Você está na página 1de 2

Especificando a metáfora que Hannah Arendt coloca aqui: Joaozinho refere a todas as crianças

que passam por dificuldades de leitura e escrita, ou seja, um processo de alfabetização não
significativo. Retomando a crise a educação que discorro na questão abaixo o Joaozinho nao
sabe ler nao apenas por aspectos únicos, ou dificuldades, mas todo um aglomerado de fatores
que envolvem a crise na educação, sendo especificado: a falta de assistência social; a falsa
meritória; a falta igualdade de oportunidades; a formação superficial do docente; a função
instrumentalizada politica da escola; a perca da essência da educação e da instrução,
métodos mecanizados e sem envolvimento com a realidade, ou seja, sem significação para o
aluno.

Nao posso reduzir a somente esses fatores, mas a crise esta presente por estes e outros
mas primordialmente pois a um plano de nação de estado constituído e posto em reflexo na
educação, já que a estrutura escolar foi pauta no ideal rousseauniano, que assumiu a noção
de que as crianças devem ser a esperança para realizar os ideais políticos de uma sociedade,
tornando a educação um instrumento da política. Assim se perde a essência da educação e se
busca atender as necessidades do estado, buscando um mundo novo , excluindo os novos do
mundo já existente mas, logo, essas fazem parte deste e estão sendo geradas por conceitos
preestabelecidos, não se pode construir o novo mas, a mudança ocorre da quebra de
pressupostos antigos, ressalto:

"o reflexo de uma crise muito mais geral e da instabilidade da sociedade moderna. E isto
porque a educação é uma das atividades mais elementares e mais necessárias da sociedade
humana a qual não permanece nunca tal como é mas antes se renova sem cessar pelo
nascimento, pela chegada de novos seres humanos."( ARENDT, p.8). Assim nao se deve retirar
a criança do mundo , mas a relação da criança com o mundo, o meio e os adultos deve ser de
intermediação, de pluralidade para construir a consciência e o "AMOR MUNDI". Nesse
contexto o saber cientifico, o pensar, ganha papel central para a compreensão do mundo e a
responsabilidade para com tal. A principio Hannah Arendt ressalta que a crise na educação é
um problema politico e social, a educação é uma instituição inserida num meio, numa
sociedade sendo afetada pelos aspectos sociais, culturais, políticos e históricos dessa
sociedade, os problemas são crônicos, e para se explorar a origem da crise é preciso ter
consciência da mesma e enxergar a nu os fatores que acarretam esta crise. Quando se nega
um problema, uma crise apenas aumenta a sua proporção e permanece a crise, agora, se a
educação esta em permanentemente em crise, quais fatores estão em continuidade para essa
permanência? quem lucra com ela? é algo premeditado?

O termo "banalidade do mal" criado por Arendt se destina a ação de negar o ato de
pensar e refletir sobre suas ações e o mundo a sua volta, assim deixando outros pensarem por
ti, logo essa é a maior calamidade humana, deixar de pensar, não ter a empatia ao próximo,
quanto tomamos tomamos decisões que retomam o mal e não enxergamos, estamos sendo
condutores e convenientes do ato de maldade, assim, se nao enxergamos ou negamos a crise
na educação estamos sendo conveniente a crise. é preciso professores intelectuais, reflexivos,
que busquem o motivo do fracasso na educação, que tenham o "AMOR MUNDI".

Ressalto: " A crise geral que se abate sobre o mundo moderno e que atinge quase todas
as áreas da vida humana manifesta-se diferentemente nos vários países, alargando-se a
diversos domínios e revestindo-se de diversas formas."(Hannah Arendt, p.2). Sendo assim a
crise ocorre em todas as facetas da sociedade humana, sendo a educação uma das faces da
sociedade civilizada. Portanto segundo Arendt p. 2:
" Uma crise só se torna desastrosa quando lhe pretendemos responder com ideias feitas,
quer dizer, com preconceitos. Atitude que não apenas agudiza a crise como faz perder a
experiência da realidade e a oportunidade de reflexão que a crise proporciona."

De acordo com o pensamento Rousseau, descrito por Arendt p. 3, a educação se


transformou em instrumento politico e em uma própria atividade politica, concebida como
uma forma de educação. Hannah se refere a uma ideia de utopia, onde se pensa o novo com
os novos sujeitos da sociedade - as crianças- mas estas estão inseridas no mundo já existente e
logo não devem ser retiradas do mesmo, aqui começa a crise, se retira as crianças do mundo
adulto, para se untar aos seus semelhantes onde se concretizara o novo mundo, uma nova
sociedade, mas esses indivíduos nao tem a realidade em mão, logo nao compreendem com
seus olhos o mundo. A criança não necessita da politica, os que fazem a politica necessitam da
educação. "As relações reais e normais entre crianças e adultos — relações que decorrem do
fato de, no mundo, viverem em conjunto e simultaneamente pessoas de todas as idades —
estão portanto hoje quebradas." ( ARENDT, p.6)

A crise se manifesta mais forte quando se surge no seio da sociedade de massas resposta
de suas exigências, estas, politicas, sociais e financeiras. A igualdade ganha um papel central na
sociedade envolvida e representada em lei sobre igualdade de oportunidades, logo todos tem
direito a educação, esta é uma das bases que se foi fundado o sistema escolar, mas a
realidade social não se encaixa e novamente se nega a crise, a oportunidade ocorre portanto
perante os fatores que cercam a vida social dos indivíduos e num país onde se tem politicas
que prezam as massas, não se tem igualdade a todos, a palavra certa aqui a ser prezada seria
equidade, mas desta quase nao se faz uso, já que o bem comum fica para traz quando de
pensa no bem do Estado. Ainda para o conceito instaura e muito comentado nas politicas
Neoliberais é a meritocracia, o fazer por merecer, por esforço, outro conceito equivocado já
que nao se olha a progressão do individuo em seu desenvolvimento subjetivo, mas o quanto
que ele produzi-o, sendo que cada um tem o conhecimento trazido de seu meio social e cada
um tem oportunidades diferentes e fragmentos de culturas distintas.

Portanto: "o que faz com que a crise da educação seja tão especialmente aguda entre

nós é o temperamento político do país, o qual luta, por si próprio, por igualar ou apagar tanto
quanto possível a diferença entre novos e velhos" ( ARENDT, p.5).

Mesmo tento a realidade politica reguladora da educação Hannah Arendt traz uma reflexão
excelente na busca da essência perdida: Todo momento de crise é um desafio para se buscar
novas orientações, pois “perdemos as respostas em que nos apoiávamos de ordinário sem
querer perceber que originariamente elas constituíam respostas a questões.” (ARENDT, 2013,
p. 223)."no sentido da reflexão sobre o papel que a educação desempenha em todas as
civilizações, ou seja, da obrigação que a existência de crianças coloca a todas as sociedades
humanas."( Hannah , p. 8), qual o papel da educação, as necessidades de desenvolvimento e
aprendizagem das crianças e o acesso ao universo multicultural no sentido de expansão do
saber cientifico ou o papel politico de suprir necessidades do Estado e mais de criar o "novo
" ?

Você também pode gostar