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Manuais Técnicos
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Manual de ITLS
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Índice
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Avaliação do
Cenario
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Avaliação do Cenário
O Trauma é a principal causa de morte nos indivíduos com idades inferiores a 45 anos e,
considerando todas as faixas etárias, apenas as doenças cardiovasculares e o cancro apresentam taxas
de mortalidade superiores ao trauma.
No século XXI, o desenvolvimento de grandes centros urbanos e o consumo de drogas
provocaram um aumento da violência o que, acrescido de outros factores como o aumento das acções
terroristas, de confrontos regionais e o aumento do número de acidentes de viação, leva a que se possa
considerar o trauma quase como uma pandemia da sociedade moderna.
A preocupação do Homem com o trauma é bem antiga e muitos relatos históricos referem-se à
prática médico-cirúrgica em campos de batalha, por exemplo, ou nos acidentes de trabalho, reflectindo
grande preocupação com os problemas das fracturas, sobretudo das fracturas expostas.
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Objectivos:
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Avaliação Inicial e
Abordagem da
Vítima de Trauma
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generalizado e exaustivo, mas em ambas as situações o exame começa da mesma forma (Avaliação
Inicial).
A Avaliação do Cenário marca o ponto a partir do qual se desenvolve o resto da exame primário
ITLS.
Se existe um mecanismo de lesão generalizado grave (acidente de viação, queda em altura,
atropelamento, etc.) ou se a vítima se encontra inconsciente, dever-se-á passar imediatamente da
avaliação inicial para o Exame Rápido de Trauma. Depois realizam-se as intervenções necessárias,
transporte, avaliação em transporte e possivelmente um exame secundário ITLS em transporte. A
realização da Avaliação Inicial e do Exame Rápido de Trauma não devem demorar mais de 2 minutos.
Se existe um mecanismo focalizado de lesão grave ou uma lesão que sugere uma lesão isolada
(ferida por arma de fogo, ferida por arma branca no tórax), realiza-se a avaliação inicial e depois um
Exame Focalizado limitado à área da lesão. O Exame Rápido de Trauma não é necessário nesta situação.
Depois realizam-se as intervenções, transporte, avaliação durante o transporte e possivelmente um
exame secundário ITLS.
Se não há risco de vida significativo associado ao mecanismo de lesão (tiro no 1º dedo do pé),
realiza-se a avaliação inicial e se normal, passa-se directamente a um Exame Focalizado baseado na
principal queixa da vítima. O Exame Secundário poderá não ser necessário.
Assim importa ter sempre em consideração o mecanismo de lesão como factor decisor de vítima
prioritária.
Após a realização da Avaliação Inicial, do Exame Rápido de Trauma ou do Exame Focalizado,
dependendo do mecanismo de lesão, já se tem informação suficiente para decidir se estamos perante
uma vítima crítica (“Load-and-Go”). Estas vítimas são transportadas de imediato, sendo a maior parte
das intervenções realizadas durante o transporte.
Quanto ao Exame Secundário ITLS, consiste num exame mais detalhado e demorado, cuja
realização e momento mais apropriado dependem da situação.
Em vítimas críticas este exame deverá ser realizado durante o transporte. Se há um curto
transporte e se têm de efectuar intervenções, pode-se não ter tempo para realizar o exame. Se o Exame
Primário não revela uma situação crítica o exame secundário pode ser realizado no local.
A Avaliação em Transporte é efectuada de forma a detectar alterações no estado da vítima
durante o transporte para o hospital. Em contraste com o exame secundário que só é realizado uma vez,
a Avaliação em Transporte é realizada diversas vezes durante um transporte prolongado. Em situações
críticas poderá não haver tempo para a realização do Exame Secundário, aqui, a Avaliação em
Transporte poderá ocupar o seu lugar.
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Ainda em relação à Avaliação em Transporte, deverá ser realizada e registada a cada 5 minutos
em vítimas críticas e a cada 15 minutos para vítimas estáveis. Deve ainda ser realizada cada vez que se
mobiliza a vítima, de cada vez que se realiza uma intervenção e de cada vez que o estado da vítima
piora.
Todos os passos deste exame serão explicados e treinados em estações práticas, podendo
encontrar no fim deste capítulo um anexo com o algoritmo completo da Avaliação da Vítima ITLS.
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Algoritmo
Avaliação Inicial
Impressão Geral da vítima
Nível de consciência
Via aérea
Ventilação
Circulação
Mecanismo
de lesão?
Mecanismo de Mecanismo de
lesão generalizado lesão localizado
ou desconhecido
Load-and-Go?
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Avaliação do Cenário
Medidas de Protecção Universais, Cuidados de Segurança, Número de vítimas, Necessidade de
mais meios, Mecanismos de lesão
Avaliação Inicial
Impressão geral da vítima
(Idade, Sexo, Peso, Aparência Geral, Posição, Movimentos, Lesões/Hemorragias Óbvias)
Nível de consciência
(AVPU)
Controle da Cervical
Via aérea
(ronco, gorgolejar, estridor, silêncio)
Ventilação
(ritmo ventilatório, expansão torácica, esforço)
Circulação – Pulso Radial ou Carotídeo
(ritmo cardíaco, qualidade)
Cor da pele, Temperatura, Humidade; Tempo de preenchimento capilar
Hemorragias externas visíveis
Abordagem rápida à vítima
Inspecção da Cabeça e do Pescoço
(Lesões faciais graves, Hematoma, Inchaços, Lesões penetrantes, Enfisema subcutâneo)
(Distensão das jugulares? Desvio da Traqueia?)
Inspecção da Caixa Torácica
(Assimetria, Contusões, Lesões penetrantes, Movimentos paradoxais, Instabilidade, Crepitações)
Sons Ventilatórios
(Presentes? Iguais? se Diferentes: Percussão)
Sons Cardíacos
Abdómen
(Hematomas, Penetrações/Eviscerações, Fragilidade, Rigidez, Distensão)
Pélvis
(Dor/Hipersensibilidade, Instabilidade, Crepitação (TIC))
Membros Inferiores/Superiores
(Edemas, Deformidade, Instabilidade, Motor e Sensorial)
Posterior
(Lesões penetrantes, Deformidade, Edema Ampola Rectal)
Se situação crítica, transferência para ambulância e posterior exame completo
Sinais Vitais
Pulso, Ventilação, Pressão arterial
Pupilas?
(Tamanho? Reacção? Simétricas?)
(se estado mental alterado:)
Avaliação na escala de coma de Glasgow
Olhos, Voz, Movimentos, Orientação, Estado emocional
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Avaliação detalhada
Historial da vítima
Histórico completo SAMPLE
Sinais Vitais
(Pulso, Ventilação, Pressão arterial)
Oxímetro, Monitor cardíaco, Glicemia, Monitor de CO2
Avaliação na escala de coma de Glasgow
Olhos, Voz, Movimentos, Orientação, Estado emocional
Cabeça
(Pupilas, Battle’s Sign, Raccoon Eyes, Drenagem, Deformidades, Contusões, Abrasões, Lesões
Penetrantes, Queimadoras, Hipersensibilidade, Lacerações, Edemas [DCAP-BTLS)
Pescoço
(DCAP-BTLS); Distensão das jugulares? Desvio da Traqueia?
Caixa Torácica
(Assimetria; Movimentos paradoxísticos; DCAP-BTLS; Fragilidade; Instabilidade, Crepitações
[TIC])
Sons Ventilatórios
(Presentes? Iguais? se Diferentes: Percussão)
Sons Cardíacos
Abdómen
(DCAP-BTLS; Rigidez, Distensão)
Pélvis
(DCAP-BTLS)
Extremidades Inferiores/Superiores
(DCAP-BTLS; TIC; PMS)
Posterior
Se não executada na Avaliação Primária da Vítima ITLS
(DCAP-BTLS )
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Abordagem Inicial
da Via Aérea
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PROCEDIMENTOS
O uso do aspirador de secreções a bateria também deve ser ensinado nesta altura.
Nota: Apesar do objectivo ser aspirar corpos estranhos, o ar e oxigénio também são aspirados. Nunca
aspire por mais de 15 segundos. Após aspirar administre oxigénio ao paciente o quanto antes.
1 – Escolha o tamanho apropriado. Deve ser tão largo quanto possível mas passar com facilidade
através da narina do paciente. O tamanho do 1º dedo da mão do paciente pode ser usado para
determinar o tamanho do tubo
2 – Lubrifique o tubo com um lubrificante à base de água
3 – Introduza a direito através da narina direita com a extremidade em bisel do tubo junto ao septo
4 – Suavemente passe através da faringe posterior utilizando movimentos rotativos até que a parte
mais saliente esteja junto à narina
5 – Para inserir na narina esquerda, rode o tubo ao contrário, para que o bisel esteja próximo do septo;
insira então suavemente a direito com movimentos rotativos até atingir a faringe posterior. Neste
ponto, rode o tubo 180º e insira-o na faringe.
Nota: Se a língua está a obstruir a via aérea, a pressão longitudinal do maxilar inferior ou a elevação do
queixo deve ser executado para permitir que o tubo nasofaringeo se desloque para baixo da língua.
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1 – Escolha o tamanho adequado. A distância do canto da boca ao lóbulo da orelha é uma estimativa
adequada
2 – Abra a via aérea:
a) Elevação do maxilar inferior
b) Espátula
3 – Introduza o tubo suavemente sem empurrar a língua para trás, para a faringe
a) Introduza o tubo sob directa observação e com a ajuda de uma espátula
b) Introduza o tubo ao contrário ou de lado e rode-o para ficar no local. Este método não
deve ser usado em crianças.
4 – Se o tubo orofaríngeo causar engasgo, retire-o e substitua-o pelo tubo nasofaríngeo.
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8 – Coloque a máscara na face e peça a outro socorrista para efectuar e manter uma boa selagem
9 – Usando ambas as mãos, ventile cerca de 800 a 1000 cc de oxigénio
10 – Se não estiver disponível outro socorrista, use uma mão para manter a selagem e com a outra mão
aperte o balão. Isto irá diminuir o volume ventilado porque menos volume é produzido apertando o
balão do insuflador só com uma mão.
O oxímetro de pulso consiste num dispositivo fotoeléctrico não invasivo que mede a saturação
de oxigénio arterial e a frequência cardíaca na circulação periférica. Consiste num monitor portátil e
num sensor que se adapta ao dedo da mão, do pé, ou do lóbulo da orelha do paciente (fig. 5-1). O
dispositivo mostra a frequência cardíaca e a percentagem da saturação de oxigénio arterial (%SaO2). É
bastante útil, devendo ser utilizado em todos os pacientes com qualquer tipo de alteração respiratória.
O oxímetro de pulso é útil para avaliar a situação respiratória do paciente, a eficácia da oxigenoterapia,
e a eficácia da ventilação artificial.
Lembre-se que o dispositivo faz a medição da %SaO2, e não da pressão parcial do oxigénio
arterial. A molécula de hemoglobina é tão eficiente no transporte de oxigénio que está 90% saturada
(90% SaO2) quando a pressão parcial de oxigénio é apenas de 60 mmHg (100 é o valor normal).
Se está habituado a pensar em PaO2 (em que 90 – 100 mmHg é o valor normal), então poderá ser
levado a pensar que uma leitura da SaO2 (oximetria de pulso) de 90% é normal, quando esta é
extremamente baixa. Como regra geral, qualquer oxímetro de pulso que apresente valores abaixo de
92% deve ser encarado como uma situação preocupante, e requer intervenção imediata (abertura de via
aérea, aspiração, administração de oxigénio, ventilação assistida, entubação, descompressão de
pneumotórax hipertensivo, etc.).
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Um valor da oximetria de pulso abaixo de 90% é grave e requer uma intervenção imediata para manter a
oxigenação tecidual. Tente manter as leituras acima dos 95%. No entanto não retire o oxigénio de um
paciente com uma oximetria de pulso acima dos 95% que também apresenta sinais e sintomas de hipoxia
ou dificuldade respiratória
Para usar o oxímetro de pulso, ligue o aparelho, limpe a área onde irá fazer a leitura (lóbulo
da orelha, dedo do pé ou da mão), e adapte o clip do sensor a essa aérea. Lembre-se que enquanto
auxiliar importante, o oxímetro de pulso é apenas um aparelho que o ajuda a avaliar a condição do
paciente. Como todas as ferramentas que pode utilizar, ela tem limitações e não deverá substituir um
exame físico cuidadoso.
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Traumatismo
Torácico
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Traumatismo Torácico
O traumatismo torácico é uma das principais causas de mortalidade entre a população actual.
Tem uma incidência de 1:1000 pessoas a cada ano e corresponde a 25% das mortes por trauma. As
complicações respiratórias derivadas do traumatismo torácico são responsáveis por 75% dessas mortes.
As lesões têm uma fisiopatologia com origem em vários tipos, podendo ser penetrantes,
contusas ou iatrogénicas. Na avaliação da vítima deve-se levar em consideração que o trauma não é um
evento estático, mas que está sempre em evolução. O exame primário da vítima deve ser
cuidadosamente efectuado através da metodologia da vida é fundamental para a avaliação inicial.
A hipóxia tecidual, a hipercápnia e a acidose metabólica são resultados frequentes do trauma
torácico.
A hipóxia tecidual pode resultar de:
Uma oferta inadequada de oxigénio aos tecidos, normalmente, causada por hipovolémia;
Alteração da relação ventilação/perfusão pulmonar (contusão, hematoma, colapso
alveolar, etc.);
Alterações na relação da pressão intratorácica (pneumotórax hipertensivo, aberto, etc.);
A hipercápnia leva à hipoventilação;
Na fase aguda, a hipóxia é o factor mais importante a ser corrigido;
A acidose respiratória é causada pela ventilação inadequada, por alterações na relação da
pressão intratorácica por depressão do nível de consciência, etc.
A acidose metabólica é causada pela hipoperfusão dos tecidos (choque).
A discrepância entre a oferta de O2 e o consumo de O2 pode ser causada por alterações
fisiopatológicas importantes do organismo, como a hipoxémia, a hipovolémia e a insuficiência
miocárdica.
Em relação ao trauma resultante de projécteis de arma de fogo, é importante ressalvar que a
área atingida pode chegar a nove vezes a área transversa do projéctil.
Além disso, lesões da região inferior do tórax podem levar a uma perfuração diafragmática, que
obriga a intervenção cirúrgica emergente. Em relação às lesões contusas, em particular, podem surgir
três mecanismos de lesão: contusão directa, lesão por desaceleração e lesão compressiva. Em adultos, a
caixa torácica óssea absorve grande parte dos choques contusos. Em crianças, as estruturas
cartilaginosas flexíveis torácicas proporcionam a transmissão da força de contusão para as estruturas
intratorácicas, resultando numa maior incidência de contusão pulmonar do que em fracturas de
costelas.
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A profilaxia das infecções secundárias também é importante além de que deve-se proporcionar
uma correcta analgesia da vítima, afim de proporcionar a diminuição do sofrimento da mesma.
A relevância deste capítulo é permitir o reconhecimento dos principais sinais e sintomas das
maiores lesões torácicas e providenciar os cuidados adequados. As lesões torácicas podem resultar de
acidentes de viação, quedas, feridas por arma de fogo, lesões por esmagamento, feridas por arma
branca e outros mecanismos.
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Avaliação e
Abordagem do
Choque
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A abordagem do choque tem sido alvo de uma intensa investigação ao longo de décadas e, com
os resultados que se obtiveram, foram feitas alterações nas recomendações para o tratamento pré-
hospitalar do choque. A experiência dos Estados Unidos e do Reino Unido na guerra do Iraque levou a
reformular novamente a abordagem do choque. Neste capítulo irá ser revisto o conhecimento actual
sobre a fisiopatologia e tratamento do choque numa vítima de trauma.
Muitos dos sintomas de choque de qualquer etiologia, incluindo a clássica, o choque hemorrágico,
são causados pela libertação de catecolaminas. É enviada uma informação ao cérebro de que a perfusão
dos tecidos é insuficiente, este envia uma reposta para a espinal medula do sistema nervoso simpático e
as glândulas supra-renais, libertam catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) para a circulação. As
catecolaminas circulantes causam taquicardia, ansiedade, sudorese e vasoconstrição. Ocorre uma
vasoconstrição e um desvio do sangue arterial para melhorar a irrigação dos órgãos nobres.
Acompanhar o início dos sintomas do choque pode permitir a detecção de um aumento inicial da tensão
arterial devido ao fenómeno de libertação de catecolaminas e da consequente vasoconstrição, no
entanto nem sempre acontece.
Inicialmente a hipoperfusão provoca sensação de lipotímia e sede, depois, uma alteração do nível de
consciência (confusão, agitação, ou combatividade) e agrava a palidez. Se o choque persistir, a
prolongada hipoxia tecidular provoca acidose. Esta acidez pode finalmente provocar uma perda de
resposta às catecolaminas, agravando a queda na tensão arterial. Esse é muitas vezes o ponto em que o
paciente em "choque compensado" de repente passa a descompensado. Eventualmente, a hipóxia e
acidose, levam à paragem cardíaca, e por fim a morte. Apesar da resposta individual, a hemorragia pós-
traumática pode variar, muitos pacientes terão os seguintes padrões clássicos
O choque precoce (perda de cerca de 15 a 25 por cento do volume de sangue), o suficiente
para estimular uma leve a moderada taquicardia, palidez, diminuição da pressão pulso,
sede, lipotímia e, possivelmente, aumento do tempo de preenchimento capilar. No estado
de choque inicial, o corpo tenta compensar a agressão física que está a causar o problema
(hemorragia, desidratação, pneumotórax hipertensivo, entre outros).
O choque tardio (perda de cerca de 30 a 45 por cento do volume de sangue), o suficiente
para causar hipotensão, bem como outros sintomas de choque hipovolémico mencionados
anteriormente. Quando ocorre o choque «final», isto significa que a capacidade do
organismo para compensar a agressão física falhou. Como referido anteriormente, a
hipotensão é o primeiro sinal do "choque tardio."
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Traumatismo
Crânio-Encefálico
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1 – Lesão da coluna cervical – Suspeite sempre de lesão da coluna cervical na vítima com traumatismo
craniano.
2 – Hipóxia – Vítimas com traumatismo craniano grave não toleram hipóxia ou hipotensão. Administre
oxigénio em alta concentração e monitorize a oxigenação com a oximetria de pulso, ou se possível,
através de capnografia.
5 – Vómito – Vítimas com traumatismo craniano vomitam com frequência. Deve manter-se alerta para
prevenir a aspiração. Mantenha o aspirador mecânico disponível e esteja preparado para efectuar o
rolamento lateral da vítima (mantendo imobilização da coluna vertebral)
6 – Rápida deterioração do estado da vítima – A vítima que mostra rápida deterioração dos sinais vitais
ou rápida progressão da lesão cerebral (ex: inconsciência, dilatação pupilar, postura de descorticação ou
descerebração, diminuição do resultado da Escala de Glasgow de
≥ 2 após correcção da hipoxia e hipotensão) deve ser transportado rapidamente para um centro de
trauma. Esta é a única situação em que está indicada a hiperventilação. A hiperventilação embora
podendo causar isquemia, diminui o edema cerebral temporariamente. Embora sendo uma medida
desesperada, isto pode fazer ganhar tempo suficiente para levar o paciente até à cirurgia que lhe pode
salvar a vida. Dê informação via rádio para que o neurocirurgião possa estar disponível e a sala de
operações preparada quando chegar ao hospital.
7 – Causas não traumáticas para a alteração do estado de consciência – Lembre-se que a hipoglicemia,
a hipoxia, disritmias cardíacas, e drogas também podem alterar o estado de consciência. Se possível
verifique o valor da glicemia capilar em todos os pacientes com alterações do estado de consciência.
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Traumatismo
Vértebro-Medular
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Traumatismo Vértebro-Medular
As lesões da medula espinal são o resultado bastante negativo do trauma dos nossos dias. Os
cuidados á vítima de trauma requerem uma contínua vigilância para a identificação de lesões da
medula. No entanto, o uso de imobilização também pode estar associada a complicações. Os socorristas
devem desenvolver técnicas de identificação do mecanismo de lesão e de avaliação da vítima para
efectuar uma imobilização apropriada a estas vítimas.
Neste capítulo iremos rever o processo de avaliação do mecanismo de lesão, proporcionando
uma avaliação estruturada, manuseamento, tratamento e transporte das vítimas com lesões da medula
espinal, sejam elas conhecidas ou potenciais.
COLUNA VERTEBRAL
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Fig.2 Vértebra vista de cima. A medula espinal passa através do buraco vertebral
MEDULA ESPINAL
A medula espinal consiste num condutor eléctrico, uma extensão do cérebro que continua para
baixo até ao nível da primeira vértebra lombar. A medula tem um diâmetro de 10 a 13 mm e está
suspensa no meio do buraco vertebral (fig. 2). A medula é macia e flexível como uma cordão de
algodão, e está rodeada e banhada pelo líquido céfaloraquidiano ao
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Manuais Técnicos
longo de todo o seu comprimento. O fluido e a flexibilidade oferecem alguma protecção contra lesões. A
medula é composta por vários fios de fibra que estão dispostos de uma determinada maneira. A medula
espinal percorre o canal vertebral donde nascem pares de ramos nervosos que saem de cada vértebra
(fig. 3) estes ramos estão posicionados próximo dos discos intervertebrais e na região lateral da
vértebra, fazendo com que estejam susceptíveis de serem lesados quando ocorre o trauma nestas áreas
(fig. 4).
Os feixes nervosos transmitem sinais sensitivos do corpo para a medula espinal e, depois para o
cérebro. Os feixes também transmitem sinais do cérebro para músculos específicos, fazendo com que
eles se movimentem. Estes sinais circulam nos dois sentidos rapidamente, e alguns são suficientemente
fortes para só por si provocarem acções: são os chamados reflexos. Este sistema de reflexo é
demonstrado quando se aplica uma pancada no joelho causando a extensão da perna. Se
acidentalmente põe o dedo num local quente, o seu sistema de reflexos faz com que a mão se
movimente ainda antes do cérebro receber a mensagem de aviso. Os sinais fortes também podem
oprimir (esconder) a capacidade da medula espinal para enviar os sinais para o cérebro. Isto é o que
ocorre quando um politraumatizado com fractura do ilíaco se queixa com dor no joelho ou uma vítima
com ruptura do baço se queixa de dor no ombro.
Fig.3 – Raízes Nervosas. A medula espinal é uma continuação do sistema nervoso central no exterior do crânio .
A integridade da função da medula espinal é testada nas suas funções motoras, sensoriais e
reflexas. Uma perda da sensibilidade é o sinal mais fidedigno para definir o nível
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de lesão medular. A força muscular é outra função fácil de avaliar na vítima consciente. Os reflexos são
importantes para distinguir lesões totais ou parciais da medula espinal, no entanto deverão ser
pesquisadas apenas no hospital. A medula espinal é também um centro integrado do sistema nervoso
autónomo. Mantém e controla a frequência cardíaca, o tónus vascular e o fluxo sanguíneo à pele. A
lesão desta componente resulta em choque neurogénico que será discutido mais tarde.
Fig.4 Relação entre a medula espinal e a vértebra. Verifique como os ramos nervosos saem entre as
vértebras.
Uma coluna vertebral saudável pode ser sujeita a fortes impactos mantendo a sua integridade sem que
ocorram lesões da medula espinal. Mas determinados mecanismos de trauma podem sobrepor-se a essas defesas,
lesando a coluna e a medula. Os mecanismos mais comuns são a hiperextensão, hiperflexão, compressão e
rotação: Menos comuns, as forças laterais. Estes mecanismos e as suas lesões estão ilustradas na tabela 1.
A cabeça é uma bola relativamente larga situada no cimo do pescoço. Movimentos súbitos da
cabeça ou do tronco irão produzir flexão, extensão ou forças laterais que poderão lesar a estrutura
óssea ou os componentes próximos à coluna vertebral. A lesão da coluna vertebral é como a lesão de
qualquer outro osso do corpo: requer uma quantidade de força significante, a menos que exista um
defeito ou uma fraqueza pré existente do osso. Por este
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motivo, os idosos e as pessoas que sofrem de artrite ou osteoporose têm maior susceptibilidade para
este tipo de lesões.
Como nas outras lesões ósseas, a dor é o sintoma mais comum, mas poderá não ser
referenciada pela vítima, principalmente se este apresentar outras lesões. No local da lesão óssea,
poderá ocorrer espasmo muscular. Lesões de feixes nervosos podem resultar da lesão óssea da coluna
vertebral, com dor localizada, paralisia ou perda sensitiva. Assim, sinais que podem indicar lesão
medular incluem dor na região dorsal, sensibilidade ao longo da coluna vertebral, dor ao movimento do
tronco, deformação visível, feridas do dorso, paralisia, enfraquecimento e parestesia (sensação de
queimadura ou formigueiro na pele).
Felizmente as lesões vértebro-medulares podem ocorrer sem que haja lesão da medula espinal.
Estatisticamente, apenas 14% de todas as lesões de coluna apresentam lesão medular evidente. É
comum a coluna cervical apresentar lesão medular, com cerca de 40% das lesões da coluna a
apresentarem lesão medular associada.
Apenas 63% das lesões medulares apresentam evidência de lesão da coluna vertebral. Isto
significa que cerca de metade das vítimas com algum grau de paralisia não irão apresentar lesões ósseas
ou ligamentares óbvias (mesmo após o Rx).
A vítima inconsciente apresenta um elevado risco (15-20%) de apresentar lesão vértebro-
medular. Frequentemente as lesões apresentam-se em mais do que um local, e assim a vítima de
trauma inconsciente deverá ser imediatamente imobilizado.
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HIPEREXTENSÃO
Movimento posterior Face contra o pára-brisas num
excessivo da cabeça acidente de viação
ou do pescoço Queda de um idoso
HIPERFLEXÃO
Projecção de um cavalo
Movimento anterior ou de uma mota
excessivo da cabeça
contra o tórax Mergulho em águas
pouco profundas
COMPRESSÃO
Mergulho em águas
O peso da cabeça ou pouco profundas
da pélvis em
movimento contra o Queda de altura
pescoço ou dorso em superior 3 metros
sobre a cabeça ou as
ROTAÇÃO
Rotação excessiva do Capotamento no
torso, ou da cabeça e acidente de viação
pescoço, movendo um
lado da coluna vertebral Acidente com
contra o outro
FORÇA LATERAL
Embate lateral no
Força lateral directa na acidente de viação
coluna vertebral
Enforcamento
TRACÇÃO
Criança com o cinto de
Alongamento excessivo segurança do ombro em
da coluna e medula volta do pescoço
Veiculo da neve ou
motociclo a passar por
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CHOQUE NEUROGÉNICO
As lesões da medula a nível cervical ou torácico podem produzir choque devido a alteração da
dinâmica dos vasos. O choque neurogénico resulta na incapacidade do sistema nervoso autónomo
regular o tónus vascular e o débito cardíaco. Isto significa que a vítima se irá encontrar hipotenso, com
uma cor da pele e temperatura normais e uma frequência cardíaca inapropriadamente lenta. Na vítima
saudável, a pressão sanguínea é mantida pela libertação controlada de catecolaminas (adrenalina e
noradrenalina) das glândulas supra- renais. As catecolaminas causam constrição dos vasos sanguíneos,
aumentando a frequência cardíaca e a força de contracção do coração, e estimulam as glândulas supra-
renais á sudorese.
Sensores na aorta e nas artérias carótidas monitorizam a pressão sanguínea. O cérebro e a
medula espinal enviam um sinal à glândulas supra-renais para libertarem catecolaminas para manter a
pressão sanguínea a níveis normais. No choque hemorrágico estes sensores detectam o estado de
hipovolémia e compensam contraindo os vasos sanguíneos e aumentando a frequência cardíaca. Os
altos níveis de catecolaminas causam palidez,
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AVALIAÇÃO DA VÍTIMA
Todas as vítimas de trauma são avaliadas utilizando o plano de prioridades, do qual a avaliação
da função da medula espinal faz parte. Pistas para a lesão da medula espinal são fornecidas na tabela 2.
Uma parte do exame neurológico é efectuada durante a avaliação sumária. O restante exame
neurológico é efectuado durante o exame secundário. Habitualmente isto é feito após a vítima estar na
ambulância. A que necessita de desencarceramento é uma situação especial. Antes de iniciar o
desencarceramento deve verificar a sensibilidade e função motora das mãos e pés, registando estes
achados mais tarde no verbete. O exame neurológico antes do desencarceramento irá, não só alertá-lo
para qualquer lesão medular, mas também irá fornecer documentação se houve perda da função
medular antes de se ter iniciado o desencarceramento. Infelizmente existem algumas situações de
vítimas que culparam os socorristas de causarem as suas lesões medulares. Como é óbvio não há tempo
para efectuar o exame neurológico antes do desencarceramento se a vítima tiver necessidade de
extracção imediata.
O exame neurológico é descrito mais detalhadamente no Cap. II e VIII, mas iremos rever o
exame do sistema nervoso periférico agora. Este exame deverá ser simples e breve. Se
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a vítima está consciente e consegue movimentar os dedos das mãos e dos pés, os nervos motores estão
intactos. Qualquer achado diferente da sensibilidade normal (zumbidos ou diminuição da sensibilidade)
leva a suspeita de lesão da medula. A vítima inconsciente pode reagir com fuga se lhe premir os dedos
dos pés e das mãos. Se assim for, demonstrou que os nervos motores e sensitivos estão intactos, e
assim, que a medula está intacta. Isto não quer dizer que não tenha que imobilizar a vítima. Todas as
vítimas de trauma inconscientes devem ser imobilizadas. Paralisia flácida, mesmo nas vítimas
inconscientes com traumatismo craniano, habitualmente significa lesão medular. Registe estes achados
importantes.
2 – Identificação de situações que requerem intervenção imediata durante o exame primário da vítima
a) Obstrução das vias aéreas que não pode ser resolvida por elevação do maxilar inferior ou
extracção manual (com o dedo indicador em gancho ou pinça)
b) Paragem cardíaca ou ventilatória
c) Lesões torácicas ou da via aérea que requeiram ventilação ou ventilação assistida
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d) Choque profundo ou hemorragia incontrolável
São indicadores de que a medula espinal poderá ter sido lesada, devendo estas vítimas ser imobilizadas:
MECANISMO DE LESÃO
Trauma não penetrante acima das clavículas
Acidente de mergulho
Acidente com veículo a motor ou de bicicleta
Queda
Lesão penetrante ou objecto empalado próximo da coluna vertebral
Disparo ou lesão por explosão no dorso
Qualquer lesão grave provocada por forças que possam ter atingido a coluna vertebral ou a espinal medula
A extracção imediata é uma técnica que requer vários socorristas para remover a vítima para o
plano duro ao longo do eixo do seu corpo, usando as suas mãos para manter o alinhamento da coluna
cervical, e para minimizar os movimentos da coluna. Quando a técnica de extracção imediata é utilizada,
o registo deve ser cuidadosamente elaborado para assegurar uma documentação adequada da técnica
utilizada e das suas indicações.
O método de imobilização cervical mais fácil e rápido é utilizando as suas mãos ou os joelhos. As
mãos do socorrista deverão ser colocadas para estabilizar o pescoço em relação ao eixo da coluna
vertebral.
“Traccionar” não está indicado no pré-hospitalar, não sendo este termo a designação apropriada
para a imobilização da coluna cervical. A tracção irá causar instabilidade de qualquer lesão preexistente
da coluna vertebral. A correcta abordagem é a estabilização, sem “puxar” o pescoço.
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Se estiver disponível um colar cervical de tamanho adequado pode colocá-lo na vítima assim que
a permeabilidade das vias aéreas tiver sido verificada. Estes colares de uma ou duas peças não deverão
ser considerados dispositivos de imobilização definitiva para o controlo da coluna cervical. Deverão ser
utilizados apenas como imobilização temporária para prevenir grandes movimentos do pescoço. As
mãos do socorrista podem ser retiradas apenas quando a cabeça e a medula espinal estiverem
convenientemente imobilizadas no plano duro com os imobilizadores de cabeça colocados.
Para a vítima consciente, o posicionamento da cabeça e do pescoço numa posição confortável é
uma boa regra a seguir. Os cuidados à vítima prosseguem com o exame da vítima e com os tratamentos
de emergência. A imobilização da coluna cervical apenas fica completa quando a cabeça e o corpo estão
imobilizados ao plano. A colocação adequada dos cintos irá imobilizar o pescoço e o corpo mesmo
quando movimentar, rolar, ou descer a vítima. Assim que esta está segura ao plano, o socorrista deve
ter presente que é capaz de rolar o plano se a vítima começar a vomitar ou apresentar obstrução das
vias aéreas. Imobilizar num plano duro elimina a sua capacidade para proteger a sua via aérea, passando
assim a ser esta da responsabilidade do socorrista. Esta regra continua a ter efeito na admissão da
urgência do hospital, onde um elemento da equipa de urgência do hospital, deve assumir a
responsabilidade de manter a permeabilidade da via aérea.
A imobilização definitiva ocorre quando já foram colocados cintos, almofadas, cobertores, ou
toalhas em rolos no plano duro de maneira a manter a cabeça, coluna cervical, dorso e pélvis alinhados.
No passado, sacos de areia eram utilizados para imobilizar a cabeça, fazendo um bom trabalho
enquanto a vítima se encontrava em decúbito dorsal. No entanto, se o plano fosse inclinado ou a vítima
e o plano rolados (para prevenir a aspiração quando a vítima vomitava), o peso dos sacos de areia
causavam de imediato o movimento da cabeça.
Assim os sacos de areia deixaram de ser uma válida na imobilização pré-hospitalar. Objectos
volumosos de baixo peso como toalhas ou cobertores enrolados, ou imobilizadores de cabeça, são
instrumentos mais adequados para esta função. Quando aplicados adequadamente, e fixação manual da
cabeça, estes dispositivos permitem a remoção da porção frontal do colar cervical e observação do
pescoço, como na vítima com feridas abertas do pescoço. Dispositivos de imobilização cervical
comerciais podem estar já colocados no plano duro.
Existem algumas vítimas (crianças assustadas e vítimas com o estado mental alterado) que irão
lutar tão violentamente que irão destruir as suas tentativas para eliminar o movimento da coluna. Pode
não existir boas soluções para isto. A Manga de Reeves (fig. 8) pode ser o melhor dispositivo para
imobilizar uma vítima adulta agressiva.
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Estudos recentes sugeriram que a verdadeira posição neutral para um adulto é obtida com o uso
de uma almofada de 2 a 5 centímetros por baixo do occipital no plano duro (Fig. 9). Esta pequena altura
eleva a cabeça e mantém a vítima numa posição mais confortável.
Isto é efectuado quando a cabeça fica apoiada no próprio dispositivo de imobilização cervical ou
na almofada que é usada com os apoios de cabeça no plano duro. Algumas vítimas idosas necessitam de
uma altura maior por baixo da cabeça devido a uma postura natural em flexão do pescoço (cifose).
Em algumas situações, assim que a vítima é imobilizada com os cintos ao plano duro, este tem
de ser rodado lateralmente. Mulheres com um tempo de gravidez superior a 20 semanas devem ser
sempre transportados com o plano duro inclinado 20 a 30 graus para o lado esquerdo da vítima
retirando o útero de cima da veia cava inferior. Vítimas com problemas da via aérea são transportadas
melhor de lado. Isto é de estrema importância quando existe uma hemorragia incontrolável para a via
aérea ou quando existe um trauma massivo da face
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ou do pescoço. Nestas situações a gravidade ajuda a drenar os fluidos para o exterior prevenindo a
aspiração da vítima se vomitar. Também as vítimas inconscientes, devido ao perigo de vómito e
aspiração, devem ser transportados lateralmente.
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Se a vítima não sofreu mecanismos de lesão de alto risco, não apresenta alteração do estado
mental, não está intoxicado, não apresenta dor nem sensibilidade à palpação da coluna, e não
apresenta défices neurológicos, então pode ser tratado e transportado sem imobilização da coluna. Este
protocolo, deve ser rigorosamente efectuado, com a aprovação do elemento mais qualificado no
incidente. Sempre que haja qualquer dúvida, não hesitar e imobilizar a vítima.
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Existem complicações potenciais quando imobiliza a vítima no plano duro. Esta irá sentir-se
desconfortável e queixar-se de dor na cabeça e na região sagrada, áreas de pressão que se encontram
directamente relacionadas com a imobilização ao plano duro. A cabeça e a via aérea estão numa posição
fixa, o que pode produzir compromisso das vias aéreas e aspiração se ocorrer o vómito. As vítimas
obesas e os que apresentam doença cardíaca congestiva podem sofrer perigo de vida devido a hipóxia.
No plano rígido existe uma pressão desigual da pele que pode resultar em úlceras de pressão. O
levantamento do plano pode causar lesões aos socorristas. A imobilização deve ser aplicada
adequadamente àqueles que irão beneficiar com ela, e deve ser evitada se não for necessária.
Quando o socorrista efectua imobilização da coluna, a vítima perde alguma da sua capacidade
para manter permeável a sua via aérea. Como mencionado anteriormente, o socorrista deve então
assumir esta responsabilidade até que a vítima tenha novamente o controlo da sua via aérea ou tenha a
certeza de não apresentar lesão da coluna vertebral após avaliação no serviço de urgência, sendo
removidos os dispositivos de imobilização. Isto é especialmente importante nas crianças uma vez que
apresentam grande predisposição para o vómito ou para a sua aspiração após lesão traumática.
A manipulação das vias aéreas da vítima de trauma requer uma execução cuidada. Pesquisas
recentes indicam que qualquer intervenção nas vias aéreas irá causar movimento da coluna vertebral. O
alinhamento manual é o método mais eficaz para minimizar este movimento.
Os colares cervicais apenas auxiliam parcialmente a prevenir o movimento. O seu plano de
prioridades deve incluir a imobilização manual, e só depois o uso de métodos de controlo da via aérea
que esteja habilitado a executar. Quando pesar os riscos e os benefícios de cada procedimento para
manutenção das vias aéreas, lembre-se que o risco de morrer com uma via aérea não permeável é
maior que o risco de induzir lesão da medula espinal quando usando uma abordagem cuidadosa na
manutenção da via aérea.
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Trauma
Abdominal
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Trauma Abdominal
As lesões do abdómen podem ser de difíceis de determinar no hospital. No pré- hospitalar ainda
mais difícil se torna. Uma vez que as lesões intra-abdominais são uma das principais causas evitáveis de
morte traumática, a possibilidade da presença de lesões intra- abdominais deve ser reconhecida,
registada e tratada imediatamente. As lesões abdominais penetrantes obviamente necessitam de
cirurgia imediata; as lesões não penetrantes podem ser mais subtis, mas não deixam de ser
potencialmente mortais.
Qualquer que seja o resultado do trauma, penetrante ou não penetrante, a lesão abdominal
representa sempre duas ameaças para a vítima: a hemorragia e a infecção. A hemorragia tem
consequências imediatas, e assim, o socorrista deve estar alerta para o perigo de choque em todos os
pacientes com lesões abdominais. A infecção pode ser tão mortal mas não requer intervenção no local
uma vez que é de instalação lenta.
O tratamento pré-hospitalar nestas situações tem sido assunto de alguma controvérsia. Estudos
efectuados em meados de 1980 demonstraram que uma intervenção precoce e apropriada por
paramédicos bem treinados podia melhorar o estado hemodinâmico do paciente em estado grave com
feridas do abdómen. Estudos mais recentes sugeriram que a aplicação das calças anti-choque (PASG) e
uma fluidoterapia vigorosa no pré-hospitalar pode ser mais prejudicial do que benéfica (Ver capítulo 5).
Os efeitos do tratamento no trauma não penetrante encontram-se menos estudados.
É importante ter em atenção às variações e inespecificidade de muitos sinais e sintomas
relacionados com trauma abdominal, sobretudo no trauma contuso, porque podem induzir várias vezes
a uma incorrecta avaliação.
Devemos ter sempre em atenção a determinadas situações especiais como eviscerações e
objectos empalados nas quais existem algumas variações na actuação.
No terreno, é necessário recordar que uma rápida avaliação do paciente e o rápido transporte
para o hospital são as chaves para o tratamento nestas situações.
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Trauma das
Extremidades
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Um socorrista nunca deve deixar que as extremidades deformadas ou feridas ocupem a sua
atenção quando podem existir situações mais ameaçadoras para a vida do paciente. Estas lesões
embora de aparência dramática são fáceis de identificar na primeira abordagem à vítima, e, embora
podendo ser incapacitantes, raramente colocam a vida da vítima em risco. É importante recordar que a
permeabilização da via aérea, os mecanismos de ventilação, a manutenção do volume de sangue
circulante, e o tratamento adequado do choque deverão ser sempre resolvidos antes de imobilizar
qualquer fractura.
O choque hemorrágico é um potencial perigo apenas num número diminuto de lesões musculo-
esqueléticas. Apenas as lacerações directas de artérias ou a fractura da pélvis ou do fémur estão
habitualmente associadas hemorragias que podem causar o choque. As lesões de nervos ou vasos que
servem as mãos e os pés são as complicações mais comuns das fracturas e das luxações. Estas lesões
causam a perda de função, a que se denomina de compromisso neurovascular. Assim, a avaliação da
sensibilidade e circulação (pulso, mobilidade e sensibilidade, PMS) distal às fracturas é muito
importante.
As fracturas podem ser abertas (compostas) quando os topos ósseos perfuram a pele, ou podem
ser fechadas (simples) quando a factura não apresenta comunicação para o exterior. Os topos ósseos
são extremamente afiados sendo muito perigosos para os tecidos que circundam o osso. Uma vez que
os nervos e as artérias frequentemente estão localizados ao longo do osso, através do lado flexor das
articulações, ou muito próximos da pele (mãos e pés), estes são frequentemente lesados. As lesões
neurovasculares podem dever-se a lacerações provocadas por fragmentos ósseos ou devido à pressão
exercida pelo edema e pelos hematomas. As fracturas fechadas podem ser tão perigosos como as
fracturas abertas devido à lesão dos tecidos moles que muitas vezes sangram profusamente. É
importante recordar que qualquer abertura na pele próximo da fractura óssea deve ser considerada
como uma porta de entrada infecção.
A fractura fechada de um dos fémures pode causar a perda de mais de um litro de sangue,
podendo a fractura de ambos causar uma hemorragia suficientemente grande para colocar a vítima em
risco de vida. A fractura da pélvis pode causar uma extensa hemorragia para o abdómen e para o espaço
retroperitoneal. Estas fracturas podem ainda lacerar a bexiga ou os grandes vasos sanguíneos que
envolvem a pélvis. Ambas as estruturas podem causar hemorragias para o abdómen que serão fatais
para a vítima. Múltiplas fracturas podem causar risco de vida sem que exista qualquer perda sanguínea
para o exterior.
As luxações articulares são lesões extremamente dolorosas. São quase sempre facilmente
identificáveis devido à alteração anatómica que é visível. As luxações articulares, embora vistas como
não colocarem a vítima em risco de vida, são muitas vezes verdadeiras
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emergências devido ao compromisso neurovascular que podem, caso não sejam tratadas rapidamente,
resultar em amputação. É impossível reconhecer se existe uma fractura associada à luxação.
A amputação é uma lesão incapacitante e muitas vezes colocam a vida do paciente em perigo.
Apresentam o risco potencial para a hemorragia massiva, embora esta, na maioria das vezes, seja fácil
de controlar rapidamente com a aplicação de uma simples pressão sobre o coto.
Os nervos e os vasos sanguíneos de maior calibre geralmente encontram-se próximo,
geralmente na região flexora, da maioria das articulações. Ambos podem ser lesados, e a perda de
circulação e/ou de sensibilidade pode dever-se á interrupção, edema ou compressão dos fragmentos
ósseos ou hematomas. Corpos estranhos ou topos ósseos fracturados também podem danificar estas
delicadas estruturas e causar-lhes uma deficiente função. Deve-se verificar sempre o PMS antes e depois
de manusear a extremidade, aplicar uma tala ou efectuar tracção.
Os objectos empalados não devem ser removidos. Aplicar um penso volumoso, de forma a
almofadar em volta do objecto para o fixar no local. A pele é um ponto pivô nestes casos e qualquer
movimento exterior ao corpo é transformado ou ampliado através dos tecidos onde a extremidade do
objecto pode lacerar ou ofender estruturas sensíveis. A bochecha da face é a excepção a esta regra uma
vez que se consegue atingir o interior da boca o que permite aplicar uma pressão directa sobre a
hemorragia.
As extremidades contêm tecido muscular num espaço fechado que está rodeado por duras
membranas que não distendem. O trauma (lesões por colisão, fracturas abertas ou fechadas, ou
compressão continuada nestas áreas (antebraço e perna mais habitualmente)) pode causar hemorragia e
edema nos espaços fechados. Conforme a zona fica edemaciada, a pressão é transmitida aos vasos
sanguíneos e nervos. Esta pressão pode comprimir os vasos sanguíneos de modo a que a circulação se
torna impossível. Os nervos também podem estar comprometidos. Estas lesões habitualmente
desenvolvem-se num período de algumas horas. Os sintomas tardios são conhecidos pelos cinco Pês:
Pain (Dor), Palidez, ausência de Pulso, Parestesias e Paralisia. Os sintomas precoces são habitualmente a
dor e as parestesias. Tal como no choque, deve-se pensar no diagnóstico antes do desenvolvimento dos
sinais tardios. Não existe nenhuma regra que determine a sequência exacta a seguir sob a forma como
deve imobilizar o paciente de trauma. Em geral os pacientes mais graves, irão beneficiar se só for
efectuada uma imobilização completa (coluna vertebral) antes do transporte. O paciente que necessita
de uma abordagem do tipo “load-and-go” deve ser sujeito a uma cuidadosa imobilização ao plano duro.
Isto não significa que o socorrista não tenha a responsabilidade de identificar e proteger as extremidades
fracturadas, mas em vez disso significa que é melhor efectuar as imobilizações na ambulância a caminho
do hospital. Não é adequado desperdiçar
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tempo imobilizando um membro para prevenir a incapacidade quando esse tempo é necessário para
salvar a vida do paciente. Por outro lado, se o paciente aparentemente se encontra estável as fracturas
das extremidades deverão ser imobilizadas antes de mobilizar o paciente.
Objectivos:
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Queimaduras
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Queimaduras
O maior órgão do corpo, a pele, é composto por duas camadas. A camada externa é chamada de
epiderme. Ela serve como uma barreira entre o ambiente e o nosso corpo. Por debaixo da epiderme fina
está uma espessa camada de tecido conjuntivo chamada de colagénio na derme. Esta camada contém
os nervos sensoriais importantes e também as estruturas de apoio, como os folículos pilosos, glândulas
sudoríparas e as glândulas sebáceas. A pele tem muitas funções importantes, que incluem a função de
barreira mecânica e de bactérias e outros microorganismos de facilmente entram no organismo. A pele
também é um órgão vital sensorial que fornece informações para o cérebro sobre dados gerais e
específicos do ambiente e tem um papel fundamental na regulação da temperatura. Danos à pele torna-
o incapaz de exercer essas funções e põe o corpo em risco para problemas graves.
O resgate de vítimas queimadas pode ser extremamente perigoso, seguir as regras de segurança
do cenário é extremamente importante. Múltiplos agentes podem causar lesões por queimaduras, mas,
em geral, os danos patológicos da pele é semelhante. Diferenças específicas entre os tipos de
queimaduras serão discutidas em secções posteriores.
Tipos de lesão por queimadura:
Térmica: chama, escaldão, vapor;
Eléctrica;
Química;
Radiação.
Lesão por queimadura à pele ocorre quando o calor ou produtos químicos corrosivos entram em
contacto com a pele e prejudicam a sua composição química e de componentes celulares. Em adição à
lesão tecidual real, a resposta inflamatória do organismo aos danos da pele também podem resultar em
lesões adicionais ou aumentar a gravidade de uma queimadura. As partes da pele que são necrosadas
pela lesão térmica são referidas como "zona de coagulação” e sofreram lesões irreversíveis. Em redor
desta área existe a “zona de estase”, o fluxo de sangue está comprometido e os tecidos vão morrer se o
fluxo sanguíneo não for restaurado. Esta condição é vista nas queimaduras de espessura parcial mais
profundas e são ajudadas pelo bom atendimento à lesão por queimadura e pela reposição de fluidos.
Circundante a esta é a “zona de hiperemia”, onde há maior fluxo de sangue para os tecidos, como
resultado das acções dos mediadores inflamatórios liberados pela pele danificada.
As queimaduras são caracterizadas, com base na profundidade do dano tecidual e resposta da
pele, como o grau (superficial em primeiro lugar), espessura parcial (segundo grau), ou de espessura
total (terceiro grau).
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Metade destes fluidos devem ser administrados nas primeiras 8 horas e o restante nas próximas 16
horas. É importante fazer registos cuidadosos, indicando a condição do paciente e do tratamento
efectuado durante o transporte.
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Objectivos:
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Trauma
Pediátrico
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Trauma Pediátrico
Para fornecer bons cuidados à criança traumatizada, deve possuir equipamento adequado,
saber como interagir com os pais assustados, conhecer os valores médios dos sinais vitais para as
diversas idades (ou tê-las assinaladas no saco de trauma pediátrico), e estar familiarizado com as lesões
mais comuns nas crianças. A sequência da avaliação do paciente é a mesma para a criança e para os
adultos. Se efectuar uma avaliação correcta, irá obter a informação necessária para efectuar as decisões
mais correctas para o tratamento adequado. Focalize-se na avaliação e tratamento da via aérea da
criança (com controlo da coluna cervical), na ventilação e na circulação.
Todos nós que estamos envolvidos no tratamento de crianças com lesões graves devemos ter
como preocupação a prevenção. O ensino com base em assuntos relacionados com a utilização de
dispositivos de segurança nos automóveis, a utilização de capacetes de ciclismo, segurança nos
desportos aquáticos, prevenção de queimaduras ou a segurança com armas de fogo, estão dentro da
área do socorrista. Deve perder algum tempo a ensinar segurança e as leis de segurança (cintos em
cadeiras de segurança, cintos de segurança, condução sem ingestão de álcool) que permitem salvar
vidas.
Objectivos:
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Trauma
Geriátrico
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Trauma Geriátrico
O trauma no idoso é uma problemática que assume já hoje, uma importância fulcral no
quotidiano de toda a população, em especial nos prestadores de cuidados pré-hospitalares. Os idosos
são já uma fatia importante da população em todos os países desenvolvidos, tendência esta que tenderá
a crescer no futuro.
Enquanto elemento do sistema integrado de emergência médica na qualidade de prestador de
cuidados pré-hospitalares nos diversos níveis, deve estar preparado a actuar perante esta população, de
algum modo especial. Apesar dos mecanismos de lesão poderem ser diferentes dos adultos mais jovens
as prioridades na avaliação e tratamento são iguais em ambos.
Regra geral as vítimas de trauma idosas apresentam lesões mais graves e mais complicações que
as vítimas mais jovens, o processo de envelhecimento e as doenças frequentes nesta população fazem
com que a avaliação e tratamento destas vítimas sejam mais difíceis. Devemos estar atentos a estas
diferenças para prestar uma boa assistência a estas vítimas.
Apesar de idoso ser definido em termos cronológicos como tendo mais de 65 anos, é mais
adequado considerar as alterações relacionadas com o envelhecimento nos diversos sistemas corporais,
alterações estas, que poderão ter influência na resposta desta população à lesão traumática. As vítimas
idosas tendem a responder à lesão de forma menos favorável que a população mais jovem, estando as
primeiras mais susceptíveis a sofrerem lesões fatais, mesmo perante lesões que não aparentam ser
graves. De acordo com dados norte-americanos (National Safety Council) as lesões térmicas e os
acidentes de viação são as principais causas de morte por trauma nesta população.
As causas mais comuns de lesão na população geriátrica são as quedas com fracturas do fémur,
punho e traumatismos cranianos. As lesões térmicas incluem a inalação, contacto com a fonte de calor e
lesões eléctricas.
Com uma melhor compreensão acerca das alterações fisiológicas normais do processo de
envelhecimento, consegue-se estar melhor preparado para prestar os cuidados necessários a estas
vítimas.
Enquanto processo gradual o envelhecimento envolve alterações nas funções orgânicas de
vários sistemas corporais. Estas alterações são responsáveis pelo elevado risco de lesão na população
geriátrica. Estas alterações ocorrem nas vias aéreas, sistema respiratório, sistema cardiovascular,
funções neurológica e sensitiva, termorregulação, rins, sistema músculo- esquelético, sistema
gastrointestinal, sistema imunitário e outras. Além destas alterações é de acrescentar também o facto
de esta população tomar diversas vezes múltiplas medicações que podem interferir na capacidade de
resposta ao choque. As alterações que podem aumentar a
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susceptibilidade a lesões são a existência de reflexos mais lentos, diminuição da capacidade visual e
auditiva, artrite, fragilidade cutânea, vascular e óssea.
Como referido anteriormente as prioridades no tratamento da vítima geriátrica são as mesmas
das restantes, no entanto devem-se ter em atenção 3 aspectos: os sistemas orgânicos podem funcionar
de forma diferente do adulto jovem, sobretudo os sistemas cardiovascular, renal e pulmonar; estas
vítimas podem ter doenças crónicas que podem afectar o resultado final das intervenções; as fracturas
podem ocorrer com forças de menor amplitude.
Na abordagem a estas vítimas vários aspectos devem ser tidos em conta, desde logo o facto de
estas vítimas poderem falecer devido a lesões menos graves que o adulto jovem. Além disso, é também
difícil muitas vezes separar os sintomas devidos ao envelhecimento, resultantes de doenças crónicas e
causados pelas lesões apresentadas. É importante relembrar que estas vítimas podem não ter a mesma
resposta à dor, hipoxia ou hipovolémia que os jovens. Podem surgir também dificuldades de
comunicação devido às alterações fisiológicas nos órgãos dos sentidos já mencionadas.
Os procedimentos de exame da vítima nesta população são os mesmos que na população em
geral, devendo-se ter sempre em consideração as adaptações necessárias às características desta idade.
Um aspecto importante prende-se com a imobilização destas vítimas, em que se devem almofadar
possíveis espaços que se encontrem aumentados em virtude do processo de envelhecimento. As vítimas
com cifose acentuada necessitam de acolchoamento das áreas debaixo dos ombros e da cabeça, para
manter a cervical no alinhamento habitual. Não se deve forçar o pescoço para uma posição neutra se o
paciente referir dor, ou se o pescoço está obviamente mantido numa posição anterior.
Todos os algoritmos de decisão ITLS de vítima crítica e transporte imediato, do momento de
realização do exame secundário, mantêm-se nestas vítimas.
Objectivos:
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Trauma na
Grávida
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Trauma na Grávida
A vítima de trauma grávida é um desafio único para o socorrista. É importante recordar- se que
está perante duas vítima com necessidades separadas, as da mãe e as do feto. Assim, qualquer
intervenção deve ter o objectivo de apoiar a mãe e identificar as necessidades do feto. Estas vítimas
apresentam um risco de maior incidência de trauma acidental. O aumento dos desmaios, a
hiperventilação, e excesso de fadiga que são comuns no início da gravidez, bem como as mudanças dos
parâmetros fisiológicos da vítima grávida, como a fragilidade das articulações da pélvis, juntos,
contribuem para o risco de trauma acidental. Está estimado que a lesão acidental pode complicar 6 a
7% de todas as gravidezes. A vítima grávida que sofre pequenas lesões raramente representa um
problema para o socorrista no pré-hospitalar. Sendo assim, a nossa discussão irá centrar-se nas lesões
moderadas e graves.
Para perceber os aspectos únicos associados ao trauma na gravidez, é importante rever certos
processos fisiológicos que são particulares á grávida. Durante os primeiros três meses de gravidez, o feto
está a formar-se, sendo o feto muito pequeno, o crescimento do útero durante este período também é
pequeno. Após o terceiro mês de gestação o feto e o útero crescem rapidamente, atingindo o umbigo
no quinto mês e o epigastro no sétimo mês. As alterações cardio-pulmonares que ocorrem durante a
gravidez são significativas. O débito cardíaco irá aumentar entre 20 a 30% durante as primeiras dez
semanas de gestação, aumentando o débito cardíaco para 6 a 7 l/min. O coração materno em média irá
comprimir mais 10 a 15 vezes por minuto enquanto a pressão arterial sistólica e diastólica irá perder 10
a 15 mmHg quando comparada com a vítima não grávida.
O estado da vítima sofre mudanças significativas, o alargamento do útero irá elevar o diafragma
e diminuir o volume da cavidade torácica, levando à proeminência das margens das costelas. Isto
diminui a quantidade de gás trocado por minuto, levando a alcalose e predispondo a vítima a um
síndrome de hiperventilação. A grávida também sofre uma mudança que é descrita como
“hipervolémia” da gravidez. Isto representa um aumento das células vermelhas e do plasma,
conduzindo a um aumento do volume de sangue de aproximadamente 45 a 50%. No entanto, uma vez
que existe um maior aumento de plasma face aos glóbulos vermelhos, a vítima tende a manifestar uma
anemia relativa.
Este aumento no volume de plasma é particularmente importante uma vez que a vítima pode perder 30
a 35% do sangue circulante antes de desenvolver hipotensão. Isto também significa que se a grávida
vítima de trauma apresenta uma hipotensão relativa, então ela já perdeu uma grande quantidade do
volume de sangue, e a ressuscitação irá necessitar de uma grande quantidade de fluídos, (de preferência
sangue).
As maiores alterações no sistema gastrointestinal são secundários ao aumento do útero, e
conduzem ao seguinte:
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RESPOSTAS À HIPOVOLÉMIA
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2 – O trauma do compartimento abdominal pode causar hemorragia oculta tanto intra-uterina como
para o espaço retroperitoneal. Recorde-se que existe uma distensão gradual da parede abdominal
durante a gravidez, juntamente com alterações hormonais menos sensíveis aos estímulos irritáveis.
Assim, a hemorragia pode ocorrer para o espaço intraperitoneal, e os sinais de defesa e rigidez podem
não estar presentes
3 – Você está a tratar dois pacientes; no entanto, a mortalidade fetal está relacionada com o
tratamento efectuado à mãe. O objectivo da intervenção no pré-hospitalar é aumentar as hipóteses de
sobrevivência materna
4 – A hipóxia fetal pode ocorrer sem sinais aparentes na grávida. O tratamento deve incluir oxigénio em
alta concentração
5 – O transporte deve incluir uma imobilização da coluna vertebral adequada, talas nos membros, e
prevenção da compressão da veia cava
6 – Se a mãe morrer, continue a reanimação cardiopulmonar e informe o hospital para estar preparado
para imediata cesariana
Objectivos:
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Vítimas sob
Influência de
Álcool ou Drogas
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A relação entre o álcool e trauma está bem documentada. Estudos mostram que os indivíduos
que abusam de substâncias estão sob maior risco de lesão que a população geral e têm também uma
maior probabilidade de sofrer múltiplas lesões.
O abuso de substâncias refere-se ao consumo de álcool, drogas ou ambos e está associado a um
elevado número de eventos traumáticos, como acidentes de viação ou actos de violência. Desta forma
não é de estranhar encontrar um elevado número de vítimas sob este efeito, nas variadas situações em
que as equipas de emergência são chamadas a intervir.
Às vezes é difícil estabelecer a origem das queixas apresentadas, como sendo resultado do
abuso de substâncias ou de uma situação de emergência traumática/médica. Estas vítimas representam
determinadas vezes desafios únicos que podem exigir determinadas actuações específicas em conjunto
com uma boa actuação ITLS.
A combinação de um alto índice de suspeição junto com os resultados do exame físico, história
obtida da vítima, espectadores e evidências no local podem dar a resposta acerca do abuso de
substância por parte da vítima.
A actuação perante as vítimas de abuso de substâncias deve ter em conta determinados
aspectos do exame da vítima. Deve ter-se especial atenção para as alterações do estado mental, pupilas,
discurso da vítima e ventilação (B). Alterações nestes aspectos podem-nos orientar na direcção de uma
ou outra substância como evidenciado na tabela 20-1.
A alteração do estado de consciência pode ser vista em praticamente todas as formas de abuso
de substância, no entanto, deve ter-se em conta que uma alteração do estado mental é sempre
resultado de lesões crânio-encefálicas, choque ou hipoglicémia, até prova em contrário.
A actuação ITLS geral resulta com os pacientes sob influência de substâncias. A atitude das
equipas de socorro pode ser determinante no sucesso de aproximação à vítima. Deve ser- se positivo e
imparcial, estando no local para socorrer vítimas sem emitir juízos de valor acerca das mesmas.
A actuação perante vítimas não cooperantes é sempre uma situação difícil de resolver. Pode ser
necessário recorrer a medidas de contenção física, quando o seu comportamento as põe em risco, à
equipa de socorro ou outros. A utilização de técnicas de contenção deve ter em conta o principio de não
agravamento das lesões da vítima. É imperativo ser-se conhecedor das medidas previstas na lei perante
este tipo de situações, podendo ser necessário recorrer muitas vezes ao auxílio das forças de segurança
quando tal se justificar.
Em situações de trauma é necessário estar sempre consciente da possibilidade de vítimas que
estão sob o efeito de abuso de substâncias. O conhecimento dos sinais e sintomas de abuso de álcool ou
drogas pode assim ajudar a actuar perante estas situações
208
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Objectivos:
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Paragem
Cardio-
Respiratória em
Trauma
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Objectivos:
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2. Problemas na Ventilação
a. Pnemotórax Hipertensivo
b. Ferida aspirativa do tórax
c. Flail-chest
d. Lesão espinhal alta (C3 ou acima)
e. Inalação de monóxido de carbono
f. Inalação de fumo
g. Aspiração
h. Pré-afogamento
i. Depressão do SNC por drogas ou álccol
j. Apneia secundária a choque eléctrico ou relâmpago
3. Problemas na Circulação
a. Choque Hemorrágico (Síndrome do coração vazio)
b. Pneumotórax hipertensivo
c. Tamponamento Cardíaco
d. Contusão miocárdica
e. Enfarte agudo do miocárdio
f. Paragem cardíaca secundária a choque eléctrico
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Precauções
Universais
em ambiente
Pré-Hospitalar
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Conceitos
Contaminação – Sujidade ou poluição de objectos inanimados ou material vivo, com material nocivo
potencialmente infeccioso ou outro material indesejado. Em condições clínicas é habitual ser matéria
orgânica e microrganismos, mas pode também incluir outras substâncias inorgânicas indesejáveis, como
por exemplo, produtos de degradação, material de empacotamento entre outros.
228
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Material contaminado – Material que tenha sido usado, exposto a uma situação clínica e esteja poluído
com matéria orgânica, microrganismos ou outras substâncias inorgânicas indesejáveis.
Limpeza – É o processo pelo qual se remove fisicamente a sujidade, através de acção mecânica, usando
água e sabão ou detergente.
Desinfecção – É o processo pelo qual se elimina a maior parte dos microrganismos, com excepção das
formas esporuladas. A desinfecção não mata ou remove a totalidade dos microrganismos, mas reduz o
seu número para um nível não prejudicial à saúde.
Esterilização – É o método pelo qual são destruídos todos os microrganismos, incluindo os esporos
bacterianos.
Objectivos:
229
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230
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Manuais Técnicos
231
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Manuais Técnicos
237
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Folha de Avaliação
do Cenário
Manuais Técnicos
ACÇÃO COMENTÁRIOS
Avaliação do Cenário
Precauções padronizadas
Riscos no cenário
Número de vítimas
Mecanismo de lesão
Aspecto geral
Aparência geral
Posição do corpo
Posição no ambiente
Actividade da vítima
Pulso Radial/Carotídeo
Cabeça e pescoço
239
239
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Manuais Técnicos
Enfisema subcutâneo?
Desvio da traqueia?
Sons respiratórios
Presentes? Simétricos?
Batimentos Cardíacos
Abdómen
Membros Inferiores
Membros Superiores
Posterior
240
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Manuais Técnicos
ACÇÃO COMENTÁRIOS
ACÇÃO COMENTÁRIOS
Estado de Consciência
AVDS
Cabeça
DCAP – BTLS
Equimose peri-orbital
Sinal de Battle
241
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Manuais Técnicos
Boca
Pescoço
DCAP – BTLS
Desvio da traqueia?
Tórax
Instabilidade e crepitação
Batimentos cardíacos
Abdómen
Pélvis e extremidades
DCAP – BTLS
242
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Manuais Técnicos
ACÇÃO COMENTÁRIOS
AVALIAÇÃO DE PROGRESSO
Reavaliar tórax
Por exemplo:
Lacerações e hemorragias
Pneumotórax
Por exemplo:
Entubaçao endotraqueal
Oxigénio
EV’s e soros
Talas e curativos
24324
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Manuais Técnicos
ACÇÕES CRÍTICAS
ACÇÕES ADICIONAIS
Sinais Vitais todos os 5 minutos em vítimas críticas, todos os 15 minutos em vítimas estáveis
Repete o exame de progresso sempre que a vítima se move ou uma intervenção é realizada
COMENTÁRIOS DO INSTRUTOR
244
244
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Abordagem e
Avaliação Inicial
da Vítima de Trauma
(Aptidões Práticas)
Manuais Técnicos
Anexo B
Abordagem e Avaliação Inicial da Vítima de Trauma (Aptidões Práticas)
Objectivos:
246
246
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Cuidados de Segurança
Avaliação Inicial
Nível de consciência
Via aérea
Mecanismo
de lesão?
Load-and-Go?
247 247
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Manuais Técnicos
Procedimentos
Irão ser usados pequenos cenários escritos juntamente com um modelo (para actuar como paciente). A
turma será dividida em equipas que irão praticar a abordagem inicial, efectuar abordagens, e transmitir
decisões. Cada membro da equipa deve praticar como chefe de equipa pelo menos uma vez. A
informação necessária abaixo descrita representa as perguntas que deverá fazer a cada passo da
abordagem. No final do capítulo encontra-se uma lista que representa as acções que devem ser
tomadas (pessoalmente ou delegadas como resposta à avaliação feita à vítima).
Avaliação do local
- Que equipamento de protecção individual necessito?
- Estou a ver, ouvir, cheirar ou sentir algo que possa ser perigoso?
- Existem outras vítimas?
- Preciso de mais ambulâncias ou pessoal?
- Preciso de equipamento especial?
- Qual foi o mecanismo de lesão?
- É generalizado ou localizado?
- Pode pôr em risco imediato a vida da vítima?
EXAME PRIMÁRIO
- Qual é a impressão geral com que fico da vítima ao aproximar-me?
248
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Via aérea
- A via aérea está permeável e desobstruída?
Ventilação
- A vítima está a respirar?
- Quais são as características da ventilação?
Instruções da ventilação
- Está indicada a administração de oxigénio a qualquer vítima que apresente dificuldade respiratória,
alteração de consciência, choque ou outras lesões graves.
- Delegue a outro socorrista a ventilação assistida em vítimas com hipoventilação (< 12 ciclos por
minuto) ou se existir um movimento inadequado do ar.
- Hiperventile apenas as vítimas com traumatismo craniano que estão inconscientes e apresentam
sinais de herniação cerebral.
Circulação
- Qual é a frequência e amplitude do pulso da artéria radial (ou da artéria carótida se este não for
palpável)?
- Estão presentes hemorragias externas graves?
- Qual é a cor, temperatura e humidade da pele?
Decisão
- Está na presença de uma situação crítica?
- Existem intervenções que têm de ser realizadas de imediato?
Cabeça e Pescoço
- Existem feridas da cabeça e pescoço?
- As veias do pescoço estão distendidas (ingurgitadas)?
- A traqueia encontra-se na linha média ou está desviada?
- Existe deformação ou dor à palpação do pescoço?
249
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Manuais Técnicos
Tórax
- O tórax está simétrico? Existem movimentos paradoxais? Existem lesões penetrantes ou não
penetrantes óbvias do tórax?
- Existe dor à palpação, instabilidade ou crepitação das costelas?
- Os sons respiratórios estão presentes e simétricos?
- Os sons respiratórios não são simétricos, o tórax está hiperressonante ou maciço?
- Os sons cardíacos encontram-se normais ou diminuídos?
Abdómen
- Existem feridas evidentes?
- O abdómen encontra-se depressível, rígido ou distendido?
- Existe dor à palpação?
Pélvis
- Existem feridas evidentes ou deformações?
- Existe dor à palpação, deformidade ou crepitação?
Coxa
- Existem feridas evidentes, edema, ou deformação?
- Existe dor à palpação, instabilidade ou crepitação?
Decisão
- Está na presença de uma situação crítica?
- Existem intervenções que se devem proceder de imediato?
Antecedentes clínicos
- Qual é a história da vítima (SAMPLE)? (pode e deve ser obtida durante o exame rápido de trauma)
250
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Sinais vitais
- Os sinais vitais estão dentro dos parâmetros normais?
Disfunção neurológica
(Execute este exame agora se existir um estado de consciência alterado. Noutro caso, deixe-o para quando
realizar o exame secundário)
- As pupilas apresentam o mesmo diâmetro e reagem ambas à luz?
- Qual é o resultado da Escala de Glasgow?
- Existem sinais de herniação cerebral (inconsciente, pupilas dilatadas, hipertensão, bradicardia,
prostração)?
- O paciente apresenta placas de identificação de situações clínicas (Diabético, Alergias, Grupo
Sanguíneo)?
Procedimentos
Pequenos cenários escritos podem ser usados juntamente com um modelo (para actuar como vítima).
Irá dividir a turma em equipas para praticar o exame secundário, efectuar decisões críticas e
intervenções, e executar a reavaliação. Cada membro da equipa deve praticar como chefe de equipa
pelo menos uma vez.
SAMPLE
- Completar o SAMPLE agora se ainda não tiver sido feito
- Qual é a história clínica da vítima?
Exame Neurológico
- Qual o nível de consciência?
- Qual o nível de glicose sanguínea (se houver alteração do estado mental)?
- As pupilas estão simétricas? Reagem à luz?
- A vítima consegue mexer os dedos das mãos e pés?
- A vítima tem sensibilidade quando lhe mexe nos dedos das mãos e dos pés?
- Qual é o valor da Escala de Glasgow (se existir alteração do estado mental)?
Exame Detalhado
Cabeça
- Existe algum sinal de lesão DCAP-BTLS na cabeça? Qual?
- Apresenta equimoses retro-auriculares ou peri-orbitárias?
- Existe saída de sangue ou líquido céfalo-raquidiano pelos ouvidos ou nariz?
- Existe palidez, sudorese ou cianose?
Pescoço
- Existem lesões do pescoço? Quais?
- As veias do pescoço estão normais, deprimidas ou distendidas?
- A traqueia apresenta-se na linha média ou está desviada?
Circulação
- Qual é a frequência e amplitude do pulso?
- Qual é a cor, temperatura e humidade da pele (reenchimento capilar nas crianças)?
- Todas as hemorragias externas encontram-se controladas?
252
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Manuais Técnicos
Tórax
- Existem lesões DCAP-BTLS do tórax? Quais?
- Existem movimentos paradoxais? Existem lesões penetrantes do tórax?
- Os sons respiratórios estão presentes e simétricos?
- Se os sons respiratórios não são simétricos, o tórax está hiperressonante ou maciço?
- Os sons cardíacos encontram-se normais ou diminuídos?
- Se o paciente está entubado, o tubo está bem posicionado?
Abdómen
- Existem lesões DCAP-BTLS do abdómen?
- O abdómen encontra-se depressível, rígido ou distendido?
Pélvis
- Se instável no exame primário, não deve ser examinada de novo.
Membros Inferiores
- Existem lesões DCAP-BTLS evidentes? Quais?
- O pulso, sensibilidade e mobilidade (PMS) são normais?
- A amplitude do movimento é normal (opcional)?
Membros superiores
- Existem lesões DCAP-BTLS? Quais?
- O pulso, sensibilidade e mobilidade (PMS) são normais?
- A amplitude do movimento é normal (opcional)?
Avaliação em Transporte
Informação importante
As questões seguintes são apresentadas na ordem pela qual deverão ser colocadas enquanto efectua a
reavaliação. Esta é a informação mínima de que precisa enquanto executa cada passo do exame.
Alterações significativas
- A vítima sente-se melhor ou pior?
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Estado Mental
- Qual é o nível de consciência (LOC)?
- Qual o tamanho das pupilas? Estão simétricas? Reagem à luz?
- Se houver alteração do estado mental, qual o valor da escala de Glasgow neste momento?
Reavalie o ABC
Via aérea
- A via aérea está aberta e desobstruída?
- Se existirem queimaduras na face; existem sinais de lesões por inalação?
Ventilação e Circulação
- Qual a frequência e amplitude da ventilação?
- Qual a frequência e amplitude do pulso?
- Qual o valor da pressão arterial?
- Qual a cor, condição e temperatura da pele (tempo de preenchimento capilar na criança)?
Pescoço
- A traqueia está na linha média ou desviada?
- As veias do pescoço estão normais, planas ou distendidas?
- Existe um aumento do edema no pescoço?
Tórax
- Os sons respiratórios estão presentes e simétricos?
- Os sons respiratórios estão assimétricos; o tórax está hiperressonante ou maciço?
- Os sons cardíacos ainda estão normais ou sofreram alterações?
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Procedimento
Avaliação e Abordagem da Vítima
Pequenos cenários escritos serão usados juntamente com um modelo (para actuar como vítima). Serão
divididos em equipas para praticar a abordagem em situações simuladas de trauma usando os princípios
e as técnicas ensinadas até aqui.
7 – Lembre-se de perguntar acerca da segurança no local se esta não for indicada no cenário 8 –
Lembre-se de colocar o equipamento de protecção individual
9 – Se tiver um modelo vivo como vítima, deverá falar com essa pessoa tal como se de uma vítima a
sério se tratasse. Deverá explicar os seus procedimentos enquanto examina a vítima. Esteja confiante e
seguro.
10 – Deve interrogar o seu instrutor sobre coisas que não consegue avaliar da vítima. Ex: pressão
arterial, pulso, sons respiratórios. 255
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11 – Feridas e fracturas devem ser tratadas ou imobilizadas como se fossem reais. Os procedimentos
devem ser executados correctamente (pressão arterial, rolamento, pensos, imobilizações, etc).
12 – Se precisar de equipamento que não está disponível peça ao seu instrutor. Ele pode permitir a
simulação da utilização de equipamento
13– Durante a prática e avaliação, pode ser autorizado a ir para qualquer cenário, mas não poderá fazer
o mesmo cenário duas vezes.
a – Avaliação do local
b – Avaliação do paciente
c – Abordagem do paciente
d – Eficiente uso do tempo
e – Liderança
f – Capacidade de decisão
g – Capacidade de resolver problemas
h – Relação com o paciente
15 – Quando acabar o seu cenário de teste, não haverá discussão do caso. Se tiver alguma questão,
deverá ser colocada no debreifing final.
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