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Face aos resultados de aprendizagem delineados para a aula sobre o tema Enfermagem
Avançada e Advanced Nursig Practice e sem esgotar a reflexão sobre o mesmo, procede-se a
uma análise comparativa de dois artigos, com enfoque em diferentes conceitos – Enfermagem
Avançada e Prática Avançada – e sobre o desenvolvimento da enfermagem. Procura-se contribuir
para a aprendizagem do estudante, no pressuposto que não se dispensam outras leituras de
aprofundamento.
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Assim, a questão permanece. O “avançado” implícito no conceito de ANP atual não remete para
uma descrição de um nível de prática, mas mais o de um campo da prática: “quando a AP é
descrita como uma lista de habilidades e competências, está claramente a usar o termo
“avançada” para descrever um conjunto adicional de habilidades em vez de um nível superior de
habilidades de enfermagem existentes (Rolfe,2014, p.3).
Embora neste artigo não seja utilizado o conceito Enfermagem Avançada – conceção cunhada por
Silva (2007) – Rolfe, ao defender ANP como “expansão da enfermagem através de atendimento
holístico ao cliente e foco no que faz enfermagem diferente da medicina”, aproxima-se daquele
conceito. Silva, ao definir a EA afirma que
significa maior competência para o desempenho centrado numa lógica mais conceptual e
concretizada, baseado em teorias de enfermagem que têm por ‘core’ o diagnóstico e a assistência
em face das respostas humanas às transições vividas; e mais competência de tomada de decisão.
A nossa opinião é a de ‘avançar’ a enfermagem como prática profissional, com conhecimento
substantivo da enfermagem (…) este conceito de ‘Enfermagem Avançada’ surge para facilitar o
debate (…) ele importa porque facilita a discussão sobre ‘que cavalo queremos montar’ quando
se discutir o conceito de ANP. (Silva, 2007, p. 18).
Em oposição a esta conceção, Silva contrapõe a de prática avançada que, na sua perspetiva“,
significa maior competência e mais competências para o desempenho centrado numa lógica
executiva – frequentemente baseada em modelos biomédicos que têm por ‘core’ o diagnóstico e
o tratamento da doença” (Silva, 2007, p. 18), requerendo, “formação avançada em patofisiologia
e farmacologia, que os prepare para diagnosticar e prescrever medicação e tratamentos no âmbito
da sua área de especialidade” (Silva, 2007, p. 17). Esta perspetiva sobre ANP parece alinhada
com a de extensão do papel da enfermagem para o domínio da medicina, de Rolfe.
Para além da perspetiva sobre o cuidado e a missão da enfermagem que parece estar subjacente
às duas conceções apresentadas, outra questão se pode colocar: Qual o tipo de conhecimento
que os enfermeiros em ANP privilegiam, utilizam e geram? Diz-nos Rolfe, citando Casteldine
(1994), que o conhecimento médico não é substituto do conhecimento de enfermagem que é
essencial à prática de enfermagem (Castledine, 1994 cit. por Rolfe, 2014, p. 4). Sobre isto, Silva
(2007) questiona se o conhecimento de outras áreas disciplinares é suficiente para uma conceção
de cuidados [de enfermagem] de qualidade e explicita claramente que o conhecimento que deve
alimentar e ser gerado é o de enfermagem, pelo recurso à teoria e a investigação desta disciplina.
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podem e não são qualificados para prestar em vez de tentar preencher uma lacuna criada por uma
escassez de médicos por meio do desenvolvimento de habilidades médica” (p. 1).
Citando Castledine (1994) refere que “tentar persuadir enfermeiras profissionalmente educadas
que devem prosseguir em tarefas médicas e desempenhar num nível baixo no campo da medicina,
representa uma desperdício humano e intelectual incrível. Mais demonstra a ignorância sobre o
cuidado de enfermagem e um esforço para negar à sociedade um serviço de enfermagem
reconhecido. Expandir o âmbito da prática profissional da enfermagem significa desenvolver o
âmbito do cuidado de enfermagem, e não mover em direção à medicina ou qualquer outro cuidado
técnico ou manipulação de máquinas.” (Castledine, 1994 citado por Rolfe, 2014, p. 4). O autor
considera que é oportuno a enfermagem repensar o que pretende para a prática avançada,
afirmando: “talvez seja hora de a profissão de enfermagem reconsiderar a ideia de enfermagem
"avançada", não em termos de estender as habilidades médicas das enfermeiras, mas como um
retorno aos nossos valores e aspirações essenciais” (Rolfe, 2014, p. 2).
Já anteriormente, Silva questionava qual o sentido do desenvolvimento da enfermagem
assumindo que tal sentido deveria ser o de “‘avançar’ a enfermagem, como prática profissional
com conhecimento substantivo da enfermagem, ou seja, o de desenvolver-se enquanto
Enfermagem Avançada (Silva, 2007).
Referências Bibliográficas
Rolfe G. (2014). Advanced nursing practice 1: understanding advanced nursing practice. Nursing
Times; 110: 27 (1-6).
Silva, A. (2007). Enfermagem avançada: um sentido para o desenvolvimento da profissão e da
disciplina. Servir. 55 (1-2), p. 11-20.
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