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Kami Export - Manual - 03 - Combate - A - Incendio - Urbano - Final
Kami Export - Manual - 03 - Combate - A - Incendio - Urbano - Final
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CORPO DEBOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Manual de Combate a Incêndio Urbano: 2019 / CBMERJ. Rio de Janeiro: CBMERJ, 2019
ISBN 978-85-68512-01-2
CDD 341.86388
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AUTORES
MANUAL DE COMBATE A
INCÊNDIO URBANO
MOPBM 3 -003
Rio de Janeiro
2019
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REALIZAÇÃO
ESTADO-MAIOR GERAL
COORDENAÇÃO
TENENTE-CORONEL BM ALEXANDRE LEMOS CARNEIRO
MAJOR BM EULER LUCENA TAVARES LIMA
MAJOR BM FÁBIO LUIZ FIGUEIRA DE ABREU CONTREIRAS
CAPITÃO BM RAFAELA CONTI ANTUNES NUNES
CAPITÃO BM DIEGO SAPUCAIA COSTA DE OLIVEIRA
COLABORADORES
TENENTE-CORONEL BM RENAN ALVES DE OLIVEIRA
TENENTE-CORONEL BM RICARDO GOMES PAULA
TENENTE-CORONEL BM PAULO NUNES COSTA FILHO
TENENTE-CORONEL BM FELIPE DO VALLE PUELL
MAJOR BM JOSIANE DOS SANTOS DE MELO
REVISORES
CAPITÃO BM DANIEL CAMPOS CORREIA
1º TENENTE BM LUIZ FELIPE MOTTA FILGUEIRA GOMES
SUBTENENTE BM DANIEL BISPO DA SILVA CARIUS DE FRANCA
PROJETO GRÁFICO
1º TENENTE BM DJALMA DE FIGUEIREDO JUNIOR
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SUMÁRIO
SUMÁRIO.................................................................................................................... 6
OBJETIVO................................................................................................................... 9
FINALIDADE ............................................................................................................. 10
......................................................................................................................................
1 HISTÓRICO ........................................................................................................... 16
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6 MANGUEIRA .......................................................................................................... 71
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OBJETIVO
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FINALIDADE
A criação deste curso é uma iniciativa para levar à tropa um meio diferenciado
de treinamento, possibilitando realizar um combate muito, mas muito menos
desgastante fisicamente e mentalmente, diminuindo drasticamente a necessidade de
se chamar apoio operacional, menor quantidade de homens e de gasto de água.
Além da grande rapidez de extinção, o que significa ficar muito menos tempo “na
rua” e desguarnecendo a área operacional.
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a. Bibliografia:
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DEFINIÇÕES E CONCEITOS
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1 HISTÓRICO
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2 TEORIA DA COMBUSTÃO
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2.1 Calor
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Figura 5. Gelo furado,área de contato maior permite gelar bebida mais rápido
Fonte:www./h2frio.com.ar/
O mesmo ocorre por exemplo com a madeira em pó. Sua área de contato
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maior faz com que os grãos de madeira se aqueçam mais rápido, fazendo com que
esse “pó de madeira” lançado no ar, pegue fogo tão rápido e fácil como um gás.
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Condução
É uma forma de transmissão de calor que ocorre em corpos sólidos. O corpo
ou a área deste, em contato com a fonte ígnea tem um aumento do nível de agitação
das moléculas (temperatura). Essa agitação vai se propagando molécula a molécula
ao longo do corpo em contato.
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Convecção
É a forma de transmissão de calor através dos fluidos aquecidos, sejam
esses líquidos ou gases.
As moléculas que compõem o fluido que é aquecido devido a reação de
combustão irão propagar calor para os outros materiais do ambiente.
O fluido quando aquecido tem o seu volume aumentado (o aumento de
volume é uma das consequências do aumento de calor nos corpos). Em decorrência
do seu aumento de volume, temos uma diminuição da densidade o que faz com que
os fluidos quentes tenham uma tendência a subir (semelhante ao óleo na água),
deixando um espaço vazio que é preenchido por uma porção de fluido mais denso
(mais frio), até que este também se aquece.
A este efeito, damos o nome de correntes de convecção. Em caso de
incêndio a fumaça que é produto da combustão é um excelente exemplo de
propagação através da convecção.
Figura 11. Convecção num incêndio.Fumaça sobe por densidade, propagando o calor
Fonte: Manual técnico de combate a incêndio CBMES
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2.2 Combustível
Combustíveis sólidos
Os combustíveis sólidos de maneira geral não entram em combustão em
seus estados físicos normais, é necessário que estes se aqueçam primeiro,
termolisem, e depois entrem em combustão.
Um ponto de grande importância quando se fala de combustão de
combustíveis sólidos é a questão superfície-massa (área de contato). Quanto maior
for a área exposta, consequentemente maior será o fluxo de calor, e mais rápida se
dará a combustão. Dessa forma concluímos que quanto mais particularizado estiver
o combustível, maior será a velocidade de reação, podendo chegar a níveis
praticamente instantâneos como gases explosivos (por exemplo grãos em
suspensão).
Combustíveis líquidos
A maior parte dos Combustíveis líquidos, diferentemente dos sólidos, não
sofrem decomposição térmica ao serem expostos ao calor. Os líquidos inflamáveis
desprendem vapores de si mesmos à temperatura ambiente, não havendo
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Combustíveis gasosos
Os gases são substâncias que se apresentam no estado gasoso em
condições normais de temperatura e pressão, diferentemente dos vapores que em
temperaturas normais se apresentam sob a forma física líquida ou sólida.
Os gases não necessitam se decompor para reagir com o oxigênio, bastando
apenas estarem dentro de uma faixa certa de concentração que permita a reação
com o comburente.
O combustível gasoso por tanto apresentará um limite superior de
inflamabilidade (L.S.I) e um limite inferior de inflamabilidade (L.I.I). Os limites são as
concentrações máximas e mínimas necessárias de gás em relação ao ambiente
para que haja uma mistura combustível.
Caso a concentração de gás seja maior que o L.S.I diz-se que a mistura está
rica e não há combustão.
Caso a concentração de gás seja menor que o L.I.I diz-se que a mistura está
pobre e não há combustão.
2.3 Comburente
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a. Quanto a velocidade
- Combustão viva
A combustão viva é caracterizada pela presença de chamas, grande fluxo de
calor é gerado.
Vale ressaltar que só há combustão viva quando houver gás ou vapor
queimando.
Quando existe a presença de chamas, via de regra (salvo quando o oxigênio
não é o comburente ou quando o incêndio está próximo do flashover) os níveis de
oxigênio no ambiente estão em taxas superiores a 14%.
- Combustão lenta
Tem como principal característica a presença de brasas (incandescência) e a
ausência de chamas. Um ponto importante é não confundir combustão lenta com
reação lenta que na verdade é a deterioração gradual do material, de forma muito
lenta e quase imperceptível, a exemplo temos o processo de oxidação de metais
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(ferrugem).
- Combustão completa
A combustão completa é aquela em que o combustível aquecido reage
completamente como comburente não gerando outros elementos senão dióxido de
carbono e água; são reações químicas raras em casos de incêndio.
- Combustão incompleta
É a combustão que libera resíduos que não foram totalmente consumidos
pela queima.
Esses resíduos na maioria das vezes tornam-se compostos intermediários
que são reativos. Geralmente os compostos não consumidos (compostos
intermediários, radicais livres etc) irão apresentar-se junto a fumaça, tornando a
fumaça em alguns incêndios altamente combustível.
As chamas podem ser de dois tipos e vão variar de acordo com forma de
mistura entre o combustível e o comburente.
Para tanto torna-se necessário que abordemos a zona de reação, ou seja, o
local onde ocorre a mistura entre o combustível e o comburente.
Podem ser classificadas em:
a. chamas difusas;
b. chamas pré-misturadas;
Chamas Difusas
São as chamas onde a mistura entre o combustível e o comburente se dão no
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Figura 13. Chama Difusa, reação só ocorre na fronteira entre vapores e o oxigênio, semelhante a
uma casca
Fonte:www.velascocar.com.br
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Figura 14. Chama Pré-Misturada. Sua mistura ar/combustível ocorre antes da área de reação
Fonte:www.agracadaquimica.com.br
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Deve-se lembrar que com as chamas altas a irradiação térmica é bem alta, o
que ocasiona ainda mais desprendimento de vapores nos materiais ao redor, e cada
vez mais material, principalmente vapores combustíveis se acumulam próximo ao
teto.
Esse acúmulo de fumaça que existe desde o início do incêndio forma uma
camada que se chama de capa térmica.
A capa térmica é a camada de produtos da combustão que se acumula na
parte mais alta do cômodo e cresce de cima para baixo. A superfície da capa
térmica que toca a zona de ar livre(costuma-se dizer que é a fronteira entre a capa
térmica e a zona de ar livre) chama-se plano neutro.
O plano neutro também pode ser visto como a zona de reação da capa
térmica com o oxigênio.
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Como foi dito mais acima, não se pode ignorar que esses produtos da
combustão que formam a capa térmica são, na realidade, a convecção gerada pela
combustão. Essa convecção, sabemos, que carrega 70% da energia liberada pela
combustão, é transportada até a capa térmica. A capa térmica, por sua vez, se
locomove pela estrutura carregando toda essa temperatura.
Relembrando os conhecimentos já adquiridos sobre a irradiação térmica,
sabe-se que todo corpo emite radiação e que ela é emitida para todos os lados.
Como a capa térmica está aquecida, ela redistribui esse calor pela estrutura através
da irradiação térmica, aquecendo todos os combustíveis no seu caminho. Esse
processo de “retorno” da energia (da capa térmica para os combustíveis presentes
na estrutura) é denominado de feedback radiativo.
Esse aquecimento dos combustíveis gera sua degradação (secagem e
termólise), e seus produtos enchem a capa térmica, que se torna mais densa,
espessa e combustível.
Dentro da estrutura os gases se dispõem em camadas, de acordo com sua
temperatura. O ponto mais alto da estrutura é aquele que se encontra com mais
energia (maior temperatura). Por outro lado, o ponto de menos temperatura está
próximo ao chão. As temperaturas estão, então, distribuídas dessa forma no
compartimento: quanto mais alto, maior a temperatura. A esta divisão da
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misturada. Dentro desses bolsões, portanto, caso exista energia o suficiente (ou
seja, temperatura alta o suficiente), haverá a combustão do mesmo.
A combustão que ocorre dentro desses bolsões de ar que estão na capa
térmica chama-se de ghost flames. Os ghostflames são percebidos através de
clarões alaranjados no interior da capa térmica, apesar de, na prática, ser difícil de
observá-los.
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Com a ocorrência do roll over, o feedback radiativo fica ainda mais alto.
Dizemos que no momento em que o roll over ocorre, por onde ele passa, o feedback
radiativo é máximo.
Com o aumento da irradiação de calor pela fumaça (feedback radiativo), os
combustíveis sólidos presentes na estrutura passam então a receber um fluxo maior
de energia. Esse maior fluxo de energia faz com que esses materiais termolisem
mais ainda, liberando uma quantidade ainda maior de vapores combustíveis, que
sobem para a capa térmica.
Essa capa térmica, que está extremamente aquecida fica ainda mais
combustível e mais cheia, o que faz o plano neutro descer ainda mais, aumentando
a sua proximidade com os combustíveis, o que aumenta o feedback radiativo.
Estabelece-se, então, condições de altíssima produção de energia e liberação de
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vapores combustíveis.
As condições estabelecidas a partir desse momento são de alta
combustibilidade, altas temperaturas e grande fluxo de energia. Essas
características, que foram proporcionadas pelo roll over, podem gerar o fenômeno
da generalização repentina do incêndio em todos os combustíveis presentes caso a
concentração de oxigênio esteja adequada ou caso o oxigênio seja injetado nessa
fase.Chama-se essa generalização instantânea de flashover.
Conforme aumenta a taxa de liberação de calor,seja esse aumento provocado
por um rolloveroupor que vários combustíveis sólidos atingiram sua temperatura de
ignição ao mesmo tempo, todos os materiais presentes em um cômodo entram em
ignição. Tanto a capa térmica quanto os combustíveis sólidos passam a pegar fogo
ao mesmo tempo, iniciando, então próxima etapa da evolução de um incêndio: a
fase de pleno desenvolvimento.
São várias as condições determinantes para a ocorrência do flashover. Em
geral, a temperatura da capa térmica deve ser de aproximadamente 600 ºC
[temperatura de ignição do carbono (fuligem)] ou então o fluxo de calor deve ser de
15-20 kW/m2, o que causa a ignição dos vapores provenientes da
degradação(termólise)dos combustíveis sólidos.
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visto que é composta por vapores da termólise dos materiais de dentro do cômodo.
Quando a porta do cômodo sinistrado for aberta, as chamas podem reiniciar e
alcançar a fumaça que vazou para o cômodo adjacente causando a ignição dessa
fumaça no cômodo adjacente.
O mesmo pode acontecer se o calor por condução passar para um cômodo
adjacente ao cômodo sinistrado ao ponto de iniciar a termólise de materiais nesse
cômodo e a fumaça da termólise acumular-se nesse cômodo.
Há, no entanto, uma possibilidade de evolução alternativa do incêndio.
Algumas condições devem ser respeitadas para que ocorra o flashover. Para que
ele ocorra, a taxa de degradação dos combustíveis sólidos deve ser maior do que a
capacidade das chamas de consumi-los, bem como sua temperatura deve ser alta o
suficiente. Além disso deve haver necessariamente uma fonte constante de
alimentação de oxigênio, mantendo a concentração dentro dos limites de
inflamabilidade da fumaça.
Se existe uma grande concentração de combustível, mas não há uma capa
térmica capaz de se formar e transmitir o feedback radiativo, irradiando temperatura
o suficiente para a estrutura, a possível que esse incêndio atinja seu
desenvolvimento completo sem a ocorrência de um flashover.
Segundo o Manual Técnico de Combate a incêndio do CBMER, “durante a
fase de desenvolvimento completo é onde existe a maior taxa de liberação de
energia do incêndio. A temperatura média dos cômodos fica entre 700 e 1500 ºC,
dependendo das características dos combustíveis presentes. Esta fase do incêndio
é caracterizada pela maior quantidade de liberação de energia, estando o incêndio
limitado pela disponibilidade de combustível e comburente”.
No decorrer do incêndio é inevitável que, em algum momento, a combustão
venha a decair. Chama-se essa fase de fase de decaimento. O decaimento pode se
dar por duas razões: pelo exaurimento do combustível (que é a melhor das
situações), ou pelo exaurimento do comburente. Quando há o exaurimento do
comburente, dizemos que este incêndio está incubado.
Se não existe uma alimentação constante de oxigênio e há a ocorrência de
chamas, deve-se ter em mente que as chamas diminuirão conforme a taxa de O2 no
ambiente diminui. No entanto, para que a termólise ocorra, não é necessário
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Figura 26. Incêndio incubado em situação real. Porta degradada é um forte indicativo Fonte: Imagem
alterada pelos autores, 2018 (autoria original desconhecida)
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TABELA 01
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4 LEITURA DE FUMAÇA
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Figura 29. Fumaça aquecida: Desenvolvendo-se até atingir a mistura e temperatura de ignição.
Fonte: globo.com
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Volume
O volume da fumaça, isoladamente, nos diz pouco sobre o incêndio, mas ele
estabelece a base para se deduzir a quantidade de combustíveis que estão
termolisando num dado espaço.
Um incêndio com uma queima em estágio inicial, fraca e limpa, com chamas
pouco perturbadas (sem impedimentos à zona de reação), irá emitir uma pequena
quantidade de fumaça visível; em contrapartida, um foco aquecido, e com chamas
perturbadas num incêndio com a capa térmica bem definida numa construção com
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Velocidade
A velocidade com que a fumaça escapa de uma estrutura é um indicador de
pressão dentro de um cômodo da edificação. De um ponto de vista tático, o
comandante de incidente precisa deduzir a CAUSA do aumento de pressão da
fumaça. Do ponto de vista científico, apenas duas coisas podem ocasionar o
aumento de pressão na estrutura: ou aumento de temperatura ou aumento de
volume da fumaça.
Quando analisamos com calma a fumaça que escapa da estrutura, é possível
discernirmos a causa desse aumento de velocidade.
A fumaça acelerada pelo calor irá subir, se misturar ao ar atmosférico e
gradualmente diminuir sua velocidade ao longo da mistura com este ar (ao esfriar). A
fumaça veloz, acelerada por restrição do volume, irá imediatamente ficar lenta e
equilibrar-se com o fluxo de ar externo.
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Densidade
Enquanto a velocidade pode te ajudar a entender melhor sobre o incêndio (o
quão quente, e onde), a densidade te dirá o quão ruins as coisas estão se tornando.
Visto que a fumaça é uma mistura gasosa de vapores de hidrocarbonetos, gases e
sólidos em pó, capaz de entrar em ignição subitamente, a densidade da fumaça irá
nos dizer a quantidade de vapores combustíveis que estão sendo carregados nesta
fumaça.
Espessura da fumaça também é indicativo da continuidade (proximidade
entre as moléculas) do combustível. Na prática, fumaça densa irá propagar o
incêndio mais violentamente do que a fumaça menos densa.
Nós já sabemos que a turbulência da fumaça é um alerta de ocorrência de
Flashover, mas ainda, fumaça densa, ainda que num fluxo laminar, pode se ignir por
conta da continuidade do combustível presente nela, se tiver contato com chamas
ou fontes de ignição.
Outro ponto importante relativo à densidade: Fumaça espessa dentro de um
compartimento reduz a chance de vida por conta de sua toxidez.
Coloração
Na avaliação inicial do cenário, na chegada do socorro, a cor da fumaça dirá
o estágio do aquecimento dos materiais e ajuda também na localização do foco.
Combustíveis sólidos emitirão uma fumaça clara e branca quando aquecidos
inicialmente. Essa fumaça clara é oriunda da mistura de um pouco de umidade com
fumaça de termólise, enquanto esta encontra-se em sua fase endotérmica (que
precisa de energia para ocorrer).
Fumaça Negra
Quando as chamas aumentam e são perturbadas (pelo teto,pela zona
suboxigenada nas partes altas do cômodo, ou pela própria convecção) há a
liberação de fumaça negra.
Normalmente, a fumaça negra apresenta a temperatura mais alta, pois é
oriunda diretamente da ponta das chamas do foco. Fumaça negra e veloz é um forte
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Fumaça Branca
A fumaça clara quando observada, é resultado do aquecimento dos estágios
iniciais dos combustíveis ao derredor do foco, ou é oriunda de focos mais
desenvolvidos, cuja fumaça viajou uma maior distância. Porém, como saber na
prática, diferenciar as duas situações de origem de fumaça branca?
Para responder à essa questão, precisamos atentar para a velocidade, aliada
à essa coloração. Fumaça branca que se encontra pressurizada indica distância do
foco, ou gases desprendidos por combustíveis ao longo do fluxo. Fumaça branca
que se encontra calma e laminar é indicativo de aquecimento em estágios primários.
Fumaça Cáqui
Sinal de termólise mais violenta (degradação rápida) dos materiais. Ocorre
em faixas de temperaturas maiores, e é responsável pelo mais elevado grau de
inflamabilidade da fumaça, contendo metano, metanol, formaldeído, ácido fórmico,
ácido acético, hidrogênio e alcatrões altamente inflamáveis (o que dá a coloração), e
toda essa mistura gasosa é conduzida por meio de gotículas e compõem essa
fumaça.
Estudos de degradação térmica de combustíveis sólidos orgânicos indicam
que, nessa fase da termólise, ela ocorre de forma exotérmica (libera energia
enquanto ocorre), numa temperatura associada ao ponto de ignição dos
combustíveis sólidos(Corradi, 2013).
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Black Fire
“Black Fire” é uma expressão usada para descrever fumaça ultradensa de
alto volume, veloz, com alta turbulência e muito negra (reunindo todos os sinais de
risco juntos). “Fogo Negro” é um claro sinal de iminente autoignição ou Flashover.
O uso dessa expressão, é um jargão americano, criado para fomentar no
bombeiro a preocupação com estruturas tocadas pela fumaça nessas condições,
pois ela mesmo sem igninição causa quase os mesmos danos às estruturas que
seriam causadas por chamas, como dilatação e colapso de estruturas metálicas,
degradação feroz de materiais e morte de vítimas.
Lembrando que esta fumaça negra com alta densidade, é gerada na fase de
desenvolvimento bem avançada, tendo suas chamas muito perturbadas. Essa
fumaça pode atingir temperaturas próximas de 600º.
Tratemos essa fumaça como se fossem chamas, considerando atuar em
proteção contra exposição, resfriamento e ventilação tática.
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velocidade e coloração em diversas aberturas, deve-se deduzir que o foco está num
ambiente confinado ou profundamente interiorizado. Nesses casos, a fumaça
atravessa certa distância ou teve pressão perdida atravessando frestas de portas ou
paredes, que neutralizaram sua cor e velocidade, equilibrando-se antes de escapar
da estrutura.
Durante o processo de avaliação 360º da estrutura, observa-se essa
diferença de fumaça, e para fins de padronização de comunicação entre a
guarnição, são classificadas as faces da estrutura em “Alfa”, “Bravo”, “Charlie” e
“Delta”. A fachada Alfa será sempre a que tem a entrada principal da edificação
(portão principal) e o restante, será definido em sentido horário a partir desta.
Após a leitura e visualização. Se houver determinação de localização do foco,
ou informações de vítimas ou estruturas expostas, essa padronização favorece a
rapidez e entendimento das equipes pelo rádio, por exemplo: -“Atenção guarnição,
fumaça muito veloz e negra em Charlie, possível local de foco, expondo o andar de
cima à propagação, vítima acenando pela janela em Delta”.
Lembrando: Leitura da fumaça não é uma tática, mas é uma ferramenta que
ajuda a construir as melhores opções táticas. Na essência, a aproximação com
leitura da fumaça nos permite realizar um combate mais agressivo, possibilitado pela
inteligência, em oposição à uma agressividade imprudente e temerária de um
estabelecimento mais corrido do que pensado.
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Calor Específico
Calor específico é a quantidade de calor necessária para que cada grama de
uma substância sofra uma variação de temperatura correspondente a 1°C. Essa
grandeza é uma característica de cada tipo de substância e indica o comportamento
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do material quando exposto a uma fonte de calor no que se diz respeito à absorção
de energia e alteração de temperatura.
No caso da água, o calor específico é 1 cal/g°C. Isto significa que para elevar
a temperatura de 1 grama de água em 1°C, é necessário que esta massa de água
absorva 1 caloria. De maneira inversa, para abaixar a temperatura de 1 grama de
água em 1°C, é necessário que esta massa de água perca 1 caloria.
Por possuir um dos mais altos valores de calor específico a água é muito
eficaz na extinção por resfriamento, pois absorve grande quantidade de energia para
pouco incremento de sua temperatura.
Uma vez que é possível sentir a absorção de energia através do aumento de
temperatura, esta porção de energia é chamada de calor sensível.
Para calcular a quantidade de calor sensível, utiliza-se a seguinte equação:
Q = m x c x ΔT
Onde:
Q = quantidade de calor sensível (cal);
m = massa da substância (g);
c = calor específico da substância (cal/gºC);
ΔT = variação de temperatura da substância (ºC).
Por exemplo, para 1 litro de água a 40ºC ser aquecido até que atinja 100ºC,
qual a quantidade de calorias este volume de água deve absorver?
Q = m x c x ΔT
Tem-se que:
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Então:
Q = 1000 g x 1 cal/gºC x 60ºC
Q = 60.000 calorias
q=mxC
Onde:
q = quantidade de calor latente;
m = massa da substância em grama;
C = calor latente de vaporização da substância.
Por exemplo, para 1 litro de água a 100ºC no estado líquido passar para o
estado gasoso, qual a quantidade de calorias este volume de água deve absorver?
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q=mxC
Tem-se que:
Então:
Q = 1000 g x 540 cal/g
Q = 540.000 calorias
Ou seja, para que 1 litro de água a 100ºC passe do estado líquido para o
estado gasoso este volume de água precisa absorver 540.000 calorias.
Tendo em vista a quantidade de calor sensível e a quantidade de calor latente
vistas nos tópicos acima, percebe-se que um mesmo volume de água absorve 9
vezes a quantidade de calor necessária para aquecer de 40ºC para 100ºC quando
muda de estado físico. Veja o gráfico:
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Capacidade de Expansão
Apesar de a capacidade da água tornar insustentável a combustão pela
retirada de calor da reação, é importante lembrar que, ao absorver energia
suficiente, ela passa pelo processo de vaporização, no qual cada litro de água se
transforma em 1.700 litros de vapor a 100ºC e 3.400 litros de vapor a 450ºC.
Existem técnicas de uso da água que aproveitam esta capacidade de
expansão para atuar por abafamento, uma vez que o volume de vapor pode
deslocar o volume de comburente (oxigênio) que envolve o foco do incêndio,
tornando a mistura (combustível + comburente) pobre. Além disso, diminui a
concentração de comburente no ambiente, assim como diminui a concentração de
combustível disperso na atmosfera.
Para um melhor entendimento, vamos imaginar um esguicho descarregando
120 litros por minuto (aproximadamente, 30 galões por minuto) de água, em um local
com temperatura maior que 100ºC. A essa temperatura, a água transforma-se em
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Por muitos anos, a água tem sido aplicada no combate a incêndio sob a
forma de jato pleno. Hoje sabe-se que a água apresenta um resultado melhor
quando aplicada de modo pulverizado, pois quanto maior for sua fragmentação
maior será a superfície de contato da água com o ambiente, o que acelera
consideravelmente a absorção de energia e diminui a temperatura do incêndio numa
velocidade muito maior.
Porém, a aplicação da água pulverizada não permite alcançar grandes
distâncias, ou seja, por vezes, é necessário a utilização de jatos compactos, a fim de
vencê-las.
A aplicação de água por uma linha de mangueira pode ser muito
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diversificada. A forma e eficiência com que a água é lançada variam conforme vários
fatores:
a. Pressão– quanto maior a pressão imprimida pela bomba, maior pode ser a
velocidade com que flui a água ao deixar o esguicho. Em consequência disso, em
um esguicho com a regulagem mantida, a pura variação da pressão acarretará
mudanças no jato como alcance, dispersão e fragmentação;
b. Vazão– é o volume de água que flui em determinado período de tempo.
Quanto maior a vazão, maior a quantidade de água que flui. A vazão também
interfere na fragmentação do jato e, principalmente, no “recuo” da mangueira.
Quanto maior a vazão, maior a força que o jato d’água faz empurrando a mangueira
para trás e maior também será o golpe de aríete provocado pela interrupção brusca
no fluxo de água;
c. Velocidade– a velocidade com que a água sai interfere no formato, na
fragmentação e no alcance do jato d’água. Interfere também no recuo, no entanto,
menos que a vazão. Ela é diretamente influenciada pela pressão imprimida pela
bomba, mas pode ser alterada por outros meios como fechamento parcial do
esguicho e a posição do anteparo do esguicho. Quanto maior a velocidade de saída
da água, maior será sua fragmentação;
d. Regulagem do jato– a regulagem de jato afeta principalmente o seu formato,
além da fragmentação e da velocidade da água;
e. Abertura– a abertura do esguicho interfere no formato do jato, na quantidade
de água lançada e na velocidade de saída da água.
f. Combinando as regulagens possíveis, será visto neste manual que há várias
técnicas de combate a incêndio baseadas no manejo do esguicho e na aplicação de
água.
5.2.1 Pressão
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CORPO DEBOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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CORPO DEBOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
contado para que seja considerada a perda de carga por atrito na tubulação), então
tem-se que em 3 pavimentos perde-se, por gravidade 10 m.c.a. o que corresponde
a, aproximadamente, 15 PSI ou 1 BAR.
Se dividir por 3, tem-se que a perda de carga por gravidade pode ser
considerada em termos práticos da seguinte forma:
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da mesma.
O aquecimento exacerbado da água no interior do corpo da bomba é
prejudicial aos componentes da bomba. De acordo com o fabricante das viaturas de
combate a incêndio, a bomba operando com todas as saídas fechadas por alguns
minutos, poderá aquecer a água a ponto de danificar o elemento de vedação da
bomba (selo mecânico). Além disto, caso o fluxo de água seja liberado após este
aquecimento, poderá ocorrer um choque térmico nos componentes da bomba, tendo
em vista que a água admitida na bomba estará mais fria que a água que já estava
parada no interior dela. A água aquecida dentro da bomba, também pode provocar
queimaduras graves caso entre em contato com alguém quando alguma expedição
for aberta. Para evitar este problema faz-se o uso da linha de recirculação.
A linha de recirculação é uma linha auxiliar que é montada a fim de manter a
troca da água no interior da bomba, retardando o aquecimento exacerbado e
prolongando o tempo de operação. Esta linha é montada a partir de uma das
expedições e deve ser conectada a uma das admissões.
Por limitações estruturais dos tanques das viaturas, quando utiliza-se uma
linha de recirculação feita com mangueiras, a vazão de recirculação não pode ser
elevada quando sob alta pressão, devendo ser reduzida através da abertura parcial
da válvula de admissão. Caso a viatura não possua válvula na admissão, um divisor
deve ser utilização para fazer o papel de limitador da vazão.
A válvula Bomba-Tanquenãodeveser utilizada para este fim, tendo em vista
que possui diâmetro muito grande quando comparado às mangueiras, não
permitindo assim que se atinja a pressão residual desejada. Também, não utilizar as
válvulas do sistema pneumático fechando parcialmente de forma manual, pois estas
válvulas acabam sofrendo sobrepressão e danificando o sistema pneumático.
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interrompido de modo súbito, surge uma força resultante que é chamada “golpe de
aríete”. A súbita interrupção do fluxo determina a mudança de sentido da pressão
(da bomba ao esguicho, para do esguicho à bomba), sendo esta instantaneamente
multiplicada.
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Observações importantes
Não importa a técnica utilizada, é importante saber o seguinte:
a. Qualquer jato de água sobre um mesmo ponto por mais de 3 segundos é
ineficiente. Se nesse tempo o jato não for capaz de sobrepujar as chamas (taxa de
absorção de calor menor que a taxa de liberação de calor) é sinal de que é
necessário aumentar a capacidade de resfriamento pelo aumento da quantidade de
água (maior vazão ou mais linhas) ou pela otimização de seu emprego (maior
fragmentação);
b. Excesso de vapor de água é prejudicial ao combate, pois:
c. Perturba o balanço térmico trazendo aos níveis mais baixos o excesso de
calor dos níveis superiores;
d. Com a descida do plano neutro, perde-se visibilidade;
e. O vapor penetra na capa de aproximação, queimando os bombeiros;
f. Água que escorre é água desperdiçada, pois ela absorve muito mais calor
para evaporar e na forma de vapor, do que para aquecer no estado líquido.
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6 MANGUEIRA
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sinistrado e da altura máxima que o cesto da viatura aérea pode desenvolver, sendo
este o limite para utilização dessa técnica.
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b. Cálculo da Perda de Carga: perda de carga por atrito nas tubulações das
mangueiras (Perda de carga horizontal):
- mangueiras de 1¹/² (38 mm) polegadas: 2 x 2,25 = 4,5 PSI
- mangueiras de 2¹/² (63 mm) polegadas: 6 x 0,225 = 1,35 PSI
- Somatório da Perda de carga na horizontal: PCh = 5,85 PSI
c. Cálculo da Perda de Carga: perda de carga por atrito por gravidade (Perda de
carga vertical):
- por pavimento: PCv = 5 x 5
- PCv = 25 PSI
d. Perda de Carga(total):
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- PC = PCh + PCv
- PC = 5,85 + 25
- PC = 30,85
- Arredondando: PC = 30,85 PSI
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7 ESGUICHO
Esguicho tronco-cônico
Apresenta o corpo em forma de cone, cuja base possui uma união de engate
rápido do tipo storz e na extremidade oposta um encaixe para bocas móveis de
diversos diâmetros, chamadas requintes. Esse tipo de esguicho produz somente jato
sólido, sendo este contínuo por não possuir elemento ou dispositivo que permita o
controle de fluxo de água.
É encontrado nas Caixas de Incêndio do sistema preventivo de edificações,
caso nesta seja previsto conforme o CoSCIP.
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Esguicho regulável
Nesse esguicho é capaz de realizar a abertura do jato, fechamento (gradual)
e controle da angulação (jato compacto e jato neblinado). Contudo, não possui
elemento ou dispositivo para regular a vazão.
Nos Subseção de Material Operacional (SsMOp) e nas viaturas operacionais
do CBMERJ, encontra-se esse tipo de esguicho. Contudo, ainda que o Esguicho
Combinado seja mais versátil, na ausência deste e dependendo da técnica de
aplicação da água a ser aplicada, pode-se (e deve) utilizar o Esguicho Regulável.
Esguicho combinado
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Partes e regulagens:
a. punho: possui formato específico para que o militar o segure com uma das
mãos;
b. alavanca: tem a função de controlar o fluxo de água do esguicho e deve ser
manuseada pela mão não utilizada para segurar o Punho;
c. engate do tipo storz: geralmente é do tamanho de ½ polegadas, mas pode-se
encontrar de 2 ¹/² polegadas também. Deve ser acoplado a um engate storz de
mangueira;
d. anel regulador de vazão: tem por objetivo regular e assim determinar a vazão
de trabalho. Possíveis vazões no esguicho combinado: 30, 60, 95 e 125 GPM
(galões por minuto). Além disso, possui uma última opção que é o Flush que,
quando acionado, retira possível sujeira alojada no corpo interno do esguicho.
e. anel regulador de jato: apresenta quatro tipos de jatos:
- compacto: a água ao sair do esguicho, faz um ângulo de 0º com o mesmo;
- neblinado estreito: a água ao sair do esguicho, tem formato de cone e faz um
ângulo de 30º com o mesmo;
- neblinado amplo: a água ao sair do esguicho, tem formato de cone e faz um
ângulo de 60º com o mesmo;
- neblina: a água ao sair do esguicho, faz um ângulo de 120º com o mesmo;
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Ataque direto
Tem como objetivo extinguir o foco por resfriamento do combustível. Para
isso, devem ser aplicados jatos direcionados para o combustível.
O quanto de água será aplicada deverá seguir alguns parâmetros, como:
a. quantidade de combustível: devemos aplicar a quantidade d'água de acordo
com as proporções do material combustível inflamado;
b. vazão: quanto maior a vazão, maior o alcance. A vazão acima da necessária
pode danificar objetos que não precisariam estar sendo atingidos e danificados com
a força da água. Portanto a vazão correta para o Ataque Direto é aquela que resfria
o objeto sem deslocá-lo e sem alagar o ambiente;
c. vapor gerado: devemos observar a quantidade de vapor gerado, se estiver
ocorrendo produção de vapor além do esperado temos um sinal de aplicação de
água em demasia, pode ocorrer, também, do jato estar sendo aplicado em local já
resfriado o suficiente;
d. tempo de aplicação de água em um mesmo ponto: Não devemos aplicar água
quando não visualizamos mais chamas. O tempo máximo de Ataque em um mesmo
ponto é de 3 segundos, após esse tempo, se não for observada a extinção do foco
naquele ponto, ou uma melhora significativa dele, devemos reavaliar o alcance e o
local onde está sendo aplicado o jato;
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Ataque indireto
Tem como objetivo o criar vapor dentro do cômodo sinistrado
Assim, resfriar o ambiente através da mistura do vapor com a fumaça,
diminuindo sua inflamabilidade e temperatura da capa térmica, essa produção de
vapor, pode vir inclusive a extinguir as chamas.
Para isso, devem ser aplicados jatos direcionados para as paredes, chão e
teto.
O quanto de água será aplicada deverá seguir como parâmetro a quantidade
de vapor gerado.O Ataque Indireto se faz eficiente justamente pela produção de
vapor, porém, o limiar entre funcionar bem e prejudicar a operação é tênue. A
aplicação de água em demasia, nesse caso, irá gerar vapor acima do necessário, o
que e causará desconforto térmico e diminuição da visibilidade para a linha de
combate.
Portanto o combatente deverá empregar o Ataque Indireto no cômodo
sinistrado atingindo paredes, chão e teto por um tempo de 20 a 30 segundos, no
máximo, fechar a porta do ambiente, e aguardar cerca de 20 segundos para ocorrer
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Ataque combinado
Consiste na técnica de geração de vapor (Ataque Indireto) combinada com
Ataque Direto à base dos materiais em chamas.
Deve ser utilizada seguindo os mesmos cuidados dos Ataques Direto e
Indireto.
Os jatos deverão atingir paredes, teto e foco até que seja observada a
aplicação de água necessária. Observa-se, então a ação do jato no ambiente e se
necessário repetiremos o procedimento.
Devemos cobrir todas as superfícies do ambiente e ao mesmo tempo limitar a
quantidade de água aplicada. Cada aplicação dura no máximo 2 segundos: começa
no alto, molha o teto do ambiente, continua atingindo as paredes e termina pouco
antes de alcançar o chão.
É importante salientar que para utilização desta técnica é necessário que se
tenha um ambiente com ventilação adequada. Em casos de formação excessiva de
vapor, como medida de emergência, os bombeiros podem lançar-se ao solo para
evitarem sofrer queimaduras. Em seguida, deve ser reavaliada a ventilação do
ambiente.
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Pulso
Técnica que objetiva resfriar a capa térmica, com água micropulverizada, em
ambientes limitados por paredes e teto, os quais se encontram na fase de
desenvolvimento do incêndio. Dependendo do pé direito (altura do chão até o teto)
do ambiente, o tempo de duração do pulso pode ser mais rápido ou um pouco mais
duradouro. Isso devido ao volume e profundidade da capa térmica existente no
interior do local. Então, classifica-se em Pulso Curto e Pulso Médio.
a. Pulso curto
Em locais nos quais possuem pé direito normal (entre 2,5 e 3,0 metros) se faz
o “pulso curto”. Este consiste na abertura total do fluxo (alavanca do esguicho
combinado até o final) de água durante 0,2 segundos com imediato fechamento.
Esse tempo de abertura do fluxo é o suficiente para lançar água micropulverizada
em quantidade adequada ao ambiente, a fim de proporcionar a troca de calor e
evitar excesso de vapores d’água.
b. Pulso médio
Em locais nos quais possuem pé direito acima do normal (maior do que 3,0
metros) se faz o Pulso Médio. Este consiste na abertura total do fluxo (alavanca do
esguicho combinado até o final) de água durante 2,0 segundos, com imediato
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c. Jatos x pulso
Dependendo das dimensões (comprimento x largura) do ambiente, deve-se
utilizar um determinado pulso, tendo em vista o pé direito, com um tipo de jato,
conforme o alcance que se deseja ganhar e também de modo a evitar perdas de
água em paredes e teto do ambiente.
Portanto, para obter maior alcance e menor amplitude, utiliza-se o jato
neblinado estreito. Entretanto, se o desejo é ter menos alcance e maior amplitude,
utiliza-se o jato neblinado amplo.
Exemplos:
- corredor de apartamento residencial(largura 1,5m x comprimento 6,0m):
- pulso curto com jato neblinado estreito;
- banheiro de apartamento residencial(largura 2,5m x comprimento 2,5m):
- pulso curto com jato neblinado amplo;
- galpão(largura 5,0m x comprimento 10,0m):
- pulso médio com jato neblinado estreito.
d. Aplicação de pulsos
Com o intuito de obter sucesso nessa técnica são necessários alguns ajustes
para que a água seja aplicada de forma correta e o objetivo seja alcançado:
- a pressão residual deve ser de 100 PSI, com a finalidade de impor velocidade
a água e esta, ao passar pelo esguicho combinado, deparando-se com o anteparo
giratório do mesmo, seja micropulverizada;
- a vazão no esguicho combinado tem que ser regulada para 30 GPM. Com
essa vazão, pode-se abrir e fechar o fluxo de água no esguicho de forma rápida,
pois o Golpe de Aríete será mínimo, devido à pouca variação de vazão;
- como há a presença de capa térmica e o feedback radiativo é alto, o Chefe e
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Ajudante de linha devem estar posicionados em quatro apoios (de joelhos no chão);
- o Chefe da linha, no instante em que realizar o pulso, deve inclinar seu corpo
para trás de forma a esticar o braço e obter um ângulo de 45º entre o esguicho e o
solo, pois a água micropulverizada deve atingir o alvo: fumaça e gases aquecidos.
Dessa forma, a água tocará na fumaça aquecida e ocasionará sua evaporação.
- o Ajudante, que estará atrás do Chefe, a um braço de distância e ao lado
oposto do mesmo, tem que dar “leve” na mangueira, colocando-a na altura da coxa;
- no momento do pulso, a alavanca de controle do fluxo deve ser aberta por
completo e seguidamente fechada;
- caso se tenha errado o pulso devido ao uso de muita água ou alguma outra
regulagem de forma errônea, o ideal é aguardar o excesso de vapor se diluir no
ambiente e, após isso, executar o pulso de maneira correta;
por fim, deve-se evitar a aplicação de dois pulsos consecutivos no mesmo
lugar, pois isso acarretaria um excesso de vapor d´água no ambiente. Por isso, é
importante lembrar que água perdida em ambiente aquecido, torna-se excesso de
vapor d’água. Resultando no desequilíbrio do balanço térmico, descida do plano
neutro, perda de visibilidade por parte dos combatentes e risco de queimaduras nos
mesmos. Portanto, uma forma de melhor dimensionar quantos pulsos aplicar, é
tentar imaginar o volume de uma caixa(s) d’água de 1.000 litros naquele ambiente.
Pois, se a cada pulso gasta-se 0,5 litro d’água e o volume 1 litro de água gasosa
equivale a 1700 litros de água líquida, multiplicando 1700 x 0,5, têm-se 850 litros.
Apesar deste valor não ser mesmo do volume da caixa d’água (1000 litros), facilita a
visualização de quantos pulsos aplicar no ambiente. Então, se o objetivo é atingir
uma área maior, usa-se mais pulsos: imaginando duas caixas d’água, dois pulsos
consecutivos em dois lugares diferentes.
Tempo de abertura
0,2 segundos 2,0 segundos
(fluxo de água)
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f. Pacote d’água
Essa técnica consiste na abertura da alavanca de fluxo até sua metade e
depois seu fechamento imediato, permitindo lançar “porções” de água, através de
jato compacto, à distância sobre o combustível em queima no interior do ambiente.
Ao utilizar o Pacote d’água, não há a necessidade de disparar um ataque
direto ao foco, com fluxo de água contínuo. Pois, tendo em vista as dimensões do
local, evita-se o aumento da temperatura devido ao excesso de vapor d’água no
ambiente e também possíveis danos ao mesmo.
Contudo, o foco pode ser visualizado e ainda pode ter presença de capa
térmica ou gases aquecidos no ambiente. Então, pode-se utilizar, primeiramente,
pulsos curtos ou médios, dependendo das dimensões do ambiente e em seguida
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g. Jato Mole
No interior do ambiente, durante uma progressão ou até mesmo no rescaldo,
os combatentes podem se deparar com materiais liberando vapores combustíveis,
devido atermólise.
Então, utiliza-se o Jato Mole como resfriamento preventivo no
combustívelcitado para evitar a ignição do mesmo. Para tanto, tem-se que realizar a
regulagem do jato para compacto, a uma vazão de 30 GPM e abertura parcial do
fluxo de água, o necessário para cobrir toda a superfície do material que estava em
decomposição química (termólise).
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9 ABORDAGEM DE AMBIENTE
A água será aplicada com Jato Mole, de baixo para cima, em ziguezague, até
a parte mais alta da porta. Com isso, evitaremos ou diminuiremos a degradação da
porta pela temperatura.
Sendo a porta de grande importância para a limitação da oxigenação no
ambiente, é possível também observar a evaporação da água ao encontrar a parte
mais quente da porta.
Após a execução dos 4 pontos citados acima será iniciado o processo de
entrada propriamente dita.
Para tanto, com a regulagem de jato no esguicho em neblinado estreito,
executaremos em sequência: um Pulso Curto acima do Chefe, um Pulso Curto
acima do Auxiliar, e um Pulso Médio Estreito dentro do ambiente.
Os pulsos acima da linha são de proteção e irão impedir o contato da linha
com fumaça aquecida e a ignição de gases que sairão ao abrir a porta e o pulso no
interior irá diluir, retrair o volume e diminuir a temperatura da fumaça no interior. Ao
pulsar no interior do ambiente, o Chefe visualiza e avalia.
Para isso é necessário que o Chefe e o Auxiliar estejam sincronizados e se
comuniquem de forma eficiente. O auxiliar deve abrir e fechar a porta, rapidamente,
somente após o segundo pulso de proteção.
Após a execução deste ciclo completo, devemos aguardar de 5 a 8 segundos
para a água reagir totalmente com o ambiente e, se necessário, refazer o
procedimento até que as condições do ambiente estejam aptas para a progressão
da Linha.
Serão feitos quantos ciclos o Chefe achar necessário para então adentrar no
ambiente e progredir com segurança.
Progressão
Após ter sido feita a correta abordagem de ambiente e/ou passagem de porta
pelo Chefe e Ajudante da linha, estes deverão realizar a Progressão no interior da
edificação. Para isso, realizar alguns procedimentos.
Primeiramente, a dupla, que estará em quatro apoios, deverá estar
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seu interior.
Em determinando momento da progressão e devido às curvas da edificação,
a mangueira pode ficar empatada em algum trecho. Então o Ajudante deve avisar
imediatamente ao Chefe que irá desempatar a mangueira. Quando o Ajudante
regressar para posição inicial, onde o Chefe parou e aguardou, deverá repetir o
processo de comunicação, para que deem continuidade à progressão.
Ao encontrar o cômodo onde o foco está localizado, ainda há presença de
gases aquecidos. Logo, deverá ser realizado a abordagem pulse-penciling no local.
Pois, os pulsos resfriarão os gases quentes, enquanto o pacote d’água ao atingir a
base do combustível, resfriará o mesmo.
Após os gases quentes terem sido resfriados e diluídos, o Chefe e Ajudante
poderão ficar em pé (dois apoios) e , dirigindo-se ao foco, atacarão o mesmo com a
técnica de pacote d’água. Quando, de frente combustível controlado, será aplicado o
Jato Mole. Nesse momento, o ajudante pode sair de trás do chefe e ajudar a
revolver o material, se ele permitir por não ser pesado.
Por fim, faz-se a ventilação hidráulica através da janela. Dessa forma,
expulsa-se a fumaça clara do interior do ambiente e a guarnição realizará o
Rescaldo do incêndio.
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Roupas de aproximação.
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Balaclava
Confeccionada com o objetivo de proteger cabeça, couro cabeludo e pescoço
contra o calor.Possui função de grande importância de ocorrência onde ocorrem
explosões ou súbitas ignições de combustíveis líquidos.Geralmente feita em tecidos
maleáveis, confortáveis e com grande capacidade de proteção térmica (geralmente
tendo a aramida como base)
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Deficiência de oxigênio
O ar atmosférico em boas condições é livre de agentes agressivos e possui
uma concentração de cerca de 20,9% de oxigênio. O ser humano para que possua
um funcionamento satisfatório necessita de ao menos 20,0% de concentração de
oxigênio.
Segundo o artigo “Lesões por inalação de fumaça em ambientes fechados”
(Manual CBMGO), durante um incêndio em atividade, tipicamente a concentração de
oxigênio cai para 10-15%, ponto no qualo óbito por asfixia ocorre. Entre 60% e 80%
dos óbitos imediatos ocorridos na cena de um incêndio são atribuídos a inalação de
fumaça.
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Temperatura elevada
A presença de gases e vapores em altas temperaturas podem causas
diversas lesões nas vias aéreas.
Queimaduras de face, vermelhidão, inchaço e até sangramento são fatores
que indicam danos ao trato respiratório que pode apresentar lesões tanto externas
quanto internas.
Internamente pode ocorrer edemas pulmonares e lesões de tecidos que
podem culminar na morte do bombeiro.
a. Monóxido de carbono
O monóxido de carbono possui uma forte ligação com a hemoglobina
(responsável pelo transporte de oxigênio). A afinidade do CO com a hemoglobina é
da ordem de 200 a 300 vezes maior do que em relação da hemoglobina com o
oxigênio.
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a. Dióxido de carbono
É um gás também inodoro e incolor com o monóxido, mas não é tóxico.
Em altas concentrações pode produzir a privação de oxigênio ao corpo,
principalmente, coração e cérebro.
b. Ácido cianidrico
É aproximadamente 20 vezes mais tóxico do que o monóxido de carbono,
geralmente é obtido através da combustão de materiais sintéticos.
Segue a baixo imagem ilustrativa retirada do manual de combate a incêndio
do CBMDF, volume 2 e presente também no livro Tactical firefighting,2003. Nela
pode-se observar diversos outros gases que podem estar presentes na fumaça.
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a. autônomos ou independentes
Não sendo possível empregar equipamentos respiratórios que utilizem o ar
ambiente melhorando ou tratando o mesmo, uma vez que não é possível identificar
todos agentes agressivos presentes e levando em consideração a possibilidade de
ausência de oxigênio em níveis compatíveis com a saúde humana, torna-se
necessário empregar equipamentos que possuam autonomia em relação a
atmosfera externa. Dessa forma o CBMERJ emprega equipamentos de proteção
respiratória autônomos.
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b. sistema aberto
Cilindros com ar respirável comprimido a alta pressão, fixado em
suportes,possui mangueiras e reguladores de pressão que levam o ar até uma peça
facial onde pode ser consumido pelo operador. Os equipamentos autônomos
possibilitam o uso sem grande perda de agilidade e mobilidade permitindo razoável
tempo de efetivo serviço.
CONJUNTO COMPONENTES
CONJUNTO DO SUPORTE DORSAL TIPO Conjunto de redutor de pressão; alças e
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MOCHILA ajustes
CONJUNTO DO CILINDRO Cilindro, registro, manômetro
CONJUNTO DA PEÇA FACIAL Visor panorâmico,
CONJUNTO DE REGULADOR DE Mangueiras, sistema de alarme
PRESSÃO
Figura 48. Relação entre conjunto e componente do EPRA
Fonte: os autores, 2018
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Cuidados e recomendações
a. o EPRA deve ter sua recarga feita por bombeiros que saibam usar o
compressor de ar;
b. nunca poderão ser negligenciado os padrões de segurança quanto a testes
hidrostáticos do cilindro e outros testes;
c. os limites de segurança quanto a pressão máxima devem ser seguidos;
d. oepra deverá ser armazenado em local limpo, seco e longe da luz solar;
e. oepra só poderá ser armazenado estando limpo;
f. a peça facial deverá ser limpa com solução de água e sabão neutro, secando
a sombra.
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10.3 Equipagem.
A equipagem deverá ser feita com meticulosidade, uma vez que os materiais
estando mal colocados não irão proporcionar toda a proteção necessária ao
bombeiro.
De forma geral, serão seguidos os seguintes passos:
a. colocação das botas de Combate a incêndio;
b. colocação da roupa de aproximação (somente com a camisa vermelha de
algodão por baixo);
c. colocação e ajuste do EPRA;
d. balaclava por cima da peça facial;
e. capacete;
f. ajuste fino e revisão (gola, dedal, punhos);
g. luvas de combate a incêndio.
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de aproximação.
Outro fator importante que deve ser levado em consideração é o tempo que
se gasta equipando-se. O ideal é que demore em torno de 1 minuto e 30 segundos
para que esse tempo seja alcançado é necessário intimidade com o material e
organização do mesmo.
Segue uma sequência de equipagem:
a. vista a calça de aproximação nas botas de incêndio, deixando a calça de
forma que facilite com que o bombeiro calce as botas de forma rápida;
b. calce as botas, subindo as calcas e colocando os suspensórios;
c. coloque a jaqueta de aproximação, ajustando a alça dos dedos;
d. coloque o EPRA, deixando as alças dos ombros mais frouxas e os tirantes
abdominais mais apertados;
e. coloque a balaclava no pescoço;
f. coloque a peça facial, ajustando os tirantes de baixo para cima;
g. ajuste a balaclava, vedando todo o rosto;
h. ajuste a capa e abalaclava;
i. coloque o capacete;
j. coloque as luvas.
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TEMPO EFEITOS
EM MENOS DE 1 HORA TOLERÂNCIAMUSCULAR REDUZIDA
CAPACIDADE MENTAL AFETADA
BAIXA COMPREENSÃO
BAIXA RETENÇÃO DE INFORMAÇÕES
APÓS 2 HORAS CÃIMBRAS
FADIGA
PERDA DE FORÇA
COORDENAÇÃO MOTORA REDUZIDA
DOR DE CABEÇA
NÁUSEA
ATORDOAMENTO
ESTÁGIO AVANÇADO COLAPSO
INCONSCIÊNCIA
MORTE
Figura 52. relação entre tempo deexposição e efeitos fisiológicos.
Fonte: Tatcticalfirefighting
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Capacidade Física
Necessidade de esforço físico intenso por períodos de longa duração, grande
carga de peso e estresse mental entre outras variáveis estão presentes nas
operações, para tanto torna-se imprescindível que o combatente esteja com vigor
físico em boas condições.
“o excesso de peso, influencia o individuo quanto à tolerância ao calor, a taxa
de sudorese, o ritmo cardíaco, o que leva um aumento da produção de calor
metabólico” (Sharkey, B.J e Gaskill S. E (2009), “ Fitness andworkcapacity”).
Outro fator de grande relevância em relação ao preparo físico é a grande
necessidade de resistência cardiorespiratória e de grande capacidade
neuromuscular devido a carga de intensidade e duração das atividades.
Aclimatação térmica
Vale ressaltar ainda, que segundo o POP de Lesões pelo calor, que 70% do
estresse térmico provém do próprio metabolismo endógeno e 30% do ambiente.
Nota-se que as temperaturas e as condições de calor chegam ao limite em
incêndios estruturais, estar perfeitamente equipado não é o único pré-requisito, é
necessário que ele esteja aclimatado ao calor e ao EPI.
O corpo humano possui uma temperatura média que gira em torno de 36,5 °C
(sabendo que essa temperatura pode variar de acordo com uma gama de fatores
externos e internos) dependendo da amplitude de variação térmica o corpo inicia
uma série de mecanismos para regular a temperatura, entre eles a sudoresetem um
destaque, uma vez que é o principal mecanismo de arrefecimento corporal
empregado.
As camadas da roupa de aproximação limitam bastante a ação de
arrefecimento corporal gerada pela sudorese. As roupas de aproximação mais
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modernas possuem mecanismos que tem como função escoar um pouco do calor
produzido e absorver os líquidos gerados, mitigando alguns efeitos nocivos do calor.
Dentro desse contexto torna-se imprescindível que alem do preparo físico,
exista também, um preparo fisiológico, ou seja, o militar deve estar aclimatado.
A aclimatação, segundo Judge, em “Thermal Stress”, ITEC 471, é um
processo de adaptação fisiológica, com o intuito de aumentar a tolerância do
indivíduo quando é exposto a um dado ambiente térmico por um período longo. É
um processo lento e progressivo, sendo necessário submeter o individuo a pelo
menos três semanas de exposição ao calor para que a aclimatação seja
completamente estabelecida.
Segundo Judge, em “Thermal Stress”, ITEC 471, durante a exposição ao
calor, um indivíduo aclimatado perde por sudação aproximadamente 1,5l/h,
enquanto um indivíduo não acliamatado esse valor é de 0,7L/h.
Contudo a perda de sais é consideravelmente menor em indivíduos
aclimatados, diminuído os efeitos do desequilíbrio eletrolítico.
Hidratação
A hidratação tem papel de grande importância para o ser humano. O perfeito
funcionamento do corpo depende da ingestão de líquidos.
A intensa atividade física, o excesso de calor entre outras variáveis presentes
fazem com que o risco de desidratação durante e após o combate a incêndio seja é
acentuado.
A desidratação moderada pode levar a perda de capacidade de resposta
cognitiva e em casos graves ao colapso fisiológico.
Por tanto é indicado que o bombeiro possua uma rotina de hidratação mais
intensa que se inicie no dia anterior e termine no dia posterior ao serviço.
Durante as operações intensas, de média a longa duração a atenção deve ser
maior ainda.
O revezamento de militares, o estabelecimento de uma zona de
descompressão/reidratação deve ser montada.
Para tanto seguimos orientações quanto a hidratação exposta naNFPA1584
que estabelece:
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11 VENTILAÇÃO TÁTICA
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Movimentação da fumaça
Destacam-se4 principais fatores que determinam a movimentação da fumaça
de um incêndio estrutural: corrente de convecção, pressão aumentada no
compartimento incendiado, pressão diminuída em corredores e escadas e sentido do
vento natural.
a. Corrente de convecção
A convecção de calor é a transmissão de energia por meio do transporte de
matéria. Este fenômeno ocorre com os fluidos como consequência da diferença de
densidades entre as diferentes partes deste fluido. Sabemos que quando uma
substância absorve energia a agitação de suas moléculas aumenta, fazendo com
que cada molécula ocupe um espaço maior conforme absorve energia e
consequentemente aumente o volume da substância como um todo sem que altere
sua massa. Sendo assim, a densidade da substância diminui e esta substância
tende a se deslocar no sentido ascendente.
Por exemplo, quando colocamos água dentro de uma chaleira para aquecer
em um fogão, a porção inferior de água fica mais próxima da fonte de calor
aquecendo mais rapidamente que a porção superior. Com isto a densidade da
porção inferior diminui, devido ao aumento da agitação de suas moléculas, ficando
menos densa que a porção superior. Consequentemente, a água da parte de baixo
tende a se deslocar para cima, assim como a água da parte de cima tende a se
deslocar para baixo. A este movimento chamamos de corrente de convecção.
Um fluido aquecido tende a se deslocar em movimento ascendente, enquanto
que um fluido resfriado tende a se deslocar em movimento descendente.
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estilhaços e da fumaça que possivelmente sairá quando o vidro for quebrado, motivo
pelo qual também deve iniciar a abertura de cima para baixo. Em paredes de
alvenaria o comportamento deve ser o mesmo. Neste caso, a utilização de um moto-
cortador deve ser considerada para agilizar o procedimento.
No caso de portas e portões de metal e madeira, a primeira opção dever o
emprego de técnicas de abertura forçada com intuito de preservar a estrutura da
porta ou portão. Não sendo possível, a segunda opção é através da utilização de
ferramentas de corte (moto-cortador e motosserra).
Quando o local para a realização da abertura for a cobertura da edificação
algumas recomendações devem ser seguidas:
a. verificar a estabilidade do telhado: telhados empenados indicam a iminência
de desabamento;
b. estabelecer a escada de gancho, encaixando o gancho na cumeeira e
deslocar-se exclusivamente sobre ela;
c. a plataforma mecânica pode facilitar o acesso e posicionamento no telhado e
sempre que possível deve ser usada, pois diminui o risco de queda;
d. lançar um pouco de água sobre o telhado, observando onde ocorre maior
evaporação. Este é o local exato para abrir;
e. telhas de barro podem ser retiradas com as mãos, croque ou outra ferramenta
com cabo (pé de cabra, alavanca), ou cortadas com machado;
f. telhas de metal ou fibrocimento (antigo amianto) podem ser cortadas com o
moto-cortador;
g. ao utilizar ferramentas pesadas, sempre que possível, ancorá-las;
h. nunca cortar as estruturas de madeira, para tanto, deve-se bater sobre as
telhas à procura de som oco que significa ausência do suporte;
i. pode ser usada uma linha de mangueiras para proteção do bombeiro que
está trabalhando na abertura;
j. o sentido do vento deve ser observado para evitar que a fumaça, ao sair,
envolva o bombeiro.
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Porém, as principais a fim de alertar as equipes para que evitem cometer erros
simples que podem gerar graves consequências:
a. foco não localizado: a localização do foco é imprescindível para a realização
da ventilação tática. Quando se inicia a operação de ventilação, o foco é
inevitavelmente alimentado com comburente e com isso ganha intensidade. Para
evitar a propagação do incêndio se faz necessário o ataque ao foco o mais rápido
possível. Uma vez que o foco não foi localizado, ao iniciar a ventilação, o tempo
decorrido até que seja localizado pode retardar demais o início do ataque e permitir
a propagação do incêndio;
b. quando o número de linhas de ataque estabelecidas não é suficiente para o
número de focos: pelo mesmo motivo do risco de propagação, para cada foco
existente deve ser estabelecida pelo menos uma linha de ataque;
c. impossibilidade de realização de abertura de saída: iniciar uma VPP sem
realizar abertura de saída, pode gerar um refluxo e a fumaça acabar saindo pela
abertura de entrada, indo ao encontro das equipes que entrarão na edificação,
levando calor, combustível, substâncias tóxicas e diminuindo a visibilidade;
d. impossibilidade de combate ofensivo: caso o combate ofensivo não seja
possível, realizar VPP irá alimentar o foco com comburente sem que haja uma linha
de ataque para extingui-lo, aumentando o risco de propagação do incêndio.
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12.1.1 Ferramentas
.
Figura 55 - machado
Fonte:www.universoaventura.com.br/produto/machado-de-bombeiro-2/
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Figura58. Halligan
Fonte:wfrfire.com/shop/product/hooligan-halligan-tool-549?category=1
12.1.2 Materiais
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Cabo-guia: Uso eficaz para realizar busca sem se perder em grandes áreas e
uso não tão eficiente para buscas em locais onde se tem muitos objetos soltos
(cadeiras, mesas, grandes objetos).
12.1.3 Equipamentos
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.
Figura 63. cinto alemão
Fonte:produto.mercadolivre.com.br/MLB-975421100-cinto-alemo-abdominal-c-talab-corda-_JM
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b. Para sua segurança manter o comando da operação ciente das ações que
estão sendo realizadas e quanto a localização, assim como uma comunicação
adequada com o canga para que as ações ganhem em eficiência;
c. Para sua segurança durante as Buscas apoiar o dorso da mão nas paredes,
pois assim, caso, se toque em objetos eletrizados a tendência das mãos seja de
desencostar do objeto eletrizado.
d. Para sua segurança, verifique se o sistema de Luz e Gás do local encontram-
se desligados;
e. Para sua segurança, nas operações de Busca em Incêndios deve-se ter entre
a Guarnição e o foco uma linha de combate, exceto para os casos de Busca Rápida,
nos quais o risco será avaliado antes da Ação de Busca.
f. Para sua segurança, ao realizar buscas, deve-se ter emmenteo caminho de
volta e mantê-lo livre, esta é sua rota de fuga. Assim, se algum imprevisto ocorrer o
militar consiga voltar.
g. Para sua segurança, ao progredir em um ambiente tomado por capa térmica,
deve-se subventilar o ambiente que se entra, podem ser utilizados o auxilio de
cunhas para fixar as portas e de lingas de borracha na fechadura para evitar que a
mesma se tranque. Assim mantemos a compartimentação e a rota de fuga livre.
h. Para sua segurança e conforto térmico quando houver grande quantidade de
caloria presente na Capa térmica desloque-se em4 apoios.
i. Para sua segurança, toda busca deve ser feita em dupla unida por cinto
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a. Varredura visual:
Técnica consiste em visualizar os cômodos do local afim de encontrar
possíveis vítimas. É a busca mais adequada para situações nas quais temos boa
visibilidade e conforto térmico, deve ser utilizada sempre que possível em conjunto
com da Busca por Chamada e Escuta.
c. Busca às cegas
A Técnica consiste na entrada dos bombeiros em ambiente com visibilidade
restrita ou inexistente.Utilizando uma das 3 técnicas de Orientação em local de
incêndio e em dupla. O militar que vai a frente carrega a ferramenta de
arrombamento, testa o solo a frente e orienta a dupla, o militar a retaguarda tateia
todo local minuciosamente, realiza o ‘leque’( deita ao solo e tateia com braços e
pernas a maior área possível).
É interessante o uso de ferramentas como Machado ou Halligan para ampliar
o alcance do tato do solo a frente, este equipamento minimiza a possibilidade de
uma .
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a. Pavimento do incêndio;
b. Pavimento imediatamente acima do incêndio;
c. Pavimento mais alto do prédio;
d. Pavimentos entre o imediatamente acima do foco e o ultimo, de cima para
baixo;
e. Imediatamente abaixo do andar do foco;
f. Prédios vizinhos.
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Caso seja possível, o BM iniciar uma fuga, ele pode usar, além de todas suas
habilidades, as técnicas específicas abaixo para essas situações.
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Figura 87.demontração
Fonte: Manual de combate a incêndio urbano CBMGO 2017
5.11.7 Equipe de intervenção rápida (RAPID INTERVENTION TEAM – RIT)
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Avaliação do BM acidentado
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13.2 Pré-planejamento
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g. treinamento operacional;
h. testes operacionais diários;
i. instruções; e
j. simulados operacionais;
k. manutenção e acondicionamento dos equipamentos após ocorrência;
l. avaliação das ações realizadas em ocorrência (debriefing);
m. avaliar desde o recebimento do aviso até a desmobilização e retorno para a
unidade;
n. reforço dos pontos positivos;
o. advertência aos pontos negativos e como corrigi-lo.
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b. salvamento/busca
c. proteção contra exposição
d. confinamento
e. extinção (combate propriamente dito)
- ventilação tática;
- salvatagem;
- suprimento de água (ou abastecimento).
14.1 Segurança
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Acesso adequado
“A abertura mais importante de um incêndio é aquela por onde devem entrar
os bombeiros”. Paul Grimwood, em TacticalFirefighting, 2003.
Constituem ações para garantir um acesso adequado ao interior da
edificação: definir quais as vias de acesso ao local do incêndio e identificar as
melhores; aplicar adequadamente as técnicas de arrombamento; estabelecer as
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Confinamento
O confinamento abrange aquelas operações que são necessárias para
prevenir a propagação do incêndio às partes ainda não afetadas de uma edificação.
O Comandante de Incidentes deve identificar a presença e / ou localização de
quaisquer caminhos de fluxo de fumaça. Deve-se dedicar para controlar a ventilação
e o caminho do fluxo de fumaça, visando proteger potenciais ocupantes da
edificação e limitar o crescimento do incêndio. Se um fluxo de fumaça estiver visível,
considere fechar portas e janelas para limitar o fluxo de ar. Ao fechar portas e
janelas, os bombeiros devem estar cientes que qualquer potencial resgate deverá
ser facilmente executado através destas.
À medida que os gases do incêndio, aquecidos, estão se movendo em
direção às áreas de baixa pressão, a energia do fogo está puxando oxigênio
adicional das áreas de baixa pressão. Com base na planta da edificação e nas
aberturas de ventilação disponíveis (portas, janelas, etc.), pode haver vários
caminhos para o fluxo de fumaça dentro de uma estrutura. Quaisquer operações
conduzidas no percurso desse fluxo colocarão os membros em risco significativo
devido ao aumento do fluxo de calor e fumaça em direção à posição do bombeiro.
A tática de controle ou fechamento de pontos de ventilação de uma edificação
limita o oxigênio no espaço, assim reduzindo o desenvolvimento do fogo, a taxa de
liberação de calor e a produção de fumaça, assim limitando o movimento das
massas de calor e fumaça da área do foco para o exterior e para outras áreas dentro
do edifício.
Outro processo de confinamento do incêndio está em assegurar que a porta
de entrada que fornece acesso à área do incêndio é controlada e mantida fechada.
Contudo deve-se tomar medidas para evitar que a porta fique travada atrás dos
bombeiros que entram. Controle de abertura de portas também limita o
desenvolvimento do fogo, controlando o caminho do fluxo de ar.
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concomitantemente) da atividade.
Por mais complexo que seja ilustrar essa dinâmica por escrito, vamos
procurar fazê-lo com o seguinte exemplo.
Situação: Incêndio no quarto de um apartamento no 3º pavimento de uma
edificação residencial, com uma vítima na sacada da sala.
Cronologia de objetivos:
1º Momento) O Comandante de Operações percebeu que o estado da vítima
era crítico e determinou que fosse estabelecida uma escada prolongável, pela
equipe de Salvamento, para a retirada, o quanto antes, da vítima pela sacada
(SALVAMENTO). Enquanto isso a guarnição de Combate a Incêndio deveria
estabelecer os materiais, mas só iniciar o combate após autorização do comandante,
tendo em vista que o Modo Ofensivo (tática de combate escolhida) poderia causar
uma perturbação do equilíbrio térmico indesejada do ambiente, o que e,
consequentemente, prejudicaria o salvamento (SEGURANÇA).
Figura 96. Diagrama que ilustra o 1º Momento - Em azul estão destacados os objetivos a serem
cumpridos nesta etapa
Fonte: os autores, 2018.
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Figura 97.Diagrama que ilustra o 2º Momento - Em azul estão destacados os objetivos a serem
cumpridos nesta etapa
Fonte: os autores, 2018.
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Senhor
Vós que criastes os elementos
Concedei-nos no calor dos combates
A inteligência para avaliar
A habilidade para combater
A determinação para avançar
E a coragem para o fogo vencer
Dai-nos também, Senhor
A confiança e a certeza da vitória
Mas se no fogo eu perecer, ó Deus
Que o faça com honra
E meus companheiros retornem para suas casas
Para que minha morte não tenha sido em vão
INCÊNDIO URBANO!
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