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Guia-Da-Ação Avaliativa
Guia-Da-Ação Avaliativa
da ação
avaliativa
Estratégias de avaliação diagnóstica
e formativa para uso durante as aulas
Expediente
REALIZAÇÃO AUTORES
Centro de Políticas Públicas e Avaliação Avaliação Formativa e a Base
da Educação da UFJF (CAEd/UFJF) Nacional Comum Curricular
Frente CONSED/UNDIME de Avaliação José Francisco Soares
Fundação Lemann
Atividades de múltipla escolha
Carlos Palacios
COORDENAÇÃO
Fundação CAEd/UFJF
Carlos Palacios
Leonardo Lapa Pereira Questões de resposta construída
Lina Kátia Mesquita de Oliveira Josiane Toledo
Renata Ferraz Fundação CAEd/UFJF
4 7 15 31 47 59 71
AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO ATIVIDADES DE ATIVIDADES RUBRICAS COM FOCO OBSERVAÇÃO E PORTFÓLIO
DIAGNÓSTICA FORMATIVA E A MÚLTIPLA ESCOLHA DE RESPOSTA NO SOCIOEMOCIONAL
COM FOCO NO E REGISTRO
REGISTRO EMEM
SALA DE
E FORMATIVA AVALIAÇÃO
BASE
E A BASE
NACIONAL CONSTRUÍDA SOCIOEMOCIONAL SALA
AULA DE AULA
NO RETORNO FORMATIVA
COMUM
NACIONAL EA
ÀS AULAS BASE NACIONAL
CURRICULAR
COMUM 16 Situações de uso 33 Situações de uso 49 Situações de uso 60 Situações de uso 73 situações de uso
PRESENCIAIS COMUM
CURRICULAR 17 Características 34 Características 52 A importância 61 Observações 74 O que contém
CURRICULAR
principais e partes principais e da devolutiva 62 Registros 76 Como elaborar
que compõem formatos pedagógica 63 Investigação
19 Habilidades 79 Exemplos e
39 R
oteiro básico 54 Como utilizar 63 Síntese
e níveis de instrumentos
para elaboração rubricas com foco 63 Balanço de
dificuldade dos instrumentos no socioemocional aprendizagem 80 Sugestões
20 Etapas e critérios 64 Avaliação de aula de leitura e
40 C
onsiderações 57 Exemplos e
referências
21 Outros formatos práticas para a instrumentos 65 Exemplos e
correção das instrumentos
23 Exemplos e 58 Sugestões
respostas
instrumentos de leitura e 70 Sugestões
41 Exemplos e referências de leitura e
30 Sugestões
instrumentos referências
de leitura e
referências 46 Sugestões
de leitura e
referências_4
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INTRODUÇÃO AO TEMA
Avaliação diagnóstica
e formativa no retorno
às aulas presenciais
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Diante disso, uma pergunta se faz fundamental: De modo a prestar apoio nesse processo, foi Também faz parte do percurso este Guia da
como verificar o impacto desse período de iso- desenvolvida a Plataforma de apoio à aprendi- ação avaliativa, que busca orientar os professo-
lamento social no desenvolvimento de habilida- zagem, com materiais de acolhimento e combate res de todas as áreas do conhecimento para a
des e competências nos diferentes componen- à Covid-19, priorização curricular alinhada a Base elaboração e aplicação de instrumentos avaliati-
tes curriculares? Nacional Comum Curricular (BNCC) e atividades vos. Trata-se de um material a ser utilizado tanto
de verificação da aprendizagem e orientações pe- em conjunto com as atividades disponibilizadas na
Lembremos o que diz o Parecer 11/2020 do CNE: dagógicas em Língua Portuguesa e Matemática, Plataforma, quanto em outras avaliações desenvol-
aberta a todas as redes públicas de ensino do país. vidas pela rede e pela própria escola.
“O planejamento da volta às aulas ocorre
em três frentes principais: acolhimento;
1. Parecer CNE 11/2020. Disponível em: https://www.cnm.org.br/cms/images/stories/Links/09072020_Parecer_CNE_CP11_2020.pdf
avaliações diagnósticas para identificar os
níveis de aprendizagem dos estudantes e,
a partir disso, estabelecer intervenções; a
reorganização do espaço Físico e a adoção
das medidas de higiene necessárias para
evitar a contaminação da COVID-19.”
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O presente Guia busca, portanto, orientar professo- Esta é uma ferramenta integrada à Plataforma de Sendo assim, o objetivo do Guia é apoiar a rea-
res especificamente para a realização de avaliações apoio à aprendizagem, mas que também pode ser lização das avaliações diagnósticas de retorno e
diagnósticas e formativas, conforme destacamos a acessada de forma independente, em PDF, como servir ao acompanhamento do percurso formati-
seguir, do item 7.3 do referido Parecer do CNE: um material de apoio da rotina do profissional que vo dos estudantes na volta às aulas presenciais.
deseja apropriar-se de diferentes instrumentos de Espera-se, com isso, que o processo avaliativo seja
avaliação e utilizá-los em sua prática pedagógica. cada vez mais incorporado ao ensino e à apren-
“Avaliação diagnóstica e formativa dos Seja para elaborar suas próprias atividades, seja dizagem, de modo que o seu foco seja sempre o
alunos no retorno às aulas presenciais busca para inteirar-se das etapas do processo avaliativo. desenvolvimento integral do estudante. ■
avaliar o que o aluno aprendeu e quais as O Guia da ação avaliativa traz orientações sobre
lacunas de aprendizagem. Recomenda-se diferentes modelos de avaliação que podem ser Boa leitura!
que as avaliações sejam realizadas pelas utilizados em sala de aula, sendo eles:
escolas e utilizem questões abertas, além
dos testes de múltipla escolha, podendo ⊲⊲ Atividades de múltipla escolha,
ocorrer de vários modos: ⊲⊲ Atividades de resposta construída,
⊲⊲ Rubricas com foco no socioemocional,
[...] Utilização de portfólio, onde registram-se
⊲⊲ Observação e registro em sala de aula e
as evidências de aprendizagem que poderão
⊲⊲ Portfólio.
subsidiar a avaliação formativa
[...] Avaliação formativa para identificar Essas metodologias são complementares e podem
quais competências e habilidades foram ser mobilizadas para avaliar todos os componen-
desenvolvidas pelos alunos durante o tes curriculares e as dez competências gerais da
período de isolamento, como os alunos BNCC, incluindo elementos socioemocionais.
lidaram com as atividades não presenciais,
quais as dificuldades encontradas;”
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INTRODUÇÃO AO TEMA
Avaliação formativa
e a Base Nacional
Comum Curricular
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APRENDIZAGEM
E A BNCC
A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR são sintetizados na BNCC por meio de dez com-
(BNCC) é composta por textos conceituais, seguidos petências gerais.
de um conjunto de objetivos de aprendizagem que O primeiro domínio contempla conhecimentos
definem aquilo que é essencial que todos os estu- fundamentais das diferentes áreas, entre os quais
dantes aprendam ao fim do seu percurso escolar. está, por exemplo, a Leitura. Além desses, há tam-
Para definir as aprendizagens essenciais, a bém os conhecimentos interdisciplinares, cada dia
BNCC considerou as necessidades dos estudan- mais necessários, e os processuais, conhecimen-
tes brasileiros para acessar uma vida plena no sé- tos sobre algo que é feito e como é feito.
culo XXI, um período marcado por volatilidade, in- O segundo grupo de aprendizados é o das ha-
certeza, complexidade e ambiguidade. As lições bilidades, ou seja, aprendizados que podem ser
de mudanças curriculares realizadas por diversos usados em quaisquer situações. Os estudantes
países e as discussões no âmbito do projeto Edu- precisarão, em suas vidas, resolver problemas em
cação2030 das Nações Unidas foram também diversos contextos e, para isso, precisarão de ha-
consideradas. bilidades cognitivas e metacognitivas, que englo-
As aprendizagens essenciais partem do prin- bam pensamento crítico, criatividade e a capacida-
cípio de que, para atender às demandas comple- de de aprender; habilidades sociais e emocionais,
xas da vida cotidiana, do exercício da cidadania como empatia, autoeficácia e colaboração; além
e do mundo do trabalho, os estudantes devem de habilidades práticas e físicas.
mobilizar aprendizados em três grandes domí- Por sua vez, o uso de conhecimentos e ha-
nios: conhecimentos, habilidades e atitudes, que bilidades é mediado por um terceiro grupo de
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AVALIAÇÃO FORMATIVA:
OBJETIVOS, FINALIDADES
E CARACTERÍSTICAS
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Preparar Fornecer
discussões, devolutivas
tarefas e que ajudem
atividades que os estudantes
evidenciam o
PROFESSOR aprendizado
OU PROFESSORA
Compreender
Cada estudante deve ser fonte
e introjetar os
de aprendizado para seus colegas
objetivos de
aprendizagem
TURMA
ESTUDANTE
Fonte: Adaptado de Wiliam, Dylan. Embedded formative assessment. Solution Tree Press, 2011.
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ONDE O ESTUDANTE
DEVE CHEGAR?
COM FREQUÊNCIA, os documentos curricula- O verbo da frase que expressa cada objetivo de
res de sistemas de ensino e escolas consistem em aprendizagem indica a ação que deve ser realizada
meras listagens, o que não permite a construção com conhecimentos, habilidades e atitudes, para a
de uma compreensão da equipe escolar sobre o solução de um dado problema. A reflexão sobre o
sentido pedagógico de cada objetivo. Por isso, é verbo de cada objetivo é particularmente importan-
necessário construir uma descrição do significado te, pois o processo cognitivo, que o verbo encap-
de cada um, preferencialmente por meio de uma sula, define a forma de organização das atividades
atividade coletiva com toda a equipe. didáticas e das avaliações. No exemplo acima, uma
Um exemplo ajuda na compreensão. Nos currícu- aula centrada em capacitar os estudantes a “distin-
los de Língua Portuguesa, é comum encontrar um ob- guir” é diferente de uma aula para “caracterizar”.
jetivo similar a “Distinguir fato de opinião”, essencial Como o objetivo de aprendizagem consiste em
para a leitura crítica de textos nas mídias sociais. Esse uma afirmativa sobre o aprendizado, sua compre-
objetivo assume que os estudantes já sabem caracte- ensão só é completa depois que forem estabele-
rizar conceitualmente o que é um fato, isto é, algo que cidos critérios para verificar se o estudante atin-
pode ser provado como falso ou verdadeiro; ou uma giu o objetivo esperado. Portanto, nesse exemplo,
opinião, que é expressada a partir de sentimentos e a evidência consiste em produzir a comprovação
não pode ser classificada como falsa, nem como ver- empírica que caracteriza o fato, o que assume uma
dadeira. Além disso, antes de saber distinguir, os es- forma específica em cada situação.
tudantes devem ser capazes de identificar as marcas
linguísticas usadas para expressar os conceitos.
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ONDE O ESTUDANTE
ESTÁ?
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COMO OS PROFESSORES, usando o conhecimento tanto, esta etapa nada mais é do que uma orien-
dos objetivos de aprendizagem, dos critérios de tação para o estudante, sobre como preencher as
PROGREDIR? verificação, das tarefas propostas e das respostas lacunas encontradas.
dos estudantes, devem definir quais conhecimen- Finalmente, o professor ou a professora deve
tos ou habilidades precisam ser reforçados e quais usar todas as informações coletadas para reorien-
estudantes ainda necessitam desenvolvê-los. Por- tar e adequar o seu trabalho pedagógico.
CONCLUSÃO A AVALIAÇÃO FORMATIVA é um processo rer na prática da sala de aula. Deve-se ressaltar
contínuo que ocorre junto ao trabalho de ensino e que nem todas as etapas descritas anteriormente
consiste na coleta e na interpretação de evidências estarão presentes em todas as suas manifesta-
sobre a conquista de objetivos de aprendizagem. ções. O núcleo do conceito é verificar o apren-
Ela coloca os estudantes no centro do processo, dizado e, imediatamente, usar o conhecimento
pois o foco é a evolução do seu aprendizado; além adquirido com a verificação para ajudar o estu-
disso, a avaliação formativa exige também a parti- dante na melhoria de seu aprendizado. Ao acom-
cipação do aluno, seja na compreensão dos crité- panhar a aprendizagem daquilo que deve ser en-
rios utilizados e no desempenho alcançado, seja sinado, a avaliação formativa também fortalece a
no processo de autoavaliação. implementação do currículo. E, a partir das evi-
As próximas seções do Guia mostram como as dências obtidas, dá suporte ao trabalho de pro-
etapas de uma avaliação formativa podem ocor- fessores e gestores. ■
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INSTRUMENTOS AVALIATIVOS
Atividades de
múltipla escolha
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SITUAÇÕES
DE USO
ATIVIDADES DE MÚLTIPLA ESCOLHA são o mitem que o profissional elabore, aplique e corrija,
tipo de instrumento mais utilizado para compor ava- em um curto espaço de tempo, testes que verifi-
liações e testes em larga escala. A razão se deve a quem o desenvolvimento de habilidades previstas
algo bastante simples, que é a facilidade com que no currículo de um determinado ano escolar e área
os resultados podem ser gerados e processados, do conhecimento.
dado que a sua correção é absolutamente objeti- Por outro lado, essa praticidade só conduzirá a
va: basta verificar se o estudante marcou a alterna- uma melhora do aprendizado se os testes forem
tiva correspondente ao gabarito. elaborados de acordo com critérios de qualida-
Essa mesma praticidade também vale para o de bem estabelecidos. Sendo assim, abordaremos
trabalho do professor ou da professora em sala de aqui os principais métodos para a construção de
aula. Embora seja indispensável o uso de outros atividades de múltipla escolha para fins de avalia-
formatos de avaliação, como aqueles abordados ção com foco no desenvolvimento do estudante.
neste Guia, as atividades de múltipla escolha per-
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PRINCIPAIS E PARTES
Leia o texto abaixo.
QUE COMPÕEM
CANÇÃO DO EXÍLIO
ENUNCIADO
Minha terra tem palmeiras,
NO MODELO DE ATIVIDADES de múltipla Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
escolha – cujo nome também pode ser item de Não gorjeiam como lá.
resposta selecionada ou questão objetiva –, o
5 Nosso céu tem mais estrelas,
estudante realiza um percurso cognitivo a par-
Nossas várzeas têm mais flores,
tir de algum estímulo. Com base nesse percurso, SUPORTE
Nossos bosques têm mais vida,
ele seleciona uma das alternativas apresentadas. Nossa vida mais amores.
Caso escolha a alternativa correta, ele terá acer- Em cismar – sozinho – à noite –
tado a questão e demonstrado dominar a habi- 10 Mais prazer encontro eu lá;
lidade; caso contrário, será estimado que ainda Minha terra tem palmeiras;
Onde canta o Sabiá.
não a desenvolveu.
Para que a atividade cumpra bem essa função, [...]
é importante que cada uma de suas partes esteja
DIAS, Gonçalves. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/can-
bem elaborada. O exemplo a seguir pode nos aju- COMANDO cao-do-exilio-de-goncalves-dias/>. Acesso em: 02 ago. 2020.
dar a entender melhor esse processo.
Nesse fragmento de poema, ao falar
de sua terra de origem, o eu lírico
DISTRATOR A) critica o povo.
GABARITO B) exalta a natureza.
DISTRATOR C) glorifica uma conquista.
DISTRATOR D) lamenta um amor perdido.
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Vamos falar primeiro da estrutura dessa ativi- nal, dentre diversos outros – os quais devem ter os O quarto e o quinto elementos são os distratores
dade. O elemento com o qual temos um contato direitos autorais respeitados e referenciados. e o gabarito. Os distratores são as alternativas in-
inicial é o enunciado. Ele é a primeira instrução O terceiro elemento é o comando, que é o estí- corretas, de modo que qualquer alternativa que não
do problema a ser resolvido e é utilizado quando mulo que direcionará o estudante à sua resposta. seja um gabarito é um distrator. O distrator é uma das
há necessidade de direcionar o estudante para a Ele pode ser elaborado em formato de pergunta partes mais importantes na hora da elaboração da
leitura de um texto, como neste caso, ou realizar ou, como no nosso exemplo, de sentença a ser atividade, pois deve ser plausível, de tal maneira que
uma breve contextualização a respeito das per- completada. o estudante não o descarte por conta de algum con-
guntas que serão feitas. teúdo absurdo, ao mesmo tempo em que seu conte-
O segundo elemento é o suporte, que nesse údo precisa, sem sombra de dúvida, estar incorreto.
exemplo é o poema “Canção do Exílio”. Assim como ATENÇÃO! Por último, o gabarito é a alternativa correta da
o enunciado, o suporte também não é uma parte obri- É importante evitar comandos muito longos atividade. Tal qual os distratores, um gabarito não
e pouco claros, ou que apresentem termos
gatória da atividade, de forma que se faz necessário pode dar margem para que a sua correção seja
na negativa, para que o aluno não se
apenas quando a atividade exige interpretação de confunda; ou que peçam para que seja questionada. Além disso, nem o gabarito e nem o
algum texto ou uma contextualização maior para que identificava a alternativa incorreta em distrator devem se destacar em relação às demais
o problema seja resolvido. Ele pode ser criado pelo vez da correta – afinal, queremos avaliar alternativas, para que não atraiam excessivamen-
professor ou pela professora – no caso de gráficos a capacidade do estudante de indicar o te a atenção do aluno. Sendo assim, na hora de
e tabelas – e retirado de livros, periódicos e meios percurso certo, não o errado. redigir as alternativas, procure seguir uma mesma
digitais – no caso de contos, poemas, fragmentos de estrutura, com sintaxe e tamanhos semelhantes,
romance, artigos, notícias, verbetes, tirinhas de jor- como no exemplo de atividade apresentada.
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HABILIDADES E NÍVEIS
DE DIFICULDADE
AGORA, VAMOS FALAR mais especificamente se, no exemplo apresentado, o suporte fosse um ples e familiar; o mesmo vale para um suporte de
do conteúdo de uma atividade de múltipla escolha. poema pouco familiar, de linguagem mais rebus- Ciências da Natureza que consista na imagem de
No exemplo, é avaliada a habilidade de Língua Por- cada, a atividade provavelmente se tornaria mais uma cadeia alimentar com seres vivos que não fa-
tuguesa que diz respeito à inferência de informa- complexa para o estudante. A escolha das alter- zem parte do contexto do aluno.
ções que não estão explícitas no texto. Habilidades nativas tem também o mesmo efeito: se o gabarito Tudo isso nos leva a uma regra fundamental que
como essa estão presentes na Base Nacional Co- fosse alterado para “manifesta um sentimento ufa- deve sempre nortear a elaboração de qualquer ins-
mum Curricular (BNCC) e nas Matrizes de Referên- nista”, é bem possível que os estudantes encon- trumento avaliativo: todos os elementos de uma
cia dos sistemas de avaliação. Um ponto importante trassem maior dificuldade, dada a menor familiari- atividade devem ser construídos tendo em vista
a ser ressaltado é que cada atividade deve avaliar dade com o termo “ufanista”. o nível de dificuldade desejado, além de estarem
somente uma habilidade, de forma que seja pos- Isso vale para qualquer outra área do conheci- de acordo com a etapa de ensino do estudante.
sível estimar, com base em seu acerto ou erro, se o mento. Por exemplo, uma habilidade de Matemá- Não se deve, portanto, aplicar uma atividade fácil
estudante já a desenvolveu ou não. tica que avalie leitura de gráficos se tornará mais ou difícil com o intuito apenas de ajudar ou punir o
Outro ponto relevante é compreender as gra- difícil se a atividade utilizar, como suporte, um grá- aluno. A razão deve estar associada a uma informa-
dações de dificuldade de uma habilidade. Assim fico com uma complexidade maior de informações; ção que será importante para o seu trabalho peda-
como existem habilidades simples e habilidades em Ciências Humanas, uma atividade que conte- gógico em sala de aula, que é verificar se o estudan-
complexas, cada uma possui também diferentes nha um texto de um teórico do século XVIII tem te alcançou determinado nível de aprendizagem.
níveis de dificuldade. Um suporte menos acessível chances de ser mais difícil que outra que avalie a
torna automaticamente uma habilidade mais difícil: mesma habilidade, mas possua um suporte sim-
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ETAPAS
E CRITÉRIOS
O PONTO DE PARTIDA para elaborar uma ati- te que um suporte desnecessário pode confundir o formato quanto de nível de complexidade, de tal ma-
vidade de múltipla escolha tradicional é escolher a aluno e prejudicar a qualidade do instrumento. neira que depois seja possível identificar quais textos
habilidade que será avaliada, o que pode ser feito A partir daí, deve-se prosseguir para a elabora- precisam ser mais trabalhados em sala de aula. Isso
a partir da BNCC, da Matriz de Referência do siste- ção de um comando que induzirá o estudante a também vale para as habilidades: tente abarcar uma
ma de avaliação ou do currículo da rede. Caso sua realizar um percurso cognitivo em torno da habi- quantidade razoável delas, que possibilite depois,
área do conhecimento seja Língua Portuguesa ou lidade avaliada; por fim, o percurso esperado de- a partir dos resultados, a criação de um mapa mais
Matemática, você encontra, na seção Habilidades verá coincidir com uma das alternativas apresenta- completo da aprendizagem de seus estudantes.
prioritárias da BNCC desta Plataforma, uma lista das, que é o gabarito. É importante também que um teste contenha
de habilidades que devem receber mais atenção Ao construir os distratores, procure pensar em atividades com diferentes níveis de dificuldade.
em cada ano escolar. caminhos possíveis e plausíveis que estudantes Um teste muito difícil pode desestimular o estudan-
Após selecionada a habilidade, você deverá re- que ainda não desenvolveram a habilidade pode- te e prejudicar o processo avaliativo; o mesmo vale
fletir se a atividade será contextualizada, o que rão percorrer, e fuja sempre das “pegadinhas”, que para um teste muito fácil, que poderá focar somente
pode se dar por meio de um suporte. Um bom crité- em nada ajudam no processo avaliativo. Quando naquilo que já aprenderam. O tamanho também me-
rio para essa escolha é estabelecer um nível de difi- redigir o gabarito, seja claro e evite ambiguidades. rece atenção, pois, um teste muito extenso pode fa-
culdade e complexidade desejado, ou verificar se o Durante a construção de um teste com diversas zer com que o estudante fique cansado e não con-
estudante precisa de alguma informação adicional atividades, procure diversificar, principalmente no siga concentrar-se plenamente na resolução das
para responder à questão. Porém, tenha em men- que diz respeito aos suportes, tanto em termos de atividades, ou, até mesmo, opte pelo “chute”.
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ATIVIDADE DE MÚLTIPLA
ESCOLHA DE FÍSICA
ETAPA 2EM
HABILIDADE Compreender
o calor como forma de
transferência de energia.
TAREFA Reconhecer que
dois blocos com temperaturas
diferentes, quando postos
em contato, trocam calor
entre si até atingirem
o equilíbrio térmico.
GABARITO B
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ATIVIDADE DE MÚLTIPLA
ESCOLHA DE QUÍMICA
ETAPA 2EM
HABILIDADE Compreender a
cinética de reações químicas.
TAREFA Identificar, a partir
da análise de uma fotografia,
a maneira como a temperatura
influi na velocidade da
ocorrência de uma reação
de efervescência de um
comprimido de vitamina C
em água.
GABARITO A
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avaliativa
ATIVIDADE DE MÚLTIPLA
ESCOLHA DE MATEMÁTICA
ETAPA 8EF
HABILIDADE (EF08MA13)
Resolver problemas que
envolvam grandezas
diretamente ou inversamente
proporcionais, por meio de
estratégias variadas.
TAREFA Utilizar
proporcionalidade direta entre
duas grandezas na resolução
de problema.
GABARITO D
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avaliativa
ATIVIDADE DE MÚLTIPLA
ESCOLHA DE LÍNGUA
PORTUGUESA
ETAPA 9EF
HABILIDADE Identificar o
objetivo comunicativo de
um texto com base na sua
estrutura e seu conteúdo.
TAREFA Identificar o objetivo
comunicativo de uma
reportagem.
GABARITO D
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avaliativa
ATIVIDADE DE MÚLTIPLA
ESCOLHA DE HISTÓRIA
ETAPA 9EF
HABILIDADE Identificar
diferentes abordagens
existentes em fontes
históricas diversas.
TAREFA Identificar a construção
do conhecimento histórico
relacionado a escravidão da
população negra, no Brasil do
final do século XIX, através de
uma fotografia daquele contexto.
GABARITO B
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avaliativa
ATIVIDADE DE MÚLTIPLA
ESCOLHA DE GEOGRAFIA
ETAPA 1EM
HABILIDADE Identificar os
diferentes tipos de biomas
brasileiros.
TAREFA Identificar a
espacialidade do bioma da Mata
Atlântica por meio da associação
entre uma imagem da paisagem
desse bioma e um mapa sobre
a espacialidade dos biomas
brasileiros.
GABARITO D
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Instrumentos
Para os componentes de Matemática e Língua Portuguesa é possível encontrar
Atividades de verificação da Aprendizagem para o Ensino Fundamental e
Médio em https://apoioaaprendizagem.caeddigital.net/
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INSTRUMENTOS AVALIATIVOS
Atividades de
resposta construída
resposta construída
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avaliativa
SITUAÇÕES
DE USO
UMA QUESTÃO de resposta construída visa ob- será desenvolvida para atingir o objetivo estabe- Um caminho para orientar essas escolhas resi-
ter mais informações acerca do desenvolvimento lecido pela atividade. de em consultar na Plataforma as habilidades da
de habilidades associadas a um dado conteúdo Para se saber, concretamente, quais habilida- BNCC elencadas como prioritárias para a etapa.
curricular, permitindo ao professor ou à professora des a serem trabalhadas empregando questões de Nesse sentido, as questões de resposta cons-
o acesso à produção efetiva do aluno. resposta construída, é importante o conhecimen- truída podem contribuir para avaliar mais ade-
De modo geral, tanto uma atividade de respos- to do currículo da etapa de escolaridade, sua arti- quadamente processos cognitivos complexos,
ta construída quanto uma de múltipla escolha po- culação com a BNCC e de que modo a habilidade além de ajudar a visualizar aspectos importantes
dem avaliar habilidades e conteúdos semelhan- e o conteúdo abordados podem ser pré-requisito do desempenho estudantil, de modo que se possa
tes, tudo dependerá do modo como a questão para as aprendizagens subsequentes. realizar intervenções pedagógicas mais eficazes.
*
Feitas tais considerações, o professor ou a professora poderá estruturar as atividades
de resposta construída que melhor se adequam à realidade de seus planos de aula,
da turma, da escola, enfim, dos objetivos de aprendizagem a serem alcançados.
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CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
E FORMATOS
AS ATIVIDADES de respostas construídas são diferença implicará no tipo de correção a ser realização de atividades e/ou de um teste,
assim denominadas, pois exigem que, a partir de executada e mesmo nas condições de aplicação. que podem dizer respeito, por exemplo, ao
um comando, uma instrução, ou seja, um dado estí- tempo de aplicação de uma questão específica
mulo, o aluno construa sua resposta. Uma questão ⊲⊲ Instrução / Comando ao Respondente: pode ou do teste como um todo. Tais orientações
de resposta construída ou aberta deve apresentar se concretizar em uma única frase ou em uma devem ser claras e o mais completas possível,
alguns elementos que são considerados universais: sequência mais longa de instruções sobre a de modo que, ao se realizar a correção, não
natureza do que se deseja avaliar. paire dúvidas sobre o desempenho.
⊲⊲ Conteúdo e demanda cognitiva: o conteúdo
tratado na questão pode ser objetivo, com ⊲⊲ Condições de execução: são definidas ⊲⊲ Chaves e critérios de correção:
resposta em termos de certo ou errado, ou por quem elabora os itens e serve para os critérios de correção e pontuação
subjetivo, cuja resposta exigirá uma avaliação estruturar os testes. Essas condições devem ser estabelecidos quando da
detalhada de um corretor/avaliador. Essa envolvem, portanto, orientações para elaboração da questão e do teste.
*
Para se garantir uma boa análise acerca das aprendizagens dos alunos, é preciso que as questões
de resposta construída sejam claras, de modo a certificar que o aluno compreenda a tarefa que lhe
foi proposta e que todos os requisitos para resposta estejam bem descritos. Além disso, a chave de
correção deve ser consistentemente estruturada para garantir a devida interpretação da resposta.
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RESPOSTA CURTA A PARTIR DE UMA RESPOSTA CURTA RESPOSTA CURTA QUE EXIGE O
IMAGEM: essa atividade é bastante utilizada COM SITUAÇÃO PROBLEMA: CONHECIMENTO DE FATOS, PODENDO,
no processo de alfabetização. EM ALGUNS CASOS, HAVER MAIS DE
UMA PERGUNTA RELATIVA AO FATO:
Escreva o nome da figura que você vê. Se um chocolate custa 1 real A respeito da Primeira Guerra Mundial,
e Ana vai comprar 5 chocolates, responda à seguinte questão:
quanto ela vai pagar no total?
A) Qual fato foi responsável pelo
ESSE
início da Primeira Guerra Mundial?
COMANDO ORIENTAÇÕES
É LIDO PELO
PROFESSOR
Resposta: 5 reais PARA RESPONDER
À QUESTÃO
OU PELA
PROFESSORA
Resposta:
O assassinato do arquiduque
Francisco Ferdinando.
ou
O assassinato do herdeiro do trono
do Império Austro-húngaro.
ou
Resposta: BOLA
O assassinato de Francisco Ferdinando,
arquiduque do Império Austro-húngaro.
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avaliativa
PREENCHIMENTO DE LACUNAS: costuma CLOZE: nesse tipo de atividade, o aluno intervém no pois exige que o aluno reconheça o sentido
envolver uma única frase com um ou dois espaços corpo do texto, que possui alguns termos suprimidos. do contexto e acesse seu léxico mental de modo
em branco. Normalmente, avalia a recordação a preencher a lacuna.
Escolhe-se um texto, no qual palavras são substituídas
de um conhecimento, tratando-se, pois, de um
por uma lacuna. Trata-se uma atividade que pode No exemplo a seguir, foram apagadas todas
processo com baixa demanda cognitiva. Para
ser utilizada para avaliar compreensão e fluência de as sétimas palavras em sequência no texto.
esse tipo de abordagem, as questões de múltipla
leitura, e que se associa ao domínio de vocabulário, A resposta correta encontra-se entre parênteses:
escolha são mais recomendadas.
O Arcadismo brasileiro sofreu forte Desenhos são uma fonte de informação ______ (e) uma maneira especial de obter
influência do ____________________. revelações ________ (sobre) a mente. Diferentes disciplinas, como a ________
(psicologia), a educação e as artes, buscaram __________ (investigar) essa atividade.
Muitos pesquisadores concordam que ________ (os) desenhos são uma importante
Resposta: Iluminismo forma de _________ (expressão) utilizada pelas crianças para comunicar naturalmente
________ (os) seus pensamentos, suas emoções e a ________ (maneira) de ver o
mundo ao seu _______ (redor).
STUDART, Denise Coelho. Conhecendo a experiência museal das crianças por meio de desenhos.
In: MASSARANI, Luisa (ed). Ciência e criança: a divulgação científica para o público infanto-juvenil.
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avaliativa
Essas atividades adequam-se à avaliação de Para atividades que exigem a produção de um texto,
demandas cognitivas mais complexas, refletindo podemos ter a elaboração de uma Redação / um
a habilidade do aluno e sua capacidade de ensaio ou uma resposta estruturada em poucas
desenvolver um raciocínio crítico, de modo que sentenças, geralmente, em um parágrafo. Essas
exigem chave de correção. Nelas, o aluno pode questões são muito comuns na área de Linguagens
demonstrar a capacidade de articular informações, e Ciências Humanas.
posicionar-se, expressar-se oralmente ou por escrito.
Nesse tipo de atividade, mesmo com maior liberdade
Neste capítulo, iremos nos concentrar em formatos para executar a tarefa, o aluno é conduzido para tal
de atividades que exigem uma produção escrita. por meio de orientações claras que lhe permitam
Assim, para elaboração e correção de questões compreender qual tipo de raciocínio deve elaborar
de resposta construída que solicitam ao aluno e qual conhecimento está sendo solicitado.
desenvolver um texto, é fundamental compreender
que a escrita:
1. é um produto de um dado escritor (aluno) ELABORAÇÃO DE COMANDOS / ENUNCIADOS PARA PRODUÇÃO DE UMA REDAÇÃO
destinado a um certo público (que pode ser
apenas o professor ou a professora, como
Deve-se se ter muita atenção à construção do comando e dos estímulos
comumente o é nas redações escolares, ou
apresentados que podem ser apenas uma frase, mas também ser um parágrafo,
a banca de correção, como no caso do ENEM);
além de vir acompanhados de textos não verbais. Um bom comando deve:
2. apresenta aspectos associados ao seu traçado
• mostrar com clareza o processo a ser seguido: descrever, narrar,
(aspectos fechados), aquisição do código
argumentar, analisar, persuadir, informar ou analisar, por exemplo;
e aspectos relacionados ao conteúdo
• indicar um tempo limite para a execução da tarefa;
e à criatividade (aspectos abertos).
• sugerir a extensão da resposta, podendo limitar o número de linhas ou parágrafos.
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Por se tratar de um enunciado para elaboração ASSIS, Machado. Helena. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000079.pdf>.
de uma narrativa, pode-se solicitar a produção Acesso em 07 ago. 2020
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avaliativa
PARA SE ESCOLHER o formato da atividade de ALGUMAS DIRETRIZES PARA QUE SE POSSA ELABORAR QUESTÕES DE RESPOSTA
CONSTRUÍDA DE MODO A SE OBSERVAR AS APRENDIZAGENS DOS ALUNOS:2
resposta construída a ser trabalhada na sala de aula,
é fundamental que o procedimento seja bem defini-
do pelo professor ou pela professora, que pode se Preocupações de conteúdo
orientar por algumas perguntas guia, tais como: 1. Tenha clareza sobre o domínio de conhecimento e habilidades a serem avaliados.
2. Certifique-se de que o formato seja apropriado para a demanda cognitiva pretendida.
3. Procure garantir comparabilidade da construção entre as tarefas.
⊲⊲ Quais resultados desejo observar com essa
questão ou a avaliação como um todo? Formatação e preocupação de estilo
⊲⊲ Quais conteúdos podem ser ou serão Aa 4. Edite e verifique as instruções das questões.
escolhidos para serem avaliados?
⊲⊲ Será uma atividade individual ou em grupo? Escrever as instruções/comando
⊲⊲ Que materiais, recursos, os alunos terão 5. Defina claramente as orientações, expectativas
para o formato de resposta e demandas de tarefas.
acesso para executar a tarefa a ser proposta?
6. Forneça informações sobre os critérios de pontuação.
7. Evite exigir suposições implícitas; evite recursos irrelevantes
para a realização das tarefas.
Preocupações de contexto
8. Considere a diversidade cultural e a acessibilidade.
9. Certifique-se de que a complexidade linguística é adequada para a etapa
2. HALADYNA, Thomas M. e RODRIGUEZ, Michael C. Developing de escolaridade à qual a atividade se destina.
and Validating Test Items. New York, Routledge, 2013, p.213.
(Tradução e adaptação nossa).
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A CONSTRUÇÃO das chaves de correção para ⊲⊲ Chave de correção holística: considera-se VANTAGENS DA CORREÇÃO ANALÍTICA:
esses tipos de questões devem levar em conside- o desempenho de modo que todas
ração o conteúdo, o processo cognitivo demanda- os componentes da escrita, da resposta, • Por descrever cada componente
do e a natureza da tipologia suscitada pelo enun- são consideradas de modo integrado. a ser avaliado, indicando a gradação
ciado. Essas chaves de correção são guias para se Esse tipo de chave de correção está mais e a pontuação correspondentes,
pode-se minimizar a subjetividade
avaliar e pontuar a tarefa demandada na atividade. sujeita à subjetividade do avaliador/corretor
do avaliador/corretor.
Para isso, pode ser realizada uma correção holísti- da atividade. • O processo de correção detalhada
ca ou analítica. Vejamos o que caracteriza cada um da resposta do aluno torna-se uma
desse tipo de chave de correção. ⊲⊲ Chave de correção analítica: caracteriza-se oportunidade bastante sólida para se
por trazer um conjunto de elementos que conhecer seu desempenho, pontos
são avaliados de modo independente, que fortes e fragilidades, de modo a se ter
um diagnóstico dos aspectos que ainda
apresentam diferentes gradações de acerto.
precisam ser trabalhados, recuperados
Um exemplo desse tipo de chave de ou aprofundados.
correção é a matriz de competências
para redação do Enem. A correção analítica é, nesse sentido,
mais adequada em termos de avaliação
formativa da aprendizagem.
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Conceito Descrição
B O estudante escreveu uma frase (ou um texto) com POUCA PLAUSIBILIDADE em relação à cena.
C estudante escreveu uma frase (ou um texto) INCOERENTE em relação à cena, configurando FUGA AO TEMA
(provavelmente reproduzida de memória).
Atenção! Enquadram-se, aqui, os casos nos quais o estudante escreveu apenas o nome de 1 (um) dos elementos
que compõem a imagem.
ASPECTO 2 – ORTOGRAFIA
Conceito Descrição
A O estudante escreveu ORTOGRAFICAMENTE uma frase (ou um texto), RESPEITANDO os critérios de segmentação de palavras.
Atenção! (1) A frase que não contiver VERBO será avaliada, automaticamente, com o conceito D nesse aspecto,
independentemente da avaliação atribuída no Aspecto 1. (2) Será considerada em nível ortográfico a frase que
apresentar apenas 1 (um) tipo de desvio não recorrente, exceto de segmentação.
B O estudante escreveu uma frase (ou um texto) com desvios, configurando uma escrita em nível ALFABÉTICO.
C O estudante escreveu uma frase (ou um texto) com desvios, configurando uma escrita em nível SILÁBICO-ALFABÉTICO.
D O estudante escreveu uma frase (ou um texto) com desvios, configurando uma escrita em nível SILÁBICO.
Atenção! Também receberá esse conceito as frases nominais, ou seja, que não apresentam verbo (elencam
um ou mais elementos da cena) OU uma frase cuja leitura está comprometida, mas que apresenta relação
com a pauta sonora de palavras que nomeiam elementos da cena.
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ATIVIDADE DE RESPOSTA
CONSTRUÍDA DE
LÍNGUA PORTUGUESA
COM CRITÉRIOS
DE CORREÇÃO
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CORREÇÃO VIÁVEL
1º Normal Todas as imagens serão apresentadas com essa indicação, que deverá ser mantida se a imagem
da FOLHA DE REDAÇÃO e/ou da ESCRITA DO ESTUDANTE estiver nítida.
CORREÇÃO INVIÁVEL
2º Defeito Sinalize essa situação quando a imagem da folha de redação não for carregada, integralmente ou parcialmente,
pelo sistema de correção e/ou quando a imagem da escrita do estudante não estiver nítida. Ao marcar essa opção,
a imagem será substituída por outra.
3º Branco Sinalize essa situação quando a imagem da folha de redação não apresenta nenhuma manifestação de escrita
do estudante.
4º Insufi- Sinalize essa situação quando o estudante escreveu um texto autoral com até 4 (quatro) linhas. Assim, só serão
ciente considerados para correção, efetivamente, os textos com 5 (cinco) linhas escritas ou mais, desconsiderando-se
a introdução fornecida pela proposta de produção textual. Havendo o título, ele será contado como linha.
5º Anulado Sinalize essa situação quando o texto apresenta impropérios ou outras formas propositais de anulação (desenhos/
rasuras no lugar do texto, que não se configuram como ilustração, por exemplo, algo comum em textos de estudantes
desta etapa de escolaridade) ou a ESCRITA do estudante não esteja totalmente inteligível (escrita sem representação)
ou se ele redigiu um texto em outro idioma que não seja o português.
Atenção! Se o estudante redigiu um texto autoral com 5 (cinco) linhas ou mais além dessas manifestações,
deve-se manter a sinalização NORMAL e corrigir as escrita do estudante.
6º Cópia Sinalize essa situação quando o texto do estudante apresenta apenas trechos transcritos da proposta de produção
textual ou predomínio de cópia, não havendo o número mínimo de linhas autorais delimitado para a avaliação.
Atenção! Se o estudante redigiu um texto autoral com 5 (cinco) linhas ou mais além dos trechos copiados,
deve-se manter a sinalização NORMAL e corrigir as escrita do estudante.
5º Anulado Sinalize essa situação quando o texto apresenta impropérios ou outras formas propositais de anulação (desenhos/
rasuras no lugar do texto, que não se configuram como ilustração, por exemplo, algo comum em textos de estudantes
desta etapa de escolaridade) ou a ESCRITA do estudante não esteja totalmente inteligível (escrita sem representação)
ou se ele redigiu um texto em outro idioma que não seja o português.
Atenção! Se o estudante redigiu um texto autoral com 5 (cinco) linhas ou mais além dessas manifestações,
deve-se manter a sinalização NORMAL e corrigir as escrita do estudante.
CONTINUA >>
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CORREÇÃO INVIÁVEL
6º Cópia Sinalize essa situação quando o texto do estudante apresenta apenas trechos transcritos da proposta de produção
textual ou predomínio de cópia, não havendo o número mínimo de linhas autorais delimitado para a avaliação.
Atenção! Se o estudante redigiu um texto autoral com 5 (cinco) linhas ou mais além dos trechos copiados,
deve-se manter a sinalização NORMAL e corrigir as escrita do estudante.
7º Não- Sinalize essa situação quando o estudante apresentar escrita predominantemente em nível anterior ao ALFABÉTICO, ou seja:
alfabé- • nível PRÉ-SILÁBICO – escrita sem relação com a grafia (letra) e fonema (som).
tico Exs.: PBVAYO (gato); OKPIL (casa).
• nível SILÁBICO – nesse nível, o estudante passa a representar uma letra para cada sílaba.
Exs.: AEA (gaveta); GVT (gaveta); IOA (escova); KDA (cadeira); EOO (relógio).
8º Fuga Sinalize essa situação quando o estudante não abordou, de modo algum, o tema proposto.
ao tema
9º Fuga Sinalize essa situação quando o estudante obedece ao tema, mas não elabora um texto com estrutura narrativa.
à tipo-
-logia
ATENÇÃO! No caso de o texto do estudante se enquadrar em dois critérios de correção inviável, prevalece
o que está mais ao topo da hierarquia estabelecida. Por exemplo, o texto que FUGIR AO TEMA e, ao mesmo tempo,
FUGIR À TIPOLOGIA, será classificado como FUGA AO TEMA, pois o primeiro critério sobrepõe-se ao segundo.
IMPORTANTE! Todos os textos com produção serão avaliados, mesmo aqueles que contiverem
assinatura ou outra marca de identificação pessoal do estudante.
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INSTRUMENTOS AVALIATIVOS
Rubricas
com foco no
socioemocional
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Algumas ferramentas podem ser empregadas dizagem. Ou seja, a rubrica ajuda o estudante a ter
com esse propósito, como é o caso das rubricas uma ideia mais clara daquilo que ele já sabe fazer
instrucionais, que apresentam uma progressão de e do que ainda precisa desenvolver no âmbito de
comportamentos e conhecimentos relacionados a determinadas competências. Deste modo, facili-
uma determinada competência ou habilidade. As tam a avaliação de temas e competências comple-
rubricas, portanto, servem como uma espécie de xas, sejam elas predominantemente cognitivas ou
guia do processo de ensino e aprendizagem, a par- socioemocionais, e configuram-se como um exce-
tir de uma descrição do que se espera para cada lente método de avaliação formativa.
nível de desenvolvimento de uma competência. Quando compartilhadas com os estudantes em
Quanto mais perto o indivíduo se encontra do últi- uma proposta formativa, as rubricas ajudam a expli-
mo degrau, mais próximo estará de desenvolvê-la. citar as expectativas de aprendizagem e envolvem
Esse tipo de instrumento é cada vez mais uti- o estudante nesse processo. Assim, elas podem
lizado na educação. Pois, a leitura atenta das ru- ser utilizadas para especificar o passo a passo do
bricas, associada a atividades pedagógicas, esti- seu percurso de desenvolvimento, com o intuito de
mula a capacidade de se refletir sobre o próprio tornar claros os critérios de avaliação e facilitar a
aprendizado, também chamado de meta de apren- conquista de objetivos de aprendizagem.
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SITUAÇÕES
DE USO
AS RUBRICAS têm se mostrado como uma in- RUBRICA DA EMPATIA – DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
tervenção educacional relevante para o desenvol-
vimento e o acompanhamento de diversas com-
petências entre estudantes das redes públicas. RELEVÂNCIA DA
COMPETÊNCIA
PARA A VIDA
Nesse contexto, o Instituto Ayrton Senna desen-
volveu, com a devida fundamentação psicométri- EMPATIA
ca, um conjunto desses instrumentos com foco na Por que essa competência
é importante?
área socioemocional, como o exemplo apresenta-
Quando temos empatia,
do a seguir, que avalia a competência da Empatia: podemos entender as
Ter empatia significa usar COMPETÊNCIA
SOCIOEMOCIONAL
nossa compreensão EM FOCO necessidades e sentimentos
da realidade, da vida e de outras pessoas e dar apoio
habilidades, para entender de acordo com o que elas
as necessidades e precisam. Agindo assim somos
sentimentos dos outros, mais gentis e atenciosos com
agir com bondade e investir os outros. É como cuidar de
em nossos relacionamentos, nosso jardim, a empatia nos
ajudando e prestando ajuda também a cultivar o
apoio e assistência. DESCRIÇÃO DA relacionamento com nossos
COMPETÊNCIA
SOCIOEMOCIONAL familiares e amigos.
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avaliativa
DEGRAU 1 DEGRAU 1-2 DEGRAU 2 DEGRAU 2-3 DEGRAU 3 DEGRAU 3-4 DEGRAU 4
Acho difícil entender Entre os Tento ajudar quando Entre os Quando alguém está chatea- Entre os Consigo entender
as necessidades e degraus alguém está chateado (a), degraus do (a) eu me coloco no lugar degraus bem os sentimentos e
sentimentos dos outros. 1e2 mas não sei muito bem o 2e3 da pessoa para ver como 3e4 necessidades dos outros.
Tenho dificuldade em que fazer ou como reagir posso ajudá-la. Tento checar Ouço atentamente e ajudo
perceber quando alguém nessas situações. para confirmar se entendi bem a descobrir o que estão
está chateado (a). seus sentimentos e conflitos sentindo ou pensando.
ORIENTAÇÃO
PAR QUE O
Para finalizar, escreva, no verso desta folha POR QUE você se avaliou neste degrau, ESTUDANTE
JUSTIFIQUE SIUA
trazendo uma situação real que você viveu que justifique a sua resposta. AUTOAVALIAÇÃO
Nesse tipo de autoavaliação, o estudante iden- situações”. Neste caso, ele acreditaria, de acordo
tifica, para uma dada competência, o nível de de- com a sua autoavaliação, que é capaz de ajudar
senvolvimento que melhor descreve como ele a as pessoas quando sente que estão chateadas e,
expressa no dia a dia. No exemplo apresentado, diferente do limite apontado, sabe o que fazer em
o aluno pode ler o conteúdo de cada degrau de algumas situações.
desenvolvimento da “Empatia” e concluir que já Entretanto, ao olhar para a descrição do
ultrapassou o Degrau 2, cuja descrição é “Tento Degrau 3, ele percebe uma limitação: entende
ajudar quando alguém está chateado(a), mas não que consegue se colocar no lugar dos outros,
sei muito bem o que fazer ou como reagir nessas mas apenas em algumas situações, além de que
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ainda não consegue entender seus sentimentos o padrão de desempenho apresentado com seus
e necessidades. Sendo assim, o estudante reflete próprios comportamentos e conhecimentos.
que seu nível de desenvolvimento em Empatia está As rubricas são, portanto, elaboradas a partir de
além do Degrau 2, o qual já teria avançado, mas indicadores padronizados e previamente estabeleci-
sente que ainda não dominou completamente o dos, que devem ser sempre claros, objetivos e orde-
que é necessário para estar no Degrau 3. Escolhe, nados em um percurso crescente de complexidade.
portanto, uma posição intermediária, o Degrau Com esse tipo de exercício, a tendência é que o
2-3, que é o que melhor representa, no momento, estudante se torne cada vez mais apto a identificar
o seu nível de desenvolvimento socioemocional quais de suas atitudes são obstáculos a um deter-
nessa competência. minado objetivo, de modo a ser capaz de, quando
Desta forma, ao ler as afirmativas presentes nos necessário, se corrigir e desenvolver estratégias
degraus, o aluno é capaz de compreender as com- que o coloquem de volta no caminho desejado.
petências implicadas em cada nível e comparar
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A IMPORTÂNCIA DA
DEVOLUTIVA PEDAGÓGICA
O USO FORMATIVO das rubricas favorece tam- a competência, inclusive as socioemocionais, podem específica pode fazer com que os alunos não se
bém a devolutiva pedagógica, isto é, informações ser desenvolvidas e que o foco da autoavaliação é sintam plenamente representados, levando-os a
dadas pelos professores que podem melhorar o apoiá-lo a entender e acompanhar esse processo. encarar o processo como inútil e frustrante.
desempenho do estudante. A devolutiva pode ser O principal intuito da devolutiva é, portanto, re- Deve-se destacar, também, a importância de se
fornecida por escrito ou oralmente, e é elaborada forçar o conhecimento, as habilidades e o enten- considerar o tamanho e a complexidade das infor-
com base no que o professor ou a professora obser- dimento do estudante em algum aspecto ou área mações. Por exemplo, se a devolutiva for longa ou
va no estudante e o que é esperado em sua etapa da sua vida. A sua prática instaura uma mudança complicada, os estudantes podem simplesmente
de desenvolvimento. Diante disso, o estudante tem de cultura dentro da sala de aula, pois incentiva a não prestar atenção na mensagem a ser passada,
a oportunidade de entrar em contato com percep- criação de um vocabulário comum e a correspon- tornando-a dispensável. O professor ou a profes-
ções claras sobre o que pode fazer para aprimorar o sabilização pelo aprendizado. sora precisa, portanto, levar em consideração a
seu processo de aprendizado. Vale ressaltar, porém, Sendo assim, a devolutiva pedagógica é sig- quantidade e a densidade das informações que
que a devolutiva pedagógica não deve nunca ter o nificativamente mais eficaz quando fornece deta- serão incluídas na mensagem para que ela efe-
propósito de classificar e estigmatizar a criança ou lhes, principalmente sobre como é possível me- tivamente contribua ao processo de desenvolvi-
o jovem, mas incentivá-lo a uma autorreflexão que lhorar, em vez de apenas indicar se o trabalho mento dos estudantes.
o ajude a seguir na direção de seus objetivos. É fun- realizado está correto e em que nível o estudan-
damental para o estudante compreender que toda te se encontra. Além disso, uma devolutiva pouco
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A esta altura, já podemos concluir que o principal vimento do jovem ou da criança ocorra de forma in-
objetivo do processo de autoavaliação com uso de tencional e planejado junto às definições curriculares
rubricas é orientar os estudantes a enxergarem a si de cada escola e às práticas em sala de aula.
mesmos em relação a um conjunto de competências, Espera-se, por meio desse processo, que o indiví-
de tal maneira que possam mostrar o quanto acre- duo aprenda a lidar com as próprias emoções e per-
ditam ser capazes de desenvolvê-las e dominá-las. ceba-se mais apto a encarar e superar desafios que
Desta forma, as rubricas atuam para que o desenvol- se colocam ao longo de sua trajetória.
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AO FINAL DESTE TEXTO, você terá acesso a deve ser mensurado em nota. A rubrica é um ins-
rubricas, elaboradas pelo Instituto Ayrton Senna, que trumento que visa, acima de tudo, dar suporte ao
abordam o desenvolvimento de duas competências diálogo entre professores e estudantes. É neces-
socioemocionais, priorizadas no âmbito do contexto sário também entender que as rubricas não de-
da pandemia – Responsabilidade e Imaginação vem ser utilizadas para justificar comportamentos
Criativa –, que também receberam destaque na seção passados, tampouco para rotular os alunos; mas
Habilidades prioritárias na BNCC desta Plataforma. para apoiar o seu processo de desenvolvimento.
Mas, antes de acessar esses instrumentos, algumas Em segundo lugar, é essencial respeitar uma or-
considerações se fazem importantes, para que dem de procedimentos. Pois, as ações propostas
sejam usados de forma adequada e não terminem na rubrica não são isoladas, mas fazem parte de
por confundir estudantes e professores. um todo bastante coerente. Portanto, sempre que
Primeiro, é preciso enfatizar que o desenvolvi- for aplicar um instrumento desse tipo em sala de
mento de competências socioemocionais nunca aula, procure realizar as ações na seguinte ordem:
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1 2 3 4 5
APRESENTE LEIA, junto aos COMBINE um tempo PEÇA a cada estudante que Após algumas aulas,
aos estudantes estudantes, o texto adequado para que registre, em um quadro, a resposta ORIENTE os estudantes
qual competência que apresenta cada estudante possa de sua autoavaliação, isto é, o para que respondam
socioemocional a competência refletir e responder degrau selecionado, de modo a novamente à autoavaliação
será foco de abordada na rubrica à autoavaliação consolidar uma “fotografia” da da mesma competência.
desenvolvimento e os seus degraus proposta na rubrica. turma. Depois, promova, no coletivo Para isso, utilize a rubrica
e promova a de desenvolvimento; Oriente-os a pensarem ou individualmente, o diálogo e realize novamente
escuta de seus em um exemplo sobre as respostas e incentive o as orientações dos
conhecimentos concreto que justifique compartilhamento do exemplo passos 3 e 4.
e experiências suas respostas; de cada estudante. Proponha
sobre ela; que prestem maior atenção às
próprias atitudes para que possam
exercitar de modo intencional essa
competência socioemocional. Uma
boa estratégia é estimular
que os estudantes respondam:
aonde eles querem chegar?;
*
Para conhecer um exemplo prático de como as rubricas são utilizadas no dia a dia da sala de aula,
assista ao vídeo a seguir desenvolvido pelo Instituto Ayrton Senna: https://youtu.be/aJ8lfUF6EJU
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INSTRUMENTOS AVALIATIVOS
Observação e registro
em sala de aula
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SITUAÇÕES
DE USO
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OBSERVAÇÕES
AS OBSERVAÇÕES PODEM SER DE DOIS ponto: no segundo caso, as rotinas de observações ⊲⊲ um roteiro geral de questionamentos dos
TIPOS: estruturadas ou não estruturadas. Obser- seguem critérios-chave, de preferência consensuais, estudantes sobre um dado tema, conteúdo
vações não estruturadas são aquelas espontâne- que podem ser discutidos e compartilhados com a ou competência, para observar e escutar
as, que o docente realiza a cada aula, ao longo do gestão, os professores e os próprios estudantes. o que já conhecem, como se colocam, como
tempo, e que o ajudam a construir uma percepção Sendo assim, as observações estruturadas po- se comunicam e pelo o que se interessam;
do grupo e do clima dentro de sala. São capturadas dem girar em torno de qualquer tema, desde que
nessa análise: a dificuldade ou a facilidade em rea- sejam definidos critérios para coleta de informa- ⊲⊲ uma organização de temas, conteúdos ou
lizar uma tarefa, a interação entre os estudantes e ções e percepções. Os temas observados podem competências, com critérios de observação a
o engajamento e a disposição em participar, além estar relacionado à compreensão de um conceito, partir de níveis de desempenho (veja o exemplo
de seus perfis de desempenho e de personalidade, de uma habilidade, e até mesmo de comportamen- “Rubrica analítica para observação estruturada”
seus interesses e sua concentração ou dispersão. tos e valores. Em todos os casos, o processo pode em Exemplos e instrumentos).
Porém, é preciso ter cuidado, já que todo olhar se dar a partir de:
traz algum viés. Afinal, professores costumam ter A diferença entre utilizar uma lista geral de crité-
preferências e afinidades em relação aos estudan- ⊲⊲ um roteiro de perguntas abertas ou critérios rios, como nos dois primeiros itens, e critérios descri-
tes. Por isso, é desejável estar atento a como e com gerais para a reflexão docente (veja o exemplo tos em níveis de desempenho, como no último item,
base em que observamos, de modo que o proces- “Roteiro de perguntas abertas para professores consiste em trazer menor ou maior visibilidade e
so seja justo e confiável. desenvolverem a observação da turma a partir mensuração de indicadores em torno de cada tema.
O diferencial das observações espontâneas em re- de temas-chave” em Exemplos e instrumentos);
lação às estruturadas concentra-se justamente nesse
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REGISTROS
HÁ DIVERSAS ESTRATÉGIAS E SUPORTES Isso porque esses registros documentam o pro- comenda-se que no início de uma unidade, profes-
PARA O REGISTRO FORMATIVO EM SALA cesso de aprendizagem, tornando-o visível e con- sores deixem claro quando e quais registros serão
DE AULA. Os mais comuns são os registos diários, creto aos próprios estudantes. E, quando os estu- construídos como avaliação.
habitualmente em cadernos físicos ou digitais, em dantes se habituam a refletir e sabem que serão Bons suportes para registro são aqueles mais vi-
que são anotadas a pauta da aula, as explicações do requisitados a produzir e a compartilhar seus regis- síveis e fáceis de usar e compartilhar, como murais
professor ou da professora, as perguntas para dis- tros, tendem a ampliar o engajamento, a ativar mais em sala de aula, cadernos digitais, lousa digital, apli-
cussão, as hipóteses e os pensamentos trocados em a atenção, a fazer associações constantes e a de- cativos de escrita coletiva e formulários online.
discussões e os exercícios e as resoluções de pro- senvolver ideias iluminadoras. A seguir, apresentamos exemplos de várias for-
blemas. Pode-se também desenvolver registros de Sendo assim, ao utilizar uma forma de registro mas e propósitos de registro.
síntese reflexiva, que definem a ideia central de um em sala de aula, é importante, antes de tudo, de-
debate e o resumo de uma aula e suas discussões. senvolver uma cultura de partilha e leitura coletiva,
Tanto nos registros diários quanto de síntese re- que valorize esses instrumentos como formas de
flexiva, o professor ou a professora pode organizar escuta e observação de evidências de aprendiza-
rotinas de registro e de autorreflexão coletivas e/ou gem. Quando o professor ou a professora valoriza
individuais. Diversas pesquisas evidenciam que pro- essas estratégias e as utiliza para dar devolutivas
fessores que usam estratégias de registro explícitas pedagógicas à turma, tende a estabelecer um cli-
no dia a dia, com o intuito de estimular a reflexão e a ma de confiança em que o objetivo de aprofundar a
compreensão da aprendizagem, logo testemunham aprendizagem ganha o primeiro plano. Por isso, re-
seus benefícios práticos em sala de aula.
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⊲
Perfil de estudante: no começo do ano ⊲
Identificação de estratégias: os estudantes AVALIAÇÃO DE AULA
ou do bimestre, uma proposta interessante também podem tentar identificar um conjunto Com as experiências de aula online
é pedir que os estudantes construam o de estratégias de aprendizagem positivas e dos celulares com câmeras tornou-se
seu próprio perfil com seus pontos fortes associadas a resultados desejados, bem como muito fácil gravá-las.
e fracos como aprendizes. Para isso, é hábitos relevantes para alcançá-las, como Assisti-las com olhar crítico e reflexivo,
importante realizar uma escuta ativa da turma persistência e superação da impulsividade. portanto, pode ser muito produtivo para a
e construir coletivamente diretrizes e critérios Para isso, uma ideia é desafiá-los a criar avaliação. Por isso, de vez em quando, reserve
sobre a postura e o desempenho que se símbolos visuais ou personagem de história um tempo para assistir às suas próprias aulas com
esperam deles naquele período. Além disso, em quadrinhos que retratem cada estratégia, o intuito de avaliar oportunidades de melhoria:
estudantes podem desenvolver seus próprios e depois afixá-los em local visível – pode ser • quais pontos você poderia
critérios específicos, como objetivos pessoais blog, cadernos, drive coletivo, mural virtual, explicar melhor?;
que cada um queira alcançar. Para cada paredes da sala de aula etc.. Deixe-os livres • quais grupos de estudantes
critério, pode-se elaborar coletivamente uma para customizar em um documento colaborativo poderiam ser mais produtivos?;
descrição geral ou níveis de desempenho online e, regularmente, indique exemplos de • quais estudantes requerem
daquilo que se almeja. quando uma estratégia está sendo empregada, maior atenção e acompanhamento;
por meio de perguntas como: estou conseguindo • que atividades podem ser aperfeiçoadas?
Após esse momento, procure definir com os utilizar as ferramentas escolhidas e registrar de
estudantes uma rotina de observação coletiva modo satisfatório?; quais são minhas dificuldades Outra possibilidade é passar um trecho
e individual desse perfil. Para a reflexão e dúvidas?; sobre o que percebo que posso da aula filmada para os próprios estudantes
individual, pode ser produtivo um diário de melhorar?; seria mais interessante solicitar ajuda se darem conta do seu desempenho, das
auto-observação após cada aula. A ideia é a um colega ou ao professor? suas potencialidades e das suas fraquezas.
que eles possam refletir sobre como aprendem É importante estar atento para que o clima seja
melhor, quais estratégias funcionam para eles de confiança, de tal maneira que o bullying
Para saber mais sobre autoavaliação,
e que tipo de aprendizagem é mais fácil. confira os capítulos sobre Rubricas com foco esteja rechaçado. ■
no socioemocional, e Portfólio deste Guia.
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A seguir, você Quando o professor ou a professora Os professores podem construir uma tabela com
observa os estudantes mobilizando o nome de todos os estudantes e tecer observações:
encontra informações
conhecimentos e habilidades, passa
e indicações de a notar diferentes perfis: extrovertido,
conteúdos mais tímido, inseguro, seguro etc. Essas • Qual é o grau de diversidade do grupo?
observações são importantes para trazer Essa diversidade está sendo produtiva
aprofundados sobre critérios para que planejamento dos ou pode-se distribuir melhor os estudantes?
o assunto, além trabalhos em grupo seja aperfeiçoado. • Como o grupo divide papéis? Como ajudá-los
Afinal, é importante estar atento a como a compreender melhor cada papel?
de exemplos de
mesclar os diferentes perfis para que • Como cada um desempenha seus papéis?
instrumentos para a diversidade do grupo seja produtiva. Como se autoavaliam nesse desempenho?
observação e registro Nesse sentido, é fundamental não • Como é a produtividade desse agrupamento?
supor que os estudantes já saibam
em sala de aula, trabalhar em equipe, pois precisam
com os seus objetivos também de critérios para aprender a
e formas de utilizar. dividir, desempenhar e respeitar papéis. DIVISÃO DE PAPÉIS PARA TRABALHOS EM GRUPO
Criar uma planilha para distribuir, de
Papel Função
modo que os próprios estudantes
escolham papéis a desempenhar no facilitador garante que todos falem e se escutem
trabalho em grupo, e depois troquem escriba faz a relatoria
entre si, pode ser uma boa saída, sempre
repórter se encarrega de apresentar o trabalho
aliada a uma autoavaliação conjunta e
individual sobre a experiência vivida. controlador administra o tempo e estimula o ritmo de trabalho
de tempo alertando para não atrasarem na tarefa
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1. Pensando no trabalho em grupo realizado sobre 4. O que é importante para que um aluno participe bem de um trabalho
os gráficos, como você avaliaria o processi do seu grupo? em grupo? Analise as alternativas e procure três de cada coluna.
( ) Muito Produtivo ( ) Produtivo
Muito Pouco
( ) Pouco Produtivo ( ) Nada produtivo
importante Importante importante
Não faltar aos encontros.
2. Explique a resposta escolhida na questão anterior.
_____________________________________________________ Contribuir com ideias
_____________________________________________________ e dar opiniões.
_____________________________________________________ Ter espírito colaborativo
_____________________________________________________ e saber ajudar os demais.
Dedicar tempo ao trabalho.
3. Como foi a participação dos membros do grupo?
( ) Todos participaram e contribuíram igualmente. Saber motivar o grupo e ajudar
( ) Todos participaram, mas alguns membros a manter o foco no trabalho.
só ajudavam quando eram solicitados. Ser responsável e cumprir as
( ) Alguns membros fizeram a maior parte tarefas estabelecidas no prazo.
e outros fizeram pouco, apesar das solicitações. Saber ouvir, ser flexível e saber
( ) Alguns membros fizeram a maior parte aceitar as ideias dos outros.
e não solicitaram ajuda dos outros. Ter capacidade de
coordenar e dirigir o grupo.
Manter uma boa postura
durante o trabalho.
Fonte: CEDAC.
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Aqui, você encontra algumas PARA COLETAR DOCUMENTAÇÃO QUE AJUDE NA PARA DOCUMENTAÇÃO
questões que podem ajudar REFLEXÃO DOS PROFESSORES E DOS ESTUDANTES QUE EU QUERO COMPARTILHAR
na autoavaliação do professor MAIS AMPLAMENTE (COM PAIS,
ou da professora, quando COLEGAS, GESTORES)
precisar criar ou examinar sua • A documentação foca em • Eu estou documentando
documentação pedagógica revelar a aprendizagem, em minhas próprias palavras
com o objetivo de tornar a vez de apenas descrever ou e ações assim como as • Oferece contexto suficiente
aprendizagem dos estudantes fotografar o que é feito? dos estudantes? para que o leitor compreenda
mais visível. Este material foi • A documentação promoveu • A documentação sugere os o tópico o assunto em estudo?
adaptado a partir de reflexões ou promove conversas próximos passos para • Foca na aprendizagem e não
do curso Visible Thinking ou aprofundamento da o ensino ou aprendizagem? apenas no que foi feito?
2020 do Project Zero, e compreensão dos estudantes • Da documentação emergem • Foca tanto no processo
também pode ser utilizado sobre algum aspecto da questões que permitem que quanto no produto da
com portfólios. aprendizagem? eu discuta com meus colegas aprendizagem?
• A documentação pode ser ou com estudantes?
• Comunica claramente os
fortalecida a partir de um ou • Que outra documentação aspectos da aprendizagem
mais meios colaborativos eu posso coletar para que eu considero mais
digitais – fotografia, vídeo, ampliar esta investigação? importantes?
texto, áudio, colagens,
• Quando é apropriado ter • Inclui alguma interpretação de
montagens etc.?
tempo para analisar a professores ou de estudantes?
• A documentação ajuda a documentação com
identificar os momentos chave • Inclui mais do que um meio/
os estudantes?
de aprendizagem ou aspectos suporte de linguagem?
do contexto de aprendizagem? • Tem um título?
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EXEMPLO DE
ROTEIRO DE COMPREENSÃO CLIMA E PARTICIPAÇÃO PERFIL DOS ESTUDANTES
PERGUNTAS
ABERTAS PARA • Os estudantes estão • Os estudantes • Quais são os talentos e paixões dessa turma? Identificar
PROFESSORES sabendo realizar sentem-se à vontade e valorizar os diferentes talentos no grupo podem
DESENVOLVEREM autonomamente as para participar e contribuir para trocas significativas entre a turma, que
A OBSERVAÇÃO tarefas propostas ou expor suas opiniões? fortaleçam os vínculos e o engajamento na aprendizagem.
DA TURMA solicitam muita ajuda? Há espaço para • Quantos e quais estudantes são extrovertidos e falantes?
A PARTIR Há falta de clareza experimentação Quais demonstram potencial de liderança e boa iniciativa
DE TEMAS- ou ansiedade? Há e para errar? O erro para tarefas? Quais têm dificuldades de escutar e acolher
CHAVE: muitos estudantes com é experimentado os demais estudantes?
dificuldades de leitura como oportunidade
• Quantos e quais estudantes são mais tímidos? Como
e de escrita? É possível de aprendizado?
deixá-los mais à vontade para participar sem que se
combinar com os Ou há receio de
sintam excessivamente expostos? Como protegê-los
estudantes que primeiro sofrer bullying
de situações de bullying?
recorram aos seus ou alguma forma
colegas antes solicitar de desqualificação? • Há casos de inclusão? Quantos? De quais tipos?
ajuda ao professor ou O que estes estudantes demandam de adaptação
à professora? O quanto no tempo, no espaço e nos materiais de trabalho?
a turma costuma esperar, • Quantos e quais estudantes apresentam dificuldades:
refletir e registrar dúvidas de concentração?; de escuta?; de respeitar combinados?;
antes da intervenção de cumprir prazos?; de acolher o diferente?
do professor ou
• O que essas dificuldades indicam? O que pode ser
da professora?
repensado no ensino a partir disso? O que pode
apoiar melhor a aprendizagem de cada um?
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Clima e participação: Todos se sentem A maioria se sente Cerca de dez estudantes Apenas um ou dois
os estudantes participam à vontade para interagir à vontade para interagir se sentem à vontade estudantes se sentem
abertamente da aula? e falar o que pensam, e falar o que pensa para interagir e falar realmente à vontade
sem medo de expor o que pensam para interagir e falar
opiniões e erros o que pensam
Postura: os estudantes Todos sabem A maioria sabe Poucos estudantes Apenas um ou dois
conseguem registrar os procedimentos os procedimentos sabem os procedimentos estudantes sabem
reflexões, organizar de registro em aula, de registro em aula, de registro em aula, os procedimentos
seus materiais e respeitar dispõem de seus dispõe de seus materiais dispõem de seus de registro em aula,
os combinados com materiais organizados organizados e respeita materiais organizados dispõem de seus
o grupo? e respeitam combinados combinados com e respeitam combinados materiais organizados
com o grupo o grupo com o grupo e respeitam combinados
com o grupo
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COMO FAZER UM BOM REGISTRO MORO, Adriano et al. Avaliação do clima escolar
DE PRÁTICAS PEDAGÓGICASPOR por estudantes e professores: construção e
MEIO DE FOTOGRAFIAS E TEXTOS validação de instrumentos de medida. Revista de
Clique aqui Educação Pública, v. 27, n. 64, p. 67-90, 2018.
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AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA E FORMATIVA AVALIAÇÃO FORMATIVA E A BASE ATIVIDADES DE ATIVIDADES DE RUBRICAS COM FOCO OBSERVAÇÃO E REGISTRO PORTFÓLIO
da ação NO RETORNO ÀS AULAS PRESENCIAIS NACIONAL COMUM CURRICULAR MÚLTIPLA ESCOLHA RESPOSTA CONSTRUÍDA NO SOCIOEMOCIONAL EM SALA DE AULA
avaliativa
INSTRUMENTOS AVALIATIVOS
Portfólio
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Por isso, o portfólio costuma ser bastante uti- Embora seja mais utilizado na educação infantil,
lizado no mundo profissional, quando é necessá- os portfólios podem ser desenvolvidos para todas
rio demonstrar aptidões em um trabalho ou para as áreas e etapas educacionais. Diversas pesqui-
uma carreira específica, de modo que o currículo sas acadêmicas3 evidenciam as vantagens de seu
acadêmico e as experiências de trabalho sejam uso para a avaliação formativa de qualquer tema,
complementados com uma documentação visível área do conhecimento e etapa educacional.
de competências. Na educação básica, o portfólio
também vem se constituindo há algumas décadas
como um poderoso instrumento avaliativo para
professores e estudantes, cujo propósito é cole-
tar e documentar evidências para acompanhar o
processo de desenvolvimento de conhecimentos,
habilidades e atitudes.
3. Para conhecer alguns estudos sobre o assunto, confira “Sugestões de leitura e referências” ao final deste capítulo.
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SITUAÇÕES
DE USO
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O QUE
CONTÉM
BÁSICO: conjunto de documentos que registrem ILUSTRAÇÃO DE SELEÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO PARA PORTFÓLIO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
momentos decisivos da aprendizagem individual e em
grupo, o que inclui textos explicativos ou extratos de
exercícios escritos pelos estudantes, fotos com legendas,
EVIDENCIANDO
vídeos, áudios, painéis, produtos finais etc. O objetivo Março Abril
A PROGRESSÃO
é propor uma organização dos documentos que revele NA CAPACIDADE
DE ESCRITA
um percurso formativo com começo, meio e fim;
As fichas do
estudante são
comentados por
AVANÇADO: documentação pedagógica mais ampla, meio de legenda
que inclui autoavaliações, balanços de aprendizagem explicativa da
e textos reflexivos ou indicadores que evidenciem que professora.
os estudantes leram e refletiram sobre seu próprio
portfólio, de modo que compreenderam o seu próprio
desenvolvimento ao longo do tempo. Por exemplo, em
uma legenda de fotografias que apresentem o início de
Conclusão da professora
uma escrita e seu final, um texto que comente: “antes eu Felipe já consegue escrever seu
pensava que não saberia escrever sozinho, nem produzir nome sem utilizar a tarjeta como
referência. O traçado das letras
legendas… agora vejo que consegui progredir na escrita está diferente, assim como o
e estou organizando a legenda das fotografias de meu desenho da figura humana.
próprio trabalho. Sinto orgulho de meu crescimento”.
Ou então, o próprio professor ou professora registra
esse balanço, como no exemplo da educação infantil
Fonte: Revista Avisa Lá, número 39, agosto de 2009, p,57. Link disponível no “Exemplos e instrumentos”.
apresentado a seguir:
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avaliativa
Ao final deste capítulo, você poderá conferir, busque estimular a observação e a reflexão sobre ⊲⊲ incentivo à construção do diálogo entre
em Exemplos e instrumentos, outros exemplos de a aprendizagem, evidenciando aos atores envolvi- estudantes e professores, trazendo elementos
portfólios aplicados a demais etapas de ensino, dos o seu percurso formativo, a sua aquisição de concretos para devolutivas pedagógicas sobre
com propósitos variados. Pois, esse instrumento conhecimentos e a sua progressão em habilida- aspectos da aprendizagem, identificação de
pode assumir funções e usos bastante variados. des e atitudes. Nesse sentido, um caminho inte- lacunas e definição de pontos de melhoria;
No âmbito da avaliação formativa em sala de aula, ressante é instaurar o hábito de realizar registros
o portfólio costuma ser utilizado na coleta de evi- formativos em aula (confira o capítulo Observação ⊲⊲ ampliação do repertório de toda a turma a partir
dências sobre etapas e resultados do processo de e registro em sala de aula deste Guia) associados da observação da diversidade de registros;
aprendizagem, a partir da organização e identifica- à documentação fotográfica, para a qual os pró-
ção de amostras de textos, fotos acompanhadas de prios estudantes podem colaborar, aprendendo a ⊲⊲ reforço do propósito comunicativo dos trabalhos
legendas, áudios, vídeos, desenhos, painéis, linha fotografar e a escrever textos de legenda (confira, dos estudantes (por que e para quem apresentá-los);
do tempo, dentre outros, que podem ser apresen- também, o item sobre como trabalhar fotografia na
tados à classe, aos pais e responsáveis e à comu- escola em Exemplos e instrumentos). ⊲⊲ divulgação dos trabalhos significativos
nidade escolar como um todo. Esse processo pode Sendo assim, do ponto de vista do uso por profes- da turma, ampliando a publicação
ajudar a ampliar a percepção em torno da avaliação, sores, o portfólio é um instrumento que facilita aos de resultados de aprendizagem da escola;
de modo a torná-la mais compreensível ao estudan- estudantes incorporarem objetivos de aprendizagem
te, que passa a entendê-la não mais como apenas e critérios autoavaliativos, de tal maneira que pas- ⊲⊲ organização de materiais relevantes para eventos
uma atribuição de nota ou juízo de aprovação/re- sem a observá-los não somente durante a elabora- de culminância do período escolar: mostras
provação. Mas, sim, como um instrumento que visa ção do portfólio, mas no próprio processo cotidiano ou feiras culturais, científicas e comunitárias;
fortalecer o ensino e a aprendizagem. de aprendizagem. Por fim, vale mencionar outras po-
A compreensão do estudante e de toda a co- tencialidades do uso desse instrumento, sendo elas: ⊲⊲ reflexão sobre a continuidade
munidade escolar em torno do processo de ava- dos processos de formação;
liação é fundamental para que o componente au- ⊲⊲ abertura à singularidade de cada estudante
toavaliativo do portfólio seja bem-sucedido. Para e à diversidade de expressão, invenção e ⊲⊲ percepção de novos indicadores
isso, é necessário que o professor ou a professora criatividade da turma como um todo; de qualidade da aprendizagem.
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COMO 1 2
ELABORAR
DEFINIÇÃO DE SUPORTES DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS,
E MATERIAIS PARA O PORTFÓLIO: CRITÉRIOS E PROCESSOS:
⊲⊲ Físicos: cadernos, diários de bordo, livro, ⊲⊲ Objetivo: para que e para quem será
pasta-caderno, painéis ou murais grandes; apresentado o portfólio? Quais objetivos
A ELABORAÇÃO DE UM PORTFÓLIO com-
de aprendizagem devem ser mobilizados,
preende duas etapas importantes. Deve-se, pri-
⊲⊲ Digital: blog, site, e-book, vídeos e documentados e observados?
meiro, definir os suportes utilizados e os materiais
aplicativos digitais que constituem
necessários para a organização do percurso pre-
portfólios; ⊲⊲ Suporte e materiais: em quais suportes
tendido; depois, é preciso partir para a definição
e utilizando quais materiais o portfólio
dos objetivos pedagógicos, dos critérios e de ou-
⊲⊲ Híbridos: pode-se utilizar o suporte digital será constituído?
tros detalhes do processo.
com fotos de suporte físico, ou adicionar
Vamos, então, detalhar esses dois momentos
aos registros físicos e impressos QR Codes ⊲⊲ Conteúdos: quais temas de estudo serão
separadamente:
e endereços que abram podcasts, vídeos, abordados? Quais conhecimentos, habilidades
blogs, murais de foto etc. e atitudes devem ser evidenciados? Que tipo
de produção textual envolverá? Por exemplo,
legendas de imagens e fotos, extratos de textos
argumentativos, relatórios, narrativas, entrevistas,
registros descritivos de estudos de caso?
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portfólios nos processos de formação entrevista 2a ed. Porto Alegre: Penso/Instituto Canoa/
com Idália Sá-Chaves. Olhar de professor, v. 7, n. Fundação Lemann, 2019.
2, p. 9-17, 2004. Clique aqui
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A C E S S E > http://apoioaaprendizagem.caeddigital.net