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CONTEXTUAIS
OBJETIVOS
DEINIÇÃO DE DOCÊNCIA
PARA ZABALZA , (2003, p.
123),
“[...] administrar o processo
completo de ensino-
aprendizagem que se desenvolve
em um contexto determinado,
sobre certos conteúdos
específicos, junto a um grupo de
alunos com características
particulares”.
Nogueira (2001:28), que a política é acima de tudo, aposta na participação política:
disposição para interferir no rumo das coisas, ser sujeito ativo dos processos que
dizem respeito a todos e a todos comprometem. Em seus estágios mais avançados, é
aposta na participação democrática, dedicada a refundar o poder, a transformá-lo em
algo mais acessível, menos ameaçador, mais compartilhado.
“Tendo como pano de fundo que a situação intraescolar não independe das condições
econômicas, sociais e políticas, que não podem ser ignoradas, cumpre encarar aquela
situação, na medida em que o fazer escolar é também algo concreto e se materializa na
dimensão técnica do ensino. “ (CANDAU, 2003, p. 105).
É necessário analisar com muito cuidado a ideia de valorização da escola por parte dos pais
e das crianças das camadas média e alta. Será que realmente valorizam a escola em si,
como espaço de conhecimento, de convivência ou os pais têm clareza de que é
frequentando a escola que seus filhos terão mais chance de ascensão econômica e social?
As famílias com maior poder aquisitivo têm maior esperança de seus filhos assumirem
funções de maior reconhecimento e remuneração, satisfazendo as suas expectativas e, para
isso a escola é necessária. Já as famílias menos abastadas sabem que dificilmente os seus
filhos conseguirão essa mesma posição socioeconômica. Nesse sentido, Bourdieu (1998)
questiona essa valorização ao afirmar que a pequena burguesia “[...] confunde os valores do
êxito social com os do prestígio cultural [...]”, o que é bastante limitado para as camadas
populares. Com isso, tais crianças, são estimuladas e encorajadas, em nome de uma
ascensão social, a se esforçarem, de modo a suportarem as dificuldades e aborrecimentos
presentes no cotidiano escolar. (SOARES, PORTO, 2017, p. 101)
Alves (1999), discutindo a relação entre a família, escola e aluno trabalhador, cita
uma pesquisa realizada por Lahide (1997) que também nega o desinteresse e a
omissão da família em relação ao desenvolvimento dos seus filhos na escola.
Para o autor, a omissão parental é um mito, produzido pelos professores que,
“[...] ignorando a lógica das configurações familiares, deduzem, a partir dos
comportamentos e dos desempenhos escolares dos alunos, que os pais não se
incomodam com os filhos, deixando-os fazer as coisas sem intervir. [...]” O autor
afirma que os pais consideram a escola como importante e manifestam a
esperança do futuro dos filhos a partir do sucesso nessa instituição. (SOARES,
2017,´p. 102)
A educação é um ato político
O homem é um ser político (Aristóteles)
Em segundo lugar, a educação é política porque forma a personalidade segundo normas que
refletem as realidades sociais e políticas. A educação age politicamente sobre o indivíduo,
fixando, no âmago mesmo de sua personalidade, estruturas psicológicas de dependência,
renúncia e idealização. (CHARLOT, 1986, p. 16)
A educação é um ato político
Tornar o pedagógico mais político significa inserir a escolarização diretamente na esfera política,
argumentando-se que as escolas representam tanto um esforço para definir-se o significado quanto uma
luta em torno das relações de poder. (...) Tornar o político mais pedagógico significa utilizar formas de
pedagogia que incorporem interesses políticos que tenham natureza emancipadora; isto é, utilizar
formas de pedagogia que tratem os estudantes como agentes críticos; tornar o conhecimento
problemático; utilizar o diálogo crítico e afirmativo; e argumentar em prol de um mundo
qualitativamente melhor para todas as pessoas. (Giroux, 1997, p.5-6)
A educação é um ato político
(...) Seu objetivo último é mascarar, por trás de uma igualdade teórica dos indivíduos e uma
unanimidade social mítica, a desigualdade, a injustiça e a opressão que reinam na sociedade e que se
traduzem na divisão social do trabalho e na luta de classes. A educação é, portanto, política, na
medida em que transmite, sob sua forma explícita ou por intermédio dos modelos de comportamento
e dos ideais, idéias políticas, e notadamente as da classe dominante. (CHARLOT, 1986, p.19)
(...) a educação é política na medida em que transmite às crianças idéias políticas sobre a sociedade, a
justiça, a liberdade, a igualdade, etc. Essas idéias políticas impregnam os modelos de comportamento
e, às vezes, vemo-las passar do implícito para o explícito, (...) Adquire, ao mesmo tempo, as idéias
políticas de seu ambiente familiar e social, e as concepções políticas dominantes, impostas a toda a
sociedade pela classe dominante. (CHARLOT, 1986, p. 17-18)
O que temos de fazer então, enquanto educadoras ou educadores, é aclarar assumindo a nossa opção
que é política, e ser coerentes com ela na prática. (FREIRE,1989)
(ESTEVE, 1995, p. 103) A evolução do contexto social fez mudar o significado das
instituições escolares, com a conseqüente necessidade de adaptação à mudança, por parte de
alunos, professores e pais, que devem mudar as suas expectativas em relação ao sistema de
ensino. É absurdo manter num ensino massificado os objectivos traçados para um ensino de
elite, o que conduziu os sistemas de ensino a uma maior diversificação e flexibilidade; em
termos de rendibilidade social não podemos esperar resultados idênticos aos que eram obtidos
pelos antigos escalões da hierarquia escolar (Ranjard, 1984).
Sobre considerar o contexto