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Para entender o que são e como ven-

cer as distrações na oração, antes precisamos


entender:

01 o que é a oração,

02 qual a sua
importância
para nossa vida

03 e quais as condições
para que a nossa
oração realmente seja
atendida por Deus.

Pode parecer bobagem aprender sobre isso,


mas não é. Sem esses primeiros fundamentos é
impossível vencer essas batalhas na vida de ora-
ção.

2 COMO VENCER AS DISTRAÇÕES NA ORAÇÃO


“Sem mim nada
podeis fazer”, disse
Nosso Senhor.
O primeiro e o melhor
meio de adquirir as
virtudes e elevar-se
no amor divino é a
oração bem feita.

3 COMO VENCER AS DISTRAÇÕES NA ORAÇÃO


MAS, O QUE É A ORAÇÃO?
Nas palavras de São João Crisóstomo: “A ora-
ção é a âncora para os flutuantes, tesouro para
os pobres, remédio para os doentes e preserva-
tivo para os sãos”. A oração é um amparo seguro
para quem está em perigo de afundar, é um tesou-
ro de riquezas para quem é miserável, é um medi-
camento eficiente para os enfermos e um tônico
certo para nossa saúde.
Podemos ainda estabelecer três significados
de oração de acordos com alguns Santos Padres
da Igreja:

1. No seu significado mais extenso, diz São João


Damasceno, é uma elevação da alma para
Deus. Antes dele, Santo Agostinho havia ensi-
nado que a oração é um desejo da alma para
com Deus.
2. No sentido mais preciso, pode ser definida
como o pedido a Deus de coisas pertinen-
tes.

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3. Para esclarecer as relações mútuas que a
oração estabelece entre a alma e Deus, po-
de-se dizer que é um diálogo com Nosso
Senhor.
Juntando todos esses pontos de vista, que são
verdadeiros, podemos definir a oração como: uma
ascensão da alma para Deus, para prestar-lhe os
louvores devidos e pedir-lhe bênçãos, e com isso
crescer em santidade para glorificá-lo.
“A oração, nos diz São Gregório Nazianze-
no, é uma conversa com Deus”, portanto, estabe-
lecemos com Deus um verdadeiro diálogo quan-
do nos dirigimos a Ele e nos retiramos de todas
as ocupações habituais e colocamos toda a nossa
atenção em Deus.
Esse deve ser o movimento correto para uma
verdadeira oração, porque ninguém gosta de
conversar com alguém que não presta atenção ao
que está sendo dito, além de que, demonstra uma
grande falta de respeito e caridade.

5 COMO VENCER AS DISTRAÇÕES NA ORAÇÃO


6 COMO VENCER AS DISTRAÇÕES NA ORAÇÃO
QUAL A IMPORTÂNCIA
DA ORAÇÃO?
As primeiras graças que recebemos antece-
dem até mesmo as nossas orações. Tanto é verda-
de que até quem não reza recebe algumas graças
iniciais para assim poder corresponder a Deus,
como a vocação, o desejo de Deus ou de sentido,
etc. Pois, se assim não fosse, essas almas estariam
completamente abandonadas por Deus. Essas
graças são importantes para começar uma vida
espiritual, mas ainda é muito pouco, uma vez que
as graças mais importantes são concedidas por
meio da oração contínua. Por isso nos ensina San-
to Agostinho: “Deus dá algumas graças, como o
começo da fé, mesmo aos que não pedem; ou-
tras, como a perseverança, reservou para os que
pedem”.
A oração, portanto, é o meio necessário para
a salvação de nossa alma, por isso, saiba que, se
você não reza e é negligente com suas orações,
você está colocando a sua salvação em risco! Mas,
por que uma afirmação tão dura quanto esta? Para
que nos lembremos que “sem o auxílio de Deus,
não podemos resistir a tantos e tais inimigos.

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Ora, este auxílio divino só se consegue pela ora-
ção. Logo, sem oração, não há salvação” (Santo
Afonso de Ligório).
Santo Tomás ainda ensina que, “a oração é
necessária não para que Deus conheça as nos-
sas necessidades, mas para que nós fiquemos co-
nhecendo a necessidade que temos de recorrer a
Deus, para receber oportunamente os socorros
da salvação”. Nessa condição vemos que Deus é
tão sábio quanto justo, pois, a oração nos impe-
de de esquecer das nossas misérias, sobretudo, da
nossa pequenez que se revela na nossa incapaci-
dade de viver sem Deus. Assim, somos levados a
render justos louvores ao Senhor pela sua supre-
ma sabedoria, poder e bondade, aumentando em
nós a humildade, confiança e amor que devemos
sempre ter para com Deus.

8 COMO VENCER AS DISTRAÇÕES NA ORAÇÃO


9 COMO VENCER AS DISTRAÇÕES NA ORAÇÃO
QUAIS SÃO AS CONDIÇÕES
PARA UMA ORAÇÃO VÁLIDA?
Uma das diversas promessas de Nosso Se-
nhor Jesus Cristo a nós é: “Em verdade, em ver-
dade vos digo: se pedirdes alguma coisa a meu
Pai, em meu nome, Ele vo-lo dará”. (Jo 16, 23).
Segundo o Apóstolo São Tiago, muitos são os que
suplicam e não recebem, porque pedem mal: “Pe-
dis e não recebeis porque pedis mal”. (Tg 4, 3).
São Basílio, ao explicar as palavras de São
Tiago disse: “Pedes e não recebeis, porque tua
oração foi malfeita ou sem fé, sem devoção ou
desejo; ou porque pediste coisa que não se refe-
ria à tua salvação eterna, ou pediste sem perse-
verança”.
Muitas pessoas fazem suas orações, mas es-
tas não produzem frutos. E por quais motivos são
orações infrutíferas? Porque não se reza com pa-
ciência, humildade e caridade. Às vezes até se reza
muito, mas não se reza bem, e assim, a oração não
possui as condições necessárias para serem aten-
didas por Deus. Lembremos do que Nosso Se-
nhor disse aos judeus: “Este povo honra-me com

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os lábios, mas seu coração está longe de mim”
(Mt 15,8).
Antes de tudo, o valor da oração depende da
pureza de intenção, pois são os motivos que nos
fazem agir que dão valor às obras que praticamos.
Se os motivos que inspiram as nossas orações não
são bons, nenhum merecimento há neles. Por
isso, precisamos rezar pedindo sempre as graças
que edificarão a nossa alma, pedir sempre o que
é bom e agradável a Deus, com a reta intenção de
viver de acordo com a vontade divina.
Fazer a oração com humildade confere gran-
de poder à oração, pois, “Deus resiste aos sober-
bos, mas dá sua graça aos humildes” (Tg 4,6).
Para que as nossas orações sejam ouvidas por
Deus é necessário que a façamos com verdadeira
humildade, pois o Senhor repele as orações dos
orgulhosos, uma vez que eles que confiam em
suas próprias forças. Portanto, quando formos di-
rigir nossas orações e súplicas a Deus, devemos,
primeiramente, reconhecer nossas misérias e nos
humilharmos diante do Senhor reconhecendo
que nada podemos sem a Sua graça.
Além da pureza de intenção e da humilda-
de, também é necessária a verdadeira confiança e
convicção de que seremos atendidos por meio da

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oração. Por isso, de nada vale a oração que se faz
com desconfiança ou com medo de não ser aten-
dida. Precisamos aprender a se lançar nos braços
do Pai e colocar toda a nossa confiança nEle, pois,
do mesmo modo como for a nossa confiança em
Deus, assim também serão as graças derramadas
sobre nós. Nosso Senhor disse a seus discípulos:
“Tudo o que pedirdes na oração, crede que o
tendes recebido, e ser-vos-á dado” (Mc 11,24).
Por fim, sejamos perseverantes na oração,
pois a perseverança demonstra nossa humildade
e confiança na misericórdia de Deus. Portanto, se
queremos receber uma graça, não podemos desis-
tir da oração, devemos rezar sempre até que nos
seja alcançada a graça que necessitamos. Deus
pode dar a graça na primeira oração que fizermos,
mas também pode concedê-la apenas depois de
insistirmos muito na oração. E por que isso acon-
tece? Para que provemos a nossa fidelidade, para
que se exercite em nós a graça da perseverança,
pois necessitaremos dela para alcançar a salva-
ção eterna. Chegaremos à salvação, mas com esta
condição: desde que sejamos fiéis e perseverantes
na oração, até a morte.

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AS DISTRAÇÕES NA ORAÇÃO
É muito comum que no momento da oração
tenhamos alguma distração. Embora elas sejam
uma pedra de tropeço, as distrações fazem parte
da nossa luta espiritual do dia a dia. Elas podem
até se tornarem os maiores obstáculos para uma
boa oração. Por isso devemos travar uma luta, às
vezes árdua, para bem rezarmos com a devida
atenção.
Santa Teresinha teve as suas lutas contra as
distrações e escreveu sobre isso: “Eu também
tenho muitas [distrações], mas assim que dou
conta delas, eu oro por aquelas pessoas que
aparecem em meus pensamentos e desviam a
minha atenção, e, dessa forma, elas se benefi-
ciam das minhas distrações”.
Segundo o Padre Royo Marin, existem
dois tipos de distrações: a involuntária e
a voluntária.

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DISTRAÇÕES INVOLUNTÁRIAS

A distração involuntária não é culposa, quando


tomadas todas as cautelas e tendo se preparado para
oração, mesmo assim, a alma é surpreendida com al-
guma distração. Ou seja, esse tipo de distração não
são propositais, elas simplesmente acontecem, como
um mosquito, um barulho, uma dor que pode ten-
tar desviar a nossa atenção de Deus. Por isso, o Pa-
dre Adolphe Tanquerey afirma que elas “não cons-
tituem um obstáculo à oração na medida em quem
nos esforçamos para superá-las ou para reduzir sua
frequência, porque o próprio esforço mantém a nos-
sa alma orientada para Deus”.

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DISTRAÇÕES VOLUNTÁRIAS
Já as distrações voluntárias, segundo o Padre
Royo Marin, são causadas pela falta de organização
antes de começar a oração, geralmente ocorre quan-
do não arrumamos o local adequadamente, quando
iniciamos a oração com qualquer postura, quando
de fato não nos preparamos e rezamos de qualquer
jeito. Assim, é praticamente inevitável que ocorram
distrações, pois a alma não estará concentrada e mui-
to menos voltada de todo o coração para Deus. As
distrações voluntárias e recorrentes nascem da indi-
ferença e da falta de amor a Deus. 

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Para que a oração seja frutuosa não basta
que pronunciemos as palavras, é preciso colocar
a nossa atenção no que dizemos e, ainda mais, é
importante que estejamos atentos à presença de
Deus que ouve e fala conosco, e nos concentre-
mos no mistério que está sendo meditado. Por-
tanto, nas nossas orações precisamos aprofundar
os nossos níveis de atenção e colocar o nosso pen-
samento nessas três realidades:
1. Nas Palavras que se está falando.
2. Na verdade de fé que se está meditan-
do (Como, por exemplo, os mistérios do
terço)
3. Em Deus, que é uma pessoa real com
quem estamos conversando.

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COMO COMBATER
ESSAS DISTRAÇÕES?
O combate às distrações, quando realizado
com determinação é sempre muito meritório e
produz muitos frutos à alma. Por isso, para se evi-
tar principalmente as distrações voluntárias é ne-
cessário que haja uma preparação para a oração.
Antes de rezar, peça ao Espírito Santo que
prepare a tua alma, para que você esteja realmen-
te com o coração voltado para Deus. Querer rezar
bem sem se preparar é uma verdadeira presunção
de que Deus aceitará a sua oração de qualquer
modo.
O Padre Royo Marin nos ensina que é possí-
vel se livrar dessas distrações, por mais que não
seja fácil, com algumas dicas.
Se for as distrações involuntárias, leia e fale
em voz alta e até escreva as suas orações. Faça
também práticas devocionais sempre com o olhar
fixado a uma imagem de seu Santo de devoção.

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Já para as distrações voluntárias, é de grande
ajuda preparar antecipadamente o local, arrumar
a postura e determinar um tempo, além de uma
preparação prévia.

19 COMO VENCER AS DISTRAÇÕES NA ORAÇÃO


Que Nossa Senhora, Mãe Piedosa nos ensine
a rezar como agrada ao seu Filho Jesus e assim
crescer em santidade!

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