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MECUM
COMENTADO
DE NOVIDADES
LEGISLATI
VAS
SUMÁRIO
JANEIRO E FEVEREIRO 5
MARÇO 37
ABRIL 90
MAIO 111
JUNHO 133
JULHO 152
AGOSTO 183
SETEMBRO 244
OUTUBRO 291
NOVEMBRO 337
DEZEMBRO 358
Nosso Vade Mecum traz para você as novidades legislativas que importam para a sua
futura prova e, ainda, cada uma delas é apresentada de maneira pensada para a sua
preparação, pois tem:
c) Questão inédita: por fim, para simular como a novidade pode ser cobrada no seu
próximo concurso, há uma questão inédita sobre ela e, melhor, comentada!
Trata-se de material riquíssimo para a sua preparação, que nós do Curso Ênfase
elaboramos para você, pois, com ele, além de ficar em dia com as novidades legislativas
do ano de 2021, você antevê como elas podem ser questionadas no seu concurso.
E, assim como nós, você sabe que as bancas adoram cobrar inovações.
Então, use muito o Vade Mecum Comentado de Novidades Legislativas como o seu
novo aliado na busca pela sua aprovação e, principalmente, dentro do número de
vagas nos concursos de alto desempenho.
Bons estudos!
LC Nº 179/2021
Ementa: Define os objetivos do Banco Central do Brasil (BACEN) e dispõe sobre sua
autonomia e sobre a nomeação e a exoneração de seu Presidente e de seus
Diretores; e altera artigo da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964.
Data de publicação: 25.02.2021
Início de vigência: 25.02.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp179.htm>
Destaques:
• A lei prevê expressamente que o objetivo fundamental do BACEN é assegurar a esta-
bilidade dos preços e elenca outros objetivos possíveis.
• Confere autonomia ao BACEN.
• Define que a diretoria colegiada do BACEN será composta por nove membros, nomeados
pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal, com mandato de quatro
anos, observando-se a escala e as hipóteses de recondução e exoneração previstas na lei.
• Dispõe que as metas de política monetária serão estabelecidas pelo Conselho Monetário
Nacional (CMN) e que compete privativamente ao BACEN conduzir a política monetária
necessária para o cumprimento dessas metas que foram estabelecidas pelo CMN.
1.2. Comentário
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo “define os objetivos do Banco Central do
Brasil e dispõe sobre sua autonomia e sobre a nomeação e a exoneração de seu Presidente e de seus
Diretores; e altera artigo da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964”.
O BACEN é uma autarquia federal criada pela Lei nº 4.595/1964, cujo objetivo fundamental é
assegurar a estabilidade de preços. Embora este seja o escopo principal de qualquer Banco Central
de um país, o art. 1º da LC nº 179/2021 traz previsão expressa nesse sentido, prevendo também
que “sem prejuízo de seu objetivo fundamental, o BACEN também tem por objetivos zelar pela
estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro, suavizar as flutuações do nível de atividade
econômica e fomentar o pleno emprego”.
Os mandatos serão, como já mencionado, fixos, com duração de quatro anos, sendo que o do
Presidente terá início no dia 1º de janeiro do terceiro ano de mandato do Presidente da República, e
o dos demais Diretores observarão a seguinte escala, prevista no § 2º do art. 4o da lei:
Além disso, de acordo como § 3º do mesmo dispositivo “o Presidente e os Diretores do Banco
Central do Brasil poderão ser reconduzidos 1 (uma) vez, por decisão do Presidente da República”.
Por fim, importante ressaltar que a autonomia conferida ao BACEN não é sinônimo de
independência, já que, conforme determina o art. 2º da lei em comento, “as metas de política
monetária serão estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, competindo privativamente
ao Banco Central do Brasil conduzir a política monetária necessária para cumprimento das metas
estabelecidas”. Assim, o BACEN deverá perseguir as metas definidas pelo CMN.
Relativamente ao BACEN, autarquia federal que tem por objetivo fundamental assegurar a
estabilidade de preços, assinale a alternativa incorreta:
Alternativa correta: letra D. Nos termos do art. 6º da LC nº 179/2021, o “Banco Central do Brasil
é autarquia de natureza especial caracterizada pela ausência de vinculação a Ministério, de tutela
ou de subordinação hierárquica, pela autonomia técnica, operacional, administrativa e financeira, pela
investidura a termo de seus dirigentes e pela estabilidade durante seus mandatos, bem como
pelas demais disposições constantes desta Lei Complementar ou de leis específicas destinadas à
sua implementação”.
Demais alternativas:
Alternativa C. A duração dos mandatos dos diretores é a mesma, qual seja, quatro anos.
Todavia, não há simultaneidade no início porque os incisos I a IV do § 2º do art. 4º estabelecem uma
escala: “I - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de março do primeiro ano de mandato
do Presidente da República; II - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do
segundo ano de mandato do Presidente da República; III - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início
no dia 1º de janeiro do terceiro ano de mandato do Presidente da República; e IV - 2 (dois) Diretores
terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do quarto ano de mandato do Presidente da República”.
• Traz um rol explicitando os casos que podem ser objeto do Programa Federal de Pagamento
por Serviços Ambientais, em seu art. 8º, merecendo destaque as terras indígenas, os
territórios quilombolas e outras áreas legitimamente ocupadas por populações tradicionais,
mediante consulta prévia, nos termos da Convenção nº 169 da Organização Internacional
do Trabalho (OIT) sobre Povos Indígenas e Tribais.
1.2. Comentário
Em 14.01.2021 foi publicada a Lei nº 14.119, com texto retificado em 15.01.2021, passando a viger
a partir de sua publicação.
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo “institui a Política Nacional de Pagamento
por Serviços Ambientais; e altera as Leis nºs 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.629, de 25 de fevereiro de
1993, e 6.015, de 31 de dezembro de 1973, para adequá-las à nova política”.
Cabe ressaltar, todavia, que sua eficácia interna ocorrerá apenas após o decreto do presidente
da República, na forma do art. 84, IV, da CF/1988.
As modalidades de pagamento pelos serviços ambientais são assim explicitadas no art. 3º da lei:
V - comodato;
B) Pessoas físicas poderão se beneficiar de recursos públicos por serviços ambientais, ainda que
inadimplentes em relação a termo de ajustamento de conduta.
C) Podem ser objeto do Programa Federal de Pagamento por Serviços Ambientais áreas cobertas
com vegetação nativa.
D) De acordo com a lei, serviços ecossistêmicos são benefícios relevantes para a sociedade
gerados pelos ecossistemas, em termos de manutenção, recuperação ou melhoria das con-
dições ambientais.
Alternativa correta: letra B, porquanto a questão pede a incorreta. Nos termos do art. 10, I, fica
vedado nesse caso.
Alternativa D. Sim, conforme o art. 2º, II, abrangendo as espécies de serviços de provisão, de
suporte, de regulação e culturais.
LEI Nº 14.118/2021
Ementa: Institui o Programa Casa Verde e Amarela; altera as Leis nºs 8.036, de 11 de maio de
1990, 8.100, de 5 de dezembro de 1990, 8.677, de 13 de julho de 1993, 11.124, de 16
de junho de 2005, 11.977, de 7 de julho de 2009, 12.024, de 27 de agosto de 2009,
13.465, de 11 de julho de 2017, e 6.766, de 19 de dezembro de 1979; e revoga a Lei nº
13.439, de 27 de abril de 2017.
Data de publicação: 13.01.2021
Início de vigência: 13.01.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/
Lei/L14118.htm>
Destaques:
• A lei possui a finalidade de promover o direito à moradia a famílias residentes em áreas
urbanas com renda mensal de até R$ 7.000,00 (sete mil reais) e a famílias residentes em
áreas rurais com renda anual de até R$ 84.000,00 (oitenta e quatro mil reais).
• Disciplina o objetivo do programa em ampliar e promover a melhoria do estoque de
moradias; estimular a modernização do setor da construção e a inovação tecnológica;
promover o desenvolvimento institucional e a capacitação dos agentes públicos e privados
responsáveis pela promoção do programa; estimular a inserção de microempresas, de
pequenas empresas e de microempreendedores individuais do setor da construção civil e
de entidades privadas sem fins lucrativos.
• Disponibiliza as unidades habitacionais aos beneficiários sob a forma de cessão, doação,
locação, comodato, arrendamento ou venda, mediante financiamento ou não, em contrato
subsidiado ou não, total ou parcialmente.
• Determina que o contrato e o registro do imóvel serão feitos, preferencialmente, em
nome da mulher. Se for chefe de família não necessitará da concordância do marido. Na
dissolução de união estável, separação ou divórcio, o título de propriedade do imóvel será
registrado em nome da mulher ou a ela transferido, independentemente do regime de
bens aplicável, excetuadas as operações firmadas com recursos do FGTS, e na hipótese da
guarda dos filhos exclusiva do homem. Eventuais prejuízos sofridos decorrentes da regra
serão solucionados em demandas indenizatórias.
• Estabelece no prazo máximo de cinco dias da ciência do ato de turbação ou esbulho
do empreendimento habitacional, que poderão ser empregados atos de defesa ou de
desforço diretos, inclusive por meio do auxílio de força policial.
• Considerou amplamente o rol de responsáveis para fins de parcelamento do solo urbano
e permitiu a prorrogação, por igual período, do prazo de quatro anos para a execução das
obras necessárias ao loteamento.
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo “institui o Programa Casa Verde e Amarela;
altera as Leis nºs 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.100, de 5 de dezembro de 1990, 8.677, de 13 de julho
de 1993, 11.124, de 16 de junho de 2005, 11.977, de 7 de julho de 2009, 12.024, de 27 de agosto de
2009, 13.465, de 11 de julho de 2017, e 6.766, de 19 de dezembro de 1979; e revoga a Lei nº 13.439, de
27 de abril de 2017”.
Em seu art. 1º a lei estabeleceu a sua principal “finalidade de promover o direito à moradia
a famílias residentes em áreas urbanas com renda mensal de até R$ 7.000,00 (sete mil reais) e a
famílias residentes em áreas rurais com renda anual de até R$ 84.000,00 (oitenta e quatro mil
reais), associado ao desenvolvimento econômico, à geração de trabalho e de renda e à elevação dos
padrões de habitabilidade e de qualidade de vida da população urbana e rural”.
Ainda, a lei relacionou os objetivos do Programa Casa Verde e Amarela, nos incisos do seu
art. 3º, in verbis:
Será vedada a concessão de subsídios econômicos para aquisição de unidade habitacional por
pessoa física, titular de contrato de financiamento obtido com recursos do FGTS ou para pessoa
que seja proprietária, promitente compradora ou titular de direito de aquisição, de arrendamento,
de usufruto ou de uso de imóvel residencial, ou ainda que tenha recebido, nos últimos dez anos,
benefícios similares, dispositivo tratado no art. 12 da lei:
III - tenha recebido, nos últimos 10 (dez) anos, benefícios similares oriundos
de subvenções econômicas concedidas com o orçamento geral da União e
com recursos do FAR, do FDS ou de descontos habitacionais concedidos
com recursos do FGTS, excetuados as subvenções ou os descontos
destinados à aquisição de material de construção ou o Crédito Instalação,
disponibilizados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Incra), na forma prevista em regulamento.
Cabe ressaltar que o art. 13 da lei estabeleceu que “os contratos e os registros efetivados no
âmbito do Programa Casa Verde e Amarela serão formalizados, preferencialmente, em nome da
mulher e, na hipótese de esta ser chefe de família, poderão ser firmados independentemente da
outorga do cônjuge, afastada a aplicação do disposto nos arts. 1.647, 1.648 e 1.649 da Lei nº 10.406,
de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil)”.
A lei também destaca que “para garantia da posse legítima dos empreendimentos habitacionais
adquiridos ou construídos pelo Programa Casa Verde e Amarela ainda não alienados aos beneficiários
finais que venham a sofrer turbação ou esbulho, poderão ser empregados atos de defesa ou de
desforço diretos, inclusive por meio do auxílio de força policial”, nos termos do que dispõe seu art. 16,
bem como disciplinam os §§ 1º e 2º, in verbis:
§ 1º O auxílio de força policial a que se refere o caput deste artigo poderá estar
previsto no instrumento firmado ou em outro que venha a ser estabelecido
entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Por fim, a nova legislação também trouxe alterações à Lei nº 6.766/1979, passando a considerar
amplamente o rol de responsáveis para fins de parcelamento do solo urbano, bem como permitiu a
prorrogação, por igual período, do prazo de quatro anos para a execução das obras necessárias ao
loteamento, nos termos do que dispõe o seu art. 24.
A Lei nº 14.118/2021 instituiu o Programa Casa Verde e Amarela, visando promover o direito
à moradia a famílias residentes em áreas urbanas e rurais. Quanto à renda das famílias, assinale a
alternativa correta:
B) O Programa Casa Verde e Amarela tem a finalidade de promover o direito à moradia a famí-
lias residentes em áreas urbanas com renda mensal de até R$ 10.000,00 (dez mil reais) e a famílias
residentes em áreas rurais com renda mensal de até R$ 15.000,00 (quinze mil reais).
C) O Programa Casa Verde e Amarela tem a finalidade de promover o direito à moradia a famí-
lias residentes em áreas urbanas com renda mensal de até R$ 10.000,00 (dez mil reais) e a famílias
residentes em áreas rurais com renda mensal de até R$ 64.000,00 (sessenta e quatro mil reais).
D) O Programa Casa Verde e Amarela tem a finalidade de promover o direito à moradia a famí-
lias residentes em áreas urbanas com renda mensal de até R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e a famílias
residentes em áreas rurais com renda anual de até R$ 84.000,00 (oitenta e quatro mil reais).
E) O Programa Casa Verde e Amarela tem a finalidade de promover o direito à moradia a famí-
lias residentes em áreas urbanas com renda mensal de até R$ 7.000,00 (sete mil reais) e a famílias
residentes em áreas rurais com renda mensal de até R$ 15.000,00 (quinze mil reais).
Alternativa correta: letra “A”. Conforme dispõe o art. 1º da Lei nº 14.118/2021, o Programa Casa
Verde e Amarela foi instituído com o objetivo de promover o direito à moradia a famílias residentes em
áreas urbanas com renda mensal de até R$ 7.000,00 (sete mil reais) e a famílias residentes em área
rurais com renda anual de até R$ 84.000,00 (oitenta e quatro mil reais), associado ao desenvolvimento
econômico, à geração de renda e de trabalho bem como a elevação dos padrões de habitabilidade
e da qualidade de vida da população rural e urbana.
Alternativa B. Está incorreta, tendo em vista o que dispõe o art. 1º da Lei nº 14.118/2021.
O Programa Casa Verde e Amarela foi instituído com o objetivo de promover o direito à moradia
a famílias residentes em áreas urbanas com renda mensal de até R$ 7.000,00 (sete mil reais)
e a famílias residentes em área rurais com renda anual de até R$ 84.000,00 (oitenta e quatro mil
reais), associado ao desenvolvimento econômico, à geração de renda e de trabalho bem como a
elevação dos padrões de habitabilidade e da qualidade de vida da população rural e urbana.
Alternativa D. Está incorreta, pois, segundo o art. 1º da Lei nº 14.118/2021, o Programa Casa Verde
e Amarela foi instituído com o objetivo de promover o direito à moradia a famílias residentes em áreas
urbanas com renda mensal de até R$ 7.000,00 (sete mil reais) e a famílias residentes em área rurais
com renda anual de até R$ 84.000,00 (oitenta e quatro mil reais), associado ao desenvolvimento
econômico, à geração de renda e de trabalho bem como a elevação dos padrões de habitabilidade e
da qualidade de vida da população rural e urbana.
Alternativa E. Está incorreta, pois está em desacordo com o que dispõe a literalidade do o art.
1º da Lei nº 14.118/2021. O Programa Casa Verde e Amarela foi instituído com o objetivo de promover
o direito à moradia a famílias residentes em áreas urbanas com renda mensal de até R$ 7.000,00
(sete mil reais) e a famílias residentes em área rurais com renda anual de até R$ 84.000,00 (oitenta e
quatro mil reais), associado ao desenvolvimento econômico, à geração de renda e de trabalho, bem
como a elevação dos padrões de habitabilidade e da qualidade de vida da população rural e urbana.
1.2. Comentário
A Lei nº 13.475/2017 (Lei do Aeronauta) dispõe sobre o exercício das profissões de piloto de
aeronave, comissário de voo e mecânico de voo, denominados aeronauta.
O art. 20 estabelece que o contrato de trabalho dos tripulantes a bordo deve ser firmado
diretamente com o operador da aeronave, obrigatoriamente.
Com isso, possibilita a terceirização de tripulantes quando o operador da aeronave for órgão
ou entidade da administração pública, no exercício de missões institucionais ou de poder de polícia.
As alterações promovidas admitem que, nesse caso, o contrato de trabalho seja firmado não com o
órgão público contratante, chamado na lei de “operador”, mas, sim, diretamente com as empresas
donas da aeronave.
A) A função remunerada dos tripulantes a bordo de aeronave deverá ser sempre formalizada por
meio de contrato de trabalho firmado diretamente com o operador da aeronave.
D) Nos casos em que o operador da aeronave for órgão ou entidade da administração pública, no
exercício de missões institucionais ou de poder de polícia, a função remunerada dos tripulantes a
bordo de aeronave deve ser formalizada por meio de contrato de trabalho firmado diretamente
com a empresa dona da aeronave.
Alternativa correta: letra D (responde a todas as alternativas). Nos termos do art. 20, § 4º, da
Lei nº 13.475/2017, nos casos em que o operador da aeronave for órgão ou entidade da administração
pública, no exercício de missões institucionais ou de poder de polícia, a função remunerada dos
tripulantes a bordo de aeronave deverá sempre ser formalizada por meio de contrato de trabalho
firmado diretamente com a empresa dona da aeronave, e não mais com o órgão público contratante:
LC Nº 178
Ementa: Estabelece o Programa de Acompanhamento e Transparência Fiscal e o Plano de
Promoção do Equilíbrio Fiscal; altera a LC nº 101, de 4 de maio de 2000, a LC nº 156,
de 28 de dezembro de 2016, a LC nº 159, de 19 de maio de 2017, a LC nº 173, de 27
de maio de 2020, a Lei nº 9.496, de 11 de setembro de 1997, a Lei nº 12.348, de 15 de
dezembro de 2010, a Lei nº 12.649, de 17 de maio de 2012, e a MP nº 2.185-35, de 24
de agosto de 2001; e dá outras providências.
Data de publicação: 13.01.2021
Início de vigência: 13.01.2021
Diferenciada:
Art. 51 da LC nº 101/2000 – vigência a partir de 2022
Art. 42 da LC nº 101/2000 – vigência a partir de 2023
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp178.htm#art16>
Destaques:
• Os entes federativos que ultrapassem o teto de limite de gastos com pessoal devem realizar
a redução em 10% anualmente a partir de 2023 do excesso no dispêndio laboral.
• Com relação ao cálculo com despesa de pessoal a LC nº 178/2021 alterou a Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF) definindo que o cálculo deve ser realizado adotando-se o
regime de competência independentemente de empenho, e a referida apuração da renda
bruta total com pessoal não contabiliza dedução ou retenção, salvo o valor que extrapola
o teto salarial do funcionalismo público.
• Tratou também das deduções brutas com os pensionistas desde que custo esteja coberto
pelos recursos pertencentes ao regime próprio de previdência. E em caso de desequilíbrio
no Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) a transferência de aportes atuariais à
entidade ou fundo são obrigatórios, com posterior e gradativo desconto na forma definida
pelo Ministério da Previdência.
• Os entes podem alterar a finalidade da operação de crédito sem a necessidade de nova
verificação pelo Ministério da Economia.
• Realização de consulta pública prévia para que os entes se manifestem sobre alteração de
metodologia com relação à classificação da capacidade de pagamento pelos entes.
• Com relação à fiscalização da gestão fiscal o diploma legal considerou que os controles
interno e externo fiscalizarão a gestão fiscal considerando a padronização do Conselho
Nacional de Gestão Fiscal.
Em 13.01.2021, a LC nº 178 foi publicada pela Lei nº 14.065, com início imediato de vigência,
ressalvados os arts. 42 e 51. O art. 42 tem vigência prevista para o ano 2023, enquanto o art. 51 tem
vigência prevista para o ano de 2022, conforme o disposto no art. 32 da LC nº 178.
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo autoriza “Estabelece o Programa de
Acompanhamento e Transparência Fiscal e o Plano de Promoção do Equilíbrio Fiscal; altera a Lei
Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, a Lei Complementar nº 156, de 28 de dezembro de
2016, a Lei Complementar nº 159, de 19 de maio de 2017, a Lei Complementar nº 173, de 27 de maio
de 2020, a Lei nº 9.496, de 11 de setembro de 1997, a Lei nº 12.348, de 15 de dezembro de 2010, a Lei
nº 12.649, de 17 de maio de 2012, e a Medida Provisória nº 2.185-35, de 24 de agosto de 2001; e dá
outras providências”.
Trata-se de lei que objetiva estabelecer o Programa de Ajuste Fiscal e com o agravamento
das contas públicas causado pelo advento da pandemia da Covid-19, o referido programa visa
oportunizar o reequilíbrio das contas.
Em relação à despesa pública com pessoal, estabelece alteração nos arts. 18, §§ 2º e 3º; 19, VI,
c e § 3º; 20, § 7º; e 23, § 3º, III.
Em primeiro momento, o ente federativo que extrapolar o teto de gasto com o regime de
pessoal deverá realizar a redução em 10% anualmente a partir de 2023 do excesso no dispêndio
laboral. E as penalidades pelo não ajuste das contas passam a ser aplicados no ano de 2023. Dentre
as penalidades encontram-se: não recebimento de transferência voluntária; impossibilidade de
contratar operações de crédito e rejeição do balanço anual. Esta previsão está esculpida no art. 15
da LC nº 178.
Art. 15. O Poder ou órgão cuja despesa total com pessoal ao término do
exercício financeiro da publicação desta Lei Complementar estiver acima
de seu respectivo limite estabelecido no art. 20 da Lei Complementar
nº 101, de 4 de maio de 2000, deverá eliminar o excesso à razão de, pelo
menos, 10% (dez por cento) a cada exercício a partir de 2023, por meio da
adoção, entre outras, das medidas previstas nos arts. 22 e 23 daquela Lei
Complementar, de forma a se enquadrar no respectivo limite até o término
do exercício de 2032.
(...)
Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a
despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da
Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida,
a seguir discriminados:
(...)
(...)
(...)
Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá exceder os
seguintes percentuais:
(...)
Ademais, a nova lei exige a realização de consulta pública prévia para alteração de metodologia
com relação à classificação da capacidade de pagamento pelos entes. Veja!
(...)
Por fim, no exercício da fiscalização da gestão fiscal o controle interno e externo precisa
considerar a padronização do Conselho Nacional de Gestão Fiscal.
B) Na apuração da despesa total de pessoal são observadas as reduções decorrentes do excedente
do teto remuneratório do funcionalismo público.
C) Na apuração do limite com despesa de pessoal são computadas as despesas com inativos e
pensionistas ainda que pago por unidade gestora.
D) O Ministério Público não pode de forma segregada do Poder Judiciário apurar o limite de gastos
com pessoal.
E) A parcela custeada com recursos aportados para a cobertura do déficit financeiro dos regimes de
previdência não entra no cálculo da verificação do limite das despesas com pessoal.
Alternativa correta: letra B. Nos termos da nova redação do § 3º, art. 18, incluído pela LC nº
178/2021, no qual, para a apuração da despesa total com pessoal, será observada a remuneração
bruta do servidor sem qualquer dedução ou retenção, ressalvada a redução para atendimento ao
disposto no art. 37, inciso XI, da CF/1988.
Alternativa A. A LRF prevê independe de empenho a apuração de despesa total com pessoal
(art. 18, § 2º, com redação dada pela LC nº 178/2021).
Alternativa E. Fica vedada a dedução dos recursos aportados para a cobertura do déficit
financeiro dos regimes de previdência na verificação do atendimento do limite com despesa de
pessoal (art. 19, § 3º, da LRF, com redação dada pela LC nº 178/2021).
1.1. Ficha normativa
1.2. Comentário
Em 19.02.2021 foi promulgado pelo Congresso Nacional o Decreto Legislativo nº 01, de 2021.
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo “aprova o texto da Convenção
Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância,
adotada na Guatemala, por ocasião da 43ª Sessão Ordinária da Assembleia Geral da Organização
dos Estados Americanos, em 5 de junho de 2013”.
A Convenção ora aprovada pelo Poder Legislativo faz parte do Sistema Regional Interame-
ricano, ao passo que a Convenção aprovada anteriormente faz parte do Sistema Global ou Onusiano.
Desse modo, a proteção de direitos humanos, em específico quanto às questões raciais, ganha mais
um reforço expresso, somando-se de forma salutar a todo o arcabouço normativo já existente.
Em relação à mencionada Convenção, dois pontos merecem maior atenção: a forma de sua
aprovação e seu conceito de discriminação racial.
Quanto à forma de aprovação, ela se deu como previsto no art. 5º, § 3º, da CF/1988, cujo teor é
o seguinte:
Art. 5º (...)
B) Por se tratar de Convenção sobre Direitos Humanos, ostentará status supralegal, conforme
decidido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no RE nº 466.344.
D)
Passa a substituir a Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de
Discriminação Racial, promulgada pelo Decreto Presidencial nº 65.810/1969, vez que trata do
mesmo tema, sendo posterior.
E) Não poderá sofrer controle de convencionalidade em âmbito interno, ainda que devidamente
internalizado.
Alternativa correta: letra C. Nos termos do art. 49, I, da CF/1988, uma vez aprovadas pelo
Congresso Nacional, as Convenções que acarretem encargos ao Brasil passam a ostentar validade
no âmbito internacional, produzindo efeitos para o Brasil em relação aos compromissos assumidos.
Alternativa A. Para que seja promulgado, ostentando cogência no plano interno, necessita de um
decreto presidencial, na forma do art. 84, IV, CF/1988, vez que o Brasil adota a Teoria Dualista Moderada.
Alternativa D. Não substitui, mas se soma a ela na proteção aos direitos humanos, porquanto
coexistentes os sistemas de proteção global e regionais de direitos humanos.
Alternativa E. Não somente poderá, como deverá servir de parâmetro para as normas internas
em controle de convencionalidade.
MP Nº 1.023
Ementa: Altera a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, para dispor sobre o benefício de
prestação continuada.
Data de publicação: 31.12.2020
Início de vigência: 01.01.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/
Mpv/mpv1023.htm>
Destaque:
• A medida provisória trata do requisito da renda familiar para fins de obtenção do benefício
do amparo assistencial.
1.2. Comentário
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo “Altera a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de
1993, para dispor sobre o benefício de prestação continuada”.
Trata-se de mais uma inovação legal promovida na Lei da Assistência Social (LOAS). O benefício
de prestação continuada é devido às pessoas portadoras de deficiência e ao idoso que comprovem
não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família. No ano de
2020 o critério objetivo de renda mensal per capita mensal da família para fins do benefício foi alvo
de muitas mudanças.
Em relação à renda per capita mensal familiar para fins de obtenção do benefício, atualmente
a referida MP, estabelece no art. 20, § 3º, I, da LOAS, que:
Art. 20, § 3º Art. 20, § 3º Art. 20, § 3º, I Art. 20, § 3º, I
Portanto, guarde a tratativa legal do critério objetivo de renda per capita familiar para fins da
concessão do benefício assistencial levando em consideração que estamos diante de uma MP que
pode ser ou não convertida em lei.
O benefício de prestação continuada que garante um salário mínimo mensal à pessoa porta-
dora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção e
nem de tê-la provida por sua família, exigindo-se, a comprovação de renda per capita familiar:
Alternativa correta: letra C (responde a todas as alternativas). Nos termos da atual redação
do art. 20, § 3º, I, da Lei nº 8.742/1993, o valor da renda per capita familiar deve ser inferior a 1/4 do
salário mínimo.
Março
2021
LEI Nº 14.124/2021
Ementa: Dispõe sobre as medidas excepcionais relativas à aquisição de vacinas e de insumos
e à contratação de bens e serviços de logística, de tecnologia da informação e
comunicação, de comunicação social e publicitária e de treinamentos destinados
à vacinação contra a Covid-19, e sobre o Plano Nacional de Operacionalização da
Vacinação contra a Covid-19.
Data de publicação: 10.03.2021
Início de vigência: 10.03.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/
Lei/L14124.htm>
Destaques:
• A lei autoriza dispensa de licitação para que a Administração Pública direta e indireta
celebre contratos de aquisição de vacinas e insumos para vacinação contra a Covid-19,
mesmo que antes do registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ou
autorização temporária de uso emergencial.
• Autoriza dispensa de licitação para que a Administração Pública direta e indireta celebre
contratos de bens e serviços necessários para implementação da vacinação contra a
Covid-19.
1.2. Comentário
No dia 10.03.2021 foi publicada e entrou em vigor a Lei nº 14.124/2021, com o objetivo de auxiliar
o enfrentamento à pandemia.
Conforme ementa da lei, o novel texto legislativo trata “sobre as medidas excepcionais relativas
à aquisição de vacinas e de insumos e à contratação de bens e serviços de logística, de tecnologia
Tendo em vista a Covid-19 como medida excepcional, a lei autoriza a dispensa de licitação para
aquisição de vacinas, insumos para vacinação e para contratação de bens e serviços necessários
para implementação da vacinação.
Em relação à formalização da contratação direta, o art. 2º, § 1º, da lei dispõe que a dispensa de
licitação “não afasta a necessidade de processo administrativo que contenha os elementos técnicos
referentes à escolha da opção de contratação e à justificativa do preço ajustado” (grifos nossos).
Todas as aquisições ou contratações feitas com base na nova lei deverão ser publicizadas, no
prazo máximo de 5 dias úteis, “contado da data da realização do ato em sítio oficial da internet” (art.
2º, § 2º), devendo haver a divulgação de todas as informações elencadas nesse dispositivo:
Art. 2º (...)
Além da dispensa, também prevê a lei a contratação direta por inexigibilidade no caso de
fornecedor exclusivo do bem ou serviço “inclusive no caso da existência de sanção de impedimento
ou de suspensão para celebração de contrato com o poder público” (§ 3º), sendo, nesse caso,
obrigatória a prestação de garantia até o limite de 10%.
Estabelece a lei, ainda, diversas outras disposições referentes à licitação e ao regramento dos
contratos administrativos e, em relação ao primeiro caso, por exemplo, o art. 8º prevê, no caso de
pregão, a redução dos prazos pela metade.
Por sua vez, quanto aos contratos administrativos decorrentes das aquisições e contratações
descritas na lei, merece destaque o art. 9º, prevendo que “a administração pública direta e indireta
poderá estabelecer cláusula com previsão de que os contratados ficam obrigados a aceitar, nas
mesmas condições contratuais iniciais, acréscimos ou supressões ao objeto contratado limitados a
até 50% (cinquenta por cento) do valor inicial atualizado do contrato.”
Além das disposições referentes à contratação direta, à licitação e aos contratos administrativos,
importante mencionar que a nova lei prevê, no art. 13, § 3º, a autorização para a compra, a distribuição e
a aplicação de vacinas contra a Covid-19 por estados, Distrito Federal e municípios, caso a União “não
realize as aquisições e a distribuição tempestiva de doses suficientes para a vacinação dos grupos
previstos no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19” (grifos nossos).
A última hipótese mencionada, autorização excepcional para importação, foi prevista no art. 16
da Lei nº 14.124/2021, e significa que vacinas e medicamentos contra a Covid-19 não registrados na
Anvisa podem ser autorizados para importação pela agência caso preencham os seguintes requisitos:
iii. sejam registrados ou autorizados para uso emergencial por autoridades sanitárias estrangeiras
listadas na lei;
iv. sejam autorizados à distribuição no respectivo país da autoridade sanitária que registrou ou
autorizou o uso emergencial.
Para materiais, equipamentos e insumos da área de saúde sujeitos à vigilância sanitária e não
registrados na Anvisa, dispensa-se apenas o requisito listado no item “i”, uma vez que ele é aplicável
às vacinas e medicamentos contra a Covid-19.
Como exemplo de autoridades sanitárias estrangeiras previstas na lei (item iii), cita-se a Food
and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos da América, e a European Medicines Agency
(EMA), da União Europeia.
Alternativa correta: letra C. Nos termos do art. 13, § 3º, da Lei nº 14.124/2021,“a aplicação das
vacinas contra a Covid-19 deverá observar o previsto no Plano Nacional de Operacionalização da
Vacinação contra a Covid-19, ou naquele que vier a substituí-lo. § 3º Os Estados, os Municípios e
o Distrito Federal ficam autorizados a adquirir, a distribuir e a aplicar as vacinas contra a Covid-19
registradas, autorizadas para uso emergencial ou autorizadas excepcionalmente para importação,
nos termos do art. 16 desta Lei, caso a União não realize as aquisições e a distribuição tempestiva de
doses suficientes para a vacinação dos grupos previstos no Plano Nacional de Operacionalização
da Vacinação contra a Covid-19.” (Grifos nossos.)
Demais alternativas:
Alternativa A. Alternativa em consonância com o art. 2º, inciso I, da Lei nº 14.124/2021: “Fica
a administração pública direta e indireta autorizada a celebrar contratos ou outros instrumentos
congêneres, com dispensa de licitação, para: I ‒‒ a aquisição de vacinas e de insumos destinados à
vacinação contra a Covid-19, inclusive antes do registro sanitário ou da autorização temporária de
uso emergencial; e”.
Alternativa E. Alternativa em consonância com o art. 2º, inciso I, da Lei nº 14.124/2021: “Fica
a administração pública direta e indireta autorizada a celebrar contratos ou outros instrumentos
congêneres, com dispensa de licitação, para: I ‒- a aquisição de vacinas e de insumos destinados à
vacinação contra a Covid-19, inclusive antes do registro sanitário ou da autorização temporária de
uso emergencial; e”.
LEI Nº 14.125/2021
Ementa: Dispõe sobre a responsabilidade civil relativa a eventos adversos pós-vacinação
contra a Covid-19 e sobre a aquisição e distribuição de vacinas por pessoas
jurídicas de direito privado.
• Prevê que os entes poderão constituir garantias ou contratar seguro privado para a
cobertura dos riscos relativos aos eventos adversos pós-vacinação.
• Autoriza a aquisição de vacinas contra a Covid-19 por pessoas jurídicas de direito privado,
desde que sejam integralmente doadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), a fim de
serem utilizadas no âmbito do Programa Nacional de Imunizações (PNI), até o término
da imunização dos grupos prioritários. Após, poderão distribuir e administrar as vacinas
adquiridas livremente, desde que pelo menos 50% das doses sejam, obrigatoriamente,
doadas ao SUS, e as demais sejam utilizadas de forma gratuita.
2.2. Comentário
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo dispõe sobre a “responsabilidade civil
relativa a eventos adversos pós-vacinação contra a Covid-19 e sobre a aquisição e distribuição de
vacinas por pessoas jurídicas de direito privado”.
Tendo em vista que podem ocorrer efeitos adversos pelo uso das vacinas destinadas ao
combate da Covid-19, houve exigência por parte das empresas farmacêuticas de que o ente público
comprador se responsabilize por qualquer indenização referente a efeitos colaterais indesejados
ocasionados pelas vacinas.
Importante ressaltar que, para a Copa do Mundo de 2014, havia previsão semelhante na Lei nº
12.663/2012 (art. 23), dispositivo que o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou constitucional no
julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 4.976. Mas, diferente desse dispositivo,
que tratava apenas da responsabilidade da União, o previsto na Lei nº 14.125/2021 trata também sobre
a responsabilidade dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, o que pode gerar discussões.
Quanto à responsabilização do ente adquirente pelos eventos adversos pós- vacinação, merece
atenção o disposto nos parágrafos do art. 1º.
Estabelece o § 1º do art. 1º que a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios poderão
constituir garantias ou contratar seguro privado, nacional ou internacional, em uma ou mais
apólices, para a cobertura dos riscos de que trata o caput deste artigo.
Além disso, deve-se ressaltar que a assunção dos riscos relativos à responsabilidade civil pelos
efeitos adversos restringe-se às aquisições feitas pelo respectivo ente público (§ 2º do art. 1º). Como
exemplo, a União não assume responsabilidade por doses compradas por particulares.
Por sua vez, o § 3º impõe medidas de transparência aos entes que adquirirem as vacinas,
especificamente quanto:
Outro ponto de destaque no diploma normativo em análise é a autorização para que pessoas
jurídicas de direito privado adquiram vacinas contra a Covid-19 que tenham autorização temporária
para uso emergencial, autorização excepcional e temporária para importação e distribuição ou
registro sanitário concedidos pela Anvisa.
No entanto, na forma do art. 2º, caput, da Lei nº 14.125/2021, as vacinas adquiridas por essas
pessoas de direito privado deverão, em um primeiro momento, ser integralmente doadas ao SUS,
a fim de serem utilizadas no âmbito do PNI.
De acordo com o art. 2º, caput, da lei, que é seu outro ponto de destaque, as pessoas jurídicas
de direito privado ficam autorizadas a comprar vacinas contra a Covid-19, desde que as vacinas
“tenham autorização temporária para uso emergencial, autorização excepcional e temporária para
importação e distribuição ou registro sanitário concedidos pela Anvisa.”
Apesar dessa previsão, a distribuição e administração das vacinas pelas pessoas jurídicas de
direito privado que as adquirirem é limitada pela lei, conforme o seguinte quadro:
Após o término da imunização dos Pelo menos 50% (cinquenta por cento)
grupos prioritários previstos no Plano Nacional das doses devem ser, obrigatoriamente,
de Operacionalização da Vacinação contra a doadas ao SUS, e as demais devem ser
Covid-19. utilizadas de forma gratuita.
Somente após o término da imunização dos grupos prioritários previstos no Plano Nacional
de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, as referidas pessoas jurídicas de direito
privado poderão, atendidos os requisitos legais e sanitários, adquirir, distribuir e administrar vacinas
livremente, desde que (§ 1º do art. 2º):
Por último, destaca-se que as pessoas jurídicas de direito privado deverão fornecer ao Ministério
da Saúde, na forma de regulamento, de modo tempestivo e detalhado, todas as informações relativas
à aquisição, incluindo os contratos de compra e doação, e à aplicação das vacinas contra a Covid-19,
na forma do § 3º do art. 2º da lei.
Acerca da compra de vacinas para o combate à Covid-19, de acordo com o que dispõe a Lei nº
14.125/2021, assinale a alternativa correta:
A) Apenas a União Federal pode comprar vacinas de fabricantes no exterior, a fim de uniformizar o
PNI.
B) Os estados, o Distrito Federal e os municípios podem comprar vacinas, ainda que não registradas
ou autorizadas temporariamente para uso emergencial pela Anvisa, desde que destinem a totalidade
das doses à União, para centralização do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra
a Covid-19.
C) Eventuais efeitos adversos advindos da vacinação contra a Covid-19 são de inteira responsa-
bilidade do vacinado ou seu responsável.
D) As pessoas jurídicas de direito privado, desde que integrantes da Administração Pública, podem
adquirir vacinas, caso em que deverão doar integralmente ao SUS, para utilização no PNI.
Alternativa correta: letra E. É o que prevê o art. 2º, caput e § 1º, da Lei nº 14.125/2021: “Pessoas
jurídicas de direito privado poderão adquirir diretamente vacinas contra a Covid-19 que tenham
autorização temporária para uso emergencial, autorização excepcional e temporária para importação
Demais alternativas:
Alternativa B. Errada. Só podem ser adquiridas vacinas desde que a Anvisa tenha concedido o
respectivo registro ou autorização temporária de uso emergencial, na forma do art. 1º, caput, da Lei
nº 14.125/2021.
Alternativa D. Errada. O art. 2º, caput, que autoriza a compra de vacinas por pessoas jurídicas
de direito privado, não restringe a autorização às pessoas integrantes da Administração Pública.
LEI Nº 14.129/2021
Ementa: Dispõe sobre princípios, regras e instrumentos para o Governo Digital e para o
aumento da eficiência pública, e altera a Lei nº 7.116, de 29 de agosto de 1983, a Lei
nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação), a Lei nº 12.682,
de 9 de julho de 2012, e a Lei nº 13.460, de 26 de junho de 2017.
II ‒‒ 120 (cento e vinte) dias de sua publicação oficial, para os Estados e o Distrito Federal;
III ‒‒ 180 (cento e oitenta) dias de sua publicação oficial, para os Municípios.
Destaques:
• A Lei nº 14.129/2021, publicada em 30 de março de 2021, dispõe sobre princípios, regras
e instrumentos para o aumento da eficiência da administração pública, especialmente
por meio da desburocratização, da inovação, da transformação digital e da participação
do cidadão.
• Sua aplicação se dará aos órgãos da administração pública direta federal, às entidades da
administração pública indireta federal e às administrações diretas e indiretas dos demais
entes federados.
• Quanto aos serviços prestados pelo Governo Digital, ocorrerão por meio de tecnologias
de amplo acesso pela população, inclusive pela de baixa renda ou residente em áreas
rurais e isoladas, sem prejuízo do direito do cidadão a atendimento presencial.
• No que se refere ao acesso da prestação digital dos serviços públicos, será disponibilizado
por meio do autosserviço. Tendo a participação da administração da consolidação da
Estratégia Nacional de Governo Digital.
• Será considerada a garantia dos direitos dos usuários quanto à prestação digital de
serviços públicos, inclusive os que constarem da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais
(LGPD).
• A lei determinou que é de competência de cada ente federado dispor sobre informações
dos serviços prestados, das Cartas de Serviços ao Usuário e da Base Nacional de Serviços
Públicos, em formato aberto e interoperável.
Em 30.03.2021, foi publicada a Lei nº 14.129, com vigência determinada pelo art. 55.
III ‒ ‒ 180 (cento e oitenta) dias de sua publicação oficial, para os Municípios.
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo dispõe sobre “princípios, regras e
instrumentos para o Governo Digital e para o aumento da eficiência pública e altera a Lei nº 7.116, de
29 de agosto de 1983, a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação), a Lei
nº 12.682, de 9 de julho de 2012, e a Lei nº 13.460, de 26 de junho de 2017”.
Inicialmente, cumpre mencionar que a lei se aplica, a princípio, apenas aos órgãos da
Administração Pública direta federal e às entidades da Administração Pública indireta federal,
incluídas as empresas públicas e sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas, que
prestem serviço público, autarquias e fundações públicas (art. 2º, I e II). Há previsão, todavia, de
aplicação da lei também às Administrações diretas e indiretas dos demais entes federados, desde
que adotem os comandos desta lei por meio de atos normativos próprios.
De acordo com disposto na referida lei, no § 1º do art. 2º, esta não será aplicada a empresas
públicas e sociedades de economia mista, incluindo suas subsidiárias e controladas, que não prestem
serviço público.
No art. 3º da lei é listada uma série de princípios e diretrizes do Governo Digital e da eficiência
pública. O rol é bastante extenso, mas, em síntese, a lei preconiza a desburocratização, a
modernização, o fortalecimento e a simplificação da relação do poder público com a sociedade,
mediante serviços digitais, acessíveis, inclusive, por dispositivos móveis (inciso I); a transparência na
execução dos serviços públicos, com o uso de linguagem clara e compreensível a qualquer cidadão
(inciso VII), e o monitoramento da qualidade desses serviços (inciso IV), inclusive com o incentivo à
participação social no controle e na fiscalização da Administração Pública (inciso V).
XIV ‒
‒ a interoperabilidade de sistemas e a promoção de dados abertos;
O art. 5º dispõe que “a Administração Pública utilizará soluções digitais para a gestão de suas
políticas finalísticas e administrativas e para o trâmite de processos administrativos eletrônicos”.
Assim, tem-se que a utilização de soluções digitais e processos administrativos eletrônicos deverá
ser adotada preferencialmente, sempre que possível.
O parágrafo único do mesmo artigo contém importante previsão acerca dos documentos
eletrônicos produzidos na prestação dos serviços digitais, dispondo que “entes públicos que emitem
atestados, certidões, diplomas ou outros documentos comprobatórios com validade legal poderão
fazê-lo em meio digital, assinados eletronicamente, na forma do art. 7º desta lei e da Lei nº 14.063,
de 23 de setembro de 2020” (grifo nosso). Nesse ponto, o art. 11 da Lei nº 14.129/2021 determina
que os documentos nato-digitais assinados eletronicamente na forma do art. 7º são considerados
originais para todos os efeitos legais.
A previsão de que ocorra a promoção dos dados abertos (art. 3º, XIV) não é irrestrita e, por
isso, o art. 25 menciona que as Plataformas de Governo Digital devem dispor de ferramentas de
transparência e de controle do tratamento de dados pessoais, que sejam claras e facilmente
acessíveis, e que permitam ao cidadão o exercício dos direitos previstos na LGPD (Lei nº 13.709/2018).
O art. 29, caput, a seu turno, determina que, observado o disposto na LGPD, os dados
disponibilizados pelos prestadores de serviços públicos, bem como qualquer informação de
transparência ativa, são de livre utilização pela sociedade, estabelecendo o § 1º desse dispositivo que,
na promoção da transparência ativa de dados, o poder público deverá observar os seguintes requisitos:
II ‒ ‒ garantia de acesso irrestrito aos dados, os quais devem ser legíveis por
máquina e estar disponíveis em formato aberto, respeitadas as Leis nº 12.527,
de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação), e 13.709, de 14 de
agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais);
III ‒ ‒ descrição das bases de dados com informação suficiente sobre estrutura
e semântica dos dados, inclusive quanto à sua qualidade e à sua integridade;
VII ‒ ‒ (VETADO);
VIII ‒ ‒ respeito à privacidade dos dados pessoais e dos dados sensíveis, sem
prejuízo dos demais requisitos elencados, conforme a Lei nº 13.709, de 14 de
agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais);
Por fim, um último tópico relevante do novo diploma legal é referente aos instrumentos de
governança, gestão de riscos, controle e auditoria previstos na lei. De acordo com o parágrafo único
do art. 47, os mecanismos, as instâncias e as práticas de governança incluirão, no mínimo:
A Lei nº 14.129/2021, que dispõe sobre princípios, regras e instrumentos para o Governo Digital
e para o aumento da eficiência pública, não se aplica:
A) aos órgãos da Administração Pública direta federal, abrangendo os Poderes Executivo, Judiciário
e Legislativo, incluído o Tribunal de Contas da União (TCU), e o Ministério Público da União (MPU).
E) às Administrações diretas e indiretas dos Estados, Distrito Federal e Municípios que adotem os
comandos da Lei nº 14.129/2021 por meio de atos normativos próprios.
Alternativa correta: letra C. Na forma do art. 2º, § 1º, da Lei nº 14.129/2021, esta lei não se aplica
a empresas públicas e sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas, que não
prestem serviço público.
Demais alternativas:
Alternativa A. Errada. A Lei nº 14.129/2021, nos termos do art. 2º, I, aplica-se a todos os órgãos
da administração direta federal, incluindo-se, portanto, os órgãos do Poder Executivo, Legislativo e
Judiciário e, também, os órgãos com autonomia constitucional como o Tribunal de Contas da União
(TCU) e o Ministério Público da União (MPU).
Alternativa E. Errada. Não serão aplicadas as disposições da nova lei na hipótese das empresas
públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias não atuarem na prestação de serviço
público, nos termos do inciso III do art. 2º.
MP Nº 1.040/2021
Ementa: Dispõe sobre a facilitação para abertura de empresas, a proteção de acionistas
minoritários, a facilitação do comércio exterior, o Sistema Integrado de
Recuperação de Ativos, as cobranças realizadas pelos conselhos profissionais, a
profissão de tradutor e intérprete público, a obtenção de eletricidade e a prescrição
intercorrente na Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 ‒ ‒Código Civil (CC).
Data de publicação: 30.03.2021
Início de vigência: ‒ 360 dias, contados da data de sua publicação, quanto à parte do art.
5º que altera o § 3º do art. 138 da Lei nº 6.404, de 1976:
• ‒no primeiro dia útil do primeiro mês após a data de sua publicação, quanto aos arts. 8º a 12,
e incisos III ao XV, XVII, XXII e XXVI do caput do art. 33;
1.2. Comentário
Em relação ao direito civil, a MP nº 1.040/2021 traz como inovação a inclusão do art. 206-A ao
CC, dispondo sobre o prazo da prescrição intercorrente.
Entretanto, para concentrar a abordagem das inovações veiculadas por esse novo ato
normativo, a sua análise encontra-se em direito empresarial.
LEI Nº 14.126/2021
Ementa: Classifica a visão monocular como deficiência sensorial, do tipo visual, dispondo
a respeito da avaliação biopsicossocial da visão monocular para fins de
reconhecimento da condição de pessoa com deficiência.
• Dispõe que o instrumento para avaliação de deficiência a ser criado pelo Poder Executivo
se aplicará a estes casos.
1.2. Comentário
De acordo com sua ementa, passa a ser classificada como deficiência visual, do tipo sensorial,
a visão monocular.
Trata-se de uma salutar inovação, na mesma linha de intelecção da Súmula nº 377 do Superior
Tribunal de Justiça (STJ), que já classificava a visão monocular como deficiência para o fim de a
pessoa concorrer, em concursos públicos, às vagas reservadas às pessoas deficientes.
A lei ainda menciona expressamente que à visão monocular aplica-se o previsto no § 2º do art.
2º da Lei nº 13.146/2015, o Estatuto da Pessoa com Deficiência, que, em apertada síntese, dispõe que
o Poder Executivo criará instrumentos para avaliação da deficiência.
Da leitura do art. 2º do Estatuto da Pessoa com Deficiência, denota-se que se trata de avaliação
biopsicossocial, que deverá ser realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar, devendo ser
considerados os seguintes aspectos, conforme incisos do § 1º:
III ‒
‒ a limitação no desempenho de atividades; e
IV ‒
‒ a restrição de participação.
No mesmo dia foi editado o Decreto nº 10.654/2021, que dispõe sobre a avaliação biopsicossocial
da visão monocular para fins de reconhecimento da condição de pessoa com deficiência, explicitando
que a avaliação se dará na forma não apenas do § 2º, mas também do § 1º do art. 2º do Estatuto da
Pessoa com Deficiência.
DECRETA:
Paulo Guedes
Cabe ressaltar, ainda, que há previsão de flexibilização da renda per capita para fins de
concessão de benefício assistencial em se tratando de pessoa com deficiência, a depender do grau
de deficiência, enquadrando-se, doravante, a visão monocular como apta ao exame, nos termos do
art. 20-A da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS).
E) É considerada deficiência sensorial, do tipo visual para o fim de benefício assistencial, mas não
em relação às vagas reservadas em concursos públicos.
Alternativa correta: letra C (responde a todas as alternativas). A visão monocular, nos termos
do art. 1º da Lei nº 14126/2021, é classificada como deficiência sensorial, do tipo visual, para todos
os efeitos legais.
MP Nº 1.036/2021
Ementa: A MP nº 1.036, publicada em 18 de março de 2021, altera a Lei nº 14.046, de 24 de
agosto de 2020, para dispor sobre medidas emergenciais para atenuar os efeitos
da crise decorrente da pandemia da Covid-19 nos setores de turismo e de cultura.
Data de publicação: 18.03.2021
Início de vigência: 18.03.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/
Mpv/mpv1036.htm>
Destaques:
• A MP nº 1.036, publicada em 18 de março de 2021, alterou a Lei nº 14.046, de 24 de
agosto de 2020, para dispor sobre medidas emergenciais que atenuem os efeitos da crise
decorrente da pandemia da Covid-19 nos setores de turismo e de cultura.
1.2. Comentário
A medida provisória alterou a Lei nº 14.046, de 24 de agosto de 2020, para dispor sobre medidas
emergenciais que atenuem os efeitos da crise decorrente da pandemia da Covid-19 nos setores de
turismo e de cultura.
Em se tratando do art. 2º, a Lei nº 14.046/2020 fixou que estas operações se darão sem custo
adicional com data prevista, como disposto no § 1º do referido artigo:
Art. 2º (...)
Quanto a crédito a ser utilizado pelo consumidor, este terá o prazo de até 31.12.2022 para utilizá-
lo. Sendo que os valores e as condições dos serviços originalmente contratados também terão data
fixada de até 31.12.2022, para remarcar os serviços adiados, e ainda deverá restituir o consumidor no
caso de impossibilidade de remarcação dos serviços, conforme disposto no art. 2º, §§ 4º, 5º e 6º.
A lei estende aos artistas, palestrantes ou outros profissionais, contratados até 31.12.2021, a
obrigação de não reembolsar imediatamente estes profissionais, desde que o evento seja remarcado
e respeitada a data-limite para a sua realização. Na hipótese dos cancelamentos decorrentes das
medidas de isolamento social adotadas para o combate à pandemia da Covid-19, as multas por
cancelamentos dos contratos serão anuladas, desde que tenham sido emitidas até 31.12.2021, de
acordo com o texto do art. 4º, caput e § 2º:
D) Na hipótese de remarcação dos serviços, das reservas e dos eventos adiados serão respeitados os
valores e as condições dos serviços originalmente contratados e a data-limite de 31 de dezembro de
2021, para ocorrer a remarcação dos serviços, das reservas e dos eventos adiados.
Alternativa correta: letra E. Está de acordo com a Lei nº 14.046/2020, alterada pela MP nº
1.036/2021, que diz em seu art. 2º, § 6º: “O prestador de serviço ou a sociedade empresária deverá
restituir o valor recebido ao consumidor até 31 de dezembro de 2022, somente na hipótese de ficar
impossibilitado de oferecer a remarcação dos serviços ou a disponibilização de crédito referidas nos
incisos I e II do caput”.
Alternativa A. Errada. A alternativa trata sobre a não obrigação de reembolsar os valores pagos
pelo consumidor, em nenhuma hipótese, mas não é isso que diz a Lei nº 14.046/2020, alterada pela
MP nº 1.036/2021, em seu art. 2º: “Art. 2º Na hipótese de adiamento ou de cancelamento de serviços,
de reservas e de eventos, incluídos shows e espetáculos, até 31 de dezembro de 2021, em decorrência
da pandemia da Covid-19, o prestador de serviços ou a sociedade empresária não será obrigado a
reembolsar os valores pagos pelo consumidor, desde que assegure: I ‒‒ a remarcação dos serviços,
das reservas e dos eventos adiados; ou II ‒‒ a disponibilização de crédito para uso ou abatimento
na compra de outros serviços, reservas e eventos disponíveis nas respectivas empresas” (grifos
nossos).
Alternativa B. Errada. A alternativa trata sobre a extensão do prazo por 180 dias, mas não é o que
diz a Lei nº 14.046/2020, alterada pela MP nº 1.036/2021, que diz em seu art. 2º, § 1º: “As operações
de que trata o caput deste artigo ocorrerão sem custo adicional, taxa ou multa ao consumidor, em
qualquer data a partir de 1º de janeiro de 2020, e estender-se-ão pelo prazo de 120 (cento e vinte)
dias, contado da comunicação do adiamento ou do cancelamento dos serviços, ou 30 (trinta) dias
antes da realização do evento, o que ocorrer antes” (grifos nossos).
Alternativa C. Errada. A alternativa trata o não reembolso no caso de solicitação fora do prazo
ainda que por motivo de falecimento, de internação ou de força maior, mas não é o que diz a Lei nº
14.046/2020, alterada pela MP nº 1.036/2021, que diz em seu art. 2º, § 2º: “Se o consumidor não
fizer a solicitação a que se refere o § 1º deste artigo no prazo assinalado de 120 (cento e vinte) dias,
por motivo de falecimento, de internação ou de força maior, o prazo será restituído em proveito
da parte, do herdeiro ou do sucessor, a contar da data de ocorrência do fato impeditivo da
solicitação” (grifos nossos).
Alternativa D. Errada. A alternativa trata sobre a data-limite ser 31.12.2021, mas não é o que
diz a Lei nº 14.046/2020, alterada pela MP nº 1.036/2021, que diz em seu art. 2º, § 5º: “Na hipótese
prevista no inciso I do caput deste artigo, serão respeitados: I ‒ ‒ os valores e as condições dos
serviços originalmente contratados; e II ‒ ‒ a data-limite de 31 de dezembro de 2022, para ocorrer a
remarcação dos serviços, das reservas e dos eventos adiados” (grifos nossos).
LEI Nº 14.128/2021
Ementa: Dispõe sobre compensação financeira a ser paga pela União aos profissionais e
trabalhadores de saúde que, durante o período de emergência de saúde pública
de importância nacional decorrente da disseminação do novo coronavírus (SARS-
CoV-2), por terem trabalhado no atendimento direto a pacientes acometidos pela
Covid-19, ou realizado visitas domiciliares em determinado período de tempo, no
caso de agentes comunitários de saúde ou de combate a endemias, tornarem-
se permanentemente incapacitados para o trabalho, ou ao seu cônjuge ou
companheiro, aos seus dependentes e aos seus herdeiros necessários, em caso de
óbito; e altera a Lei nº 605, de 5 de janeiro de 1949.
Data de publicação: 26.03.2021
Início de vigência: 26.03.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/
Lei/L14128.htm>
1.2. Comentário
Em relação ao direito do trabalho, a Lei nº 14.128/2021 traz como inovação a alteração da Lei nº
605/1949, que dispõe sobre o repouso semanal remunerado e o pagamento de salário nos dias de
feriados civis e religiosos.
Entretanto, para concentrar a abordagem das inovações veiculadas por esse novo ato
normativo, a sua análise encontra-se em direito previdenciário.
MP Nº 1.040/2021
Ementa: Dispõe sobre a facilitação para abertura de empresas, a proteção de acionistas
minoritários, a facilitação do comércio exterior, o Sistema Integrado de Recuperação
de Ativos, as cobranças realizadas pelos conselhos profissionais, a profissão de
tradutor e intérprete público, a obtenção de eletricidade e a prescrição intercorrente
na Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 ‒ ‒ Código Civil (CC).
Data de publicação: 30.03.2021
Início de vigência: ‒ 360 dias, contados da data de sua publicação, quanto à parte do art. 5º,
que altera o § 3º do art. 138 da Lei nº 6.404, de 1976;
• ‒ no primeiro dia útil do primeiro mês após a data de sua publicação, quanto aos arts. 8º a 12,
e incisos III ao XV, XVII, XXII e XXVI do caput do art. 33;
Destaques:
• A MP tem como objetivo a “facilitação para abertura de empresas, a proteção de acionistas
minoritários, a facilitação do comércio exterior, o Sistema Integrado de Recuperação de
Ativos (Sira), as cobranças realizadas pelos conselhos profissionais, a profissão de tradutor
e intérprete público, a obtenção de eletricidade e a prescrição intercorrente na Lei nº
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (CC).
• Altera diversos dispositivos da Lei nº 8.934/1994, que dispõe sobre o Registro Público de
Empresas Mercantis e atividades afins, e dá outras providências.
• Estabelece prazo para o Poder Público autorizar a execução de obras de extensão de redes
de distribuição de energia elétrica.
• Altera a Lei nº 10.406/2002 (CC), para prever no art. 206-A que a prescrição intercorrente
observará o mesmo prazo de prescrição da pretensão.
1.2. Comentário
Art. 4º (...)
Vale mencionar que as sociedades anônimas de capital aberto terão novos prazos a serem
observados quanto à Convocação da Assembleia Geral, nos seguintes termos:
§ 1º (...)
§ 5º (...)
No entanto, prevendo prazo de vacância específico de 360 dias, contado da data de sua
publicação, quanto à parte do art. 5º que altera o § 3º do art. 138 da Lei nº 6.404/1976, conforme o art.
34, I, da MP.
Ainda, a MP incluiu os §§ 1º e 2º ao art. 140 da mencionada lei, que assim dispõem sobre a
matéria:
Por sua vez, o Capítulo IV da MP trata da facilitação do comércio exterior, alterando a Lei nº
12.546/2011 e cuidando especificamente das licenças, autorizações ou exigências administrativas
para importações ou exportações, bem como do comércio exterior de serviços, intangíveis e outras
operações que produzam variações no patrimônio das pessoas físicas, das pessoas jurídicas ou dos
entes despersonalizados.
Cabe ressaltar que o art. 13 da MP autoriza o Poder Executivo federal a instituir, sob a governança
da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, o Sira, “constituído por conjunto de instrumentos,
mecanismos e iniciativas destinados a facilitar a identificação e a localização de bens e devedores”,
ainda promovendo “a constrição e a alienação de ativos”.
Visando fomentar o acesso à eletricidade, o texto estabelece prazo para o Poder Público
autorizar a execução de obras de extensão de redes de distribuição de energia elétrica, conforme
disciplina o art. 31, in verbis:
A seu turno, o art. 32 da nova legislação traz alteração pontual na Lei nº 10.406/2002 (CC), que
incluiu o art. 206-A, in verbis: “Art. 206-A. A prescrição intercorrente observará o mesmo prazo de
prescrição da pretensão”.
Por fim, é importante observar que a MP nº 1.040/2021 ainda será analisada pela Câmara dos
Deputados e pelo Senado.
E) A Comissão de Valores Mobiliários poderá, a seu exclusivo critério, mediante decisão fundamentada
de seu Colegiado, a pedido de qualquer acionista, e ouvida a companhia declarar quais documentos
e informações relevantes para a deliberação da assembleia geral não foram tempestivamente
disponibilizados aos acionistas e determinar o adiamento da assembleia por até 30 (trinta) dias, contado
da data de disponibilização dos referidos documentos e informações aos acionistas.
Alternativa correta: letra C. O enunciado da alternativa “c” está incorreto, pois contraria a
literalidade do que dispõem a alínea “a” e inciso X do art. 122 da Lei nº 6.404/1976, incluídos pela MP
nº 1.040/2021, nos seguintes termos: “Compete privativamente à assembleia geral: (...) X ‒ deliberar,
quando se tratar de companhias abertas, sobre: a) a alienação ou a contribuição para outra empresa
de ativos, caso o valor da operação corresponda a mais de 50% (cinquenta por cento) do valor dos
ativos totais da companhia constantes do último balanço aprovado”.
Demais alternativas:
Alternativa A. O enunciado da alternativa “A” está correto, tendo em vista o que dispõe o
inciso VIII do art. 122 da Lei nº 6.404/1976, modificado pela MP nº 1.040/2021, nos seguintes termos:
“Compete privativamente à assembleia geral: (...) VIII ‒ deliberar sobre transformação, fusão,
incorporação e cisão da companhia, sua dissolução e liquidação, eleger e destituir liquidantes e
julgar-lhes as contas; (...)
Alternativa B. O enunciado da alternativa “B” está correto, tendo em vista o que dispõe a
literalidade do inciso IX do art. 122 da Lei nº 6.404/1976, modificado pela MP nº 1.040/2021, nos
seguintes termos: “IX ‒ autorizar os administradores a confessar falência e a pedir recuperação judicial”.
Alternativa E. O enunciado da alternativa “E” está correto, tendo em vista o que dispõe a
literalidade do inciso I do § 5º do art. 124 da Lei nº 6.404/1976, modificado pela MP nº 1.040/2021, nos
seguintes termos: “§ 5º A Comissão de Valores Mobiliários poderá, a seu exclusivo critério, mediante
decisão fundamentada de seu Colegiado, a pedido de qualquer acionista, e ouvida a companhia:
I ‒ ‒ declarar quais documentos e informações relevantes para a deliberação da assembleia geral não
foram tempestivamente disponibilizados aos acionistas e determinar o adiamento da assembleia por
até 30 (trinta) dias, contado da data de disponibilização dos referidos documentos e informações
aos acionistas”.
LEI Nº 14.132/2021
Ementa: Acrescenta o art. 147-A ao Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal ‒ CP), para prever o crime de perseguição, e revoga o art. 65 do Decreto-Lei
nº 3.688, de 3 de outubro de 1941 (Lei das Contravenções Penais).
1.2. Comentário
Em 1º.04.2021 foi publicada a Lei nº 14.132, de 31.03.2021, com início imediato de vigência.
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo acrescenta: “o art. 147-A ao Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (CP), para prever o crime de perseguição”, além disso “revoga o art.
65 do Decreto-Lei nº 3.688, de 3 de outubro de 1941 (Lei das Contravenções Penais)”.
De acordo com sua ementa, passa a ser prevista como crime a ação de perseguição.
Perseguição
Trata-se de uma novatio legis in pejus, um tipo penal novo, englobando ainda condutas que
antes se enquadravam como contravenção penal, não podendo retroagir neste particular.
O crime de stalking (perseguição) é uma resposta a casos cada vez mais crescentes de stalkers
(perseguidores), especialmente por meio das redes sociais.
O crime consiste no ato do agente que persegue alguém, de forma reiterada, exigindo-se,
assim, a habitualidade em seu agir. Além disso, a perseguição pode ocorrer por qualquer meio
(presencialmente, por exemplo, comparecendo todos os dias no trabalho da vítima; virtualmente, nas
diversas redes sociais, e-mail etc.; ou por qualquer outra forma, como envio de cartas, no intuito de:
(1) ameaçar a integridade física ou psicológica da vítima; (2) restringir a capacidade de locomoção da
vítima; ou (3) invadir ou perturbar, de qualquer forma, a esfera de liberdade ou privacidade da vítima.
Cuida-se de infração de menor potencial ofensivo, uma vez que a pena para o crime é de 6 meses
a 2 anos e multa, passível, portanto, do procedimento nos Juizados Especiais Criminais e de aplicação
de institutos descarcerizadores, como a transação penal e a suspensão condicional do processo.
As penas previstas para o crime são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência,
e somente se procede mediante representação, ou seja, deve haver manifestação inequívoca da
vítima ou de seu representante legal a respeito da intenção de se instaurar a persecução penal, não
havendo forma específica de apresentação dessa representação, podendo ser, inclusive, de forma
verbal ao delegado de polícia ou membro do Ministério Público, por exemplo.
Segundo o art. 147-A do Decreto-Lei nº 2.848, de 07.12.1940 (CP, acrescentado pela Lei nº
14.132, de 31.03.2021), o crime de perseguição:
C) Tem pena aumentada em 1/4 se o crime é cometido contra criança, adolescente ou idoso.
D) Tem pena aumentada pela metade se o crime é cometido contra mulher por razões da condição
de sexo feminino.
Alternativa correta: letra D. Nos termos do art. 147-A, § 1º, II, do CP, o crime de perseguição
tem a pena aumentada de metade se o crime for cometido contra mulher por razões da condição de
sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121 do CP.
Alternativa A. Errada. O crime consiste no ato criminoso do agente que persegue alguém, de
forma reiterada, exigindo-se, assim, a habitualidade em seu agir.
Alternativa B. Errada. Cuida-se de infração de menor potencial ofensivo, uma vez que a pena
para o crime é de 6 meses a 2 anos, e multa.
Alternativa E. Errada. O inciso III, do § 1º, do art. 147-A do CP prevê o caso de aumento de pena
no caso de emprego de arma.
LEI Nº 14.126/2021
Ementa: Classifica a visão monocular como deficiência sensorial, do tipo visual, dispondo
a respeito da avaliação biopsicossocial da visão monocular para fins de
reconhecimento da condição de pessoa com deficiência.
Data de publicação: 23.03.2021
Início de vigência: 23.03.2021
Link do texto normativo:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/
L14126.htm>
1.2. Comentário
Entretanto, para concentrar a abordagem das inovações veiculadas por esse novo ato
normativo, a sua análise encontra-se em direito da pessoa com deficiência.
LEI Nº 14.128/2021
Ementa: Dispõe sobre compensação financeira a ser paga pela União aos profissionais e
trabalhadores de saúde que, durante o período de emergência de saúde pública
de importância nacional decorrente da disseminação do novo coronavírus (SARS-
CoV-2), por terem trabalhado no atendimento direto a pacientes acometidos pela
Covid-19, ou realizado visitas domiciliares em determinado período de tempo, no
caso de agentes comunitários de saúde ou de combate a endemias, tornarem-
se permanentemente incapacitados para o trabalho, ou ao seu cônjuge ou
companheiro, aos seus dependentes e aos seus herdeiros necessários, em caso de
óbito; e altera a Lei nº 605, de 5 de janeiro de 1949.
• Altera a Lei nº 605/1949, que dispõe sobre o repouso semanal remunerado e o pagamento
de salário nos dias de feriados civis e religiosos.
2.2. Comentário
De acordo com sua ementa, será devida uma compensação financeira a ser paga pela União
aos profissionais e trabalhadores de saúde que, durante o período de emergência de saúde pública
de importância nacional decorrente da disseminação do novo coronavírus (SARS-CoV-2), por
terem trabalhado no atendimento direto a pacientes acometidos pela Covid-19, ou realizado visitas
domiciliares em determinado período de tempo, no caso de agentes comunitários de saúde ou de
combate a endemias, tornarem-se permanentemente incapacitados para o trabalho, ou ao seu
cônjuge ou companheiro, aos seus dependentes e aos seus herdeiros necessários, em caso de
óbito; e altera a Lei nº 605, de 5 de janeiro de 1949.
Interessante mencionar que o projeto desta lei foi vetado pelo presidente da República sob o
seguinte argumento:
Por sua vez, a legislação define quem é o trabalhador ou profissional de saúde para fins
do recebimento da compensação financeira. É o previsto no art. 1º, parágrafo único, I, da Lei
nº 14.128/2021:
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre compensação financeira a ser paga pela
União aos profissionais e trabalhadores de saúde que, durante o período
de emergência de saúde pública de importância nacional decorrente da
disseminação do novo coronavírus (SARS-CoV-2), por terem trabalhado
no atendimento direto a pacientes acometidos pela Covid-19, ou realizado
visitas domiciliares em determinado período de tempo, no caso de
agentes comunitários de saúde ou de combate a endemias, tornarem-se
permanentemente incapacitados para o trabalho, ou ao seu cônjuge ou
companheiro, aos seus dependentes e aos seus herdeiros necessários, em
caso de óbito.
A lei delimita o momento que gera a percepção da compensação financeira, desta forma, a
atuação desses profissionais deve ter ocorrido no Espin-Covid-19. O Espin-Covid-19 é o estado de
emergência de saúde pública de importância nacional em decorrência da infecção humana pelo
novo coronavírus (SARS-CoV-2). Este estado foi criado juridicamente com a Portaria nº 188/2020,
do Ministério da Saúde. Importante destacar que o estado de emergência, com fulcro no art. 1º,
caput, §§ 2º e 3º, da Lei nº 13.979/2020, só se encerrará com a publicação de novo ato do Ministro
de Estado da Saúde.
Nesses casos, a incapacidade permanente provocada pela Covid-19 deve ser comprovada.
O legislador gerou a presunção de que a Covid-19 foi causa incapacitante quando houver o nexo
temporal entre a data de início da doença e a ocorrência da incapacidade permanente para o
trabalho ou óbito, se houver: “I ‒‒ diagnóstico de Covid-19 comprovado mediante laudos de exames
laboratoriais; ou II ‒‒ laudo médico que ateste quadro clínico compatível com a Covid-19” (art. 2º, § 1º,
da Lei nº 14.128/2021).
• Cônjuge.
• Companheiro (hétero ou homoafetivo).
• Filho menor de 21 anos, desde que não tenha sido emancipado.
1ª Classe • Filho inválido (não importa a idade).
• Filho com deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave (não importa
a idade).
Dependência econômica presumida e afasta os demais dependentes.
• Pais.
2ª Classe
Dependência econômica deve ser comprovada.
Art. 4º A compensação financeira de que trata esta Lei será concedida após
a análise e o deferimento de requerimento com esse objetivo dirigido ao
órgão competente, na forma de regulamento.
A lei prevê que será devida a compensação inclusive nas hipóteses de óbito ou incapacidade
permanente para o trabalho anterior à data de publicação da Lei nº 14.128/2021, desde que a
infecção pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) tenha ocorrido durante o Espin-Covid-19 (art. 2º, §
4º). E, ainda, a compensação financeira será devida inclusive nas hipóteses de óbito ou incapacidade
permanente para o trabalho superveniente à declaração do fim do Espin-Covid-19, desde que a
infecção pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) tenha ocorrido durante o Espin-Covid-19 (art. 2º, § 4º,
da Lei nº 14.128/2021).
Art. 3º A compensação financeira de que trata esta Lei será composta de: (...)
Cabe ressaltar, ainda, que o recebimento da indenização não prejudica o direito a benefícios
previdenciários, a exemplo dos benefícios por incapacidade temporária e definitiva, além de eventual
pensão por morte.
Art. 6º (...)
No entanto, a nova norma estabeleceu que, “durante o período de emergência em saúde pública
decorrente da Covid-19, a imposição de isolamento dispensará o empregado da comprovação de
doença por 7 (sete) dias”, conforme art. 7º da Lei nº 14.128/2021, que acrescentou o § 4º ao art. 6º da
Lei nº 605/1949.
A Lei nº 14.128/2021 dispõe sobre compensação financeira a ser paga pela União aos profissionais
e trabalhadores de saúde que, durante o período de emergência de saúde pública de importância
nacional decorrente da disseminação do novo coronavírus (SARS-CoV-2). Em relação ao disposto
nessa lei, julgue os itens a seguir e assinale a alternativa correta:
I – Não se considera profissional ou trabalhador de saúde, para os fins previstos na lei, o assistente
social.
III – O recebimento da compensação financeira de que trata esta Lei não prejudica o direito ao
recebimento de benefícios previdenciários ou assistenciais previstos em lei.
A) I
B) II
C) III
D) I e II
E) II e III
Item I: Errado. Nos termos do art. 1º, parágrafo único, I, considera-se profissional ou trabalhador
de saúde: “a) aqueles cujas profissões, de nível superior, são reconhecidas pelo Conselho Nacional
de Saúde, além de fisioterapeutas, nutricionistas, n e profissionais que trabalham com testagem
nos laboratórios de análises clínicas; b) aqueles cujas profissões, de nível técnico ou auxiliar, são
vinculadas às áreas de saúde, incluindo os profissionais que trabalham com testagem nos laboratórios
de análises clínicas; c) os agentes comunitários de saúde e de combate a endemias”.
Item III: Correto. A compensação financeira possui natureza indenizatória e não poderá
constituir base de cálculo para a incidência de imposto de renda ou de contribuição previdenciária,
consoante o art. 5º da nova lei.
Abril
2021
LEI Nº 14.133/2021
Ementa: Lei de Licitações e Contratos Administrativos.
1.2. Comentário
Em 1º de abril de 2021 foi finalmente publicada a Lei nº 14.133, a Nova Lei Geral de Licitações e
Contratos, que vai substituir a obsoleta Lei nº 8.666/1993.
Importa ressaltar, preliminarmente, que a Lei nº 8.666/1993 continuará, em parte, em vigor por
um período de dois anos, a fim de que os entes possam se adaptar às novas regras estabelecidas na
Lei nº 14.133/2021. Apenas os arts. 89 a 108 da Lei nº 8.666/1993 – referentes aos crimes de licitação
e do processo e procedimento judiciais – estão desde já revogados.
Assim, de acordo com o art. 190, o contrato assinado antes da vigência da nova lei continuará
regido integralmente e até seu termo final pela legislação anterior, ainda que de trato contínuo,
produzindo efeitos mesmo após o prazo de dois anos previsto para a transição, não se operando,
portanto, a chamada retroatividade, ainda que mínima. Para além disso, o art. 191 permite que a
administração escolha licitar de acordo com a lei que melhor lhe aprouver, durante o período de
transição de dois anos.
Não é objeto deste material esmiuçar todas as novidades operadas pela Lei nº 14.133 no regime
de contratações públicas, mas abordaremos, a seguir, seus principais destaques.
Além disso, foram incorporadas diversas técnicas e institutos já utilizados em outros sistemas
de contratação anteriores, como o RDC e o pregão, tais como a inversão das fases de habilitação
e julgamento como regra (assim, somente haverá a verificação da habilitação do licitante vencedor
após o julgamento) e o orçamento sigiloso. O orçamento sigiloso pode ser mais bem compreendido
a partir da leitura do art. 18, IV, combinado com o art. 24, I.
O diálogo competitivo é, nos termos do art. 6º, XLII, da nova lei, “modalidade de licitação para
contratação de obras, serviços e compras em que a Administração Pública realiza diálogos com
licitantes previamente selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma
ou mais alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes apresentar
proposta final após o encerramento dos diálogos”.
A) Pregão.
B) Registro de preços.
D) Tomada de preços.
E) Convite.
Alternativa correta: letra A. Nos termos do art. 28, I, da Lei nº 14.133/2021, o pregão é uma
modalidade de licitação consagrada na nova Lei Geral de Licitações.
I - pregão;
II - concorrência;
III - concurso;
IV - leilão;
V - diálogo competitivo.
Demais alternativas:
Alternativa D. Errada. Essa modalidade foi extinta na nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021).
Alternativa E. Errada. Essa modalidade foi extinta na nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021).
LEI Nº 14.138/2021
Ementa: Acrescenta o § 2º ao art. 2º-A da Lei nº 8.560, de 29 de dezembro de 1992, para
permitir, em sede de ação de investigação de paternidade, a realização do exame
de pareamento do código genético (DNA) em parentes do suposto pai, nos casos
em que especifica.
Data de publicação: 19.04.2021
• Nestas hipóteses, a lei dispõe que a recusa dos parentes em participarem do exame
implica presunção da paternidade, a ser apreciada em conjunto com o contexto
probatório.
1.2. Comentário
No dia 19.04.2021 foi publicada e entrou em vigor a Lei nº 14.138/2021, que, conforme sua
ementa:
Com efeito, a lei trata sobre o exame de DNA em ações de investigação de paternidade, tema
da Súmula nº 301 do STJ: “Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame
de DNA induz presunção juris tantum de paternidade.”
Com a Lei nº 14.138/2021, não restam dúvidas sobre essa possibilidade na hipótese de o suposto
pai ter falecido ou não existir notícia de seu paradeiro, conforme o acréscimo efetivado:
Se o suposto pai houver falecido ou não existir notícia de seu paradeiro, o juiz determinará, a
expensas do autor da ação, a realização do exame de pareamento do código genético (DNA) em
parentes consanguíneos, preferindo-se os de grau mais próximo aos mais distantes, importando a
recusa em presunção da paternidade, independente do contexto probatório.
CERTO ( ) ERRADO ( )
O item está correto. Há erro na parte final da assertiva, nos termos do art. 2º-A, § 2º, da Lei nº
8.560/1992:
MP Nº 1.045/2021
Ementa: Institui o Novo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda e
dispõe sobre medidas complementares para o enfrentamento das consequências
da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do
coronavírus (Covid-19) no âmbito das relações de trabalho.
• Autoriza a suspensão temporária do contrato de trabalho pelo prazo de até 120 dias, que
poderá ser prorrogado por ato do Poder Executivo. A pactuação também poderá ocorrer
por meio de coletiva de trabalho, acordo coletivo de trabalho ou acordo individual escrito
entre empregador e empregado.
1.2. Comentário
Em 28.04.2021, a MP nº 1.045 foi publicada, com início de vigência na data de sua publicação.
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo “Institui o Novo Programa Emergencial de
Manutenção do Emprego e da Renda e dispõe sobre medidas complementares para o enfrentamento
das consequências da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do
coronavírus (Covid-19) no âmbito das relações de trabalho”.
De acordo com o art. 3º da MP, são medidas do Novo Programa Emergencial de Manutenção
do Emprego e da Renda:
I ‒ como regra, terá valor mensal equivalente a cem por cento do valor do seguro-desemprego
a que o empregado teria direito;
II ‒ porém, caso o empregador tenha auferido, no ano-calendário de 2019, receita bruta superior
a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais) terá valor mensal equivalente a setenta
Com efeito, o acordo individual escrito será válido nas seguintes situações:
b) redução da jornada e do salário nos percentuais de 50% e 70%: somente para empregados
com salário igual ou inferior a R$ 3.300,00 (três mil e trezentos reais) ou hipersuficientes.
Além disso, admite-se o contrato individual escrito (ainda que ausente convenção coletiva
ou acordo coletivo de trabalho) quando do acordo não resultar diminuição do valor total recebido
mensalmente pelo empregado, independentemente do percentual.
Já sobre a suspensão temporária do contrato de trabalho, a MP, em seu art. 12, permite que sua
implementação seja realizada por meio de acordo individual escrito ou de negociação coletiva aos
seguintes empregados:
II - com diploma de nível superior que percebam salário mensal igual ou superior a duas vezes
o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
Apesar disso, o § 1º do dispositivo legal dispõe que, para os trabalhadores que não se enquadrem
nas hipóteses acima, a suspensão somente pode ser estabelecida por convenção coletiva ou acordo
coletivo de trabalho, com exceção daqueles que não sofrerem diminuição do valor total percebido
mensalmente, casos em que se admite o acordo individual escrito.
Por fim, oportuno salientar que a norma em comento cria uma nova espécie de garantia
provisória no emprego ao empregado que receber o Benefício Emergencial de Manutenção do
Emprego e da Renda. Trata-se do art. 10 da MP nº 1.045/2021.
De acordo com o dispositivo, como regra, esta garantia tem duração enquanto estiver vigente
o pacto de redução da jornada de trabalho e do salário ou de suspensão temporária do contrato de
trabalho e perdura, após o fim das restrições, por período equivalente ao acordado para a redução
ou suspensão.
O benefício será pago aos indivíduos que tiveram a redução de jornada de trabalho e salário e
aos trabalhadores com a suspensão temporária do contrato de trabalho.
O benefício será custeado integralmente com recursos da União, e será pago ao trabalhador a
partir da data do início da redução da jornada de trabalho e do salário ou da suspensão temporária
do contrato de trabalho. O pagamento do benefício será mensal (art. 5º, § 2º).
Essa comunicação deve ocorrer no prazo de 10 dias, contado da data da celebração do acordo
entre empregado e empregador. No entanto, se o empregador não comunicar no prazo previsto a
suspensão ou a redução de jornada de trabalho, ele fica responsável pelo pagamento da remuneração
no valor anterior à redução da jornada de trabalho e do salário ou à suspensão temporária do contrato
de trabalho do empregado. Aqui, são cobrados encargos trabalhistas e previdenciários (inciso I do §
3º do art. 5º).
Quanto à duração do benefício, ele será pago exclusivamente enquanto durar a redução da
jornada de trabalho e do salário ou a suspensão temporária do contrato de trabalho. O empregado
que tiver mais de um vínculo trabalhista tem direito a receber cumulativamente o benefício
correspondente a cada vínculo formal de trabalho (§ 3º do art. 6º).
O valor desse auxílio terá como base de cálculo o valor da parcela do seguro-desemprego a que
o empregado teria direito. E, para ter direito ao benefício, não pode ser imposto nenhum período de
carência. Sendo assim, independe de tempo de vínculo empregatício, número de salários recebidos
e cumprimento de qualquer período aquisitivo (art. 6º, caput, I, II e § 1º).
O benefício não será pago ao indivíduo que ocupou cargo ou emprego público, cargo em
comissão ou titular de mandato eletivo. Também não poderá receber o benefício o indivíduo que
estiver em gozo do LOAS, do seguro-desemprego, do benefício de qualificação profissional e o
contratado na modalidade de trabalho intermitente (§§ 2º e 5º do art. 6º).
A empregada gestante tem direito ao benefício até que tenha ocorrido o evento caracterizador
do início do benefício de salário-maternidade. Neste momento o benefício será interrompido, e o
salário-maternidade será pago de acordo com o previsto na Lei nº 8.213/1991, ou seja, a remuneração
será integral ou como último salário de contribuição (empregada doméstica). Ademais, a segurada
que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção também faz jus a este direito (art. 13, §§ 1º
e 2º).
A Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil S.A. ficam responsáveis para operacionalizar o
pagamento do Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (art. 22).
Por fim, o empregador e empregado poderão, a qualquer tempo, em comum acordo, optar
pelo cancelamento de aviso-prévio em curso e optar pela redução da jornada de trabalho ou pela
suspensão do contrato de trabalho (art. 19).
A) Poderá ser pactuado acordo individual escrito entre empregador e empregado que estabeleça a
suspensão temporária do contrato de trabalho.
B) Caso fique acordada uma redução de jornada de trabalho e de salário no percentual de 25%,
o Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda será de 25%, calculado sobre o
valor do seguro-desemprego a que João teria direito.
C) Caso fique acordada a suspensão do contrato de trabalho, João fará juz ao Benefício Emergencial
de Manutenção do Emprego e da Renda, que é custeado pelo empregador.
D) Poderá ser pactuado acordo individual escrito entre empregador e empregado que estabeleça a
redução proporcional de jornada de trabalho e de salário.
E) Caso João receba o Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, fará jus a
uma garantia provisória no emprego.
Alternativa correta: letra C. Nos termos do art. 5º, § 1º, da MP nº 1.045/2021, o “Benefício
Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda será custeado com recursos da União”.
Demais alternativas:
Alternativa A. Errada. Como João aufere renda inferior a R$ 3.300,00, é possível pactuar
acordo individual escrito com o empregador que estabeleça a suspensão temporária do contrato de
trabalho, conforme art. 12, inciso I, da MP nº 1.045/2021.
Art. 12. As medidas de que trata o art. 3º serão implementadas por meio de
acordo individual escrito ou de negociação coletiva aos empregados:
Alternativa D. Errada. Como João aufere renda inferior a R$ 3.300,00, é possível pactuar
acordo individual escrito com o empregador que estabeleça a redução proporcional de jornada de
trabalho e de salário, conforme o art. 12, inciso I, da MP nº 1.045/2021.
Art. 12. As medidas de que trata o art. 3º serão implementadas por meio de
acordo individual escrito ou de negociação coletiva aos empregados:
MP Nº 1.046/2021
Ementa: Dispõe sobre as medidas trabalhistas para enfrentamento da emergência de
saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (Covid-19).
Data de publicação: 28.04.2021
2.2. Comentário
Referida medida provisória, conforme o art. 1º, “dispõe sobre as medidas trabalhistas que
poderão ser adotadas pelos empregadores, durante o prazo de cento e vinte dias, contado da data
de sua publicação, para a preservação do emprego, a sustentabilidade do mercado de trabalho e o
enfrentamento das consequências da emergência de saúde pública de importância internacional
decorrente do coronavírus (Covid-19) relacionadas a trabalho e emprego”.
I ‒ o teletrabalho;
V ‒ o banco de horas;
Além disso, o ato normativo admite a antecipação das férias do empregado, que deverá ser
notificado com, no mínimo, 48 horas de antecedência, com a indicação do período a ser gozado
pelo empregado. As férias não poderão ser gozadas em períodos inferiores a cinco dias corridos e
poderão ser concedidas ainda que não transcorrido o prazo do período aquisitivo (art. 5º, caput, § 1º).
Nesse caso, é importante destacar que o pagamento do período poderá ser efetuado até o
quinto dia útil do mês subsequente ao início do gozo das férias, não se aplicando, assim, a multa
prevista no art. 145 da Consolidação das Leis do Trabalho ‒ CLT (art. 9º).
Outra medida que pode ser adotada pelo empregador é a antecipação do gozo de feriados.
Neste caso, os trabalhadores devem ser notificados com antecedência mínima de 48 horas (art. 14).
Ressalte-se que, nos termos do art. 15, § 2º, da MP nº 1.046/2021, a “compensação do saldo de
horas poderá ser determinada pelo empregador independentemente de convenção coletiva ou de
acordo individual ou coletivo”.
Nos termos do art. 20, caput, da MP nº 1.046/2021, também ficou suspensa “a exigibilidade do
recolhimento do FGTS pelos empregadores, referente às competências de abril, maio, junho e julho
de 2021, com vencimento em maio, junho, julho e agosto de 2021, respectivamente”. Na realidade, a
MP autorizou o pagamento de forma parcelada (em até quatro parcelas mensais) de tais depósitos,
com vencimento a partir de setembro de 2021, sem a incidência da atualização, da multa e dos
encargos moratórios (art. 21, caput, § 1º).
Por fim, os estabelecimentos de saúde, por meio de acordo individual escrito, inclusive para as
atividades insalubres e para a jornada de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso, podem (art. 27):
A) O empregador poderá, a seu critério, durante o prazo de vigência da MP, determinar a alteração
do regime de trabalho presencial para teletrabalho, independentemente da existência de acordos
individuais ou coletivos.
C) Nos estabelecimentos de saúde, durante o prazo de vigência da MP, fica permitido, para as
jornadas 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso a adoção de escalas de horas suplementares
entre a décima terceira e a vigésima quarta hora do intervalo interjornada, sem que isso configure
penalidade administrativa.
D) Durante o prazo de vigência da MP, fica suspensa a exigibilidade do recolhimento do FGTS pelos
empregadores, referente às competências de abril, maio, junho e julho de 2021. Nesta situação,
os depósitos devem ser realizados em até quatro parcelas mensais, com vencimento a partir de
setembro de 2021.
Alternativa correta: letra E. Mesmo que não tenha transcorrido o período aquisitivo, admite-se
a antecipação, conforme o art. 5º, § 1º, II, da MP nº 1.046/2021.
Demais alternativas:
Art. 15. Ficam autorizadas, durante o prazo previsto no art. 1º, a interrupção
das atividades pelo empregador e a constituição de regime especial
de compensação de jornada, por meio de banco de horas, em favor do
empregador ou do empregado, estabelecido por meio de acordo individual
ou coletivo escrito, para a compensação no prazo de até dezoito meses,
contado da data de encerramento do período de que trata o art. 1º.
Art. 21. O depósito das competências de abril, maio, junho e julho de 2021
poderá ser realizado de forma parcelada, sem a incidência da atualização, da
multa e dos encargos previstos no art. 22 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990.
MP Nº 1.045/2021
Ementa: Institui o Novo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda e
dispõe sobre medidas complementares para o enfrentamento das consequências
da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do
coronavírus (Covid-19) no âmbito das relações de trabalho.
• Autoriza a suspensão temporária do contrato de trabalho pelo prazo de até 120 dias, que
poderá ser prorrogado por ato do Poder Executivo. A pactuação também poderá ocorrer
por meio de coletiva de trabalho, acordo coletivo de trabalho ou acordo individual escrito
entre empregador e empregado.
1.2. Comentário
Entretanto, para concentrar a abordagem das inovações veiculadas por esse novo ato
normativo, a sua análise encontra-se em direito do trabalho.
Maio
2021
A MP replica medidas que constavam das Leis nºs 13.979/2020 e 14.065/2020, que também
previam medidas excepcionais para a aquisição de bens e a contratação de serviços, inclusive de
engenharia, e insumos destinados ao enfrentamento da pandemia, mas que perderam vigência no
final de 2021.
Importante ressaltar que, nos termos do parágrafo único do art. 1º da MP nº 1.047, a aquisição
de vacinas e insumos e a contratação de bens e de serviços necessários à implementação da
vacinação contra a Covid-19 são regidas pelo disposto na Lei nº 14.124/2021, não pela medida
provisória em comento.
Esses pagamentos deverão ser previstos em edital e exigirão a devolução integral do valor
antecipado, caso haja inexecução, hipótese em que o montante da devolução será atualizado pelo
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), na forma do art. 7º, § 1º, II, da MP. Além
disso, o § 3º do mesmo artigo veda o pagamento antecipado na hipótese de prestação de serviços
com regime de dedicação exclusiva de mão de obra.
O art. 12, por sua vez, autoriza “a contratação de fornecedor exclusivo de bem ou de serviço de
que trata esta Medida Provisória, inclusive no caso da existência de inidoneidade declarada ou de
sanção de impedimento ou de suspensão para celebração de contrato com o Poder Público”, desde
que prestada garantia nas modalidades previstas no art. 56 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993,
que não poderá exceder 10% do valor do contrato, na forma do parágrafo único do mesmo artigo.
Art. 13. Para os contratos celebrados nos termos desta Medida Provisória, a
administração pública poderá estabelecer cláusula com previsão de que os
contratados ficam obrigados a aceitar, nas mesmas condições contratuais
iniciais, acréscimos ou supressões ao objeto contratado, limitados a até
cinquenta por cento do valor inicial atualizado do contrato.
A) Na situação excepcional de, comprovadamente, haver um único fornecedor do bem ou prestador
do serviço, será permitida a sua contratação, independentemente da existência de sanção de
impedimento ou de suspensão de contratar com o Poder Público.
C) Na hipótese de dispensa de licitação, quando se tratar de compra ou de contratação por mais de
um órgão ou entidade, poderá ser utilizado o sistema de registro de preços.
Alternativa correta: letra B. Nos termos do art. 1º, parágrafo único, da MP nº 1.047/2021, “a
aquisição de vacinas e insumos e a contratação de bens e de serviços necessários à implementação
da vacinação contra a Covid-19 são regidas pelo disposto na Lei nº 14.124, de 10 de março de 2021”.
Demais alternativas:
Alternativa A: Alternativa em consonância com o art. 12 da MPV nº 1.047/2021: “Fica autorizada
a contratação de fornecedor exclusivo de bem ou de serviço de que trata esta Medida Provisória,
inclusive no caso da existência de inidoneidade declarada ou de sanção de impedimento ou de
suspensão para celebração de contrato com o Poder Público.”
Alternativa E. Alternativa em consonância com o art. 8º, III, da MPV nº 1.047/2021: “No
planejamento das aquisições e das contratações de que trata esta Medida Provisória, a administração
pública deverá observar as seguintes condições: (...) IIII - será admitida a apresentação de termo de
referência simplificado ou de projeto básico simplificado.”
LEI Nº 14.151/2021
Ementa: Dispõe sobre o afastamento da empregada gestante das atividades de trabalho
presencial durante a emergência de saúde pública de importância nacional
decorrente do novo coronavírus.
Data de publicação: 13.05.2021
Início de vigência: 13.05.2021
Link do texto normativo: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/
L14151.htm>
Destaques:
• A lei estabelece o afastamento da empregada gestante das atividades de trabalho
presencial, sem prejuízo de sua remuneração, durante a pandemia do coronavírus.
• Prevê, ainda, que a empregada afastada das atividades presenciais ficará à disposição para
exercer as atividades em seu domicílio, por meio de teletrabalho, trabalho remoto ou outra
forma de trabalho a distância.
1.2. Comentário
Em 13 de maio de 2021, foi publicada no DOU a Lei nº 14.151/2021, com início imediato de
vigência.
Dessa forma, enquanto perdurar o estado de emergência em saúde pública nacional decorrente
do novo coronavírus, a empregada gestante deverá ser afastada do trabalho presencial. Apesar disso,
a própria lei, no parágrafo único do art. 1º, prevê que a trabalhadora afastada deverá permanecer à
disposição do empregador para exercer as atividades em seu domicílio, por meio de teletrabalho,
trabalho remoto ou outra forma de trabalho a distância.
Destaque-se que a lei assegura que o afastamento ocorrerá sem prejuízo da remuneração
da empregada. Dentro desse contexto, questiona-se: Caso não seja possível a adoção de qualquer
das medidas de trabalho a distância, quem será o responsável pelo pagamento da remuneração da
gestante durante o período de afastamento? A legislação não esclarece esta circunstância.
Por outro lado, existe posição no sentido de que a responsabilidade será do empregador, pois
não há previsão, neste caso, de benefício previdenciário à gestante (como ocorre, por exemplo, na
licença-maternidade). Além disso, a lei utiliza a expressão “sem prejuízo de sua remuneração”, o que
induz ao entendimento de que será do empregador a obrigação pelo pagamento.
Nos termos da Lei nº 14.151/2021, que dispõe sobre o afastamento da empregada gestante das
atividades de trabalho presencial durante a emergência de saúde pública de importância nacional
decorrente do novo coronavírus, assinale a alternativa correta:
Alternativa correta: letra C. É o que dispõe a primeira parte do art. 1º, caput, da lei: “Durante a
emergência de saúde pública de importância nacional decorrente do novo coronavírus, a empregada
gestante deverá permanecer afastada das atividades de trabalho presencial, sem prejuízo de sua
remuneração”.
Demais alternativas:
Alternativa B. De acordo com o parágrafo único do art. 1º da lei, ela ficará à “disposição para
exercer as atividades em seu domicílio, por meio de teletrabalho, trabalho remoto ou outra forma de
trabalho a distância”.
Alternativa E. Trata-se de uma obrigação, conforme art. 1º, caput, da lei: “Durante a emergência
de saúde pública de importância nacional decorrente do novo coronavírus, a empregada gestante
deverá permanecer afastada das atividades de trabalho presencial, sem prejuízo de sua remuneração”.
LC Nº 181/2021
Ementa: Altera a Lei Complementar (LC) nº 172, de 15 de abril de 2020, e a Lei nº 14.029,
de 28 de julho de 2020, para conceder prazo para que os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios executem atos de transposição e de transferência e atos
de transposição e de reprogramação, respectivamente; altera a LC nº 156, de 28
de dezembro de 2016, para conceder prazo adicional para celebração de aditivos
contratuais e permitir mudança nos critérios de indexação dos contratos de
refinanciamento de dívidas; altera a LC nº 159, de 19 de maio de 2017, para permitir
o afastamento de vedações durante o Regime de Recuperação Fiscal, desde que
previsto no Plano de Recuperação Fiscal; altera a LC nº 178, de 13 de janeiro de
2021, para conceder prazo adicional para celebração de contratos e disciplinar a
apuração de valores inadimplidos de Estado com Regime de Recuperação Fiscal
vigente em 31 de agosto de 2020; e revoga o art. 27 da LC nº 178, de 13 de janeiro
de 2021.
Data de publicação: 07.05.2021
Início de vigência: 07.05.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp181.htm>
Destaque:
• A LC visa dar ajuda financeira aos estados e municípios para o enfrentamento da pandemia
causada pela Covid-19.
1.2. Comentário
Em 07.05.2021, a LC nº 181 foi publicada, com início de vigência na data de sua publicação.
Trata-se de ato legislativo que alterou os seguintes diplomas visando dar suporte financeiro
aos entes federativos para enfrentamento da pandemia causada pela Covid-19. Foram alterados os
seguintes diplomas:
Por fim, é importante trazer um conceito básico sobre o que são a transposição e a transferência
de saldos financeiros. A transposição consiste na alocação de recursos financeiros entre programas
de trabalho, desde que no âmbito do orçamento de um mesmo órgão. A transposição permite
mudança entre categorias programáticas de um mesmo órgão orçamentário.
LEI Nº 14.154/2021
Ementa: Altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente
— ECA), para aperfeiçoar o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), por
meio do estabelecimento de rol mínimo de doenças a serem rastreadas pelo teste
do pezinho; e dá outras providências.
Data de publicação: 27.05.2021
Início de vigência: Após 365 dias da publicação.
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/
lei/L14154.htm>
Destaques:
• Lei que estabelece um rol mínimo de doenças a serem rastreadas pelo teste do pezinho,
em cinco etapas.
• Altera o art. 10 do ECA, que prevê as obrigações dos hospitais e demais estabelecimentos
de atenção à saúde de gestantes, incluindo quatro parágrafos que tratam de forma
pormenorizada o rol de doenças e outras providências em relação ao teste do pezinho.
• Prevê a revisão periódica do rol de doenças rastreáveis pelo teste do pezinho, com base
em parâmetros definidos pela própria lei, no § 2º do art. 10 do ECA (Lei nº 8.069/1990).
1.2. Comentário
Em 27.05.2021 foi publicada a Lei nº 14.154/2021, com vacatio legis de 365 dias.
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de
1990 (ECA), para aperfeiçoar o PNTN, por meio do estabelecimento de rol mínimo de doenças a
serem rastreadas pelo teste do pezinho, e dá outras providências.
Trata-se de mais uma inovação legal destinada à proteção do neonato, na medida em que
alarga o rol de doenças a serem precocemente detectadas por meio de um dos mais importantes
instrumentos médicos disponíveis aos recém-nascidos, o teste do pezinho.
I – etapa 1:
a) fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias;
b) hipotireoidismo congênito;
c) doença falciforme e outras hemoglobinopatias;
d) fibrose cística;
e) hiperplasia adrenal congênita;
f) deficiência de biotinidase;
g) toxoplasmose congênita;
II – etapa 2:
a) galactosemias;
b) aminoacidopatias;
c) distúrbios do ciclo da ureia;
d) distúrbios da betaoxidação dos ácidos graxos;
III – etapa 3: doenças lisossômicas;
IV – etapa 4: imunodeficiências primárias;
V – etapa 5: atrofia muscular espinhal.
Cabe ressaltar, todavia, que esse rol pode ser alargado pelo Poder Público, de acordo com o
§ 3º do art. 10 do ECA, acrescentado pela referida lei.
Por sua vez, o § 2º, acrescentado ao art. 10, prevê os parâmetros para a revisão periódica do rol,
dentre eles: doenças com maior prevalência no país.
De acordo com recente alteração no ECA, por meio da Lei nº 14.154/2021, a respeito do teste
do pezinho, marque a alternativa CORRETA.
A) A lei alterou o ECA alargando o rol de doenças detectáveis pelo teste do pezinho, com vigência
a partir da sua publicação.
D) O rol não poderá ser alterado, senão por nova lei ordinária.
E) A expansão do rol de doenças constante no novo rol deverá seguir os parâmetros também
estabelecidos pela Lei nº 14.154/2021.
Alternativa correta: letra E. Nos termos dos §§ 2º e 3º do art. 10 do ECA, na nova redação dada
pela Lei nº 14.154/2021.
Alternativa A. Errada. Vacatio legis de 365 dias, conforme art. 2º da Lei nº 14.154/2021.
Art. 2º Esta Lei entra em vigor após decorridos 365 (trezentos e sessenta e
cinco) dias de sua publicação oficial.
Alternativa B. Errada. São cinco etapas, segundo o art. 1º, que conferiu nova redação ao art. 10,
1º, do ECA.
I – etapa 1:
a) fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias;
b) hipotireoidismo congênito;
c) doença falciforme e outras hemoglobinopatias;
d) fibrose cística;
e) hiperplasia adrenal congênita;
f) deficiência de biotinidase;
g) toxoplasmose congênita;
II – etapa 2:
a) galactosemias;
b) aminoacidopatias;
c) distúrbios do ciclo da ureia;
d) distúrbios da betaoxidação dos ácidos graxos;
III – etapa 3: doenças lisossômicas;
IV – etapa 4: imunodeficiências primárias;
V – etapa 5: atrofia muscular espinhal.
Alternativa C. Errada. Também durante o pré-natal, conforme art. 1º da Lei nº 14.154/2021, que
conferiu nova redação ao § 4º do art. 10 do ECA.
Alternativa D. Errada. Poderá ser expandido pelo Poder Público, portanto, por meio de decreto,
conforme art. 1º da Lei nº 14.154/2021, que conferiu nova redação ao § 3º do art. 10 do ECA.
LEI Nº 14.155/2021
Ementa: Altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para tornar
mais graves os crimes de violação de dispositivo informático, furto e estelionato
cometidos de forma eletrônica ou pela internet; e o Decreto-Lei nº 3.689, de 3
de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), para definir a competência em
modalidades de estelionato.
Data de publicação: 28.05.2021
Início de vigência: 28.05.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/
L14155.htm>
Destaques:
• Promoveu alterações no crime de violação de dispositivo informático (art. 154-A do
Código Penal — CP) modificando a redação do caput, ampliando a incidência do tipo penal
e majorando: (a) a pena do crime na sua forma básica (caput do art. 154-A); (b) os limites da
causa de aumento de pena do § 2º; e (c) a pena da qualificadora do § 3º.
• Promoveu alterações no crime de furto (art. 155, CP) inserindo o § 4º-B, que prevê a
qualificadora de furto mediante fraude cometido por meio de dispositivo eletrônico ou
informático e acrescentou o § 4º-C, com duas causas de aumento de pena relacionadas
com o § 4º-B.
• Promoveu alterações no crime de estelionato (art. 171, CP) onde inseriu o § 2º-A, prevendo
a qualificadora do estelionato mediante fraude eletrônica, bem como acrescentou o § 2º-
B, fixando uma causa de aumento de pena relacionada com o § 2º-A; e, por fim, modificou
a redação da causa de aumento de pena do § 4º.
1.2. Comentário
Foi publicada em 28 de maio de 2021 a Lei nº 14.155/2021, que alterou o CP, para tornar mais
graves os crimes de violação de dispositivo informático, furto e estelionato cometidos de forma
eletrônica ou pela internet. A lei entrou em vigor na data da sua publicação.
O crime de violação de dispositivo informático (art. 154-A do CP) está no último artigo do
grupo de crimes relacionados à liberdade individual. Trata-se de um dispositivo acrescentado ao CP
em 2012 pela Lei nº 12.737 (conhecida como “Lei Carolina Dieckmann”, por conta de a atriz ter sido
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos,
anos, e multa, se a conduta não constitui e multa.
crime mais grave.
Esse crime se insere no grupo de crimes cibernéticos. Vale dizer que o Direito Digital ou
Cibernético é atualmente considerado como um ramo do Direito, em que se é possível cate-
gorizar os crimes a partir da ideia da sua ligação com a tecnologia e com o ciberespaço. Assim,
os crimes cibernéticos são aqueles praticados no ciberespaço, tendo infinitas possibilidades,
Os crimes cibernéticos podem ser divididos entre próprio ou impróprio quanto ao meio em
que ocorrem, em que a distinção está no fato de se o crime somente poder ser caracterizado no
meio cibernético (próprio) ou também poder ser praticado tanto neste contexto como fora dele
(impróprio). Com base nesta classificação, o art. 154-A do CP é um crime cibernético próprio.
Ademais, a conduta deve ser animada pela finalidade de obter, adulterar ou destruir os dados ou
informações inseridas no dispositivo sem a autorização do usuário. Existe também a finalidade
específica de instalar malwares (programas maliciosos).
Em relação ao sujeito ativo, podemos dizer que é crime comum, pois qualquer pessoa pode
invadir ou violar dispositivo informático alheio. Já em relação ao sujeito passivo, a vítima pode ser
qualquer pessoa física ou pessoa jurídica.
Insta dizer que a finalidade específica não precisa ser atingida para que o crime se consume,
pois o crime é formal, e admite tentativa. Ademais, existe a hipótese de absorção pelo crime-fim, se
a invasão for crime-meio para a prática de um crime mais grave, como no furto mediante fraude e na
interceptação clandestina de telemática (quando alguém instala um vírus para fazer o espelhamento
de conversas de e-mail de terceiro).
A Lei nº 14.155 também promoveu alterações no crime de furto (art. 155, CP) inserindo o
§ 4º-B, que prevê a qualificadora de furto mediante fraude cometido por meio de dispositivo
eletrônico ou informático e acrescentou o § 4º-C, com duas causas de aumento de pena rela-
cionadas com o § 4º-B.
Após a Lei nº 14.155/2021, passou a existir um tipo penal específico para tratar sobre furto
mediante fraude cometido por meio de dispositivo eletrônico ou informático. Trata-se do art. 155,
§ 4º-B, do CP:
Assim, a pena é aumentada em razão de o fato representar uma ameaça à soberania nacional,
mediante a utilização de servidor mantido fora do território nacional, ou se o crime é praticado contra
idoso (art. 1º da Lei nº 10.741/2003) ou vulnerável (art. 217-A, caput e § 1º, do CP).
Por fim, a lei promoveu alterações no crime de estelionato (art. 171, CP) onde inseriu o § 2º-A,
prevendo a qualificadora do estelionato mediante fraude eletrônica, bem como acrescentou o § 2º-
B, fixando uma causa de aumento de pena relacionada com o § 2º-A; e, por fim, modificou a redação
da causa de aumento de pena do § 4º.
Os §§ 2º-A e 2º-B foram inseridos no contexto da fraude eletrônica, o § 2º-A, prevê o seguinte:
O delito consiste na conduta do agente obter vantagem ilícita por meio de informações da
vítima que ele obteve da própria vítima ou de um terceiro que foram induzidos em erro, sendo a
atuação do agente realizada por meio eletrônico.
§ 4º Aplica-se a pena em dobro se o crime for § 4º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) ao
cometido contra idoso. dobro, se o crime é cometido contra idoso
ou vulnerável, considerada a relevância do
resultado gravoso.
Agora a pena aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é cometido contra idoso ou
vulnerável, considerada a relevância do resultado gravoso. Antes, a pena deveria ser sempre dobrada
se o crime fosse cometido contra idoso.
Aquele que invadir dispositivo informático de uso alheio, conectado ou não à rede de
computadores, com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização
expressa ou tácita do usuário do dispositivo ou de instalar vulnerabilidades para obter vantagem
ilícita estará sujeito a pena de:
Alternativa correta: letra C (responde as demais alternativas). Nos termos do art. 154-A do
CP, a pena para aquele que invadir dispositivo informático de uso alheio, conectado ou não à rede
de computadores, com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização
expressa ou tácita do usuário do dispositivo ou de instalar vulnerabilidades para obter vantagem
ilícita estará sujeito a pena de reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Junho
2021
LEI Nº 14.171/2021
Ementa: Altera a Lei nº 13.982, de 2 de abril de 2020, para estabelecer medidas de proteção
à mulher provedora de família monoparental em relação ao recebimento do auxílio
emergencial de que trata o seu art. 2º, e dá outras providências.
1.2. Comentário
Em 11.06.2021, a Lei nº 14.171 foi publicada, com início de vigência na data de sua publicação.
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo “Altera a Lei nº 13.982, de 2 de abril de 2020,
para estabelecer medidas de proteção à mulher provedora de família monoparental em relação ao
recebimento do auxílio emergencial de que trata o seu art. 2º; e dá outras providências”.
A nova lei prevê o pagamento de duas cotas de auxílio emergencial ao provedor de família
monoparental, independentemente do gênero.
A família monoparental é aquela em que apenas uma pessoa assume a parentalidade dos filhos.
Neste sentido, a referida lei, ao não fazer distinção entre os gêneros, proporcionou maior proteção.
Desta feita, buscou dar a máxima efetividade à proteção das famílias, sendo possível o pagamento
do auxílio emergencial ao pai de família monoparental e ao homoafetivo.
O diploma legal busca dar maior priorização à proteção da mulher no sistema de auxílio
emergencial, o qual objetiva combater a violência e o dano patrimonial que envolverem o recebimento
desse benefício.
Quando não conviverem os pais no mesmo lar e houver duplicidade na indicação de dependente
nos cadastros do genitor e da genitora, por meio de autodeclaração na plataforma digital, prevalece
o cadastro feito pela mulher, ainda que posterior ao efetuado pelo genitor.
No entanto, se o genitor tiver a guarda unilateral do menor ou for responsável por sua criação,
poderá contestar o recebimento prioritário pela genitora, sob pena de ser punido pela falsidade na
prestação de informações sobre a composição do seu núcleo familiar.
Art. 2º (...)
Àquele genitor que teve seu benefício emergencial subtraído ou recebido indevidamente pelo
outro genitor em razão de conflito de informações sobre a guarda de dependentes em comum a lei
garante o pagamento retroativo das cotas a que teria direito.
Julgue o item:
O auxílio emergencial pode ser pago ao genitor e à genitora que seja responsável por família
monoparental.
CERTO ( ) ERRADO ( )
existência de família monoparental chefiada por homens. Desta forma, uma vez preenchidos os
requisitos legais para a percepção do benefício, o gênero não afasta o seu recebimento, segundo o
art. 2º do diploma legal.
Art. 2º O art. 2º da Lei nº 13.982, de 2 de abril de 2020, passa a vigorar com a
seguinte redação:
LEI Nº 14.176/2021
Ementa: Altera a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, para estabelecer o critério de renda
familiar per capita para acesso ao benefício de prestação continuada, estipular
parâmetros adicionais de caracterização da situação de miserabilidade e de
vulnerabilidade social e dispor sobre o auxílio-inclusão de que trata a Lei nº 13.146,
de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência); autoriza, em caráter
excepcional, a realização de avaliação social mediada por videoconferência; e dá
outras providências.
Data de publicação: 23.06.2021
Início de vigência: 1º.01.2022 – Quanto ao art. 1º, na parte que acrescenta o § 11-A ao art.
20, e o art. 20-B na Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993.
2.2. Comentário
Em 23.06.2021, a Lei nº 14.176 foi publicada, com início de vigência na data de sua publicação.
Exceto quanto ao art. 1º, que terá vigência em 1º.01.2022, e o art. 2º, o qual passa a ter vigência em
1º.10.2021.
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo “Altera a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de
1993, para estabelecer o critério de renda familiar per capita para acesso ao benefício de prestação
continuada, estipular parâmetros adicionais de caracterização da situação de miserabilidade e de
vulnerabilidade social e dispor sobre o auxílio-inclusão de que trata a Lei nº 13.146, de 6 de julho
de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência); autoriza, em caráter excepcional, a realização de
avaliação social mediada por meio de videoconferência; e dá outras providências”.
O novo diploma legal tem grande relevância para os benefícios de natureza assistencial. Em
nome da melhor didática, em primeiro momento abordaremos os impactos da legislação no amparo
assistencial regulamentado pela Lei nº 8.742/1993 (Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS) e,
posteriormente, a regulamentação dada pela lei ao auxílio-inclusão que trata o Estatuto da Pessoa
com Deficiência.
O BPC tem natureza assistencial, por isto, independe de contribuição à seguridade social. Este
benefício assistencial visa garantir o mínimo existencial a este grupo em situação de vulnerabilidade.
A lei impõe critérios para a concessão do amparo assistencial. São eles: ser deficiente; idoso
com 65 anos ou mais; e não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por
sua família. Trata-se de critérios objetivos impostos pelo legislador.
Aqui, a Lei nº 14.176/2021 vem tratar em especial do critério objetivo da miserabilidade para a
concessão do benefício de prestação continuada. Este critério utiliza dois conceitos fundamentais:
família e renda familiar per capita. Como o legislador compreende estes conceitos?
A LOAS considera família para os fins da renda familiar o requerente, o cônjuge ou companheiro,
os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados
solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto (art. 20, § 1º, da LOAS).
A renda familiar per capita corresponde à soma de todos os rendimentos dos membros da
família que moram na mesma casa que o requerente do benefício. Depois este valor é dividido pelo
número de familiares. Neste ponto, a Lei nº 14.176/2021, fruto da conversão da Medida Provisória
(MP) nº 1.023/2020, deu redação ao art. 20, § 3º, da LOAS, considerando a renda familiar per capita
igual ou inferior à ¼ do salário-mínimo.
(Conversão da MP
§ 3º Considera-se nº 1.023/2020)
incapaz de prover § 3º Observados
a manutenção os demais critérios
§ 3º Considera-se § 3º Considera-se
da pessoa com de elegibilidade
incapaz de prover incapaz de prover
deficiência ou idosa definidos nesta
a manutenção da a manutenção
a família cuja renda Lei, terão direito ao
pessoa portadora de da pessoa com
mensal per capita benefício financeiro
deficiência ou idosa deficiência ou idosa
seja: de que trata o caput
a família cuja renda a família cuja renda
mensal per capita mensal per capita I – igual ou inferior a deste artigo a pessoa
seja inferior a 1/4 (um seja inferior a 1/2 1/4 (um quarto) do com deficiência ou
quarto) do salário- (meio) salário- salário-mínimo, até a pessoa idosa com
-mínimo. -mínimo. 31 de dezembro de renda familiar mensal
2020; per capita igual ou
inferior a 1/4 (um
II – (VETADO). quarto) do salário-
-mínimo.
Art. 6º (...)
I – o grau da deficiência;
Não obstante, a Lei nº 14.176/2021 apreende a concepção do Estatuto da Pessoa com Deficiência
e incluiu o art. 20-B ao LOAS:
I – o grau da deficiência;
No entanto, ainda não houve a devida regulamentação da avaliação da deficiência. Por isso,
o legislador, na Lei nº 14.176/2021, acrescentou o art. 40-B à Lei nº 8.742/1993, abordando a lacuna:
A respeito da Covid- 19,o art. 3º da Lei nº 14.176/2021 confere regras excepcionais com relação
aos anos de 2020 e 2021, diante da necessidade de adaptações nos procedimentos administrativos
em razão da pandemia. Então, foram adotadas duas regras transitórias sobre a análise de pedidos de
BPC neste período.
b) Auxílio-inclusão
A nova lei exige alguns requisitos para a fruição do auxílio-inclusão. Então, guarde os requisitos
(art. 26-A da LOAS):
II – que tenha tido o benefício suspenso nos termos do art. 21-A desta Lei.
Art. 26-B. O auxílio-inclusão será devido a partir da data do requerimento, e o seu valor
corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do valor do benefício de prestação continuada em vigor.
Demais alternativas:
Art. 26-A. Terá direito à concessão do auxílio-inclusão de que trata o art. 94 da Lei nº 13.146, de 6
de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), a pessoa com deficiência moderada ou grave
que, cumulativamente: (...)
Art. 26-C. O pagamento do auxílio-inclusão não será acumulado com o pagamento de:
III – seguro-desemprego.
Alternativa D. Errada. Este servidor deficiente pode receber o auxílio-inclusão desde que
preencha os demais requisitos, conforme o art. 26-A da LOAS.
Art. 26-A. Terá direito à concessão do auxílio-inclusão de que trata o art. 94 da Lei nº 13.146, de 6
de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), a pessoa com deficiência moderada ou grave
I – receba o benefício de prestação continuada, de que trata o art. 20 desta Lei, e passe a exercer
atividade:
Art. 6º (...)
LEI Nº 14.163/2021
Ementa: Altera a Lei nº 13.475, de 28 de agosto de 2017, que dispõe sobre o exercício da
profissão de tripulante de aeronave.
1.2. Comentário
Em 10 de junho de 2021, foi publicada no DOU a Lei nº 14.163, com início imediato de vigência.
Apesar disso, de acordo com a exposição de motivos da Lei nº 14.163/2021 (conversão da Medida
Provisória nº 1.029, de 2021), o referido dispositivo legal não levava em consideração a “peculiaridade
das operações aéreas realizadas por órgãos e entidades da Administração Pública no exercício de
suas missões institucionais, a exemplo das operações de proteção ao meio ambiente, destinadas a
exercer o poder de polícia ambiental e a executar ações da Política Nacional do Meio Ambiente para
permitir que a administração pública possa operar voos com tripulantes terceirizados, em contraste
com a norma vigente”.
Dessa forma, foi acrescentado o § 3º ao artigo, estabelecendo que os aeronautas não precisam
ser empregados do operador da aeronave, quando este for órgão ou entidade da administração
pública, no exercício de missões institucionais ou de poder de polícia.
Com efeito, é possível afirmar que a alteração legislativa ocorreu para permitir que a
administração pública, em casos específicos, possa operar voos com tripulantes terceirizados, em
contraste com o disposto no caput do artigo.
De acordo com a lei do aeronauta (Lei nº 13.475/2017), analise e julgue a proposição a seguir:
CERTO ( ) ERRADO ( )
MP Nº 1.059/2021
Ementa: Altera a Lei nº 14.124, de 10 de março de 2021, que dispõe sobre as medidas
excepcionais relativas à aquisição de vacinas e de insumos e à contratação de
bens e serviços de logística, de tecnologia da informação e comunicação, de
comunicação social e publicitária e de treinamentos destinados à vacinação contra
a Covid-19 e sobre o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a
Covid-19.
Data de publicação: 30.07.2021
1.2. Comentário
No dia 30.07.2021, foi publicada e entrou em vigor a MP nº 1.059/2021, que prorroga o período
de aplicação da Lei nº 14.124. Conforme ementa da MP, o novel texto legislativo modifica “a Lei nº
14.124, de 10 de março de 2021, que dispõe sobre as medidas excepcionais relativas à aquisição de
vacinas e de insumos e à contratação de bens e serviços de logística, de tecnologia da informação e
comunicação, de comunicação social e publicitária e de treinamentos destinados à vacinação contra
a Covid-19 e sobre o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19”.
Para que tais medidas possam ser tomadas, a Lei nº 14.124/2021 trouxe uma série de requisitos,
como a limitação temporal – no sentido de que seus dispositivos somente seriam aplicáveis “aos
atos praticados e aos contratos ou instrumentos congêneres firmados até 31 de julho de 2021,
independentemente do seu prazo de execução ou de suas prorrogações” (redação anterior do art. 20).
Tendo em vista que a pandemia não foi controlada até 31.07.2021, a MP nº 1.059/2021 precisou
ser editada, prorrogando o período de aplicação da Lei nº 14.124/2021, nos termos da nova redação
do art. 20:
Ou seja, a partir da publicação da MP nº 1.059/2021, a Lei nº 14.124/2021 passa a ser aplicável aos
atos praticados e aos contratos e instrumentos congêneres firmados enquanto durar a declaração de
emergência em saúde pública de importância nacional, o que independe do prazo de execução ou
de prorrogação dos contratos firmados nos seus termos.
Esta lei aplica-se aos atos praticados e aos contratos ou instrumentos congêneres firmados até
31.07.2021, independentemente do seu prazo de execução ou de suas prorrogações.
CERTO ( ) ERRADO ( )
Há erro na parte final da assertiva, nos termos do art. 20 da Lei nº 14.124/2021 com a redação
dada pela MP nº 1.059/2021:
LEI Nº 14.188/2021
Ementa: Define o programa de cooperação Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica
como uma das medidas de enfrentamento da violência doméstica e familiar contra
a mulher previstas na Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha),
e no Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), em todo
o território nacional; e altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), para modificar a modalidade da pena da lesão corporal simples
cometida contra a mulher por razões da condição do sexo feminino e para criar o
tipo penal de violência psicológica contra a mulher.
• Além do Programa Sinal Vermelho, a lei em comento alterou a Lei nº 11.340/2006 acerca
do afastamento do lar imediato do agressor em caso de risco atual ou iminente à vida ou à
integridade física ou psicológica da mulher em situação de violência doméstica e familiar.
• Referido ato normativo ainda recrudesce a pena do crime de lesão corporal, prevista no
art. 129 do Código Penal, quando praticado contra a mulher por razões do sexo feminino.
• A lei estabelece ainda novo tipo penal, o da violência psicológica contra a mulher, previsto
no art. 147-B do Código Penal(CP).
1.2. Comentário
Em 28.07.2021, foi editada a Lei nº 14.188 como mais uma medida de enfrentamento da
violência doméstica e familiar contra a mulher, prevista na Lei nº 11.340/2006. Destacam-se as
diversas alterações legislativas que a Lei nº 11.340/2006 (“Lei Maria da Penha”) sofreu no período da
pandemia e que podem ser cobradas nos concursos públicos de diversas carreiras jurídicas, dada a
transversalidade do assunto.
Nesse sentido, conclama tais instituições para cooperarem entre si e efetivarem o programa
Sinal Vermelho por meio de canais de comunicação em todo o país para viabilizar assistência à
vítima. Para tanto, é definido um código “sinal em formato X”, feito preferencialmente na mão e na
cor vermelha. Veja as disposições legais relacionadas:
Noutro giro, a lei em comento também promoveu alterações no Código Penal relacionadas ao
tema da violência doméstica e familiar contra a mulher.
Por fim, a lei alterou a redação do art. 12-C da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria
da Penha), para incluir o risco à integridade psicológica como um ato que permite o imediato
afastamento do agressor do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida:
Verifica-se, pois, importantes alterações legislativas que podem ser alvo de provas de concursos
públicos, nas mais diversas carreiras jurídicas, que abordem o tema da violência doméstica e familiar
contra a mulher.
III – O Programa de Cooperação Sinal Vermelho é exclusivo das instituições públicas, a fim
de estabelecer um melhor intercâmbio de informações relacionadas às medidas protetivas e
assistenciais da mulher vítima de violência doméstica e familiar.
A) I, II e III
B) I e II
D) II e III
E) I, II e IV
I – Incorreto. A Lei nº 14.188/2021 determinou que nos casos de risco atual ou iminente no contexto
da violência doméstica e familiar contra a mulher, o agressor será imediatamente afastado do lar, não
dependendo de prévia representação. Tal afastamento prioritariamente deverá se dar pela autoridade
judicial, e, não sendo possível, poderá se dar pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de
comarca ou pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado disponível
no momento da denúncia, sendo que estas duas últimas hipóteses deverão ser comunicadas ao juiz em
até 24 horas, que decidirá sobre a manutenção ou a revogação da medida aplicada pelo delegado ou pelo
policial. Redação do art. 12-C da Lei nº 11.340/2006, alterado seu caput pela Lei nº 14.188/2021, in verbis:
II – Incorreto. A Lei nº 14.188/2021 expressamente alterou o Código Penal para prever o tipo da
violência psicológica contra a mulher como mais uma medida de proteção, nos termos do art. 147-B do CP:
III – Incorreto. O Programa Sinal Vermelho, trazido pela Lei nº 14.188/2021, abrange não
somente instituições públicas como também privadas, nos termos do art. 2º do referido ato normativo:
IV – Incorreto. Nos termos do art. 2º, parágrafo único, da Lei nº 14.188/2021, o Programa Sinal
Vermelho é um código em formato de X, na cor vermelha e não na cor preta. Quanto à sua localização,
sim, preferencialmente na mão. Nesse sentido, o referido dispositivo legal:
Art. 2º (...)
LEI Nº 14.190/2021
Ementa: Altera a Lei nº 14.124, de 10 de março de 2021, para determinar a inclusão como
grupo prioritário no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a
Covid-19 de gestantes, puérperas e lactantes, bem como de crianças e adolescentes
com deficiência permanente, com comorbidade ou privados de liberdade.
• A lei estabelece ainda como grupo prioritário na imunização contra o novo Coronavírus
as crianças e adolescentes com deficiência permanente, comorbidades ou privados de
liberdade.
1.2. Comentário
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo altera a Lei nº 14.124, de 10.03.2021, sobre
a aquisição de vacinas e insumos destinados à vacinação contra a Covid-19 e seu respectivo Plano
Nacional de Vacinação, para incluir gestantes, puérperas e lactantes com ou sem comorbidades,
bem como crianças, adolescentes com deficiência permanente, comorbidades ou privados de
liberdade como grupos prioritários para fins de imunização.
Lei curta e objetiva apenas para estabelecer tais pessoas como grupos prioritários, não havendo
temas a serem aprofundados, bastando mera ciência da referida lei.
Nesse sentido, vários atos normativos foram editados no Brasil com o intuito de enfrentar os
reflexos da pandemia nos mais diversos setores da economia e da saúde. A partir do ano de 2021, o
Brasil iniciou o Plano Nacional de Imunização, estabelecendo diversos grupos prioritários para que a
vacinação pudesse controlar a disseminação do vírus.
Dessa forma, sobre o Plano de Imunização é correto afirmar que as gestantes, lactantes,
independentemente da existência de comorbidades, bem como crianças e adolescentes privados
de liberdade, foram incluídos como pessoas de interesse prioritário na imunização da pandemia
da Covid-19.
CERTO ( ) ERRADO ( )
A Lei nº 14.190/2021 expressamente estabeleceu tais pessoas como grupos prioritários para a
imunização contra a pandemia da Covid-19 em seu art. 1º, o qual acrescenta os §§ 4º e 5º do art. 13 da
Lei nº 14.124/2021.
LEI Nº 14.181/2021
Ementa: Altera a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor),
e a Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso), para aperfeiçoar a
disciplina do crédito ao consumidor e dispor sobre a prevenção e o tratamento do
superendividamento.
Data de publicação: 02.07.2021
Início de vigência: 02.07.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/
lei/L14181.htm>
Destaques:
• Insere na Política Nacional das Relações de Consumo princípios para educação e prevenção
ao superendividamento do consumidor, bem como institui mecanismos extrajudiciais e
judiciais para buscar uma solução para essas situações.
• Estabelece que a desobediência às exigências dos arts. 52 a 54-C do CDC poderá ensejar
a redução dos juros, dos encargos ou de qualquer acréscimo ao principal e a dilação do
prazo de pagamento previsto no contrato para que o consumidor pague a dívida, conforme
a gravidade da conduta do fornecedor e as possibilidades financeiras do consumidor.
1.2. Comentário
Nesse sentido, a lei adiciona os incisos IX e X ao art. 4º do CDC, colocando como princípios
da Política Nacional das Relações de Consumo o “fomento de ações direcionadas à educação
financeira e ambiental dos consumidores” e a “prevenção e tratamento do superendividamento
como forma de evitar a exclusão social do consumidor”. Por sua vez, adiciona ao art. 5º do
Código dois novos instrumentos para efetivação da Política Nacional das Relações de Consumo,
quais sejam: a “instituição de mecanismos de prevenção e tratamento extrajudicial e judicial do
superendividamento e de proteção do consumidor pessoa natural” e a “instituição de núcleos de
conciliação e mediação de conflitos oriundos de superendividamento”.
No que se relaciona aos conhecidos direitos básicos do consumidor, há, agora, especificamente
os seguintes direitos adicionados ao art. 6º do CDC:
XIII — a informação acerca dos preços dos produtos por unidade de medida,
tal como por quilo, por litro, por metro ou por outra unidade, conforme o
caso.
Como se verifica, os incisos adicionados são direitos básicos eminentemente protetivos que
visam à educação financeira do consumidor com vista a evitar as situações de superendividamento
e a garantir o mínimo existencial para que o consumidor não tenha seu orçamento mensal
inteiramente comprometido por dívidas contratadas, ficando impossibilitado de adquirir o básico
para sua subsistência.
Outrossim, cabe destacar o conceito de superendividamento positivado pela lei, por meio do
novo art. 54-A, § 1º, do CDC: “entende-se por superendividamento a impossibilidade manifesta de
o consumidor pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalidade de suas dívidas de consumo, exigíveis
e vincendas, sem comprometer seu mínimo existencial, nos termos da regulamentação”. Nessa
esteira, é possível identificar alguns requisitos para o enquadramento do consumidor na condição
de “superendividado” para que possa ter acesso aos benefícios trazidos pela legislação.
II — a taxa efetiva mensal de juros, bem como a taxa dos juros de mora e o total
de encargos, de qualquer natureza, previstos para o atraso no pagamento;
Essas disposições visam a dar ao consumidor clareza da operação de crédito que está sendo
realizada para que tenha ciência do custo total que envolve a contratação com a concessão do
crédito e sem a concessão do crédito, possibilitando um melhor cálculo do consumidor e, em
especial, daqueles mais vulneráveis, acerca do que está sendo contratado.
Ressalta-se que o art. 54-C da lei estabelece a vedação de algumas práticas comuns
que têm o potencial de prejudicar o consumidor, como: a realização de oferta de crédito e
financiamento indicando que ela pode ser realizada sem consulta aos cadastros de proteção
ao crédito, o que facilita que um consumidor já endividado contrate nova dívida, dando ases
ao superendividamento; o assédio ou pressão a consumidores idosos, analfabetos, doentes
ou em estado de vulnerabilidade agravada para que contratem produto, serviço ou crédito;
e o condicionamento de atender demandas do consumidor, como a própria renegociação de
dívidas, por exemplo, à desistência de demandas judiciais e/ou ao pagamento de honorários
advocatícios e a realização de depósito judicial.
Interessante disposição da lei que já é bastante tratada na doutrina diz respeito aos contratos
coligados. Desse modo, a lei considerou que são conexos, coligados ou interdependentes o contrato
principal de fornecimento de produtos ou serviços e o contrato de concessão de crédito para a
aquisição dos respectivos produtos ou serviços. Nesse contexto, o novo art. 54-F do CDC determina
que serão considerados conexos/coligados/interdependentes o contrato principal e o de crédito
quando o fornecedor de crédito:
Dessa forma, por exemplo, quando uma instituição financeira atua em parceria com o
fornecedor de produtos ou serviços, dentro de uma loja online ou física, para possibilitar a aquisição
dos produtos ou serviços vendidos na loja, por meio de financiamento dirigido ao consumidor,
o contrato de crédito será considerado coligado ao contrato principal.
Isso implica que, por exemplo, caso o consumidor deseje exercer o direito de arrependimento
sobre qualquer um dos dois contratos, o outro será diretamente afetado por essa decisão, sendo
ambos os contratos resolvidos de pleno direito. Ademais, na hipótese de inexecução das obrigações
do fornecedor de produto ou serviço, o consumidor poderá requerer a rescisão do contrato também
contra o fornecedor de crédito. Assim, o inadimplemento da obrigação de entregar um bem, por
exemplo, confere o direito de o consumidor rescindir tanto o contrato principal, da compra do bem,
quanto o contrato de crédito, do financiamento concedido para a aquisição do bem (art. 54-F e seus
§§ 1º e 2º, do CDC).
Para isso, o consumidor deve notificar a administradora do cartão de crédito com, ao menos,
10 dias de antecedência da data do vencimento da fatura. Ainda, caso o consumidor só reconheça
parcialmente o valor cobrado, deverá ser permitido que ele realize o pagamento parcial do valor
indicado na fatura. Ademais, é facultado ao emissor do cartão lançar um “crédito de confiança” na
fatura do consumidor de valor idêntico ao da transação contestada enquanto não for encerrada a
apuração administrativa da contestação realizada.
Por fim, destaca-se o estabelecimento de um procedimento judicial específico para tratar dos
litígios que envolvam o superendividamento.
Nesse contexto, o art. 104-A do CDC traz o direito de o consumidor requerer ao juízo a
instauração de um processo de repactuação de dívidas. Em uma primeira abordagem, esse
processo pode estabelecer a realização de uma audiência de conciliação inicial com a presença de
todos os credores de dívidas do consumidor. Para essa conciliação, o consumidor deve apresentar
um plano inicial para pagamento de suas dívidas com prazo máximo de cinco anos, preservando
um valor mínimo para sua subsistência, considerando seus rendimentos. Importante notar que o
pedido realizado pelo consumidor não importa na declaração de insolvência civil e somente pode
ser realizado novamente após o prazo de dois anos contados da liquidação das obrigações previstas
no plano de pagamento homologado.
Além disso, nos termos do art. 104-C do CDC, não só o juízo, mas também todos os órgãos
públicos integrantes do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor poderão realizar a fase
conciliatória e preventiva do processo de repactuação de dívidas. Poderá ocorrer dentro desses
órgãos, como, por exemplo, nos PROCONs, audiência global de conciliação com todos os
credores. Ressalta-se que quando for firmado o acordo perante esses órgãos deverá ser indicada
a data na qual o consumidor terá seu nome excluído dos órgãos de proteção ao crédito e que isso
estará condicionado ao consumidor se abster de praticar condutas que agravem a sua situação de
superendividamento, em especial, a de contrair novas dívidas.
Durante vários anos, Geraldo trabalhava em uma boa empresa, que lhe pagava um salário
razoável. Nesse contexto, durante a sua vida, contraiu alguns financiamentos e obteve empréstimos
junto a cinco diferentes instituições financeiras. O primeiro financiamento é o de sua casa, o segundo,
de seu carro, ambos em alienação fiduciária em garantia. Os outros três empréstimos foram obtidos
na modalidade CDC (Crédito Direto ao Consumidor) para pagar diversas despesas do cotidiano,
como a escola de seus filhos, despesas de saúde, entre outras. Ao longo de vários anos, Geraldo
pagou adequadamente as prestações de seus financiamentos e empréstimos. Contudo, devido a
uma forte crise ocorrida, que afetou as atividades da empresa em que trabalhava, Geraldo foi demitido
e apenas conseguiu um outro emprego que lhe pagava um salário muito inferior ao anterior. Diante
dessa situação, Geraldo ficou sem poder arcar regularmente com os financiamentos e empréstimos
obtidos sem que isso prejudicasse suas despesas domésticas básicas.
A) Geraldo pode ser considerado superendividado nos termos da lei, por ser consumidor, pessoa
natural, de boa-fé, que está com impossibilidade manifesta de pagar as suas dívidas de consumo.
D) O Plano Judicial instituído pelo processo por superendividamento para revisão e integração
dos contratos e repactuação de dívidas é compulsório para os credores e poderá prever medidas
de dilação de prazo para pagamento e de redução dos encargos da dívida ou da remuneração do
fornecedor.
Demais alternativas:
Alternativa A. Correta. Nos termos do art. 54-A do CDC: “entende-se por superendividamento
a impossibilidade manifesta de o consumidor pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalidade de suas
dívidas de consumo, exigíveis e vincendas, sem comprometer seu mínimo existencial, nos termos da
regulamentação.”
(...)
Alternativa D. Correta. Da leitura conjunta dos arts. 104-A e 104-B do CDC, verifica-se que
o plano judicial para pagamento dos débitos é compulsório para o credor e pode prever “medidas
de dilação dos prazos de pagamento e de redução dos encargos da dívida ou da remuneração do
fornecedor, entre outras destinadas a facilitar o pagamento da dívida” (art. 104-A, § 4º, I). Ademais,
destaca-se que no plano judicial compulsório deve ser assegurado aos credores, no mínimo,
o valor do principal devido corrigido monetariamente por índices oficiais e o prazo máximo para
liquidação do débito em até cinco anos, contados da data da homologação (art. 104-B, § 4º).
LEI Nº 14.186/2021
Ementa: Altera a Lei nº 14.046, de 24 de agosto de 2020, para dispor sobre medidas
emergenciais para atenuar os efeitos da crise decorrente da pandemia da Covid-19
nos setores de turismo e de cultura.
Data de publicação: 16.07.2021
Início de vigência: 16.07.2021
• A restituição dos valores aos consumidores, por parte das sociedades empresárias ou
prestadores de serviço deverá ser efetuada até o dia 31 de dezembro de 2022 apenas na
hipótese em que não seja possível oferecer a remarcação dos serviços ou disponibilizado
crédito.
Em função de ter emergido a pandemia de Covid-19, que acometeu todo o mundo, com
relevante impacto nos setores de turismo e cultura, foi promulgada e publicada, no dia 26.03.2021,
a Lei nº 14.046/2020.
A referida lei dispõe sobre medidas afetas ao direito do consumidor e ao direito civil para atenuar
as repercussões econômicas da pandemia nos setores de turismo e cultura. Assim, em decorrência
do amplo cancelamento ou adiamento de viagens e eventos, os prestadores de serviços, como hotéis,
empresas aéreas, casas de shows e até mesmo alguns profissionais autônomos, como palestrantes,
cantores e artistas, se viram em uma situação de, eventualmente, ter de devolver imediatamente a
todos os consumidores e contratantes valores já recebidos, antecipadamente, pelos serviços que
seriam prestados. Caso isso fosse levado a cabo, provavelmente, haveria grande quebra generalizada
de muitos dos prestadores de serviços, uma vez que não havia qualquer previsibilidade para a
ocorrência de um fato tão peculiar no planeta como a Covid-19 e suas consequências.
Nesse contexto, o ponto principal da lei foi estabelecer que, quando cancelados os contratos,
não era obrigatória, por parte dos prestadores de serviços, a devolução em dinheiro aos consumidores
e outros contratantes dos valores eventualmente já recebidos. Para isso, os prestadores de serviço
deveriam disponibilizar aos consumidores um crédito a ser utilizado até as datas estabelecidas na lei
ou a remarcação para data posterior das reservas e dos eventos adiados.
Agora, por exemplo, caso o consumidor tenha tido uma viagem ou evento cancelado ou adiado
em decorrência da pandemia, poderá utilizar o seu crédito para marcar uma nova viagem ou participar
de um evento até o dia 31.12.2022. A prorrogação da data aplica-se, inclusive, para casos em que
o evento ou viagem já havia sido remarcado em razão da pandemia, mas, pela sua manutenção no
tempo, teve de ser novamente adiado. Ademais, o referido prazo passa também a ser o limite para
que o prestador de serviço reembolse o consumidor em dinheiro quando o prestador não consiga
oferecer a remarcação ou o crédito para ser posteriormente utilizado.
Vejamos a nova redação dos parágrafos e incisos alterados pela lei, grifados:
§ 1º As operações de que trata o caput deste artigo ocorrerão sem custo
adicional, taxa ou multa ao consumidor, em qualquer data a partir de 1º de
janeiro de 2020, e estender-se-ão pelo prazo de 120 (cento e vinte) dias,
contado da comunicação do adiamento ou do cancelamento dos serviços,
ou 30 (trinta) dias antes da realização do evento, o que ocorrer antes.
Uma outra alteração relevante relaciona-se com o cancelamento das multas atinentes aos
contratos de prestação de serviços desses profissionais, palestrantes e artistas. O § 2º do art. 4º
da Lei nº 14.046/2020, também foi alterado para indicar que serão anuladas as multas impostas
pelo cancelamento desses contratos até o dia 31.12.2021. Desse modo, mesmo que prevista multa
contratual para o cancelamento do contrato de prestação de serviços, essa multa não poderá ser
aplicada caso o contrato tenha sido cancelado em razão dos efeitos da Covid-19.
Helena e sua família possuíam uma viagem de férias para a Europa, marcada com bastante
antecedência, para o dia 30.08.2020. Todavia, no início do ano de 2020, a pandemia de Covid-19
acometeu diversos países, fazendo com que ficasse inviável a realização de passeios turísticos.
Assim, no dia 20.02.2020, Helena foi comunicada sobre o cancelamento de suas reservas. Diante da
situação, Helena entrou em contato e pediu para a Passeios Turísticos Ltda. o reembolso imediato do
valor de R$ 15.000,00 que havia desembolsado com a compra das passagens e hospedagem.
B) A Passeios Turísticos Ltda. poderá se recusar a realizar o reembolso imediato do valor pago por
Helena, desde que lhe ofereça um crédito no mesmo valor que poderá ser utilizado por ela até o dia
31.12.2022.
C) Helena poderá requerer que a Passeios Turísticos Ltda. lhe conceda um crédito a ser utilizado até
o dia 31.12.2022, desde que faça o pedido até o dia 20.07.2020.
D) Caso a Passeios Turísticos Ltda. não possa disponibilizar a Helena o crédito no mesmo valor pago
ou a possibilidade de remarcar a viagem, terá até o dia 31.12.2023 para realizar a restituição do valor
integral pago por Helena.
E) Se Helena tivesse optado por remarcar a viagem para o dia 30 de agosto de 2021 e a viagem tivesse
de ser novamente adiada, em razão da pandemia, a Passeios Turísticos Ltda. ficaria desobrigada de
realizar o reembolso ou disponibiliza crédito para Helena.
Portanto, uma vez que a viagem de Helena ocorreria no dia 30.08.2020, a Passeios Turísticos
Ltda. não estava obrigada a reembolsar Helena em dinheiro e imediatamente, desde que lhe
concedesse o crédito, no mesmo valor pago, que poderia ser utilizado até o dia 31.12.2022, conforme
prevê o § 4º do mesmo dispositivo: “§ 4º O crédito a que se refere o inciso II do caput deste artigo
poderá ser utilizado pelo consumidor até 31.12.2022”.
Demais alternativas:
Portanto, desde que a Passeios Turísticos Ltda. disponibilizasse a Helena crédito a ser utilizado
ou a remarcação da viagem a ser efetuada até o dia 31.12.2022, não fica a fornecedora de serviços
obrigada a restituir a Helena o valor pago.
Alternativa C. Incorreta. Nos termos do art. 2º da Lei nº 14.046/2020, de fato, Helena poderia
requerer que a Passeios Turísticos Ltda. lhe concedesse um crédito a ser posteriormente utilizado, até o
dia 31 de dezembro de 2022. Todavia, os §§ 1º e 3º do art. 2º da lei assim dispõem, respectivamente, que:
Alternativa D. Incorreta. O art. 2º, § 6º, da Lei nº 14.046/2020, assim dispõe: “o prestador
de serviço ou a sociedade empresária deverão restituir o valor recebido ao consumidor até 31 de
dezembro de 2022, somente na hipótese de ficarem impossibilitados de oferecer a remarcação dos
serviços ou a disponibilização de crédito referidas nos incisos I e II do caput deste artigo”. Nesses
termos, o prazo para restituir o valor recebido do consumidor na hipótese de impossibilidade de a
Passeios Turísticos Ltda. oferecer o crédito ou a remarcação do serviço é até o dia 31.12.2022 e não
31.12.2023.
Portanto, caso Helena tivesse remarcado sua viagem para o dia 30.08.2021 e, novamente, em
razão da pandemia, a viagem tivesse de ser cancelada ou adiada, Helena teria novo direito ao crédito
ou à remarcação da viagem, nos termos da lei.
LEI Nº 14.188/2021
Ementa: Define o programa de cooperação Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica
como uma das medidas de enfrentamento da violência doméstica e familiar contra
a mulher previstas na Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha),
e no Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), em todo
o território nacional; e altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), para modificar a modalidade da pena da lesão corporal simples
cometida contra a mulher por razões da condição do sexo feminino e para criar o
tipo penal de violência psicológica contra a mulher.
• Além do Programa Sinal Vermelho, a lei em comento alterou a Lei nº 11.340/2006 acerca
do afastamento do lar imediato do agressor em caso de risco atual ou iminente à vida ou à
integridade física ou psicológica da mulher em situação de violência doméstica e familiar.
• Referido ato normativo ainda recrudesce a pena do crime de lesão corporal, prevista no
art. 129 do Código Penal, quando praticado contra a mulher por razões do sexo feminino.
• A lei estabelece ainda novo tipo penal, o da violência psicológica contra a mulher, previsto
no art. 147-B do Código Penal.
Em relação ao Direito Penal, a Lei nº 14.188 recrudesce a pena do crime de lesão corporal,
prevista no art. 129 do Código Penal, quando praticado contra a mulher por razões do sexo feminino,
e estabelece novo tipo penal previsto no art. 147-B do Código Penal.
Entretanto, para concentrar a abordagem das inovações veiculadas por esse novo ato
normativo, a sua análise encontra-se em Legislação Penal e Processual Penal Extravagante.
LEI Nº 14.195/2021
Ementa: Dispõe sobre a facilitação para abertura de empresas, sobre a proteção de acionistas
minoritários, sobre a facilitação do comércio exterior, sobre o Sistema Integrado
de Recuperação de Ativos (Sira), sobre as cobranças realizadas pelos conselhos
profissionais, sobre a profissão de tradutor e intérprete público, sobre a obtenção
de eletricidade, sobre a desburocratização societária e de atos processuais e a
prescrição intercorrente na Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil);
altera as Leis nºs 11.598, de 3 de dezembro de 2007, 8.934, de 18 de novembro de
1994, 6.404, de 15 de dezembro de 1976, 7.913, de 7 de dezembro de 1989, 12.546, de
14 de dezembro 2011, 9.430, de 27 de dezembro de 1996, 10.522, de 19 de julho de
2002, 12.514, de 28 de outubro de 2011, 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 10.406,
de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), 13.105, de 16 de março de 2015 (Código
de Processo Civil), 4.886, de 9 de dezembro de 1965, 5.764, de 16 de dezembro
de 1971, 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e 13.874, de 20 de setembro de 2019, e
o Decreto-Lei nº 341, de 17 de março de 1938; e revoga as Leis nºs 2.145, de 29 de
dezembro de 1953, 2.807, de 28 de junho de 1956, 2.815, de 6 de julho de 1956, 3.187,
de 28 de junho de 1957, 3.227, de 27 de julho de 1957, 4.557, de 10 de dezembro de
1964, 7.409, de 25 de novembro de 1985, e 7.690, de 15 de dezembro de 1988, os
Decretos nºs 13.609, de 21 de outubro de 1943, 20.256, de 20 de dezembro de 1945,
e 84.248, de 28 de novembro de 1979, e os Decretos-Lei nºs 1.416, de 25 de agosto
de 1975, e 1.427, de 2 de dezembro de 1975, e dispositivos das Leis nºs 2.410, de 29
de janeiro de 1955, 2.698, de 27 de dezembro de 1955, 3.053, de 22 de dezembro
de 1956, 5.025, de 10 de junho de 1966, 6.137, de 7 de novembro de 1974, 8.387, de
30 de dezembro de 1991, 9.279, de 14 de maio de 1996, e 9.472, de 16 de julho de
1997, e dos Decretos-Lei nºs 491, de 5 de março de 1969, 666, de 2 de julho de 1969,
e 687, de 18 de julho de 1969; e dá outras providências.
Início de vigência:
Art. 58. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação e produzirá
efeitos:
• Dispõe que é considerado dia do começo do prazo o quinto dia útil seguinte à confirmação,
na forma prevista na mensagem de citação, do recebimento da citação realizada por meio
eletrônico.
• Decreta que a citação será efetivada em até 45 (quarenta e cinco) dias a partir da propositura
da ação.
• Estipula que a citação será feita preferencialmente por meio eletrônico, no prazo de até
dois dias úteis, contados da decisão que a determinar, por meio dos endereços eletrônicos
indicados pelo citando no banco de dados do Poder Judiciário, conforme regulamento do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
• Dispõe que as empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas
de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações,
as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio. Tratando-se de micro e
pequenas empresas, somente se sujeitam a esta obrigação quando não possuírem endereço
eletrônico cadastrado no sistema integrado da Rede Nacional para a Simplificação do
Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim).
• Determina que a ausência de confirmação, em até três dias úteis, contados do recebimento
da citação eletrônica, implicará a realização da citação por outros meios.
• Estipula que a execução é suspensa quando não for localizado o executado ou bens
penhoráveis, atualizando disposição legal acerca da prescrição intercorrente.
1.2. Comentário
No dia 27.08.2021 foi publicada e entrou em vigor, na parte que altera o Código de Processo
Civil (CPC), a Lei nº 14.195/2021. A lei alterou diversas leis anteriores, como o Código Civil (CC), o
CPC, entre outras, e dispõe acerca de assuntos variados.
Nesse texto, vamos analisar as principais alterações implementadas no CPC, que visam a
racionalização processual, tornando o processo mais coerente.
A primeira alteração de que vamos tratar diz respeito a mais um dever processual que foi
imposto às partes e a todos que participem do processo. Segundo o art. 77 do CPC:
Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de
seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem
do processo: (...)
Outra alteração é em relação ao dia do começo do prazo na citação por meio eletrônico (não
trata da intimação por meio eletrônico). A lei prevê que será assim considerado “o quinto dia útil
seguinte à confirmação, na forma prevista na mensagem de citação, do recebimento da citação
realizada por meio eletrônico”, conforme dispõe o art. 231, IX, do CPC, inserido pela Lei nº 14.195/2021.
Como exemplo, recebida e confirmada a citação por meio eletrônico no dia 09.09.2021, o
início da contagem do prazo será no dia 17.09.2021 (dia subsequente ao quinto dia útil seguinte à
confirmação do recebimento da citação – conforme o art. 4º, § 4º, da Lei nº 11.419/2006).
Ainda acerca da citação, dispõe a lei que deverá ser efetivada “em até 45 (quarenta e cinco) dias
a partir da propositura da ação” (art. 238, parágrafo único, do CPC). Trata-se de um prazo imposto ao
juiz, impróprio, portanto, não havendo nenhuma consequência, como regra, caso não seja cumprido.
Art. 238. Citação é o ato pelo qual convocados o réu, o executado ou o interessado
são convocados o réu, o executado ou para integrar a relação processual.
o interessado para integrar a relação Parágrafo único. A citação será efetivada em
processual. até 45 (quarenta e cinco) dias a partir da propositura
da ação.
Na sequência, assevera a lei que as “empresas públicas e privadas são obrigadas a manter
cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e
intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio (art. 246, § 1º, do CPC).
No que tange a essa obrigação em relação às micro e pequenas empresas, somente se sujeitam
“quando não possuírem endereço eletrônico cadastrado no sistema integrado da Rede Nacional
para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim) (art. 246, § 5º,
do CPC).
Caso não haja confirmação em até três dias úteis, contados do recebimento da citação
eletrônica, a citação será realizada por outros meios, segundo o art. 246, § 1º-A, do CPC:
I ‒ pelo correio;
IV ‒ por edital.
Na hipótese de o réu ser citado por uma dessas formas, dispõe a lei que ele deverá, na primeira
oportunidade de falar nos autos, apresentar justa causa para a ausência de confirmação do
recebimento da citação enviada eletronicamente (art. 246, § 1º-B, do CPC).
Passa a ser considerado ato atentatório à dignidade da justiça, “passível de multa de até 5% (cinco
por cento) do valor da causa, deixar de confirmar no prazo legal, sem justa causa, o recebimento da
citação recebida por meio eletrônico” (art. 246, § 1º-C, do CPC – grifos nossos).
Redação anterior do art. 246 do CPC Redação do art. 246 do CPC, após a Lei nº
14.195/2021
Art. 246. A citação será feita: Art. 246. A citação será feita
preferencialmente por meio eletrônico, no prazo
I ‒ pelo correio;
de até 2 (dois) dias úteis, contado da decisão
II ‒ por oficial de justiça; que a determinar, por meio dos endereços
eletrônicos indicados pelo citando no banco
III ‒ pelo escrivão ou chefe de secretaria,
de dados do Poder Judiciário, conforme
se o citando comparecer em cartório;
regulamento do Conselho Nacional de Justiça.
citações e intimações, as quais serão efetuadas 3 (três) dias úteis, contados do recebimento
preferencialmente por esse meio. da citação eletrônica, implicará a realização da
citação:
§ 2º O disposto no § 1º aplica-se à União,
aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios I ‒ pelo correio;
IV ‒ por edital.
A lei também dispõe sobre mudanças no procedimento para exibição de documento ou coisa,
conforme observa-se no seguinte quadro:
Redação anterior do art. 397 do CPC Redação do art. 397 do CPC, após a Lei nº
14.195/2021
O pedido formulado pela parte conterá: O pedido formulado pela parte conterá:
Por fim, a última mudança importante no CPC ocorreu no art. 921, que antes dispunha como
hipótese de suspensão da execução quando o executado não tivesse bens penhoráveis. Além desta
hipótese, com a Lei nº 14.195/2021, o dispositivo passa a contar com a previsão de que a suspensão
também ocorre quando o executado não for localizado:
Assim, com a mudança, passa a existir previsão legal no sentido de que a falta de localização do
executado implica suspensão da execução, caso em que é possível ocorrer a prescrição intercorrente
no processo executivo se o credor permanecer inerte.
Sobre o tema, dispõe a lei que o “termo inicial da prescrição no curso do processo será a
ciência da primeira tentativa infrutífera de localização do devedor ou de bens penhoráveis, e será
suspensa, por uma única vez” pelo prazo máximo de um ano (art. 921, § 4º, do CPC ‒ grifos nossos).
Portanto, caso não haja a localização do devedor ou de bens penhoráveis na execução, o juiz
suspende a prescrição por um ano, o que somente pode ocorrer uma única vez (art. 921, § 4º, do CPC).
Essas foram as principais alterações promovidas pela Lei nº 14.195/2021 no CPC, sendo
importante que o aluno não confunda as alterações promovidas nos dispositivos referentes à citação,
com os dispositivos em relação à intimação em processos eletrônicos (como os previstos na Lei nº
11.419/2006 – que não sofreram alterações).
Como exemplo, caso não haja consulta à intimação em até 10 dias corridos em processo
eletrônico, automaticamente é considerada realizada a intimação na data do término desse prazo
(art. 5º, § 3º, da Lei nº 11.419/2006).
Assim, na intimação há presunção automática de seu recebimento, o que não ocorre na citação
conforme visto – porque serão realizadas as outras modalidades de citação ‒ que não a citação na
forma eletrônica (art. 246, § 1º-A, do CPC).
A) São deveres das partes, de seus procuradores, e de todos aqueles que participem do processo,
informar e manter atualizados seus dados cadastrais perante os órgãos do Poder Judiciário.
B) Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo o quinto dia útil
seguinte à confirmação, na forma prevista na mensagem de citação, do recebimento da citação
realizada por meio eletrônico.
C) A citação será feita preferencialmente por meio eletrônico, no prazo de até 2 (dois) dias corridos,
contado da decisão que a determinar, por meio dos endereços eletrônicos indicados pelo autor da ação.
Demais alternativas:
Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de
seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem
do processo: (...)
Alternativa D. Errada. Alternativa em consonância com o art. 238, parágrafo único, do CPC.
LEI Nº 14.193/2021
Ementa: Institui a Sociedade Anônima do Futebol e dispõe sobre normas de constituição,
governança, controle e transparência, meios de financiamento da atividade
futebolística, tratamento dos passivos das entidades de práticas desportivas
e regime tributário específico; e altera as Leis nºs 9.615, de 24 de março de 1998, e
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).
• A SAF pode ser constituída por três formas distintas: (i) pela transformação do clube ou da
pessoa jurídica original neste tipo societário; (ii) pela cisão do departamento de futebol do
clube ou da pessoa jurídica original; ou (iii) pela iniciativa de pessoa natural ou jurídica ou
de fundo de investimento.
• O acionista controlador da SAF não pode deter participação, direta ou indireta, em outra
SAF. Ela deverá ter obrigatoriamente conselho de administração e conselho fiscal, e seus
diretores deverão ter dedicação exclusiva à administração da companhia.
• O clube ou a pessoa jurídica instituidora poderá pagar suas dívidas por meio do Regime
Centralizado de Execuções, ora instituído pela lei, ou poderá requerer Recuperação
Judicial ou Extrajudicial na forma da Lei Federal nº 11.101/2005.
• A SAF deverá fomentar e promover medidas em favor da educação, por meio do futebol,
e, do futebol, por meio da educação. Nesse sentido, a lei faz referência à obrigação da
companhia de instituir um Programa de Desenvolvimento Educacional e Social a ser
desenvolvido em convênio com instituição pública de ensino.
1.2. Comentário
Nessa seara, por diversos fatores, vários clubes nacionais, inclusive de grande renome, estão
hoje em uma situação de insolvência perante o Fisco, instituições financeiras e outras pessoas
naturais e jurídicas, com dívidas de alto valor e das mais diversas origens. Esse regime jurídico se
contrapunha ao panorama de vários países estrangeiros, com forte atividade futebolística, nos quais
as entidades de futebol já podiam, ou sempre puderam, ser constituídas sob a forma de sociedade
empresária e similares.
Para melhor compreender o texto da lei, ela traz em seu art. 1º, § 1º a definição dos termos
“clube”, “pessoa jurídica original” e “entidade de administração”. Vejamos:
Art. 1º (...)
Quanto à constituição da SAF, seu objeto social é tipificado pela lei, de modo que poderá
abarcar as seguintes atividades descritas em seu art. 1º, § 2º:
Art. 1º (...)
Ressalta-se, ainda, que, assim como ocorre no âmbito das sociedades anônimas, das sociedades
limitadas, dentre outras, a denominação da SAF deverá conter a expressão “Sociedade Anônima do
Futebol”, ou sua forma abreviada, “SAF” (Lei Federal nº 14.193/2021, art. 1º, § 3º). Ademais a Sociedade
Anônima do Futebol se enquadra no conceito de entidade de prática desportiva, para efeitos da Lei
Federal nº 9.615/1998 (Lei Pelé).
O art. 2º da Lei Federal nº 14.193/2021 estipula como poderá ocorrer a constituição da Sociedade
Anônima do Futebol. Nesse sentido, ela poderá se dar de três formas distintas:
Art. 2º (...)
Por fim, poderá ser criada diretamente uma SAF por quaisquer pessoas naturais ou jurídicas,
desde que atendidos os parâmetros da legislação de regência.
Uma das questões que a lei parece ter buscado atender foi a de que, no caso de cisão para a
criação de uma SAF, na forma de seu art. 2º, II, o clube ou sociedade cindida mantenha um controle
inicial sobre diversas deliberações da SAF. A finalidade parece ser de uma manutenção daquela
atividade como sempre foi desenvolvida, para que não haja uma eventual disrupção em seus
parâmetros em razão da admissão de novos acionistas na SAF.
Nesse sentido, conforme o art. 2º, § 2º, VII, da Lei nº 14.193/2021, ocorrendo a cisão, deverá ser
criada uma classe específica de ações, “Classe A”, que serão subscritas pelo clube ou pela pessoa
jurídica original que constituiu a sociedade. Essa classe de ações confere ao seu titular poderes
especiais de voto e veto em Assembleia, assemelhando-se ao que ocorre com uma golden share.
Nos termos do art. 2º, §§ 3º, 4º, 5º e 6º:
Art. 2º (...)
Importante destacar que a integralização do capital social do clube ou pessoa jurídica original
na SAF poderá ocorrer por meio da integralização de nome, marca, dísticos, símbolos, propriedades,
patrimônio, ativos imobilizados e mobilizados, registros, licenças, direitos desportivos sobre
atletas e sua repercussão econômica. Todavia, o clube ou pessoa jurídica originária não poderá
transferir ou alienar seu ativo imobilizado para a SAF enquanto registrar em suas demonstrações
financeiras obrigações anteriores à constituição da SAF se o ativo estiver gravado com ônus ou tiver
sido oferecido em garantia para o cumprimento de determinada obrigação. Adicionalmente, o
clube ou pessoa jurídica originária não poderá se desfazer da integralidade de sua participação
acionária na SAF constituída, enquanto houver em suas demonstrações o registro dessas
obrigações anteriores à sua constituição. Quanto a esses pontos, vejamos o art. 3º da lei:
Parágrafo único. O acionista que detiver 10% (dez por cento) ou mais do
capital votante ou total da Sociedade Anônima do Futebol, sem a controlar,
se participar do capital social de outra Sociedade Anônima do Futebol, não
terá direito a voz nem a voto nas assembleias gerais, nem poderá participar
da administração dessas companhias, diretamente ou por pessoa por ele
indicada.
Ressalta-se ainda que, conforme o § 5º do art. 5º, os diretores nomeados para a SAF
obrigatoriamente deverão ter dedicação exclusiva à sua administração. Foi também possibilitada a
publicação eletrônica, no site da companhia, de convocações, atas, demonstrações financeiras, e
outras obrigatórias, para as SAFs com receita bruta anual de até R$ 78.000.000,00 (Lei Federal nº
14.193/2021, art. 7º).
Um dos pontos relevantes de que trata a lei diz respeito ao cumprimento das obrigações
tanto pelos clubes e pessoas jurídicas já existentes quanto pelas SAFs que serão constituídas. Essas
disposições se ligam à realidade do alto endividamento dos diversos clubes de futebol no país. Nessa
seara, assim dispõe o art. 9º da lei:
O referido artigo traz várias informações, que devem ser analisadas separadamente, para que
se obtenha um melhor entendimento. Nesse sentido, a regra geral é que não há responsabilidade
da SAF pelas obrigações do clube ou da pessoa jurídica que a constituiu, anteriores ou posteriores
à data de sua constituição. Esse artigo, na realidade, reflete a separação patrimonial da SAF com
os clubes ou pessoas jurídicas originais, o que é natural no âmbito societário, considerando-se que
uma sociedade anônima, por si só, implica a responsabilidade limitada de seus acionistas, e não há
confusão patrimonial entre a própria companhia e outras sociedades.
No entanto, por uma leitura sistemática da legislação e do próprio artigo, o entendimento que
parece adequado a essa disposição é no sentido de que há duas questões distintas. A primeira delas
é que, havendo a cisão do clube ou da pessoa jurídica original, na forma da lei, direitos e obrigações
serão transmitidos à SAF e, pela sistemática da Lei Federal nº 14.193/2021, esses direitos e obrigações
obrigatoriamente deverão estar ligados à atividade futebolística. Nesse sentido, havendo a
integralização do patrimônio da SAF com esses direitos e obrigações ela, naturalmente, responderá
pelas obrigações que antes eram de titularidade do clube ou da pessoa jurídica original, que terão
relação com seu objeto social, por se relacionarem à atividade futebolística.
Contudo, a lei estabelece que poderá haver obrigações de titularidade dos clubes ou pessoas
jurídicas a serem pagas exclusivamente por meio de receitas provenientes da SAF. Ressalta-se que o
art. 10 da lei estabelece um modo específico de pagamento das obrigações anteriores pelos clubes
e pessoas jurídicas originais, a partir dessas receitas. Nesse sentido:
I ‒ por destinação de 20% (vinte por cento) das receitas correntes mensais
auferidas pela Sociedade Anônima do Futebol, conforme plano aprovado
pelos credores, nos termos do inciso I do caput do art. 13 desta Lei;
Cabe destacar que, se não realizado o pagamento aos credores na forma do art. 10, os
administradores da SAF. respondem pessoal e solidariamente pelas obrigações relacionadas a
esses repasses financeiros obrigatórios que a SAF deverá fazer ao clube ou pessoa jurídica original,
instituidora. Por sua vez, respondem pessoal e solidariamente o presidente do clube ou os sócios-
-administradores da pessoa jurídica original caso recebam os repasses realizados pela SAF mas não
os utilizem para o pagamento dos respectivos credores. Por fim, o art. 12 da lei veda a realização
de constrição ao patrimônio ou às receitas da SAF, caso os repasses para pagamento de dívidas
anteriores à data de sua constituição sejam regularmente realizados.
De outro modo, a lei trouxe uma inovação, introduzida entre os seus arts. 14 a 24, que se
denomina “Regime Centralizado de Execuções”, constituindo-se como uma outra modalidade de
quitação de débitos a ser realizada por opção da entidade. Nesse sentido:
Art. 13. O clube ou pessoa jurídica original poderá efetuar o pagamento das
obrigações diretamente aos seus credores, ou a seu exclusivo critério:
Art. 14. O clube ou pessoa jurídica original que optar pela alternativa do
inciso I do caput do art. 13 desta Lei submeter-se-á ao concurso de credores
por meio do Regime Centralizado de Execuções, que consistirá em
concentrar no juízo centralizador as execuções, as suas receitas e os valores
arrecadados na forma do art. 10 desta Lei, bem como a distribuição desses
valores aos credores em concurso e de forma ordenada.
Como regra, o regime centralizado de execuções conferirá ao clube ou à pessoa jurídica o prazo
de seis anos para o pagamento dos credores. Todavia, caso no referido prazo tenham sido pagos 60%
dos débitos, ele poderá ser prorrogado por mais quatro anos. Conforme o art. 15:
IV ‒ gestantes;
Art. 18. O pagamento das obrigações previstas no art. 10 desta Lei privilegiará
os créditos trabalhistas, e cumprirá ao plano de pagamento dos credores,
apresentado pelo clube ou pessoa jurídica original, definir a sua destinação.
Importante destacar que, se as obrigações assumidas pelo clube ou pessoa jurídica original
estiverem sendo adequadamente adimplidas pela sistemática do Regime Centralizado de
Execuções, conforme o art. 23 da lei, fica também vedada qualquer forma de constrição patrimonial,
penhora ou ordem de bloqueio de qualquer natureza sobre as receitas dessas entidades.
A Sociedade Anônima do Futebol (SAF) é um novo tipo societário instituído pela Lei Federal nº
14.193/2021. A referida lei traz diversas inovações à regulação das entidades que exploram a atividade
futebolística, com vista a promover seu desenvolvimento, a captação de recursos, o pagamento de
dívidas e a educação por meio do futebol. Sobre a SAF, assinale a alternativa incorreta, conforme a
lei que a institui:
D) O clube ou pessoa jurídica original poderá efetuar o pagamento das obrigações diretamente aos
seus credores, ou ao seu exclusivo critério, pelo Regime Centralizado de Execuções ou por meio de
Recuperação Judicial ou Extrajudicial.
Alternativa incorreta: letra E. Nos termos do art. 4º, caput, da Lei Federal nº 14.193/2021, o
acionista controlador da SAF não pode deter participação, direta ou indireta, em outra SAF. Nos
termos do artigo:
Parágrafo único. O acionista que detiver 10% (dez por cento) ou mais
do capital votante ou total da Sociedade Anônima do Futebol, sem a
controlar, se participar do capital social de outra Sociedade Anônima do
Futebol, não terá direito a voz nem a voto nas assembleias gerais, nem
poderá participar da administração dessas companhias, diretamente ou
por pessoa por ele indicada.
Alternativa A. Correta. A alternativa está correta, pois, de acordo com os termos do art. 1º, § 2º,
III, da Lei Federal nº 14.193/2021:
Art. 1º (...)
Alternativa B. Correta. A alternativa está correta, pois de acordo com os termos do art. 2º, § 2º,
VII, da Lei Federal nº 14.193/2021:
Art. 2º (...)
§ 2º (...)
Alternativa C. Correta. A alternativa está correta, pois, de acordo com os termos do art. 5º,
caput, da Lei Federal nº 14.193/2021: “Art. 5º Na Sociedade Anônima do Futebol, o conselho de
administração e o conselho fiscal são órgãos de existência obrigatória e funcionamento permanente”.
Alternativa D. Correta. A alternativa está correta, pois de acordo com os termos do art. 13, I e II,
da Lei Federal nº 14.193/2021:
Art. 13. O clube ou pessoa jurídica original poderá efetuar o pagamento das
obrigações diretamente aos seus credores, ou a seu exclusivo critério:
LEI Nº 14.195/2021
Ementa: Dispõe sobre a facilitação para abertura de empresas, sobre a proteção de acionistas
minoritários, sobre a facilitação do comércio exterior, sobre o Sistema Integrado
de Recuperação de Ativos (Sira), sobre as cobranças realizadas pelos conselhos
profissionais, sobre a profissão de tradutor e intérprete público, sobre a obtenção
de eletricidade, sobre a desburocratização societária e de atos processuais e
a prescrição intercorrente na Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
Civil ‒ CC); altera as Leis nºs 11.598, de 3 de dezembro de 2007, 8.934, de 18 de
novembro de 1994, 6.404, de 15 de dezembro de 1976, 7.913, de 7 de dezembro
de 1989, 12.546, de 14 de dezembro 2011, 9.430, de 27 de dezembro de 1996,
10.522, de 19 de julho de 2002, 12.514, de 28 de outubro de 2011, 6.015, de 31 de
dezembro de 1973, 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), 13.105, de 16
de março de 2015 (Código de Processo Civil), 4.886, de 9 de dezembro de 1965,
5.764, de 16 de dezembro de 1971, 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e 13.874, de 20
de setembro de 2019, e o Decreto-Lei nº 341, de 17 de março de 1938; e revoga as
Leis nºs 2.145, de 29 de dezembro de 1953, 2.807, de 28 de junho de 1956, 2.815, de
6 de julho de 1956, 3.187, de 28 de junho de 1957, 3.227, de 27 de julho de 1957, 4.557,
de 10 de dezembro de 1964, 7.409, de 25 de novembro de 1985, e 7.690, de 15 de
dezembro de 1988, os Decretos nºs 13.609, de 21 de outubro de 1943, 20.256, de
20 de dezembro de 1945, e 84.248, de 28 de novembro de 1979, e os Decretos-Lei
nºs 1.416, de 25 de agosto de 1975, e 1.427, de 2 de dezembro de 1975, e dispositivos
das Leis nºs 2.410, de 29 de janeiro de 1955, 2.698, de 27 de dezembro de 1955,
3.053, de 22 de dezembro de 1956, 5.025, de 10 de junho de 1966, 6.137, de 7 de
novembro de 1974, 8.387, de 30 de dezembro de 1991, 9.279, de 14 de maio de 1996,
e 9.472, de 16 de julho de 1997, e dos Decretos-Lei nºs 491, de 5 de março de 1969,
666, de 2 de julho de 1969, e 687, de 18 de julho de 1969; e dá outras providências.
Data de publicação: 27.08.2021
Início de vigência:
Art. 58. A lei entra em vigor na data de sua publicação e produzirá
efeitos:
• A lei cria mecanismos para simplificar o registro empresarial, alterando a Lei Federal nº
11.598/2007 (Redesim) e a Lei Federal nº 8.934/1994 (Lei do Registro Público de Empresas
Mercantis).
• Fica permitida a criação de outras classes de ações ordinárias, às quais poderá ser atribuído
o voto plural. Cada ação ordinária não poderá ter o direito de conferir mais de 10 votos
ao seu titular e, em regra, o voto plural terá prazo limitado a 7 anos, renováveis por igual
período.
• Altera-se o conceito de estabelecimento previsto no CC, dispondo que ele não se confunde
com o local no qual é exercida a atividade empresarial, que pode ser físico ou virtual.
• Define-se que, quando o estabelecimento for virtual, a sede da sociedade poderá ser no
endereço residencial de algum dos sócios ou do empresário. Antes, apenas era permitida
a adoção de endereço residencial para alguns tipos de atividades.
• Revoga-se o parágrafo único do art. 1.015 do CC que destacava hipóteses taxativas nas
quais se poderia opor a terceiros a prática de ato em excesso de poderes (ultra vires) pelos
administradores.
• Revogam-se o inciso IV e o parágrafo único do art. 1.033 do CC, que previam a dissolução
da sociedade quando ausentes a pluralidade de sócios e a possibilidade de conversão da
sociedade para EIRELI ou empresário individual.
Quanto às disposições atinentes à facilitação para abertura de empresas ligadas, tanto à Rede
Nacional para Simplificação de Registro de Legalização de Empresas (Redesim) quanto às próprias
disposições legais relacionadas ao registro empresarial nas juntas comerciais, a Lei Federal nº
14.195/2021 faz algumas alterações nas Leis Federais nºs 11.598/2007 (Lei do Redesim) e 8.934/1994
(Lei do Registro Público de Empresas Mercantis).
Inicialmente, cumpre destacar que, desde a Lei Federal nº 13.874/2019 (Lei da Liberdade
Econômica), ficou estabelecido, em seu art. 3º, I, como um direito das pessoas naturais e jurídicas:
“desenvolver atividade econômica de baixo risco, para a qual se valha exclusivamente de propriedade
privada própria ou de terceiros consensuais, sem a necessidade de quaisquer atos públicos de
liberação da atividade econômica”. Por sua vez, o § 1º, I e II do art. 3º da referida lei dispõem que
ato do Poder Executivo Federal iria efetuar a classificação das atividades de baixo risco, que seria
observado na ausência de legislação estadual, distrital ou municipal. Na ausência também de ato do
Poder Executivo estabelecendo quais atividades são de baixo risco, o Comitê para Gestão da Rede
Nacional para Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (CGSIM) editaria
resolução específica sobre o tema.
A Lei Federal nº 14.195/2021, por sua vez, pensando nas atividades de risco médio e para atender
a uma sugestão, amplamente debatida, não deixou de exigir que as empresas que desenvolvam
atividades classificadas como de risco médio operem sem as licenças e os alvarás, mas permitiu
que a obtenção desses documentos seja por meio de emissão automática, pelo sistema de
registro, sem a necessidade de intervenção humana. Nesse contexto, há apenas a condição de
que o responsável legal pela empresa assine um termo de ciência e responsabilidade, assumindo
Portanto, a lógica de registro empresarial, quase que como vinha ocorrendo perante as
empresas que exercem atividades classificadas como de baixo risco, também se inverte para
as empresas com risco de atividade classificado como médio. O responsável legal efetuará a
declaração de que atenderá às exigências legais relativas à sua atividade, permitindo-lhe obter,
imediatamente, por meio do sistema, os alvarás e as licenças necessários para o funcionamento da
empresa. Por sua vez, caberá à Administração Pública verificar posteriormente, se necessário for, em
procedimento fiscalizatório, a obediência ao termo assinado e às diversas condições.
Há ainda algumas disposições na Lei Federal nº 14.195/2021 que visam unificar os sistemas de
registro empresarial em todo o país, para que o empresário não tenha de realizar separadamente as
inscrições e os atos pertinentes cada estado e município. Nesse sentido, é alterado o art. 11-A da Lei
Federal nº 11.598/2007, que passa a dispor que:
Atendida essa disposição, os estados e os municípios terão acesso direto aos dados enviados
pelo empresário, quando do seu cadastro empresarial pelo sistema Redesim, o que possibilitará a
integração de todas as bases, e que o empresário necessite efetuar o seu cadastro inicial em apenas
um portal, o do Governo Federal. Nesse sentido, ao constituir a empresa pelo Redesim, obterá tanto
o CNPJ quanto a inscrição estadual e/ou a inscrição municipal, necessárias ao cumprimento das
obrigações tributárias, conforme exigir a sua atividade.
No que tange a algumas modificações trazidas à Lei Federal nº 8.934/1994, que regula o registro
público das empresas mercantis, também conhecido como Juntas Comerciais, há dois interessantes
pontos de destaque.
Ao tratar do nome empresarial, adicionou-se o art. 35-A à Lei Federal nº 8.934/1994, de forma
a possibilitar que o empresário ou a pessoa jurídica utilize como nome empresarial o número da
inscrição no CNPJ. Desse modo, o empresário ou a sociedade empresária poderá, a partir de agora,
ser constituído tendo como nome apenas o número do CNPJ, seguido pela partícula identificadora
de seu tipo societário, se exigido for. Por exemplo: 12.345.678/0001-01 LTDA. ou 12.345.678/0001-
01 S/A, como se vê na redação do artigo:
Como uma forma também de facilitar os trâmites burocráticos nas Juntas Comerciais, ficou
alterado o art. 63 da Lei Federal nº 8.934/1994, deixando-se de exigir reconhecimento de firma para
quaisquer documentos a serem arquivados nas Juntas Comerciais, inclusive procurações: “Art. 63.
Os atos levados a arquivamento nas juntas comerciais são dispensados de reconhecimento de firma”.
Mais algumas alterações foram realizadas na Lei de Regência do Registro Público das Empresas
Mercantis, fomentando a digitalização dos atos, uma vez que, conforme o seu art. 57: “quaisquer
atos e documentos, após microfilmados ou preservada a sua imagem por meios tecnológicos mais
avançados, poderão ser eliminados pelas juntas comerciais, conforme disposto em regulamento”,
c) Sociedades anônimas
Existem inúmeras discussões sobre os benefícios e malefícios de se permitir que uma ação
confira ao seu titular um direito de voto maior em assembleia que não o estritamente proporcional
ao capital social que a ação representa. Contudo, a adoção de voto plural é um mecanismo que já
é adotado em países estrangeiros, que visa beneficiar e atrair determinados tipos de investimento
nas companhias.
Por exemplo, um investidor pode ter um capital limitado para aportar na companhia, o que
traria benefícios à atividade empresária desenvolvida. Todavia, a decisão dele em realizar o aporte
dependeria de possuir uma maior ingerência, um maior poder político, na definição dos rumos
da companhia. Anteriormente, se não fosse possível realizar um acordo de acionistas ou algum
outro instrumento acessório para regular esse poder político majorado do investidor, ele poderia,
simplesmente, não realizar o aporte, que seria interessante sob a ótica da companhia. Nesse caso,
apesar de ter interesse e capital, o investidor não efetuaria o aporte, pois o valor aportado poderia
não lhe proporcionar o poder de voto suficiente para que influenciasse em determinadas decisões
da companhia. Nesse sentido, para obter o poder de voto suficiente teria de ser “obrigado” a aportar
um capital muito maior do que estava disposto.
A adoção do voto plural, nessa seara, permite que um investidor com menos participação
no capital social da companhia exerça um poder de voto maior, desvinculado dessa proporção do
capital social.
Assim, incluiu o art. 110-A na Lei das S/A, que limita que a ação ordinária tenha o direito a, no
máximo, 10 votos. Ressalta-se que, nas companhias abertas, caso se deseje adotar o voto plural
para alguma classe de ações, essas ações deverão ser criadas, e o voto plural atribuído antes de sua
negociação no mercado de valores mobiliários. Desse modo, fica vedado atribuir voto plural a ações
que já estejam sendo negociadas. Nesses termos:
Por sua vez, conforme a redação do novo § 1º do art. 110-A da Lei das S/A, destaca-se que
há quóruns específicos para que seja admitida a criação de ações ordinárias com voto plural,
quais sejam:
No caso, tanto os acionistas titulares de ações ordinárias quanto os acionistas titulares de ações
preferenciais deverão votar para autorizar a criação de classe de ações com voto plural.
A redação da lei parece indicar que o legislador entendeu desejável que o voto plural permaneça
vigente apenas por tempo limitado no ordenamento jurídico. Talvez para estimular investimentos
iniciais em determinada companhia com a posterior saída do investidor para que a companhia se
desenvolva normalmente.
Nesse sentido, foi imposto no § 7º do art. 110-A da Lei das S/A que, como regra, o voto plural terá
vigência de até sete anos, prorrogável por igual período, desde que novamente deliberado na forma
estabelecida no art. 110-A, § 1º. Poderá, inclusive, ser definido no Estatuto Social um prazo de vigência
para que a ação confira o direito ao voto plural, condicionado a um termo ou um evento futuro.
Na votação para deliberar sobre a prorrogação de prazo do voto plural, os acionistas titulares dessa
classe de ação não podem votar sobre essa deliberação e, uma vez mais, os acionistas dissidentes
poderão exercer o seu direito de retirada. Nesse sentido:
Ainda quanto ao voto plural, as ações com essa classe serão automaticamente convertidas em
ações ordinárias nas seguintes hipóteses, conforme o § 8º do art. 110-A da Lei das S/A:
b) o terceiro for titular da mesma classe de ações com voto plural a ele
alienadas;
Em razão da possibilidade de adoção de voto plural pelas companhias, foi também alterada
a sistemática de contagem dos votos em diferentes hipóteses. Agora, na Lei das S/A, há artigos
que estabelecem que as deliberações deverão ser realizadas com base no número de votos, mas
também há artigos que fazem referência ao percentual do capital social ou das ações. Diante dessa
nova sistemática, assim dispõe o § 9º do art. 110-A da Lei das S/A:
Portanto, quando a lei fizer referência ao número de votos das ações, é o número de votos e
não o quanto a ação representa no capital social votante que deve ser considerado. Todavia, quando
a lei fizer referência a um percentual no capital social ou de ações representativas do capital social,
dever-se-á desconsiderar eventual pluralidade de votos.
Como exemplo de deliberações que tiveram seus quóruns alterados, foram aquelas atinentes à
instalação de assembleias e deliberações sobre alteração no Estatuto Social. Conforme os arts. 125,
135 e 136 da Lei das S/A:
IX ‒ cisão da companhia;
Por fim, no que tange às alterações atinentes à sociedade anônima, cabe destacar dois pontos.
Primeiramente, nos termos do § 14 do art. 110-A, não é possível haver voto plural nas empresas
públicas, nas sociedades de economia mista e nas suas respectivas subsidiárias e sociedades
controladas direta ou indiretamente pelo poder público.
Ainda, destaca-se que foi alterado o art. 140, § 2º, da Lei das S/A, de forma que passou a ser
legalmente obrigatória a presença de conselheiros independentes nos conselhos de administração
das sociedades anônimas.
• EIRELI
Ainda, com a alteração legislativa ocorreu a revogação tácita do inciso VI do art. 44 e do art.
980-A e, até que a regulamentação mencionada seja realizada, o Ministério da Economia, por meio
do Ofício Circular SEI nº 3.510/2021, estabelece as orientações que devem ser seguidas pelas Juntas
Comerciais, dentre as quais podem ser destacadas:
Uma outra importantíssima alteração trazida pela Lei Federal nº 14.195/2021 diz respeito à
modificação do conceito legal de estabelecimento comercial. Sabe-se que o estabelecimento
empresarial é o complexo de bens organizados, para o exercício da atividade empresária. Contudo,
a partir da nova realidade trazida pela internet, com o exercício da atividade empresária por diversos
agentes econômicos, principalmente por meio da rede mundial de computadores, já era bastante
debatida na doutrina e até mesmo reconhecida pelos tribunais a existência dos estabelecimentos
virtuais. Sabe-se que, atualmente, um perfil em uma rede social com muitos seguidores, por exemplo,
pode ser economicamente muito mais relevante para um empresário do que uma loja física, havendo
valor econômico intrínseco à titularidade desse meio para realização de vendas aos diversos clientes.
Diante desse contexto, ficará agora expresso no § 1º do art. 1.142 do CC que “o estabelecimento
não se confunde com o local onde se exerce a atividade empresarial, que poderá ser físico ou virtual”.
Ainda, para facilitar o exercício da atividade empresária daqueles que atuam perante o
mercado, quase que exclusivamente por meio da internet, em ambiente virtual, ficará permitida
a constituição da empresa ou sociedade tendo como endereço a residência do empresário ou de
algum dos sócios da sociedade. Anteriormente, apenas algumas atividades específicas podiam ser
registradas como exercidas no endereço pessoal do empresário ou do sócio. Portanto, assim ficou o
texto dos parágrafos do art. 1.142 do CC:
Por fim, apresentam-se algumas outras alterações trazidas ao CC pela Lei Federal nº 14.195/2021.
Fica revogado o parágrafo único do art. 1.015 do CC, que deixava expressos os casos nos quais
era permitido opor a terceiros a realização de atos com excesso de poderes (ultra vires) por parte
dos administradores. Desse modo, o legislador parece querer que não haja mais hipóteses taxativas
para interpretação dos atos em excesso de poderes realizados pelos administradores, mas que seja
avaliado caso a caso.
Fica também revogada a hipótese legal do art. 1.033, IV, do CC, que previa a dissolução
da sociedade na falta de pluralidade de sócios, uma vez que, admitida a sociedade na forma
unipessoal, conforme o art. 1.052, §§ 1º e 2º, do CC, não há razão para que ela seja dissolvida e extinta
automaticamente em caso de falecimento de um sócio. Por conseguinte, também revogou-se o
parágrafo único do art. 1.033, que vislumbrava a possibilidade de o sócio remanescente requerer, na
ausência de pluralidade de sócios, a transformação da sociedade para EIRELI.
A) Nos casos em que o risco da atividade empresarial seja considerado médio, o alvará e as licenças
serão emitidos automaticamente, sem análise humana, pelo sistema, desde que o responsável assine
termo de ciência e responsabilidade pelo cumprimento das obrigações sanitárias, ambientais e de
prevenção contra incêndio.
C) Se não previsto outro prazo menor no Estatuto, o voto plural atribuído às ações ordinárias terá
prazo inicial máximo de vigência de até sete anos, prorrogável por igual período.
D) O estabelecimento não se confunde com o local onde se exerce a atividade empresarial, que
poderá ser físico ou virtual.
Alternativa incorreta: letra B. Conforme o art. 110-A, § 1º, da Lei das S/A, incluído pela Lei
Federal nº 14.195/2021:
Portanto, mesmo os acionistas titulares de ações preferenciais, sem direito de voto, possuem
a prerrogativa de votar, em assembleia especial, sobre a concordância com a criação de classe de
ações com voto plural na companhia.
Demais alternativas:
Alternativa A. Correta. A alternativa está de acordo com o art. 2º da Lei Federal nº 14.195/2021
que, modificando o art. 6º-A da Lei Federal nº 11.598/2007, impôs a seguinte redação:
Portanto, quando for exercida atividade empresarial de risco médio, apesar de ser necessário
o alvará de funcionamento e licenças, estes serão emitidos pelo sistema, sem intervenção humana,
mediante a assinatura do termo de ciência e responsabilidade pelo responsável legal.
Alternativa C. Correta. A alternativa está de acordo com o texto do art. 110-A, § 7º, da Lei das
S/A, incluído pelo art. 2º da Lei Federal nº 14.195/2021, que assim dispõe:
Alternativa D. Correta. A nova realidade trazida pela internet, com o exercício da atividade
empresária por diversos agentes econômicos, principalmente por meio da rede mundial de
computadores, já era bastante debatida na doutrina, e até mesmo reconhecida pelos tribunais a
existência dos estabelecimentos virtuais. Atualmente, um perfil em uma rede social com muitos
seguidores, por exemplo, pode ser economicamente muito mais relevante para um empresário do
Alternativa E. Correta. A Lei Federal nº 14.195/2021, em seu art. 41, instituiu que “as empresas
individuais de responsabilidade limitada existentes na data da entrada em vigor desta Lei serão
transformadas em sociedades limitadas unipessoais independentemente de qualquer alteração
em seu ato constitutivo”.. Nesse sentido, todas as EIRELIs serão convertidas em sociedades
limitadas unipessoais por expressa disposição legal, independentemente de alteração em seus atos
constitutivos.
1.2. Comentário
Em 10.08.2021, a MP nº 1.061 foi publicada, com início de vigência na data de sua publicação.
Exceto os arts. 1º e 3º, que terão vigência em 90 dias, a contar de sua publicação (08.11.2021).
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo “Institui o Programa Auxílio Brasil e o
Programa Alimenta Brasil, e dá outras providências”.
O Programa Auxílio Brasil constitui uma aglutinação de várias políticas públicas de assistência
social, saúde, educação, emprego e renda. O programa representa um avanço na esfera da
assistência social, pois agrupa as políticas públicas e diretrizes do programa voltado às famílias em
condição de vulnerabilidade.
Nesse aspecto, interessante destacar que a medida provisória não previu critérios objetivos
para auferir a condição de miserabilidade, restando, portanto, indicação ao detalhamento deste
critério por meio de regulamento.
O Programa Auxílio Brasil está atrelado ao Ministério da Cidadania, e visa executar, por meio
da integração e da articulação de políticas, de programas e de ações voltadas ao fortalecimento
das ações do Sistema Único de Assistência Social, transferência de renda; desenvolvimento da
primeira infância; incentivar o esforço e o desenvolvimento pessoais; e emancipação cidadã (art.
1º da MP nº 1.061).
Não obstante, a referida medida elenca os objetivos do programa. E fica clara a predominância
das áreas social, da saúde, da educação, do emprego e da renda, conforme disposto no art. 1º, § 1º, da
MP nº 1.063.
E o faremos em um quadro sistematizado para melhor visualização dos principais aspectos dos
benefícios:
• Pessoal e intransferível.
• Pessoal e intransferível.
• Agricultores familiares.
Auxílio Inclusão Produtiva Urbana • Folha de pagamento do programa Auxílio Brasil (art. 3º).
Não obstante, a MP nº 1.061 confere conceitos importantes que delimitam a concessão dos
benefícios previstos no Programa Auxílio Brasil, que estão elencados no art. 2º da referida MP e
merecem atenção:
Por fim, a MP nº 1.061 prevê, no seu art. 19, regra de emancipação, a qual consiste no
desligamento gradual dos beneficiários que tiverem aumento da renda per capita, devendo a nova
renda ultrapassar o limite para a inclusão no Auxílio Brasil, sendo os beneficiários mantidos na folha
de pagamento por mais 24 meses.
O Programa Auxílio Brasil é medida assistencial que visa promover a concretização de direitos
sociais da social, saúde, educação, emprego e renda, e passa a integrar o programa já existente e
consolidado do Bolsa Família.
CERTO ( ) ERRADO ( )
Embora tenha iniciado de forma correta, a sua parte final está errada. O Programa Auxílio Brasil
vem como medida substitutiva do Programa Bolsa Família. Veja o art. 42 da MP nº 1.061: “Art. 42.
Os normativos infralegais que disciplinam o Programa Bolsa Família e o Programa de Aquisição de
Alimentos, no que forem compatíveis com esta Medida Provisória, permanecem em vigor até que
sejam reeditados”.
LEI Nº 14.191/2021
Ementa: Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional), para dispor sobre a modalidade de educação bilíngue de
surdos.
1.2. Comentário
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo “altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro
de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), para dispor sobre a modalidade de
educação bilíngue de surdos”. A norma é oriunda do Projeto de Lei nº 4.909/2020, que visava
atender demandas da comunidade surda e da Federação Nacional de Educação e Integração dos
Surdos (Feneis).
Além disso, foi incluído o Capítulo V-A no Título V (“Dos Níveis e das Modalidades de Educação
e Ensino”), denominado “Da Educação Bilíngue de Surdos”, em que é disciplinada essa modalidade
de educação especial.
Ressalta-se, dessa previsão, que a Libras é reconhecida como primeira língua dos surdos.
Outra previsão importante é a contida no § 2º do art. 60-A, segundo a qual “a oferta de educação
bilíngue de surdos terá início ao zero ano, na educação infantil, e se estenderá ao longo da vida”
(grifos nossos).
Além disso, imperioso ressaltar que a modalidade de educação escolar bilíngue é uma opção
das pessoas surdas, que possuem a prerrogativas de matrícula em escolas e classes regulares, de
acordo com o que decidir o estudante ou, no que couber, seus pais ou responsáveis. Nesse sentido,
veja o que determina o § 3º do art. 60-A:
Por fim, às pessoas surdas ou com outras deficiências associadas serão assegurados materiais
didáticos e professores bilíngues com formação e especialização adequadas, em nível superior, na
forma do art. 60-B, também incluído pela Lei nº 14.191/2021 na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (Lei nº 9.394/1996). O parágrafo único desse mesmo dispositivo prevê, ainda, que “nos
processos de contratação e de avaliação periódica dos professores a que se refere o caput deste
artigo serão ouvidas as entidades representativas das pessoas surdas”.
Outrossim, acrescentou os arts. 78-A e 79-C à Lei nº 9.394/1996, estabelecendo que os sistemas
de ensino, em regime de colaboração, desenvolverão programas integrados, prevendo, ainda, o
apoio técnico e financeiro da União.
A) O português escrito será oferecido como primeira língua e a Língua Brasileira de Sinais (Libras)
como segunda língua.
C) A oferta de educação bilíngue de surdos terá início ao zero ano, na educação infantil, e se
estenderá até a conclusão do ensino fundamental.
D) Os educandos surdos, surdo-cegos, com deficiência auditiva sinalizantes, surdos com altas
habilidades ou superdotação ou com outras deficiências associadas, serão necessariamente
matriculados em instituições de ensino especializadas que ofereçam a educação bilíngue e
atendimento personalizado.
E) Nos processos de contratação e de avaliação periódica dos professores bilíngues com formação e
especialização adequadas será ouvida a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência
ou o órgão público competente de cada ente.
Alternativa correta: letra B. É o que prevê o art. 60-A, § 1º, da Lei nº 9.394/1996, incluído pela
Lei nº 14.191/2021.
Demais alternativas:
Alternativa A. Errada. Conforme dispõe o art. 60-A, caput, da Lei nº 9.394/1996, incluído
pela Lei nº 14.191/2021, entende-se por educação bilíngue de surdos, para os efeitos desta lei, a
modalidade de educação escolar oferecida em Língua Brasileira de Sinais (Libras), como primeira
língua, e em português escrito, como segunda língua.
Alternativa C. Errada. Nos termos do art. 60-A, § 2º, da Lei nº 9.394/1996, incluído pela Lei nº
14.191/2021, a oferta de educação bilíngue de surdos terá início ao zero ano, na educação infantil, e
se estenderá ao longo da vida.
Alternativa D. Errada. Nos termos do art. 60-A, § 3º, da Lei nº 9.394/1996, incluído pela Lei nº
14.191/2021, trata-se de uma opção do aluno ou dos pais e responsáveis:
Alternativa E. Errada. Nos termos do art. 60-B, parágrafo único, da Lei nº 9.394/1996, incluído
pela Lei nº 14.191/2021, “nos processos de contratação e de avaliação periódica dos professores a
que se refere o caput deste artigo serão ouvidas as entidades representativas das pessoas surdas”.
LEI Nº 14.192/2021
Ementa: Estabelece normas para prevenir, reprimir e combater a violência política contra
a mulher; e altera a Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código Eleitoral), a Lei nº
9.096, de 19 de setembro de 1995 (Lei dos Partidos Políticos), e a Lei nº 9.504, de 30
de setembro de 1997 (Lei das Eleições), para dispor sobre os crimes de divulgação
de fato ou vídeo com conteúdo inverídico no período de campanha eleitoral, para
criminalizar a violência política contra a mulher e para assegurar a participação de
mulheres em debates eleitorais proporcionalmente ao número de candidatas às
eleições proporcionais.
1.2. Comentário
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo altera importantes normas do direito
eleitoral, tais como: Lei nº 4.737/1965 (Código Eleitoral); Lei nº 9.096/1995 (Lei dos Partidos Políticos);
e Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições).
Das alterações promovidas pelo diploma legislativo, merecem maior atenção o seguinte:
a) A lei conceituou a chamada violência política contra a mulher, sendo, de acordo com o art.
3º, “toda ação, conduta ou omissão com a finalidade de impedir, obstaculizar ou restringir os direitos
políticos da mulher”.
b) A lei também incluiu no art. 243 do Código Eleitoral (Lei nº 4.737/1965) o inciso X, prevendo
como propaganda não tolerada aquela que deprecie a condição de mulher ou estimule sua
discriminação em razão do sexo feminino, ou em relação à sua cor, raça ou etnia.
c) No que tange aos crimes eleitorais, a lei alterou o art. 323, também do Código Eleitoral, que
passou a ter a seguinte redação:
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem produz, oferece ou vende vídeo com
conteúdo inverídico acerca de partidos ou candidatos. (Incluído pela Lei nº
14.192, de 2021.)
I ‒ gestante;
Por sua vez, no que diz respeito a propaganda eleitoral, a lei alterou a Lei das Eleições (Lei nº
9.504/1997), dispondo o seguinte:
(...)
Por fim, a lei estabeleceu em seu art. 7º o prazo de 120 (cento e vinte) dias contados da data de
sua publicação para que os partidos políticos adéquem seus estatutos.
A Lei nº 14.192/2021 promoveu importantes alterações nas Leis nºs 4.737/1965 (Código
Eleitoral), 9.096/1995 (Lei dos Partidos Políticos) e 9.504/1997 (Lei das Eleições). Acerca destas
alterações, e também das disposições da nova norma, marque a alternativa correta.
A) Considera-se violência política contra a mulher toda ação ou conduta com a finalidade de
impedir, obstaculizar ou restringir os direitos políticos da mulher. A lei não previu dentro do conceito
a omissão.
B) Considera-se crime assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio,
candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou
discriminação à condição de mulher. No que diz respeito à cor, à raça ou à etnia, o crime está tipificado
em outro dispositivo.
C) Os partidos políticos deverão adequar seus estatutos ao disposto na nova lei dentro de 120 dias,
contados da data de sua publicação.
D) Aumenta-se a pena do crime previsto no art. 323 do Código Eleitoral em metade, caso envolva
menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia.
E) A lei possui como objetivo prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher nos
espaços e atividades relacionados ao exercício de seus direitos políticos e de suas funções públicas,
mas não prevê acerca das medidas para assegurar a participação de mulheres em debates eleitorais.
Alternativa correta: letra C. Correta, pois é o que consta do art. 7º da Lei nº 14.192/2021,
segundo o qual “os partidos políticos deverão adequar seus estatutos ao disposto nesta Lei no prazo
de 120 (cento e vinte) dias, contado da data de sua publicação.”
Demais alternativas:
Alternativa A. Errada, pois, de acordo com o art. 3º da Lei nº 14.192/2021, “considera-se violência
política contra a mulher toda ação, conduta ou omissão com a finalidade de impedir, obstaculizar ou
restringir os direitos políticos da mulher” (grifo nosso).
Alternativa D. Errada, pois, de acordo com o art. 323, § 2º, II, do Código Eleitoral, alterado pela
Lei nº 14.192/2021, aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até metade se o crime envolve menosprezo
ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia.
Alternativa E. Errada, pois, de acordo com o art. 1º da Lei nº 14.192/2021, a norma estabelece
regras para “prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher, nos espaços e
atividades relacionados ao exercício de seus direitos políticos e de suas funções públicas, inclusive,
para assegurar a participação de mulheres em debates eleitorais” (grifos nossos).
LEI Nº 14.191/2021
Ementa: Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional), para dispor sobre a modalidade de educação bilíngue de
surdos.
1.2. Comentário
Em relação ao Direito da Pessoa com Deficiência, a Lei nº 14.191/2021 traz como inovação o
conceito de educação bilíngue às pessoas com deficiência auditiva.
Entretanto, para concentrar a abordagem das inovações veiculadas por esse novo ato
normativo, a sua análise encontra-se em direito educacional.
LEI Nº 14.197/2021
Ementa: Acrescenta o Título XII na Parte Especial do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 (Código Penal ‒ CP), relativo aos crimes contra o Estado Democrático
de Direito; e revoga a Lei nº 7.170, de 14 de dezembro de 1983 (Lei de Segurança
Nacional), e dispositivo do Decreto-Lei nº 3.688, de 3 de outubro de 1941 (Lei das
Contravenções Penais).
1.2. Comentário
Esta lei acrescenta o Título XII na Parte Especial do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 (CP), relativo aos crimes contra o Estado Democrático de Direito. O título foi enviado à
promulgação do presidente da República com seis capítulos, a saber.
Em relação aos crimes contra a soberania nacional, houve a definição dos seguintes crimes:
(i) atentado à soberania, definido como o ato de “Negociar com governo ou grupo estrangeiro, ou
seus agentes, com o fim de provocar atos típicos de guerra contra o País ou invadi-lo”, com pena de
reclusão, de 3 a 8 anos; (ii) atentado à integridade nacional, o ato de “Praticar violência ou grave ameaça
com a finalidade de desmembrar parte do território nacional para constituir país independente”,
com pena de reclusão, de 2 a 6 anos, além da pena correspondente à violência; e (iii) espionagem,
ato de “Entregar a governo estrangeiro, a seus agentes, ou a organização criminosa estrangeira, em
desacordo com determinação legal ou regulamentar, documento ou informação classificados como
secretos ou ultrassecretos nos termos da lei, cuja revelação possa colocar em perigo a preservação
da ordem constitucional ou a soberania nacional”, que possui pena de reclusão, de 3 a 12 anos.
Quanto aos crimes contra as instituições democráticas os tipos penais firmados foram os
seguintes: (i) abolição violenta do Estado Democrático de Direito, definido como o ato de “Tentar,
com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou
restringindo o exercício dos poderes constitucionais”, a pena é de reclusão, de 4 a 8 anos, além da
pena correspondente à violência; e (ii) golpe de Estado como o ato de “Tentar depor, por meio de
violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído”, tendo a pena de reclusão, de 4 a
12 anos, além da pena correspondente à violência.
a) Art. 2º do Projeto de Lei, na parte em que acrescenta o Capítulo V à Parte Especial do Decreto-
Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940.
d) Art. 2º do Projeto de Lei, na parte em que acrescenta o inciso III do caput do art. 359-U à
Parte Especial do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940.
Além disso, com a definição dos citados crimes agora no CP, a norma revoga a Lei nº 7.170, de
14 de dezembro de 1983 (Lei de Segurança Nacional), que define, até o momento, os crimes contra
a segurança nacional, a ordem política e social, estabelece seu processo e julgamento, e dá outras
providências.
Art. 286. Incitar, publicamente, a prática de Art. 286. Incitar, publicamente, a prática de crime:
crime:
A) Atentado à soberania, crime contra a soberania nacional, definido como a conduta de praticar
violência ou grave ameaça com a finalidade de desmembrar parte do território nacional para
constituir país independente.
C) Golpe de estado é um crime definido no capítulo dos crimes contrários ao funcionamento das
instituições democráticas no processo eleitoral.
Violência política
Demais alternativas:
Alternativa A. Incorreta. Ainda que o ato de atentado a soberania seja de fato um crime contra
a soberania nacional (Capítulo I do Título XII do CP) a definição do ato está incorreta. A definição
correta é a seguinte: “Negociar com governo ou grupo estrangeiro, ou seus agentes, com o fim de
provocar atos típicos de guerra contra o País ou invadi-lo” (art. 359-I do CP), a alternativa trouxe a
definição do crime de atentado à integridade nacional (art. 359-J do CP).
LEI Nº 14.199/2021
Ementa: Altera as Leis nºs 8.212, de 24 de julho de 1991, e 8.213, de 24 de julho de 1991,
para dispor sobre medidas alternativas de prova de vida para os beneficiários da
Previdência Social durante o estado de calamidade pública reconhecido pelo
Congresso Nacional; e dá outras providências.
1.2. Comentário
Em 03.09.2021, a Lei nº 14.199 foi publicada, com início de vigência na data de sua publicação.
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo “Altera as Leis nºs 8.212, de 24 de julho de
1991, e 8.213, de 24 de julho de 1991, para dispor sobre medidas alternativas de prova de vida para
os beneficiários da Previdência Social durante o estado de calamidade pública reconhecido pelo
Congresso Nacional; e dá outras providências”.
A nova lei promove alteração nas Leis nºs 8.212/1991 e 8.213/1991. Sendo possível destacar três
pontos importantes da legislação:
• prevê a responsabilidade das instituições financeiras pela devolução dos valores pagos
indevidamente a título de benefício previdenciário.
Por outro lado, a lei ora em comento estabeleceu o programa permanente de revisão da
concessão e manutenção de benefícios. O art. 69 da Lei nº 8.212/1991 prevê que o INSS deverá manter
um programa permanente de revisão da concessão e manutenção dos benefícios previdenciários.
A novidade trazida pela Lei nº 14.199/2021 é a realização do recenseamento para atualização do
cadastro dos beneficiários e a comprovação anual de prova de vida. Observe os novos dispositivos
acrescidos ao art. 69 da Lei nº 8.212/1991:
Por fim, a Lei nº 14.199/2021 prevê que se a instituição financeira responsável pelo pagamento
de benefício pagar indevidamente benefício, ela tem o dever de ressarcir o INSS. Ademais, a lei exige
a revalidação anual do instrumento de procuração de todos os beneficiados que recebem benefício
através de representação. Esta é a nova previsão dos parágrafos do art. 76 da Lei nº 8.212/1991:
D) As ligações ao INSS não podem ser gratuitas porque não possuem utilidade pública.
E) A ausência de prova de vida não pode gerar o bloqueio do benefício previdenciário por ser
considerado direito adquirido do aposentado.
Alternativa correta: letra C. É o previsto na redação do art. 76, § 2º, da Lei nº 8.212/1991:
Alternativa D. Incorreta. Em desacordo com a previsão do art. 124-A, § 4º, da Lei nº 8.213/1991.
LEI Nº 14.200/2021
Ementa: Altera a Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996 (Lei de Propriedade Industrial), para
dispor sobre a licença compulsória de patentes ou de pedidos de patente nos casos
de declaração de emergência nacional ou internacional ou de interesse público, ou
de reconhecimento de estado de calamidade pública de âmbito nacional.
• A autoridade competente dará prioridade à análise dos pedidos de patente que forem
objeto de licença compulsória.
• Poderá ser concedida, por razões humanitárias e nos termos de tratado internacional
do qual o Brasil seja parte, licença compulsória de patentes de produtos destinados à
exportação a países com insuficiente ou nenhuma capacidade de fabricação no setor
farmacêutico para atendimento de sua população.
(...)
Desse modo, foi publicada no dia 03 de setembro de 2021 a Lei Federal nº 14.200/2021, que:
A referida lei trouxe uma redação mais aprimorada ao art. 71 da Lei Federal nº 9.279/1996, que
passou a vigorar com o seguinte caput:
Destaca-se que, conforme o § 6º do art. 71, a partir da lista publicada, o Poder Executivo avaliará
individualmente as invenções e os modelos de utilidade listados e apenas poderá conceder a licença
compulsória, de forma não exclusiva, para os produtores que possuírem capacidade técnica e
econômica para a produção do objeto da patente ou do pedido de patente. Nesse sentido:
O § 7º do art. 71, por sua vez, traz uma possibilidade de exclusão da patente ou do pedido de
patente da lista publicada que indica aquelas sujeitas à licença compulsória. Assim, caso o titular
da patente ou do pedido assuma compromissos objetivos de assegurar o atendimento à demanda
interna em volume, preço e prazo compatíveis com a situação de emergência, de calamidade pública
ou de interesse público poderá não ter a sua patente ou pedido licenciados compulsoriamente.
Por fim, cabe ainda destacar que, conforme o também adicionado art. 71-A da Lei Federal nº
9.279/1996:
E) Poderá ser concedida, por razões humanitárias e nos termos de tratado internacional do qual a
República Federativa do Brasil seja parte, licença compulsória de patentes de produtos destinados à
exportação a países com insuficiente ou nenhuma capacidade de fabricação no setor farmacêutico
para atendimento de sua população.
Alternativa A: Incorreta. A alternativa está de acordo com o caput do art. 71 da Lei Federal nº
9.279/1996, com a redação conferida pela Lei Federal nº 14.200/2021, que assim dispõe:
Alternativa B: Incorreta. A alternativa está de acordo com o art. 71, § 12, da Lei Federal nº
9.279/1996, com a redação conferida pela Lei Federal nº 14.200/2021, que assim dispõe:
Alternativa D: Incorreta. A alternativa está de acordo com o art. 71, § 7º, da Lei Federal nº
9.279/1996, com a redação conferida pela Lei Federal nº 14.200/2021, que assim dispõe:
Alternativa E: Incorreta. A alternativa está de acordo com o caput do art. 71-A da Lei Federal nº
9.279/1996, com a redação conferida pela Lei Federal nº 14.200/2021, que assim dispõe:
Art. 71-A. Poderá ser concedida, por razões humanitárias e nos termos de
tratado internacional do qual a República Federativa do Brasil seja parte,
licença compulsória de patentes de produtos destinados à exportação a
países com insuficiente ou nenhuma capacidade de fabricação no setor
farmacêutico para atendimento de sua população.
LEI Nº 14.204/2021
Ementa: Simplifica a gestão de cargos em comissão e de funções de confiança na
administração pública federal direta, autárquica e fundacional; altera a Lei nº
11.526, de 4 de outubro de 2007; e revoga dispositivos das Leis nºs 8.216, de 13 de
agosto de 1991, 8.460, de 17 de setembro de 1992, 9.028, de 12 de abril de 1995,
9.625, de 7 de abril de 1998, 9.649, de 27 de maio de 1998, 10.480, de 2 de julho de
2002, 10.556, de 13 de novembro de 2002, 10.667, de 14 de maio de 2003, 10.682,
de 28 de maio de 2003, 11.355, de 19 de outubro de 2006, 11.357, de 19 de outubro
de 2006, 11.907, de 2 de fevereiro de 2009, e 13.346, de 10 de outubro de 2016, e da
Medida Provisória (MP) nº 2.229-43, de 6 de setembro de 2001.
1.2. Comentário
Ressalte-se que os dispositivos cuja produção de efeitos não é imediata versam acerca de
revogações efetuadas pela referida lei. Veja-se:
f) os demais dispositivos.
Com efeito, em relação ao inciso I do art. 1º da Lei nº 14.204/2021, oportuno destacar que os
“CCE e as FCE são destinados apenas às atividades de direção, de chefia e de assessoramento” (art.
2º, parágrafo único, da Lei nº 14.204/2021), previsão que está em consonância com o disposto no art.
37, inciso V, da Constituição Federal (CF)/1988.
Por sua vez, quanto ao inciso II do art. 1º da Lei nº 14.204/2021, verifica-se que “decreto poderá
efetuar a alteração, mediante transformação, dos quantitativos e da distribuição dos atuais cargos em
comissão, funções de confiança e gratificações, observados os respectivos valores de remuneração
e desde que não implique aumento de despesa” (art. 6º, caput). Apesar disso, o § 1º do referido artigo
estabelece determinadas situações em que a regra não é aplicável. Veja-se:
Art. 6º (...)
III – às gratificações:
Finalmente, relativamente ao inciso III do art. 1º da Lei nº 14.204/2021, é possível afirmar que a
lei busca o aumento da eficiência organizacional, pois com ela o Poder Executivo contará com um
menor número de espécies de cargos, funções e gratificações. De acordo com a exposição de motivos
da MP nº 1.042/2021, a “reformulação pretende adotar, em substituição ao demasiado número de
espécies, uma organização única de cargos em comissão, funções de confiança e gratificações que
possa ser utilizada no âmbito da administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo
federal, independente do órgão, entidade, plano de cargos ou carreira, com racionalização dos níveis
remuneratórios e legislação consolidada, moderna e uniforme.”
Além disso, prevê regras específicas para as nomeações de CCE e designações de FCE:
Por fim, considerando o objetivo de otimizar a gestão dos recursos disponíveis, o art. 17 da
Lei nº 14.204/2021 promove a extinção de diversos cargos em comissão, funções de confiança e
gratificações que não forem transformados em CCE ou em FCE.
B) Apesar de a referida lei ser aplicável no âmbito da administração pública federal direta, autárquica
e fundacional, há disposição expressa acerca da possibilidade de sua utilização subsidiária nos
estados, nos municípios e no Distrito Federal.
D) É possível, desde que devidamente autorizada por meio de decreto, a alteração, mediante
transformação, dos quantitativos dos atuais cargos em comissão, ainda que tal circunstância
provoque aumento de despesa.
Alternativa correta: letra C. É o que dispõe o art. 9º, inciso I, da Lei nº 14.204/2021: “São critérios
gerais para a ocupação de cargos em comissão e de funções de confiança na administração pública
federal direta, autárquica e fundacional: I – idoneidade moral e reputação ilibada; (...)”.
Demais alternativas:
Alternativa A: Incorreta. Os CCE e as FCE não podem ser utilizados para atividades de
mera execução, conforme o art. 2º, parágrafo único, da Lei nº 14.204/2021: “Os CCE e as FCE são
destinados às atividades de direção, de chefia e de assessoramento”.
Alternativa B: Incorreta. Não há previsão legal expressa acerca de sua utilização no âmbito dos
estados, dos municípios e do Distrito Federal.
Alternativa D: Incorreta. Não é possível o aumento de despesa, nos termos do art. 6º, caput, da
Lei nº 14.204/2021:
LEI Nº 14.210/2021
Ementa: Acrescenta o Capítulo XI-A à Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, para dispor
sobre a decisão coordenada no âmbito da administração pública federal.
2.2. Comentário
A lei acrescenta o Capítulo XI-A (arts. 49-A a 49-G) à Lei nº 9.784/1999, instituindo, no âmbito
da administração pública federal, a decisão coordenada. Nos termos do novo art. 49-A, § 1º, da
Lei nº 9.784/1999, entende-se por decisão coordenada a “instância de natureza interinstitucional
ou intersetorial que atua de forma compartilhada com a finalidade de simplificar o processo
administrativo mediante participação concomitante de todas as autoridades e agentes decisórios e
dos responsáveis pela instrução técnico-jurídica, observada a natureza do objeto e a compatibilidade
do procedimento e de sua formalização com a legislação pertinente”.
Apesar disso, insta salientar que existem determinadas hipóteses em que tal procedimento não
pode ser utilizado:
I – de licitação;
De acordo com o art. 49-B da Lei nº 9.784/1999, os interessados de que trata o art. 9º poderão
participar da reunião na qualidade de ouvinte, mediante decisão irrecorrível da autoridade
responsável pela convocação da decisão coordenada.
Durante as reuniões, cada órgão ou entidade participante deve manifestar eventual dissenso
na solução do objeto da decisão coordenada, com apresentação das propostas de solução e de
alteração necessárias para a resolução da questão (art. 49-F, caput, da Lei nº 9.784/1999).
Uma vez concluídos os trabalhos, a decisão coordenada será consolidada em ata, que conterá
as seguintes informações, segundo o art. 49-G, incisos I a VI, da Lei nº 9.784/1999:
Ressalte-se, ainda, que “até a assinatura da ata, poderá ser complementada a fundamentação
da decisão da autoridade ou do agente a respeito de matéria de competência do órgão ou da
entidade representada” (art. 49-G, § 1º, da Lei nº 9.784/1999).
Em relação à Lei nº 14.210/2021, que acrescenta o Capítulo XI-A à Lei nº 9.784, de 29 de janeiro
de 1999, para dispor sobre a decisão coordenada no âmbito da administração pública federal,
assinale a alternativa correta:
A) A decisão coordenada pode ser utilizada para as decisões administrativas que exijam a participação
de 2 (dois) ou mais setores, órgãos ou entidades.
Alternativa correta: letra D. É o que dispõe o art. 49-A, § 6º, inciso I, da Lei nº 14.210/2021: “Não
se aplica a decisão coordenada aos processos administrativos: I – de licitação; (...)”.
Alternativa A: Incorreta. O número mínimo é de três participantes, conforme o art. 49-A, caput,
da Lei nº 14.210/2021: “No âmbito da Administração Pública federal, as decisões administrativas que
exijam a participação de 3 (três) ou mais setores, órgãos ou entidades poderão ser tomadas mediante
decisão coordenada, sempre que (...)”.
LEI Nº 14.205/2021
Ementa: Altera a Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998, para modificar as regras relativas ao
direito de arena sobre o espetáculo desportivo.
Data de publicação: 20.09.2021
Início de vigência: 20.09.2021
Link do texto normativo: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/
Lei/L14205.htm>
Destaques:
• A lei define que no futebol o direito de arena pertence ao mandante do jogo (“espetáculo
desportivo”).
• Estabelece que, quando não houver definição de mando de jogo, a captação, a fixação, a
emissão, a transmissão, a retransmissão ou reprodução de imagens dependem da anuência
das entidades participantes.
1.2. Comentário
Foi alterada a Lei Federal nº 9.615/1998, também conhecida como “Lei Pelé”, para tratar de
um tema que vem sendo alvo de grandes discussões no futebol brasileiro, o denominado “direito de
arena”. Nesse contexto a Lei Federal nº 14.205/2021 “altera a Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998,
para modificar as regras relativas ao direito de arena sobre o espetáculo desportivo”.
A alteração realizada consiste basicamente na inclusão do art. 42-A à Lei Federal nº 9.615/1998.
O referido artigo, em seu caput, define expressamente que: “Art. 42-A. Pertence à entidade de
prática desportiva de futebol mandante o direito de arena sobre o espetáculo desportivo.”
Pensando também nesse aspecto e no fato de os jogadores profissionais que estão na partida
também terem as suas imagens expostas e atuarem no “espetáculo desportivo”, os §§ 2º a 5º do art.
42-A estabelecem que deve ser repassado aos jogadores o importe de 5% da receita obtida pela
entidade de futebol em razão da exploração comercial do direito de arena. Nesse sentido:
Como se verifica, os 5% são divididos igualmente entre todos os atletas profissionais que
participarem da partida, por ambos os times, sejam titulares ou reservas. Importante o destaque de
que esse valor recebido pelos atletas, na forma do § 3º tem natureza civil – e não trabalhista – como
regra. Ademais, o sindicato dos atletas é quem fica encarregado de receber o referido valor e efetuar
o respectivo repasse a cada um deles, no prazo de 72 horas, contadas do recebimento.
Por fim, destacam-se as disposições constantes entre os §§ 6º e 8º do art. 42-A, quais sejam:
A Lei Federal nº 14.205/2021 trouxe o art. 42-A à chamada “Lei Pelé” (Lei Federal nº 9.615/1998)
para regular o denominado “direito de arena” no futebol. Sobre essa regulação, assinale a alternativa
incorreta.
B) Serão distribuídos aos atletas profissionais, sendo assim considerados todos os jogadores
escalados para a partida – titulares e reservas –, em partes iguais, 5% da receita proveniente da
exploração de direitos desportivos audiovisuais do espetáculo desportivo de que participarem.
C) Na hipótese em que o espetáculo desportivo não tiver definição de mando de jogo, a receita
pela exploração comercial do direito de arena será dividida na proporção de 50% para cada uma das
entidades desportivas participantes da partida.
Demais alternativas:
Alternativa D: Incorreta. A alternativa está de acordo com o caput do art. 42-A da Lei Federal
nº 9.615/1998, que assim dispõe: “Art. 42-A. Pertence à entidade de prática desportiva de futebol
mandante o direito de arena sobre o espetáculo desportivo”.
Alternativa E: Incorreta. A alternativa está de acordo com o § 3º do art. 42-A da Lei Federal nº
9.615/1998, que assim dispõe:
EC Nº 111/2021
Ementa: Altera a Constituição Federal (CF/1988) para disciplinar a realização de consultas
populares concomitantes às eleições municipais, dispor sobre o instituto da
fidelidade partidária, alterar a data de posse de governadores e do presidente
da República e estabelecer regras transitórias para distribuição entre os partidos
políticos dos recursos do fundo partidário e do Fundo Especial de Financiamento
de Campanha (FEFC), e para o funcionamento dos partidos políticos.
• Estabelece regras transitórias para distribuição entre os partidos políticos dos recursos do
fundo partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) e para o
funcionamento dos partidos políticos.
1.2. Comentário
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo altera “a Constituição Federal para
disciplinar a realização de consultas populares concomitantes às eleições municipais, dispor
sobre o instituto da fidelidade partidária, alterar a data de posse de Governadores e do Presidente
da República e estabelecer regras transitórias para distribuição entre os partidos políticos dos
recursos do fundo partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) e para o
funcionamento dos partidos políticos.”
A) As consultas populares sobre questões locais aprovadas pelas Câmaras Municipais serão
realizadas após as eleições municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90 dias antes da data
das eleições.
Alternativa correta: letra D. De acordo com o art. 28 da CF/1988, alterado pela EC nº 111/2021,
a eleição do governador e do vice-governador de estado, para mandato de quatro anos, realizar-
se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em
segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a
posse ocorrerá em 6 de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no art.
77 desta Constituição.
Demais alternativas:
Alternativa A. Incorreta. De acordo com o art. 14, § 12, da CF/1988, inserido pela EC nº 111/2021,
serão realizadas concomitantemente às eleições municipais as consultas populares sobre questões
locais aprovadas pelas Câmaras Municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90 (noventa) dias
antes da data das eleições, observados os limites operacionais relativos ao número de quesitos.
Alternativa B. Incorreta. De acordo com o art. 14, § 13, da CF/1988, inserido pela EC nº 111/2021,
as manifestações favoráveis e contrárias às questões submetidas às consultas populares nos termos
do § 12 ocorrerão durante as campanhas eleitorais, sem a utilização de propaganda gratuita no rádio
e na televisão.
Alternativa C. Incorreta. De acordo com o art. 17, § 6º, da CF/1988, inserido pela EC nº
111/2021, os deputados federais, os deputados estaduais, os deputados distritais e os vereadores
que se desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos perderão o mandato, salvo nos casos de
anuência do partido ou de outras hipóteses de justa causa estabelecidas em lei, não computada, em
qualquer caso, a migração de partido para fins de distribuição de recursos do fundo partidário ou de
outros fundos públicos e de acesso gratuito ao rádio e à televisão.
LC nº 184/2021
Ementa: Altera a LC nº 64, de 18 de maio de 1990, para excluir da incidência de inelegibilidade
responsáveis que tenham tido contas julgadas irregulares sem imputação de débito
e com condenação exclusiva ao pagamento de multa.
2.2. Comentário
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo altera “a Lei Complementar nº 64, de 18
de maio de 1990, para excluir da incidência de inelegibilidade responsáveis que tenham tido contas
julgadas irregulares sem imputação de débito e com condenação exclusiva ao pagamento de multa.”
De acordo com o art. 1º, I, “g”, da LC nº 64/1990, são inelegíveis para qualquer cargo os que
tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade
insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão
competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, para as eleições
que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se
o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem
exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição. Contudo, a LC inseriu o § 4º-A no art.
1º da LC nº 64/1990, prevendo que esta inelegibilidade não se aplica aos responsáveis que tenham
tido suas contas julgadas irregulares sem imputação de débito e sancionados exclusivamente com o
pagamento de multa.
São inelegíveis os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas
rejeitadas por irregularidade insanável, exceto:
A) quando as contas são julgadas irregulares sem imputação de débito e sancionado exclusivamente
com o pagamento de multa.
B) quando as contas são julgadas irregulares com imputação de débito, mas com a imposição
exclusiva de pagamento de multa.
C) quando as contas são julgadas irregulares sem imputação de débito, mas com a imposição de
pagamento de multa e ressarcimento ao erário.
D) quando as contas são julgadas irregulares, com imputação de débito, mas a sanção é
exclusivamente de pagamento de multa e devolução de valores aos cofres públicos.
E) quando as contas são julgadas irregulares, mas sem imputação de débito, independente da
sanção aplicada.
Art. 1º (...)
Demais alternativas:
LEI Nº 14.208/2021
Ementa: Altera a Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995 (Lei dos Partidos Políticos), e a Lei
nº 9.504, de 30 de setembro de 1997 (Lei das Eleições), para instituir as federações
de partidos políticos.
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo altera “a Lei nº 9.096, de 19 de setembro de
1995 (Lei dos Partidos Políticos) e a Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997 (Lei das Eleições), para
instituir as federações de partidos políticos.”
a) A Lei nº 9.096/1995 (Lei dos Partidos Políticos) passa a vigorar acrescida do art. 11-A, que
dispõe:
I – cópia da resolução tomada pela maioria absoluta dos votos dos órgãos
de deliberação nacional de cada um dos partidos integrantes da federação;
b) A Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições) passa a vigorar acrescida do art. 6º-A, que assim dispõe:
A) Dois ou mais partidos políticos poderão reunir-se em federação, a qual, após sua constituição
e respectivo registro perante o Tribunal Superior Eleitoral, atuará como se fosse uma única
agremiação partidária.
C) Os partidos reunidos em federação deverão permanecer a ela filiados por, no mínimo, quatro
anos.
D) A federação terá abrangência nacional e seu registro será encaminhado ao Tribunal Superior
Eleitoral.
Alternativa correta: letra E. A alternativa está incorreta. De acordo com o art. 11-A, § 3º, III, da
Lei nº 9.096/1995, inserido pela Lei nº 14.208/2021, a federação poderá ser constituída até a data
final do período de realização das convenções partidárias.
Demais alternativas:
Alternativa A. Incorreta. De acordo com o art. 11-A da Lei nº 9.096/1995, inserido pela Lei
nº 14.208/2021, dois ou mais partidos políticos poderão reunir-se em federação, a qual, após sua
constituição e respectivo registro perante o Tribunal Superior Eleitoral, atuará como se fosse uma
única agremiação partidária.
Alternativa B. Incorreta. De acordo com o art. 11-A, § 3º, I, da Lei nº 9.096/1995, inserido pela
Lei nº 14.208/2021, a federação somente poderá ser integrada por partidos com registro definitivo
no Tribunal Superior Eleitoral.
Alternativa D. Incorreta. De acordo com o art. 11-A, § 3º, IV, da Lei nº 9.096/1995, inserido
pela Lei nº 14.208/2021, a federação terá abrangência nacional, e seu registro será encaminhado ao
Tribunal Superior Eleitoral.
EC Nº 111/2021
Ementa: Altera a Constituição Federal para disciplinar a realização de consultas populares
concomitantes às eleições municipais, dispor sobre o instituto da fidelidade
partidária, alterar a data de posse de governadores e do presidente da República
e estabelecer regras transitórias para distribuição entre os partidos políticos dos
recursos do fundo partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha
(FEFC) e para o funcionamento dos partidos políticos.
Data de publicação: 29.09.2021
Início de vigência: 29.09.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/
emc/emc111.htm>
Destaques:
• Disciplina a realização de consultas populares concomitantes às eleições municipais.
• Estabelece regras transitórias para distribuição entre os partidos políticos dos recursos do
fundo partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) e para o
funcionamento dos partidos políticos.
1.2. Comentário
Entretanto, para concentrar a abordagem das inovações veiculadas por esse novo ato
normativo, a sua análise encontra-se em Direito Eleitoral.
LEI Nº 14.211/2021
Ementa: Altera a Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código Eleitoral), e a Lei nº 9.504, de
30 de setembro de 1997 (Lei das Eleições), para ajustar a sua redação à vedação
constitucional de coligações nas eleições proporcionais; para fixar critérios para
a participação dos partidos e dos candidatos na distribuição dos lugares pelo
critério das maiores médias nas eleições proporcionais; e para reduzir o limite de
candidatos que cada partido poderá registrar nas eleições proporcionais.
• Prevê que estarão eleitos, entre os candidatos registrados por um partido que tenham
obtido votos em número igual ou superior a 10% do quociente eleitoral, tantos quantos o
respectivo quociente partidário indicar, na ordem da votação nominal que cada um tenha
recebido.
• Prevê que nas eleições proporcionais os debates deverão ser organizados de modo que
assegurem a presença de número equivalente de candidatos de todos os partidos a um
mesmo cargo eletivo e poderão desdobrar-se em mais de um dia, respeitada a proporção
de homens e mulheres estabelecida no § 3º do art. 10 da Lei das Eleições.
• Prevê que, para os debates que se realizarem no primeiro turno das eleições, serão
consideradas aprovadas as regras, inclusive as que definirem o número de participantes,
que obtiverem a concordância de pelo menos 2/3 (dois terços) dos candidatos aptos, no
caso de eleição majoritária, e de pelo menos 2/3 (dois terços) dos partidos com candidatos
aptos, no caso de eleição proporcional.
Em 01.10.2021 foi publicada a Lei nº 14.211, com o objetivo de adaptar a redação da legislação
infraconstitucional ao texto da Constituição Federal de 1988 (CF/1988) quanto à vedação de
coligações nas eleições proporcionais prevista no art. 17, § 1º, da CF/1988.
A Lei nº 14.211/2021 alterou a Lei nº Lei nº 4.737/1965 (Código Eleitoral), prevendo os seguintes
pontos de destaque:
c) Determina para cada partido o quociente partidário dividindo-se pelo quociente eleitoral o
número de votos válidos dados sob a mesma legenda, desprezada a fração (art. 107), e que estarão
eleitos, entre os candidatos registrados por um partido que tenham obtido votos em número igual
ou superior a 10% (dez por cento) do quociente eleitoral, tantos quantos o respectivo quociente
partidário indicar, na ordem da votação nominal que cada um tenha recebido (art. 108).
III – quando não houver mais partidos com candidatos que atendam às duas
exigências do inciso I deste caput, as cadeiras serão distribuídas aos partidos
que apresentarem as maiores médias.
e) Prevê que, se nenhum partido alcançar o quociente eleitoral, se considerarão eleitos, até
serem preenchidos todos os lugares, os candidatos mais votados (art. 111).
A Lei nº 14.211/2021 alterou ainda a Lei nº 9.504/1997 para prever, além da faculdade aos
partidos políticos de celebrar coligações para eleição majoritária dentro da mesma circunscrição, os
seguintes pontos:
a) Cada partido poderá registrar candidatos para a Câmara dos Deputados, a Câmara
Legislativa, as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais no total de até 100% (cem por
cento) do número de lugares a preencher mais um (art. 10).
b) Nas eleições proporcionais, os debates deverão ser organizados de modo que assegurem
a presença de número equivalente de candidatos de todos os partidos a um mesmo cargo eletivo
e poderão desdobrar-se em mais de um dia, respeitada a proporção de homens e mulheres
estabelecida no § 3º do art. 10 desta lei (inciso II do art. 46).
c) Para os debates que se realizarem no primeiro turno das eleições, serão consideradas
aprovadas as regras, inclusive as que definirem o número de participantes, que obtiverem a
concordância de pelo menos 2/3 (dois terços) dos candidatos aptos, no caso de eleição majoritária, e
de pelo menos 2/3 (dois terços) dos partidos com candidatos aptos, no caso de eleição proporcional
(§ 5º, art. 46).
e) Por fim, foram revogados os incisos I e II do art. 10 da Lei das Eleições.
Marque a alternativa correta a respeito das modificações promovidas pela Lei nº 14.211/2021.
A) Determina-se para cada partido o quociente partidário dividindo-se pelo quociente eleitoral o
número de votos válidos dados sob a mesma legenda, incluída a fração.
B) Cada partido poderá registrar candidatos para a Câmara dos Deputados, a Câmara Legislativa,
as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais no total de até 100% do número de lugares a
preencher mais um.
C) Nas eleições proporcionais e majoritárias, os debates deverão ser organizados de modo que
assegurem a presença de número equivalente de candidatos de todos os partidos a um mesmo
cargo eletivo, não podendo se desdobrar em mais de um dia.
D) Estarão eleitos, entre os candidatos registrados por um partido que tenham obtido votos em
número igual ou superior a 20% (vinte por cento) do quociente eleitoral, tantos quantos o respectivo
quociente partidário indicar, na ordem da votação nominal que cada um tenha recebido.
Alternativa correta: letra B. De acordo com o art. 10 da Lei nº 9.504/1997, alterado pela Lei
nº 14.211/2021, cada partido poderá registrar candidatos para a Câmara dos Deputados, a Câmara
Legislativa, as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais no total de até 100% (cem por
cento) do número de lugares a preencher mais 1 (um) (Art. 10).
Art. 10. Cada partido poderá registrar candidatos para a Câmara dos
Deputados, a Câmara Legislativa, as Assembleias Legislativas e as Câmaras
Municipais no total de até 100% (cem por cento) do número de lugares a
preencher mais 1 (um).
Demais alternativas:
Alternativa A. Incorreta. De acordo com o art.107 da Lei nº 4.737/1965, alterado pela Lei nº
14.211/2021, determina-se para cada partido o quociente partidário dividindo-se pelo quociente
eleitoral o número de votos válidos dados sob a mesma legenda, desprezada a fração.
Alternativa D. Incorreta. De acordo com o art. 108 da Lei nº 9.504/1997, alterado pela Lei nº
14.211/2021, estarão eleitos, entre os candidatos registrados por um partido que tenham obtido
votos em número igual ou superior a 10% (dez por cento) do quociente eleitoral, tantos quantos o
respectivo quociente partidário indicar, na ordem da votação nominal que cada um tenha recebido.
Art. 108. Estarão eleitos, entre os candidatos registrados por um partido que
tenham obtido votos em número igual ou superior a 10% (dez por cento)
do quociente eleitoral, tantos quantos o respectivo quociente partidário
indicar, na ordem da votação nominal que cada um tenha recebido.
Alternativa E. Incorreta. De acordo com o art. 91, § 3º, da Lei nº 9.504/1997, alterado pela Lei
nº 14.211/2021, é facultado aos partidos políticos celebrar coligações no registro de candidatos às
eleições majoritárias.
LEI Nº 14.214/2021
Ementa: Institui o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual; e altera a Lei
nº 11.346, de 15 de setembro de 2006, para determinar que as cestas básicas
entregues no âmbito do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
(Sisan) deverão conter como item essencial o absorvente higiênico feminino.
1.2. Comentário
Em 07.10.2021, a Lei nº 14.214 foi publicada, com início de vigência em 120 dias após a sua
publicação.
É imperioso compreender o que é pobreza menstrual. O Fundo das Nações Unidas para
a Infância (UNICEF, 2021) assim define pobreza menstrual: “é um conceito que reúne em duas
palavras um fenômeno complexo, transdisciplinar e multidimensional, vivenciado por meninas e
mulheres devido à falta de acesso a recursos, infraestrutura e conhecimento para que tenham plena
capacidade de cuidar da sua menstruação”.
A legislação surge como uma política pública voltada para combater a precariedade
menstrual, promover informação, acesso a produtos de higiene e a demais itens necessários ao
ciclo da menstruação feminina. A lei determina ao Poder Público o dever informativo sobre a saúde
menstrual e as suas consequências para a saúde da mulher, competindo aos entes federativos a
atuação conjunta nas áreas de saúde, de assistência social, de educação e de segurança pública.
Conforme previsto no art. 4º da Lei nº 14.214/2021:
Por fim, importante mencionar que o texto original do projeto de lei ora em comento recebeu
muitos vetos presidenciais. Dentre os quais, daremos destaque ao veto ao dispositivo 7º do projeto
de lei que previa a alteração da Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006, para determinar que as
cestas básicas entregues no âmbito do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
(Sisan) deverão conter como item essencial o absorvente higiênico feminino.
É interessante o conhecimento das razões do veto desta previsão, pois foram amplamente
divulgadas na mídia.
“Art. 4º (...)
Razões do veto
Julgue o item:
CERTO ( ) ERRADO ( )
Art. 1º (VETADO).
Art. 3º (VETADO).
Art. 5º (VETADO).
Art. 6º (VETADO).
Art. 7º (VETADO).
Art. 8º Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e vinte) dias de
sua publicação oficial.
LEI Nº 14.215/2021
Ementa: Institui normas de caráter transitório aplicáveis a parcerias celebradas pela
administração pública durante a vigência de medidas restritivas relacionadas ao
combate à pandemia de Covid-19, e dá outras providências.
1.2. Comentário
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo “institui normas de caráter transitório
aplicáveis a parcerias celebradas pela administração pública durante a vigência de medidas restritivas
relacionadas ao combate à pandemia de covid-19, e dá outras providências.“
No caso de suspensão, o § 1º do referido art. 2º prevê que “será assegurado o repasse de pelo
menos 70% (setenta por cento) dos recursos vinculados à parceria, e serão revistos o plano de
trabalho, as metas e os resultados, no prazo de até 180 (cento e oitenta) dias, contado da data de
entrada em vigor desta Lei”.
Além disso, o § 2º do mesmo artigo determina que “As alterações de que trata o § 1º deste artigo
serão efetivadas por apostila, dispensada a assinatura de termo aditivo à parceria, exceto quando for
necessária a complementação do respectivo objeto”.
Importante, ainda, a previsão trazida pelo art. 3º da Lei nº 14.215/2021, relativa ao diferimento
dos prazos para prestação de contas:
Também o prazo de vigência das parcerias poderá ser prorrogado, de ofício, limitadamente à
vigência de medidas restritivas inseridas em norma federal, estadual, distrital ou municipal referente
à pandemia de Covid-19 (art. 4º).
Acerca das parcerias emergenciais temporárias previstas na Lei nº 14.215, celebradas para o
combate à pandemia do Covid-19, é correto afirmar:
A) Podem ser celebradas dentro do período de vigência das medidas restritivas relacionadas ao
combate à pandemia de Covid-19, ainda que seu objeto não se relacione com o combate dos efeitos
da pandemia.
E) Não haverá preferência para celebração das parcerias com as organizações da sociedade civil
que já mantenham parceria com a administração pública ou que sejam por ela credenciadas.
Alternativa correta: letra C. É o que prevê o art. 6º, II, da Lei nº 14.215/2021.
Demais alternativas:
Alternativa A. Incorreta. O art. 6º, caput, da Lei nº 14.215/2021 autoriza a celebração dessas
parcerias emergenciais apenas em relação àquelas cujo objeto se relacione ao combate dos efeitos
diretos e indiretos da pandemia de Covid-19 ou à adoção de medidas correlatas,
Alternativa B. Incorreta. Prevê o art. 6º, I, da Lei nº 14.215/2021 que poderá ser dispensada a
realização de chamamento público.
Art. 6º (...)
Alternativa E. Incorreta. Prevê o art. 6º, IV, da Lei nº 14.215/2021 que terão preferência as
organizações da sociedade civil que mantenham parceria com a administração pública ou que sejam
por ela credenciadas.
Art. 6º (...)
LEI Nº 14.217/2021
Ementa: Dispõe sobre medidas excepcionais para a aquisição de bens e de insumos e para a
contratação de serviços, inclusive de engenharia, destinados ao enfrentamento da
pandemia da Covid-19.
2.2. Comentário
Em 14.10.2021, foi publicada a Lei nº 14.217, oriunda da conversão da Medida Provisória (MP) nº
1.027/2021, com início imediato de vigência.
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo dispõe sobre “medidas excepcionais
para a aquisição de bens e de insumos e para a contratação de serviços, inclusive de engenharia,
destinados ao enfrentamento da pandemia da Covid-19”.
Importante ressaltar que, nos termos do parágrafo único do art. 1º da Lei nº 14.217/2021, a
aquisição de vacinas e insumos e a contratação de bens e de serviços necessários à implementação
da vacinação contra a Covid-19 são regidas pelo disposto na Lei nº 14.124/2021, não pela lei em
comento.
Além disso, a lei dispensa a elaboração de estudos preliminares, quando se tratar de bens e
de serviços comuns (art. 8º, I); exige previsão de matriz de alocação de risco entre o contratante e
o contratado na hipótese de aquisições e de contratos acima de R$ 200.000.000,00 (duzentos
milhões de reais) -‒ art. 8º, II; possibilita a exigência de gerenciamento de riscos da contratação, em
contrato cujo valor seja inferior ao previsto no inciso II do caput deste artigo, somente durante a
gestão do contrato (art. 8º, III); e permite a apresentação de termo de referência simplificado ou de
projeto básico simplificado (art. 8º, IV), que conterão as informações previstas no § 1º do art. 8º.
Art. 8º (...)
O art. 11 estabelece limites para a movimentação realizada por meio de Cartão de Pagamento
do Governo, para a concessão de suprimento de fundos e por item de despesa, e para as aquisições e
contratações de que trata esta lei, determinando seu parágrafo único que os extratos dos pagamentos
efetuados nos termos deste artigo deverão ser divulgados e mantidos à disposição do público no
Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP), de que dispõe a Lei nº 14.133/2021 (Nova Lei de
Licitações e Contratos Administrativos).
O art. 12, por sua vez, autoriza “a contratação de fornecedor exclusivo de bem ou de serviço
de que trata esta lei, inclusive no caso da existência de inidoneidade declarada ou de sanção de
impedimento ou de suspensão para celebração de contrato com o Poder Público”, desde que
prestada garantia nas modalidades previstas no art. 56 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que
não poderá exceder 10% do valor do contrato, na forma do parágrafo único do mesmo artigo.
Outra importante diferença prevista para as contratações de que trata a Lei nº 14.217/2021 é
em relação ao percentual de acréscimos ou supressões obrigatórias. Nos termos do art. 13 da Lei nº
14.217/2021:
Ademais, a lei dispõe que na hipótese de dispensa de licitação de que trata o inciso I do caput
do art. 2º da lei, quando se tratar de compra ou de contratação por mais de um órgão ou entidade,
poderá ser utilizado o sistema de registro de preços previsto no inciso II do caput do art. 15 da Lei nº
8.666, de 1993 (art. 4º), prevendo, ainda, que
Por fim, o art. 14 determina que os contratos regidos por esta lei terão prazo de duração de até
seis meses e poderão ser prorrogados por períodos sucessivos, desde que as condições e os preços
permaneçam vantajosos para a administração pública, até a declaração, pelo Ministro de Estado da
Saúde, do encerramento da Espin declarada em decorrência da infecção humana pelo coronavírus
SARS-CoV-2.
D) No planejamento das aquisições e das contratações de que trata a lei, não será exigida a elaboração
de estudos preliminares, quando se tratar de bens e de serviços comuns.
E) No planejamento das aquisições e das contratações de que trata a lei, será admitida a apresentação
de termo de referência simplificado ou de projeto básico simplificado.
Alternativa correta: letra B. Nos termos do art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 14.217/2021, “a
aquisição de vacinas e insumos e a contratação de bens e de serviços necessários à implementação
da vacinação contra a covid-19 são regidas pelo disposto na Lei nº 14.124, de 10 de março de 2021.”
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre medidas excepcionais para a aquisição de bens
e de insumos e para a contratação de serviços, inclusive de engenharia,
destinados ao enfrentamento da pandemia da Covid-19.
Demais alternativas:
Alternativa A. Incorreta. Assertiva está correta, conforme prevê o art. 12 da Lei nº 14.217/2021:
Alternativa C. Incorreta. Assertiva está correta, conforme prevê o art. 4º da Lei nº 14.217/2021:
Alternativa E. Incorreta. Assertiva está correta, conforme prevê o art. 8º, IV, da Lei nº 14.217/2021.
LEI Nº 14.230/2021
Ementa: Altera a Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, que dispõe sobre improbidade
administrativa.
• A nova lei prevê expressamente que divergências interpretativas não configuram ato de
improbidade.
• Passa a prever, expressamente, o princípio do non bis in idem, vedando a cumulação das
sanções da lei de improbidade com as sanções da lei anticorrupção e a necessária extinção
da ação de improbidade no caso de absolvição, pelos mesmos fatos, na esfera penal.
• A lei veda que a inclusão do valor de eventual multa civil na medida de indisponibilidade
de bens, superando anterior jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
3.2. Comentário
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo “altera a Lei nº 8.429, de 2 de junho de
1992, que dispõe sobre improbidade administrativa”.
O primeiro e principal ponto alterado com a nova lei é a exigência de dolo específico para
que os agentes públicos sejam responsabilizados. Para a configuração do ato de improbidade e
sua responsabilização, deverá ser comprovada a vontade livre e consciente do agente público de
alcançar o resultado ilícito (art. 1º, §§ 2º e 3º, da Lei 8.429/1992 – LIA), não bastando a voluntariedade
ou o mero exercício da função.
Além disso, também não poderá ser punida a ação ou omissão decorrente de divergência na
interpretação da lei. Isso porque, conforme o § 8º do art. 1º da LIA, inserido pela Lei nº 14.230,
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que,
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra dolosamente para a
prática do ato de improbidade. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021.)
Também a responsabilidade sucessória foi alterada pela nova lei, conforme se verifica da leitura
dos arts. 8º e 8º-A:
Quanto aos atos de improbidade, a Lei nº 14.230/2021 passou a prever que o rol de atos
que atentem contra os princípios da administração (art. 11), antes meramente exemplificativo,
agora é taxativo. No entanto, cumpre ressaltar que o rol de condutas que acarretem improbidade
por enriquecimento ilícito (art. 9º) ou prejuízo ao erário (art. 10) continua sendo meramente
exemplificativo.
A pena de suspensão de direitos políticos e proibição de contratar com o poder público foi
aumentada para até 14 anos. No entanto, o valor da multa civil foi limitado para o equivalente ao
valor acrescido ao patrimônio ou ao dano ao erário, podendo esta ser aumentada até o dobro, a
depender da situação econômica do réu e da eficácia para a prevenção do ato de improbidade (art.
12, § 2º, da Lei nº 8.429).
§ 5º No caso de atos de menor ofensa aos bens jurídicos tutelados por esta
Lei, a sanção limitar-se-á à aplicação de multa, sem prejuízo do ressarcimento
do dano e da perda dos valores obtidos, quando for o caso, nos termos do
caput deste artigo.
Quanto ao princípio do non bis in idem, ressalta-se o disposto no § 2º do art. 3º da LIA, inserido
pela Lei nº 14.230:
Destaca-se, ainda nesse ponto, a previsão de que as sanções somente poderão ser executadas
após o trânsito em julgado da sentença condenatória (art. 12, § 9º, da LIA). Anteriormente, somente
as penas de suspensão dos direitos políticos e perda da função pública dependiam do trânsito em
julgado. No entanto, ressalte-se que o prazo de suspensão dos direitos políticos inicia com a
decisão colegiada, ou seja, antes do trânsito em julgado. Computar-se-á retroativamente o intervalo
de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da sentença condenatória (art. 12, § 10,
da LIA).
Outra relevante alteração dada pela Lei nº 14.230 foi a previsão de que apenas o Ministério
Público tem legitimidade para propor a ação judicial de improbidade (art. 17). No regime anterior,
a pessoa jurídica lesada também poderia ajuizar a demanda.
Por fim, foi mantida a possibilidade de o Ministério Público celebrar acordo de não persecução
civil, introduzida em 2019 pela Lei nº 13.964. No entanto, a nova lei passa a exigir que do acordo
advenham, ao menos, o integral ressarcimento do dano e a reversão à pessoa jurídica lesada da
vantagem indevida obtida, ainda que oriunda de agentes privados, na forma do art. 17-B, incisos I e
II, da LIA.
De acordo com a Lei nº 8.429/1992, com alterações dadas pela Lei nº 14.230/2021, é correto
afirmar:
B) O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao erário ou que se enriquecer ilicitamente
estão sujeitos à obrigação de repará-lo apenas até o limite do valor da herança.
E) Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do dano a que se refere a LIA deverá se somar
ao ressarcimento ocorrido nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiverem por objeto os
mesmos fatos.
Alternativa correta: letra C. É o que prevê o art. 8º-A, parágrafo único, da Lei nº 8.429/1992,
inserido pela Lei nº 14.230/2021.
Demais alternativas:
Alternativa A. Incorreta. Determina o art. 1º, § 3º, da Lei nº 8.429/1992, com redação dada pela
Lei nº 14.230/2021, que “o mero exercício da função ou desempenho de competências públicas,
sem comprovação de ato doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de improbidade
administrativa”.
Alternativa B. Incorreta. Determina o art. 8º da Lei nº 8.429/1992, com redação dada pela Lei nº
14.230/2021, que “o sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao erário ou que se enriquecer
ilicitamente estão sujeitos apenas à obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do
patrimônio transferido” (grifos nossos).
Alternativa D. Incorreta. A multa pode ser aumentada até o dobro, conforme prevê o art. 12, §
2º, da Lei nº 8.429/1992.
LEI Nº 14.216/2021
Ementa: Estabelece medidas excepcionais em razão da Emergência em Saúde Pública de
Importância Nacional (Espin) decorrente da infecção humana pelo coronavírus
SARS-CoV-2, para suspender o cumprimento de medida judicial, extrajudicial
ou administrativa que resulte em desocupação ou remoção forçada coletiva
em imóvel privado ou público, exclusivamente urbano, e a concessão de liminar
em ação de despejo de que trata a Lei nº 8.245, de 18 de outubro de 1991, e para
estimular a celebração de acordos nas relações locatícias.
• Fica vedada a concessão de liminar para desocupação de imóvel urbano nas ações de
despejo a que se referem os incisos I, II, V, VII, VIII e IX do § 1º do art. 59 da Lei Federal nº
8.245/1991, até o dia 31 de dezembro de 2021 se o locatário demonstrar alteração de sua
situação econômico-financeira em razão da pandemia, que o deixe incapacitado de pagar
aluguel e encargos, sem prejuízo da subsistência familiar.
• Caso não seja possível a negociação com o locador de desconto, suspensão, ou outras
medidas que facilitem o pagamento do aluguel pelo locatário que tiver tido alteração
econômico-financeira, em razão da pandemia, o locatário poderá denunciar o contrato de
locação, sem o pagamento de multa ou cumprimento de aviso-prévio, seja ele de prazo
determinado ou indeterminado, até o dia 31 de dezembro de 2021.
A pandemia de Covid-19 e as medidas que tiveram de ser adotadas para sua prevenção e
mitigação trouxeram vários impactos econômicos à sociedade global. Muitas pessoas perderam
os seus empregos, tiveram reduções de remuneração ou não puderam exercer regularmente a
sua atividade empresária, o que gerou consequências ao consumo e até mesmo a setores básicos,
como o mercado de locações. Muitos, em razão da modificação de suas situações econômicas, não
puderam honrar adequadamente com o pagamento dos aluguéis, o que, via de consequência, tende
a gerar um aumento no número de ações de despejo e cobrança de aluguel e poderia ensejar uma
questão social de pessoas sem ter onde morar nesse período.
Verificado esse cenário, o Congresso Nacional decidiu promulgar a Lei Federal nº 14.216/2021,
que havia tido seu texto integralmente vetado pelo presidente da República, com a posterior
derrubada pelo Congresso. Assim, a referida lei foi posta em vigor com o intuito de criar melhores
condições para que aquelas pessoas que sofreram impacto em suas rendas e que possuem contratos
de aluguel de baixo valor possam renegociar suas dívidas e condições contratuais ou, ao menos,
que não possam ser provisoriamente retiradas de suas residências ou do local no qual exercem suas
atividades.
A Lei nº 14.216/2021 vai ao encontro de liminar deferida ad referendum pelo Ministro Luís
Roberto Barroso na ADPF nº 828, que, em 04.06.2021, suspendeu por seis meses ordens de
desocupação de imóveis que já estavam habitados antes de 20.03.2020.
Assim, conforme o art. 2º da lei, verifica-se que ficam suspensos até o dia 31 de dezembro
de 2021 os efeitos de atos ou de decisões judiciais, extrajudiciais ou administrativas, editados ou
proferidos desde a vigência do reconhecimento da pandemia como estado de calamidade pública,
que imponham a desocupação ou a remoção, forçada coletiva de imóvel privado ou público,
exclusivamente urbano, que sirva de moradia ou que represente área produtiva pelo trabalho
individual ou familiar. O § 1º do art. 2º destaca os casos nos quais aplica-se a suspensão:
Art. 2º (...)
IV – medida extrajudicial;
VI – autotutela da posse.
Destaca-se, ainda, que, as medidas decorrentes de atos ou decisões proferidos em data anterior
à vigência do estado de calamidade pública (20 de março de 2020), conforme reconhecido no
Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, também não poderão ser efetivadas até o dia 31 de
dezembro de 2021 (um ano após o término do prazo reconhecido pelo Decreto Legislativo). Assim,
aquelas decisões proferidas antes do dia 20 de março de 2020 apenas poderão ser regularmente
executadas após o dia 31 de dezembro de 2021, uma vez que o decreto reconhecia o estado de
calamidade pública até o dia 31 de dezembro de 2020.
O art. 3º da lei trata de definir o conceito de remoção ou desocupação. Nesse sentido, define:
Além disso, a Lei nº 14.216/2021 dispõe que, se o locatário demonstrar dificuldade financeira
que resulte em incapacidade de pagamento do aluguel e outros encargos relacionados sem prejuízo
da subsistência familiar ocasionada por medida de enfrentamento da pandemia, e o valor mensal do
aluguel for igual ou menor que R$ 600,00 para imóveis residenciais e R$ 1.200,00 para imóveis não
residenciais, não será concedida liminar para desocupação de imóvel urbano nas ações de despejo.
Vejamos quais são as hipóteses de liminares vedadas, conforme consta da Lei nº 8.245/1991:
(...)
(...)
Importante se atentar que as disposições do art. 5º, relativas à denúncia pelo locatário, bem
como as isenções de aviso-prévio e multas não se aplicam caso o imóvel objeto da locação seja o
único de propriedade do locador, excluído o utilizado para sua residência e, desde que os aluguéis
consistam na totalidade da renda do locador.
Por fim, interessante disposição está inserida no art. 6º da lei. Com o viés de facilitar as
renegociações dos contratos de aluguel vigentes, o referido artigo reconhece a validade de
mensagens trocadas em aplicativos e de correspondências eletrônicas (e-mails) como títulos
executivos extrajudiciais. Portanto, a extração de uma conversa entre locador e locatário, realizada
por esses meios, terá a mesma validade de um aditivo assinado e poderá ser diretamente utilizada
em uma ação de execução.
A Lei Federal nº 14.216/2021 trouxe algumas modificações ao regime das locações e aos efeitos
das decisões judiciais que tratam da desocupação e retirada de pessoas de imóveis no contexto do
estado de calamidade pública, reconhecido em função da pandemia de Covid-19. Considerando as
disposições da lei, assinale a alternativa incorreta.
C) As medidas instituídas pela Lei Federal nº 14.216/2021, que favorecem os locatários nos contratos
de locação, são aplicáveis somente aos locatários residenciais, com aluguel que não exceda o importe
de R$ 600,00.
Alternativa correta: letra C. As medidas previstas na Lei Federal nº 14.216/2021 têm como
objetivo beneficiar locatários residenciais e não residenciais. Assim, por exemplo, o art. 2º da lei, na
parte final, indica que a suspensão dos atos de desocupação e remoção de pessoas é aplicável tanto
aos imóveis que sirvam de moradia quanto àqueles utilizados para o trabalho individual ou familiar.
Ainda, o seu art. 4º, parágrafo único, II estabelece a vedação da concessão de liminar de despejo para
imóveis não residenciais com valor de aluguel de até R$ 1.200,00.
Demais alternativas:
“As medidas decorrentes de atos ou decisões proferidos em data anterior à vigência do estado
de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, não
serão efetivadas até 1 (um) ano após o seu término”. Conforme o art. 1º do decreto legislativo, os
efeitos do reconhecimento da calamidade pública pela pandemia de Covid-19 perdurariam até o
dia 31 de dezembro de 2020. Nesses termos, um ano após esse prazo é o dia 31 de dezembro de
2021. Portanto, de fato, as medidas de remoção ou desocupação de pessoas proferidas no período
imediatamente anterior à pandemia de Covid-19 não poderão ser efetivadas até o dia 31 de dezembro
de 2021.
Alternativa E: A alternativa está de acordo com o art. 5º da Lei Federal nº 14.216/2021, que
assim dispõe:
LEI Nº 14.216/2021
Ementa: Estabelece medidas excepcionais em razão da Emergência em Saúde Pública de
Importância Nacional (Espin) decorrente da infecção humana pelo coronavírus
SARS-CoV-2, para suspender o cumprimento de medida judicial, extrajudicial
ou administrativa que resulte em desocupação ou remoção forçada coletiva
em imóvel privado ou público, exclusivamente urbano, e a concessão de liminar
em ação de despejo de que trata a Lei nº 8.245, de 18 de outubro de 1991, e para
estimular a celebração de acordos nas relações locatícias.
Data de publicação: 08.10.2021
Início de vigência: 08.10.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/
Lei/L14216.htm>
Destaques:
• A lei suspende até o dia 31 de dezembro de 2021 os efeitos de atos ou decisões judiciais,
extrajudiciais ou administrativas que resultem em desocupação ou remoção forçada
coletiva em imóvel privado ou público urbano, que sirva de moradia ou área produtiva pelo
trabalho individual ou familiar.
• Fica vedada a concessão de liminar para desocupação de imóvel urbano nas ações de
despejo a que se referem os incisos I, II, V, VII, VIII e IX do § 1º do art. 59 da Lei Federal nº
8.245/1991, até o dia 31 de dezembro de 2021 se o locatário demonstrar alteração de sua
situação econômico-financeira em razão da pandemia, que o deixe incapacitado de pagar
aluguel e encargos, sem prejuízo da subsistência familiar.
• Caso não seja possível a negociação com o locador de desconto, suspensão, ou outras
medidas que facilitem o pagamento do aluguel pelo locatário que tiver tido alteração
econômico-financeira, em razão da pandemia, o locatário poderá denunciar o contrato de
locação, sem o pagamento de multa ou cumprimento de aviso-prévio, seja ele de prazo
determinado ou indeterminado, até o dia 31 de dezembro de 2021.
Em relação ao Direito Processual Civil, a Lei nº 14.216/2021 trata de diversas questões processuais
no âmbito das relações locatícias abrangidas pela referida lei em caráter excepcional em virtude da
situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) decorrente da infecção
humana pelo coronavírus.
Entretanto, para concentrar a abordagem das inovações veiculadas por esse novo ato
normativo, a sua análise encontra-se em Direito Civil.
LEI Nº 14.226/2021
Ementa: Dispõe sobre a criação do Tribunal Regional Federal da 6ª Região e altera a Lei nº
11.798, de 29 de outubro de 2008, para modificar a composição do Conselho da
Justiça Federal.
1.2. Comentário
Em 21.10.2021 foi publicada a Lei nº 14.226/2021, que criou o TRF6, com sede em Belo Horizonte
e jurisdição no estado de Minas Gerais. A lei também alterou a composição do CJF, prevista na Lei nº
11.798/2008.
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo “dispõe sobre a criação do Tribunal
Regional Federal da 6ª Região e altera a Lei nº 11.798, de 29 de outubro de 2008, para modificar a
composição do Conselho da Justiça Federal”.
a) É criado o TRF6, com sede em Belo Horizonte e jurisdição no estado de Minas Gerais.
c) Os atuais juízes do TRF1 poderão optar pela remoção para o TRF6 no prazo de até 15 dias
após a entrada em vigor desta lei.
h) A lei entra em vigor no primeiro dia útil subsequente a 1º de janeiro de 2022, portanto, 03 de
janeiro de 2022.
Marque a alternativa incorreta a respeito das modificações promovidas pela Lei nº 14.226/2021.
B) Os atuais juízes do TRF1 poderão optar pela remoção para o TRF6 no prazo de até 15 (quinze) dias
após a entrada em vigor da lei.
D) Integram o CJF, dentre outros, quatro Ministros, eleitos entre os integrantes do Superior Tribunal
de Justiça (STJ), juntamente com seus suplentes.
Demais alternativas:
Alternativa A. Incorreta. A alternativa está correta. De acordo com o art. 2º da Lei nº 14.226/2021,
o TRF6 é composto de 18 membros: “Art. 2º O Tribunal Regional Federal da 6ª Região é composto de
18 (dezoito) membros”.
Alternativa B. Incorreta. A alternativa está correta. De acordo com o art. 5º, caput, da Lei nº
14.226/2021, os atuais juízes do TRF1 poderão optar pela remoção para o TRF6 no prazo de até 15
dias após a entrada em vigor desta lei: “Art. 5º Os atuais juízes do Tribunal Regional Federal da 1ª
Região poderão optar pela remoção para o Tribunal Regional Federal da 6ª Região no prazo de até
15 (quinze) dias após a entrada em vigor desta Lei, observadas as seguintes disposições: (...)”.
Alternativa D. Incorreta. A alternativa está correta. De acordo com o art. 14 da Lei nº 14.226/2021,
o inciso II do caput do art. 2º da Lei nº 11.798/2008 passa a vigorar com a seguinte redação:
Alternativa E. Incorreta. A alternativa está correta. De acordo com o caput do art. 11 da Lei nº
14.226/2021, compete ao CJF adotar as medidas administrativas para a instalação e o funcionamento
do TRF6: “Art. 11. Compete ao Conselho da Justiça Federal adotar as medidas administrativas para a
instalação e o funcionamento do Tribunal Regional Federal da 6ª Região”.
EC nº 112/2021
Ementa: Altera o art. 159 da Constituição Federal para disciplinar a distribuição de recursos
pela União ao Fundo de Participação dos municípios.
1.2. Comentário
Em 28.10.2021, a EC nº 112 foi publicada, com início de vigência na data de sua publicação e
com efeitos financeiros a partir de 1º de janeiro do exercício subsequente.
A EC nº 112 tratou do tema repartição de receitas tributárias. A repartição de receitas tem fulcro
na concepção do federalismo de cooperação. Na repartição de receitas mesmo o ente que não
tem competência tributária, ou seja, que não pode instituir fiscalizar ou cobrar o tributo passa, por
previsão constitucional, a ser beneficiário da arrecadação de tributo fora de sua competência.
A referida emenda alterou o art. 159, I, da CF/1988 e passou a prever um maior repasse aos
municípios a respeito da arrecadação pela União referente ao Imposto de Renda e Proventos (IR)
e ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Antes da EC nº 112/2021 o repasse era de 49%,
e agora, após a emenda, o percentual atual de repasse é de 50%. Este 1% a mais de repasse da
arrecadação terá destinação ao Fundo de Participação dos Municípios. Esta entrega ocorrerá no
primeiro decêndio do mês de setembro de cada ano.
Art. 2º Para os fins do disposto na alínea “f” do inciso I do caput do art. 159
da Constituição Federal, a União entregará ao Fundo de Participação
dos Municípios, do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e
proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados, 0,25%
(vinte e cinco centésimos por cento), 0,5% (cinco décimos por cento) e
1% (um por cento), respectivamente, em cada um dos 2 (dois) primeiros
exercícios, no terceiro exercício e a partir do quarto exercício em que esta
Emenda Constitucional gerar efeitos financeiros. (Grifos nossos.)
A) A União não realiza repasse de receitas sobre a arrecadação do imposto de renda e proventos.
B) O Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal recebe o repasse de 26% do produto
da arrecadação do IR pela União.
E) Do produto da arrecadação sobre os produtos industrializados serão repassados 70% apenas aos
Estados.
Alternativa correta: letra C. Esta é a nova previsão de repasse de receitas dada pela EC nº
112/2021, prevista na alínea “f”, inciso I, art. 159 da CF/1988.
Demais alternativas.
Produção de efeitos
LEI Nº 14.237/2021
Ementa: Institui o auxílio Gás dos Brasileiros; e altera a Lei nº 10.336, de 19 de dezembro de
2001.
Data de publicação: 22.11.2021
Início de vigência: 22.11.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/
L14237.htm>
Destaque:
• Institui o auxílio-gás aos brasileiros e altera a Lei nº 10.336, de 19 de dezembro de 2001.
1.2. Comentário
Em 22.11.2021, a Lei nº 14.237/2021 foi publicada, com início de vigência na data de sua
publicação e irá vigorar por cinco anos, produzindo efeitos desde a abertura dos créditos
orçamentários necessários à execução desta política pública.
A Lei nº 14.237/2021 instituiu o auxílio Gás dos Brasileiros com fito de mitigar o efeito do
preço do gás liquefeito de petróleo sobre o orçamento das famílias de baixa renda.
Com relação à alteração legislativa sobre a CIDE-combustíveis, para fins previdenciários, ganha
destaque o inciso IV, § 1º do art. 1º da Lei nº 10.336, na medida em que prevê a fonte de custeio para
fazer frente à implementação do auxílio-gás, em apreço ao comando constitucional exposto no art.
195, § 5º, da Constituição Federal (CF)/1988.
A legislação ora em comento criou o programa Auxílio Gás para subsidiar o preço do gás de
cozinha para famílias de baixa renda. Cada família beneficiada irá receber dentro de um período de
dois meses o equivalente ao percentual de 50% do preço nacional do botijão de gás.
Art. 3º As famílias beneficiadas pelo auxílio Gás dos Brasileiros terão direito,
a cada bimestre, a um valor monetário correspondente a uma parcela de,
no mínimo, 50% (cinquenta por cento) da média do preço nacional de
referência do botijão de 13 kg (treze quilogramas) de GLP, estabelecido
pelo Sistema de Levantamento de Preços (SLP) da Agência Nacional
do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), nos 6 (seis) meses
anteriores, conforme definição em regulamento.
É considerada família de baixa renda aquela inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais
do Governo Federal (CadÚnico). A Lei nº 14.237/2021, no art. 2º, define as famílias a serem beneficias
e estabelece critérios de preferência. Atenção!
Art. 2º Poderão ser beneficiadas pelo auxílio Gás dos Brasileiros, na forma
do regulamento, as famílias:
Por outro lado, o Poder Executivo, ao implementar o Auxílio Gás, com base no imperativo
constitucional da previsão da fonte de custeio, tem o dever de compatibilizar a quantidade de
famílias beneficiárias pelo programa com as dotações orçamentárias existentes para o pagamento
do auxílio-gás (art. 2º, § 2º, da Lei nº 14.237/2021). Ademais, listou no art. 4º como fontes de recursos
do auxílio Gás dos Brasileiros:
Por fim, imperioso mencionar que o auxílio Gás dos Brasileiros terá duração de cinco anos e
produzirá efeitos desde a abertura dos créditos orçamentários necessários à sua execução (art. 8º da
Lei nº 14.237/2021).
A) Poderão ser beneficiadas pelo auxílio Gás dos Brasileiros, na forma do regulamento, as famílias
inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), com renda familiar mensal per
capita menor ou igual a meio salário-mínimo nacional.
B) É fonte de recurso do auxílio Gás dos Brasileiros a parcela referente à União do valor dos royalties
do petróleo.
C) As famílias beneficiadas pelo auxílio Gás dos Brasileiros terão direito, a cada bimestre, a um
valor monetário correspondente a uma parcela de, no mínimo, 80% da média do preço nacional de
referência do botijão de 13kg.
D) O pagamento do auxílio Gás será feito preferencialmente à mulher responsável pela família.
Alternativa correta: letra C. A alternativa está incorreta, pois o percentual é de 50%, conforme
previsto no art. 3º da Lei nº 14.237/2021.
Art. 3º As famílias beneficiadas pelo auxílio Gás dos Brasileiros terão direito,
a cada bimestre, a um valor monetário correspondente a uma parcela de, no
mínimo, 50% (cinquenta por cento) da média do preço nacional de referência
do botijão de 13 kg (treze quilogramas) de GLP, estabelecido pelo Sistema
de Levantamento de Preços (SLP) da Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP), nos 6 (seis) meses anteriores, conforme
definição em regulamento.
Demais alternativas:
Alternativa A: Incorreta. A alternativa está correta, segundo o disposto no art. 2º, I, da Lei nº
14.237/2021.
Art. 2º Poderão ser beneficiadas pelo auxílio Gás dos Brasileiros, na forma
do regulamento, as famílias:
Alternativa D: Incorreta. A alternativa está correta, segundo o disposto no art. 3º, parágrafo
único, da Lei nº 14.237/2021.
Art. 3º (...)
LEI Nº 14.238/2021
Ementa: Institui o Estatuto da Pessoa com Câncer; e dá outras providências.
Data de publicação: 22.11.2021
Início de vigência: 22.11.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/
L14238.htm>
Destaques:
• A lei institui o Estatuto da Pessoa com Câncer que visa assegurar e promover, em condições
de igualdade, o acesso ao tratamento adequado e o exercício dos direitos e liberdades
fundamentais da pessoa com câncer.
1.2. Comentário
A Lei nº 14.238, que institui o Estatuto da Pessoa com Câncer, foi publicada em 22.11.2021, com
início imediato de vigência.
Fruto do Projeto de Lei nº 1.605/2019, proposto pela Câmara dos Deputados, a lei foi sancionada
com o veto do artigo que impunha ao Estado a obrigação de “garantir o acesso de todos os pacientes
aos medicamentos mais efetivos contra o câncer” (art. 7º, III, do Projeto de Lei – grifos nossos).
Para tanto, estabelece os princípios e objetivos essenciais à proteção dos direitos da pessoa
com câncer e à efetivação de políticas públicas de prevenção e combate ao câncer, dentre os
quais, podemos destacar ou princípios do acesso universal e equânime ao tratamento adequado,
diagnóstico precoce, informação clara e confiável sobre a doença e o seu tratamento, a transparência
das informações dos órgãos e das entidades em seus processos, prazos e fluxos; e a humanização da
atenção ao paciente e à sua família (art. 2º da Lei nº 14.238/2021).
A fim de estabelecer o parâmetro de aplicação da lei, o legislador determinou que deve ser
considerada “pessoa com câncer aquela que tenha o regular diagnóstico, nos termos de relatório
elaborado por médico devidamente inscrito no conselho profissional, acompanhado pelos laudos e
exames diagnósticos complementares necessários para a correta caracterização da doença” (art. 4º,
§ 1º, da Lei nº 14.238/2021).
Ademais, a lei reconheceu diversos direitos fundamentais das pessoas com câncer, como o
direito ao diagnóstico precoce (inciso I), o acesso a tratamento universal, equânime, adequado e
menos nocivo (inciso II), às informações transparentes e objetivas sobre a doença e seu tratamento
Além disso, fixa que a pessoa com câncer não pode ser objeto de qualquer forma de
discriminação. Caso ocorra, a discriminação deve ser comunicada à autoridade competente (não
especificada pela lei) por qualquer cidadão que tenha testemunhado ou tenha conhecimento da
situação (art. 6º, caput e § 2º, da Lei nº 14.238/2021).
Na mesma toada, o Estatuto ressalta que o poder público deve desenvolver políticas públicas
de saúde específicas direcionadas à pessoa com câncer, tais como ações e campanhas preventivas da
doença e garantia de acesso universal, igualitário e gratuito aos serviços de saúde, entre outras
medidas (art. 7º da Lei nº 14.238/2021).
Ainda, o Estatuto fixa medidas para assegurar o direito à assistência social e jurídica:
Acerca das crianças e adolescentes, o atendimento “deverá ser especial em todas suas fases,
devendo ser garantido tratamento universal e integral, priorizados a prevenção e o diagnóstico
precoce.”
Por fim, o Estatuto garante o atendimento integral à saúde da pessoa com câncer por intermédio
do SUS, nos termos de seu art. 12:
C) A Lei nº 14.238/2021 garante o acesso de todos os pacientes aos medicamentos mais efetivos
contra o câncer, tratando-se de dever do Estado fornecer referidos remédios.
D) Todo cidadão tem a faculdade de comunicar à autoridade competente qualquer forma de violação
a esta Lei que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento.
E) Nenhuma pessoa com câncer será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação ou
violência, e todo atentado aos seus direitos, desde que por ação, será punido na forma da lei.
Demais alternativas:
Alternativa C. Incorreta. Trata-se do art. 7º, inciso III, da Lei nº 14.238/2021, o qual foi vetado
pelo presidente da República (pendente de apreciação pelo Congresso Nacional), motivo pelo qual
a alternativa se encontra incorreta.
Alternativa E. Incorreta. A discriminação pode ocorrer por ação ou omissão, e não apenas por
ação. Alternativa em desacordo com o art. 6º, caput, da Lei nº 14.238/2021. “Nenhuma pessoa com
câncer será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação ou violência, e todo atentado aos
seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.” (Grifos nossos.)
LEI Nº 14.238/2021
Ementa: Institui o Estatuto da Pessoa com Câncer; e dá outras providências.
Data de publicação: 22.11.2021
Início de vigência: 22.11.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/
L14238.htm>
Destaques:
• A lei institui o Estatuto da Pessoa com Câncer que visa assegurar e promover, em condições
de igualdade, o acesso ao tratamento adequado e o exercício dos direitos e liberdades
fundamentais da pessoa com câncer.
1.2. Comentário
Em relação aos Direitos Difusos e Coletivos, a Lei nº 14.238/2021 trata de diversas questões a
respeito dos direitos coletivos das pessoas com câncer.
Entretanto, para concentrar a abordagem das inovações veiculadas por esse novo ato
normativo, a sua análise encontra-se em Direitos Humanos.
LEI Nº 14.238/2021
Ementa: Institui o Estatuto da Pessoa com Câncer; e dá outras providências.
Data de publicação: 22.11.2021
Início de vigência: 22.11.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/
L14238.htm>
Destaques:
• A lei institui o Estatuto da Pessoa com Câncer que visa assegurar e promover, em condições
de igualdade, o acesso ao tratamento adequado e o exercício dos direitos e liberdades
fundamentais da pessoa com câncer.
1.2. Comentário
Entretanto, para concentrar a abordagem das inovações veiculadas por esse novo ato
normativo, a sua análise encontra-se em Direitos Humanos.
LEI Nº 14.245/2021
Ementa: Altera os Decretos-Leis nºs 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e a Lei nº 9.099, de
26 de setembro de 1995 (Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais), para
coibir a prática de atos atentatórios à dignidade da vítima e de testemunhas e para
estabelecer causa de aumento de pena no crime de coação no curso do processo
(Lei Mariana Ferrer).
Data de publicação: 23.11.2021
Início de vigência: 23.11.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/
L14245.htm>
Destaques:
• Altera o Código Penal (CP), o Código de Processo Penal (CPP), e a Lei dos Juizados
Especiais Cíveis e Criminais, para coibir a prática de atos atentatórios à dignidade da
vítima e de testemunhas nos crimes contra a dignidade sexual e para estabelecer causa de
aumento de pena no crime de coação no curso do processo.
• A pena do crime de coação no curso do processo (art. 344, CP) aumenta-se de 1/3 (um
terço) até a metade se o processo envolver crime contra a dignidade sexual.
Em 23.11.2021 foi publicada a Lei nº 14.245, com início imediato de vigência. “Caso Mariana
Ferrer” é como ficaram conhecidas as acusações de agressões sexuais que teriam sido praticadas
contra a modelo Mariana Ferrer. A comoção gerada resultou na criação da “Lei Mariana Ferrer”, que
visa a coibir a prática de atos atentatórios à dignidade da vítima e de testemunhas e para estabelecer
causa de aumento de pena no crime de coação no curso do processo.
De acordo com sua ementa, o novel texto legislativo “altera os Decretos-Leis nºs 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), e 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e
a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995 (Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais), para coibir
a prática de atos atentatórios à dignidade da vítima e de testemunhas e para estabelecer causa de
aumento de pena no crime de coação no curso do processo” (Lei Mariana Ferrer).
Como alertado, trata-se de uma inovação legal destinada a coibir a prática de atos atentatórios
à dignidade da vítima e de testemunhas.
A primeira alteração ocorreu no Código Penal e estabeleceu uma causa de aumento de pena
de 1/3 (um terço) até a metade se o processo envolver crime contra a dignidade sexual no crime de
coação no curso do processo (art. 344, CP):
Por fim, a norma estabelece algumas alterações que envolvem a instrução processual em
audiência. Fica estabelecido que na audiência de instrução e julgamento, e, em especial, nas que
apurem crimes contra a dignidade sexual (art. 400-A, CPP) bem como durante a instrução em
plenário do Tribunal do Júri (art. 474-A, CPP) e nas audiências dos juizados especiais (art. 81, § 1º-A, da
Lei nº 9.099/1995), todas as partes e demais sujeitos processuais presentes no ato deverão zelar pela
“Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra
autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo
judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral” é crime disposto no CP brasileiro que possui
pena de reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência. Se o
processo envolver crime contra a dignidade sexual, a pena aumenta-se de
E) metade.
Alternativa correta: letra D. Nos termos do parágrafo único do art. 344 do CP (incluído pela
Lei nº 14.245, de 2021), a pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até a metade se o processo envolver
crime contra a dignidade sexual.
Alternativa A. Incorreta. Nos termos do parágrafo único do art. 344 do CP (incluído pela Lei nº
14.245, de 2021), a pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até a metade (e não 1/6 até a metade) se o
processo envolver crime contra a dignidade sexual.
Alternativa B. Incorreta. Nos termos do parágrafo único do art. 344 do CP (incluído pela Lei nº
14.245, de 2021), a pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até a metade (e não 1/5 até a metade) se o
processo envolver crime contra a dignidade sexual.
Alternativa C. Incorreta. Nos termos do parágrafo único do art. 344 do CP (incluído pela Lei nº
14.245, de 2021), a pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até a metade (e não 1/4 até a metade) se o
processo envolver crime contra a dignidade sexual.
Alternativa E. Incorreta. Nos termos do parágrafo único do art. 344 do CP (incluído pela Lei nº
14.245, de 2021), a pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até a metade (e não a metade) se o processo
envolver crime contra a dignidade sexual.
LEI Nº 14.245/2021
Ementa: Altera os Decretos-Leis nºs 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e a Lei nº 9.099, de
26 de setembro de 1995 (Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais), para
coibir a prática de atos atentatórios à dignidade da vítima e de testemunhas e para
estabelecer causa de aumento de pena no crime de coação no curso do processo
(Lei Mariana Ferrer).
Data de publicação: 23.11.2021
Início de vigência: 23.11.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/
L14245.htm>
Destaques:
• Altera o Código Penal (CP), o Código de Processo Penal (CPP), e a Lei dos Juizados
Especiais Cíveis e Criminais, para coibir a prática de atos atentatórios à dignidade da
vítima e de testemunhas nos crimes contra a dignidade sexual e para estabelecer causa de
aumento de pena no crime de coação no curso do processo.
• A pena do crime de coação no curso do processo (art. 344, CP) aumenta-se de 1/3 (um
terço) até a metade se o processo envolver crime contra a dignidade sexual.
Entretanto, para concentrar a abordagem das inovações veiculadas por esse novo ato
normativo, a sua análise encontra-se em Direito Penal.
LEI Nº 14.245/2021
Ementa: Altera os Decretos-Leis nºs 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
e 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e a Lei nº 9.099,
de 26 de setembro de 1995 (Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais), para
coibir a prática de atos atentatórios à dignidade da vítima e de testemunhas e
para estabelecer causa de aumento de pena no crime de coação no curso do
processo (Lei Mariana Ferrer).
Data de publicação: 23.11.2021
Início de vigência: 23.11.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/
L14245.htm>
Destaques:
• Altera o Código Penal (CP), o Código de Processo Penal (CPP), e a Lei dos Juizados
Especiais Cíveis e Criminais, para coibir a prática de atos atentatórios à dignidade da
vítima e de testemunhas nos crimes contra a dignidade sexual e para estabelecer causa de
aumento de pena no crime de coação no curso do processo.
• A pena do crime de coação no curso do processo (art. 344, CP) aumenta-se de 1/3 (um
terço) até a metade se o processo envolver crime contra a dignidade sexual.
Entretanto, para concentrar a abordagem das inovações veiculadas por esse novo ato
normativo, a sua análise encontra-se em Direito Penal.
EC Nº 113/2021
Ementa: Altera a Constituição Federal (CF/1988) e o Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias (ADCT) para estabelecer o novo regime de pagamentos de precatórios,
modificar normas relativas ao Novo Regime Fiscal e autorizar o parcelamento de
débitos previdenciários dos municípios, e dá outras providências.
1.2. Comentário
Após intensos debates e modificações na proposta original no bojo do processo legislativo, foi
promulgada a EC nº 113/21, que engloba as disposições oriundas da PEC nº 23/2021, aprovadas por
ambas as Casas do Poder Legislativo.
Em paralelo, os trechos da PEC nº 23/2021 que não foram objeto de consenso continuaram em
tramitação na Câmara dos Deputados por meio da PEC nº 46/2021, que, por sua vez, originou a EC
nº 114, de 17 de dezembro de 2021, da qual trataremos em seguida.
Assim, pela nova redação a compensação não ocorrerá de modo imediato, já que os valores
serão depositados à conta do juízo responsável pela cobrança em favor da Fazenda Pública, que
decidirá a respeito, fazendo uma apuração de eventuais causas que possam afetar o montante do
valor devido ou a própria existência da dívida.
Outra relevante alteração se deu em relação às finalidades para as quais poderá o credor de
precatório, seja este próprio ou adquirido de terceiros, utilizar seus créditos. Na redação anterior do
§ 11 do art. 100, a CF/1988 somente permitia expressamente a utilização dos créditos para a compra
de imóveis públicos. A nova redação, por sua vez, faculta ao credor, conforme estabelecido em lei
do ente federativo devedor, com autoaplicabilidade para a União, a oferta de créditos líquidos e
certos para:
A EC nº 113/2021 incluiu no ADCT os arts. 115 e 116, que autorizam o parcelamento das
contribuições previdenciárias e dos demais débitos dos municípios, incluídas suas autarquias
e fundações, com os respectivos regimes próprios de previdência social e com o RGPS, com
vencimento até 31 de outubro de 2021, inclusive os parcelados anteriormente, no prazo máximo
de 240 (duzentas e quarenta) prestações mensais. Em relação aos débitos de contribuições
Por fim, destaca-se o disposto no art. 3º da EC nº 113/2021, que altera o critério de atualização
monetária das condenações judiciais da Fazenda Pública. Em substituição da correção monetária
cumulada com juros pelo IPCA-E ou INPC + juros, como era feito até as expedições de 2021, a
atualização dos créditos passa a ser feita com base na taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação
e de Custódia), índice que engloba tanto os juros de mora quanto à recomposição das perdas
inflacionárias. Veja a redação do referido artigo:
A) Quitação de débitos parcelados ou débitos inscritos em dívida ativa do ente federativo devedor,
inclusive em transação resolutiva de litígio.
B) Compra de imóveis públicos, ainda que de propriedade de outro ente, disponibilizados para
venda.
Alternativa correta: letra B. Conforme dispõe o § 11, inciso II do art. 100 da CF/1988, com a
redação dada pela EC nº 113, de 2021, os créditos de precatório somente podem ser utilizados para
compra de imóveis públicos de propriedade do mesmo ente disponibilizados para venda.
Demais alternativas:
Alternativa A: Incorreta. Trata-se de hipótese autorizada no art. 100, § 11, I, da CF/1988, com
redação dada pela EC nº 113/2021.
363 Caderno de novidades legislativas
DIREITO FINANCEIRO
Art. 100. (...)
Alternativa C: Incorreta. Trata-se de hipótese autorizada no art. 100, § 11, III, da CF/1988, com
redação dada pela EC nº 113/2021.
Alternativa D: Incorreta. Trata-se de hipótese autorizada no art. 100, § 11, IV, da CF/1988, com
redação dada pela EC nº 113/2021.
Alternativa E: Incorreta. Trata-se de hipótese autorizada no art. 100, § 11, V, da CF/1988, com
redação dada pela EC nº 113/2021.
EC Nº 114/2021
Ementa: Altera a CF/1988 e o ADCT para estabelecer o novo regime de pagamentos de
precatórios, modificar normas relativas ao Novo Regime Fiscal e autorizar o
parcelamento de débitos previdenciários dos municípios, e dá outras providências.
• Modifica regras de refinanciamento de dívidas dos estados com a União previstas na Lei
Complementar (LC) nº 156/2016.
2.2. Comentário
Em 17.12.2021 foi publicada a EC nº 114, com entrada em vigor a partir de 2022, para a alteração
do § 5º do art. 100 da CF/1988, constante do art. 1º e, na data de sua publicação, para os demais
dispositivos.
Conforme mencionado acima, trata-se de emenda oriunda da PEC nº 46/2021, que deu
continuidade à tramitação no Legislativo das disposições da PEC nº 23/2021, que não foram objeto
de consenso entre a Câmara dos Deputados e o Senado Federal.
Uma primeira e relevante modificação se deu em relação ao prazo para a inclusão em lei
orçamentária da verba necessária ao pagamento dos precatórios judiciários. Antes, os tribunais
poderiam realizar esse procedimento até o dia 1º de julho. Agora, pela nova redação do § 5º do art.
100 da CF/1988, o prazo máximo de inclusão no orçamento, para pagamento até o final do ano
seguinte, será em 2 de abril de cada ano.
Outra importante inovação foi a criação de um “subteto” de pagamento dos precatórios, por
meio do estabelecimento de um limite anual para o pagamento de verbas judiciais até 2026, de
modo que os precatórios não pagos em razão dessa limitação terão prioridade nos anos seguintes.
Nesse sentido, veja o que dispõe o art. 107-A do ADCT, inserido pela EC nº 114/2021:
Art. 107-A. Até o fim de 2026, fica estabelecido, para cada exercício
financeiro, limite para alocação na proposta orçamentária das despesas
com pagamentos em virtude de sentença judiciária de que trata o art. 100 da
Constituição Federal, equivalente ao valor da despesa paga no exercício de
2016, incluídos os restos a pagar pagos, corrigido na forma do § 1º do art. 107
deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, devendo o espaço
fiscal decorrente da diferença entre o valor dos precatórios expedidos e o
respectivo limite ser destinado ao programa previsto no parágrafo único do
art. 6º e à seguridade social, nos termos do art. 194, ambos da Constituição
(…)
Ressalte-se que o § 8º desse mesmo art. 107-A do ADCT prevê uma ordem de prioridades que
deverá orientar os pagamentos:
Importante ressaltar que esses precatórios mencionados no art. 4º ficarão de fora dos limites
do teto de gastos e de pagamento anual de precatórios estabelecido no art. 107-A, conforme prevê
o parágrafo único do art. 4º da EC nº 114/2021.
Por fim, a nova emenda altera regras de refinanciamento de dívidas dos estados com a União
previstas na LC nº 156/2016. Dispõe o art. 7º da EC nº 114/2021 que:
Acerca do limite para alocação na proposta orçamentária das despesas com precatórios
B) Está incluída no limite para pagamento de precatórios (“subteto dos precatórios”) a projeção para
a despesa com o pagamento de requisições de pequeno valor para o mesmo exercício, que terão
prioridade no pagamento.
C) Os precatórios que não forem pagos em razão do limite estabelecido pela EC 114/21 terão
prioridade para pagamento em exercícios seguintes, observada a ordem de pagamentos.
D) A utilização, pelo titular, dos créditos de precatórios para pagamento de outorga de delegações
de serviços públicos e demais espécies de concessão negocial promovidas pelo mesmo ente está
limitada ao valor do subteto de pagamento estabelecido pela EC nº 114/2021.
E) É facultado ao credor de precatório que não tenha sido pago em razão do limite de pagamentos,
optar pelo recebimento, mediante acordos diretos perante Juízos Auxiliares de Conciliação de
Pagamento de Condenações Judiciais contra a Fazenda Pública Federal, em parcela única, até o
final do exercício seguinte, com renúncia de 30% (trinta por cento) do valor desse crédito.
Demais alternativas:
Alternativa A: Incorreta. O termo final da limitação é o ano de 2026, na forma do art. 107-A do
ADCT, introduzido pela EC nº 114/2021.
Art. 107-A. Até o fim de 2026, fica estabelecido, para cada exercício
financeiro, limite para alocação na proposta orçamentária das despesas
com pagamentos em virtude de sentença judiciária de que trata o art. 100 da
Constituição Federal, equivalente ao valor da despesa paga no exercício de
2016, incluídos os restos a pagar pagos, corrigido na forma do § 1º do art. 107
deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, devendo o espaço
fiscal decorrente da diferença entre o valor dos precatórios expedidos e o
respectivo limite ser destinado ao programa previsto no parágrafo único do
369 Caderno de novidades legislativas
DIREITO FINANCEIRO
art. 6º e à seguridade social, nos termos do art. 194, ambos da Constituição
Federal, a ser calculado da seguinte forma: (...)
Alternativa D: Incorreta. Tal opção de utilização dos créditos de precatórios está prevista no
art. 100, § 11, da CF/1988, e estabelece o § 6º do art. 107-A do ADCT que “não se incluem nos limites
estabelecidos no art. 107 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias o previsto nos §§ 11,
20 e 21 do art. 100 da Constituição Federal e no § 3º deste artigo”.
LEI Nº 14.259/2021
Ementa: Altera a Lei nº 14.124, de 10 de março de 2021, que dispõe sobre as medidas
excepcionais relativas à aquisição de vacinas e de insumos e à contratação de
bens e serviços de logística, de tecnologia da informação e comunicação, de
comunicação social e publicitária e de treinamentos destinados à vacinação contra
a Covid-19 e sobre o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a
Covid-19.
Data de publicação: 08.12.2021
• Dispõe sobre medidas de cautela aptas a reduzir o risco do inadimplemento contratual nas
contratações para a vacinação contra a Covid-19.
1.2. Comentário
A referida lei, oriunda da conversão da Medida Provisória (MP) nº 1.059, de 2021, incluiu o art.
20 na Lei nº 14.124/2021 para estender a aplicação desta lei aos atos praticados e aos contratos
e instrumentos congêneres firmados enquanto durar a declaração de emergência em saúde
pública de importância nacional decorrente da pandemia causada pelo coronavírus SARS-CoV-2,
independentemente do seu prazo de execução ou de suas prorrogações.
Inovando em relação à medida provisória anterior, a lei inseriu os incisos VI e VII no § 6º do art. 12
da Lei nº 14.124/2021, para dispor que a administração pública deverá prever, dentre outras medidas
de cautela aptas a reduzir o risco do inadimplemento contratual, a efetivação do pagamento apenas
ao contratado, vedado o pagamento a terceiro não integrante da relação contratual; e a nulidade
de pleno direito da alteração contratual que busque incluir parte não constante da relação
contratual e que implique recebimento de valores provenientes da Administração sob qualquer
circunstância, o que acarretará apuração de responsabilidade funcional.
Ressalte-se que o § 7º do mesmo art. 12 exclui a aplicação do disposto no inciso VII do § 6º aos
casos de alteração da pessoa jurídica em que a contratada original esteja em processo de fusão,
cisão, aquisição ou outro tipo de transformação societária que exija a alteração da parte contratada.
Por fim, o diploma legislativo incluiu também o art. 20-A, autorizando, enquanto durar a
pandemia, a recontratação, a renovação ou a prorrogação por um ano dos contratos dos médicos
intercambistas no Programa Mais Médicos (Lei nº 12.871/2013), independentemente do período
de atuação desses profissionais no programa.
C) É nula de pleno direito a alteração contratual que busque incluir parte não constante da relação
contratual, ainda que a contratada original esteja em processo de fusão, cisão, aquisição ou outro
tipo de transformação societária que exija a alteração da parte contratada.
D) Ficam autorizadas a recontratação, a renovação ou a prorrogação por um ano dos contratos dos
médicos intercambistas no Programa Mais Médicos, de que trata a Lei nº 12.871/2013, vencidos no
ano de 2021 ou que irão vencer, independentemente do período de atuação desses profissionais
no programa.
E) A nulidade da alteração contratual que inclua parte não constante da relação contratual e implique
recebimento de valores da Administração acarretará apuração de responsabilidade funcional.
§ 6º (…)
Alternativa A: Incorreta. Nesse sentido é o que prevê o art. 20 da Lei nº 14.124/2021, na redação
dada pela Lei nº 14.259/2021.
Art. 20. Esta Lei aplica-se aos atos praticados e aos contratos e instrumentos
congêneres firmados enquanto durar a declaração de emergência em saúde
pública de importância nacional decorrente da pandemia causada pelo
coronavírus SARS-CoV-2, independentemente do seu prazo de execução
ou de suas prorrogações.
Alternativa B: Incorreta. Nesse sentido é o que prevê o art. 12, § 6º, VI, da Lei nº 14.124/2021, na
redação dada pela Lei nº 14.259/2021.
§ 6º (...)
Alternativa D: Incorreta. Nesse sentido é o que prevê o art. 20-A da Lei nº 14.124/2021, na
redação dada pela Lei nº 14.259/2021.
Alternativa E: Incorreta. Nesse sentido é o que prevê o art. 12, § 6º, VII, parte final, da Lei nº
14.124/2021, na redação dada pela Lei nº 14.259/2021.
§ 6º (...)
LEI Nº 14.273/2021
Ementa: Estabelece a Lei das Ferrovias; altera o Decreto-Lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941,
e as Leis nºs 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 9.074, de 7 de julho de 1995, 9.636,
de 15 de maio de 1998, 10.233, de 5 de junho de 2001, 10.257, de 10 de julho de
2001, 10.636, de 30 de dezembro de 2002, 12.815, de 5 de junho de 2013, 12.379,
de 6 de janeiro de 2011, e 13.448, de 5 de junho de 2017; e revoga a Lei nº 5.917, de
10 de setembro de 1973.
Data de publicação: 23.12.2021
Início de vigência: 23.12.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/
lei/L14273.htm>
Destaques:
• Permite a construção de ferrovias por autorização.
• Facilita a devolução de trechos que não sejam de interesse do concessionário para que
possam ser repassados a terceiros.
2.2. Comentário
A lei, que teve origem em proposta do senador licenciado José Serra, propõe a harmonização
com regras atuais da Política Nacional de Transporte Ferroviário, que envolvem concessões (art. 25,
§ 6º, da Lei nº 14.273/2021).
Por sua vez, o § 1º do mesmo art. 2º determina que compete aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios a outorga do serviço de transporte ferroviário das ferrovias que compõem seus
respectivos sistemas de viação, podendo a União delegar a exploração dos serviços de que trata o
inciso II do caput aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios, observada a legislação federal,
nos termos do § 2º do art. 6º da Lei nº 12.379, de 06.01.2011 (art. 2º, § 2º).
Com relação às regras de outorga, destaca-se que a exploração direta de ferrovias somente
deve ser permitida nas hipóteses de que trata o art. 173 da CF/1988, e deve ser exercida por meio de
entidades estatais especializadas (art. 7º, parágrafo único).
A regra, portanto, é a exploração indireta, que, nos termos do art. 8º da Lei nº 14.273/2021, será
exercida por operadora ferroviária:
À exploração em regime privado, bastante incentivada pelo novo marco legal, é garantida
a liberdade de preços (art. 8º, § 2º) e nas ferrovias outorgadas nesse regime é livre a oferta de
capacidade de transporte a agente transportador ferroviário (art. 9º, § 1º). Por outro lado, nas ferrovias
outorgadas em regime público, a oferta de capacidade mínima para a execução do transporte por
agente transportador ferroviário deve obedecer ao que for estabelecido no contrato de outorga (art.
9º, § 2º).
Ressalte-se que, nos termos do art. 8º, § 4º, da Lei nº 14.273/2021, “a outorga de determinada
ferrovia não implica a preclusão da possibilidade de outorga de outras ferrovias, ainda que
compartilhem os mesmos pares de origem e destino ou a mesma região geográfica” (grifos nossos).
Ademais, importa frisar que a lei em comento simplificou o procedimento para a prestação de
serviço de transporte que não envolva exploração da infraestrutura, por meio de inscrição válida
em registro a ser instituído pelo regulador ferroviário, na forma da regulamentação (art. 9º, caput).
Outra inovação importante com o intuito de atrair investimentos privados é a criação das
figuras do Usuário Investidor e do Investidor Associado (arts. 16 e 17), que poderão firmar contratos
com as operadoras ferroviárias de forma simplificada, sem a necessidade de prévia autorização junto
ao órgão regulador. Veja o que dispõe a lei nesse ponto:
Seção III
Seção IV
e) (VETADO);
Importa ressaltar que, cumpridas as exigências legais, nenhuma autorização deve ser negada,
exceto por incompatibilidade com a política nacional de transporte ferroviário ou por motivo
técnico-operacional relevante, devidamente justificado, nos termos do § 6º do mesmo art. 25 da Lei
nº 14.273/2021.
O prazo do contrato deve ser estipulado pelo regulador ferroviário a partir de proposta
da requerente ou fixado no ato de chamamento, e deve ter duração de 25 (vinte e cinco) a 99
(noventa e nove) anos (art. 19, § 1º), podendo ser prorrogado por períodos sucessivos, desde que a
autorizatária manifeste prévio e expresso interesse e esteja operando a ferrovia em padrões mínimos
de segurança operacional, produção de transporte e qualidade, na forma do regulamento.
Outros pontos relevantes da autorização para exploração de ferrovias em regime privado estão
disciplinados nos seguintes dispositivos:
Por fim, a Lei nº 14.273/2021 inova ao possibilitar a criação de uma entidade autorreguladora
pelas operadoras ferroviárias, sob a forma de pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos,
cujas normas vincularão apenas as empresas aderentes (art. 43, caput e § 3º). Nos termos do art. 44
do marco legal, a autorregulação ferroviária compreende as seguintes funções:
Acerca da exploração do serviço ferroviário, na forma da Lei nº 14.273/2021 (Novo Marco Legal
das Ferrovias), assinale a alternativa incorreta:
B) No regime de autorização, a operadora ferroviária pode ser selecionada por chamamento público
ou requerer diretamente a autorização.
C) O prazo do contrato de autorização deve ser estipulado pelo regulador ferroviário a partir de
proposta da requerente ou fixado no ato de chamamento e deve ter duração de até 99 (noventa e
nove) anos.
D) Para constituir infraestrutura ferroviária a ser operada sob regime privado, o poder público pode
alienar, ceder ou arrendar à operadora ferroviária autorizatária bens de sua propriedade, conforme a
regulamentação.
Alternativa correta: letra A. A exploração indireta do serviço ferroviário será, nos termos do art.
8º da Lei nº 14.273/2021, exercida por operadora ferroviária em regime privado, mediante outorga de
autorização; ou em regime público, mediante outorga de concessão.
Alternativa C: Incorreta. A assertiva é correta. O prazo do contrato deve ser estipulado pelo
regulador ferroviário a partir de proposta da requerente ou fixado no ato de chamamento e deve ter
duração de 25 (vinte e cinco) a 99 (noventa e nove) anos (art. 19, § 1º, da Lei nº 14.273/2021).
Alternativa D: Incorreta. A assertiva é correta, pois nesse sentido é o que dispõe o art. 21 da Lei
nº 14.273/2021.
• Institui na CLT o chamado “Domicílio Eletrônico Trabalhista”, que será regulamentado pelo
MTP, para dar ciência ao empregador sobre atos administrativos, ações fiscais, intimações
e avisos em geral.
Em 17.12.2021, foi publicada no Diário Oficial da União a Lei nº 14.261/2021, com o objetivo de
recriar o MTP. Na verdade, a lei reproduziu o que anteriormente dispunha a Medida Provisória (MP)
nº 1.058/2021 (que estabeleceu as principais competências e atribuições do citado Ministério).
Vale destacar que a lei em estudo trouxe algumas mudanças trabalhistas, alterando, entre
outras, a Lei nº 7.998/1990 (Lei do Seguro-Desemprego e do Abono Salarial) e a CLT.
O art. 2º da mencionada lei incluiu o art. 48-A à Lei nº 13.844/2019, com a seguinte redação:
I -–previdência;
II – previdência complementar;
VI – política salarial;
IX – regulação profissional; e
Vale destacar que a lei determina que trabalhadores, empregadores e serviços nacionais de
aprendizagem ou entidades qualificadas em formação técnico-profissional prestem informações
e atendam às exigências para a concessão de seguro-desemprego, abono salarial, bolsa de
Por fim, a lei incluiu na CLT o chamado “Domicílio Eletrônico Trabalhista”, que também será
regulamentado pelo MTP, para dar ciência ao empregador sobre atos administrativos, ações fiscais,
intimações e avisos em geral; e que ainda receba documentação eletrônica exigida em ações fiscais
ou apresente defesas e recursos em processos administrativos.
De acordo com a lei, as comunicações eletrônicas por meio desse sistema, quando consideradas
pessoais para todos os efeitos legais, dispensarão a publicação no Diário Oficial e o envio por via
postal. Ainda, a ciência, com utilização de certificação digital ou de código de acesso, “possuirá os
requisitos de validade”, nos termos do que disciplina o art. 628-A da CLT, in verbis:
B) A ciência por meio do sistema de comunicação eletrônica, com utilização de certificação digital
ou de código de acesso, possuirá os requisitos de validade.
D) Fica instituído o Domicílio Eletrônico Trabalhista, regulamentado pelo MTP, destinado a cientificar
o empregador de quaisquer atos administrativos, ações fiscais, intimações e avisos em geral.
Alternativa correta: letra A. A alternativa está correta, pois o enunciado está incorreto, nos
termos do que dispõe a literalidade do § 1º do art. 628-A da CLT menciona que as comunicações
eletrônicas realizadas pelo Domicílio Eletrônico Trabalhistas dispensam sua publicação no Diário
Oficial da União, bem como o envio postal, e são consideradas pessoais para todos os efeitos legais.
Nesse sentido é o que dispõe: “As comunicações eletrônicas realizadas pelo Domicílio Eletrônico
Trabalhista dispensam a sua publicação no Diário Oficial da União e o envio por via postal e são
consideradas pessoais para todos os efeitos legais”.
Demais alternativas:
Alternativa B: Incorreta. O enunciado está correto, nos termos do que dispõe a literalidade
do § 2º do art. 628-A da CLT, que assim dispõe: “A ciência por meio do sistema de comunicação
eletrônica, com utilização de certificação digital ou de código de acesso, possuirá os requisitos de
validade”.
Alternativa C: Incorreta. O enunciado está correto, nos termos do que dispõe a literalidade
do § 1º do art. 628-A da CLT: “As comunicações eletrônicas realizadas pelo Domicílio Eletrônico
Trabalhista dispensam a sua publicação no Diário Oficial da União e o envio por via postal e são
consideradas pessoais para todos os efeitos legais”.
Alternativa E: Incorreta. O enunciado está correto, conforme disposto no inciso II do art. 628-A
da CLT:
1.2. Comentário
Em 24.12.2021, foi publicada no Diário Oficial da União a Lei nº 14.275/2021, que “dispõe sobre
medidas emergenciais de amparo à agricultura familiar, para mitigar os impactos socioeconômicos
da Covid-19”. A Lei ainda alterou as Leis nºs 13.340, de 28 de setembro de 2016, e 13.606, de 9 de
janeiro de 2018; e dá outras providências (Lei Assis Carvalho II).
A lei ainda estabeleceu que “são beneficiários desta Lei os agricultores familiares ou
empreendedores familiares rurais e demais beneficiários previstos na Lei nº 11.326, de 24 de
julho de 2006” (parágrafo único, art. 1º – grifos nossos).
Acerca da Lei nº 14.275/2021, que trata sobre medidas emergenciais de amparo à agricultura
familiar, para mitigar os impactos socioeconômicos da Covid-19, analise as assertivas e marque a
opção correta.
B) A presente lei dispõe sobre medidas emergenciais de amparo à agricultura familiar, com o
objetivo de mitigar os impactos socioeconômicos da emergência de saúde pública de importância
internacional decorrente da Covid-19, a serem adotadas até 31 de dezembro de 2023.
D) Quando destinada à mulher agricultora familiar, o valor do benefício será de R$ 2.000,00 (dois
mil reais) por unidade familiar.
Alternativa correta: letra A. A alternativa “a” está correta, conforme disposto no parágrafo
único do art. 1º da Lei nº 14.275/2021:
Demais alternativas:
Alternativa B: Incorreta. A alternativa “b” está errada, pois o enunciado contraria o disposto no
art. 1º da Lei nº 14.275/2021, que prevê como duração do benefício até 31 de dezembro de 2022 e não
2023, conforme mencionado na assertiva. Nesse sentido:
Alternativa C: Incorreta. A alternativa “c” está errada, pois contraria o disposto no § 1º do art. 2º
da Lei nº 14.275/2021, que prevê que serão beneficiários os agricultores familiares que se encontram
em situação de pobreza e de extrema pobreza, sendo excluídos os benefícios rurais. Nesse sentido
assim dispõe:
Alternativa D: Incorreta. A alternativa “d” está errada, pois o enunciado contraria o disposto no
§ 2º do art. 3º da Lei nº 14.275/2021, que menciona ser o valor do benefício de R$ 3.000,00 (três mil
reais) por unidade familiar quando for mulher a agricultora familiar. Nesse sentido é o que dispõe:
Alternativa E: Incorreta. A alternativa “e” está errada, pois o enunciado contraria o disposto
no § 1º do art. 3º da Lei nº 14.275/2021, que menciona que o valor do benefício será transferido em
parcela única e não parcelada como descrito na assertiva. Nesse sentido:
2. Lei nº 14.284/2021
• Para fins do disposto na lei, conceituou: família; renda familiar mensal; domicílio e renda
familiar per capita mensal.
2.2. Comentário
Vale destacar que a lei em estudo alterou a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993; revogou
a Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004, e dispositivos das Leis nºs 10.696, de 2 de julho de 2003,
12.512, de 14 de outubro de 2011, e 12.722, de 3 de outubro de 2012.
O Programa Auxílio Brasil tem por objetivo “promover a cidadania com garantia de renda e
apoiar, por meio dos benefícios e serviços ofertados pelo Suas, a articulação de políticas direcionadas
aos beneficiários, com vistas à superação das vulnerabilidades sociais das famílias” (inciso I do § 1º do
art. 2º – grifos nossos).
I – família: núcleo composto por uma ou mais pessoas que formem um grupo
doméstico, com residência no mesmo domicílio e que contribuam para o
rendimento ou que dele dependam para atendimento de suas despesas;
II – renda familiar mensal: soma dos rendimentos brutos auferidos por todos
os membros da família, com a exclusão daqueles definidos em regulamento;
Destaca-se que a lei disciplinou quanto ao Auxílio Inclusão Produtiva Rural e estabeleceu
que “será concedido para incentivo à produção, à doação e ao consumo de alimentos saudáveis
pelos agricultores familiares que recebam os benefícios previstos no caput do art. 4º desta Lei, para
consumo de famílias”, nos termos do que disciplina o seu art. 16.
Já o Programa Alimenta Brasil tem as seguintes finalidades, conforme definido nos incisos do
seu art. 30, in verbis:
A lei em estudo entrou em vigor na data de sua publicação, ou seja, 30.12.2021, e caberá ao
Poder Executivo federal adequar a gestão e os atos normativos relativos ao Programa Auxílio Brasil
às disposições desta lei em 90 (noventa) dias contados da data de sua publicação. (art. 47, caput e
parágrafo único).
Quanto aos programas Auxílio Brasil e Alimenta Brasil (Lei nº 14.284/2021), analise as assertivas
e marque a opção incorreta.
A) O termo família citado na referida lei em nenhuma hipótese poderá ser ampliado, haja vista ser
taxativo.
B) Considera-se família, para a citada lei, o núcleo composto por uma ou mais pessoas que formem
um grupo doméstico, com residência no mesmo domicílio e que contribuam para o rendimento ou
que dele dependam para atendimento de suas despesas.
C) Considera-se renda familiar mensal a soma dos rendimentos brutos auferidos por todos os
membros da família, com a exclusão daqueles definidos em regulamento.
E) Considera-se renda familiar per capita mensal, a razão entre a renda familiar mensal e o total de
indivíduos da família.
Alternativa correta: letra A. A alternativa “a” está correta, pois o enunciado está incorreto. Nos
termos do § 1º do art. 3º da Lei nº 14.284/2021, o termo família poderá ser ampliado, nos termos do
regulamento. Nesse sentido:
I – família: núcleo composto por uma ou mais pessoas que formem um grupo
doméstico, com residência no mesmo domicílio e que contribuam para o
rendimento ou que dele dependam para atendimento de suas despesas.
Demais alternativas:
Alternativa B: Incorreta, pois o enunciado está correto, nos termos do que dispõe a literalidade
do inciso I do art. 3º da Lei nº 14.284/2021, nesse sentido:
I – família: núcleo composto por uma ou mais pessoas que formem um grupo
doméstico, com residência no mesmo domicílio e que contribuam para o
rendimento ou que dele dependam para atendimento de suas despesas.
Alternativa C: Incorreta, pois o enunciado está correto, nos termos do que dispõe a literalidade
do inciso II do art. 3º da Lei nº 14.284/2021, nesse sentido:
Art. 3º (...)
II – renda familiar mensal: soma dos rendimentos brutos auferidos por todos
os membros da família, com a exclusão daqueles definidos em regulamento.
Alternativa D: Incorreta, pois o enunciado está correto, nos termos do que dispõe a literalidade
do inciso III do art. 3º da Lei nº 14.284/2021, nesse sentido:
Art. 3º (...)
Alternativa E: Incorreta, pois o enunciado está correto, nos termos do que dispõe a literalidade
do inciso IV do art. 3º da Lei nº 14.284/2021, nesse sentido:
Art. 3º (...)
IV – renda familiar per capita mensal: razão entre a renda familiar mensal e o
total de indivíduos da família.
3.2. Comentário
De acordo com a exposição de motivos a medida provisória em estudo visa “apoiar os brasileiros
de mais baixa renda na recuperação e fortalecimento de sua autonomia econômica”.
Razão pela qual o governo criou o Benefício Extraordinário, pago às famílias do Programa
Auxílio Brasil, no limite de um por família, juntamente com a parcela de dezembro de 2021 (arts. 1º e
2º, IV).
No entanto, é importante observar que a MP nº 1.076/2021, ainda será analisada pela Câmara
dos Deputados e pelo Senado.
B) Por Ato do Poder Executivo federal poderá ser prorrogada a concessão do Benefício Extraordinário
destinado às famílias beneficiárias do Programa Auxílio Brasil para os meses de janeiro a dezembro
de 2022, consideradas as famílias beneficiárias no mês de referência do pagamento do citado
Benefício, e observada a disponibilidade orçamentária e financeira.
Alternativa correta: letra E. A alternativa “e” está correta, pois o enunciado está incorreto. Nos
termos do inciso III do art. 2º da MP nº 1.076/2021, o benefício extraordinário destinados às famílias
do Programa Auxílio Brasil, não possui caráter continuado. Nesse sentido:
Demais alternativas:
Alternativa A: Incorreta, pois o enunciado está correto, nos termos do que dispõe a literalidade
do art. 4º da MP nº 1.076/2021. Nesse sentido:
Alternativa C: Incorreta, pois o enunciado está correto, nos termos do que dispõe a literalidade
do inciso II do art. 2º da MP nº 1.076/2021. Nesse sentido:
Alternativa D: Incorreta, pois o enunciado está correto, nos termos do que dispõe a literalidade
do § 1º do art. 4º da MP nº 1.076/2021. Nesse sentido:
Art. 4º (...)
4.2. Comentário
Em 31.12.2021, foi publicada no Diário Oficial da União a MP nº 1.093/2021, que alterou a Lei
nº 8.212, de 24 de julho de 1991, para dispor sobre a divulgação do resultado financeiro do RGPS.
A medida em estudo incluiu o § 1º e incisos I e II, bem como o § 2º ao art. 80 da Lei nº 8.212/1991,
que está no capítulo de que trata da modernização da Previdência Social, para assim dispor:
Ainda, estabeleceu que, para fins de apuração das renúncias previdenciárias em adição às
receitas realizadas, “serão consideradas as informações prestadas pela Secretaria Especial da
Receita Federal do Brasil do Ministério da Economia” (§ 2º, art. 80 – grifos nossos).
No entanto, é importante observar que a MP nº 1.093/2021, ainda será analisada pela Câmara
dos Deputados e pelo Senado.
LC Nº 188/2021
Ementa: Altera a LC nº 123, de 14 de dezembro de 2006 (Estatuto Nacional da Microempresa
e da Empresa de Pequeno Porte), para modificar a composição e o funcionamento
do Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) e ampliar o âmbito de aplicação de
seu regime tributário.
Data de publicação: 31.12.2021
Início de vigência: 31.12.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp188.htm>
Destaques:
• A lei define a composição do CGSN, vinculado ao Ministério da Economia.
1.2. Comentário
Por fim, a lei estabeleceu um patamar diferenciado para a caracterização como MEI do
transportador autônomo de carga.
Como regra, para que seja possível adotar o regime de tributação como MEI o faturamento anual
do ano anterior não pode superar 81 mil reais. Contudo, com a alteração legislativa o transportador
autônomo de cargas (caminhoneiro) inscrito como MEI passa a contar com um limite diferenciado
de receita bruta para a permanência no sistema de tributação como MEI.
Portanto, para o transportador autônomo de cargas inscrito como MEI o limite da receita
bruta do ano anterior passa a ser de R$ 251.600,00 (duzentos e cinquenta e um mil e seiscentos
reais), devendo observar ainda o limite de R$ 20.966,67 (vinte mil novecentos e sessenta e seis reais
e sessenta e sete centavos) multiplicados pelo número de meses compreendidos entre o início da
atividade e o final do respectivo ano-calendário, consideradas as frações de meses como um mês
inteiro, no caso de início de atividades de que trata o § 2º do art. 18-A.
I – Considera-se MEI quem tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até
oitenta e um mil reais, que seja optante pelo Simples Nacional e seja empresário individual que se
enquadre na definição do art. 966 do Código Civil.
III – Para o transportador autônomo de cargas inscrito como MEI que inicia suas atividades
o limite para se manter sob o regime de tributação do MEI é de R$ 20.966,67 multiplicados pelo
número de meses compreendidos entre o início da atividade e o final do respectivo ano-calendário,
consideradas as frações de meses como um mês inteiro.
A) I, apenas.
B) I e II, apenas.
C) I, II e III, apenas.
Alternativa correta: letra E. Nenhuma das alternativas anteriores é correta, visto que todas as
afirmativas são verdadeiras.
Item I – Correto. Corresponde ao previsto no § 1º do art. 18-A da LC nº 123, com redação dada
pela LC nº 188.
Art. 18-F. Para o transportador autônomo de cargas inscrito como MEI, nos
termos do art. 18-A desta Lei Complementar:
Art. 2º (...)
Demais alternativas:
LEI Nº 14.276/2021
Ementa: Altera a Lei nº 14.113, de 25 de dezembro de 2020, que regulamenta o Fundo
de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (Fundeb).
• Fixa percentual de participação para os psicólogos e assistentes sociais que atuam na rede
pública de educação básica.
1.2. Comentário
Em relação à remuneração dos psicólogos e assistentes sociais que atuam na rede pública
de educação básica foi prevista a parcela de 30% do Fundeb, não vinculados aos salários dos
profissionais de educação.
D) Porção não inferior a 70% dos recursos anuais totais do Fundeb será destinada ao pagamento,
em cada rede de ensino, da remuneração dos profissionais da educação básica em efetivo exercício.
§ 1º (...)
Demais alternativas:
Alternativa A. Incorreta. A afirmativa é correta. Corresponde ao previsto no art. 14, § 4º, da Lei
nº 14.113.
Art. 26. Excluídos os recursos de que trata o inciso III do caput do art. 5º
desta Lei, proporção não inferior a 70% (setenta por cento) dos recursos
anuais totais dos Fundos referidos no art. 1º desta Lei será destinada ao
pagamento, em cada rede de ensino, da remuneração dos profissionais da
educação básica em efetivo exercício.
Alternativa E. Incorreta. A afirmativa é correta. Corresponde ao previsto no art. 26, § 1º, II, da
Lei nº 14.113.
§ 1º (...)
MP Nº 1.075/2021
Ementa: Altera a Lei nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005, e a Lei nº 11.128, de 28 de junho de
2005, para dispor sobre o Programa Universidade para Todos (Prouni).
• Permitiu que alunos egressos de escolas privadas com bolsas parciais possam aderir ao
programa.
2.2. Comentário
Em 07.12.2021 foi publicada a MP nº 1.075, que “Altera a Lei nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005,
e a Lei nº 11.128, de 28 de junho de 2005, para dispor sobre o Programa Universidade para Todos.”
Para tanto, possibilita o acesso ao programa daqueles estudantes que estudaram em escolas
privadas de ensino com bolsas de estudos parciais.
Ademais, estabelece bolsas integrais e de 50%, deixando de prever bolsas parciais de 25%.
A medida entrou em vigor na data de publicação, mas, nos pontos mencionados, teve seus
efeitos postergados para 1º de julho de 2022.
Por força da MP nº 1.075, que alterou a Lei nº 11.096/2005, é correto afirmar, exceto:
A) As bolsas do Prouni são destinadas a estudante que tenha cursado o ensino médio completo em
escola da rede pública ou em instituições privadas na condição de bolsista integral.
B) As bolsas do Prouni são destinadas a estudante pessoa com deficiência, na forma prevista na
legislação.
C) As bolsas do Prouni são destinadas a estudante que tenha cursado ensino médio completo
parcialmente em escola da rede pública e parcialmente em instituição privada, na condição de
bolsista integral da respectiva instituição.
E) As bolsas do Prouni são destinadas a professor da rede pública de ensino, para os cursos de
licenciatura, normal superior e pedagogia, destinados à formação do magistério da educação básica.
Demais alternativas:
Alternativa B. Incorreta. A afirmativa é verdadeira. Corresponde ao previsto no art. 2º, II, da Lei
nº 11.096/2005.
Alternativa E. Incorreta. A afirmativa é verdadeira. Corresponde ao previsto no art. 2º, III, da Lei
nº 11.096/2005.
MP Nº 1.077/2021
Ementa: Institui o Programa Internet Brasil.
Data de publicação: 08.12.2021
Início de vigência: 08.12.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/
Mpv/mpv1077.htm>
Destaques:
• Trata do acesso dos alunos da educação básica da rede pública de ensino de famílias
inscritas no CadÚnico para Programas Sociais do Governo Federal à internet banda larga
móvel.
• Enumera alguns meios que podem ser utilizados para a promoção do acesso à internet
banda larga aos alunos.
3.2. Comentário
Em 7 de dezembro de 2021 foi publicada a MP nº 1.077, que “Institui o Programa Internet Brasil”.
Tal medida visa promover o acesso dos alunos da educação básica da rede pública de ensino
de famílias inscritas no CadÚnico para Programas Sociais do Governo Federal à internet banda larga
móvel.
O programa será implementado de forma gradual, e a medida provisória permite que o acesso
gratuito à internet em banda larga móvel seja concedido a diferentes alunos integrantes da mesma
família.
B) É objetivo do Programa Internet Brasil viabilizar aos alunos o acesso a recursos educacionais
digitais, salvo aqueles disponibilizados pela rede pública de ensino.
C) O acesso gratuito à internet em banda larga pode ser concedido a diferentes alunos integrantes
da mesma família.
D) A promoção do acesso gratuito à internet em banda larga poderá ser realizada, apenas por
intermédio da disponibilização de chip ou pacote de dados.
E) Tem a finalidade de promover o acesso gratuito à internet domiciliar aos alunos da educação
básica da rede pública de ensino integrantes de famílias inscritas no CadÚnico para Programas
Sociais do Governo Federal.
Art. 1º (...)
Demais alternativas:
Art. 1º (...)
Alternativa D. Incorreta. A MP nº 1.077 admite que sejam utilizados outros meios de acesso.
Art. 1º (...)
I – chip;
II – pacote de dados; ou
MP Nº 1.090/2021
Ementa: Estabelece os requisitos e as condições para realização das transações resolutivas
de litígio relativas à cobrança de créditos do Fundo de Financiamento Estudantil
(Fies) e altera a Lei nº 10.260, de 12 de julho de 2001, a Lei nº 10.522, de 19 de julho
de 2002, e a Lei nº 12.087, de 11 de novembro de 2009.
4.2. Comentário
Referida medida provisória trata de medidas que facilitam as transações para resolução de
litígios relativos ao Fies beneficiando estudantes que aderiram ao programa até o segundo semestre
de 2017.
Por força da medida provisória, para os alunos com débitos vencidos e não pagos há mais de 360
dias os descontos são de até 92%, para os estudantes cadastrados no (CadÚnico) para Programas
Sociais do Governo Federal ou que tenha sido beneficiária do Auxílio Emergencial 2021.
A medida entrou em vigor na data de publicação e está pendente de apreciação pelo Congresso.
A MP nº 1.090, de 2021, visou facilitar as transações para resolução de litígios relativos ao Fies.
Dentre as medidas previstas, está a concessão de desconto para os alunos com débitos vencidos e
não pagos há mais de 360 dias que sejam cadastrados no (CadÚnico) para Programas Sociais do
Governo Federal de até:
A) 60% D) 82%
B) 62% E) 92%
C) 72%
Demais alternativas:
LEI Nº 14.285/2021
Ementa: Altera as Leis nºs 12.651, de 25.05.2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação
nativa, 11.952, de 25.06.2009, que dispõe sobre regularização fundiária em terras
da União, e 6.766, de 19.12.1979, que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano,
para dispor sobre as áreas de preservação permanente no entorno de cursos d’água
em áreas urbanas consolidadas.
Data de publicação: 30.12.2021
Início de vigência: 30.12.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/
Lei/L14285.htm>
Destaques:
• Altera o Código Florestal – CFlo (Lei nº 12.651/2012) e permite a regularização de edifícios
às margens de cursos e corpos d’água em áreas urbanas.
• Altera a Lei nº 11.952/2009, que dispõe sobre a regularização fundiária das ocupações
incidentes em terras situadas em áreas da União, no âmbito da Amazônia Legal.
1.2. Comentário
Altera as Leis nºs 12.651, de 25 de maio de 2012, que dispõe sobre a proteção
da vegetação nativa, 11.952, de 25 de junho de 2009, que dispõe sobre
regularização fundiária em terras da União, e 6.766, de 19 de dezembro de
1979, que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano, para dispor sobre
as áreas de preservação permanente no entorno de cursos d’água em áreas
urbanas consolidadas.
Além disso, foi incluído o § 10 ao art. 4º do CFlo, permitindo aos municípios a definição de
faixas marginais distintas das estabelecidas no inciso I do caput do art. 4º do CFlo nas suas áreas
urbanas consolidadas:
Por fim, a lei em comento alterou os requisitos urbanísticos para loteamentos previstos no art.
4º da Lei nº 6.766/1979:
(...)
Com relação à disciplina legal das faixas marginais em áreas urbanas consolidadas, é correto
afirmar:
A) Ao longo das águas correntes e dormentes, as áreas de faixas não edificáveis deverão respeitar
a lei estadual ou distrital que aprovar o instrumento de planejamento territorial e que definir e
regulamentar a largura das faixas marginais de cursos d’água naturais em área urbana consolidada.
B) Os limites das áreas de preservação permanente marginais de qualquer curso d’água natural em
área urbana serão determinados em leis estaduais de uso do solo, ouvidos os conselhos municipais
de meio ambiente.
C) Ao longo da faixa de domínio das ferrovias, será obrigatória a reserva de uma faixa não edificável
de, no mínimo, 30 (trinta) metros de cada lado.
D) Em áreas urbanas consolidadas, ouvidos os conselhos estaduais e federal de meio ambiente, lei
municipal ou distrital poderá definir faixas marginais distintas daquelas estabelecidas no Código
Florestal.
E) Lei municipal ou distrital poderá definir faixas marginais de área urbana consolidada com regras
que estabeleçam a não ocupação de áreas com risco de desastres.
Alternativa correta: letra E. É o que prevê o art. 4º, § 10, I, do CFlo, introduzido pela Lei nº
14.285/2021:
Art. 4º (...)
Demais alternativas:
Alternativa A: Incorreta. Nos termos do art. 4º, III-B, da Lei nº 6.766/1979, introduzido pela Lei
nº 14.285/2021,
Alternativa B: Incorreta. Dispõe o art. 22, § 5º, da Lei nº 11.952/2009, incluído pela Lei nº
14.285/2021, que
Alternativa C: Incorreta. Nos termos do art. 4º, III-A, da Lei nº 6.766/1979, com redação dada
pela Lei nº 14.285/2021, “ao longo da faixa de domínio das ferrovias, será obrigatória a reserva de
uma faixa não edificável de, no mínimo, 15 (quinze) metros de cada lado” (grifos nossos).
LEI Nº 14.287/2021
Ementa: Altera a Lei nº 8.989, de 24 de fevereiro de 1995, para prorrogar a isenção do Imposto
sobre Produtos Industrializados (IPI) na aquisição de automóveis de passageiros e
para estender o benefício para as pessoas com deficiência auditiva.
1.2. Comentário
A Lei nº 8.989, alterada pela Lei nº 14.287/2021, institui isenção do IPI aos automóveis de
passageiros de fabricação nacional, equipados com motor de cilindrada não superior a 2.000 cm³
(dois mil centímetros cúbicos), de, no mínimo, quatro portas, inclusive a de acesso ao bagageiro,
movidos a combustível de origem renovável, sistema reversível de combustão ou híbrido e elétricos,
quando adquiridos pelas pessoas arroladas no seu art. 1º.
Além disso, a Lei nº 14.287/2021 deu nova redação ao inciso IV do art. 1º da Lei nº 8.989/1995,
para estender a isenção instituída no caput a todas as
Também foi dada nova redação ao § 1º do mesmo art. 1º, que define pessoa com deficiência
para os fins da lei da seguinte forma:
Ressalte-se que foi incluído o § 1º-A ao art. 1º da Lei nº 8.989/1995, prevendo que
A Lei nº 14.287/2021 também revogou o § 2º do art. 1º da Lei nº 8.989/1995, que considerava
pessoa portadora de deficiência visual, para fins da concessão da isenção, aquela que apresenta
acuidade visual igual ou menor que 20/200 (tabela de Snellen) no melhor olho, após a melhor
correção, ou campo visual inferior a 20°, ou ocorrência simultânea de ambas as situações.
Por fim, foi alterado o valor máximo do automóvel a ser adquirido para a fruição da isenção na
hipótese do inciso IV, conforme se extrai da nova redação do § 7º do art. 1º da Lei nº 8.989/1995:
B) Ficam isentos do IPI os automóveis de passageiros de fabricação nacional, equipados com motor
de cilindrada não superior a 2.000 cm³ (dois mil centímetros cúbicos), de, no mínimo, quatro portas,
inclusive a de acesso ao bagageiro, movidos a combustível de origem renovável, sistema reversível
de combustão ou híbrido e elétricos, quando adquiridos por pessoas com deficiência física, visual,
auditiva e mental severa ou profunda e pessoas com transtorno do espectro autista, diretamente ou
por intermédio de seu representante legal.
C) A avaliação biopsicossocial para aferição da deficiência para fins de isenção do IPI, na hipótese de
ausência de regulamentação pelo Poder Executivo, será substituída por uma avaliação simplificada.
D) Para a concessão da isenção de IPI prevista na Lei nº 8.989/1995 é considerada pessoa portadora
de deficiência visual aquela que apresenta acuidade visual igual ou menor que 20/200 (tabela
de Snellen) no melhor olho, após a melhor correção, ou campo visual inferior a 20°, ou ocorrência
simultânea de ambas as situações.
E) A aquisição de automóvel de passageiros com isenção, pelas pessoas com deficiência, se aplica a
veículo novo cujo preço de venda ao consumidor, incluídos os tributos incidentes, não seja superior
a R$ 140.000,00 (cento e quarenta mil reais).
Alternativa correta: letra B. Trata-se do previsto no art. 1º, IV, da Lei nº 8.989/1995, com a
redação dada pela Lei nº 14.287/2021.
Demais alternativas:
Art. 9º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação e produzirá efeitos
até 31 de dezembro de 2026. (Redação dada pela Lei nº 14.287, de 2021.)
Alternativa D: Incorreta. Tal exigência estava prevista no art. 1º, § 2º, da Lei nº 8.989/1995,
dispositivo revogado pela Lei nº 14.287/2021.
Art. 1º (...)
Alternativa E: Incorreta. De acordo com o § 7º do art. 1º da Lei nº 8.989/1995, com redação dada
pela Lei nº 14.287/2021, na referida hipótese a aquisição com isenção somente se aplica a veículo
novo cujo preço de venda ao consumidor, incluídos os tributos incidentes, não seja superior a R$
200.000,00 (duzentos mil reais).
Art. 1º (...)
LC Nº 187/2021
Ementa: Dispõe sobre a certificação das entidades beneficentes e regula os procedimentos
referentes à imunidade de contribuições à seguridade social de que trata o § 7º
do art. 195 da Constituição Federal (CF/1988); altera as Leis nºs 5.172, de 25 de
outubro de 1966 (Código Tributário Nacional – CTN), e 9.532, de 10 de dezembro
de 1997; revoga a Lei nº 12.101, de 27 de novembro de 2009, e dispositivos das Leis
nºs 11.096, de 13 de janeiro de 2005, e 12.249, de 11 de junho de 2010; e dá outras
providências.
Data de publicação: 17.12.2021
Início de vigência: 17.12.2021
Link do texto normativo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp187.htm>
Destaques:
• Dispõe sobre os procedimentos referentes a fruição da imunidade das contribuições à
seguridade social de que trata o art. 195, § 7º, da CF/1988.
• Prorroga a validade dos certificados vigentes cujos requerimento de renovação não tenham
sido apresentados até a data de publicação desta lei complementar até 31 de dezembro do
ano subsequente ao do fim de seu prazo de validade.
2.2. Comentário
Trata-se de inovação legislativa que visou pacificar intenso debate jurídico acerca dos requisitos
para fruição da imunidade das contribuições sociais. Isso porque a Lei nº 12.101/2009, que até então
dispunha sobre a certificação das entidades beneficentes de assistência social, é lei ordinária, e o STF, no
RE nº 566.622/RS, fixou a tese de que a lei ordinária é inconstitucional para regulamentar a imunidade.
Mais recentemente, em fevereiro de 2021, o STF, ao apreciar os embargos de declaração da ADI nº
4.480, julgou e ratificou o entendimento anterior, no sentido da inconstitucionalidade de diversos
dispositivos da Lei nº 12.101/2009, que condicionavam contrapartidas para fruição da imunidade
das contribuições sociais das entidades atuantes na área de educação e/ou assistência social, já que
somente lei complementar poderia regular os requisitos para fruição da imunidade tributária tendo em
vista limitação constitucional ao poder de tributar constante do art. 146, II, da Lei Maior.
Assim, visando regulamentar definitivamente a matéria por meio de lei complementar, foi
aprovada a LC nº 187/2021, publicada no dia 17.12.2021, que dispõe sobre os requisitos e procedimentos
para fruição da imunidade das contribuições sociais de que trata o art. 195, § 7º, da CF/1988.
Para fazerem jus à imunidade de que trata o art. 195, § 7º, da CF/1988, dispõe o art. 3º da LC
nº 187/2021 que as entidades beneficentes devem atuar nas áreas da saúde, da educação e da
assistência social, serem certificadas nos termos da lei e atenderem, cumulativamente, aos seguintes
requisitos:
Obedecendo aos critérios específicos da sua respectiva área, a entidade deverá realizar o
credenciamento junto ao órgão competente, sendo que há alguns critérios comuns para todas as
entidades.
Na área da saúde, por exemplo, são exigidos os seguintes percentuais (art. 12 da LC nº 187/2021):
I – 20% (vinte por cento), quando não houver interesse de contratação pelo
gestor local do SUS ou se o percentual de prestação de serviços ao SUS for
inferior a 30% (trinta por cento);
I – bolsa de estudo integral a aluno cuja renda familiar bruta mensal per
capita não exceda o valor de 1,5 (um inteiro e cinco décimos) salário mínimo;
Quanto às entidades de assistência social, sendo essa uma atividade mais abrangente, a
lei divide a proporção mínima de gratuidades por segmento. Em relação às Instituições de Longa
Permanência, não poderá exceder a 70% a participação do idoso (art. 31, § 5º), e nas entidades
atuantes na redução de demandas de drogas, no mínimo 20% da sua capacidade devem ser em
atendimentos gratuitos (art. 33, V).
Além disso, para entidades de todas as áreas, a LC nº 187/2021 possibilita que desenvolvam
atividades que gerem recursos e, especialmente nas áreas de saúde e assistência social, inclusive
por meio de filiais, com ou sem cessão de mão de obra, de modo a contribuir com as finalidades
previstas no art. 2º, registradas segregadamente em sua contabilidade e destacadas em suas Notas
Explicativas (arts. 7º, § 2º, e 30).
A validade dos certificados concedidos nos termos da LC nº 187/2021 será de três anos,
contado da data da publicação da decisão de deferimento no DOU, com efeitos retroativos à data
de protocolo do requerimento para fins tributários (art. 36), desde que mantidas as condições que a
ensejaram (art. 38).
Quanto aos certificados vigentes, dispõe o art. 40, § 1º, da LC nº 187/2021 que a validade dos
certificados vigentes cujo requerimento de renovação não tenha sido apresentado até a data de
publicação da lei em questão, fica prorrogada até 31 de dezembro do ano subsequente ao do fim de
seu prazo de validade.
A) Para fruição da imunidade, as entidades beneficentes devem ser certificadas de acordo com o
disposto na Lei Ordinária nº 12.101/2009.
B) A entidade que atue em mais de uma dessas áreas deverá manter escrituração contábil segregada
por área e comprovar os requisitos específicos exigidos para cada área não preponderante.
Demais alternativas:
Alternativa A: Incorreta. A certificação para fruição de imunidade deve ser feita conforme
procedimento estabelecido na LC nº 187/2021. A Lei nº 12.101/2009, que até então dispunha sobre
a certificação das entidades beneficentes de assistência social, é lei ordinária, e o STF, no RE nº
566.622/RS fixou a tese de que a lei ordinária é inconstitucional para regulamentar a imunidade.
Mais recentemente, em fevereiro de 2021, o STF, ao apreciar os embargos de declaração da ADI nº
4.480, julgou e ratificou o entendimento anterior, no sentido da inconstitucionalidade de diversos
dispositivos da Lei nº 12.101/2009 que condicionavam contrapartidas para fruição da imunidade
das contribuições sociais das entidades atuantes na área de educação e/ou assistência social, já que
somente lei complementar poderia regular os requisitos para fruição da imunidade tributária tendo
em vista limitação constitucional ao poder de tributar constante do art. 146, II, da Lei Maior.
Alternativa B: Incorreta. A entidade que atue em mais de uma dessas áreas deverá manter
escrituração contábil segregada por área, de modo a evidenciar as receitas, os custos e as despesas de
cada atividade desempenhada (art. 6º, § 2º, da LC nº 187/2021), mas será dispensada da comprovação
dos requisitos específicos exigidos para cada área não preponderante, desde que o valor total dos
custos e das despesas nas áreas não preponderantes, cumulativamente, não supere 30% (trinta por
cento) dos custos e das despesas totais da entidade e não ultrapasse o valor anual fixado, nos termos
do regulamento, para as áreas não preponderantes (art. 35, § 3º, da LC nº 187/2021).
Art. 6º (...)
§ 1º A entidade que atue em mais de uma das áreas a que se refere o art.
2º desta Lei Complementar deverá manter escrituração contábil segregada
por área, de modo a evidenciar as receitas, os custos e as despesas de cada
atividade desempenhada.
Alternativa E: Incorreta. Nos termos do art. 37, § 1º, da LC nº 187/2021, “será considerado
tempestivo o requerimento de renovação da certificação protocolado no decorrer dos 360 (trezentos
e sessenta) dias que antecedem a data final de validade da certificação”.
MP Nº 1.079/2021
Ementa: Dispõe sobre a prorrogação excepcional de prazos de isenção, de redução a zero
de alíquotas ou de suspensão de tributos em regimes especiais de drawback.
• Prorroga por mais um ano os prazos de suspensão de tributos previstos nos atos
concessórios do regime especial de drawback de que trata o art. 12 da Lei nº 11.945/2009.
3.2. Comentário
De acordo com sua ementa, a medida provisória “dispõe sobre a prorrogação excepcional de
prazos de isenção, de redução a zero de alíquotas ou de suspensão de tributos em regimes especiais
de drawback”.
Já em relação aos prazos de suspensão de tributos previstos nos atos concessórios do regime
especial de drawback de que trata o art. 12 da Lei nº 11.945/2009, o art. 3º da medida provisória
dispõe que poderão ser prorrogados, em caráter excepcional, por mais um ano, contado a partir da
data do termo das respectivas prorrogações caso tenham na hipótese de terem sido prorrogados:
Ademais, a MP nº 1.079/2021 deu nova redação aos arts. 1º e 2º da Lei nº 14.060/2020, que
prorrogava os prazos de suspensão de pagamentos de tributos previstos nos atos concessórios do
regime especial de drawback que tenham sido prorrogados por um ano pela autoridade fiscal e que
tenham termo em 2020:
B) Poderão ser prorrogados por mais dois anos, na hipótese de terem sido prorrogados pela
autoridade competente.
C) Poderão ser prorrogados por mais um ano, na hipótese de terem sido prorrogados por um ano
pela autoridade competente.
Demais alternativas: