alterações colágenas, vasculares e o uso de medicamentos tópicos
e filtro solar podem alterar o exame, acarretando em resultados não fidedignos
(TAMLER et al., 2009).

Figura 39 – Melasma epidérmico em análise clínica (à


esquerda) e exame sob a lâmpada de Wood (à direita)

Fonte: Tamler et al. (2009, s.p.).b

Outro recurso que pode ser utilizado é o analisador de pele, citado no


primeiro capítulo desta disciplina, que pode medir a hidratação, a oleosidade e
a elasticidade da pele de forma numérica. Conforme já abordado são aparelhos
simples e de fácil manuseio e que ajudam a mensurar a qualidade da pele antes e
após os tratamentos estéticos.

101
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Tipos de Pele e Principais


Alterações
Neste tópico, abordaremos as classificações mais usuais da pele
Classificar a pele
é algo complexo, na área da estética, mas, antes disso, salientamos uma importante
que não deve observação feita por Magalhães e Hofmeister (2009), de que classificar
ficar restrito à a pele é algo complexo, que não deve ficar restrito à classificação
classificação básica básica em seca, normal, oleosa e mista. Deve-se analisar com critério
em seca, normal, o grau de hidratação e lubrificação, e a coloração da pele com suas
oleosa e mista.
nuances. Assim é possível ter, por exemplo, uma pele hiperseborreica
e desidratada, dentre outras várias características combinadas.

a) Classificação da pele quanto ao biótipo

Para avaliar visualmente a pele é importante ter o auxílio de uma lupa para
que se possa observá-la detalhadamente. Observe se a cor é avermelhada ou
pálida, se o brilho é existente ou não, e a presença de descamação. Com o toque,
verifique se a superfície cutânea está lisa ou áspera, bem como a sua temperatura.
Com cuidado, faça uma prega cutânea para classificá-la em espessa ou delgada.
A partir deste princípio, pode-se classificar a pele quanto ao seu biótipo, como:

• Normal ou endérmica: quando possui aspecto liso, firme, boa elasticidade,


circulação perfeita, hidratação equilibrada, secreção normal, não possui manchas
ou pelos evidentes. É uma pele aveludada, viçosa, com brilho natural, tendo assim
os óstios imperceptíveis e raramente apresenta comedões ou qualquer sensação
de incômodo (COHEN, 2013; DAL GOBBO; GARCIA, 2010).
• Pele seca ou alípica: é a pele que se apresenta fina, sensível, óstios
diminutos, é opaca, descamativa e apresenta linhas superficiais devido
ao desequilíbrio do teor de água na camada córnea, secreção sebácea
insuficiente e tendência a distúrbios vásculo-sanguíneos. Nessa condição é
importante fazer uma análise da irritação que ocorre nas peles seborreicas
quando há diminuição de lipídios hidrófilos, caracterizando a pele oleosa
desidratada. A pele seca apresenta perda da suavidade e da luminosidade
e um prurido que é agravado no idoso, falta de flexibilidade, perda de viço
e do tônus, sensação de aspereza, coloração esbranquiçada, aspecto
senil, baixa resistência a agentes químicos e físicos e facilidade em
adquirir doenças de pele e alergias (COHEN, 2013). A desidratação pode,
muitas vezes, ser ocasionada pelo clima, como os ventos e o frio, além da
umidade atmosférica baixa (MAGALHÃES; HOFMEISTER, 2009).
• Pele mista: comum nas mulheres brasileiras, esse tipo de pele apresenta óstios
visíveis e oleosidade na região do nariz, queixo e testa, podendo as laterais da
face ou regiões dos olhos serem normais ou alípicas (COHEN, 2013).

102
Capítulo 3 Ficha de Anamnese Facial

• Pele oleosa, lipídica ou graxa: esse tipo de pele produz uma grande
quantidade tanto de secreções sebáceas quanto de secreções
sudoríparas, fazendo com que ela apresente um aspecto untuoso. É uma
pele espessa, úmida, lustrosa, com óstios dilatados e sempre visíveis,
que favorecem o surgimento de comedões, pápulas e pústulas (DAL
GOBBO; GARCIA, 2010).
• Pele sensível: esse tipo de pele apresenta reação rápida e intensa a
estímulos químicos e físicos, como variações de temperatura e estímulos
mecânicos, sendo a face a região mais comumente afetada. Algumas
vezes ocorre em áreas localizadas, como pálpebras e região perioral,
demonstrando intolerância regional da pele, como se nessas áreas
houvesse um comportamento diferente do restante da face. Existem
quatro tipos clínicos de pele sensível, segundo Kadunc et al. (2013):

- Pele clinicamente normal: a irritação é subjetiva e existe uma sensação


de repuxamento e queimação da pele, no entanto há ausência de
sinais visíveis. As reações a cosméticos geralmente se manifestam
dessa forma, podendo ter início imediato ou após horas da aplicação.
- Dermatite de contato: a irritação é objetiva. Em 66% dos casos aparece
eritema facial, rubor após estímulo tátil ou quadro eczematoso típico,
com descamação, pápulas, pústulas e vesículas (as dermatites serão
abordadas com mais detalhes mais à frente).
- Pele sensível devido à presença de doenças dermatológicas,
manifestando-se como tal: dermatite atópica, dermatite seborreica,
rosácea e psoríase.
- Pele sensível em decorrência de tratamentos dermatológicos pelo uso
de substâncias abrasivas ou ácidos e após tratamentos ablativos, em
geral com caráter transitório.

b) Classificação da pele quanto ao fototipo

A pele também deve ser classificada pelo seu fototipo, que é a classificação
em relação a sua cor, podendo apresentar maior ou menor quantidade de
melanina. A classificação de Fitzpatrick é a mais utilizada e baseada na reatividade
à luz solar. Serve de base para a indicação do fator de proteção solar (FPS)
(COHEN, 2013).

103
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Quadro 13 – Classificação dos tipos de pele segundo Fitzpatrick


Características de
Tipo de pele (Fototipo) Características da pele
bronzeamento
Pele clara, olhos azuis, ca- Queima-se sempre, não se
I belos loiros ou ruivos. bronzeia.
Queima-se facilmente,
Pele clara, olhos azuis.
II bronzeia-se pouco.
Queima-se moderadamente,
Pele clara mais escura.
III bronzeamento normal.
Queima-se ocasionalmente,
Pele morena
IV bronzeia-se facilmente.
Queima-se raramente, bron-
Pele morena escura
V zeia-se muito facilmente.
Não se queima, bronzeado
Pele negra
VI escuro.
Fonte: Beynet, Greco e Soriano (2010).

c) Alterações de textura e espessura na pele

Segundo Dal Gobbo e Garcia (2010), a pele pode apresentar as seguintes


alterações de textura e espessura:

• Atrofia: consiste na diminuição da espessura da pele, que se torna fina e


pregueada, como a estria.
• Edema: há acúmulo de líquido da derme ou hipoderme, que ocasiona ou
não um aumento depressível na espessura da pele.
• Cicatriz: é uma associação de atrofia com fibrose e discromia que tem
origem na regeneração de uma lesão.
• Cicatriz hipertrófica: tipo de cicatriz que fica mais elevada devido a uma
resposta exagerada da pele. Não ultrapassa os limites ou extensão da
incisão ou lesão inicial.
• Queloide: cicatriz espessa, de superfície elevada e lisa. É constituído
por tecido fibroso, fruto de uma reação de cicatrização exagerada que
ultrapassa as fronteiras da ferida original.
• Queratose ou ceratose: é a modificação da espessura em determinados
pontos da pele, pelo aumento da camada córnea. A superfície pode se
tornar áspera, dura, inelástica, amarelada e esbranquiçada.
• Ceratose actínica: caracteriza-se por pequenas lesões (alguns
milímetros a centímetros de diâmetro) discretamente salientes, de
coloração acastanhada, com superfície rugosa; às vezes, o aspecto é de
lesão atrófica e eritematosa com descamação. Também é chamada de
ceratose senil, por acometer indivíduos com idade mais avançada, porém
não é sinal de envelhecimento e sim, manifestação de irradiação solar

104
Capítulo 3 Ficha de Anamnese Facial

cumulativa, progressiva, persistente e duradoura, daí a sua localização


preferencial nas áreas expostas, em especial a calva (CARNEIRO;
AZULAY; AZULAY, 2004).
• Manchas pigmentares e cicatrizes residuais: ficam na pele após a
ocorrência de lesões ocasionadas pela evolução de acne inflamatória ou
em casos mais graves pela acne conglobata, principalmente nas peles
com fototipo III e IV (RIBEIRO, D., 2013).

d) Tipos de lesões vasculares

De acordo com Azulay, Azulay-Abulafia e Azulay (2004), e conforme a relação


a seguir, compreendem as lesões que estão relacionadas às alterações dos vasos
sanguíneos e podem ser subdivididas em transitórias e permanentes, variando de
acordo com o elemento causal e a natureza do processo:

Lesões vasculares transitórias

• Eritema: apresenta cor avermelhada que pode ser mais ou menos


intensa, devido a um afluxo maior de sangue arterial pela hiperemia ativa
(dilatação das arteríolas).

• Cianose: coloração azulada na pele mais bem observada nas extremidades


digitais, leito ungueal, orelhas e conjuntivas e manifestada quando a
concentração de hemoglobina reduzida no sangue está aumentada.

Lesões vasculares permanentes

• Telangiectasias: trata-se da dilatação do calibre de pequenos vasos,


que ocorrem com frequência na face.

Figura 40 – Telangiectasia

Fonte: Azulay, Azulay-Abulafia e Azulay (2004).

105
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

• Angiomas: podem ser planos ou elevados e recebem uma especificação


conforme seu aspecto e coloração e surgem devido ao aumento do número
de vasos (hiperplasia ou malformação vascular, em geral congênita).

e) Púrpuras

São manchas devidas ao pigmento hemático. Ocorrem em casos de


hemorragias dérmicas e, em menor frequência, hipodérmicas, que é o que leva à
alteração da cor da pele que vai do vermelho ao amarelado e castanho, dependendo
do tempo da hemorragia. A púrpura, como lesão, pode ser classificada em quatro
tipos, conforme apontam Azulay, Azulay-Abulafia e Azulay (2004):

• Petéquias: são lesões puntiformes de cor púrpura e em geral são


múltiplas.
• Víbice: lesão purpúrica linear.
• Equimose: é uma lesão purpúrica em lençol de dimensões maiores que
as duas primeiras.
• Hematoma: tem, muitas vezes, a mesma expressão clínica que as
equimoses, no entanto é mais empregado no caso de grandes coleções,
quando ocorre abaulamento no local e tem origem traumática.

Figura 41 – Petéquia (à esquerda), equimose e víbice

Fonte: Azulay, Azulay-Abulafia e Azulay (2004).

Quadro 14 – Seção da ficha de anamnese que compreende


a classificação da pele e observação de alterações
CLASSIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DA PELE
Biótipo cutâneo:
Descrição da umidade, oleosidade e elas-
ticidade da pele:
Fototipo:
Cor da pele:
ALTERAÇÕES OBSERVADAS LOCALIZAÇÃO
Atrofia

106
Capítulo 3 Ficha de Anamnese Facial

Cicatrizes comuns
Cicatrizes residuais
Cicatriz hipertrófica
Queloide
Ceratose

Eritema
Telangiectasias
Angioma
Petéquia, Víbice, Equimose ou Hematoma
Outras (descrever):

Fonte: A autora.

Atividades de Estudos:

1) Divida a Ficha de Anamnese Facial em três principais grupos.


____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

2) Qual a importância de se conhecer a divisão das regiões da face


para a realização da sua avaliação?
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

3) Cite alguns equipamentos que podem ser utilizados para auxiliar a


avaliação facial.
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

107
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

4) Classifique os biótipos de pele, de acordo com as características


a seguir:

a) É a pele que se apresenta fina, sensível, óstios diminutos, é


opaca, descamativa e apresenta linhas superficiais devido ao
desequilíbrio do teor de água na camada córnea, secreção
sebácea insuficiente e tendência a distúrbios vásculo-sanguíneos:
____________________________________________________
____________________________________________________

b) Possui aspecto liso, firme, boa elasticidade, circulação perfeita,


hidratação equilibrada, secreção normal, não possui manchas ou
pelos evidentes:
____________________________________________________
____________________________________________________

c) Apresenta óstios visíveis e oleosidade na região do nariz, queixo


e testa, podendo as laterais da face ou regiões dos olhos serem
normais ou alípicas:
____________________________________________________
____________________________________________________

d) É espessa, úmida, lustrosa, com óstios dilatados e sempre visíveis:


____________________________________________________
____________________________________________________

5) Descreva a ceratose actínica.


____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

6) O que são púrpuras?


____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

108
Capítulo 3 Ficha de Anamnese Facial

f) Formações sólidas ou coleções líquidas

Algumas lesões atingem isolada ou conjuntamente a epiderme, a derme


ou a hipoderme, resultando em formações de conteúdo líquido ou sólido que ficam
visíveis na face e, por vezes, em outras regiões do corpo. Vamos diferenciá-las:

• Microcomedões: são lesões precursoras, não visíveis clinicamente e


decorrentes do acúmulo de queratinócitos no infundíbulo e da dilatação
folicular. A queratose folicular, que geralmente se observa em jovens no
início da puberdade, na fronte ou no dorso do nariz, indica a existência
de microcomedões (RIBEIRO, D., 2013).
• Comedão: conhecido popularmente como “cravo”, é o acúmulo de
secreção e material endurecido em um orifício pilossebáceo dilatado.
É puntiforme e provoca saliência na pele. O conteúdo é uma formação
alongada, córnea e sebácea de cor amarelada ou branca. Pode ser
dividido em dois tipos: oxidado e branco (DAL GOBBO; GARCIA, 2010).

- Comedão oxidado, aberto ou preto: é conhecido como comedão


aberto ou preto, neste caso o óstio está aberto e a cor é escura.
- Comedão branco ou fechado: neste caso o óstio está fechado
ou quase imperceptível, sendo melhor identificado quando a pele
é distendida. Não é oxidado e, portanto, apresenta coloração
esbranquiçada. Geralmente não ultrapassam 0,5 cm de diâmetro
(RIBEIRO, D., 2013; DAL GOBBO; GARCIA, 2010).

Figura 42 – Comedões fechados (esquerda) e comedões abertos

Fonte: Ptmedical (2013, s.p.).

• Milium: é um minúsculo cisto repleto de queratina ou massa queratinosa


de aproximadamente 1 mm a 2 mm de tamanho, decorrente da obstrução
do folículo pilossebáceo. Surge particularmente na região periorbitária
(nos dois terços superiores da face) (DAL GOBBO; GARCIA, 2010).

109
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Figura 43 – Milium

Fonte: Mosby's Medical Dictionary (2009, s.p.).

• Pápula: trata-se de uma lesão inflamatória sólida que é superficial,


palpável, de consistência dura, avermelhada, eruptiva e menor que 0,5
cm, provoca certa elevação e não deixa cicatriz ao involuir. Pode evoluir
para um processo inflamatório profundo, com nódulos, abscessos e
cistos. Esse tipo de lesão não deve ser manipulado (DAL GOBBO;
GARCIA, 2010; AZULAY; AZULAY-ABULAFIA; AZULAY, 2004).

Figura 44 – Pápulas

Fonte: The Acne Investigation (2015, s.p.).

• Pústula: é uma lesão eritematosa, com exsudato purulento (pus). A


desintegração de uma porção do epitélio do comedão gera a formação de
um abscesso intrafolicular, com reação inflamatória perifolicular. A pústula
tem cor amarelada ou branco-amarelada, são cônicas, arredondadas ou
planas. A reparação ocorre através da reencapsulação, deixando uma
cicatriz quando a derme é atingida (RIBEIRO, D., 2013; DAL GOBBO;
GARCIA, 2010).

110
Capítulo 3 Ficha de Anamnese Facial

Figura 45 – Pústulas

Fonte: The Acne Investigation (2015, s.p.).

• Nódulos: são lesões eritematosas, de consistência dura e de dimensões


variáveis, podendo, às vezes, ser visíveis pela simples inspeção ou somente
pela palpação. É decorrente do aumento do número de células ao nível da
hipoderme ou derme profunda, podendo gerar abscessos. O comedão é
destruído e a secreção sebácea e os pelos geram uma reação inflamatória
crônica de corpo estranho que pode tardar semanas e até meses (RIBEIRO,
D., 2013; AZULAY; AZULAY-ABULAFIA; AZULAY, 2004).
• Abscesso: é uma coleção de pus na pele ou na região subcutânea que
pode ser proeminente ou não e de tamanho variável. A pele pode ou não
estar ruborizada e dolorida (DAL GOBBO; GARCIA, 2010).

Classificação da Acne
Apesar de não comprometer gravemente a saúde do paciente, a acne
prejudica o seu bem-estar e desenvolvimento emocional, levando à diminuição
da autoestima e modificações comportamentais. Por estas razões, as pessoas
acometidas pelo problema buscam os tratamentos estéticos para se livrarem dele.
Sendo assim, o profissional que trabalha com a estética precisa estar preparado
para identificar este problema, conhecendo de forma precisa suas manifestações
clínicas e todos os fatores relacionados a elas. A pele é considerada acneica
quando possui comedões, pústulas, nódulos, cistos, pápulas, com ou sem
prurido, ou seja, em suas manifestações clínicas, o quadro é polimorfo, com
lesões de diferentes formas, não inflamatórias (comedões abertos e fechados) e
inflamatórias (pápulas, pústulas, nódulos e abscessos) localizados na face, ombro
e porção superior do tórax, geralmente associadas à seborreia (DAL GOBBO;
GARCIA, 2010; RIBEIRO, D., 2013).

A acne pode ser classificada pela sua gravidade, o que vai ajudar a
determinar o tratamento adequado. Essa classificação pode ser feita em cinco
graus ou formas clínicas, conforme aponta Rivitti (2014):

111
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Quadro 15 – Formas clínicas ou graus da acne vulgar


FORMAS CLÍNI-
CARACTERÍSTICAS
CAS (GRAUS)
Tipo de acne não inflamatória que se caracteriza pela presença
de comedões, porém, mesmo com a existência de algumas pápu-
Grau I
las e raras pústulas foliculares, ainda permite considerar o quadro
como acne Grau I.
Caracteriza-se pela presença de comedões abertos, pápulas, com
ou sem eritema inflamatório e pústulas. O quadro tem intensidade
Grau II
variável, desde poucas lesões até numerosas, com inflamação
bem intensa. A seborreia está sempre presente.
Também conhecida como nódulo-abscedante ou nódulo-cística.
Grau III Apresenta comedões abertos, pápulas, pústulas, seborreia e
lesões maiores, como nódulos.
É uma forma grave de acne em que se associam ao quadro ante-
Grau IV
rior nódulos purulentos, numerosos e grandes, formando absces-
Acne Conglobata
sos, que formam bridas e lesões queloidianas.
É extremamente rara, devastadora e grave, na qual, ao quadro do
Grau V
Grau IV, surgem subitamente febre, leucocitose, poliartralgia, com
Acne fulminante
eritema inflamatório ou necrose e hemorragia em algumas lesões.
Fonte: Adaptado de Rivitti (2014).

Figura 46 – Acne Grau I (A) e acne Grau II (B)


A b

Fonte: Rivitti (2014, s.p.).

Tipos de Acne
Além dos graus, a acne pode ser identificada pela sua gravidade, pelo seu
quadro, pelo agente desencadeante etc. Essa classificação, no entanto, levará em
consideração a idade, a atividade profissional, os produtos que entram em contato
ou são utilizados na pele e outras patologias que possam estar relacionadas.
Identificar o tipo de acne é fundamental para que se interrompa ou minimize o
contato com a situação que está desencadeando o processo, para que se possa
orientar adequadamente o paciente em seus cuidados diários ou mesmo para o
encaminhamento a um outro profissional, quando necessário.

112
Capítulo 3 Ficha de Anamnese Facial

a) Acne vulgar

É a acne que acomete adolescentes e adultos de ambos os sexos por


alterações na unidade pilossebácea. Pode ser não inflamatória, de Grau I
com comedões abertos e fechados, ou inflamatória, de Grau II, com acne
papulopustulosa, III com acne cística e IV, com acne conglobata (DAL GOBBO;
FLORIANO, 2010).

Figura 47 – Acne vulgar

Fonte: Rivitti (2014, s.p.).

b) Acne pré-menstrual

Tem as características da acne vulgar, mas ocorre somente no período pré-


menstrual, devendo esta relação ser analisada pelo profissional (DAL GOBBO;
FLORIANO, 2010).

c) Acne conglobata

É a acne mais severa que apresenta lesões císticas e nódulos inflamatórios.


Costuma ser mais frequente em homens e acomete face, tórax e nuca (DAL
GOBBO; FLORIANO, 2010).

113
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Figura 48 – Acne conglobata

Fonte: Azulay e Azulay (2004).

d) Acne rosácea

Trata-se de um quadro eminentemente facial, de ocorrência maior entre


mulheres de 30-40 anos de idade, que pode ser classificado em quatro estágios
de evolução. Em geral, inicia-se por surtos eritematosos periódicos (flush facial)
que, com o tempo, juntam-se em pápulas eritematosas pequenas, de duração
relativamente curta; numa etapa mais avançada, surgem telangiectasias e
pústulas. A evolução é crônica, com episódios agudos. Na fase tardia ocorre uma
hiperplasia das glândulas sebáceas do nariz, o que leva ao aumento do volume
deste, constituindo o quadro de rinofima que comete mais o sexo masculino.
Outros edemas localizados também podem ocorrer (AZULAY-ABULAFIA;
AZULAY; AZULAY, 2004).

Figura 49 – Classificação da evolução da acne rosácea


Eritema episódio Eritema moderado Eritema, Eritema intenso e
Estágio IV
Estágio I

Estágio III
Estágio II

(flushing). e persistente com telangiectasias, persistente,


telangiectasias pápulas e numerosas
finas. pústulas. telangiectasias,
pápulas, pústulas,
nódulos e com a
presença variável
de placas,
edematosas.

Fonte: Adaptado de Azulay-Abulafia; Azulay; Azulay (2004).

e) Acne medicamentosa

Gonadrofinas, esteroides anabolizantes, anticoncepcionais, halógenos (iodo,


cloro ou bromo) podem induzir, manter ou agravar o quadro acneico. A erupção
ocorre em pápulas pequenas ou papulovesicopústulas, às vezes crostículas
hemáticas. Costumam afetar a face, o pescoço, o tronco, ombros, braços e até a
região glútea e coxas (RIVITTI, 2014).

114
Capítulo 3 Ficha de Anamnese Facial

f) Acne ocupacional

Existem alguns subtipos: a elaioconiose acomete áreas expostas ou cobertas


por vestimentas sujas, frequente em metalúrgicos (óleos de corte) e mecânicos
(graxas); a cloracne é uma forma grave de acne ocupacional, causada por
contaminação ambiental ou uso industrial de hidrocarbonetos clorados presentes
nos defensivos agrícolas. Ocorre por obstrução dos folículos pilosos, com irritação e
infecção secundária (ALCHORNE; ALCHORNE; SILVA, 2010; RIBEIRO, D., 2013).

g) Acne cosmética

É uma forma de acne venenata ou acne por contactantes, comum em


mulheres entre 20 a 50 anos, causada pelo uso de cosméticos que, aplicados na
pele, induzem a essa condição, uma vez que numerosas substâncias usadas em
cosméticos são comedogênicas. Há o aparecimento de comedões e pápulas em
pessoas que não apresentam pele seborreica (CERQUEIRA; AZEVEDO, 2009;
RIBEIRO, D., 2013; RIVITTI, 2014).

h) Acne tropical

Costuma ocorrer em pessoas com sudorese excessiva e nos meses de verão,


pelo efeito do calor, desaparecendo progressivamente nos meses mais frios.
Manifesta-se normalmente com pápulas vermelho-violáceas endurecidas e pústulas,
algumas vezes com certo grau de prurido, geralmente localizados no tronco, ombros
e estendendo-se aos braços. O quadro piora com o uso de fotoprotetores oleosos e
horários inadequados de exposição solar (RIBEIRO, D., 2013).

i) Acne escoriada

Ocorre quando o paciente coça e esfrega as lesões acneicas. Em geral, a


acne subjacente é moderada, mas é acompanhada por escoriações extensas.
Essas lesões podem ficar profundas a ponto de ocorrerem cicatrizes. Esse tipo
de acne é mais comum em mulheres jovens e faz parte de um subconjunto de
escoriações neuróticas (BOLOGNIA; JORIZZO; SCHAFFER, 2015).

j) Acne adulta

Quando presente na fase adulta, normalmente estão associadas às disfunções


hormonais, relacionadas aos ovários policísticos ou com aumento dos hormônios
androgênicos, responsáveis pelo aumento de produção de sebo pelas glândulas
sebáceas, provocando obstrução do folículo pilossebáceo e, consequentemente,
a formação dos comedões. Das mulheres com síndrome dos ovários policísticos,
70% apresentam acne, porém a maioria dos casos de acne na mulher adulta não

115
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

está vinculada a uma hormoniopatia. É mais comumente associada às mudanças


hormonais do ciclo menstrual, fisiológicas, relacionadas com a ocorrência de lesões
inflamatórias e até aumento de sebogênese (RIBEIRO, D., 2013).

Quadro 16 – Seção da ficha de anamnese que compreende a avaliação da acne


AVALIAÇÃO DA PELE ACNEICA
Formações sólidas ou coleções líquidas Localização
Microcomedões
Comedões abertos
Comedões fechados
Pápulas
Pústulas
Nódulos
Abscessos
Grau de Acne:
Tipo de Acne:
Observações:

Fonte: A autora.

No link a seguir, você encontrará um artigo que descreve e


ilustra os diferentes tipos de cicatrizes da acne vulgar e como cada
tipo reage aos tratamentos estéticos. Leia com atenção e conheça
melhor os tipos de cicatrizes de acne: <https://revista.spdv.com.pt/
index.php/spdv/article/view/319/293>.

Discromias
As discromias são modificações da cor natural da pele, causadas pelos mais
diversos fatores, entre eles o excesso de exposição à radiação UV, alterações
hormonais, reações alérgicas, alterações genéticas, acidentes mecânicos
(queimaduras), entre outros, e apresentam-se de forma localizada, difusa, regional
ou circunscrita, surgem pela ausência, diminuição ou excesso de melanina, sendo
classificadas de acordo com a sua distribuição anômala em acromias, hipocromias
e hipercromias (RIBEIRO, C., 2013).

116
Capítulo 3 Ficha de Anamnese Facial

Leucodermias são manchas brancas que podem ser acromias, ou seja, sem
coloração, visualmente branco-marfim, originadas pela total ausência de melanina
e possuindo diversos formatos. E as hipocromias, causadas pela diminuição
da melanina, formam manchas com tom mais claro que o da pele do paciente
(RIBEIRO, C., 2013; DAL GOBBO; GARCIA, 2010).

As hipercromias são manchas mais escuras de coloração castanha,
resultantes da produção exagerada da melanina na epiderme. Podem surgir
devido ao envelhecimento, alterações hormonais, inflamações, alergias e
exposição solar, entre outros. Também são denominadas de hiperpigmentações
e hipermelanoses. Quando circunscritas são chamadas de máculas, e quando
difusas ou regionais, são chamadas de melanodermias (RIBEIRO, C., 2013).

Relacionamos a seguir as principais discromias de interesse para a área da


estética:

a) Melasma (cloasma)

É um tipo de hipermelanose adquirida, quase sempre em mulheres maiores


de 25 anos e após a gravidez ou terapia hormonal, mas pode ocorrer em mulheres
mais jovens e que nunca engravidaram, como nas que receberam estrogênio ou
progestogênio, e também em homens. Manifesta-se clinicamente em manchas
castanho-claras a castanho-escuras, localizadas geralmente nas regiões malares,
frontal, labial superior e masseterianas. A intensidade da pigmentação é variável,
podendo chegar a um quadro que pode causar distúrbios emocionais (RIVITTI, 2014).

Figura 50 – Melasma centro-facial

Fonte: Rivitti (2014, s.p.).

b) Efélides ou sardas

São manchas planas, arredondadas ou geométricas, castanhas ou marrons,


em pessoas do fototipo I ou II, peles claras e ruivas, disseminadas no rosto e
partes descobertas do corpo. Normalmente de caráter hereditário, aumentam com
a exposição ao sol ou à luz ultravioleta artificial (RIBEIRO, C., 2013).

117
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Figura 51 – Efélides

Fonte: Rivitti (2014, s.p.).

c) Hiperpigmentação pós-inflamatória ou hipermelanose pós-


inflamatória

É o aumento da melanina após uma inflamação ou lesão na derme ou


epiderme (por exemplo, após acne ou dermatite atópica) que é extremamente
comum, principalmente nos indivíduos que têm a pele mais escura, e que pode
ser agravada por inflamação contínua, trauma ou exposição ultravioleta (UV).
As máculas e placas hiperpigmentadas assintomáticas variam da cor de bronze
para marrom-escuro (melanina epidérmica) ou de cinza-azulado para marrom
acinzentado. As lesões primárias do distúrbio inflamatório subjacente podem ou
não ser evidentes quando misturadas com a hiperpigmentação ou em outro lugar
(BOLOGNIA; JORIZZO; SCHAFFER, 2015).

Figura 52 – Hiperpigmentação pós-inflamatória ocorrida após picadas de inseto

Fonte: Bolognia, Jorizzo e Schaffer (2015).

118
Capítulo 3 Ficha de Anamnese Facial

d) Melanose solar, melanose actínica ou mancha da senilidade

É uma fotodermatose provocada pela frequente exposição à luz solar que


se manifesta em forma de mancha de cor castanho-clara ou escura e que pode
evoluir exclusivamente para a degeneração maligna. Neste caso, a melanose é
infiltrada, de coloração castanho-preta e um pouco mais extensa que o normal.
Localiza-se no dorso das mãos, punhos, antebraços e face (BARROS, 2009).

Figura 53 – Melanose solar

Fonte: Rivitti (2014, s.p.).

e) Albinismo

Caracteriza-se pela total ausência de pigmento melânico na pele, nos olhos


e cabelos, a pele é branca, frágil e fotossensível, cabelos branco-amarelados, íris
translúcida e rósea, nistagmo, diminuição da acuidade visual, fotofobia e fundo de
olho hipopigmentado (RIBEIRO, C., 2013; DAL GOBBO; GARCIA, 2010).

f) Vitiligo

São lesões acrômicas redondas ou ovais, em qualquer parte do corpo,


que crescem até alcançar áreas extensas, com limites nítidos e bordas
hiperpigmentadas. Os pelos das lesões também são despigmentados. Essas
manchas acrômicas, em geral, são bilaterais e simétricas e ocorrem em qualquer
idade, porém são mais frequentes na segunda ou na terceira década da vida,
sem preferência por sexo ou raça. Embora cause prejuízo apenas estético, muitas
vezes desencadeia distúrbios psicossociais de grande importância (RIBEIRO, C.,
2013; AZULAY-ABULAFIA; AZULAY; AZULAY, 2004).

119
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Figura 54 – Vitiligo

Fonte: Ifould, Forsythe-Conroy e Wittaker (2015, s.p.).

g) Pitiríase alba

Hipomelanose adquirida, caracterizada por manchas hipocrômicas,


arredondadas, ásperas, de tamanho variado, com limites mal definidos,
assintomática, nos braços, costas e rosto. Associada à desidratação da pele e
agravada pelo sol (RIBEIRO, C., 2013).

h) Leucodermia solar ou leucodermia gotada

Consistem em manchas acrômico-atróficas que medem entre 2 a 5 mm e ficam


localizadas em áreas expostas, como nos antebraços e nas pernas, associando-se
frequentemente à melanose solar e à queratose solar (RIVITTI, 2014).

i) Pitiríase versicolor

É uma hipomelanose adquirida, caracterizada por manchas brancas que às vezes


se agregam, formando manchas maiores. Por poderem assumir uma cor em tons
acastanhados, recebem o nome de versicolor. Surgem com frequência no pescoço,
tronco e face. É uma doença comum ao verão e contagiosa (RIBEIRO, C., 2013).

j) Fitofotodermatite, dermatite do berloque ou dermatite do limão

De ocorrência comum, principalmente na primavera e no verão ou durante


todo o ano em climas tropicais é a inflamação da pele causada pelo contato
com determinadas plantas durante exposição recreativa ou ocupacional à luz
solar (planta + luz = dermatite). Causa hipermelanose, que é caracterizada pelo
surgimento de manchas marrons em fundo avermelhado, e também pode gerar
bolhas (RIBEIRO, C., 2013; WOLFF; JOHNSON; SAAVEDRA, 2015).

120
Capítulo 3 Ficha de Anamnese Facial

Figura 55 – Fitofotodermatite pelo contato com


limão seguido da exposição à luz solar

Fonte: Bolognia, Jorizzo e Schaffer (2015, s.p.).

k) Acromia residual

É geralmente causada por traumatismos mecânicos e pós-inflamação


acneica, gerando acromia associada a lesões cicatriciais por lesões dos
melanócitos (DAL GOBBO; GARCIA, 2010).

Envelhecimento Cutâneo
Geralmente o rosto é o primeiro a demonstrar os sinais de envelhecimento. O
conteúdo do tecido subcutâneo diminui de maneira considerável, principalmente
na fronte, nas áreas pré-malares e perioral; a musculatura torna-se hipotrófica,
acentuando a queda e a perda da elasticidade, o aparecimento de rugas,
discromias e lesões; a pele torna-se mais fina, desidratada e seca (GANTE,
2013). Essa degeneração senil ocorre de preferência nas regiões em que a pele
ficou mais exposta às intempéries, como a face, o pescoço, dorso das mãos e
antebraços (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

A pele envelhece em resposta a numerosos fatores que variam de pessoa


para pessoa. Os músculos da expressão facial, por exemplo, são únicos por se
inserirem direto na pele, fazendo com que anos de expressões faciais resultem
na formação progressiva de rugas hiperdinâmicas, principalmente nas regiões
frontal, glabelar, nasolabial, perioral e periocular. Também com o envelhecimento,
as partes moles da face perdem sua elasticidade inerente e sua habilidade de
resistir ao repuxamento, assim começam a ceder e decair sob os efeitos da
gravidade. A exposição solar e o tabagismo tendem a acelerar esses processos
(TAN; GLOGAU, 2009).

As rugas gravitacionais decorrem da flacidez do envelhecimento facial, que


em conjunto com as diversas alterações acarretam na ptose da face. As dinâmicas

121
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

são decorrentes dos movimentos repetitivos dos músculos responsáveis pela


expressão facial e aparecem com o movimento, já as estáticas são perceptíveis
mesmo na ausência dos movimentos e atingem as mesmas estruturas que as
dinâmicas: ao redor dos olhos, horizontais na fronte (testa), glabelares verticais,
sulco nasogeniano (do nariz ao lábio), pequenas rugas peribucais (GUIRRO;
GUIRRO, 2004).

As rugas podem ser superficiais, principalmente quando há diminuição


das fibras elásticas na derme papilar e quando desaparecem ao estiramento
da pele, ou profundas, que são decorrentes principalmente da ação solar e não
desaparecem ao estiramento da pele (BORGES; SCORZA, 2016).

Quando fazemos um exame em uma pele envelhecida, devemos observar


a elasticidade, a presença de linhas de expressão, estáticas e gravitacionais, o
teor de hidratação, a coloração, a superfície cutânea (fina ou espessa), a presença
de hipotonia muscular e a preservação do contorno da face (GANTE, 2013).

a) Fotoenvelhecimento

Também chamado de actínico, o fotoenvelhecimento depende do tipo de pele


e da intensidade da exposição solar e é considerado mais agressivo e causa mais
danos à pele. Este tipo de pele apresenta a epiderme espessa com aumento da
camada córnea, aumento dos melanócitos com hiper ou hipofunção (aparecimento
de discromias), maior deposição de fibras elásticas alteradas (desenvolvimento
de elastose), fibras colágenas em menor número e fragmentadas (aparecimento
de rugas e sulcos), e desenvolvimento de processos tumorais (GANTE, 2013).

O termo fotoenvelhecimento refere-se às alterações clínicas,


histológicas e funcionais características da pele cronicamente
exposta à irradiação solar. Embora compartilhe alguns aspectos
com a pele cronologicamente envelhecida, não exposta ao
sol, alguns são exclusivos do fotoenvelhecimento, tornando-
se uma entidade independente com sua fisiopatologia própria
(FIGUEIRA et al., 2004, p. 525).

Sem dúvidas, a exposição solar contribui de maneira expressiva no


envelhecimento extrínseco, ocasionando ceratoses actínicas, lentigos, rítides,
aspereza da pele, telangiectasias. Em contrapartida, o envelhecimento cronológico
e o fotoenvelhecimento são considerados entidades distintas. Enquanto no
primeiro as alterações são sutis e consistem primariamente em flacidez,
rugas finas, certo grau de maciez e palidez cutânea, o segundo caracteriza-
se pela aspereza, rugas mais proeminentes, pigmentação irregular e difusa,
telangiectasias, um tom amarelado da pele e uma variedade de lesões benignas,
pré-malignas e neoplásicas. As alterações do fotoenvelhecimento podem surgir
muito antes daquelas relacionadas ao envelhecimento cronológico, porém esses

122
Capítulo 3 Ficha de Anamnese Facial

dependerão também de aspectos como o tipo de pele, natureza de exposição


solar e capacidade individual de reparação do dano solar (FIGUEIRA et al., 2004).

Para a avaliação, podemos utilizar a classificação sistemática dos tipos


de fotoenvelhecimento desenvolvida por Glogau, a seguir. Dependendo da
quantidade de exposição solar, essas generalizações se aplicam a diferentes
graus em pacientes com pele mais pigmentada.

Figura 56 – Classificação de Glogau de Fotoenvelhecimento

Tipo II - “Rugas em movimento”

• Fotoenvelhecimento inicial - alterações pigmentares leves, sem ceratoses,


rugas mínimas.
• Pacientes jovens - 20 ou 30 anos.
• Maquiagem mínima ou ausente.

Tipo II - “Rugas em movimento”

• Fotoenvelhecimento leve a moderado - lentigos senis sensíveis iniciais;


ceratoses palpáveis, mas não visíveis; linhas paralelas ao sorriso come-
çando a aparecer lateralmente à boca.
• Idade do paciente - final dos 30 e 40 anos.
• Geralmente usa maquiagem.

Tipo III - “Rugas em repouso”

• Fotoenvelhecimento avançado - discromia visível e telangiectasias; cera-


toses visíveis; rugas mesmo sem movimentação facial.
• Idade do paciente - 50 anos ou mais velho.

Tipo IV - “Apenas rugas”

• Fotoenvelhecimento grave - pele com coloração amarelo-acinzentada;


malignidades cutâneas prévias, rugas por toda a face, não há pele normal.
• Idade do paciente - sexta ou sétima década, não pode usar maquiagem -
aspecto “rachado”.

Fonte: Glogau (1994;1996 apud TAN; GLOGAU, 2009).

123
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Câncer de Pele e Outras Alterações


Frequentes
Trabalhando diretamente com a pele, o esteticista muitas vezes pode se
deparar com alterações ou doenças dermatológicas que poderão estar fora do
alcance dos seus tratamentos, bem como deve ter noção dos cuidados que deve
ter nessas ocasiões. Por esta razão foram selecionadas algumas das alterações
mais recorrentes para serem abordadas aqui.

Em primeiro lugar, considera-se que a regionalidade lesional ajuda muito


no diagnóstico de determinadas dermatoses, pois elas incidem mais ou quase
exclusivamente em determinadas regiões. Na face, por exemplo, são mais
frequentes, dentro de certa relatividade: acne rosácea, dermatite seborreica,
dermatite atópica, ceratose actínica, cloasma, herpes simples, nevos de vários
tipos, fotodermatoses, vitiligo, entre outros (AZULAY; AZULAY-ABULAFIA;
AZULAY, 2004);

a) Nevos melanocíticos

Os nevos caracterizam-se por máculas, pápulas ou nódulos pequenos,


circunscritos. Variam na cor desde azul/negro até marrom, cor-de-rosa ou cor
de pele. Os nevos adquiridos quase sempre têm menos de 1 cm de diâmetro e
podem ocorrer em qualquer local, mas com predileção por áreas expostas ao sol.
Os mais comuns são os nevos juncionais, que surgem na junção derme-epiderme
e são maculosos; os nevos intradérmicos, com células restritas à derme e são
papulosos, e os compostos, que apresentam componentes juncionais e dérmicos
e geralmente são papulosos (SOUTOR; HORDINSKY, 2015).

Outras apresentações menos comuns são o nevo halo, que são nevos
circundados por um halo de despigmentação; o nevo azul, que são nevos
adquiridos que variam na cor do azul ao negro, e o Nevo de Spitz, que são nevos
pequenos, caracteristicamente rosados ou castanhos que surgem de forma
súbita, principalmente em crianças (SOUTOR; HORDINSKY, 2015).

124
Capítulo 3 Ficha de Anamnese Facial

Figura 57 – Nevos intradérmicos (à esquerda) e nevos juncionais

Fonte: Soutor e Hordinsky (2015, s.p.).

Figura 58 – Nevo halo (à esquerda) e nevo azul

Fonte: Soutor e Hordinsky (2015, s.p.).

Os nevos melanocíticos (sinais) são tumores de pele benignos comuns em


sua maioria, mas os atípicos apresentam certas características que lembram
o melanoma maligno e, em determinadas circunstâncias, a sua presença é
considerada indicadora de maior risco para o desenvolvimento do melanoma
maligno. Este é o único entre os cânceres mais graves que pode ser detectado
por médicos em pacientes com um simples exame de pele (SOUTOR;
HORDINSKY, 2015).

b) Câncer de pele

O câncer de pele pode se apresentar como um tumor brilhante e pálido, que


pode sangrar e formar crosta ou uma placa seca, áspera, que descama. Já o
melanoma caracteriza-se, principalmente, pela mudança de cor de um nevo e
geralmente é uma lesão de cor preta ou marrom com algumas áreas vermelhas,
azuis ou brancas que não se eleva muito sobre a pele, exceto quando é nodular
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016).

125
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

É importante que o profissional conheça os sinais indicativos do câncer


de pele e, ao suspeitar de alguma alteração, encaminhar o paciente ao médico-
dermatologista. Uma técnica utilizada para identificar as principais alterações
suspeitas é o guia as letras do alfabeto de A a E, como descritas a seguir por
Cohen (2013):

• A – Assimetria: alguns melanomas são assimétricos, com uma metade


diferente da outra.
• B – Borda: normalmente as lesões malignas apresentam bordas
irregulares.
• C – Cor: tons que variam entre o castanho escuro e o preto são o primeiro
indício de alteração.
• D – Diâmetro: suspeitar de lesões com diâmetro superior a 6 mm.
• E – Evolução: ao mapear os nevos na anamnese e análise na pele feita
na primeira sessão, o profissional tem condições de observar alterações
no tamanho, forma, cor, sangramento, coceira ou se a pinta está
descamando, bem como alertar na busca de uma avaliação médica.

Todavia, deve-se ter consciência de que há limitações dessa regra para


as pequenas lesões, pois pequenos melanomas podem ter as características
não tão claras. Da mesma forma, nevos melanocíticos benignos podem
ter características atípicas, reduzindo a sensibilidade da regra do ABCDE
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016).

Figura 59 – Regra do ABCDE para identificação do câncer de pele melanoma

Fonte: Tallita Rezende Dermatologista (2015, s.p.).

126
Capítulo 3 Ficha de Anamnese Facial

c) Psoríase

As lesões características da psoríase consistem em pápulas e placas


escamosas crônicas e recidivantes. Ocorrem erupções pustulosas e vermelhidão
intensa. A apresentação clínica varia entre indivíduos, podendo apresentar apenas
algumas placas localizadas, até o acometimento cutâneo generalizado (WOLF;
JOHNSON; SAAVEDRA, 2015).

Figura 60 – Psoríase, acometimento facial

Fonte: Wolff, Johnson e Saavedra (2015, s.p.).

d) Dermatite atópica

A dermatite atópica (DA) é uma doença genética, de herança poligênica,


com evidentes alterações imunológicas, fortemente influenciadas por fatores
ambientais e, eventualmente, emocionais. É considerada a principal manifestação
cutânea de atopia que pode ocorrer em qualquer idade a partir do 3° mês de vida.
O prurido é intenso e está sempre presente. Sua distribuição usual compreende
dobras antecubitais e poplíteas, mas também pode comprometer o pescoço,
pálpebras, mãos e punhos. Tende a atenuar-se com a idade, sendo rara a sua
persistência após os 30 anos (CESTARI; AZULAY; AZULAY, 2004).

e) Urticária

A urticária é uma erupção pruriginosa muito comum, constituída por lesões


efêmeras, eritematoedematosas circunscritas, de vários tamanhos, produzidas
por causas e mecanismos diversos. A alergia ao látex da borracha natural afeta
pessoas rotineiramente expostas aos produtos com borracha. As reações ao látex
da borracha ocorrem como síndrome da urticária de contato, tipicamente dentro
de uma hora após a exposição ao látex (CRIADO; CRIADO; AZULAY, 2004).

A lesão característica da urticária é uma lesão eritematoedematosa


denominada urtica, que pode ter grandes dimensões ou apresentar-se como
grandes placas (urticária gigante), e neste caso, o edema comprime os vasos,

127
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

fazendo com que a placa apresente um centro anêmico, sendo esta uma
característica comum às urticas no seu início antes de evoluírem para a forma
final de placas róseas, as quais regridem após algumas horas (máximo de 24 a 48
horas) sem lesões residuais, a menos que a pele seja danificada pela coçadura
intensa. O prurido está quase sempre presente e pode ser intenso e às vezes é o
elemento mais importante do quadro, podendo ser temporário. O angioedema e
a urticária podem frequentemente coexistir ou ocorrerem isoladamente (CRIADO;
CRIADO; AZULAY, 2004).

A urticária comum pode ser dividida em aguda, com até seis semanas
de atividade contínua, crônica, seis ou mais semanas de atividade contínua
e episódica, que ocorre de forma intermitente. Na urticária aguda as lesões
surgem subitamente, na maioria dos casos em forma de grandes placas e podem
ter origem idiopática ou ter como causa alimentos como frutas (por exemplo,
morango), frutos-do-mar, castanhas, condimentos, chá, chocolate e produtos
laticínios, drogas como antibióticos, ácido acetilsalicílico e anti-inflamatórios não
hormonais, morfina e codeína, também pelos hemoderivados, radiocontrastes,
infecções virais e doenças febris, picadas de abelha e vespa (CRIADO; CRIADO;
AZULAY, 2004).

A urticária de contato ocorre em consequência do contato com substâncias


específicas como plantas, pelos de animais, leite, trigo etc. Após o contato com
a substância, surge normalmente de forma localizada em poucos minutos e
desaparece dentro de uma a quatro horas. Preparações alimentares proteicas e
o uso de luvas de látex são causas comuns de urticária de contato nas mãos
(CRIADO; CRIADO; AZULAY, 2004).

f) Dermatite de contato

A dermatite de contato ou eczema de contato pode ser dividida em dois
tipos, segundo sua etiologia e fisiopatogenia: dermatite de contato por irritante
primário (DCIP) e dermatite de contato alérgica (DCA).

A dermatite de contato por irritante primário normalmente é provocada


por substâncias alcalinas ou ácidas fracas, não tendo capacidade de provocar
queimaduras ou necrose, apenas irritação cutânea. Ao entrar em contato
com a pele, essas substâncias causam injúria aos ceratinócitos, ocasionando
reação inflamatória na derme papilar. Clinicamente, caracteriza-se por eritema,
descamação e, por vezes, vesículas e bolhas, que surgem em contato com
agentes irritantes mais fortes ou depois de semanas de contato com agentes
irritantes mais fracos. Não há envolvimento com o sistema imunológico e qualquer
indivíduo em contato com tais substâncias desenvolverá DCIP, que sempre ficará
restrita ao local de contato. As duas principais variáveis são a concentração da

128
Capítulo 3 Ficha de Anamnese Facial

substância e o tempo de exposição, e a suscetibilidade depende da espessura da


camada córnea, ou seja, é mais fácil ocorrer DCIP na pele fina do que na que tem
a epiderme mais espessa (CESTARI; AZULAY; AZULAY, 2004).

Na dermatite de contato alérgica existe envolvimento primário do sistema


imunológico, sendo que a hipersensibilidade adquirida persiste por toda a vida,
embora, eventualmente, possa ocorrer o desenvolvimento da tolerância com
a exposição continuada, havendo então a cura. Nestes casos, determinadas
substâncias são especialmente sensibilizantes, como apresentam Cestari, Azulay
e Azulay (2004):

• Metais – cromo (cimento, tipografia, couros), níquel (objetos de adorno e


de utilidades domésticas), mercúrio (remédios).
• Antibióticos – com destaque a neomicina, penicilina, furacin e
cloranfenicol.
• Cosméticos – eosina, hidroquinona, piragalol, azocorantes, resorcina,
fenol, formol e outras.
• Borracha e derivados – marcaptobenzotizóis e o éter monobenzílico de
hidroquinona.
• Objetos plásticos – polivinil, polietileno, acrílicos, formaldeídos,
nitrocelulose, poliamidos, os diversos componentes das epoxirresinas e
outros.

Figura 61 – Eczema de contato alérgica a esmalte

Fonte: Azulay e Azulay (2004, s.p.).

Figura 62 – Apresentação das três formas de DCA (sempre com muito prurido)

CRÔNICA SUBAGUDA AGUDA

Eritemas, Eritema,
pápulas, vesículas,
Liquenização.
escamas e exsudação e
crostas. crostas.

Fonte: Adaptado de Cestari, Azulay e Azulay (2004).

129
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

O formato e a localização das lesões podem ajudar no diagnóstico. Por


exemplo, lesões nos lóbulos auriculares estão relacionadas a componentes dos
brincos, como o níquel. Algumas vezes, as lesões são encontradas a distância do
sítio original, ocorrendo por alérgeno pelas mãos do paciente ao se coçar. Procura-
se correlacionar o local da dermatite a várias exposições; assim, no eczema de
pescoço, deve-se investigar joias e adereços de metais e plásticos, perfumes,
roupas, corantes de tecidos etc. Quer na indústria, quer em outras profissões, a
pessoa expõe-se seletivamente a determinados antígenos, um exemplo disso é a
dermatite de contato em cabeleireiros nos quais deve-se pesquisar os corantes,
xampus, depilatórios, perfumes etc. (CESTARI; AZULAY; AZULAY, 2004).

Todas essas informações devem servir para que o profissional da estética


possa ter uma noção do que pode estar acometendo o seu paciente e encaminhá-
lo ao médico quando necessário. Este, se julgar necessário, realizará testes de
contato para a identificação das substâncias às quais o indivíduo é alérgico. Tendo
o conhecimento do agente causal, a primeira providência que o profissional deve
tomar em relação ao paciente é afastá-lo dele, observando a presença deste em
seu atendimento.

g) Micoses superficiais

As micoses são doenças produzidas por cogumelos que se localizam


preferencialmente na pele e/ou em seus anexos e são classificadas em quatro
grupamentos: ceratofitoses, dermatofitoses, dermatomicoses e candidíases. O
contágio inter-humano é frequente (SCHECHTMAN; AZULAY; AZULAY, 2004).

As ceratofitoses são micoses essencialmente superficiais que se localizam


na ceratina da epiderme e dos pelos. Dentre elas está a pitiríase versicolor, que é
uma doença de distribuição universal, mais frequente na população adulta e em
climas quentes e úmidos. As lesões são inicialmente arredondadas, por surgirem
a partir da estrutura pilossebácea (o agente é lipofílico), com lesões geralmente
hipocrômicas descamativas. Podem ser hipercrômicas ou eritematosas, daí o
nome versicolor (SCHECHTMAN; AZULAY; AZULAY, 2004).

As dermatofitoses representam a infecção fúngica mais comum do homem.


Há várias espécies de dermatófitos, com determinadas variações, e sua
prevalência é maior nas zonas tropical e subtropical, em regiões de clima quente
e úmido. A mesma espécie pode produzir quadros clínicos bem diferentes e,
inclusive, com seletividade de grupos etários. Na dermatofitose da face, as lesões
são eritematoescamosas de crescimento centrífugo, às vezes com disposição
de asa de borboleta, lembrando o lúpus e a dermatite seborreica, e o prurido
geralmente é discreto (SCHECHTMAN; AZULAY; AZULAY, 2004).

130
Capítulo 3 Ficha de Anamnese Facial

Dentre as dermatofitoses inflamatórias existem três tipos principais: o quérion,


que é localizado no couro cabeludo ou barba e se manifesta em forma de placa de
foliculite aguda ou subaguda, eminentemente hiperérgica, com intensa supuração
e cura espontânea, às vezes com alopecia cicatricial; a sicose tricofítica, que
apresenta pústulas centralizadas por pelos na região da barba e bigode. Às vezes
são isoladas e, outras vezes, formam conglomerados; a evolução é, em geral,
crônica, e; folliculitis capitis abscendens et suffodiens, caracterizada por lesões de
foliculite com túneis intercomunicando abscessos, no couro cabeludo.

Figura 63 – Sicose tricofítica

Fonte: Azulay; Azulay (2004, s.p.).

h) Herpes simples

É uma dermatovirose causada pelo herpes-vírus de transmissão por


contato pessoal, que inicialmente apresenta-se na forma de eritema discreto,
edema e ardor. É caracterizada por vesículas puntiformes, túrgidas e brilhantes,
agrupadas em buquês e tensas, contendo líquido transparente. Aumentam e
reaparecem quando há manifestações febris ou em estados fisiológicos, como a
menstruação. As vesículas do tipo 1 localizam-se na borda vermelha dos lábios,
narinas externas ou extensão variável da face. As do tipo 2 são geralmente de
transmissão sexual e acometem genitália e ânus (BARROS, 2009).

Figura 64 – Herpes simples

Fonte: Dermatologia.net (s.d., s.p.).

131
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

É importante que o profissional analise a existência de doenças dermatológicas,


principalmente as que são contagiosas e aquelas que necessitam de tratamento
adequado, e faça o devido encaminhamento do paciente ao médico especialista.

Quadro 17 – Seção da ficha de anamnese que compreende a avaliação


das discromias, dos sinais de envelhecimento e de outras alterações
AVALIAÇÃO DAS DISCROMIAS, SINAIS DE ENVELHECIMENTO E OUTRAS ALTERAÇÕES
Discromias, marcas ou rugas Localização:
Melasma (cloasma)
Efélides
Hiperpigmentação pós-inflamatória
Melanose solar
Leucodermia solar
Nevos melanocíticos
Outras (descrever)
Rugas finas
Rugas superficiais
Rugas profundas
Classificação Glogau de envelhecimento
Alterações cutâneas suspeitas ou descon-
hecidas:

Fonte: A autora.

Contraindicações e Observações
Gerais
É possível ter fichas de anamnese para a estética facial distintas para
homens, mulheres e para tratamentos que exigem maiores cuidados, como os
peelings. Como já comentamos nos capítulos anteriores, ter fichas específicas
para os variados setores e tipos de tratamentos na estética faz com que tenhamos
avaliações que exploram melhor as necessidades de cada paciente e, ao mesmo
tempo, tornam-se mais práticas. No entanto, em algumas ocasiões elas podem
ser unificadas, por conterem pouquíssimas informações distintas. Avalie a
praticidade e os tipos de informações que você deseja e precisa coletar. Isso vale
para as contraindicações, uma vez que é preciso observar os tipos de produtos
e equipamentos que são utilizados em cada local, pois cada um tem a sua
contraindicação, que deve ser lembrada no momento da anamnese.

A ficha apresentada neste capítulo é generalizada e cada profissional


deve adaptar a sua. Também é importante anexarmos autorizações médicas,

132
Capítulo 3 Ficha de Anamnese Facial

fotografias (se impressas) e um Termo de Responsabilidade ou Consentimento,


no qual o paciente deve confirmar que compreendeu sobre os procedimentos
que serão realizados, sobre a veracidade das informações por ele repassadas,
e que tomará os devidos cuidados em relação à pele conforme orientação do
profissional, principalmente em casos de realização de peelings.

Como já comentamos em outros capítulos, a fotografia é uma forma muito


interessante para fazer o acompanhamento da evolução dos tratamentos faciais,
uma vez que a maioria dos motivos de insatisfação dos pacientes está relacionada
a sua aparência visual. Não se esqueça de fazer todos os procedimentos que
já vimos, para que as fotografias fiquem bem padronizadas e tenham a melhor
qualidade possível. Isso enriquecerá muito a avaliação.

Atividades de Estudos:

1) Descreva as formações sólidas e coleções líquidas presentes na


pele acneica.
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

2) Preencha o seguinte processo, do grau mais brando para o


grau mais grave de acne, utilizando duas palavras-chave para
descrever cada grau.

Grau II Grau IV

Grau I Grau III Grau V

3) Faça uma breve descrição da acne rosácea.


____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

133
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

4) Identifique e descreva a discromia presente na imagem a seguir:

____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

5) Relacione as principais diferenças entre o envelhecimento


cronológico e o fotoenvelhecimento.
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

6) Explique o que é a regra “ABCDE” na identificação do câncer de


pele melanoma.
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____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

Algumas Considerações
Avaliar adequadamente uma pessoa em busca de um tratamento, visando
melhorar os aspectos da sua estética, é buscar o melhor que pudermos oferecer
a ela. Isso significa resgatar todo o conhecimento científico e aplicá-lo de forma a
identificar corretamente as queixas levantadas pelo paciente: definir o que é essa
queixa, sua classificação, suas possíveis causas ou fatores agravantes e traçar

134
Capítulo 3 Ficha de Anamnese Facial

um plano de tratamento mais adequado, considerando se o histórico pessoal,


que inclui seus hábitos e as suas condições de saúde, permite a utilização dos
procedimentos selecionados.

Os métodos avaliativos em Estética Facial e Estética Corporal são um


conjunto de técnicas e informações que possibilitam um tratamento seguro, mais
eficaz possível e com todos os seus dados coletados registrados numa ficha de
anamnese, que é um importante documento que deve estar presente nas clínicas
de estética.

Algumas fichas de anamnese fornecidas por marcas de produtos cosméticos,


ou mesmo encontradas em algumas bibliografias, estão estruturadas com itens
predefinidos para serem apenas assinalados, tornando assim o seu preenchimento
mais rápido. É uma forma muito interessante de realizar a anamnese, porém
devemos ficar atentos se todos os requisitos serão atendidos, e mesmo nesse tipo
de ficha sempre haverá a necessidade de um campo de observações gerais para
um livre preenchimento, uma vez que não é possível prever tudo o que poderá
surgir nas futuras avaliações.

Exploramos também várias possibilidades para as avaliações estéticas,


mas enfatizamos, mais uma vez, que as técnicas e os métodos avaliativos
aqui apresentados, as classificações das principais queixas estéticas, os
questionamentos, bem como todos os itens relacionados nas fichas não devem
ficar assim restritos. É preciso estar atento às novas descobertas científicas, aos
recursos oferecidos (equipamentos, cosméticos, recursos manuais) e ao perfil
dos pacientes atendidos em cada local. Os componentes da avaliação estética
dependem dos recursos disponíveis (fatores que possam indicar, interferir ou
contraindicar) e a forma de avaliar a evolução dos tratamentos depende de cada
profissional, que deverá ser capaz de analisar o que é mais adequado para as
suas necessidades.

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ocupacionais. Anais brasileiros de dermatologia. V. 85, n. 2, p. 137-147, 2010.

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Capítulo 3 Ficha de Anamnese Facial

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137
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

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138
Capítulo 3 Ficha de Anamnese Facial

ANEXO I – Ficha de anamnese facial completa

FICHA DE ANAMNESE – ESTÉTICA FACIAL


IDENTIFICAÇÃO
Nome completo: _________________________________________________________
Profissão: ______________________________________________________________
Data de nascimento: ________/________/_________
Sexo/Identidade de gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino
Endereço:_______________________________________________________________
Cidade/Estado: __________________________________________________________
E-mail:__________________________________________________________________
Telefones: Cel:_____________________________Outro:_________________________
.............................................................................................................................................
Queixa/Localização: _____________________________________________________
HISTÓRICO
Cosméticos que utiliza: ____________________________________________________
Uso de filtro solar: ________________________________________________________
Tratamentos estéticos faciais anteriores e resultados:______________________________
Gestante: Sim ( ) Não ( )
Fumante: Sim ( ) Não ( )
Alérgico(a):______________________________________________________________
Medicamentos em uso:____________________________________________________
Contraceptivos ou tratamentos hormonais:______________________________________
Doença cardíaca: ________________________________________________________
Transtornos circulatórios: __________________________________________________
Problemas endócrinos: ____________________________________________________
Ingestão de água: ________________________________________________________
Outras observações: _____________________________________________________
______________________________________________________________________
CLASSIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DA PELE
Biótipo cutâneo:
Descrição da umidade, oleosidade e elastici-
dade da pele:
Fototipo:
Cor da pele:
ALTERAÇÕES OBSERVADAS LOCALIZAÇÃO
Atrofia
Cicatrizes comuns
Cicatrizes residuais
Cicatriz hipertrófica
Queloide
Ceratose
Manchas pigmentares
Eritema
Telangiectasias

139
MÉTODOS AVALIATIVOS EM ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL

Angioma
Petéquia, Víbice, Equimose ou Hematoma
Outras (descrever):

AVALIAÇÃO DA PELE ACNEICA


Formações sólidas ou coleções líquidas Localização
Microcomedões
Comedões abertos
Comedões fechados
Pápulas
Pústulas
Nódulos
Abscessos
Grau de Acne:
Tipo de Acne:
Observações:

AVALIAÇÃO DAS DISCROMIAS, SINAIS DE ENVELHECIMENTO E OUTRAS ALTER-


AÇÕES
Discromias, marcas, rugas Localização:
Melasma (cloasma)
Efélides
Hiperpigmentação pós-inflamatória
Melanose solar
Leucodermia solar
Nevos melanocíticos
Outras (descrever)

Rugas finas
Rugas superficiais
Rugas profundas
Classificação Glogau de envelhecimento
Alterações cutâneas suspeitas ou descon-
hecidas:
Relatório:
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

140

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