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Faculdade de Ciências Econômicas – FCE

Departamento de Economia e Relações Internacionais – DERI


Curso: Graduação em Ciências Econômicas 5 - O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (SFN)
Disciplina: Economia Monetária I - A – ECO 02002 – Turma B
5 O Sistema Financeiro Nacional (SFN)
(Fontes: Lopes, J.C. e Rossetti, J.P. Economia Monetária. Ed. Atlas, 6.ed., 1992 – Banco Central do Brasil, www.bcb.gov.br).
Sistemas financeiros são definidos pelo conjunto de mercados financeiros existentes numa dada economia, pelas instituições
financeiras participantes e suas interações e pelas regras de participação e intervenção do poder público nesta atividade.
Para que se possa entender porque sistemas financeiros são organizados de forma diferenciada nos diversos países, é preciso
conhecer as razões que levaram à criação de cada sistema, mediante a sua história e a da sociedade em que se insere.
5.1 A Evolução do Sistema Financeiro Nacional (SFN) desde 1808
5.1.1 Do Império aos Primeiros Anos da República
Com a transferência da família real para o Brasil, em 1808, criaram-se as pré-condições necessárias para o surgimento da
intermediação financeira no país, mediante a constituição de bancos comerciais.
Foi criada, em outubro de 1808, a primeira instituição financeira do país, o Banco do Brasil, cujas operações iniciaram em 1809.
em 1829, após longo período crítico, foi autorizada a liquidação do Banco do Brasil, cujas operações se encerraram em 1835.
Em 1833, foi aprovada a criação de um segundo Banco do Brasil. Mas, em virtude dos traumas decorrentes do insucesso da
primeira experiência, não se conseguiu a subscrição do capital exigido para sua instalação.
Em 1836 foi estabelecido o primeiro banco comercial privado do país, o Banco do Ceará, que encerrou suas atividades em 1839,
em função da concessão de créditos de longo prazo, sem que houvesse captações de recursos também resgatáveis a longo
prazo.
Em 1838 foi criado o Banco Comercial do Rio de Janeiro. O sucesso dessa instituição ensejou o surgimento de outras instituições
congêneres, como o Banco da Bahia (1845), o Banco do Maranhão (1847) e o Banco de Pernanbuco (1851).
Em 1851 foi instituído o segundo Banco do Brasil (Banco do Comércio e da Indústria do Brasil), com iniciativa do Barão de Mauá.
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Em 1853, verificar-se-ia a fusão entre o Banco Comercial do Rio de Janeiro e o Banco do Brasil, com o objetivo de criar um novo
estabelecimento, sob a denominação também de Banco do Brasil (o terceiro BB a funcionar efetivamente). Surgiram, na mesma
época, novas casas bancárias, como o Banco Comercial e Agrícola, o Banco Rural e Hipotecário, o Banco da Província do Rio
Grande do Sul, o Banco Mauá, MacGregor e o Banco Comercial do Pará.
A partir do início da década de 1860, as atividades de intermediação financeira no país seriam ampliadas, com a chegada dos
primeiros bancos estrangeiros. Os primeiros (em 1863) foram o London & Brazilian Bank e o The Brazilian and Portuguese Bank.
No final do Império, houve a libertação dos escravos (1888), tendo nessa época ocorrido perdas importantes em colheitas,
escassez, inflação, mas que motivou um primeiro surto de industrialização. Ainda no Império, para atender às pressões por
maior volume de crédito, em virtude da expansão da massa salarial e das necessidades de financiamento dos novos
empreendimentos, o poder emissor, que se encontrava a cargo do Tesouro, foi estendido aos bancos.
Nos primeiros anos do governo republicano a expansão imoderada de crédito não foi interrompida. Em seguida a um curto
período de crescimento acelerado, apareceram focos de especulação, que resultaram na crise do encilhamento (1889/91),
período caracterizado pela rápida expansão dos meios de pagamento, pela excitação das atividades de intermediação financeira
e por decorrente surto inflacionário.
Os esforços de estabilização pós-encilhamento levaram o sistema bancário do país, inclusive o Banco do Brasil, a enfrentar
dificuldades operacionais. Resultaram daí novas fusões bancárias, envolvendo o próprio Banco do Brasil, que em 1892 se fundiu
ao Banco da República dos Estados Unidos do Brasil, resultando no Banco da República do Brasil. Nos cinco primeiros anos do
século, quando, não resistindo à recessão econômica do período, muitas casas bancárias foram liquidadas. O próprio Banco da
República do Brasil foi também liquidado em 1905.
Em 1906, ao final da crise financeira do início do século, foram reativadas as operações do Banco do Brasil.
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5.1.2 O Período das Guerras e da Depressão
O período de 1914 a 1945 apresentou considerável importância para a intermediação financeira no Brasil, destacando-se:
• a expansão do sistema de intermediação financeira de curto e médio prazos no país;
• a criação da Inspetoria Geral dos Bancos (1920), posteriormente substituída pela Caixa de Mobilização e Fiscalização Bancária
(1942), a instalação da Câmara de Compensação (1921) e a implantação da Carteira de Redescontos do Banco do Brasil (1921);
• projetos para a criação de instituições especializadas no financiamento de longo prazo, mas a vigência da Lei da Usura, de 1933
(Decreto nº 22.626, de 07 de abril), restringiu o surgimento de intermediários financeiros bancários ou não bancários dispostos a
realizar operações com longos prazos em um contexto de inflação crescente;
• Início de estudos e esforços convergentes para a criação de um Banco Central no país.
Obs.: a criação do Banespa, em São Paulo, e a do Banrisul (primeiro com a marca BRGS, depois BERGS), no Rio Grande do Sul,
ocorreu nessa época (anos 1920).
5.1.3 Do Pós-Guerra às Reformas de 1964-65
O período de 1945 a 1964 foi de transição entre a estrutura simples de intermediação financeira ao longo da primeira metade do
século e a complexa estrutura a partir das reformas institucionais de 1964-65. Os destaques do período foram:
• a consolidação e penetração no espaço geográfico da rede de intermediação financeira nas diferentes regiões do país;
• a implantação da Superintendência da Moeda e do Crédito – SUMOC, passo inicial à criação de um banco central no país;
• a criação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico - BNDE;
• a criação de instituições financeiras de apoio a regiões carentes, como o Banco do Nordeste do Brasil - BNB, o Banco de Crédito
da Amazônia e do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul - BRDE;
• o desenvolvimento de companhias de crédito, financiamento e investimento, para a captação e aplicação de recursos em
prazos compatíveis com a crescente demanda de crédito para o consumo de bens duráveis e bens de capital
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Arrecadação de Tributos e Pagamento de Benefícios
Até a década de 1960, quase todo o relacionamento entre população e órgãos públicos era feito diretamente entre as partes.
Cada entidade mantinha a própria estrutura para arrecadação de impostos e taxas de serviços, ou para o pagamento de
benefícios. Os bancos passaram a substituir as coletorias e postos de recebimento de taxas de serviços públicos e pagamentos de
benefícios, servindo de intermediários entre os órgãos públicos e o contribuinte
5.2. As Reformas de 1964-65 e a Evolução Posterior do SFN
A próxima fase da evolução da intermediação financeira no país inicia-se no biênio 1964-65, com quatro leis, que introduziram
profundas alterações na estrutura do sistema financeiro nacional.
Lei n. 4.357, de 1964 (Lei da Correção Monetária), que instituiu normas à indexação de débitos fiscais, criou títulos públicos
federais com cláusula de correção monetária (ORTN).
Lei n. 4.380, de 21.08.64 (Lei do Plano Nacional da Habitação), que instituiu a correção monetária nos contratos imobiliários,
criou o Banco Nacional da Habitação - BNH e institucionalizou o Sistema Financeiro da Habitação, criou as Sociedades de Crédito
Imobiliário e as Letras Imobiliárias.
Lei n. 4.595, de 31.12.64 (Lei da Reforma do Sistema Financeiro Nacional), que dispôs sobre a política e as instituições
monetárias, bancárias e creditícias, criou o Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central do Brasil (BCB) e foi a base da
reforma bancária.
Lei n. 4.728, de 14.07.65 (Lei do Mercado de Capitais), que disciplinou e reformou o mercado de capitais e estabeleceu medidas
para seu desenvolvimento.
Nos anos subsequentes foram instituídas outras leis para o reordenamento institucional do SFN, quais sejam: Lei n. 6385, de
1976 (Lei da CVM), Lei n. 6.404, de 1976 (Lei das SA) e Lei n. 10.303, de 2001 (Nova Lei das SA).
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A estrutura do SFN emergente da reforma de 1964/65 foi a seguinte:
Sistema Financeiro Nacional: Autoridades Monetárias, Autoridades de Apoio, Instituições Financeiras
Autoridades Monetárias: Conselho Monetário Nacional, Banco Central do Brasil
Autoridades de Apoio: Comissão de Valores Mobiliários, Banco do Brasil S/A, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social
Instituições Financeiras: Bancos Comerciais Públicos e Privados
Bancos Estaduais de Desenvolvimento
Bancos Regionais de Desenvolvimento
Banco Nacional da Habitação (BNH)
Caixa Econômica Federal (CEF)
Caixas Econômicas Estaduais
Sociedades de Crédito Imobiliário
Associações de Poupança e Empréstimo
Cooperativas Habitacionais
Soc. de Créd. Financiamento e Investimento
Bancos de Investimento
Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC)
Cooperativas de Crédito
Bolsas de Valores
Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários
Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários
Seguradoras e Outras Instituições
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Composição do SFN (Como está atualmente na página do Banco Central do Brasil na Internet)
Banco (instituição financeira)
​Banco é a instituição financeira especializada em intermediar o dinheiro entre poupadores e aqueles que precisam de
empréstimos, além de custodiar (guardar) esse dinheiro.
Caixas econômicas
Caixas econômicas são empresas públicas que exercem atividades típicas de banco comercial, com prioridade institucional para
concessão de empréstimos e financiamentos de programas e projetos de natureza social. Atualmente, a única instituição desse
segmento em atividade é a Caixa Econômica Federal (CEF), vinculada ao Ministério da Fazenda.
Corretoras de câmbio
As corretoras de câmbio ou casas de câmbio atuam no mercado de câmbio, intermediando operações entre clientes e bancos ou
comprando e vendendo moedas estrangeiras de/para seus clientes.
Fintechs
Fintechs são empresas que introduzem inovações nos mercados financeiros por meio do uso intenso de tecnologia, com potencial
para criar novos modelos de negócios.
Sociedade de Crédito Direto (SCD)
O modelo de negócio da SCD caracteriza-se pela realização de operações de crédito, por meio de plataforma eletrônica, com
recursos próprios.
Sociedade de Empréstimo entre pessoas (SEP)
A SEP realiza operações de crédito entre pessoas, conhecidas no mercado como peer-to-peer lending.
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Administradora de Consórcios
Consórcio é a reunião de pessoas naturais e jurídicas em grupo, com prazo de duração e número de cotas previamente
determinados, promovida por administradora de consórcio, com a finalidade de propiciar a seus integrantes, de forma
isonômica, a aquisição de bens ou serviços, por meio de autofinanciamento.
Cooperativa de crédito
Cooperativa de crédito é uma instituição financeira formada pela associação de pessoas para prestar serviços financeiros
exclusivamente aos seus associados.
Banco cooperativo
A Resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) n° 2.788/2000 autorizou a constituição de bancos cooperativos mediante
controle acionário de cooperativas centrais.
Corretora e distribuidora
As corretoras de títulos e valores mobiliários (CTVM) e as distribuidoras de títulos e valores mobiliários (DTVM) atuam nos
mercados financeiro, de capitais e cambial, intermediando a negociação de títulos e valores mobiliários entre investidores e
tomadores de recursos.
Demais instituições não bancárias
No SFN, os bancos e as caixas econômicas não são a única opção para clientes e consumidores acessarem serviços financeiros.
As instituições não bancárias são uma alternativa. Elas são consideradas 'não bancárias' pois não recebem depósitos à vista, nem
podem criar moeda (por meio de operações de crédito​). São as que se seguem.
Agência de fomento, Associação de poupança e empréstimo, Sociedade de crédito imobiliário, Companhia hipotecária,
Sociedade de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte, Sociedade de arrendamento mercantil
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Disciplina: Economia Monetária I - A – ECO 02002 – Turma B Tabela – Valor de mercado – Companhias abertas – Bovespa
Tabela – Mercado de Capitais. Emissão primária de títulos – R$ milhões (valor) Valor Empresas Ibovespa Valor total Empresas Bovespa PIB PIB Tx.M
Período Ações IPO Ações Follow-on Debêntures Notas Promis. FIDC FII Híbrid.
Certif. Rec.Imob. Cert.Rec. Agroneg. Data R$ bilhões US$ bilhões1 R$ bilhões US$ bilhões Qtde Cias R$ bilhões % R$/U
Valor Nº op. Valor Nº op. Valor Nº op. Valor Nº op. Valor Nº op. Valor Nº op. Valor Nº op. Valor Nº op. dez/12 1.961,80 995,84 2.524,30 1.281,37 362 4.814,76 52,43 1,9
2013 17.655 10 6.240 8 70.473 270 21.107 172 8.248 57 12.730 58 15.892 145 1.184 15 dez/13 1.889,80 855,11 2.414,20 1.092,40 363 5.331,62 45,28 2,2
2014 418 1 14.992 1 74.634 287 30.782 171 9.052 58 3.073 33 16.076 153 1.964 24 dez/14 1.824,50 726,89 2.243,20 893,71 366 5.778,95 38,82 2,5
2015 873 2 17.461 4 61.662 213 12.957 97 5.848 62 7.464 50 10.024 147 4.750 17 dez/15 1.591,20 486,61 1.912,10 584,74 359 5.995,79 31,89 3,2
2016 674 1 7.991 8 64.084 174 8.732 72 5.063 129 8.250 73 16.875 134 12.746 47 dez/16 2.078,40 572,56 2.467,00 679,61 349 6.269,33 39,35 3,6
2017 18.777 10 20.520 17 89.386 259 28.136 102 16.468 169 6.601 73 8.037 155 14.703 83 dez/17 2.575,90 768,93 3.161,00 943,58 344 6.585,48 48,00 3,3
2018 8.806 3 4.540 3 151.193 344 28.960 81 22.565 266 11.546 98 9.224 148 6.673 67 dez/18 2.894,40 799,56 3.180,20 878,51 339 7.004,18 45,40 3,6
2019 9.836 5 79.763 37 184.590 371 36.609 93 40.601 354 41.191 193 17.232 364 12.478 92 dez/19 3.827,10 964,01 4.060,80 1.022,87 324 7.389,13 54,96 3,9
2020 43.484 27 72.803 25 121.143 272 21.873 69 37.871 334 44.685 246 15.375 382 15.180 84 dez/20 4.158,36 900,08 4.167,40 902,03 407 7.467,62 55,81 4,6
2021 63.645 46 64.470 26 253.372 487 22.637 66 85.310 647 49.482 330 33.966 597 23.142 180 dez/21 0,00 5.211,20 966,83 463 8.679,49 60,04 5,3
Fonte: Anbima. Valores em R$ milhões. Fonte: Bovespa. (1) Taxa de câmbio (venda) final de período – segmento livre.
Tabela – Operações de crédito do sistema financeiro. Percentual do PIB. Tabela – Aplicações financeiras. Estoque (R$ milhões).
Período PIB Pessoas Jurídicas Pessoas Físicas Total Período Depósitos Caderneta Fundos Invest.2 Fundos Invest.2 Fundos em Cotas
1
R$ milhões Rec.Livres Rec.Direcionados Total Rec.Livres Rec.Direcionados Total Geral a prazo de poupança valores corrent. valores constant. val. corrent. val. con
dez/12 4.814.760 14,7 12,2 26,8 14,3 8,0 22,3 49,2 dez/12 675.680 496.302 2.272.338 4.792.687 1.102.113 2.551.9
dez/13 5.331.619 14,3 13,2 27,5 13,9 9,5 23,4 50,9 dez/13 608.840 597.943 2.471.474 4.941.114 1.208.733 2.653.0
dez/14 5.778.953 13,7 14,1 27,8 13,5 10,9 24,4 52,2 dez/14 557.551 662.727 2.693.574 5.173.029 1.354.292 2.855.4
dez/15 5.995.787 13,9 14,6 28,5 13,4 11,8 25,2 53,7 dez/15 552.032 656.590 2.997.296 5.204.050 1.556.862 2.967.6
dez/16 6.269.328 11,9 12,7 24,6 12,9 12,0 24,9 49,5 dez/16 604.745 664.992 3.496.078 5.686.832 1.856.083 3.314.6
dez/17 6.585.479 11,2 10,8 22,0 12,9 12,2 25,2 47,1 dez/17 719.137 724.603 4.152.568 6.777.344 2.279.400 4.084.2
dez/18 7.004.181 11,6 9,3 21,0 13,7 12,3 26,0 47,0 dez/18 907.489 779.808 4.640.512 6.987.955 2.612.802 4.319.5
dez/19 7.389.131 12,2 7,6 19,7 15,0 12,2 27,2 46,9 dez/19 1.028.702 845.465 5.476.887 7.827.862 3.099.868 4.864.0
dez/20 7.467.616 14,6 9,2 23,8 16,5 13,5 30,0 53,8 dez/20 1.652.750 1.035.628 6.066.099 6.976.663 3.320.741 4.192.9
dez/21 8.679.490 14,7 7,9 22,6 17,4 13,8 31,2 53,8 dez/21 1.868.948 951.757 7.177.493 7.177.493 3.558.744 3.558.7
Fonte: Banco Central do Brasil, www.bcb.gov.br. Fonte: Banco Central do Brasil, www.bcb.gov.br.
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5.3 Os Órgãos Normativos do SFN
O Conselho Monetário Nacional (CMN)
É o responsável pela fixação das diretrizes da política monetária, creditícia e cambial do País. Pelo envolvimento destas políticas
no cenário econômico nacional, o CMN constitui-se num conselho de política econômica.
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)
É o órgão responsável por fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados.
O Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC)
O CNPC regula o regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas de previdência complementar.
5.4 As Entidades Supervisoras do SFN
O Banco Central do Brasil
A Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), através da Lei n. 4.595, de 31.12.64, foi transformada em autarquia
federal, tendo sede e foro na Capital da República, sob a denominação de Banco Central do Brasil.
A Comissão de Valores Mobiliários
A Comissão de Valores Mobiliários-CVM foi criada pela Lei 6.385, de 07/12/1976, que ficou conhecida como a Lei da CVM, pois,
até aquela data, faltava uma entidade que absorvesse a regulação e a fiscalização do mercado de capitais, especialmente no que
se referia às sociedades de capital aberto.
A Superintendência de Seguros Privados (Susep)
É autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, responsável pelo controle e fiscalização do mercado de seguro, previdência
aberta e capitalização. Cabe aqui referência ao Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), que é sociedade de economia mista, com
controle acionário da União, vinculada ao Ministério da Economia, que tem por objetivo regular o cosseguro, o resseguro e a
retrocessão, além de promover o desenvolvimento das operações de seguros no país.
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A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc)
É um órgão do Ministério da Previdência Social, responsável por fiscalizar as atividades das entidades fechadas de previdência
complementar (fundos de pensão).
5.5 Alguns Operadores do SFN
Os Bancos Múltiplos
Após as reformas do início dos anos 1960, a mais significativa mudança introduzida no SFN foi a instituição dos Bancos Múltiplos,
pela Resolução n. 1.524, de 21.09.1988, do CMN. Os bancos múltiplos passaram a operar em todos os segmentos do sistema de
intermediação financeira, mediante as seguintes carteiras, sem vinculação entre fontes de recursos captados e suas aplicações:
1. Carteira comercial;
2. Carteira de desenvolvimento;
3. Carteira de investimentos;
4. Carteira de crédito imobiliário;
5. Carteira de crédito, financiamento e investimento;
6. Carteira de arrendamento mercantil.
O Banco do Brasil
O BB teve uma função típica de autoridade monetária até 1986, quando foi suprimida a conta movimento, que colocava o BB na
posição de banco também responsável pela emissão de moeda, via ajustamento de contas do BCB, do BB e do Tesouro Nacional.
Hoje, o BB tem estrutura similar à de banco múltiplo privado, embora ainda opere como agente financeiro do Governo Federal.
A Caixa Econômica Federal
A CEF é a instituição financeira responsável pela operacionalização das políticas do Governo Federal para habitação popular e
saneamento básico, caracterizando-se como o banco de apoio ao trabalhador de baixa renda.
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Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social


O BNDES é a instituição responsável pela política de investimentos de longo prazo do Governo Federal. É a principal instituição
financeira de fomento do país e tem como objetivos:
a) impulsionar o desenvolvimento econômico e social do país;
b) fortalecer o setor empresarial nacional;
c) atenuar os desequilíbrios regionais, criando novos polos produção;
d) promover o desenvolvimento integrado das atividades agrícolas, industriais e de serviços;
e) promover o crescimento e a diversificação das exportações.

5.6 O Plano Real e o Ajuste do Sistema Financeiro Nacional


Desde o Plano Real sabia-se que o ambiente de estabilização macroeconômica não seria condizente com a dimensão do sistema
bancário, fruto de anos de inflação alta e desequilíbrios macroeconômicos, o que levou à constituição de instituições financeiras
que, para se beneficiar das receitas inflacionárias (float), faziam uso de grande número de agências para captação de depósitos.
Pode-se dividir em três fases, sobrepostas, as mudanças que ocorreriam no sistema financeiro desde o início do Plano Real.
A primeira fase corresponde à redução do número de bancos na economia brasileira, fruto da liquidação, incorporação, fusão e
transferência de controle acionário de várias instituições bancárias, em conjunto com a redução de agências bancárias.
A segunda fase foi caracterizada pela entrada de bancos estrangeiros e pelo ajuste de bancos públicos e privados, mediante,
respectivamente, o Proer e o Proes.
A terceira e última fase refletiu a receita inflacionária (float) substituída pelas receitas da intermediação e de serviços (tarifas).
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O Proer, o Proes e o FGC


O Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional – Proer teve por objetivos
assegurar a liquidez e solvência do SFN e guardar interesses de depositantes e investidores de instituições financeiras privadas.
O Programa de Incentivo à Redução do Setor Público Estadual na Atividade Bancária – Proes visou incentivar os estados da
Federação a efetuarem a reestruturação, privatização, liquidação ou transformação dos seus bancos em agências de fomento.
O Fundo Garantidor de Créditos – FGC tem por objeto prestar garantia de créditos contra instituições dele participantes, nas
hipóteses de intervenção, liquidação ou falência da instituição,
5.7 O Sistema de Pagamentos Brasileiro – SPB
A redução da possibilidade de materialização do risco sistêmico esteve na raiz da decisão do Bacen em modificar o sistema de
pagamentos então vigente e implantar, a partir de 2002, o novo Sistema de Pagamentos Brasileiro – SPB.
Anexo 1 – Os Bancos Comerciais no Rio Grande do Sul (Fonte: Lagemann, Eugênio. O Banco Pelotense & O Sistema Financeiro Regional. Porto Alegre, 1985).
Até inícios dos anos 1930 operaram no Rio Grande do Sul oito bancos com sede no Estado, sendo sete privados e um estatal:
a) Banco da Província do Rio Grande do Sul;
b) Banco do Comércio de Porto Alegre (Banco Nacional do Comércio);
c) Banco Porto-Alegrense
d) Banco Pelotense;
e) Banco Comercial Franco-Brasileiro;
f) Banco Popular do Rio Grande do Sul;
g) Banco Pfeiffer;
h) Banco do Rio Grande do Sul.
Faculdade de Ciências Econômicas – FCE
Departamento de Economia e Relações Internacionais – DERI
Curso: Graduação em Ciências Econômicas 5 - O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (CONTINUAÇÃO)
Disciplina: Economia Monetária I - A – ECO 02002 – Turma B Mercado de Capitais – Indicadores do mercado secundário
Anexo 2 – Tabelas
Tabela – Rendimentos nominais brutos das principais aplicações financeiras (% ao ano) Bol sas de Val ores Vol .Fi n.Di ári
Discriminação 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 Média Período Índi ces Médi o B3
Ibovespa Dow Jones S&P 500 Nasdaq R$ mi l hões
Poupança Antiga 6,48 6,37 7,08 8,07 8,30 6,80 6,17 6,17 5,64 6,22 6,73
2012 Dez 60.952 13.104,0 1.426,19 3.020 7.415
Poupança Nova 7,08 8,07 8,30 6,61 4,62 4,26 1,99 2,99 5,49
2013 Dez 57.507 16.577,0 1.848,36 4.177 6.203
CDI 8,40 8,06 10,81 13,24 14,00 9,93 6,42 5,96 2,77 4,40 8,40
2014 Dez 50.007 17.823,0 2.058,90 4.736 6.015
SELIC 8,36 8,27 10,93 13,53 14,06 9,74 6,43 5,77 2,79 4,40 8,43 2015 Dez 43.349 17.425,0 2.043,94 5.007 6.602
Dólar (Bacen) 8,94 14,64 13,39 47,01 -16,54 1,50 17,13 4,02 32,28 7,39 12,98 2016 Dez 60.227 19.763,0 2.238,83 5.383 7.951
Euro (Bacen) 10,73 19,70 0,02 31,71 -19,10 15,44 11,83 2,06 40,82 -0,89 11,23 2017 Dez 76.402 24.719,0 2.673,61 6.903 9.582
Dólar (Mercado) 9,81 15,11 12,78 48,49 -17,69 1,99 16,91 3,56 33,34 7,27 13,16 2018 Dez 87.887 23.327,0 2.506,85 6.635 14.601
Euro (Mercado) 12,11 20,15 -1,03 33,84 -20,33 15,99 11,85 1,35 42,20 -0,55 11,56 2019 Dez 115.645 28.645,0 3.230,78 9.006 22.362
Ibovespa 7,40 -15,50 -2,91 -13,31 38,94 26,86 15,03 31,58 -5,84 -11,93 7,03 2020 Dez 119.017 30.410,0 3.756,07 12.870 29.113
Taxa de inflação (IPCA) 5,84 5,91 6,41 10,67 6,39 2,95 3,75 4,31 4,52 10,06 6,08 2021 Dez 105.554 36.338,3 4.766,18 15.645 33.221
Fonte: Banco Central do Brasil, www.bcb.gov.br. Fonte: BMF&Bovespa, Dow Jones e Nasdaq.
Taxas de juros efetivas - % ao ano.
Operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional – Resumo.
Período Selic overnight CDI overnight TR TBF TLP (Dez) TJLP (De
Saldos R$ bilhões Concessões R$ bilhões Taxas de juros % a.a. Spreads p.p. Prazos das concessões meses Inadimplência % 2013 8,27 8,06 0,59 8,99 5,00
2014 10,93 10,81 1,21 10,76 5,00
Data Livre Direc Total Livre Direc Total Livre Direc Total Livre Direc Total Livre Direc Total Livre Direc Total 2015 13,53 13,24 2,61 12,93 7,00
2016 14,06 14,00 2,14 12,28 7,50
2019 Dez 2.012,5 1.464,6 3.477,1 17,8 1,5 19,3 33,4 7,7 22,6 27,9 4,0 17,8 3,7 1,9 2,9 2017 9,74 9,93 0,00 6,14 7,00

2020 Dez 2.319,2 1.697,6 4.016,9 15,90 2,30 18,20 25,30 7,90 18,30 20,70 4,90 14,30 23,30 0,00 16,70 2,90 1,10 2,10 2018 6,43 6,42 0,00 5,97 6,84 6,98
2019 5,77 5,96 0,00 4,05 6,06 5,57
2021 Dez 2.790,3 1.882,5 4.672,7 19,40 2,10 21,50 33,80 9,30 24,30 23,60 3,20 15,70 25,70 8,10 18,30 3,10 1,20 2,30 2020 2,79 2,77 0,00 1,89 4,55 4,55
Fonte: Banco Central do Brasil. 2021 5,03 4,40 0,00 4,40 4,10 5,32
Obs.: TLP e TJLP são taxas reais (para obter a taxa nominal soma-se o IPCA).
Anexo 3 – Os Maiores Bancos no Brasil por Ativo Total. Fonte: Banco Central do Brasil.

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