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Guia

da ação
avaliativa
Estratégias de avaliação diagnóstica
e formativa para uso durante as aulas
Expediente

REALIZAÇÃO AUTORES
Centro de Políticas Públicas e Avaliação Avaliação Formativa e a Base
da Educação da UFJF (CAEd/UFJF) Nacional Comum Curricular
Frente CONSED/UNDIME de Avaliação José Francisco Soares
Fundação Lemann
Atividades de múltipla escolha
Carlos Palacios
COORDENAÇÃO
Fundação CAEd/UFJF
Carlos Palacios
Leonardo Lapa Pereira Questões de resposta construída
Lina Kátia Mesquita de Oliveira Josiane Toledo
Renata Ferraz Fundação CAEd/UFJF

APOIO TÉCNICO Rubricas com foco no socioemocional


Conselho Nacional de Secretários de Educação Gisele Alves
Frederico Amâncio Instituto Ayrton Senna
Instituto Ayrton Senna
Márcia Feitosa Observação e registro em sala de aula
Maria Cecília da Motta Julia Andrade
Nilce Rosa da Costa
Thais Righetto Portfólio
Julia Andrade
EDIÇÃO E REVISÃO
Carlos Palacios

Projeto gráfico Identidade visual e ilustração de capa


e diagramação Edna Rezende Nicholas Mota
Estúdio Labirin.to Rômulo Oliveira João Pedro Oct
Sumário

INTRODUÇÃO AO TEMA INSTRUMENTOS AVALIATIVAS

4 7 15 31 47 59 71
AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO ATIVIDADES DE ATIVIDADES RUBRICAS COM FOCO OBSERVAÇÃO E PORTFÓLIO
DIAGNÓSTICA FORMATIVA E A MÚLTIPLA ESCOLHA DE RESPOSTA NO SOCIOEMOCIONAL
COM FOCO NO E REGISTRO
REGISTRO EMEM
SALA DE
E FORMATIVA AVALIAÇÃO
BASE
E A BASE
NACIONAL CONSTRUÍDA SOCIOEMOCIONAL SALA
AULA DE AULA
NO RETORNO FORMATIVA
COMUM
NACIONAL EA
ÀS AULAS BASE NACIONAL
CURRICULAR
COMUM 16 Situações de uso 33 Situações de uso 49 Situações de uso 60 Situações de uso 73 situações de uso
PRESENCIAIS COMUM
CURRICULAR 17 Características 34 Características 52 A importância 61 Observações 74 O que contém
CURRICULAR
principais e partes principais e da devolutiva 62 Registros 76 Como elaborar
que compõem formatos pedagógica 63 Investigação
19 Habilidades 79 Exemplos e
39 R
 oteiro básico 54 Como utilizar 63 Síntese
e níveis de instrumentos
para elaboração rubricas com foco 63 Balanço de
dificuldade dos instrumentos no socioemocional aprendizagem 80 Sugestões
20 Etapas e critérios 64 Avaliação de aula de leitura e
40 C
 onsiderações 57 Exemplos e
referências
21 Outros formatos práticas para a instrumentos 65 Exemplos e
correção das instrumentos
23 Exemplos e 58 Sugestões
respostas
instrumentos de leitura e 70 Sugestões
41 Exemplos e referências de leitura e
30 Sugestões
instrumentos referências
de leitura e
referências 46 Sugestões
de leitura e
referências_4
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AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA E FORMATIVA AVALIAÇÃO FORMATIVA E A BASE ATIVIDADES DE ATIVIDADES DE RUBRICAS COM FOCO OBSERVAÇÃO E REGISTRO PORTFÓLIO
da ação NO RETORNO ÀS AULAS PRESENCIAIS NACIONAL COMUM CURRICULAR MÚLTIPLA ESCOLHA RESPOSTA CONSTRUÍDA NO SOCIOEMOCIONAL EM SALA DE AULA
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INTRODUÇÃO AO TEMA

Avaliação diagnóstica
e formativa no retorno
às aulas presenciais
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Sabemos que a maioria das redes, escolas e professores


organizaram estratégias para garantir que crianças e jovens
mantivessem suas rotinas de estudos durante a pandemia
do novo coronavírus1. Mas, distantes da sala de aula e sem
o contato próximo dos professores, o processo de ensino
e aprendizagem torna-se mais difícil para muitos estudantes.

Diante disso, uma pergunta se faz fundamental: De modo a prestar apoio nesse processo, foi Também faz parte do percurso este Guia da
como verificar o impacto desse período de iso- desenvolvida a Plataforma de apoio à aprendi- ação avaliativa, que busca orientar os professo-
lamento social no desenvolvimento de habilida- zagem, com materiais de acolhimento e combate res de todas as áreas do conhecimento para a
des e competências nos diferentes componen- à Covid-19, priorização curricular alinhada a Base elaboração e aplicação de instrumentos avaliati-
tes curriculares? Nacional Comum Curricular (BNCC) e atividades vos. Trata-se de um material a ser utilizado tanto
de verificação da aprendizagem e orientações pe- em conjunto com as atividades disponibilizadas na
Lembremos o que diz o Parecer 11/2020 do CNE: dagógicas em Língua Portuguesa e Matemática, Plataforma, quanto em outras avaliações desenvol-
aberta a todas as redes públicas de ensino do país. vidas pela rede e pela própria escola.
“O planejamento da volta às aulas ocorre

em três frentes principais: acolhimento;
1. Parecer CNE 11/2020. Disponível em: https://www.cnm.org.br/cms/images/stories/Links/09072020_Parecer_CNE_CP11_2020.pdf
avaliações diagnósticas para identificar os
níveis de aprendizagem dos estudantes e,
a partir disso, estabelecer intervenções; a
reorganização do espaço Físico e a adoção
das medidas de higiene necessárias para
evitar a contaminação da COVID-19.”

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O presente Guia busca, portanto, orientar professo- Esta é uma ferramenta integrada à Plataforma de Sendo assim, o objetivo do Guia é apoiar a rea-
res especificamente para a realização de avaliações apoio à aprendizagem, mas que também pode ser lização das avaliações diagnósticas de retorno e
diagnósticas e formativas, conforme destacamos a acessada de forma independente, em PDF, como servir ao acompanhamento do percurso formati-
seguir, do item 7.3 do referido Parecer do CNE: um material de apoio da rotina do profissional que vo dos estudantes na volta às aulas presenciais.
deseja apropriar-se de diferentes instrumentos de Espera-se, com isso, que o processo avaliativo seja
avaliação e utilizá-los em sua prática pedagógica. cada vez mais incorporado ao ensino e à apren-
“Avaliação diagnóstica e formativa dos Seja para elaborar suas próprias atividades, seja dizagem, de modo que o seu foco seja sempre o
alunos no retorno às aulas presenciais busca para inteirar-se das etapas do processo avaliativo. desenvolvimento integral do estudante. ■
avaliar o que o aluno aprendeu e quais as O Guia da ação avaliativa traz orientações sobre
lacunas de aprendizagem. Recomenda-se diferentes modelos de avaliação que podem ser Boa leitura!
que as avaliações sejam realizadas pelas utilizados em sala de aula, sendo eles:
escolas e utilizem questões abertas, além
dos testes de múltipla escolha, podendo ⊲⊲ Atividades de múltipla escolha,
ocorrer de vários modos: ⊲⊲ Atividades de resposta construída,
⊲⊲ Rubricas com foco no socioemocional,
[...] Utilização de portfólio, onde registram-se
⊲⊲ Observação e registro em sala de aula e
as evidências de aprendizagem que poderão
⊲⊲ Portfólio.
subsidiar a avaliação formativa
[...] Avaliação formativa para identificar Essas metodologias são complementares e podem
quais competências e habilidades foram ser mobilizadas para avaliar todos os componen-
desenvolvidas pelos alunos durante o tes curriculares e as dez competências gerais da
período de isolamento, como os alunos BNCC, incluindo elementos socioemocionais.
lidaram com as atividades não presenciais,
quais as dificuldades encontradas;”

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INTRODUÇÃO AO TEMA

Avaliação formativa
e a Base Nacional
Comum Curricular

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APRENDIZAGEM
E A BNCC

A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR são sintetizados na BNCC por meio de dez com-
(BNCC) é composta por textos conceituais, seguidos petências gerais.
de um conjunto de objetivos de aprendizagem que O primeiro domínio contempla conhecimentos
definem aquilo que é essencial que todos os estu- fundamentais das diferentes áreas, entre os quais
dantes aprendam ao fim do seu percurso escolar. está, por exemplo, a Leitura. Além desses, há tam-
Para definir as aprendizagens essenciais, a bém os conhecimentos interdisciplinares, cada dia
BNCC considerou as necessidades dos estudan- mais necessários, e os processuais, conhecimen-
tes brasileiros para acessar uma vida plena no sé- tos sobre algo que é feito e como é feito.
culo XXI, um período marcado por volatilidade, in- O segundo grupo de aprendizados é o das ha-
certeza, complexidade e ambiguidade. As lições bilidades, ou seja, aprendizados que podem ser
de mudanças curriculares realizadas por diversos usados em quaisquer situações. Os estudantes
países e as discussões no âmbito do projeto Edu- precisarão, em suas vidas, resolver problemas em
cação2030 das Nações Unidas foram também diversos contextos e, para isso, precisarão de ha-
consideradas. bilidades cognitivas e metacognitivas, que englo-
As aprendizagens essenciais partem do prin- bam pensamento crítico, criatividade e a capacida-
cípio de que, para atender às demandas comple- de de aprender; habilidades sociais e emocionais,
xas da vida cotidiana, do exercício da cidadania como empatia, autoeficácia e colaboração; além
e do mundo do trabalho, os estudantes devem de habilidades práticas e físicas.
mobilizar aprendizados em três grandes domí- Por sua vez, o uso de conhecimentos e ha-
nios: conhecimentos, habilidades e atitudes, que bilidades é mediado por um terceiro grupo de

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aprendizados, composto por atitudes e valores,


que se expressam em cidadania com dimensão
1 2 3
local e global.
O QUE ENSINAR? COMO ENSINAR? COMO AVALIAR?
Desta forma, a solução de qualquer problema é
A resposta à primeira pergunta, A segunda pergunta, como Para atender os estudantes,
obtida mobilizando-se aprendizados desses três do- sem a qual não há como ensinar?, não tem uma resposta é preciso saber quais
mínios. Por isso, aprender a mobilizar é tão essen- avançar sobre as demais, única. Saberes tão diferentes, objetivos de aprendizagem
cial quanto adquirir os aprendizados. Isso explica por é construída a partir da BNCC como os que estão contidos ainda não conseguiram
que a capacidade de mobilização, o núcleo da ideia e dos currículos das diferentes nas aprendizagens essenciais, alcançar, e usar este
redes de ensino. No entanto, não podem ser obtidos com conhecimento de modo
de competência, é o conceito central da BNCC.
é preciso estabelecer os uma única maneira de organizar a orientar as decisões
Em meio ao processo de ensino e aprendizagem,
aprendizados esperados para o trabalho pedagógico. sobre oportunidades de
os educadores devem responder a três perguntas cada ano escolar. Para orientar aprendizado que devem
fundamentais: suas decisões, professores e ser criadas para suprir às
⊲⊲ o que ensinar?; gestores precisam ter à sua necessidades identificadas.
⊲⊲ como ensinar?; e disposição um quadro de Por isso a importância
progressão e desenvolvimento da terceira pergunta,
⊲⊲ como avaliar?
dos objetivos de aprendizagem sobre como avaliar.
em cada área do currículo.

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AVALIAÇÃO FORMATIVA:
OBJETIVOS, FINALIDADES
E CARACTERÍSTICAS

A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM pode Realizada durante o processo de ensino, a ava-


ocorrer antes, durante ou depois das atividades liação formativa merece destaque, pois trata-se de
de ensino. Para cada caso, ela receberá, respec- avaliação PARA a aprendizagem e não apenas DA
tivamente, o nome de diagnóstica, formativa ou aprendizagem. Só através da formativa é possível
somativa, de acordo com o uso que será feito de avaliar todos os objetivos de aprendizagem de
seus resultados relativos ao desempenho dos es- uma proposta pedagógica.
tudantes. No entanto, esses diferentes tipos de A avaliação formativa tem três etapas:
avaliação têm um objetivo em comum: verificar se 1. Primeiro, deve-se compreender os objetivos
os estudantes adquiriram os aprendizados e a ca- de aprendizagem, isto é, onde o estudante
pacidade de mobilizá-los para enfrentar os proble- deve chegar;
mas que enfrentarão ao longo de suas vidas. 2. Depois, desenvolver atividades que forneçam
evidências sobre o estágio de aprendizagem
em que ele se encontra; e,
A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NAS ATIVIDADES DE ENSINO
3. Por fim, fornecer devolutivas que propiciem
o progresso de cada estudante.
ANTES DURANTE DEPOIS
O quadro a seguir sintetiza esses componentes,
descritos no resto desta seção. Idealmente, deve-
Diagnóstica Formativa Somativa
riam ser pauta recorrente das reuniões pedagógi-
cas das equipes escolares.

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SÍNTESE CONCEITUAL DA AVALIAÇÃO FORMATIVA

Onde o estudante Onde o Como


deve chegar? estudante está? chegar lá?

Preparar Fornecer
discussões, devolutivas
tarefas e que ajudem
atividades que os estudantes
evidenciam o
PROFESSOR aprendizado
OU PROFESSORA

Compreender
Cada estudante deve ser fonte
e introjetar os
de aprendizado para seus colegas
objetivos de
aprendizagem
TURMA

Cada estudante é responsável


pelo seu próprio aprendizado

ESTUDANTE

Fonte: Adaptado de Wiliam, Dylan. Embedded formative assessment. Solution Tree Press, 2011.

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ONDE O ESTUDANTE
DEVE CHEGAR?

COM FREQUÊNCIA, os documentos curricula- O verbo da frase que expressa cada objetivo de
res de sistemas de ensino e escolas consistem em aprendizagem indica a ação que deve ser realizada
meras listagens, o que não permite a construção com conhecimentos, habilidades e atitudes, para a
de uma compreensão da equipe escolar sobre o solução de um dado problema. A reflexão sobre o
sentido pedagógico de cada objetivo. Por isso, é verbo de cada objetivo é particularmente importan-
necessário construir uma descrição do significado te, pois o processo cognitivo, que o verbo encap-
de cada um, preferencialmente por meio de uma sula, define a forma de organização das atividades
atividade coletiva com toda a equipe. didáticas e das avaliações. No exemplo acima, uma
Um exemplo ajuda na compreensão. Nos currícu- aula centrada em capacitar os estudantes a “distin-
los de Língua Portuguesa, é comum encontrar um ob- guir” é diferente de uma aula para “caracterizar”.
jetivo similar a “Distinguir fato de opinião”, essencial Como o objetivo de aprendizagem consiste em
para a leitura crítica de textos nas mídias sociais. Esse uma afirmativa sobre o aprendizado, sua compre-
objetivo assume que os estudantes já sabem caracte- ensão só é completa depois que forem estabele-
rizar conceitualmente o que é um fato, isto é, algo que cidos critérios para verificar se o estudante atin-
pode ser provado como falso ou verdadeiro; ou uma giu o objetivo esperado. Portanto, nesse exemplo,
opinião, que é expressada a partir de sentimentos e a evidência consiste em produzir a comprovação
não pode ser classificada como falsa, nem como ver- empírica que caracteriza o fato, o que assume uma
dadeira. Além disso, antes de saber distinguir, os es- forma específica em cada situação.
tudantes devem ser capazes de identificar as marcas
linguísticas usadas para expressar os conceitos.

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ONDE O ESTUDANTE
ESTÁ?

DEFINIDOS OS CRITÉRIOS, é necessário foram ou não desenvolvidos. Isso só é possível se


elaborar atividades que, ao serem resolvidas, re- o docente conhecer muito bem o objetivo e os res-
velam se o estudante desenvolveu ou não o res- pectivos critérios de verificação.
pectivo aprendizado. Na avaliação formativa não se deve atribuir uma
Nesta etapa, é importante lembrar que a BNCC nota, mas elaborar comentários que mostrem onde
coloca no centro de seu modelo o conceito de com- a resposta do estudante pode ser melhorada. Outro
petência, isto é, a mobilização dos conhecimentos caminho que pode render bons frutos é estabelecer
para a solução de problemas da vida. Portanto, para níveis de desempenho, que indiquem ao aluno onde
verificar a capacidade de mobilização, as tarefas de ele se encontra em relação ao seu objetivo, usando
avaliação devem usar situações autênticas e pro- linguagem que não estigmatiza: por exemplo, referir-
duzir algo completo, dentro de um projeto. Diver- -se aos trabalhos usando as categorias: Em proces-
sos tipos de atividade são adequados, como abor- so; Razoável; Adequado; Avançado.
dados neste Guia: perguntas de múltipla escolha Esta etapa da avaliação formativa deve ser
e de resposta construída, rubricas instrucionais, feita não apenas pelos professores, mas também
observação e registro e portólios. pela turma como um todo, em atividades de coa-
O professor ou a professora avaliará as ativi- valiação e autoavaliação. Para isso, é necessário
dades realizadas procurando entender se os co- haver modelos de respostas que possam ser con-
nhecimentos e habilidades incluídos no objetivo já sultados por todos.

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COMO OS PROFESSORES, usando o conhecimento tanto, esta etapa nada mais é do que uma orien-
dos objetivos de aprendizagem, dos critérios de tação para o estudante, sobre como preencher as
PROGREDIR? verificação, das tarefas propostas e das respostas lacunas encontradas.
dos estudantes, devem definir quais conhecimen- Finalmente, o professor ou a professora deve
tos ou habilidades precisam ser reforçados e quais usar todas as informações coletadas para reorien-
estudantes ainda necessitam desenvolvê-los. Por- tar e adequar o seu trabalho pedagógico.

CONCLUSÃO A AVALIAÇÃO FORMATIVA é um processo rer na prática da sala de aula. Deve-se ressaltar
contínuo que ocorre junto ao trabalho de ensino e que nem todas as etapas descritas anteriormente
consiste na coleta e na interpretação de evidências estarão presentes em todas as suas manifesta-
sobre a conquista de objetivos de aprendizagem. ções. O núcleo do conceito é verificar o apren-
Ela coloca os estudantes no centro do processo, dizado e, imediatamente, usar o conhecimento
pois o foco é a evolução do seu aprendizado; além adquirido com a verificação para ajudar o estu-
disso, a avaliação formativa exige também a parti- dante na melhoria de seu aprendizado. Ao acom-
cipação do aluno, seja na compreensão dos crité- panhar a aprendizagem daquilo que deve ser en-
rios utilizados e no desempenho alcançado, seja sinado, a avaliação formativa também fortalece a
no processo de autoavaliação. implementação do currículo. E, a partir das evi-
As próximas seções do Guia mostram como as dências obtidas, dá suporte ao trabalho de pro-
etapas de uma avaliação formativa podem ocor- fessores e gestores. ■

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INSTRUMENTOS AVALIATIVOS

Atividades de
múltipla escolha
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SITUAÇÕES
DE USO

ATIVIDADES DE MÚLTIPLA ESCOLHA são o mitem que o profissional elabore, aplique e corrija,
tipo de instrumento mais utilizado para compor ava- em um curto espaço de tempo, testes que verifi-
liações e testes em larga escala. A razão se deve a quem o desenvolvimento de habilidades previstas
algo bastante simples, que é a facilidade com que no currículo de um determinado ano escolar e área
os resultados podem ser gerados e processados, do conhecimento.
dado que a sua correção é absolutamente objeti- Por outro lado, essa praticidade só conduzirá a
va: basta verificar se o estudante marcou a alterna- uma melhora do aprendizado se os testes forem
tiva correspondente ao gabarito. elaborados de acordo com critérios de qualida-
Essa mesma praticidade também vale para o de bem estabelecidos. Sendo assim, abordaremos
trabalho do professor ou da professora em sala de aqui os principais métodos para a construção de
aula. Embora seja indispensável o uso de outros atividades de múltipla escolha para fins de avalia-
formatos de avaliação, como aqueles abordados ção com foco no desenvolvimento do estudante.
neste Guia, as atividades de múltipla escolha per-

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CARACTERÍSTICAS EXEMPLO DE ATIVIDADE DE MÚLTIPLA ESCOLHA DE LÍNGUA PORTUGUESA

PRINCIPAIS E PARTES
Leia o texto abaixo.
QUE COMPÕEM
CANÇÃO DO EXÍLIO
ENUNCIADO
Minha terra tem palmeiras,
NO MODELO DE ATIVIDADES de múltipla Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
escolha – cujo nome também pode ser item de Não gorjeiam como lá.
resposta selecionada ou questão objetiva –, o
5 Nosso céu tem mais estrelas,
estudante realiza um percurso cognitivo a par-
Nossas várzeas têm mais flores,
tir de algum estímulo. Com base nesse percurso, SUPORTE
Nossos bosques têm mais vida,
ele seleciona uma das alternativas apresentadas. Nossa vida mais amores.
Caso escolha a alternativa correta, ele terá acer- Em cismar – sozinho – à noite –
tado a questão e demonstrado dominar a habi- 10 Mais prazer encontro eu lá;
lidade; caso contrário, será estimado que ainda Minha terra tem palmeiras;
Onde canta o Sabiá.
não a desenvolveu.
Para que a atividade cumpra bem essa função, [...]
é importante que cada uma de suas partes esteja
DIAS, Gonçalves. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/can-
bem elaborada. O exemplo a seguir pode nos aju- COMANDO cao-do-exilio-de-goncalves-dias/>. Acesso em: 02 ago. 2020.
dar a entender melhor esse processo.
Nesse fragmento de poema, ao falar
de sua terra de origem, o eu lírico
DISTRATOR A) critica o povo.
GABARITO B) exalta a natureza.
DISTRATOR C) glorifica uma conquista.
DISTRATOR D) lamenta um amor perdido.

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Vamos falar primeiro da estrutura dessa ativi- nal, dentre diversos outros – os quais devem ter os O quarto e o quinto elementos são os distratores
dade. O elemento com o qual temos um contato direitos autorais respeitados e referenciados. e o gabarito. Os distratores são as alternativas in-
inicial é o enunciado. Ele é a primeira instrução O terceiro elemento é o comando, que é o estí- corretas, de modo que qualquer alternativa que não
do problema a ser resolvido e é utilizado quando mulo que direcionará o estudante à sua resposta. seja um gabarito é um distrator. O distrator é uma das
há necessidade de direcionar o estudante para a Ele pode ser elaborado em formato de pergunta partes mais importantes na hora da elaboração da
leitura de um texto, como neste caso, ou realizar ou, como no nosso exemplo, de sentença a ser atividade, pois deve ser plausível, de tal maneira que
uma breve contextualização a respeito das per- completada. o estudante não o descarte por conta de algum con-
guntas que serão feitas. teúdo absurdo, ao mesmo tempo em que seu conte-
O segundo elemento é o suporte, que nesse údo precisa, sem sombra de dúvida, estar incorreto.
exemplo é o poema “Canção do Exílio”. Assim como ATENÇÃO! Por último, o gabarito é a alternativa correta da
o enunciado, o suporte também não é uma parte obri- É importante evitar comandos muito longos atividade. Tal qual os distratores, um gabarito não
e pouco claros, ou que apresentem termos
gatória da atividade, de forma que se faz necessário pode dar margem para que a sua correção seja
na negativa, para que o aluno não se
apenas quando a atividade exige interpretação de confunda; ou que peçam para que seja questionada. Além disso, nem o gabarito e nem o
algum texto ou uma contextualização maior para que identificava a alternativa incorreta em distrator devem se destacar em relação às demais
o problema seja resolvido. Ele pode ser criado pelo vez da correta – afinal, queremos avaliar alternativas, para que não atraiam excessivamen-
professor ou pela professora – no caso de gráficos a capacidade do estudante de indicar o te a atenção do aluno. Sendo assim, na hora de
e tabelas – e retirado de livros, periódicos e meios percurso certo, não o errado. redigir as alternativas, procure seguir uma mesma
digitais – no caso de contos, poemas, fragmentos de estrutura, com sintaxe e tamanhos semelhantes,
romance, artigos, notícias, verbetes, tirinhas de jor- como no exemplo de atividade apresentada.

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HABILIDADES E NÍVEIS
DE DIFICULDADE

AGORA, VAMOS FALAR mais especificamente se, no exemplo apresentado, o suporte fosse um ples e familiar; o mesmo vale para um suporte de
do conteúdo de uma atividade de múltipla escolha. poema pouco familiar, de linguagem mais rebus- Ciências da Natureza que consista na imagem de
No exemplo, é avaliada a habilidade de Língua Por- cada, a atividade provavelmente se tornaria mais uma cadeia alimentar com seres vivos que não fa-
tuguesa que diz respeito à inferência de informa- complexa para o estudante. A escolha das alter- zem parte do contexto do aluno.
ções que não estão explícitas no texto. Habilidades nativas tem também o mesmo efeito: se o gabarito Tudo isso nos leva a uma regra fundamental que
como essa estão presentes na Base Nacional Co- fosse alterado para “manifesta um sentimento ufa- deve sempre nortear a elaboração de qualquer ins-
mum Curricular (BNCC) e nas Matrizes de Referên- nista”, é bem possível que os estudantes encon- trumento avaliativo: todos os elementos de uma
cia dos sistemas de avaliação. Um ponto importante trassem maior dificuldade, dada a menor familiari- atividade devem ser construídos tendo em vista
a ser ressaltado é que cada atividade deve avaliar dade com o termo “ufanista”. o nível de dificuldade desejado, além de estarem
somente uma habilidade, de forma que seja pos- Isso vale para qualquer outra área do conheci- de acordo com a etapa de ensino do estudante.
sível estimar, com base em seu acerto ou erro, se o mento. Por exemplo, uma habilidade de Matemá- Não se deve, portanto, aplicar uma atividade fácil
estudante já a desenvolveu ou não. tica que avalie leitura de gráficos se tornará mais ou difícil com o intuito apenas de ajudar ou punir o
Outro ponto relevante é compreender as gra- difícil se a atividade utilizar, como suporte, um grá- aluno. A razão deve estar associada a uma informa-
dações de dificuldade de uma habilidade. Assim fico com uma complexidade maior de informações; ção que será importante para o seu trabalho peda-
como existem habilidades simples e habilidades em Ciências Humanas, uma atividade que conte- gógico em sala de aula, que é verificar se o estudan-
complexas, cada uma possui também diferentes nha um texto de um teórico do século XVIII tem te alcançou determinado nível de aprendizagem.
níveis de dificuldade. Um suporte menos acessível chances de ser mais difícil que outra que avalie a
torna automaticamente uma habilidade mais difícil: mesma habilidade, mas possua um suporte sim-

19
Guia
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA E FORMATIVA AVALIAÇÃO FORMATIVA E A BASE ATIVIDADES DE ATIVIDADES DE RUBRICAS COM FOCO OBSERVAÇÃO E REGISTRO PORTFÓLIO
da ação NO RETORNO ÀS AULAS PRESENCIAIS NACIONAL COMUM CURRICULAR MÚLTIPLA ESCOLHA RESPOSTA CONSTRUÍDA NO SOCIOEMOCIONAL EM SALA DE AULA
avaliativa

ETAPAS
E CRITÉRIOS

O PONTO DE PARTIDA para elaborar uma ati- te que um suporte desnecessário pode confundir o formato quanto de nível de complexidade, de tal ma-
vidade de múltipla escolha tradicional é escolher a aluno e prejudicar a qualidade do instrumento. neira que depois seja possível identificar quais textos
habilidade que será avaliada, o que pode ser feito A partir daí, deve-se prosseguir para a elabora- precisam ser mais trabalhados em sala de aula. Isso
a partir da BNCC, da Matriz de Referência do siste- ção de um comando que induzirá o estudante a também vale para as habilidades: tente abarcar uma
ma de avaliação ou do currículo da rede. Caso sua realizar um percurso cognitivo em torno da habi- quantidade razoável delas, que possibilite depois,
área do conhecimento seja Língua Portuguesa ou lidade avaliada; por fim, o percurso esperado de- a partir dos resultados, a criação de um mapa mais
Matemática, você encontra, na seção Habilidades verá coincidir com uma das alternativas apresenta- completo da aprendizagem de seus estudantes.
prioritárias da BNCC desta Plataforma, uma lista das, que é o gabarito. É importante também que um teste contenha
de habilidades que devem receber mais atenção Ao construir os distratores, procure pensar em atividades com diferentes níveis de dificuldade.
em cada ano escolar. caminhos possíveis e plausíveis que estudantes Um teste muito difícil pode desestimular o estudan-
Após selecionada a habilidade, você deverá re- que ainda não desenvolveram a habilidade pode- te e prejudicar o processo avaliativo; o mesmo vale
fletir se a atividade será contextualizada, o que rão percorrer, e fuja sempre das “pegadinhas”, que para um teste muito fácil, que poderá focar somente
pode se dar por meio de um suporte. Um bom crité- em nada ajudam no processo avaliativo. Quando naquilo que já aprenderam. O tamanho também me-
rio para essa escolha é estabelecer um nível de difi- redigir o gabarito, seja claro e evite ambiguidades. rece atenção, pois, um teste muito extenso pode fa-
culdade e complexidade desejado, ou verificar se o Durante a construção de um teste com diversas zer com que o estudante fique cansado e não con-
estudante precisa de alguma informação adicional atividades, procure diversificar, principalmente no siga concentrar-se plenamente na resolução das
para responder à questão. Porém, tenha em men- que diz respeito aos suportes, tanto em termos de atividades, ou, até mesmo, opte pelo “chute”.

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OUTROS TRECHOS SUPRIMIDOS MODELO COMPLEXO DE MÚLTIPLA ESCOLHA


A atividade também pode ser composta pelas Aqui, é apresentado um comando e um conjunto
FORMATOS mesmas partes – comando, gabarito e distrator, de opções que serão reagrupadas em alternativas,
abrindo, inclusive, espaço para um suporte – e das quais uma deve ser o gabarito, enquanto as
apresentar um formato ainda um tanto diferente. demais, os distratores. O professor ou a professora
É o caso das sentenças com trechos suprimidos. pode, também, contextualizar a atividade por meio
de um suporte.
DEVE-SE TER EM MENTE que, no geral, as
atividades de múltipla escolha possuem cer- Castro Alves é um exemplo de poeta
tas limitações, principalmente quando estão em ___________, enquanto Oswald Observe os poetas abaixo.
jogo competências e habilidades mais comple- Andrade é ___________.
1) Álvares de Azevedo.
xas, que envolvam opiniões e raciocínios críti- A) modernista; romântico. 2) Castro Alves.
cos. Para esse campo da aprendizagem, outros B) parnasiano; simbolista. 3) Gregório de Matos.
instrumentos são recomendáveis, como os de- C) romântico; modernista.
mais apresentados neste Guia. D) simbolista; parnasiano. Quais fizeram parte
do romantismo no Brasil?
Até aqui, discorremos sobre o modelo mais
convencional de múltipla escolha, o qual encon- A) 1 e 2. C) 1, 2 e 3.
tramos com maior frequência em testes e avalia- B) 1 e 3. D) 2 e 3.
ções em larga escala. Porém, outros formatos
são possíveis e, inclusive, recomendáveis de-
pendendo da competência e da habilidade que Esse modelo carrega uma dificuldade na elaboração,
se deseja avaliar. pois muitas vezes permite que o estudante acerte-o
por meio de exclusão, sem necessariamente dominar
o conteúdo como um todo. No exemplo acima, saber
apenas que Gregório de Matos não pertencia ao
romantismo já conduz à resposta correta.

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ASSOCIAÇÕES VERDADEIRO OU FALSO


Outro formato interessante, e mais complexo, Esse modelo é bastante comum para testes em sala Neste caso, está presente o comando, mas não
é o de múltiplas associações. Neste caso, a de aula, mas raramente utilizado em avaliações em há apenas um gabarito, porém um conjunto de
atividade inicia-se com um conjunto de alternativas larga escala. Possui algumas vantagens, como, por alternativas corretas e incorretas. Sendo assim,
no topo, seguido por um conjunto de opções exemplo, ser de fácil elaboração e poder avaliar o gabarito corresponderá à sequência correta de
correspondentes abaixo. As instruções que diversos conteúdos de uma só vez e que podem verdadeiros e falsos, ao mesmo tempo em que
precedem as alternativas e as opções informam ser respondidos em pouco tempo. Por outro lado, o professor ou a professora poderá estabelecer
ao aluno sobre como responder e onde marcar as tendem a avaliar habilidades e conhecimentos pouco uma pontuação para cada alternativa marcada
respostas. Exemplo: complexos. Uma forma de atenuar essa limitação é corretamente, de modo a ser possível atingir
recorrer a um suporte, de modo a tonar a atividade diferentes notas.
um pouco mais sofisticada.
Relacione cada alternativa às
características correspondentes
nas opções fornecidas abaixo.
Marque V, para verdadeiro, e F, para falso.
A) Álvares de Azevedo.
B) Castro Alves. 1) Em Canção do Exílio, Gonçalves Dias exalta a natureza brasileira. ( )
C) Gonçalves Dias. 2) Em Lucíola, José de Alencar exibe
D) José de Alencar. uma visão idealizada da sociedade carioca. ( )
3) Em Navio Negreiro, Castro Alves denuncia os horrores da escravidão. ( )
( ) Em seus romances urbanos, 4) Em Noite na Taverna, Álvares de Azevedo cria uma imagem ingênua
abordou a hipocrisia da vida na corte. do homem. ( )
( ) Em uma de suas obras famosas,
denunciou os horrores da escravidão.
( ) O fatalismo e o estilo gótico
representativos de sua obra.
( ) O ufanismo e o indianismo são
marcantes em seus versos.

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EXEMPLOS Exemplos de atividades de múltipla escolha


E INSTRUMENTOS

Após esse percurso, ATIVIDADE DE MÚLTIPLA


ESCOLHA DE BIOLOGIA
você já deve ter uma
boa noção sobre quais ETAPA 3EM

pontos considerar na HABILIDADE Reconhecer os


níveis de organização do corpo
hora de elaborar uma
humano.
atividade de múltipla
TAREFA Identificar o processo
escolha. Portanto, de respiração celular e
nesta última seção, seu local de ocorrência
relacionando-o aos níveis
estão disponibilizados hierárquicos do organismo
alguns outros exemplos humano através da análise
de um esquema.
de atividades de
GABARITO A
diferentes componentes
curriculares que
poderão lhe servir
de referência.

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ATIVIDADE DE MÚLTIPLA
ESCOLHA DE FÍSICA

ETAPA 2EM

HABILIDADE Compreender
o calor como forma de
transferência de energia.
TAREFA Reconhecer que
dois blocos com temperaturas
diferentes, quando postos
em contato, trocam calor
entre si até atingirem
o equilíbrio térmico.
GABARITO B

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ATIVIDADE DE MÚLTIPLA
ESCOLHA DE QUÍMICA

ETAPA 2EM

HABILIDADE Compreender a
cinética de reações químicas.
TAREFA Identificar, a partir
da análise de uma fotografia,
a maneira como a temperatura
influi na velocidade da
ocorrência de uma reação
de efervescência de um
comprimido de vitamina C
em água.
GABARITO A

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ATIVIDADE DE MÚLTIPLA
ESCOLHA DE MATEMÁTICA

ETAPA 8EF

HABILIDADE (EF08MA13)
Resolver problemas que
envolvam grandezas
diretamente ou inversamente
proporcionais, por meio de
estratégias variadas.
TAREFA Utilizar
proporcionalidade direta entre
duas grandezas na resolução
de problema.
GABARITO D

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ATIVIDADE DE MÚLTIPLA
ESCOLHA DE LÍNGUA
PORTUGUESA

ETAPA 9EF

HABILIDADE Identificar o
objetivo comunicativo de
um texto com base na sua
estrutura e seu conteúdo.
TAREFA Identificar o objetivo
comunicativo de uma
reportagem.
GABARITO D

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ATIVIDADE DE MÚLTIPLA
ESCOLHA DE HISTÓRIA

ETAPA 9EF

HABILIDADE Identificar
diferentes abordagens
existentes em fontes
históricas diversas.
TAREFA Identificar a construção
do conhecimento histórico
relacionado a escravidão da
população negra, no Brasil do
final do século XIX, através de
uma fotografia daquele contexto.
GABARITO B

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ATIVIDADE DE MÚLTIPLA
ESCOLHA DE GEOGRAFIA

ETAPA 1EM

HABILIDADE Identificar os
diferentes tipos de biomas
brasileiros.
TAREFA Identificar a
espacialidade do bioma da Mata
Atlântica por meio da associação
entre uma imagem da paisagem
desse bioma e um mapa sobre
a espacialidade dos biomas
brasileiros.
GABARITO D

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Instrumentos
Para os componentes de Matemática e Língua Portuguesa é possível encontrar
Atividades de verificação da Aprendizagem para o Ensino Fundamental e
Médio em https://apoioaaprendizagem.caeddigital.net/

a Sugestões de leitura e referências


HALADYNA, Thomas M. Developing and validating multiple-choice test items.
Mahwah, New Jersey: Lawrence Erlbaum Associates, 2004.

HOGAN, Thomas P. Introdução à Prática de Testes Psicológicos. Tradução


de Luís Antônio Fajardo Pontes. Rio de Janeiro: LTC, 2006.

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INSTRUMENTOS AVALIATIVOS

Atividades de
resposta construída

resposta construída
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As atividades de resposta construída, muitas vezes


denominadas questões abertas, são, normalmente, o modelo
mais utilizado em sala de aula, pois, por meio das respostas
elaboradas pelos alunos, o professor ou a professora
pode visualizar melhor as habilidades e o conhecimento
desenvolvidos, se comparada às questões de múltipla escolha.
Embora sua elaboração, a princípio, seja mais simples, exige,
também, alguns princípios universais para sua construção
e, posteriormente, uma maior atenção para a correção.

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SITUAÇÕES
DE USO

UMA QUESTÃO de resposta construída visa ob- será desenvolvida para atingir o objetivo estabe- Um caminho para orientar essas escolhas resi-
ter mais informações acerca do desenvolvimento lecido pela atividade. de em consultar na Plataforma as habilidades da
de habilidades associadas a um dado conteúdo Para se saber, concretamente, quais habilida- BNCC elencadas como prioritárias para a etapa.
curricular, permitindo ao professor ou à professora des a serem trabalhadas empregando questões de Nesse sentido, as questões de resposta cons-
o acesso à produção efetiva do aluno. resposta construída, é importante o conhecimen- truída podem contribuir para avaliar mais ade-
De modo geral, tanto uma atividade de respos- to do currículo da etapa de escolaridade, sua arti- quadamente processos cognitivos complexos,
ta construída quanto uma de múltipla escolha po- culação com a BNCC e de que modo a habilidade além de ajudar a visualizar aspectos importantes
dem avaliar habilidades e conteúdos semelhan- e o conteúdo abordados podem ser pré-requisito do desempenho estudantil, de modo que se possa
tes, tudo dependerá do modo como a questão para as aprendizagens subsequentes. realizar intervenções pedagógicas mais eficazes.

*
Feitas tais considerações, o professor ou a professora poderá estruturar as atividades
de resposta construída que melhor se adequam à realidade de seus planos de aula,
da turma, da escola, enfim, dos objetivos de aprendizagem a serem alcançados.

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CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
E FORMATOS

AS ATIVIDADES de respostas construídas são diferença implicará no tipo de correção a ser realização de atividades e/ou de um teste,
assim denominadas, pois exigem que, a partir de executada e mesmo nas condições de aplicação. que podem dizer respeito, por exemplo, ao
um comando, uma instrução, ou seja, um dado estí- tempo de aplicação de uma questão específica
mulo, o aluno construa sua resposta. Uma questão ⊲⊲ Instrução / Comando ao Respondente: pode ou do teste como um todo. Tais orientações
de resposta construída ou aberta deve apresentar se concretizar em uma única frase ou em uma devem ser claras e o mais completas possível,
alguns elementos que são considerados universais: sequência mais longa de instruções sobre a de modo que, ao se realizar a correção, não
natureza do que se deseja avaliar. paire dúvidas sobre o desempenho.
⊲⊲ Conteúdo e demanda cognitiva: o conteúdo
tratado na questão pode ser objetivo, com ⊲⊲ Condições de execução: são definidas ⊲⊲ Chaves e critérios de correção:
resposta em termos de certo ou errado, ou por quem elabora os itens e serve para os critérios de correção e pontuação
subjetivo, cuja resposta exigirá uma avaliação estruturar os testes. Essas condições devem ser estabelecidos quando da
detalhada de um corretor/avaliador. Essa envolvem, portanto, orientações para elaboração da questão e do teste.

*
Para se garantir uma boa análise acerca das aprendizagens dos alunos, é preciso que as questões
de resposta construída sejam claras, de modo a certificar que o aluno compreenda a tarefa que lhe
foi proposta e que todos os requisitos para resposta estejam bem descritos. Além disso, a chave de
correção deve ser consistentemente estruturada para garantir a devida interpretação da resposta.

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Atividades de respostas construída com respostas objetivas,


ou seja, que são avaliadas, corrigidas, como certas ou erradas:

RESPOSTA CURTA A PARTIR DE UMA RESPOSTA CURTA RESPOSTA CURTA QUE EXIGE O
IMAGEM: essa atividade é bastante utilizada COM SITUAÇÃO PROBLEMA: CONHECIMENTO DE FATOS, PODENDO,
no processo de alfabetização. EM ALGUNS CASOS, HAVER MAIS DE
UMA PERGUNTA RELATIVA AO FATO:

Escreva o nome da figura que você vê. Se um chocolate custa 1 real A respeito da Primeira Guerra Mundial,
e Ana vai comprar 5 chocolates, responda à seguinte questão:
quanto ela vai pagar no total?
A) Qual fato foi responsável pelo
ESSE
início da Primeira Guerra Mundial?
COMANDO ORIENTAÇÕES
É LIDO PELO
PROFESSOR
Resposta: 5 reais PARA RESPONDER
À QUESTÃO
OU PELA
PROFESSORA
Resposta:
O assassinato do arquiduque
Francisco Ferdinando.
ou
O assassinato do herdeiro do trono
do Império Austro-húngaro.
ou
Resposta: BOLA
O assassinato de Francisco Ferdinando,
arquiduque do Império Austro-húngaro.

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PREENCHIMENTO DE LACUNAS: costuma CLOZE: nesse tipo de atividade, o aluno intervém no pois exige que o aluno reconheça o sentido
envolver uma única frase com um ou dois espaços corpo do texto, que possui alguns termos suprimidos. do contexto e acesse seu léxico mental de modo
em branco. Normalmente, avalia a recordação a preencher a lacuna.
Escolhe-se um texto, no qual palavras são substituídas
de um conhecimento, tratando-se, pois, de um
por uma lacuna. Trata-se uma atividade que pode No exemplo a seguir, foram apagadas todas
processo com baixa demanda cognitiva. Para
ser utilizada para avaliar compreensão e fluência de as sétimas palavras em sequência no texto.
esse tipo de abordagem, as questões de múltipla
leitura, e que se associa ao domínio de vocabulário, A resposta correta encontra-se entre parênteses:
escolha são mais recomendadas.

O Arcadismo brasileiro sofreu forte Desenhos são uma fonte de informação ______ (e) uma maneira especial de obter
influência do ____________________. revelações ________ (sobre) a mente. Diferentes disciplinas, como a ________
(psicologia), a educação e as artes, buscaram __________ (investigar) essa atividade.
Muitos pesquisadores concordam que ________ (os) desenhos são uma importante
Resposta: Iluminismo forma de _________ (expressão) utilizada pelas crianças para comunicar naturalmente
________ (os) seus pensamentos, suas emoções e a ________ (maneira) de ver o
mundo ao seu _______ (redor).

STUDART, Denise Coelho. Conhecendo a experiência museal das crianças por meio de desenhos.
In: MASSARANI, Luisa (ed). Ciência e criança: a divulgação científica para o público infanto-juvenil.

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Atividades de respostas construída


com respostas subjetivas:

Essas atividades adequam-se à avaliação de Para atividades que exigem a produção de um texto,
demandas cognitivas mais complexas, refletindo podemos ter a elaboração de uma Redação / um
a habilidade do aluno e sua capacidade de ensaio ou uma resposta estruturada em poucas
desenvolver um raciocínio crítico, de modo que sentenças, geralmente, em um parágrafo. Essas
exigem chave de correção. Nelas, o aluno pode questões são muito comuns na área de Linguagens
demonstrar a capacidade de articular informações, e Ciências Humanas.
posicionar-se, expressar-se oralmente ou por escrito.
Nesse tipo de atividade, mesmo com maior liberdade
Neste capítulo, iremos nos concentrar em formatos para executar a tarefa, o aluno é conduzido para tal
de atividades que exigem uma produção escrita. por meio de orientações claras que lhe permitam
Assim, para elaboração e correção de questões compreender qual tipo de raciocínio deve elaborar
de resposta construída que solicitam ao aluno e qual conhecimento está sendo solicitado.
desenvolver um texto, é fundamental compreender
que a escrita:

1. é um produto de um dado escritor (aluno) ELABORAÇÃO DE COMANDOS / ENUNCIADOS PARA PRODUÇÃO DE UMA REDAÇÃO
destinado a um certo público (que pode ser
apenas o professor ou a professora, como
Deve-se se ter muita atenção à construção do comando e dos estímulos
comumente o é nas redações escolares, ou
apresentados que podem ser apenas uma frase, mas também ser um parágrafo,
a banca de correção, como no caso do ENEM);
além de vir acompanhados de textos não verbais. Um bom comando deve:
2. apresenta aspectos associados ao seu traçado
• mostrar com clareza o processo a ser seguido: descrever, narrar,
(aspectos fechados), aquisição do código
argumentar, analisar, persuadir, informar ou analisar, por exemplo;
e aspectos relacionados ao conteúdo
• indicar um tempo limite para a execução da tarefa;
e à criatividade (aspectos abertos).
• sugerir a extensão da resposta, podendo limitar o número de linhas ou parágrafos.

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EXEMPLO DE ATIVIDADE DE RESPOSTA EXEMPLO DE ATIVIDADE DE RESPOSTA


CONSTRUÍDA EM QUE SE SOLICITA A CONSTRUÍDA EM QUE SE SOLICITA A
ELABORAÇÃO DE REDAÇÃO NARRATIVA: ELABORAÇÃO DE REDAÇÃO NARRATIVA:

Imagine que, ao apertar o botão da Leia o texto abaixo.


televisão da sua casa, uma luz muito
HELENA [Capítulo III}
forte apareceu e puxou você para
dentro do aparelho. Escreva um texto (...) Era uma moça de dezesseis a dezessete anos, delgada sem magreza, estatura um pouco acima de mediana,
contando o que você viveu dentro talhe elegante e atitudes modestas. A face, de um moreno-pêssego, tinha a mesma imperceptível penugem da
da televisão, lembrando de falar fruta de que tirava a cor; naquela ocasião tingiam-na uns longes cor-de-rosa, a princípio mais rubros, natural
de coisas que você viu, fez e quem efeito do abalo. As linhas puras e severas do rosto parecia que as traçara a arte religiosa. Se os cabelos, casta-
nhos como os olhos, em vez de dispostos em duas grossas tranças lhe caíssem espalhadamente sobre os om-
participou. Dê um título à sua história.
bros, e se os próprios olhos alçassem as pupilas ao céu, disséreis um daqueles anjos adolescentes que traziam
a Israel as mensagens do Senhor. Não exigiria a arte maior correção e harmonia de feições, e a sociedade bem
podia contentar-se com a polidez de maneiras e a gravidade do aspecto. Uma só coisa pareceu menos aprazível
Fonte: SAEMI 5EF e 6EF, 2015. ao irmão: eram os olhos, ou antes o olhar, cuja expressão de curiosidade sonsa e suspeitosa reserva foi o único
senão que lhe achou, e não era pequeno. (...)

Por se tratar de um enunciado para elaboração ASSIS, Machado. Helena. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000079.pdf>.
de uma narrativa, pode-se solicitar a produção Acesso em 07 ago. 2020

de um texto ficcional ou de uma história


verdadeira. Nesse tipo de enunciado, os Aponte um recurso muito utilizado no romantismo, predominante nesse fragmento,
verbos presentes geralmente serão: contar, e, em seguida, explique o efeito provocado por seu emprego. (5 linhas)
descrever ou escrever (“escreva uma história”).
Para esse tipo de abordagem, as questões de
múltipla escolha são mais recomendadas.
Nessa questão, o aluno precisa demonstrar conhecimento de características do Romantismo,
o que é solicitado na primeira parte do comando, para, em seguida, demonstrar ser capaz de
analisar o efeito produzido pela utilização desse recurso.

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ROTEIRO BÁSICO PARA


ELABORAÇÃO DOS INSTRUMENTOS

PARA SE ESCOLHER o formato da atividade de ALGUMAS DIRETRIZES PARA QUE SE POSSA ELABORAR QUESTÕES DE RESPOSTA
CONSTRUÍDA DE MODO A SE OBSERVAR AS APRENDIZAGENS DOS ALUNOS:2
resposta construída a ser trabalhada na sala de aula,
é fundamental que o procedimento seja bem defini-
do pelo professor ou pela professora, que pode se Preocupações de conteúdo
orientar por algumas perguntas guia, tais como: 1. Tenha clareza sobre o domínio de conhecimento e habilidades a serem avaliados.
2. Certifique-se de que o formato seja apropriado para a demanda cognitiva pretendida.
3. Procure garantir comparabilidade da construção entre as tarefas.
⊲⊲ Quais resultados desejo observar com essa
questão ou a avaliação como um todo? Formatação e preocupação de estilo
⊲⊲ Quais conteúdos podem ser ou serão Aa 4. Edite e verifique as instruções das questões.
escolhidos para serem avaliados?
⊲⊲ Será uma atividade individual ou em grupo? Escrever as instruções/comando
⊲⊲ Que materiais, recursos, os alunos terão 5. Defina claramente as orientações, expectativas
para o formato de resposta e demandas de tarefas.
acesso para executar a tarefa a ser proposta?
6. Forneça informações sobre os critérios de pontuação.
7. Evite exigir suposições implícitas; evite recursos irrelevantes
para a realização das tarefas.

Preocupações de contexto
8. Considere a diversidade cultural e a acessibilidade.
9. Certifique-se de que a complexidade linguística é adequada para a etapa
2. HALADYNA, Thomas M. e RODRIGUEZ, Michael C. Developing de escolaridade à qual a atividade se destina.
and Validating Test Items. New York, Routledge, 2013, p.213.
(Tradução e adaptação nossa).

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Guia
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA E FORMATIVA AVALIAÇÃO FORMATIVA E A BASE ATIVIDADES DE ATIVIDADES DE RUBRICAS COM FOCO OBSERVAÇÃO E REGISTRO PORTFÓLIO
da ação NO RETORNO ÀS AULAS PRESENCIAIS NACIONAL COMUM CURRICULAR MÚLTIPLA ESCOLHA RESPOSTA CONSTRUÍDA NO SOCIOEMOCIONAL EM SALA DE AULA
avaliativa

CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS PARA


A CORREÇÃO DAS RESPOSTAS

A CONSTRUÇÃO das chaves de correção para ⊲⊲ Chave de correção holística: considera-se VANTAGENS DA CORREÇÃO ANALÍTICA:
esses tipos de questões devem levar em conside- o desempenho de modo que todas
ração o conteúdo, o processo cognitivo demanda- os componentes da escrita, da resposta, • Por descrever cada componente
do e a natureza da tipologia suscitada pelo enun- são consideradas de modo integrado. a ser avaliado, indicando a gradação
ciado. Essas chaves de correção são guias para se Esse tipo de chave de correção está mais e a pontuação correspondentes,
pode-se minimizar a subjetividade
avaliar e pontuar a tarefa demandada na atividade. sujeita à subjetividade do avaliador/corretor
do avaliador/corretor.
Para isso, pode ser realizada uma correção holísti- da atividade. • O processo de correção detalhada
ca ou analítica. Vejamos o que caracteriza cada um da resposta do aluno torna-se uma
desse tipo de chave de correção. ⊲⊲ Chave de correção analítica: caracteriza-se oportunidade bastante sólida para se
por trazer um conjunto de elementos que conhecer seu desempenho, pontos
são avaliados de modo independente, que fortes e fragilidades, de modo a se ter
um diagnóstico dos aspectos que ainda
apresentam diferentes gradações de acerto.
precisam ser trabalhados, recuperados
Um exemplo desse tipo de chave de ou aprofundados.
correção é a matriz de competências
para redação do Enem. A correção analítica é, nesse sentido,
mais adequada em termos de avaliação
formativa da aprendizagem.

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avaliativa

EXEMPLOS E Exemplos de atividades de resposta construída


INSTRUMENTOS

Ao chegar neste ponto, ATIVIDADE DE RESPOSTA


CONSTRUÍDA DE LÍNGUA
você já conhece os PORTUGUESA COM
principais critérios a CHAVE DE CORREÇÃO:
serem considerados
no momento de se
elaborar uma questão
de resposta construída.
Apresentaremos, agora,
uma atividade de
resposta construída
com exemplo de chaves
de correção.

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CHAVE DE CORREÇÃO DA ATIVIDADE

ASPECTO 1 – PLAUSIBILIDADE COM A IMAGEM

Conceito Descrição

A O estudante escreveu uma frase (ou um texto) PLAUSÍVEL em relação à imagem.


Atenção! (1) A avaliação desse aspecto não considera se a frase possui, ou não, desvios ortográficos, de segmentação
ou qualquer outro de caráter linguístico. Observa-se, APENAS, a coerência presente na descrição realizada. (2) Para
atribuição do conceito “A”, podem ser consideradas plausíveis estruturas oracionais (com presença de verbo) ou frases
nominais (que não exprimem ação ou algo semelhante, uma vez que não apresentam verbos), desde que se relacionem
de modo coerente com a imagem.(3) Na tela de correção no sistema on-line será apresentada uma descrição da cena,
porém essa não é o único gabarito aceito, trata-se apenas de uma orientação, pois devem ser consideradas todas
as frases que atendam à plausibilidade da cena.

B O estudante escreveu uma frase (ou um texto) com POUCA PLAUSIBILIDADE em relação à cena.

C estudante escreveu uma frase (ou um texto) INCOERENTE em relação à cena, configurando FUGA AO TEMA
(provavelmente reproduzida de memória).
Atenção! Enquadram-se, aqui, os casos nos quais o estudante escreveu apenas o nome de 1 (um) dos elementos
que compõem a imagem.

ASPECTO 2 – ORTOGRAFIA

Conceito Descrição

A O estudante escreveu ORTOGRAFICAMENTE uma frase (ou um texto), RESPEITANDO os critérios de segmentação de palavras.
Atenção! (1) A frase que não contiver VERBO será avaliada, automaticamente, com o conceito D nesse aspecto,
independentemente da avaliação atribuída no Aspecto 1. (2) Será considerada em nível ortográfico a frase que
apresentar apenas 1 (um) tipo de desvio não recorrente, exceto de segmentação.

B O estudante escreveu uma frase (ou um texto) com desvios, configurando uma escrita em nível ALFABÉTICO.

C O estudante escreveu uma frase (ou um texto) com desvios, configurando uma escrita em nível SILÁBICO-ALFABÉTICO.

D O estudante escreveu uma frase (ou um texto) com desvios, configurando uma escrita em nível SILÁBICO.
Atenção! Também receberá esse conceito as frases nominais, ou seja, que não apresentam verbo (elencam
um ou mais elementos da cena) OU uma frase cuja leitura está comprometida, mas que apresenta relação
com a pauta sonora de palavras que nomeiam elementos da cena.

E O estudante apresenta escrita em nível PRÉ-SILÁBICO (letras aleatórias e/ou desenhos/garatujas).

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ATIVIDADE DE RESPOSTA
CONSTRUÍDA DE
LÍNGUA PORTUGUESA
COM CRITÉRIOS
DE CORREÇÃO

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CHAVE DE CORREÇÃO DA ATIVIDADE

CORREÇÃO VIÁVEL

1º Normal Todas as imagens serão apresentadas com essa indicação, que deverá ser mantida se a imagem
da FOLHA DE REDAÇÃO e/ou da ESCRITA DO ESTUDANTE estiver nítida.

CORREÇÃO INVIÁVEL

2º Defeito Sinalize essa situação quando a imagem da folha de redação não for carregada, integralmente ou parcialmente,
pelo sistema de correção e/ou quando a imagem da escrita do estudante não estiver nítida. Ao marcar essa opção,
a imagem será substituída por outra.

3º Branco Sinalize essa situação quando a imagem da folha de redação não apresenta nenhuma manifestação de escrita
do estudante.

4º Insufi- Sinalize essa situação quando o estudante escreveu um texto autoral com até 4 (quatro) linhas. Assim, só serão
ciente considerados para correção, efetivamente, os textos com 5 (cinco) linhas escritas ou mais, desconsiderando-se
a introdução fornecida pela proposta de produção textual. Havendo o título, ele será contado como linha.

5º Anulado Sinalize essa situação quando o texto apresenta impropérios ou outras formas propositais de anulação (desenhos/
rasuras no lugar do texto, que não se configuram como ilustração, por exemplo, algo comum em textos de estudantes
desta etapa de escolaridade) ou a ESCRITA do estudante não esteja totalmente inteligível (escrita sem representação)
ou se ele redigiu um texto em outro idioma que não seja o português.
Atenção! Se o estudante redigiu um texto autoral com 5 (cinco) linhas ou mais além dessas manifestações,
deve-se manter a sinalização NORMAL e corrigir as escrita do estudante.

6º Cópia Sinalize essa situação quando o texto do estudante apresenta apenas trechos transcritos da proposta de produção
textual ou predomínio de cópia, não havendo o número mínimo de linhas autorais delimitado para a avaliação.
Atenção! Se o estudante redigiu um texto autoral com 5 (cinco) linhas ou mais além dos trechos copiados,
deve-se manter a sinalização NORMAL e corrigir as escrita do estudante.

5º Anulado Sinalize essa situação quando o texto apresenta impropérios ou outras formas propositais de anulação (desenhos/
rasuras no lugar do texto, que não se configuram como ilustração, por exemplo, algo comum em textos de estudantes
desta etapa de escolaridade) ou a ESCRITA do estudante não esteja totalmente inteligível (escrita sem representação)
ou se ele redigiu um texto em outro idioma que não seja o português.
Atenção! Se o estudante redigiu um texto autoral com 5 (cinco) linhas ou mais além dessas manifestações,
deve-se manter a sinalização NORMAL e corrigir as escrita do estudante.

CONTINUA >>

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CHAVE DE CORREÇÃO DA ATIVIDADE (CONTINUAÇÃO)

CORREÇÃO INVIÁVEL

6º Cópia Sinalize essa situação quando o texto do estudante apresenta apenas trechos transcritos da proposta de produção
textual ou predomínio de cópia, não havendo o número mínimo de linhas autorais delimitado para a avaliação.
Atenção! Se o estudante redigiu um texto autoral com 5 (cinco) linhas ou mais além dos trechos copiados,
deve-se manter a sinalização NORMAL e corrigir as escrita do estudante.

7º Não- Sinalize essa situação quando o estudante apresentar escrita predominantemente em nível anterior ao ALFABÉTICO, ou seja:
alfabé- • nível PRÉ-SILÁBICO – escrita sem relação com a grafia (letra) e fonema (som).
tico Exs.: PBVAYO (gato); OKPIL (casa).
• nível SILÁBICO – nesse nível, o estudante passa a representar uma letra para cada sílaba.
Exs.: AEA (gaveta); GVT (gaveta); IOA (escova); KDA (cadeira); EOO (relógio).

8º Fuga Sinalize essa situação quando o estudante não abordou, de modo algum, o tema proposto.
ao tema

9º Fuga Sinalize essa situação quando o estudante obedece ao tema, mas não elabora um texto com estrutura narrativa.
à tipo-
-logia

ATENÇÃO! No caso de o texto do estudante se enquadrar em dois critérios de correção inviável, prevalece
o que está mais ao topo da hierarquia estabelecida. Por exemplo, o texto que FUGIR AO TEMA e, ao mesmo tempo,
FUGIR À TIPOLOGIA, será classificado como FUGA AO TEMA, pois o primeiro critério sobrepõe-se ao segundo.

IMPORTANTE! Todos os textos com produção serão avaliados, mesmo aqueles que contiverem
assinatura ou outra marca de identificação pessoal do estudante.

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a Sugestões de leitura e referências


HALADYNA, Thomas M. e RODRIGUEZ, Michael C. Developing and Validating
Test Items. New York, Routledge, 2013.

OSTERLING, Steven J. et al. Constructing Test Items: Multiple-Choice,


Constructed-Response, Performance, and Other Formats. 2ed. Dordrecht:
Kluwer Academic Publishers, 1998

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INSTRUMENTOS AVALIATIVOS

Rubricas
com foco no
socioemocional
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O exercício de autoconhecimento e de autorreflexão pode auxiliar o estudan-


te a entender quais pontos precisa desenvolver para dominar algum conte-
údo ou competência e o quão próximo se encontra desse objetivo. Além de
permitir que o aluno tenha maior controle do seu processo de aprendizagem,
essa prática contribui para que professores planejem e executem estratégias
com foco nas diferentes necessidades de seus estudantes.

Algumas ferramentas podem ser empregadas dizagem. Ou seja, a rubrica ajuda o estudante a ter
com esse propósito, como é o caso das rubricas uma ideia mais clara daquilo que ele já sabe fazer
instrucionais, que apresentam uma progressão de e do que ainda precisa desenvolver no âmbito de
comportamentos e conhecimentos relacionados a determinadas competências. Deste modo, facili-
uma determinada competência ou habilidade. As tam a avaliação de temas e competências comple-
rubricas, portanto, servem como uma espécie de xas, sejam elas predominantemente cognitivas ou
guia do processo de ensino e aprendizagem, a par- socioemocionais, e configuram-se como um exce-
tir de uma descrição do que se espera para cada lente método de avaliação formativa.
nível de desenvolvimento de uma competência. Quando compartilhadas com os estudantes em
Quanto mais perto o indivíduo se encontra do últi- uma proposta formativa, as rubricas ajudam a expli-
mo degrau, mais próximo estará de desenvolvê-la. citar as expectativas de aprendizagem e envolvem
Esse tipo de instrumento é cada vez mais uti- o estudante nesse processo. Assim, elas podem
lizado na educação. Pois, a leitura atenta das ru- ser utilizadas para especificar o passo a passo do
bricas, associada a atividades pedagógicas, esti- seu percurso de desenvolvimento, com o intuito de
mula a capacidade de se refletir sobre o próprio tornar claros os critérios de avaliação e facilitar a
aprendizado, também chamado de meta de apren- conquista de objetivos de aprendizagem.

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SITUAÇÕES
DE USO

AS RUBRICAS têm se mostrado como uma in- RUBRICA DA EMPATIA – DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
tervenção educacional relevante para o desenvol-
vimento e o acompanhamento de diversas com-
petências entre estudantes das redes públicas. RELEVÂNCIA DA
COMPETÊNCIA
PARA A VIDA
Nesse contexto, o Instituto Ayrton Senna desen-
volveu, com a devida fundamentação psicométri- EMPATIA
ca, um conjunto desses instrumentos com foco na Por que essa competência
é importante?
área socioemocional, como o exemplo apresenta-
Quando temos empatia,
do a seguir, que avalia a competência da Empatia: podemos entender as
Ter empatia significa usar COMPETÊNCIA
SOCIOEMOCIONAL
nossa compreensão EM FOCO necessidades e sentimentos
da realidade, da vida e de outras pessoas e dar apoio
habilidades, para entender de acordo com o que elas
as necessidades e precisam. Agindo assim somos
sentimentos dos outros, mais gentis e atenciosos com
agir com bondade e investir os outros. É como cuidar de
em nossos relacionamentos, nosso jardim, a empatia nos
ajudando e prestando ajuda também a cultivar o
apoio e assistência. DESCRIÇÃO DA relacionamento com nossos
COMPETÊNCIA
SOCIOEMOCIONAL familiares e amigos.

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DEGRAUS DA RUBRICA DA EMPATIA – DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS


DEGRAUS
DO DESENVOLVI-
MENTO PARA
AUTOAVALIAÇÃO
Agora que você já sabe o que é EMPATIA, leia a seguir as descrições de cada DEGRAU
DE DESENVOLVIMENTO da competência e avalie em qual deles você se identifica mais.

DEGRAU 1 DEGRAU 1-2 DEGRAU 2 DEGRAU 2-3 DEGRAU 3 DEGRAU 3-4 DEGRAU 4

Acho difícil entender Entre os Tento ajudar quando Entre os Quando alguém está chatea- Entre os Consigo entender
as necessidades e degraus alguém está chateado (a), degraus do (a) eu me coloco no lugar degraus bem os sentimentos e
sentimentos dos outros. 1e2 mas não sei muito bem o 2e3 da pessoa para ver como 3e4 necessidades dos outros.
Tenho dificuldade em que fazer ou como reagir posso ajudá-la. Tento checar Ouço atentamente e ajudo
perceber quando alguém nessas situações. para confirmar se entendi bem a descobrir o que estão
está chateado (a). seus sentimentos e conflitos sentindo ou pensando.

ORIENTAÇÃO
PAR QUE O
Para finalizar, escreva, no verso desta folha POR QUE você se avaliou neste degrau, ESTUDANTE
JUSTIFIQUE SIUA
trazendo uma situação real que você viveu que justifique a sua resposta. AUTOAVALIAÇÃO

Nesse tipo de autoavaliação, o estudante iden- situações”. Neste caso, ele acreditaria, de acordo
tifica, para uma dada competência, o nível de de- com a sua autoavaliação, que é capaz de ajudar
senvolvimento que melhor descreve como ele a as pessoas quando sente que estão chateadas e,
expressa no dia a dia. No exemplo apresentado, diferente do limite apontado, sabe o que fazer em
o aluno pode ler o conteúdo de cada degrau de algumas situações.
desenvolvimento da “Empatia” e concluir que já Entretanto, ao olhar para a descrição do
ultrapassou o Degrau 2, cuja descrição é “Tento Degrau 3, ele percebe uma limitação: entende
ajudar quando alguém está chateado(a), mas não que consegue se colocar no lugar dos outros,
sei muito bem o que fazer ou como reagir nessas mas apenas em algumas situações, além de que

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ainda não consegue entender seus sentimentos o padrão de desempenho apresentado com seus
e necessidades. Sendo assim, o estudante reflete próprios comportamentos e conhecimentos.
que seu nível de desenvolvimento em Empatia está As rubricas são, portanto, elaboradas a partir de
além do Degrau 2, o qual já teria avançado, mas indicadores padronizados e previamente estabeleci-
sente que ainda não dominou completamente o dos, que devem ser sempre claros, objetivos e orde-
que é necessário para estar no Degrau 3. Escolhe, nados em um percurso crescente de complexidade.
portanto, uma posição intermediária, o Degrau Com esse tipo de exercício, a tendência é que o
2-3, que é o que melhor representa, no momento, estudante se torne cada vez mais apto a identificar
o seu nível de desenvolvimento socioemocional quais de suas atitudes são obstáculos a um deter-
nessa competência. minado objetivo, de modo a ser capaz de, quando
Desta forma, ao ler as afirmativas presentes nos necessário, se corrigir e desenvolver estratégias
degraus, o aluno é capaz de compreender as com- que o coloquem de volta no caminho desejado.
petências implicadas em cada nível e comparar

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A IMPORTÂNCIA DA
DEVOLUTIVA PEDAGÓGICA

O USO FORMATIVO das rubricas favorece tam- a competência, inclusive as socioemocionais, podem específica pode fazer com que os alunos não se
bém a devolutiva pedagógica, isto é, informações ser desenvolvidas e que o foco da autoavaliação é sintam plenamente representados, levando-os a
dadas pelos professores que podem melhorar o apoiá-lo a entender e acompanhar esse processo. encarar o processo como inútil e frustrante.
desempenho do estudante. A devolutiva pode ser O principal intuito da devolutiva é, portanto, re- Deve-se destacar, também, a importância de se
fornecida por escrito ou oralmente, e é elaborada forçar o conhecimento, as habilidades e o enten- considerar o tamanho e a complexidade das infor-
com base no que o professor ou a professora obser- dimento do estudante em algum aspecto ou área mações. Por exemplo, se a devolutiva for longa ou
va no estudante e o que é esperado em sua etapa da sua vida. A sua prática instaura uma mudança complicada, os estudantes podem simplesmente
de desenvolvimento. Diante disso, o estudante tem de cultura dentro da sala de aula, pois incentiva a não prestar atenção na mensagem a ser passada,
a oportunidade de entrar em contato com percep- criação de um vocabulário comum e a correspon- tornando-a dispensável. O professor ou a profes-
ções claras sobre o que pode fazer para aprimorar o sabilização pelo aprendizado. sora precisa, portanto, levar em consideração a
seu processo de aprendizado. Vale ressaltar, porém, Sendo assim, a devolutiva pedagógica é sig- quantidade e a densidade das informações que
que a devolutiva pedagógica não deve nunca ter o nificativamente mais eficaz quando fornece deta- serão incluídas na mensagem para que ela efe-
propósito de classificar e estigmatizar a criança ou lhes, principalmente sobre como é possível me- tivamente contribua ao processo de desenvolvi-
o jovem, mas incentivá-lo a uma autorreflexão que lhorar, em vez de apenas indicar se o trabalho mento dos estudantes.
o ajude a seguir na direção de seus objetivos. É fun- realizado está correto e em que nível o estudan-
damental para o estudante compreender que toda te se encontra. Além disso, uma devolutiva pouco

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TENDO ESSAS DETALHADAS, ESPECÍFICAS, de IMPARCIAIS, para que CONSTANTES, de tal


QUESTÕES EM VISTA, que possibilitem ao modo que a mensagem sejam compreendidas maneira que sejam também
estudante apreender compartilhada seja como uma análise fornecidas em momentos
É IMPORTANTE
todos os pontos clara e baseada na objetiva, no lugar de nos quais os estudantes
QUE SEJAM
abordados; necessidade do uma mera impressão já tenham tentado uma
ELABORADAS estudante; pessoal; solução para o problema
DEVOLUTIVAS em questão.
PEDAGÓGICAS:

A esta altura, já podemos concluir que o principal vimento do jovem ou da criança ocorra de forma in-
objetivo do processo de autoavaliação com uso de tencional e planejado junto às definições curriculares
rubricas é orientar os estudantes a enxergarem a si de cada escola e às práticas em sala de aula.
mesmos em relação a um conjunto de competências, Espera-se, por meio desse processo, que o indiví-
de tal maneira que possam mostrar o quanto acre- duo aprenda a lidar com as próprias emoções e per-
ditam ser capazes de desenvolvê-las e dominá-las. ceba-se mais apto a encarar e superar desafios que
Desta forma, as rubricas atuam para que o desenvol- se colocam ao longo de sua trajetória.

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COMO UTILIZAR RUBRICAS


COM FOCO NO SOCIOEMOCIONAL

AO FINAL DESTE TEXTO, você terá acesso a deve ser mensurado em nota. A rubrica é um ins-
rubricas, elaboradas pelo Instituto Ayrton Senna, que trumento que visa, acima de tudo, dar suporte ao
abordam o desenvolvimento de duas competências diálogo entre professores e estudantes. É neces-
socioemocionais, priorizadas no âmbito do contexto sário também entender que as rubricas não de-
da pandemia – Responsabilidade e Imaginação vem ser utilizadas para justificar comportamentos
Criativa –, que também receberam destaque na seção passados, tampouco para rotular os alunos; mas
Habilidades prioritárias na BNCC desta Plataforma. para apoiar o seu processo de desenvolvimento.
Mas, antes de acessar esses instrumentos, algumas Em segundo lugar, é essencial respeitar uma or-
considerações se fazem importantes, para que dem de procedimentos. Pois, as ações propostas
sejam usados de forma adequada e não terminem na rubrica não são isoladas, mas fazem parte de
por confundir estudantes e professores. um todo bastante coerente. Portanto, sempre que
Primeiro, é preciso enfatizar que o desenvolvi- for aplicar um instrumento desse tipo em sala de
mento de competências socioemocionais nunca aula, procure realizar as ações na seguinte ordem:

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PROCEDIMENTOS DE APLICAÇÃO DE UMA RUBRICA DE DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL

1 2 3 4 5
APRESENTE LEIA, junto aos COMBINE um tempo PEÇA a cada estudante que Após algumas aulas,
aos estudantes estudantes, o texto adequado para que registre, em um quadro, a resposta ORIENTE os estudantes
qual competência que apresenta cada estudante possa de sua autoavaliação, isto é, o para que respondam
socioemocional a competência refletir e responder degrau selecionado, de modo a novamente à autoavaliação
será foco de abordada na rubrica à autoavaliação consolidar uma “fotografia” da da mesma competência.
desenvolvimento e os seus degraus proposta na rubrica. turma. Depois, promova, no coletivo Para isso, utilize a rubrica
e promova a de desenvolvimento; Oriente-os a pensarem ou individualmente, o diálogo e realize novamente
escuta de seus em um exemplo sobre as respostas e incentive o as orientações dos
conhecimentos concreto que justifique compartilhamento do exemplo passos 3 e 4.
e experiências suas respostas; de cada estudante. Proponha
sobre ela; que prestem maior atenção às
próprias atitudes para que possam
exercitar de modo intencional essa
competência socioemocional. Uma
boa estratégia é estimular
que os estudantes respondam:
aonde eles querem chegar?;

*
Para conhecer um exemplo prático de como as rubricas são utilizadas no dia a dia da sala de aula,
assista ao vídeo a seguir desenvolvido pelo Instituto Ayrton Senna: https://youtu.be/aJ8lfUF6EJU

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Professores também podem desenvolver suas um processo de autorreflexão e autoconsciência


próprias rubricas, tanto para as competências so- sobre os próprios comportamentos relacionados
cioemocionais quanto as demais da BNCC. Para à aprendizagem. Esses exemplos também podem
isso, é necessário que, em suas linhas, fique claro ser úteis para o professor ou a professora formu-
qual é a competência avaliada e os critérios para lar devolutivas a respeito do desenvolvimento de
que seja avaliada desta forma. É importante, tam- cada um, uma vez que reforça aquilo que deve
bém, que cada rubrica avalie apenas uma compe- ser mais útil nas discussões.
tência, sobre a qual deve haver informações su- Sugerimos, também, que esse trabalho seja re-
ficientes para que os estudantes a compreendam alizado junto aos estudantes, para que haja con-
e façam uso de bases e referências semelhantes. senso quanto à definição dos degraus de desen-
Depois, em suas colunas, é importante elaborar volvimento e àquilo que se almeja ao fim desse
níveis de progressão claros da competência, or- processo, de modo que não sejam estipulados
denados do menor ao maior. Esses níveis devem objetivos fora do alcance deles, o que poderia
ser redigidos com linguagem simples e acessível. gerar frustração.
É também recomendável que a rubrica possibilite Afinal, as rubricas têm como objetivo fortalecer as
que o aluno registre exemplos que descrevam os relações dentro da escola e estimular o desenvolvi-
motivos pelos quais ele se avaliou em determi- mento dos estudantes. Nada mais justo do que en-
nado nível na competência, de modo a promover volver todos na concepção desse instrumento. ■

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EXEMPLOS Rubricas desenvolvidas pelo Instituto Ayrton Senna


E INSTRUMENTOS para as duas competências socioemocionais

⊲⊲ Clique aqui e acesse a rubrica instrucional


com foco na competência de “Responsabilidade”.

⊲⊲ Clique aqui e acesse a rubrica instrucional


com foco na competência “Imaginação Criativa”.

Para saber mais sobre as cinco competências


socioemocionais, acesse aqui.

Exemplo de quadro para


consolidação dos resultados

⊲⊲ Clique aqui para acessar um modelo de quadro


para a consolidação dos resultados das rubricas
instrucionais aplicadas em sala de aula.

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AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA E FORMATIVA AVALIAÇÃO FORMATIVA E A BASE ATIVIDADES DE ATIVIDADES DE RUBRICAS COM FOCO OBSERVAÇÃO E REGISTRO PORTFÓLIO
da ação NO RETORNO ÀS AULAS PRESENCIAIS NACIONAL COMUM CURRICULAR MÚLTIPLA ESCOLHA RESPOSTA CONSTRUÍDA NO SOCIOEMOCIONAL EM SALA DE AULA
avaliativa

a Sugestões de leitura e referências


AVALIAÇÕES POR RUBRICAS: INTRODUÇÃO
Clique aqui

CONHECENDO E APLICANDO RUBRICAS EM AVALIAÇÕES


Clique aqui

AUTOAVALIAÇÃO RÁPIDA POR GRÁFICOS DE GRADAR


Método analógico: Clique aqui
Método digital: Clique aqui

O USO DE RUBRICAS PARA PROMOVER


REFLEXÃO E APRENDIZAGEM (INGLÊS)
Clique aqui

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INSTRUMENTOS AVALIATIVOS

Observação e registro
em sala de aula
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SITUAÇÕES
DE USO

A PRÁTICA DE OBSERVAÇÃO E REGISTRO, A imagem a seguir ilustra como a avaliação


realizada de forma sistemática em sala de aula, tem pode ser pensada com base em um processo con-
por objetivo coletar evidências que indiquem o anda- tínuo de coleta de diferentes tipos de evidências e
mento do percurso escolar do estudante. Esse traba- atividades, no qual observações, diálogos e regis-
lho deve estar presente durante todo o processo de tros são cruciais:
ensino, pois auxilia na construção de uma documen-
tação pedagógica que possa contribuir ao avanço da
aprendizagem, principalmente no que diz respeito AVALIAÇÃO FORMATIVA COMO UMA COLETA CONTÍNUA
DE EVIDÊNCIAS DE APRENDIZAGEM AO LONGO DO TEMPO
a competências relacionadas a autoconhecimento,
pensamento crítico, argumentação e cultura digital.
Isto, pois a observação constante, o questiona-
mento e a escuta autênticas dos estudantes permi-
VERIFICAÇÕES
OBSERVAÇÕES TESTES E COMANDOS TAREFAS DE
tem aos professores construir uma linha de progres- INFORMAIS DA
E DIÁLOGOS QUESTIONÁRIOS ACADÊMICOS DESEMPENHO
COMPREENSÃO
são da turma e de cada aluno ao longo do período
letivo. Além disso, o professor ou a professora pode
compartilhar critérios avaliativos com a turma e es-
timular que todos desenvolvam observação e regis-
Fonte: Adaptado de WIGGINS, MCTIGUE, p.149.
tros analíticos de seu processo de aprendizagem,
o que fortalece a autopercepção e uma maior com-
preensão do seu próprio desenvolvimento.

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OBSERVAÇÕES

AS OBSERVAÇÕES PODEM SER DE DOIS ponto: no segundo caso, as rotinas de observações ⊲⊲ um roteiro geral de questionamentos dos
TIPOS: estruturadas ou não estruturadas. Obser- seguem critérios-chave, de preferência consensuais, estudantes sobre um dado tema, conteúdo
vações não estruturadas são aquelas espontâne- que podem ser discutidos e compartilhados com a ou competência, para observar e escutar
as, que o docente realiza a cada aula, ao longo do gestão, os professores e os próprios estudantes. o que já conhecem, como se colocam, como
tempo, e que o ajudam a construir uma percepção Sendo assim, as observações estruturadas po- se comunicam e pelo o que se interessam;
do grupo e do clima dentro de sala. São capturadas dem girar em torno de qualquer tema, desde que
nessa análise: a dificuldade ou a facilidade em rea- sejam definidos critérios para coleta de informa- ⊲⊲ uma organização de temas, conteúdos ou
lizar uma tarefa, a interação entre os estudantes e ções e percepções. Os temas observados podem competências, com critérios de observação a
o engajamento e a disposição em participar, além estar relacionado à compreensão de um conceito, partir de níveis de desempenho (veja o exemplo
de seus perfis de desempenho e de personalidade, de uma habilidade, e até mesmo de comportamen- “Rubrica analítica para observação estruturada”
seus interesses e sua concentração ou dispersão. tos e valores. Em todos os casos, o processo pode em Exemplos e instrumentos).
Porém, é preciso ter cuidado, já que todo olhar se dar a partir de:
traz algum viés. Afinal, professores costumam ter A diferença entre utilizar uma lista geral de crité-
preferências e afinidades em relação aos estudan- ⊲⊲ um roteiro de perguntas abertas ou critérios rios, como nos dois primeiros itens, e critérios descri-
tes. Por isso, é desejável estar atento a como e com gerais para a reflexão docente (veja o exemplo tos em níveis de desempenho, como no último item,
base em que observamos, de modo que o proces- “Roteiro de perguntas abertas para professores consiste em trazer menor ou maior visibilidade e
so seja justo e confiável. desenvolverem a observação da turma a partir mensuração de indicadores em torno de cada tema.
O diferencial das observações espontâneas em re- de temas-chave” em Exemplos e instrumentos);
lação às estruturadas concentra-se justamente nesse

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REGISTROS

HÁ DIVERSAS ESTRATÉGIAS E SUPORTES Isso porque esses registros documentam o pro- comenda-se que no início de uma unidade, profes-
PARA O REGISTRO FORMATIVO EM SALA cesso de aprendizagem, tornando-o visível e con- sores deixem claro quando e quais registros serão
DE AULA. Os mais comuns são os registos diários, creto aos próprios estudantes. E, quando os estu- construídos como avaliação.
habitualmente em cadernos físicos ou digitais, em dantes se habituam a refletir e sabem que serão Bons suportes para registro são aqueles mais vi-
que são anotadas a pauta da aula, as explicações do requisitados a produzir e a compartilhar seus regis- síveis e fáceis de usar e compartilhar, como murais
professor ou da professora, as perguntas para dis- tros, tendem a ampliar o engajamento, a ativar mais em sala de aula, cadernos digitais, lousa digital, apli-
cussão, as hipóteses e os pensamentos trocados em a atenção, a fazer associações constantes e a de- cativos de escrita coletiva e formulários online.
discussões e os exercícios e as resoluções de pro- senvolver ideias iluminadoras. A seguir, apresentamos exemplos de várias for-
blemas. Pode-se também desenvolver registros de Sendo assim, ao utilizar uma forma de registro mas e propósitos de registro.
síntese reflexiva, que definem a ideia central de um em sala de aula, é importante, antes de tudo, de-
debate e o resumo de uma aula e suas discussões. senvolver uma cultura de partilha e leitura coletiva,
Tanto nos registros diários quanto de síntese re- que valorize esses instrumentos como formas de
flexiva, o professor ou a professora pode organizar escuta e observação de evidências de aprendiza-
rotinas de registro e de autorreflexão coletivas e/ou gem. Quando o professor ou a professora valoriza
individuais. Diversas pesquisas evidenciam que pro- essas estratégias e as utiliza para dar devolutivas
fessores que usam estratégias de registro explícitas pedagógicas à turma, tende a estabelecer um cli-
no dia a dia, com o intuito de estimular a reflexão e a ma de confiança em que o objetivo de aprofundar a
compreensão da aprendizagem, logo testemunham aprendizagem ganha o primeiro plano. Por isso, re-
seus benefícios práticos em sala de aula.

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INVESTIGAÇÃO SÍNTESE BALANÇO DE APRENDIZAGEM


⊲⊲ Tabela de hipóteses: pode-se estimular ⊲⊲ Minuto final: após uma aula expositiva ou um ⊲⊲ Autoavaliação coletiva: após um período de
os estudantes a monitorarem o avanço debate, você pode solicitar que os estudantes investigação e debate com os estudantes, uma
da aprendizagem de um tema, partindo escrevam uma redação curta, em torno de cinco boa ideia é elaborar tabelas com registros de
de um registro sobre o que sabiam no início minutos, com o objetivo de resumir dois ou três síntese e avaliação, em torno de tópicos como:
do estudo, isto é, suas hipóteses prévias, pontos principais a respeito do tema estudado o que estamos investigando?; o que concluímos
e como a compreensão progride ao longo e expor suas dúvidas. Esse registro oferece um até aqui?; quais perguntas ainda temos?
do tempo, por meio da investigação de bom diagnóstico da compreensão e ajuda a
diferentes fontes ou experimentações. orientar o início da aula seguinte. Professores ⊲⊲ Autoavaliação individual: ao final de uma
Essas etapas podem ser feitas coletiva que utilizam a técnica do registro final notam sequência de estudos, os estudantes podem
ou individualmente. que quando os estudantes sabem que isso vai ser estimulados a sistematizar suas ideias
ser requerido, passam a desenvolver senso e conclusões: o que eu já sabia sobre este
⊲⊲ Levantamento de perguntas para
de observação sobre a própria aula e sobre tópico?; o que aprendi neste estudo?;
investigação: outra possibilidade é iniciar
o desenvolvimento de sua aprendizagem. Ao o que mais desejo saber?; o que pensava
a aula com um levantamento de perguntas
longo do tempo, esta disposição pode consolidar antes e o que penso agora?
que os alunos tenham sobre um tema
um hábito para que professores e estudantes
estudado em casa. Pode-se coletar essas
percebam suas compreensões e incompreensões. ⊲⊲ Autoavaliação de pós-escrito: após entregue
perguntas no início da aula, a partir de
e avaliado um trabalho ou projeto, você pode
trabalhos em grupo, ou pedir que os
⊲⊲ Manchete: você também pode solicitar, ao final solicitar aos estudantes que elaborem um
estudantes as formulem em casa. No final da
da aula, que os estudantes construam, em grupo, texto no qual sejam honestos sobre o quanto
aula, sugere-se que seja reservado um tempo
uma manchete de jornal (título e subtítulo) se comprometeram acerca do tema estudado,
para comparar o quanto as perguntas iniciais
que resuma o que foi estudado no dia. De independentemente do desempenho na
foram respondidas ou ainda permanecem.
modo a avançar nessa estratégia, incentive os avaliação. O objetivo é ajudar o estudante a
estudantes a lerem diferentes jornais, para que refletir sobre a própria aprendizagem, no lugar
notem seus variados estilos e aprendam novas de focar apenas na nota, e firmar laços de
formas de escrita. confiança com o professor ou a professora.

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⊲ 
Perfil de estudante: no começo do ano ⊲ 
Identificação de estratégias: os estudantes AVALIAÇÃO DE AULA
ou do bimestre, uma proposta interessante também podem tentar identificar um conjunto Com as experiências de aula online
é pedir que os estudantes construam o de estratégias de aprendizagem positivas e dos celulares com câmeras tornou-se
seu próprio perfil com seus pontos fortes associadas a resultados desejados, bem como muito fácil gravá-las.
e fracos como aprendizes. Para isso, é hábitos relevantes para alcançá-las, como Assisti-las com olhar crítico e reflexivo,
importante realizar uma escuta ativa da turma persistência e superação da impulsividade. portanto, pode ser muito produtivo para a
e construir coletivamente diretrizes e critérios Para isso, uma ideia é desafiá-los a criar avaliação. Por isso, de vez em quando, reserve
sobre a postura e o desempenho que se símbolos visuais ou personagem de história um tempo para assistir às suas próprias aulas com
esperam deles naquele período. Além disso, em quadrinhos que retratem cada estratégia, o intuito de avaliar oportunidades de melhoria:
estudantes podem desenvolver seus próprios e depois afixá-los em local visível – pode ser • quais pontos você poderia
critérios específicos, como objetivos pessoais blog, cadernos, drive coletivo, mural virtual, explicar melhor?;
que cada um queira alcançar. Para cada paredes da sala de aula etc.. Deixe-os livres • quais grupos de estudantes
critério, pode-se elaborar coletivamente uma para customizar em um documento colaborativo poderiam ser mais produtivos?;
descrição geral ou níveis de desempenho online e, regularmente, indique exemplos de • quais estudantes requerem
daquilo que se almeja. quando uma estratégia está sendo empregada, maior atenção e acompanhamento;
por meio de perguntas como: estou conseguindo • que atividades podem ser aperfeiçoadas?
Após esse momento, procure definir com os utilizar as ferramentas escolhidas e registrar de
estudantes uma rotina de observação coletiva modo satisfatório?; quais são minhas dificuldades Outra possibilidade é passar um trecho
e individual desse perfil. Para a reflexão e dúvidas?; sobre o que percebo que posso da aula filmada para os próprios estudantes
individual, pode ser produtivo um diário de melhorar?; seria mais interessante solicitar ajuda se darem conta do seu desempenho, das
auto-observação após cada aula. A ideia é a um colega ou ao professor? suas potencialidades e das suas fraquezas.
que eles possam refletir sobre como aprendem É importante estar atento para que o clima seja
melhor, quais estratégias funcionam para eles de confiança, de tal maneira que o bullying
Para saber mais sobre autoavaliação,
e que tipo de aprendizagem é mais fácil. confira os capítulos sobre Rubricas com foco esteja rechaçado. ■
no socioemocional, e Portfólio deste Guia.

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EXEMPLOS Observando e avaliando


E INSTRUMENTOS trabalhos em grupo

A seguir, você Quando o professor ou a professora Os professores podem construir uma tabela com
observa os estudantes mobilizando o nome de todos os estudantes e tecer observações:
encontra informações
conhecimentos e habilidades, passa
e indicações de a notar diferentes perfis: extrovertido,
conteúdos mais tímido, inseguro, seguro etc. Essas • Qual é o grau de diversidade do grupo?
observações são importantes para trazer Essa diversidade está sendo produtiva
aprofundados sobre critérios para que planejamento dos ou pode-se distribuir melhor os estudantes?
o assunto, além trabalhos em grupo seja aperfeiçoado. • Como o grupo divide papéis? Como ajudá-los
Afinal, é importante estar atento a como a compreender melhor cada papel?
de exemplos de
mesclar os diferentes perfis para que • Como cada um desempenha seus papéis?
instrumentos para a diversidade do grupo seja produtiva. Como se autoavaliam nesse desempenho?
observação e registro Nesse sentido, é fundamental não • Como é a produtividade desse agrupamento?
supor que os estudantes já saibam
em sala de aula, trabalhar em equipe, pois precisam
com os seus objetivos também de critérios para aprender a
e formas de utilizar. dividir, desempenhar e respeitar papéis. DIVISÃO DE PAPÉIS PARA TRABALHOS EM GRUPO
Criar uma planilha para distribuir, de
Papel Função
modo que os próprios estudantes
escolham papéis a desempenhar no facilitador garante que todos falem e se escutem
trabalho em grupo, e depois troquem escriba faz a relatoria
entre si, pode ser uma boa saída, sempre
repórter se encarrega de apresentar o trabalho
aliada a uma autoavaliação conjunta e
individual sobre a experiência vivida. controlador administra o tempo e estimula o ritmo de trabalho
de tempo alertando para não atrasarem na tarefa

organizador se responsabiliza por organizar e coletar materiais


de materiais para o trabalho junto ao professor ou à professora

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Para AUTOAVALIAÇÃO DOS EXEMPLO DE QUESTIONÁRIO PARA REFLEXÃO


GRUPOS , o professor E REGISTRO PARA TRABALHO EM GRUPO.
ou a professora pode
utilizar um questionário
semelhante a este ao lado: QUESTIONÁRIO PARA ANÁLISE DO TRABALHO EM CAMPO Nome:___________________________________ Turma:______

1. Pensando no trabalho em grupo realizado sobre 4. O que é importante para que um aluno participe bem de um trabalho
os gráficos, como você avaliaria o processi do seu grupo? em grupo? Analise as alternativas e procure três de cada coluna.
( ) Muito Produtivo ( ) Produtivo
Muito Pouco
( ) Pouco Produtivo ( ) Nada produtivo
importante Importante importante
Não faltar aos encontros.
2. Explique a resposta escolhida na questão anterior.
_____________________________________________________ Contribuir com ideias
_____________________________________________________ e dar opiniões.
_____________________________________________________ Ter espírito colaborativo
_____________________________________________________ e saber ajudar os demais.
Dedicar tempo ao trabalho.
3. Como foi a participação dos membros do grupo?
( ) Todos participaram e contribuíram igualmente. Saber motivar o grupo e ajudar
( ) Todos participaram, mas alguns membros a manter o foco no trabalho.
só ajudavam quando eram solicitados. Ser responsável e cumprir as
( ) Alguns membros fizeram a maior parte tarefas estabelecidas no prazo.
e outros fizeram pouco, apesar das solicitações. Saber ouvir, ser flexível e saber
( ) Alguns membros fizeram a maior parte aceitar as ideias dos outros.
e não solicitaram ajuda dos outros. Ter capacidade de
coordenar e dirigir o grupo.
Manter uma boa postura
durante o trabalho.

5. Ocorreram conflitos durante o trabalho?


_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________

Fonte: CEDAC.

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Refletindo sobre o que a Documentação Pedagógica revela

Aqui, você encontra algumas PARA COLETAR DOCUMENTAÇÃO QUE AJUDE NA PARA DOCUMENTAÇÃO
questões que podem ajudar REFLEXÃO DOS PROFESSORES E DOS ESTUDANTES QUE EU QUERO COMPARTILHAR
na autoavaliação do professor MAIS AMPLAMENTE (COM PAIS,
ou da professora, quando COLEGAS, GESTORES)
precisar criar ou examinar sua • A documentação foca em • Eu estou documentando
documentação pedagógica revelar a aprendizagem, em minhas próprias palavras
com o objetivo de tornar a vez de apenas descrever ou e ações assim como as • Oferece contexto suficiente
aprendizagem dos estudantes fotografar o que é feito? dos estudantes? para que o leitor compreenda
mais visível. Este material foi • A documentação promoveu • A documentação sugere os o tópico o assunto em estudo?
adaptado a partir de reflexões ou promove conversas próximos passos para • Foca na aprendizagem e não
do curso Visible Thinking ou aprofundamento da o ensino ou aprendizagem? apenas no que foi feito?
2020 do Project Zero, e compreensão dos estudantes • Da documentação emergem • Foca tanto no processo
também pode ser utilizado sobre algum aspecto da questões que permitem que quanto no produto da
com portfólios. aprendizagem? eu discuta com meus colegas aprendizagem?
• A documentação pode ser ou com estudantes?
• Comunica claramente os
fortalecida a partir de um ou • Que outra documentação aspectos da aprendizagem
mais meios colaborativos eu posso coletar para que eu considero mais
digitais – fotografia, vídeo, ampliar esta investigação? importantes?
texto, áudio, colagens,
• Quando é apropriado ter • Inclui alguma interpretação de
montagens etc.?
tempo para analisar a professores ou de estudantes?
• A documentação ajuda a documentação com
identificar os momentos chave • Inclui mais do que um meio/
os estudantes?
de aprendizagem ou aspectos suporte de linguagem?
do contexto de aprendizagem? • Tem um título?

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Exemplos de modelos de observação estruturada

EXEMPLO DE
ROTEIRO DE COMPREENSÃO CLIMA E PARTICIPAÇÃO PERFIL DOS ESTUDANTES
PERGUNTAS
ABERTAS PARA • Os estudantes estão • Os estudantes • Quais são os talentos e paixões dessa turma? Identificar
PROFESSORES sabendo realizar sentem-se à vontade e valorizar os diferentes talentos no grupo podem
DESENVOLVEREM autonomamente as para participar e contribuir para trocas significativas entre a turma, que
A OBSERVAÇÃO tarefas propostas ou expor suas opiniões? fortaleçam os vínculos e o engajamento na aprendizagem.
DA TURMA solicitam muita ajuda? Há espaço para • Quantos e quais estudantes são extrovertidos e falantes?
A PARTIR Há falta de clareza experimentação Quais demonstram potencial de liderança e boa iniciativa
DE TEMAS- ou ansiedade? Há e para errar? O erro para tarefas? Quais têm dificuldades de escutar e acolher
CHAVE: muitos estudantes com é experimentado os demais estudantes?
dificuldades de leitura como oportunidade
• Quantos e quais estudantes são mais tímidos? Como
e de escrita? É possível de aprendizado?
deixá-los mais à vontade para participar sem que se
combinar com os Ou há receio de
sintam excessivamente expostos? Como protegê-los
estudantes que primeiro sofrer bullying
de situações de bullying?
recorram aos seus ou alguma forma
colegas antes solicitar de desqualificação? • Há casos de inclusão? Quantos? De quais tipos?
ajuda ao professor ou O que estes estudantes demandam de adaptação
à professora? O quanto no tempo, no espaço e nos materiais de trabalho?
a turma costuma esperar, • Quantos e quais estudantes apresentam dificuldades:
refletir e registrar dúvidas de concentração?; de escuta?; de respeitar combinados?;
antes da intervenção de cumprir prazos?; de acolher o diferente?
do professor ou
• O que essas dificuldades indicam? O que pode ser
da professora?
repensado no ensino a partir disso? O que pode
apoiar melhor a aprendizagem de cada um?

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Exemplo de rubrica analítica para observação estruturada

A TABELA DE OBSERVAÇÃO ao lado


Critérios/ Totalmente Parcialmente
organiza uma rubrica para guiar Desempenho na turma satisfatório Satisfatório satisfatório Não satisfatório
o diagnóstico da turma por parte
Nível de compreensão: A maioria da turma A maioria da turma A maioria da turma A maioria da turma
do professor ou da professora. os estudantes compreende as tarefas compreende com ajuda compreende com ajuda não compreende as
Porém, é possível e desejável demonstram autonomia e as atividades de colegas as tarefas do professor ou da tarefas e atividades
na compreensão? e as atividades professora as tarefas
construir com os estudantes esses e atividades
critérios e adaptar a rubrica para
Nível de dificuldade: Em um determinado Em um determinado Em um determinado Em um determinado
uma autoavaliação em grupos os estudantes estudo, todos fizeram estudo, a maioria fez estudo, a poucos estudo, apenas um
e mesmo de cada um. (Para conseguem realizar as tarefas e atividades as tarefas e atividades estudantes fizeram todas ou dois estudantes
entender melhor o que é uma as tarefas e atividades e demonstraram e demonstraram tarefas e atividades fizeram todas
de modo satisfatório? facilidade de mobilizar facilidade de mobilizar e demonstraram tarefas e atividades
rubrica, consulte o capítulo conhecimentos conhecimentos facilidade de mobilizar e demonstraram
correspondente neste Guia.) e habilidades e habilidades conhecimentos facilidade de mobilizar
e habilidades conhecimentos
e habilidades

Clima e participação: Todos se sentem A maioria se sente Cerca de dez estudantes Apenas um ou dois
os estudantes participam à vontade para interagir à vontade para interagir se sentem à vontade estudantes se sentem
abertamente da aula? e falar o que pensam, e falar o que pensa para interagir e falar realmente à vontade
sem medo de expor o que pensam para interagir e falar
opiniões e erros o que pensam

Postura: os estudantes Todos sabem A maioria sabe Poucos estudantes Apenas um ou dois
conseguem registrar os procedimentos os procedimentos sabem os procedimentos estudantes sabem
reflexões, organizar de registro em aula, de registro em aula, de registro em aula, os procedimentos
seus materiais e respeitar dispõem de seus dispõe de seus materiais dispõem de seus de registro em aula,
os combinados com materiais organizados organizados e respeita materiais organizados dispõem de seus
o grupo? e respeitam combinados combinados com e respeitam combinados materiais organizados
com o grupo o grupo com o grupo e respeitam combinados
com o grupo

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a Sugestões de leitura e referências


COMO ESCREVER UMA RUBRICA EARL, L. Assessment as learning: Using classroom
ANALÍTICA OU INSTRUCIONAL assessment to maximize student learning. 2nd
Clique aqui Edition. Thousand Oaks, CA: Corwin Press, 2013.

COMO FAZER UM BOM REGISTRO MORO, Adriano et al. Avaliação do clima escolar
DE PRÁTICAS PEDAGÓGICASPOR por estudantes e professores: construção e
MEIO DE FOTOGRAFIAS E TEXTOS validação de instrumentos de medida. Revista de
Clique aqui Educação Pública, v. 27, n. 64, p. 67-90, 2018.

COMO FAZER A AVALIAÇÃO RUSSELL, M; AIRASIAN, P. Avaliação na Sala de


DURANTE AS AULAS REMOTAS aula: conceitos e aplicações. 7a ed. Porto Alegre:
Clique aqui Penso, 2014.

TREMEMBÉ. EREP. (Encontro Regional de Escola


Relato de professora de língua portuguesa: Pública). Avaliação na Educação Integral.
Clique aqui Conceitos e instrumentos: com Julia Andrade
e Angela Lopes. 04/08/2020.
ANDRADE; Julia P. COSTA, Natacha; BRANDÃO, Clique aqui
Daniel Braga; TIBURCIO, Walquíria; MORAES, Juliana.
Avaliação na Educação Integral: Elaboração de WIGGINS, G.; MCTIGHE, J. Planejamento para a
novos referenciais. São Paulo, Centro de Referências compreensão. Alinhando o currículo, avaliação e
em Educação Integral/Itaú Social/Move Social, 2020. ensino por meio do planejamento reverso. 2a ed.
Clique aqui Porto Alegre: Penso/Instituto Canoa/Fundação
Lemann, 2019.

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INSTRUMENTOS AVALIATIVOS

Portfólio
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O portfólio é um instrumento que organiza, de modo bastante visual,


diferentes exemplos de trabalhos realizados. A partir de um conjunto
de produtos desenvolvidos, busca-se organizar amostras de um
percurso formativo que jogue luz sobre a progressão das capacidades
desenvolvidas por alguém ou um grupo de pessoas.

Por isso, o portfólio costuma ser bastante uti- Embora seja mais utilizado na educação infantil,
lizado no mundo profissional, quando é necessá- os portfólios podem ser desenvolvidos para todas
rio demonstrar aptidões em um trabalho ou para as áreas e etapas educacionais. Diversas pesqui-
uma carreira específica, de modo que o currículo sas acadêmicas3 evidenciam as vantagens de seu
acadêmico e as experiências de trabalho sejam uso para a avaliação formativa de qualquer tema,
complementados com uma documentação visível área do conhecimento e etapa educacional.
de competências. Na educação básica, o portfólio
também vem se constituindo há algumas décadas
como um poderoso instrumento avaliativo para
professores e estudantes, cujo propósito é cole-
tar e documentar evidências para acompanhar o
processo de desenvolvimento de conhecimentos,
habilidades e atitudes.

3. Para conhecer alguns estudos sobre o assunto, confira “Sugestões de leitura e referências” ao final deste capítulo.

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SITUAÇÕES
DE USO

O PORTFÓLIO PODE SER ELABORADO em As funções do portfólio dependem da intenção


diferentes linguagens e suportes, e torna-se mais pedagógica do professor ou da professora e da cul-
rico quando estruturado em modelos híbridos que tura institucional da escola. Seu escopo ou abran-
articulam recursos visuais, textuais e até mesmo de gência inclui desde a documentação de processos
áudio e vídeo. Além de fotografias, textos, desenhos e produtos desenvolvidos ao longo de um curso ou
e esquemas produzidos pelos estudantes, a potên- componente curricular – o que pode se dar de for-
cia pedagógica do portfólio aumenta quando é com- ma bimestral, trimestral, semestral ou anual –, até a
posto por análises e reflexões, não apenas sobre o apresentação de resultados de uma sequência di-
percurso formativo (o que, por que, como e quan- dática ou um projeto específicos. Para se ter uma
do foi estudado), mas também sobre evidências na ideia, há escolas que documentam o seu próprio
progressão de aprendizagens. Assim, o papel ava- Projeto Político Pedagógico por meio de portfólio,
liativo do portfólio se fortalece quando estudantes reunindo amostras de trabalhos desenvolvidos nos
e professores analisam o processo e os produtos diferentes anos ou séries, para que sejam articula-
de seu trabalho e elaboram reflexões escritas so- dos a uma apresentação sobre os princípios, valo-
bre essas produções – por exemplo, por meio de res e processos pedagógicos da instituição.
legendas explicativas que acompanham imagens e
extratos da produção dos estudantes

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AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA E FORMATIVA AVALIAÇÃO FORMATIVA E A BASE ATIVIDADES DE ATIVIDADES DE RUBRICAS COM FOCO OBSERVAÇÃO E REGISTRO PORTFÓLIO
da ação NO RETORNO ÀS AULAS PRESENCIAIS NACIONAL COMUM CURRICULAR MÚLTIPLA ESCOLHA RESPOSTA CONSTRUÍDA NO SOCIOEMOCIONAL EM SALA DE AULA
avaliativa

O QUE
CONTÉM

BÁSICO: conjunto de documentos que registrem ILUSTRAÇÃO DE SELEÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO PARA PORTFÓLIO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
momentos decisivos da aprendizagem individual e em
grupo, o que inclui textos explicativos ou extratos de
exercícios escritos pelos estudantes, fotos com legendas,
EVIDENCIANDO
vídeos, áudios, painéis, produtos finais etc. O objetivo Março Abril
A PROGRESSÃO
é propor uma organização dos documentos que revele NA CAPACIDADE
DE ESCRITA
um percurso formativo com começo, meio e fim;
As fichas do
estudante são
comentados por
AVANÇADO: documentação pedagógica mais ampla, meio de legenda
que inclui autoavaliações, balanços de aprendizagem explicativa da
e textos reflexivos ou indicadores que evidenciem que professora.
os estudantes leram e refletiram sobre seu próprio
portfólio, de modo que compreenderam o seu próprio
desenvolvimento ao longo do tempo. Por exemplo, em
uma legenda de fotografias que apresentem o início de
Conclusão da professora
uma escrita e seu final, um texto que comente: “antes eu Felipe já consegue escrever seu
pensava que não saberia escrever sozinho, nem produzir nome sem utilizar a tarjeta como
referência. O traçado das letras
legendas… agora vejo que consegui progredir na escrita está diferente, assim como o
e estou organizando a legenda das fotografias de meu desenho da figura humana.
próprio trabalho. Sinto orgulho de meu crescimento”.
Ou então, o próprio professor ou professora registra
esse balanço, como no exemplo da educação infantil
Fonte: Revista Avisa Lá, número 39, agosto de 2009, p,57. Link disponível no “Exemplos e instrumentos”.
apresentado a seguir:

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da ação NO RETORNO ÀS AULAS PRESENCIAIS NACIONAL COMUM CURRICULAR MÚLTIPLA ESCOLHA RESPOSTA CONSTRUÍDA NO SOCIOEMOCIONAL EM SALA DE AULA
avaliativa

Ao final deste capítulo, você poderá conferir, busque estimular a observação e a reflexão sobre ⊲⊲ incentivo à construção do diálogo entre
em Exemplos e instrumentos, outros exemplos de a aprendizagem, evidenciando aos atores envolvi- estudantes e professores, trazendo elementos
portfólios aplicados a demais etapas de ensino, dos o seu percurso formativo, a sua aquisição de concretos para devolutivas pedagógicas sobre
com propósitos variados. Pois, esse instrumento conhecimentos e a sua progressão em habilida- aspectos da aprendizagem, identificação de
pode assumir funções e usos bastante variados. des e atitudes. Nesse sentido, um caminho inte- lacunas e definição de pontos de melhoria;
No âmbito da avaliação formativa em sala de aula, ressante é instaurar o hábito de realizar registros
o portfólio costuma ser utilizado na coleta de evi- formativos em aula (confira o capítulo Observação ⊲⊲ ampliação do repertório de toda a turma a partir
dências sobre etapas e resultados do processo de e registro em sala de aula deste Guia) associados da observação da diversidade de registros;
aprendizagem, a partir da organização e identifica- à documentação fotográfica, para a qual os pró-
ção de amostras de textos, fotos acompanhadas de prios estudantes podem colaborar, aprendendo a ⊲⊲ reforço do propósito comunicativo dos trabalhos
legendas, áudios, vídeos, desenhos, painéis, linha fotografar e a escrever textos de legenda (confira, dos estudantes (por que e para quem apresentá-los);
do tempo, dentre outros, que podem ser apresen- também, o item sobre como trabalhar fotografia na
tados à classe, aos pais e responsáveis e à comu- escola em Exemplos e instrumentos). ⊲⊲ divulgação dos trabalhos significativos
nidade escolar como um todo. Esse processo pode Sendo assim, do ponto de vista do uso por profes- da turma, ampliando a publicação
ajudar a ampliar a percepção em torno da avaliação, sores, o portfólio é um instrumento que facilita aos de resultados de aprendizagem da escola;
de modo a torná-la mais compreensível ao estudan- estudantes incorporarem objetivos de aprendizagem
te, que passa a entendê-la não mais como apenas e critérios autoavaliativos, de tal maneira que pas- ⊲⊲ organização de materiais relevantes para eventos
uma atribuição de nota ou juízo de aprovação/re- sem a observá-los não somente durante a elabora- de culminância do período escolar: mostras
provação. Mas, sim, como um instrumento que visa ção do portfólio, mas no próprio processo cotidiano ou feiras culturais, científicas e comunitárias;
fortalecer o ensino e a aprendizagem. de aprendizagem. Por fim, vale mencionar outras po-
A compreensão do estudante e de toda a co- tencialidades do uso desse instrumento, sendo elas: ⊲⊲ reflexão sobre a continuidade
munidade escolar em torno do processo de ava- dos processos de formação;
liação é fundamental para que o componente au- ⊲⊲ abertura à singularidade de cada estudante
toavaliativo do portfólio seja bem-sucedido. Para e à diversidade de expressão, invenção e ⊲⊲ percepção de novos indicadores
isso, é necessário que o professor ou a professora criatividade da turma como um todo; de qualidade da aprendizagem.

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COMO 1 2
ELABORAR
DEFINIÇÃO DE SUPORTES DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS,
E MATERIAIS PARA O PORTFÓLIO: CRITÉRIOS E PROCESSOS:
⊲⊲ Físicos: cadernos, diários de bordo, livro, ⊲⊲ Objetivo: para que e para quem será
pasta-caderno, painéis ou murais grandes; apresentado o portfólio? Quais objetivos
A ELABORAÇÃO DE UM PORTFÓLIO com-
de aprendizagem devem ser mobilizados,
preende duas etapas importantes. Deve-se, pri-
⊲⊲ Digital: blog, site, e-book, vídeos e documentados e observados?
meiro, definir os suportes utilizados e os materiais
aplicativos digitais que constituem
necessários para a organização do percurso pre-
portfólios; ⊲⊲ Suporte e materiais: em quais suportes
tendido; depois, é preciso partir para a definição
e utilizando quais materiais o portfólio
dos objetivos pedagógicos, dos critérios e de ou-
⊲⊲ Híbridos: pode-se utilizar o suporte digital será constituído?
tros detalhes do processo.
com fotos de suporte físico, ou adicionar
Vamos, então, detalhar esses dois momentos
aos registros físicos e impressos QR Codes ⊲⊲ Conteúdos: quais temas de estudo serão
separadamente:
e endereços que abram podcasts, vídeos, abordados? Quais conhecimentos, habilidades
blogs, murais de foto etc. e atitudes devem ser evidenciados? Que tipo
de produção textual envolverá? Por exemplo,
legendas de imagens e fotos, extratos de textos
argumentativos, relatórios, narrativas, entrevistas,
registros descritivos de estudos de caso?

⊲⊲ Critérios avaliativos: tendo em vista os objetivos


de aprendizagem definidos, a escolha do conteúdo
que será evidenciado e os materiais e suportes
utilizados, deve-se indicar quais serão os critérios

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para avaliar o sucesso do processo registros fotográficos, em vídeo e em texto?


de documentação e dos registros. Haverá alguma revisão antes da entrega final?
Sugere-se que o professor ou a professora Será necessário solicitar ajuda dos pais ou
elabore uma pré-lista de critérios e uma responsáveis, de outros educadores ou de
rubrica de avaliação (para saber mais, leia o alguém na comunidade escolar para recolher
capítulo Rubricas com foco no socioemocional), materiais, organizar e finalizar o portfólio?
mas é desejável consultar os estudantes
e co-construir com eles uma rubrica geral, ⊲⊲ Tempo e prazo: durante quanto tempo
que pode se desenvolver a partir dos será coletado material? Com qual regularidade
seguintes pontos: que critérios observar no haverá uma análise do que foi coletado pelos
desempenho das atividades e no processo estudantes, pelos professores e pelas famílias?
de elaboração do portfólio? O que significa Qual o prazo para elaboração, revisão e
desempenhá-los bem?. Além disso, é publicação final?
importante definir critérios para avaliar tanto
o processo quanto o resultado do portfólio. ⊲⊲ Política de privacidade: importante ressaltar
O que inclui as atividades individuais e em que a depender do objetivo e público ao
grupo desenvolvidas durante a confecção qual se dirige o portfólio, é necessário obter
do instrumento, bem como a qualidade autorização dos pais e direitos de cessão
final evidenciada nos registros – desde os de imagem dos estudantes.
conhecimentos e a progressão nas habilidades,
até clareza e adequação de linguagem.

⊲⊲ Papéis: como será a divisão de atribuições


entre estudantes e professor na elaboração do
portfólio? Quais tarefas serão desempenhadas
individualmente e em grupo? Quem fará

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A professora portuguesa Idália Sá-Chaves, es- Nesse processo, o professor ou a professora


pecialista em portfólios reflexivos, reforça a ideia pode, ainda, induzir a diferentes níveis de refle-
de que, para além de evidenciar o que foi feito, o xão sobre o portfólio. Alguns exemplos são: des-
portfólio pode e deve servir para ampliar a reflexão critiva simples (foco n’o que, como e quando foi
sobre as evidências da aprendizagem. Pois, o ins- feito), narrativas práticas (ênfase nas habilidades
trumento ajuda a fortalecer bases para reflexões e procedimentos), narrativas críticas (avaliação
de autoconhecimento e autoavaliação, já que: em relação aos objetivos propostos e o que foi al-
⊲⊲ favorece o reconhecimento da cançado e o que ainda há por ser desenvolvido) e
singularidade de cada pessoa no processo metacríticas ou metacognitivas (avaliação crítica
de aprendizagem; do próprio processo de elaboração do portfólio,
⊲⊲ promove um registro coletivo que ajuda de modo a identificar seus limites e suas poten-
na auto implicação de todos em sua cialidades, além do que e o quanto se fortaleceu
própria aprendizagem; o autoconhecimento do estudante). ■
⊲⊲ destaca o desenvolvimento de
competências-chave, como manejo
de objetivos, observação de critérios
e processos de criação e prazos.

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EXEMPLOS Exemplos de portfólios


E INSTRUMENTOS

AVISA LÁ REVISTA OLHAR DE PROFESSOR COMO TRABALHAR


A Revista digital Avisa lá Aproveite, e confira a entrevista FOTOGRAFIA NA ESCOLA
possui um número específico com a professora Idália
Para sugestões sobre como estimular
sobre “Portfólios bem Sá-Chaves para a Revista
o olhar dos estudantes quanto ao
aproveitados” na educação Olhar de Professor aqui.
uso da fotografia para documentar
infantil e nos anos iniciais do
informações, veja o trabalho
Ensino Fundamental, trazendo
FAZ DE CONTA desenvolvido em uma escola rural
várias imagens e exemplos.
O projeto Faz de conta, no município de Dois Córregos.
Confira aqui
desenvolvido na Escola Estadual Confira aqui
Maximiliano Pereira dos Santos,
SABER MAIS PARA da rede de São Paulo, possui Para potencializar a compreensão
FORMAÇÃO DE PROFESSORES um vídeo que conta um pouco sobre a relação entre fotografias
O site Saber mais para do processo de elaboração de e textos explicativos na legenda
formação de professores portfólios na oficina de inovação: do portfólio, confira:
também traz várias publicações Confira aqui Plano de aula - Legendas
e exemplos de portfolios. de fotografias.
Confira aqui O mesmo projeto conta com
Plano de aula - Descrição
um mural colaborativo digital,
de fotos por legendas.
que pode ser acessado aqui.

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a Sugestões de leitura e referências


ANDRADE, J. P.; SENNA, C. M. P.; FURLAN, S. A. RUSSELL, M; AIRASIAN, P. Avaliação na Sala de
Atlas Ambiental: Livro do Professor. 2° Edição. aula: conceitos e aplicações. 7a ed. Porto Alegre:
São Paulo: Geodinâmica, 2012. Penso, 2014.

BLACK, P.; WILLIAN, D; LEE, C.S; HARRISON, C; SHORE, Elisabeth; GRACE, Kathy. Manual de
MARSHALL, B. Trabalhando por dentro da caixa portfólio: um guia passo a passo para o professor.
preta: avaliação para a aprendizagem na sala São Paulo: Artmed, 2001. Clique aqui
de aula. Cadernos Cenpec. Nova série, v. 8, n. 2,
2019. Clique aqui TONELLO, Denise Maria Milan. Portfólios na
Educação Infantil. Dissertação de Mestrado.
CHAVES, Idália da Silva Carvalho Sá. Portfólios Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,
reflexivos: estratégias de formação e de 2009. Disponível em: Clique aqui
supervisão. 2000.
WIGGINS, G.; MCTIGHE, J. Planejamento para
GOMES, Beatriz Nadal; PESSATE, Leonir Alves; a compreensão. Alinhando o currículo, avaliação
GOMES, Silmara de Oliveira Papi. Discutindo sobre e ensino por meio do planejamento reverso.
portfólios nos processos de formação entrevista 2a ed. Porto Alegre: Penso/Instituto Canoa/
com Idália Sá-Chaves. Olhar de professor, v. 7, n. Fundação Lemann, 2019.
2, p. 9-17, 2004. Clique aqui

FREITAS, Helena Cristina das Neves Mira et al.


Portfólio: uma estratégia utilizada na avaliação
das aprendizagens Perspectiva dos estudantes
de enfermagem na disciplina de Administração e
Gestão em Enfermagem. Revista de Enfermagem
Referência, v. 2, n. 2, p. 63-73, 2006. Clique aqui

80
A C E S S E > http://apoioaaprendizagem.caeddigital.net

Você também pode gostar