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Aflateen

Manual
em colaboração com Fundação MasterCard

Social and Financial Educaon for Youth


Educación Social y Financiera para Jóvenes
Éducaon Sociale et Financière pour les Jeunes
Educação Social e Financeira para Jovens
Социальное и финансовое образование для молодежи

य़ӛߙԃΓ‫ޗޑ‬㜘‫ک‬౛倷௲‫ػ‬
Sobre Aflatoun
Aflatoun oferece às crianças com idades compreendidas entre 6-18
com Educação Social e Financeira. Aflatoun trabalha em parceria
com outras organizações para chegar á crianças e jovens de todo
o mundo. Aflatoun fornece às crianças os blocos de construção
da vida, incentivando-os a economizar os seus recursos e iniciar
microempresas sociais e financeiros. Através da Educação Social e
Financeira, as crianças e jovens são incentivados á fazer uma mudança
positiva nas suas vidas e nas suas comunidades e eventualmente
quebrar o ciclo de pobreza em que muitos se encontram. Para mais
informações, visite www.aflatoun.org

Sobre a MasterCard Foundation


A MasterCard Foundation é uma organização global e independente
com sede em Toronto, Canadá, com mais de US $ 6 bilhões em ativos.
Através da colaboração com organizações parceiras em 49 países,
principalmente em África, está a criar oportunidades para todos
aprender e prosperar. Programas da Fundação avançam microfinanças
bem como a educação dos jovens. Fundada em 2006, através da
generosidade da MasterCard Worldwide, quando este se tornou numa
empresa pública, a Fundação é separada e independente da empresa.
As suas políticas, operações e decisões de financiamento são
determinados pelo seu próprio Conselho da Fundação de Diretores e
Presidente e CEO. Mais informação está disponível em http://www.
mastercardfdn.org/ www.mastercardfdn.org
Agradecimentos
Children’s Rights Game, Defence for Children International
Needs & Wants Cards Game, Unicef UK
Empowering Young Women to Lead Change, World YWCA
Sexuality & Life Skills: Participatory activities on sexual and reproductive health with Young People, International
HIV/ AIDS Alliance
Learning to Live Together, Interfaith Council on Ethics Education for Children
MBO Verbeter Kit, Stichting Alexander
Treasure Pot Game, Micro Insurance Academy
Let There Be Stuff, Story of Stuff

Para Secção 3: Módulos de Poupança e Gastos


Aprender Como Poupar, Aprender Como Gastar, opções de Poupança e Instituições Financeiras e Emprestar
Dinheiro e Crédito

Reimpresso do Programa de Educação Financeira Global: Jovens: O Teu Futuro, O Teu Dinheiro.
Direitos © 2008 Microfinance Opportunities and Freedom from Hunger.
Usado com autorização

É necessária autorização escrita de Microfinance Opportunities and Freedom from Hunger para qualquer
reprodução ou distribuição de mais de cinquenta (50) cópias por ano, qualquer reprodução digital ou grande
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Microfinance Opportunities
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Tel.: 202-721-0050
Fax: 202-721-0010
E-mail: info@mfopps.org
www.MicrofinanceOpportunities.org
Table
Conteúdos

Introdução a Aflateen............. 6
Bem-vindo....................................................................... 6
Contexto........................................................................... 8
Objetivos.......................................................................... 9
Facilitadores.................................................................. 10

01 Entendimento e Exploração
Pessoal................................................................. 19
1.1 Bem-vindo a Aflateen............................................. 21
1.2 Quem Sou Eu?......................................................... 25
1.3 A Minha Família....................................................... 29
1.4 Os Meus Amigos...................................................... 33
1.5 A Minha Própria Beleza.......................................... 37
1.6 A Minha Comunidade............................................. 41
1.7 Os Meus Objetivos, Os Meus Sonhos.................... 45
1.8 A Minha carreira...................................................... 49

02 Direitos e Responsabilidades.. 55
2.1 Conhecer os Meus Direitos.................................... 57
2.2 Unidade na Diversidade......................................... 67
2.3 P oder e Ser Capaz: As Nossas Diferentes
Capacidades .......................................................... 75
2.4 Género e Papéis Sociais......................................... 83
2.5 Vamos Falar sobre Sexualidade............................. 87
2.6 O Nosso Único Lar.................................................. 93
2.7 Defender os Meus Direitos..................................... 99
03 Poupança e Gastos.................. 105
3.1 Dinheiro e Bem-estar............................................ 107
3.2 Aprender a Poupar................................................ 111
3.3 Aprender a Gastar................................................. 117
3.4 Criar um Orçamento............................................. 125
3.5 Opções de Poupança............................................ 131
3.6 Poupadores Inteligentes...................................... 137
3.7 Pedir Dinheiro Emprestado.................................. 145
3.8 Dinheiro, Poder e Direitos.................................... 155
3.9 Ser um Bom Consumidor..................................... 169

04 Planificação e Orçamentação do
teu Empreendimento.................. 181

4.1 Chuva de Ideias..................................................... 183


4.2 Mapa Mental.......................................................... 189
4.3 Estabelecer Objetivos de Maneira Inteligente... 195
4.4 Análise SWOT........................................................ 201
4.5 Esboçar um Plano de Negócios........................... 207
4.6 Atribuição de Funções e Responsabilidades..... 213
4.7 Orçamentar um Empreendimento...................... 219
4.8 Lançar a minha Proposta..................................... 225

05 EXEMPLOS DE EMPREENDIMENTOS
SOCIAIS E FINANCEIRO...........................231

5.1 Empreendimentos Sociais.................................... 233


5.2 Empreendimentos Financeiros............................ 239

06 Recursos para o facilitador......247

6.1 Guia do Facilitador............................................... 249


6.2 Guia de Atividades Comuns................................ 255
6.3 Guia para a planificação do programa de
ensino.................................................................... 261
6.4 Inquérito aos participantes Aflateen.................. 265
INTRODUÇÃO

Bem-vindo
Os nossos sinceros parabéns á você por assumir este programa
ambicioso. Enquanto Facilitador, desempenhará um papel importante
ao ajudar os jovens a tornarem-se em agentes de mudança nas suas
comunidades através da Educação Social e Financeira.

Os jovens são capazes de tanto. A missão de Aflateen é "inspirar


socialmente - e economicamente - os jovens a levarem uma vida
responsável e serem agentes de mudança". O mundo enfrenta
muitos desafios. Ouvimos histórias de pobreza generalizada, crise
ambiental, injustiça social, crime e uma baixa qualidade de vida em
muitos países. Mas, para cada desafio, também ouvimos histórias
inspiradoras de pessoas que trabalham para algo melhor. Os jovens
têm também papéis de destaque nestas histórias inspiradoras. Por
todo o mundo, os jovens participam e empenham-se cada vez mais
em projetos que fazem a diferença nas suas comunidades.

Ao facultar o programa Aflateen, podemos ajudar ainda mais os


jovens a perceberem o seu potencial e a tornarem-se agentes de
mudança. Além disso, consigo enquanto Facilitador, todos nós
podemos trabalhar juntos para conseguir isso através da Educação
Social e Financeira. O programa Aflateen é concebido como uma
viagem para os jovens refletirem sobre as suas vidas, aprenderem
a explorar as questões e problemas da sociedade, adquirirem
competências para a vida que os ajudem a tornarem-se em cidadãos
envolvidos e a promulgarem empreendimentos e projetos com outros
jovens para as suas comunidades.

6
7
Contexto

O programa Aflateen faz parte de um movimento mais amplo chamado


Aflatoun, que permite dar uma Educação Social e Financeira às crianças e
jovens do mundo inteiro. Composto por três sub-programas, nomeadamente
Aflatot, Aflatoun e Aflateen, atinge crianças com idades entre os três e os 18. A
Educação Social e Financeira visa ajudar os jovens a pensarem de forma crítica,
aprenderem sobre os direitos e responsabilidades, adquirirem conhecimentos e
competências financeiras que lhes permitam alcançar os seus sonhos. Também
os ajuda a refletirem, a darem sentido às mudanças por que estão a passar e
como podem comprometer-se melhor com o mundo. A Educação Social ensina-
os a acreditarem em si mesmos e a tornarem-se em cidadãos responsáveis
através da compreensão e estar envolvido em problemas sociais que os afetam.
A Educação Financeira ensina as competências importantes da poupança, do
orçamento e a envolverem-se em Empreendimentos Sociais e Financeiros
adaptados à sua idade. Consultem www.aflatoun.org para mais informações
sobre todos os programas e atividades de Aflatoun.

Ao longo do programa, as aulas são baseadas em várias teorias de


aprendizagem. A estrutura de ‘Explorar, Pensar, Investigar e Agir ’ é baseado
na aprendizagem experiencial, exemplificado por “Problem-Based Learning 1 “ e
“Experiential Learning Theory2 “. Esta aprendizagem experiencial corresponde
perfeitamente à pesquisa atual sobre métodos de aprendizagem eficazes.
Os participantes são inicialmente apresentados a um conceito através da
experiência direta ou descoberta através de uma análise da sua experiência
de vida. Através deste processo, os participantes descobrem o que já sabem
sobre o tema (Explorar). Em seguida, são incentivados a refletirirem sobre a
sua experiência e entenderem a ligação entre as suas experiências e alguns
dos principais conceitos abstratos (Pensar). A atividade principal orienta
este processo para o próximo nível, incentivando ainda mais o pensamento
e investigação sobre o tema e ações relacionadas com ele (Investigar e Agir).
Estas atividades principais visam vários estilos de aprendizagem para que os
participantes sintam que as suas necessidades de aprendizagem estão a ser
satisfeitas pelo programa de ensino, com um foco especial em mais estilos
cognitivos, tais como discussões de grupo (Investigar) e mais estilos orientados
para a acção, tais como Vota com os teus pés (Agir). 'Aprender fazendo' é
incentivado ao longo do programa de ensino. Isto é feito através de:

1. As Sessões de atividades.
2. As questões de investigação que incentivam os participantes a sairem para a
sua comunidade e investigarem temas.
3. Os Empreendimentos Sociais e Financeiros criados pelos jovens.
As atividades no programa de ensino oferecem exemplos e outras ferramentas
para ajudar os facilitadores a proporcionarem uma estrutura para esta
aprendizagem experiencial com a construção da ponte entre o conhecimento
atual dos jovens e os objetivos de aprendizagem do programa de ensino.
Estas atividades, estruturas, recursos e exemplos oferecem a ajuda para os
participantes atingirem os seus objetivos, incluindo os seus objetivos de
aprendizagem.

8
Objetivos

No final do programa, os jovens serão capazes de:

• Examinar e refletir sobre as suas identidades, valores e crenças, bem


como as suas relações com a família, amigos e comunidades.
• Criticar e investigar como os direitos são respeitados ou violados na
sociedade.
• Descrever e pôr em prática o uso e acumulação responsável dos
recursos financeiros, naturais ou outros (pessoas, planeta e lucro).
• Demonstrar a capacidade de estabelecer um plano e orçamento e
atividades visando um objetivo desejado.
• Conduzir empreendimentos que tenham um efeito positivo nas suas
comunidades.

9
Facilitadores

Este Manual Aflateen destina-se a facilitadores. Trata de diferentes questões que são relevantes
para os jovens, mas visa suscitar o seu envolvimento social e financeiro. Também está projetado
para ser flexível o suficiente para os facilitadores misturarem e combinarem várias atividades,
dependendo do que os participantes gostam de aprender mais sobre e do tempo de que dispõem.

Temos também anexado o Guia da Planificação do Programa de Ensino no final deste manual, que
se baseia em diferentes durações de sessões, que pode consultar. Por favor, seja sensível às várias
capacidades dos seus participantes e à adequação das atividades dadas as diferentes experiências
e contexto dos jovens. O Manual Aflateen segue os elementos centrais da Educação Social e
Financeira e está organizado em três partes principais:

1. Módulos de Aprendizagem Aflateen- guias para sessões de duração de uma ou duas horas ao
longo das quais os participantes exploram um tema específico.
• Secção 1: Entendimento e Exploração Pessoal – refletir sobre as suas identidades, valores
e crenças, bem como nas suas redes de família, amigos e comunidades.
• Secção 2: Direitos e Responsabilidades – explorar a sociedade e investigar sobre o
respeito de direitos e desempenho de responsabilidades.
• Secção 3: Poupança e Gastos – aprender sobre o uso responsável e acumulação dos
recursos financeiros, naturais ou outros.
2. Módulos de Prática Aflateen – guias para sessões de uma ou duas horas de duração
que ajudam os participantes na planificação, orçamentação e implementação dos seus
Empreendimentos Sociais e Financeiros.
• Secção 4: Planificação e Orçamentação do Teu Empreendimento – os participantes são
expostos ao processo de planificação e início de um empreendimento.
• Secção 5: Exemplos de Empreendimentos – tomar conhecimento de exemplos de
Empreedimentos Sociais e Financeiros.
3. Recursos Aflateen para o facilitador– recursos para o apoio ao Facilitador na condução de
sessões, organização de um clube de poupança e na avaliação do programa e do seu impacto.
• Guia do Facilitador – – instruções para a realização de sessões de sucesso, incluindo
conselhos gerais de facilitação.
• Guia de Atividades –Comuns – instruções para várias atividades, incluindo a criação de um
clube e o processo de poupança.
• Guia para a Planificação – do Programa de Ensino – exemplo de um programa de ensino
completo.
• Inquérito aos Participantes – Aflateen – inquérito padrão desenvolvido por Aflateen.

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Secção ACTIVIDADES PRINCIPAIS PAPEL DO FACILITADOR
Modelo de Aprendizagem
Escolher sessões para abordar
secção 1: Formar um clube Aftlateen
Entendimento e Exploração Registar no Aflateen online Facilitar aprendizagem e actividades
Pessoal Fornecer acesso á Internet
Juntar a página Facebook Aflateen

Envolver-se em questões sociais da Escolher sessões para abordar


secção 2:
Direitos e Responsabilidades comunidade Facilitar aprendizagem e actividades

Convidar oradores de recursos:

Facilitar viagens comunitários

secção 3: Adicionar poupanças do grupo á Escolher sessões para abordar

Poupança e Gastos actividades do clube Facilitar aprendizagem e actividades

Garantir segurança do clube

Planear empreendimentos Presentar Escolher sessões para abordar


secção 4:
Facilitar aprendizagem e actividades
planeando e orçamentando uma proposta empresarial
Fornecer oportunidade para actuais

propostas empresariais dos jovens

secção 5: Conduzir e avaliar a empresa Escolher sessões para abordar

Empreendimentos Sociais e Facilitar aprendizagem e actividades


Financeiros
Avaliar empresas e fornecer
feedback ou conectar jovens com
especialistas de empresas

11
12
Um programa eficaz exige que incorporam aulas de pelo menos as primeiras quatro secções.
É livre de misturar e combinar as atividades, garantindo que os módulos de aprendizagem
escolhidos são os mais relevantes para o seu grupo. Algumas atividades Aflateen são essenciais
para o programa:

Sessões de Aprendizagem – os participantes, quer seja numa aula formal ou numa reunião de
grupo informal, participam numa sessão de aprendizagem baseada nos módulos oferecidos
neste Manual.

Sistema de Poupança– ao longo do programa, os participantes praticam ativamente a sua


habilidade em poupar dinheiro e recursos e desenvolvem um sistema para manter o controlo do
seu uso do dinheiro.

Realizar Empreendimentos – como uma culminação de trabalhar através dos módulos de


aprendizagem, os participantes planificam e conduzem empreendimentos sociais ou financeiros
que tenham um impacto positivo na sua comunidade. O módulo 'Planificação e Orçamentação
do Teu Empreendimento' serve de guia para isto.

Uma das atividades Aflateen sugeridas aos jovens é juntarem-se à Aflateen Online (www.
aflateen.org) e à Página de Facebook Aflateen (www.facebook.com/Aflateen) Aflateen
Online facilita a exploração dos interesses que os jovens têm em relação á questões sociais e
fornece ferramentas úteis para o planeamento, orçamento e ocupação em empresas sociais e
financeiras. No Aflateen Online participantes podem aprender sobre temas sociais e financeiros
através de um jogo divertido, ganhando pontos, completando níveis, colecionando emblemas,
avançando num leaderboard competitivo e recebendo recompensas para o empenho social.
Além disso, os participantes podem partilhar as suas histórias, fotos e vídeos de sua empresa
social e financeira com outros Aflateens de todo o mundo em galerias História Aflateen e podem
partilhá-los no seu perfil de Facebook. A página Aflateen Facebook permite que os jovens
partilham a sua experiência Aflateen e receba as últimas atualizações sobre temas interessantes
relacionados com a aprendizagem social e financeiro.

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Algumas notas gerais sobre os módulos do manual de
aprendizagem e de prática:

• • As primeiras quatro secções são: Entendimento e Exploração Pessoal; Direitos


e Responsabilidades; Poupança e Gastos; ePlanificação e Orçamentação do Teu
Empreendimento.

• Cada secção é composta por sete a nove sessões e oferece planos de aula sequenciais para
o facilitador.

• Cada sessão está dividida em: Visão geral, Introdução, Explorar e Pensar, Investigar e Agir,
Refletir e Questões de Investigação/Trabalho de Projecto opcionais.
• INTRODUÇÃO
Isto fornece informações básicas sobre o tema para o facilitador, e deve ser
compartilhado brevemente com os participantes durante a lição.
• visão global
Isto fornece objetivos de aprendizagem, Materiais Necessários e Informação para o
facilitador.
• Explorar e Pensar:
Esta é a atividade inicial da sessão. Visa começar a estimular a opinião dos
participantes sobre o tema da sessão e serve como uma atividade introdutória.
• Investigar e Agir:
Esta é a atividade principal de aprendizagem para a sessão. Cada sessão oferece duas
opções para esta atividade. Salvo indicação em contrário, os Facilitadores devem
escolher apenas uma opção.
• Refletir:
Esta é a atividade final de cada sessão e comenta e consolida a aprendizagem.
• Questões de Investigação/Trabalho de Projeto:
Isto faculta uma tarefa para os participantes fazerem para se prepararem para a
próxima sessão, Ligando o tema com a sua experiência, comunidade e, finalmente, as
suas ideias empreendedoras.
• A quinta e última secção, Exemplos de Empreendimentos, oferece duas Sessões - uma
que explora Empreendimentos Sociais e uma que explora Empreendimentos Financeiros.
Estes exemplos são de empreendimentos reais que já foram concluídos pelos participantes
Aflateen. São projetadas da mesma forma como as primeiras quatro secções, porém as duas
sessões apenas têm uma opção para a atividade 'Investigar e Agir'.

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separadores da SECÇÃO
Cada secção é seperada por um seperador com uma cor que se
repete em todas as sessoés dessa secção.

Titulo da SECÇÃO

Objectivos da SECÇÃO
And eXPLoRAtIon
UndeRstAndInG
Uso
Pessoal e exploração
entendimento

seCÇÃo 02 seCÇÃo 03 seCÇÃo 04


PessoAL;

seCÇÃo 01 seCÇÃo 05
ResPonsABILIdAdes
dIReItos e

enTendImenTo pessoal dIreITos e poupança e planIfIcação e exemplos de


e exploração responsabIlIdades GasTo orçamenTação do Teu empreendImenTos
empreendImenTo socIaIs e fInanceIros
Poupança
e Gasto

Objetivos do Módulo Objetivos do Módulo


no final deste módulo, os participantes serão capazes de: no final deste módulo, os participantes serão capazes de:
Objetivos do Módulo Objetivos do Módulo Objetivos do Módulo
• Praticar o pensamento crítico na compreensão das características multiculturais da • demonstrar competências na gestão de dinheiro e no uso responsável dos recursos. no final deste módulo, os participantes devem ser capazes de:
no final deste módulo, os participantes serão capazes de: no fim deste módulo, os participantes vão ser capazes de:
sociedade e como os jovens as vivenciam, como surgem os problemas e como podem • Compreender como as suas opções de consumo têm implicações sobre a sua situação
• Familiarizar e associar-se com o programa Aflateen. ser abordados. pessoal, da sociedade e do meio ambiente. • demonstrar competências na planificação e orçamentação de um projeto complexo de • Identificar traços de sucesso dos empreendimentos sociais e Financeiros.
• Conhecer e fazer amizade com outros participantes e facilitadores, através da partilha de • Praticar o pensamento crítico na desconstrução de construções sociais e reflitir sobre equipa. • Modelar os seus próprios empreendimentos sociais ou Financeiros após outros projetos
• Comprometer-se a ter um estilo de vida responsável e sustentável através das suas
teu empreendimento
e orçamentação do
Planificação

informações pessoais e histórias. certos comportamentos e crenças da sociedade. escolhas. • Compreender como trabalhar com sucesso numa equipa para alcançar um objetivo. bem-sucedidos de Aflateen.
• Refletir sobre as suas identidades pessoais, sonhos e capacidades. • Concretizar os direitos para eles próprios e para os outros, desenvolvendo ideias para • explorar as suas próprias capacidades empreendedoras.
empreendimentos sociais ou Financeiros
• Refletir e compreender a sua relação com a família e amigos, bem como o seu papel • Fazer a diferença nas suas vidas e na sua comunidade através de um empreendimento
dentro da comunidade. social ou financeiro.
Financeiros
sociais e

Aflateen_Portuguese_2013.indd 55 11/14/13 4:36 PM Aflateen_Portuguese_2013.indd 105 11/14/13 4:37 PM Aflateen_Portuguese_2013.indd 181 11/14/13 4:38 PM
Aflateen_Portuguese_2013.indd 19 11/14/13 4:35 PM Aflateen_Portuguese_2013.indd 231 11/14/13 4:39 PM

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Páginas de Sessão
Em cada sessão, há uma página de introdução seguido por várias
páginas, incluindo as atividades. No fim de cada sessão é possível
encontrar as figuras (se houver) mencionados nas atividades.

Página de Introdução
Você vai encontrar uma página de introdução, no início de
cada sessão. Contém o título e o número de sessão, um texto
introdutório e uma visão geral da sessão.

Sessões obrigatórias são indicadas na página de introdução com


um ícone obrigatório.

01.
Entendimento e Exploração Pessoal
Icone de Sessão
Obrigatório
1.1
bem-VINDO a
aflaTeen
Trabalhar com qualquer grupo de pessoas exige a construção de
confiança e conhecer uns aos outros. Nesta sessão, vamos ajudar os
Introdução de Sessão participantes a familiarizar-se uns com os outros e introduzir-lhos
ao método de aprendizagem Aflateen. Mas o mais importante é que
não se esqueça de se divertir e estabelecer um bom ambiente para
o programa Aflateen!

objeTIvos de aprendIzaGem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:

1. Identificar o seu facilitador e pelo menos quatro outros participantes pelo nome.
2. Descrever o movimento Aflateen pelas suas próprias palavras.

Resumo De Sessão 3. Descrever as regras básicas para o seu grupo Aflateen.

Objetivos e Aprendizagem aprendIzaGem chave

Chave • Os participantes fazem agora parte do Aflateen, um grupo mundial de jovens que se dedicam a fazer uma
mudança positiva.
• Aflateen é um programa interativo para que os jovens ganhem competências financeiras e de vida.
• Aflateen é o grupo dos participantes. Podem sentir-se seguros em partilhar os seus pensamentos e sentimentos
uns com os outros e com o seu facilitador.

21

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16
SUB-SECÇÃO pagina
SUB-SECÇÃOs de cada sessão são representados por três ícones:
Explorar e pensar, investigar e agir, Refletir.

Explorar e Pensar: Investigar e Agir: Refletir:

Para cada ATIVIDADE pode encontrar uma estimativa do tempo necessário


para completá-lo.

Materiais Necessários
• Início: Três folhas de papel com as palavras "Concordo", "Discordo" e "Não tenho a certeza".
• Opção 1: Frases preparadas a partir de sua própria experiência familiar para usar como um
exemplo.
• Opção 2: Cartas de Cargo (ver instruções por baixo).

Resumo da sessão • Reflete: Fotos de participantes de outro grupo Aflateen a representar uma cena, usando a
técnica de Teatro de Imagens (opcional).
Materiais e
Informações para o facilitador
informações para • Torne divertido o "Vota com os teus pés", usando uma folha de papel enrolada como microfone
e agindo como um apresentador de talk show.
Facilitadores • Preparar as Cartas de Cargo para a Opção 2 em antecedência. Em cada cartão, escreva um papel
que encontramos normalmente numa família. Prepare um cartão para cada membro da família/
agregado familiar (por exemplo, mãe, pai, filho, filha, tutor, padrasto, tio, tia, avô, avó, etc.).

explorar e pensar:
SUB-SECÇÃO Icon

Início: Vota com os teus pés


actividade
Método
Estimativa de tempo, 1. Coloque os sinais "Concordo", "Discordo" e "Não tenho a certeza" em três paredes da sala de
aula (ou nas costas de três cadeiras posicionadas pela sala de aula).
nome e método 2. Leia uma das seguintes afirmações aos participantes e peça-lhes para irem para o sinal
relevante, dependendo se concordam ou discordam com a afirmação ou não têm a certeza.
• Os pais não entendem os problemas com que lidamos.
• A minha família é mais importante do que os meus amigos.
3. Acompanhe isto, pedindo a alguns dos participantes para explicarem as suas decisões. Lembre-
os de que não existem respostas certas ou erradas e que é bom discordarem dos seus amigos.

InvesTIGar e aGIr:
Escolha uma das seguintes atividades:

Opção 1: Frases da Família

Método
1. Peça para formarem grupos de cinco a sete participantes.
2. Dê a cada grupo uma folha de papel e caneta e peça-lhes para fazerem uma lista de frases
(positivas e negativas) que os pais/cuidadores costumam dizer aos seus filhos. As frases podem
estar relacionadas com dinheiro, namoro, tarefas, as regras da casa, escola, amigos, etc.
Mostre-lhes a sua lista de frases de família como exemplo.
3. Dê-lhes cinco minutos para comporem as suas listas e, em seguida, peça a cada grupo para
partilhar as suas frases. Pergunte aos participantes o que pensam que leva os pais/cuidadores a
dizerem essas frases e como essas frases os fazem sentir.

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17
18
AND EXPLORATION
UNDERSTANDING
USO
Pessoal e Exploração
Entendimento
PESSOAL;
SECÇÃO 01

Entendimento Pessoal
e Exploração

Objetivos do Módulo
No final deste módulo, os participantes serão capazes de:

• Familiarizar e associar-se com o programa Aflateen.


• Conhecer e fazer amizade com outros participantes e facilitadores, através da partilha de
informações pessoais e histórias.
• Refletir sobre as suas identidades pessoais, sonhos e capacidades.
• Refletir e compreender a sua relação com a família e amigos, bem como o seu papel
dentro da comunidade.
A autoconfiança é essencial para os jovens que querem tornar-se num agente de mudança
dentro das suas comunidades. Os jovens são incentivados para um maior auto-conhecimento
e confiança de que eles podem realizar os seus objetivos e ter sucesso. Eles recebem o
espaço para explorar valores, tanto individualmente como por meio da interação com os
pares. Enquanto parte desse processo, eles são incentivados a se expressarem criativamente.

Esta é também a idade em que os jovens passam de criança á jovem adulto – e as tensões
que surgem enquanto lidam com a sua autonomia, identidade, valores e até mudanças
físicas, é a altura ideal para mais auto-reflexão, compreensão e exploração pessoal

Este módulo contém secções destinadas à apresentação dos seus participantes uns aos
outros e ao programa Aflateen. Isto será muito útil, porque eles vão experimentar o
programa juntos e terão de criar laços, amizade e confiança. Pretende também iniciar o
processo de exploração dos participantes, iniciando com eles e aqueles que os rodeiam. Eles
terão a oportunidade de partilhar e refletir sobre as suas vidas e as vidas de pessoas mais
próximas.
01.
Entendimento e Exploração Pessoal
1.1
Bem-vindo a
Aflateen
Trabalhar com qualquer grupo de pessoas exige a construção de
confiança e conhecer uns aos outros. Nesta sessão, vamos ajudar os
participantes a familiarizar-se uns com os outros e introduzir-lhos
ao método de aprendizagem Aflateen. Mas o mais importante é que
não se esqueça de se divertir e estabelecer um bom ambiente para
o programa Aflateen!

Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:

1. Identificar o seu facilitador e pelo menos quatro outros participantes pelo nome.
2. Descrever o movimento Aflateen pelas suas próprias palavras.
3. Descrever as regras básicas para o seu grupo Aflateen.

Aprendizagem chave

• Os participantes fazem agora parte do Aflateen, um grupo mundial de jovens que se dedicam a fazer uma
mudança positiva.
• Aflateen é um programa interativo para que os jovens ganhem competências financeiras e de vida.
• Aflateen é o grupo dos participantes. Podem sentir-se seguros em partilhar os seus pensamentos e sentimentos
uns com os outros e com o seu facilitador.

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Materiais Necessários
• Opção 2: Vendas nos Olhos (opcional); Plano da pista de obstáculos (fotografia ou ilustração);
fotografia de um participante vendado a atravessar a pista de obstáculos.
• Refletir: Papel e canetas para o Contrato Aflateen; fotografias de um exemplo de contrato
Aflateen e de participantes a assinarem o contrato Aflateen.
• Geral: Diários pessoais para todos os participantes (opcional).

Informações para o facilitador


• Pense sobre quais são as informações e conhecimentos adicionais que tem, enquanto
facilitador, que gostaria de saber para ensinar nesta sessão.
• Escreva por palavras suas o que é Aflateen e a razão de ser importante para si. Praticar
partilhando isso com um amigo antes do início da sessão.
• Pense sobre quais são as informações e conhecimentos que você, enquanto facilitador, precisa
de saber para ensinar esta Sessão.
• Atenção as suas expectativas do grupo que irá adicionar ao Contrato Aflateen.
• Prepare uma história pessoal de um momento em que se tenha juntado a um grupo novo
para partilhar com o seu grupo. Inclua coisas como: como se sentiu, o que fez para construir
confiança e entendimento, etc.
• Chegue cedo para encontrar os participantes e conhecê-los. Aprenda os seus nomes e alguns
dos seus objetivos.

Explorar e Pensar:

Início: Toma uma posição

Método
1. Comece por apresentar Aflateen de uma forma entusiástica e energética para obter a atenção
dos participantes para o programa.
2. Informe os participantes que Aflateen é um programa interativo onde aprenderão competências
financeiras e de vida que irão ajudá-los a melhorar o seu futuro. Saliente que Aflateen é
diferente da escola e que irão trabalhar como uma equipa e encontrar soluções em conjunto.
3. Apresente aos participantes ao "Explorar e Pensar" e explique que vão começar cada sessão
Aflateen com uma atividade "Explorar e Pensar" para aquecer as suas mentes e levá-los a
pensar sobre o tema do dia.
4. Em seguida, apresente ao grupo a atividade "Toma uma posição". Diga-lhes que vão ouvir uma
afirmação e que precisam de decidir se concordam ou não com ela e depois partilham as suas
razões. Lembre-os de que não existem respostas certas ou erradas e que é bom discordarem
dos seus amigos.
Afirmações:
• As pessoas da minha idade podem fazer uma mudança nas suas comunidades.
• Qualquer um pode alcançar os seus objetivos se trabalharem muito.
5. Leia uma das seguintes afirmações. Peça aos participantes para fecharem os olhos para que não
possam ver as respostas dos seus amigos e diga-lhes para colocarem as suas mãos sobre as suas
cabeças, se concordarem com a afirmação, ou de joelhos se não concordarem.
6. Em seguida, peça-lhes para explicarem as suas respostas e peça-lhes perguntas suplementares.
Mantenha a discussão enquanto os participantes estão envolvidos e interessados​​.

22
Investigar e Agir:

01.
Entendimento e Exploração Pessoal
Escolha uma das seguintes actividades. Ter em atenção que a Opção 1 trabalha melhor com
participantes que não se conhecem muito bem uns aos outros, enquanto Opção 2 trabalha melhor
com participantes que conhecem muito bem uns aos outros. Participe na actividade para mostrar
aos participantes que é um membro do grupo e não apenas o “facilitador”.

Opção 1: Conhecer-te
Atenção: Se está a lidar com um grupo grande, pode ser melhor dividir os participantes em
pequenos grupos em vez de pares, e mandar-lhos partilhar o que consideram a coisa mais
interessante que descobriram durante as suas entrevistas.

Método

1. Comece por partilhar estes três conselhos para uma comunicação forte:
• Vão para algum lado onde possam ter uma conversa privada.
• Respeitem o que o vosso colega tem a dizer-vos. Façam muitas perguntas e tentem ouvir
mais do que falar.
• Estabeleçam um forte contacto visual com vosso colega. Acenem com a cabeça, sorriam
e mostrem ao vosso colega que vocês se importam realmente com o que ele tem a dizer.
Façam contacto corporal, como colocar a mão no ombro, se sentem-se confortáveis com
isso.
2. Em seguida, ponha os participantes em pares e peça-lhes para se entrevistarem durante cinco
minutos cada um, tendo em mente os três conselhos que acabou de mencionar. Sugira-lhes
questões como:
• Onde cresceste?
• Que tipo de carreira e queres?
• Qual é a coisa que mais ninguém no grupo sabe sobre ti?
• O que queres aprender no Aflateen?
3. Após 10 minutos, junte o grupo.
4. Peça aos participantes para apresentarem o seu colega ao grupo e partilharem o que
aprenderam sobre os seus colegas.

Perguntas guia para depois da atividade


• Como se sentiram durante a atividade?
• Houve momentos em que sentiram medo ou desconforto na partilha de informação? Como
superaram esses sentimentos?
• Podem dizer o nome de duas outras pessoas no grupo e partilhar algo que aprenderam sobre
eles?

Opção 2: Caminhada da Confiança

Método
1. Peça aos participantes para formarem pares e atribua um participante como A e outro como B.
2. Oriente o grupo através da pista que configurou e explique quaisquer obstáculos ou instruções
especiais. Mostre-lhes os exemplos de fotografias ou ilustrações da pista de obstáculos e as
dos participantes que fizeram parte de uma Caminhada da Confiança.
3. Dê aos pares dois minutos para criarem uma estratégia, incentivando-os a encontrar maneiras
para ultrapassar a pista com sucesso e de forma a que se sintam confortáveis.
4. Peça aos A para colocar uma venda (se estiver a usar) ou para fechar os olhos. Em seguida,
peça aos B para orientar os A durante o percurso.
5. Troque os papéis para que os A orientem os B, desta vez a partir da outra extremidade do
percurso, de modo a que os B não possam "andar" por memória.

23
6. Se apenas um par poder passar de cada vez, os outros participantes devem incentivar e ajudar o
par que se encontra no percurso.
Perguntas guia para depois da atividade
• Como se sentiram durante a atividade?
• O que é que os pares fizeram para tornar o percurso mais fácil ou difícil para completar a
atividade.
• Houve momentos em que se sentiram medo ou desconforto ao participar na Caminhada da
Confiança? Como superaram esses sentimentos?
• A vossa confiança no vosso colega/grupo tornou-se mais forte? Porquê/Por que não?
• O que é que o grupo pode fazer mais para incentivar a confiança

REFLETir
Método

1. Comece por explicar o Contrato Aflateen ao grupo, informando-os de que a adesão ao Aflateen
é uma escolha e não algo que têm que fazer. Lembre-os de que, ao assinar o contrato, eles
juntam-se aos muitos membros Aflateen de países de todo o mundo, abrangendo todos os
maiores continentes. Mostre-lhes as fotos de um exemplo de Contrato Aflateen e de outros
participantes que assinam o seu contrato Aflateen.
2. Saliente que, ao assinar o contrato Aflateen, todos os facilitadores e os participantes concordam
com todos os seus termos.
3. Uma vez que o Aflateen é para os jovens, serão eles os únicos que irão projetar o Contrato
Aflateen. Assim, peça ao grupo para partilhar o que espera dos facilitadores e participantes
Aflateen.
4. Arranje uma folha de papel e escreva 'Contrato Aflateen' no topo da página. Escreva as
sugestões dos participantes sobre o Contrato Aflateen e incentive todos os membros do grupo
a partilhar as suas ideias. As palavras podem incluir: respeito, participação, pontualidade, etc.
Deixe que os participantes escolham as suas próprias palavras, mostrando-lhes que Aflateen é o
SEU programa.
5. Explique algumas das suas próprias expectativas.
6. Peça aos participantes para adicionar, mudar e discutir algo sobre o Contrato Aflateen.
7. Assine o Contrato Aflateen à frente dos participantes para mostrar que está comprometido com
o grupo.
8. Em seguida, convide os participantes a assinarem o Contrato Aflateen e dê-lhes as boas-vindas
ao Aflateen!
9. Depois de todos terem assinado o Contrato Aflateen, comente durante aproximadamente cinco
minutos as principais lições aprendidas com a Sessão:
• Os participantes fazem agora parte do Aflateen, um grupo mundial de jovens que se dedicam
a fazer uma mudança positiva.
• Aflateen é um programa interativo para que os jovens ganhem competências financeiras e de
vida.
• Aflateen é o grupo dos participantes. Podem sentir-se seguros em partilhar os seus
pensamentos e sentimentos uns com os outros e com o seu facilitador.

Questões de investigação para a próxima sessão


Incentive os participantes a fazerem aos seus amigos e familiares as seguintes perguntas, como
preparação para a próxima sessão: Quem Sou Eu?

• Quais são, na tua opinião, os meus pontos fortes?


• Como é que imaginas que vou ser daqui a 5 anos.

24
01.
Entendimento e Exploração Pessoal
1.2
Quem Sou Eu?
A adolescência é uma fase difícil na vida de todos. Passamos de
crianças para jovens adultos, embora não saibamos muito bem o
que é que isso significa. As emoções fortes são libertadas como
resultado das diferentes tensões nas nossas vidas e na nossa busca
por respostas.

Esta sessão ajuda os participantes a refletirem sobre os diferentes


acontecimentos e pessoas que influenciaram o seu sentido do eu. A
sessão dará aos participantes uma oportunidade para identificarem
os seus pontos fortes, a aceitarem quem são e pensarem sobre a
pessoa que se querem tornar.

Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:

1. Citar e descrever pelo menos dois dos seus pontos fortes.


2. Citar e descrever pelos três acontecimentos importantes que tenham influenciado a sua identidade.
3. Descrever a pessoa que querem ser daqui a cinco anos.

Aprendizagem chave

• Somos influenciados por todos os acontecimentos que vivemos. Podemos construir as nossas experiências
positivas e podemos ultrapassar as experiências negativas e tornarmo-nos mais fortes.
• Os pontos fortes são qualidades positivas que nos fazem quem somos. Todos nós temos pontos fortes e é
importante para nós reconhecê-los.
• Não podemos controlar tudo, mas podemos influenciar o tipo de pessoa que nos tornaremos no futuro

25
Materiais Necessários
• Início: Três folhas de papel, cada uma com uma das perguntas de 'Explorar e Pensar'.
• Opção 1: Papel e canetas (uma por participante); linha de tempo do facilitador (para mostrar
como um exemplo).
• Opção 2: Papel e canetas (uma por participante)

Informações para o facilitador


• Prepare alguns exemplos retirados da comunidade local ou de heróis nacionais que conseguiram
superar o seu passado para ter sucesso.
• Prepare com antecedência a sua linha de tempo para partilhar como exemplo durante a Opção 1

Explorar e Pensar:

Início: Debate em Silêncio


Atenção: Para grupos com baixa alfabetização, é aconselhável usar a atividade “Vota com os teus
pés” em vez deste. “Vota com os teus pés” está descrita na Sessão 1.3, “A Minha Família”, “Explorar e
Pensar” página 30 e no Guia de Atividades

Método
1. Comece por explicar que, nesta sessão, o grupo vai explorar quem são, de onde vieram e para
onde estão a ir na vida.
2. Informe os participantes que colocou três folhas de papel à volta da sala e que cada folha tem
uma pergunta escrita:
3. O que é mais importante, o nosso passado ou o nosso futuro? Porquê?
4. Qual é um dos vossos pontos fortes?
5. Será que todos têm a capacidade de serem felizes na vida? Porquê/ Por que não?
6. Peça aos participantes para caminharem pela sala e escreverem as suas respostas para cada
questão na folha. Informe o grupo que também podem responder por escrito às respostas dos
outros participantes.
7. Lembre-os de que não existem respostas certas ou erradas e incentive o debate, dizendo aos
participantes que podem desafiar-se.
8. Mantenha o 'Debate em Silêncio' enquanto os participantes estão envolvidos e interessados.
9. Comente as respostas dos participantes e peça-lhes para explicarem as suas respostas e darem
exemplos.

26
Investigar e Agir:

01.
Entendimento e Exploração Pessoal
Escolha uma das opções abaixo

Opção 1: Linha de tempo

Método
1. Dê a cada participante uma folha de papel e caneta. Peça-lhes para desenharem uma longa
linha reta pelo seu papel e dividi-lo em anos para representar as suas diferentes idades desde o
nascimento até à sua idade atual. Mostre-lhes a sua linha de tempo como um exemplo.
2. Em seguida, peça aos participantes para escreverem ou desenharem os acontecimentos mais
importantes das suas vidas na linha. Podem ser acontecimentos positivos e negativos. Por
exemplo: começar a escola, viagens de férias, estar com o coração partido, etc.
3. Peça aos participantes para partilharem as suas linhas de tempo.

Perguntas guia para depois da atividade


• Quais são alguns dos acontecimentos positivos que são comuns nas linhas de tempo?
• Quais são alguns dos acontecimentos negativos?
• Como é que esses acontecimentos moldaram quem vocês são hoje?
• Como é que esses acontecimentos vão moldar quem se vão tornar no futuro?

Opção 2: Para Mim Mesmo

Método
1. Pergunte aos participantes sobre a pessoa que eram há cinco anos atrás. Obtenha um equilíbrio
de comentários positivos e negativos.
2. Pergunte aos participantes sobre a pessoa que gostariam de ser daqui a cinco anos. Faça
algumas das seguintes perguntas:
• Quais são algumas das mudanças que querem fazer?
• Quais são alguns dos obstáculos que irão enfrentar? Como vão lidar com eles?
• Que sacrifícios vão ter que fazer?
3. Dê a cada participante uma folha de papel e caneta. Peça-lhes para trabalharem sozinhos para
comporem uma carta para os seus futuros 'eus'.
4. Partilhe algumas das seguintes perguntas para ajudar os participantes a escreverem as suas
cartas:
• Quais são algumas das vossas qualidades de que estão orgulhosos e querem manter no
futuro?
• Quais são algumas coisas sobre vocês que querem mudar para se tornarem a pessoa que
querem ser?
• Que tipo de pessoa querem ser? Que tipos de relações vão ter? O que vão fazer para se
divertirem? Que trabalho vão ter?
5. Dê aos participantes 10 minutos para comporem a sua carta.
6. Pergunte aos participantes se foi fácil ou difícil escrever a carta e incentive-os a lerem as suas
cartas ao grupo.
7. Peça aos participantes para guardarem as suas cartas num lugar seguro, para que possam olhar
para elas daqui a cinco anos.

27
REFLETIR

Atividade: Círculo dos pontos fortes


Atenção: Diga aos seus participantes como os seus pontos fortes o fazem sentir enquanto
facilitador por exemplo: “Indra, vi-te hoje a ajudar um dos teus amigos antes da aula. Isso mostra-
me que és uma amiga atenciosa. Sinto-me orgulhoso por te ter na nossa turma.”

Método
1. Peça aos participantes para formarem um círculo.
2. Comece por explicar o significado de "pontos fortes", dizendo ao grupo que os pontos fortes
são as qualidades positivas que fazem de nós quem somos, são as qualidades que nos ajudaram
a passar por todos os acontecimentos positivos e negativos nas nossas vidas e nos ajudaram a
tornarmo-nos na pessoa que somos hoje. Saliente que todos têm pontos fortes.
3. Em seguida, peça aos participantes para fecharem os olhos e pensarem num dos seus pontos
fortes.
4. Depois de alguns minutos, peça a dois ou três participantes para partilharem os seus pontos
fortes com o grupo. Use algumas das seguintes perguntas:
• Como é que se chama este ponto forte?
• Por que é importante para vocês?
• Onde/quando na vossa vida usam os vossos pontos fortes?
5. Convide um voluntário para o meio do círculo e incentive os outros participantes a elogiarem os
pontos fortes que a pessoa anteriormente destacou, bem como quaisquer outros. Se necessário,
tome a iniciativa, elogiando o aluno.
6. Peça aos participantes para formarem pares e se revezarem, elogiando os pontos fortes de uns
e outros. Incentive-os a fazerem contacto visual com a pessoa que estão a elogiar e a serem
muito específicos.
7. Tenha 10 minutos para esta atividade e depois comente durante aproximadamente cinco
minutos as principais lições aprendidas com a sessão:
• Somos influenciados por todos os acontecimentos que vivemos. Podemos construir as nossas
experiências positivas e podemos ultrapassar as experiências negativas e tornarmo-nos mais
fortes.
• Os pontos fortes são qualidades positivas que nos fazem quem somos. Todos nós temos
pontos fortes e é importante para nós reconhecê-los.
• Não podemos controlar tudo, mas podemos influenciar o tipo de pessoa que nos tornaremos
no futuro. Lembre-se de destacar exemplos da comunidade e peça aos jovens para pensarem
noutros exemplos.

Questões de investigação para a próxima sessão


Incentive os participantes a fazerem aos seus amigos e familiares as seguintes perguntas, como
preparação para a próxima sessão: A Minha Família

• Quais são alguns tipos diferentes de "famílias" com as quais crianças podem crescer?
• Qual é a melhor maneira de lidar com um conflito ou discussão?

28
01.
Entendimento e Exploração Pessoal
1.3
A Minha Família
À medida que envelhecemos, a nossa relação com as nossas
famílias torna-se, muitas vezes, mais complexa. Lutamos entre
o papel de ser "criança" de alguém e tornarmo-nos pessoas
independentes. À medida que buscamos a liberdade, os nossos pais
reagem, muitas vezes, aumentando a sua autoridade e controlo.

Nesta sessão, vamos discutir diferentes tipos de famílias, diferentes


fontes de conflitos no seio das famílias, frustrações que os jovens
possam sentir e pensar em maneiras de resolver esses conflitos.

Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:

1. Identificar os diferentes papéis nas suas famílias.


2. Identificar fontes de conflito nas suas famílias e formas de resolver conflitos.
3. Descrever diferentes tipos de famílias.

Aprendizagem chave

• Cada família é única. As famílias, tal como as pessoas, são todas diferentes e estão sempre a mudar.
• O conflito com os membros da família é normal. É importante que os membros da família tentem entender-se
para resolverem o conflito e se apoiarem mutuamente.
• Cada membro da família tem papéis e responsabilidades diferentes. É importante lembrar isso nos momentos
de conflito familiar e de celebração.

29
Materiais Necessários
• Início: Três folhas de papel com as palavras "Concordo", "Discordo" e "Não tenho a certeza".
• Opção 1: Frases preparadas a partir de sua própria experiência familiar para usar como um
exemplo.
• Opção 2: Cartas de Cargo (ver instruções por baixo).
• Reflete: Fotos de participantes de outro grupo Aflateen a representar uma cena, usando a
técnica de Teatro de Imagens (opcional).

Informações para o facilitador


• Torne divertido o "Vota com os teus pés", usando uma folha de papel enrolada como microfone
e agindo como um apresentador de talk show.
• Preparar as Cartas de Cargo para a Opção 2 em antecedência. Em cada cartão, escreva um papel
que encontramos normalmente numa família. Prepare um cartão para cada membro da família/
agregado familiar (por exemplo, mãe, pai, filho, filha, tutor, padrasto, tio, tia, avô, avó, etc.).

Explorar e Pensar:

Início: Vota com os teus pés

Método
1. Coloque os sinais "Concordo", "Discordo" e "Não tenho a certeza" em três paredes da sala de
aula (ou nas costas de três cadeiras posicionadas pela sala de aula).
2. Leia uma das seguintes afirmações aos participantes e peça-lhes para irem para o sinal
relevante, dependendo se concordam ou discordam com a afirmação ou não têm a certeza.
• Os pais não entendem os problemas com que lidamos.
• A minha família é mais importante do que os meus amigos.
3. Acompanhe isto, pedindo a alguns dos participantes para explicarem as suas decisões. Lembre-
os de que não existem respostas certas ou erradas e que é bom discordarem dos seus amigos.

Investigar e Agir:
Escolha uma das seguintes atividades:

Opção 1: Frases da Família

Método
1. Peça para formarem grupos de cinco a sete participantes.
2. Dê a cada grupo uma folha de papel e caneta e peça-lhes para fazerem uma lista de frases
(positivas e negativas) que os pais/cuidadores costumam dizer aos seus filhos. As frases podem
estar relacionadas com dinheiro, namoro, tarefas, as regras da casa, escola, amigos, etc.
Mostre-lhes a sua lista de frases de família como exemplo.
3. Dê-lhes cinco minutos para comporem as suas listas e, em seguida, peça a cada grupo para
partilhar as suas frases. Pergunte aos participantes o que pensam que leva os pais/cuidadores a
dizerem essas frases e como essas frases os fazem sentir.

30
Perguntas guia para depois da atividade

01.
• Como se sentiram durante a atividade?

Entendimento e Exploração Pessoal


• Quais são algumas das coisas positivas e negativas que os nossos familiares nos dizem? Como
é que isso nos faz sentir?

Opção 2: Reunião de Família

Método
1. Entregue aleatoriamente as Cartas de Cargo aos participantes
2. Chame um número entre três e sete e peça aos participantes para formarem grupos desse
tamanho. Diga-lhes que o seu grupo é agora uma "família" ou "lar".
3. Peça aos participantes para olharem para as suas cartas e explique que representam agora um
determinado membro da família/lar.
4. Peça aos participantes para discutirem alguns pontos fortes e algumas fontes de conflito que
podem vir a surgir na sua “família”/”lar”
5. Continue com a atividade enquanto os participantes estiverem envolvidos ou interessados​​ e,
em seguida, se o tempo permitir, repita a atividade com um cartão e um número diferente para
cada participante.

Perguntas guia para depois da atividade


• Como se sentiram durante a atividade?
• Quais são algumas das fontes de conflito nas nossas famílias?
• O que podemos fazer para resolver o conflito?
• Como reagiria uma criança a esses conflitos?
• Como é que um jovem adulto reage a esses conflitos?
• Quais são algumas das diferentes estruturas familiares nas nossas comunidades? Que outras
estruturas familiares podem existir noutras comunidades?

Refletir

Atividade: Teatro de Imagens


Atenção: É importante que cada membro do grupo participe nesta atividade.

Método
1. Forme três grupos de tamanhos iguais.
2. Explique que, nesta atividade, os participantes vão representar uma cena usando a técnica de
Teatro de Imagens. Esta técnica exige que usem apenas os seus corpos (por exemplo, expressões
faciais e linguagem corporal) e não as suas vozes. Lembre os participantes dos conselhos para
uma comunicação eficaz da Sessão 1.1. Incentive os participantes a demonstrarem as suas
competências nas suas encenações.
3. Mostre ao grupo algumas fotos de participantes de outro grupo Aflateen a representarem uma
cena usando a técnica do Teatro de Imagens (se for necessário).
4. Peça a cada grupo para apresentarem uma cena típica de família usando a técnica. Isto pode
incluir:

31
• Uma noite normal em casa.
• Uma discussão sobre dinheiro em casa.
• Uma situação em que a família está a comemorar.
5. Dê-lhes três minutos para praticarem a sua cena e, em seguida, peça a cada grupo para
desempenharem para o resto dos participantes. Uma vez que tenham terminado, peça a cada
grupo para representar a sua cena para o resto dos participantes.
6. Acompanhe com algumas das seguintes questões:
Quais são os diferentes papéis que viram na encenação? Como é que esta situação é semelhante ou
diferente de situações na vossa própria casa?

Em situações em que houve conflito, que conselho dariam aos personagens?

Por que é importante comemorar feriados, eventos especiais e conquistas com as nossas famílias?
Como podem contribuir para tais celebrações?

7. Tenha 10 minutos para esta atividade e depois comente durante aproximadamente cinco
minutos as principais lições aprendidas com a sessão:
• Cada família é única. As famílias, tal como as pessoas, são todas diferentes e estão sempre a
mudar.
• O conflito com os membros da família é normal nesta idade. É importante relembrar-se disso
nos momentos de conflito familiar e de celebração.
• Cada membro da família tem um papel e responsabilidades diferentes. É importante lembrar
isso nos momentos de conflito familiar e de celebração.

Questões de investigação para a próxima sessão


Incentive os participantes a fazerem aos seus amigos e familiares as seguintes perguntas, como
preparação para a próxima sessão: Os meus amigos

• O que é um bom amigo?


• O que é a pressão dos pares?

32
01.
Entendimento e Exploração Pessoal
1.4
Os meus amigos
As amizades são das relações mais importantes que temos na
vida, especialmente durante a adolescência. Os nossos colegas
estão a passar por experiências semelhantes, o que nos ajuda a
entendermo-nos melhor.

Esta sessão ajuda os participantes a refletirem sobre a influência


que os amigos têm nas suas vidas e dá-lhes algumas ferramentas
para os ajudarem a construir relações saudáveis. Além disso, pode
ajudar os participantes a refletirem sobre o tipo de amigo que
querem ser para os seus colegas.

Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:

1. Definir uma relação saudável e não saudável.


2. Identificar formas positivas e negativas de pressão dos pares.
3. Descrever as formas de enfrentar a pressão dos pares.

Aprendizagem chave

• Os nossos amigos são muito importantes, especialmente porque estamos a passar por muitas mudanças nas
nossas vidas.
• As nossas relações influenciam os nossos comportamentos e afetam os nossos futuros. As relações positivas
influenciam-nos a fazer escolhas saudáveis e as relações negativas influenciam-nos a fazer escolhas não
saudáveis.
• Podemos escolher os nossos amigos.

33
Materiais Necessários
• Opção 1: Sistema de áudio (opcional); fotos de outros grupos Aflateen cantando e apagando
músicas das suas listas.
• Refletir: Fotos de grupos a cantarem sobre a sua coisa favorita.

Informações para o facilitador


• Prepare a sua própria canção sobre a amizade para cantar aos participantes. Divirta-se e mostre
aos participantes que faz parte do grupo!
• Prepare alguns exemplos de relações saudáveis ​​e não saudáveis ​​da sua vida e alguns que ache
típicos para os seus participantes.

Explorar e Pensar:

Início: Cenário

Método
1. Leia o seguinte cenário sobre um jovem que enfrenta um desafio típico para o grupo e peça-lhes
para darem conselhos, como se estivessem a falar com um amigo:
Joseph e Abraham têm 17 anos e são amigos desde que se lembram. Ultimamente, Abraham
tem saído com um grupo diferente dos amigos, que fumam e gozam com outras pessoas. Joseph
sente-se muito próximo de Abraham e não quer perder a sua amizade, mas Joseph não gosta de
estar com os novos amigos de Abraham. Qual o melhor conselho que podem dar ao Joseph?
2. Discuta com os jovens a ideia de que alguns relações são saudáveis​​, enquanto outras são não
saudáveis. Alguns fazem-nos mais fortes, mais felizes e saudáveis, enquanto outros podem
fazem-nos tristes, tensos ​​ou ensinam-nos maus hábitos.

Investigar e Agir:
Escolha uma das seguintes atividades:

Opção 1: Canta-me uma canção sobre a amizade


Atenção: Se os participantes não conseguirem pensar em nenhuma canção sobre a amizade, ou se
houver um empate no final da atividade, peça-lhes para criarem as suas próprias canções sobre a
amizade e façam um espetáculo de talentos para determinarem os vencedores.

Se tiver um aparelho de som, pode optar por tocar alguns exemplos de canções sobre a amizade
para o grupo..

Método 
1. Peça para formarem grupos de cinco a sete participantes.
2. Dê a cada grupo uma folha de papel e caneta. Peça-lhes para fazerem uma lista do maior
número de canções sobre a amizade possível em cinco minutos. Podem ser canções pop, rimas,
canções folclóricas, etc.
3. Em seguida, peça a um grupo para cantar algumas linhas de uma canção da sua lista. Se outro
grupo tiver também essa canção, devem riscá-la da sua lista.

34
4. Repita o processo até que todas as canções listadas tenham sido cantadas.

01.
5. O grupo com a maioria das canções não riscadas na sua lista ganha.

Entendimento e Exploração Pessoal


Perguntas guia para depois da atividade
• O que é que essas canções dizem sobre a amizade?
• Por que acham que as pessoas gostam dessas canções?
• Quais são as canções que têm uma mensagem com a qual concordam e por quê?
• O que podem fazer se estiverem numa relação não saudável?
• Como podem ser um bom amigo para os outros?

Opção 2: Relações saudáveis e não saudáveis

Método
1. Peça para formarem grupos de cinco a sete participantes e dê-lhes uma folha de papel e caneta.
2. Explique aos participantes que vai ler vários exemplos de amizades e que terão de decidir, com
o seu grupo, se é uma relação saudável ou não e explicar porquê. Relembre os grupos que não
existem respostas certas ou erradas.
3. Dê aos grupos aproximadamente um minuto para discutirem os exemplos de relações.
4. Peça a cada grupo para partilhar as suas decisões sobre se a relação é saudável ou não com o
resto dos participantes e dar as suas razões.
5. Use estes exemplos listados abaixo ou os seus próprios, se tiver preparado alguns:
• O vosso amigo faz-vos sentir bem convosco próprios.
• O vosso amigo não quer que sejam amigos de ninguém.
• Gastam o vosso dinheiro todo quando estão com o vosso amigo.
• O vosso amigo pressiona-vos a estudarem para os exames.
• O vosso amigo pressiona-vos a terem namorado/namorada.
• O vosso amigo nunca conheceu os vossos pais.
• O vosso amigo só fala sobre ele e nunca faz perguntas sobre a vossa vida.
• O vosso amigo faz o que vocês dizem.
• O vosso amigo rouba comida de uma loja e dá-vos.
• O vosso amigo está lá sempre para vocês, mesmo nos momentos difíceis.
6. Se o tempo permitir, peça aos participantes para fazerem uma lista de qualidades nas relações
saudáveis ​​e não saudáveis​​.

Perguntas guia para depois da atividade


• Por que é que é importante ter amigos?
• Como é que os nossos amigos nos influenciam positivamente? Como é que os nossos amigos
nos influenciam negativamente?
• Quais são as qualidades mais importantes num amigo?
• O que podem fazer se estiverem numa relação não saudável?
• Como podem ser um bom amigo para os outros?

35
Refletir

Atividade: Pressão dos pares

Método
1. Peça aos participantes para caminharem pela sala de aula em silêncio.
2. Diga aos participantes que vão chamar uma categoria de "favoritos" (veja as sugestões abaixo)
e que depois disso, terão que começar a cantar sobre a sua coisa favorita da categoria e formar
grupos com participantes que partilhem da mesma coisa (os quem estiverem a cantar a mesma
coisa que eles). Saliente aos participantes que é importante que façam as suas próprias escolhas
e não sigam apenas os seus amigos.
3. As categorias de "favoritos" sugeridas podem incluir: Equipas de desporto, músico/banda, cor,
comida, cinema, profissão, programa de TV ou de rádio, disciplina na escola, etc.
4. Após três minutos, faça ao grupo algumas das seguintes perguntas:
• Como se sentiram ao fazerem parte de um grande grupo? Como se sentiram ao estarem
sozinhos ou longe dos vossos amigos?
• Será que alguém sentiu a pressão de juntar-se a um grupo, mesmo que não tenha sido a sua
coisa favorita.
• Como sentiram a experiência de pressão dos pares? Quais são alguns exemplos de pressão
que já viveram?
• Como é que se sentem depois de terem passado por uma experiencia de pressão dos pares?
5. Tenha 10 minutos para esta atividade e depois comente durante aproximadamente cinco
minutos as principais lições aprendidas com a sessão:
• Os nossos amigos são muito importantes, especialmente porque estamos a passar por muitas
mudanças nas nossas vidas.
• As nossas relações influenciam os nossos comportamentos e afetam os nossos futuros.
As relações positivas influenciam-nos a fazer escolhas saudáveis e as relações negativas
influenciam-nos a fazer escolhas não saudáveis.
• Podemos escolher os nossos amigos.

Questões de investigação para a próxima sessão


Incentive os participantes a fazerem aos seus amigos e familiares as seguintes perguntas, como
preparação para a próxima sessão: A Minha Própria Beleza

• O que torna alguém bonito?


• Conseguem pensar em alguém que tenha uma ideia diferente de beleza da vossa?

36
01.
Entendimento e Exploração Pessoal
1.5
A Minha
Própria Beleza
Enquanto estamos a procura de identidade, estamos
sobrecarregados com imagens do que é considerado atraente,
fixe e bonito. As nossas colegas, famílias e a comunicação social
moldam a nossa ideia do que é bonito. Isto influencia o modo
como nos vestimos, como agimos, os produtos que compramos e
como nos sentimos connosco.

Esta sessão desafia os participantes a refletirem sobre as suas ideias


de beleza e como se veem e como se veem os outros.

Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:

1. Descrever "beleza" por palavras próprias.


2. Identificar as fontes que influenciam a perceção de beleza, incluindo colegas, comunicação social, cultura, etc.
3. Identificar uma maneira que mostra que são bonitos.

Aprendizagem chave

• É normal que as pessoas queiram sentir-se bonitas. No entanto, há o perigo de desenvolvermos ideias irreais ou
não saudáveis do que é a beleza.
• É importante pensar sobre o que influencia a nossa perceção de beleza. A nossa definição de beleza deve ser
definida por nós e não pelos meios de comunicação ou por outras pessoas.
• Não existe uma definição única de beleza. Todos são bonitos à sua maneira.

37
Materiais Necessários
• Opção 2: Folhas com as letras de canções (ver as instruções abaixo); alguma maneira de tocar
música (por exemplo, aparelho de som, telemóvel, computador, etc.) (Opcional); foto de um
outro grupo Aflateen a discutir as suas letras de canções.
• Refletir: Materiais de arte (se disponível); foto de um outro grupo Aflateen a apresentar o
'Último Produto de Beleza'.

Informações para o facilitador


• Opção 2: Prepare folhas com exemplos de letras de canções sobre a beleza. Use alguns destes
abaixo, ou crie os seus a partir de canções populares:
• "Mas não deixes que eles te digam que não és bonito... Basta manteres-te fiel a ti mesmo!"
(“Beautiful” por Eminem).
• "De vez em quando, sinto-me insegura / Por causa de toda esta dor, sinto-me envergonhada
/ Eu sou bonita, não importa o que eles digam / As palavras não me podem derrubar."
(“Beautiful” por Christina Aguilera).
• "E não importa o que vestes / Eles estão a ver o teu 'know how' / E não importa o que fazes /
Porque tudo te fica bem." (“Supermodel” por Taylor Dane).
• "Podes comprar cabelo se não crescer / Podes arranjar o teu nariz se ele te disser / Podes
comprar toda a maquilhagem da MAC / Mas se não conseguires olhar para dentro de ti / Tenta
descobrir quem eu sou também / Estás numa posição onde me fazem sentir tão feia / Também
te vou fazer sentir feia." (“Unpretty” by TLC).
• Refletir: Prepareo seu "Último Produto de Beleza" para partilhar com o grupo como exemplo.

Explorar e Pensar:

Início: Toma uma Posição

Método
1. Diga aos participantes que vão ouvir uma afirmaçãoe que precisam de decidir se concordam ou
não com ela e depois partilhar as suas razões. Relembra-os que não existem respostas certas ou
erradas e que é bom discordarem com os seus amigoss.
2. Leia uma das seguintes afirmações. Peça aos participantes para fecharem os olhos para que não
possam ver as respostas dos seus amigos e diga-lhes para colocarem as suas mãos sobre as suas
cabeças, se concordarem com a afirmação, ou de joelhos se não concordarem.
Afirmações:
• É mais importante ser bonito por dentro do que por fora.
• A comunicação social só mostra gente bonita.
3. Em seguida, peça-lhes para explicarem as suas respostas e peça-lhes perguntas suplementares.
Mantenha a discussão enquanto os participantes estão envolvidos e interessados​​.

38
Investigar e Agir:

01.
Entendimento e Exploração Pessoal
Escolha uma das seguintes atividades:

Opção 1: Perceção de Beleza

Método
1. Peça aos participantes para formarem grupos de quatro a seis e dê a cada grupo uma folha de
papel e caneta.
2. Peça aos grupos para fazerem uma lista de pessoas que considerem bonitas. Podem ser
celebridades, políticos, membros da comunidade, até mesmo os próprios participantes.
3. Peça aos grupos para discutirem por que acham que essas pessoas são bonitas e depois
apresentarem a sua lista e os motivos aos restantes participantes.

Opção 2: Reflexão sobre a Canção


Atenção: : Se houver mais grupos do que folhas com letras de canções, peça aos grupos para
escreverem letras de uma das canções que conheçam sobre beleza.

Se for possível, use alguma forma de reprodução de música (por exemplo, aparelho de som,
telemóvel, computador, etc.) para tocar exemplos de músicas sobre beleza.

Método
1. Peça aos participantes para formarem grupos de quatro a seis e dê a cada grupo uma folha de
papel, uma caneta e uma das folhas com a letra da canção. Alternativamente, pode incentivar
os grupos a identificarem a sua própria música para que a atividade tenha mais significado.
2. Peça aos grupos para lerem as letras das canções e para escreverem as principais mensagens
das letras, ou o que o/a cantor/a está realmente a dizer.
3. Após 5 minutos, peça aos grupos para apresentarem as suas canções e resumirem as suas
discussões.

Perguntas guia para depois de qualquer uma das atividades


• Como é que a comunicação social…
• Citem algumas maneiras como as pessoas tentam tornar-se mais bonitos.
• Citem algumas maneiras como as pessoas tentam fazer-vos sentir mais bonitos. Quais são as
formas saudáveis? Quais são as formas não saudáveis?
• Como é que as pessoas usam o seu dinheiro para ficarem bonitas? Isso é útil ou inútil?

39
Refletir

Atividade: Último Produto de Beleza

Método
1. Forme grupos de quatro a seis participantes.
2. Peça aos participantes para discutirem o que é a "verdadeira beleza" e a definirem.
3. Em seguida, diga-lhes que terão que projetar um "Último Produto de Beleza" que ajuda a
destacar alguns aspectos da "verdadeira beleza" nos seus usuários. Relembre os participantes
que a verdadeira beleza implica também ser bonito por dentro.
4. Os grupos precisam de imaginar um anúncio de TV, rádio ou outdoor para o seu produto.
Incentive os participantes a serem criativos e a envolverem todos os membros do grupo.
5. Apresente o seu "Último Produto de Beleza" ao grupo como exemplo.
6. Após 10 minutos, peça aos grupos para apresentarem o seu anúncio de produtos de beleza e
partilharem as suas definições da verdadeira beleza. Depois de cada apresentação, faça algumas
das seguintes questões:
• Como é que este produto é diferente dos outros produtos de beleza que vemos nas nossas
comunidades?
• Como é que a definição de beleza deste grupo é diferente daquela que vemos?
• O que significa ser bonito por dentro?
7. Finalmente, peça aos participantes para fecharem os olhos e pensarem em pelo menos uma
maneira que são bonitos, seja interior ou exterior.
8. Tenha 15 a 20 minutos para esta atividade e depois comente durante aproximademente cinco
minutos as principais lições aprendidas com a sessão:
• É normal que as pessoas queiram sentir-se bonitas. No entanto, há o perigo de
desenvolvermos ideias irreais ou não saudáveis do que é a beleza.
• É importante pensar sobre o que influencia a nossa perceção de beleza. A nossa definição de
beleza deve ser definida por nós e não pelos meios de comunicação ou por outras pessoas.
• Não existe uma definição única de beleza. Todos são bonitos à sua maneira.

Questões de investigação para a próxima sessão


Incentive os participantes a fazerem aos seus amigos e familiares as seguintes perguntas, como
preparação para a próxima sessão: A Minha Comunidade

• Fazem parte de que comunidades/grupos?


• Como é que as pessoas participam nessas comunidades/grupos?

40
01.
Entendimento e Exploração Pessoal
1.6
A Minha
Comunidade
As nossas comunidades influenciam o modo como nos vemos e o
mundo que nos rodeia. Todos fazemos parte de muitas comunidades
- a escola, onde vivemos, clubes ou equipas a que pertencemos,
os nossos grupos religiosos ou culturais e o nosso país. As nossas
comunidades podem dar-nos um motivo para nos orgulharmos e
há momentos em que deixamos de lado as nossas necessidades
individuais para o bem maior da comunidade. No entanto, fazer parte
de uma comunidade não significa aceitar tudo. Podem questionar,
criticar e mudar as vossas comunidades para o benefício das pessoas
da vossa comunidade.

Esta sessão desafia os participantes a refletirem sobre as suas


comunidades e discutirem formas de fazer uma mudança positiva.

Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:

1. Identificar as diferentes comunidade de que fazem parte.


2. Descrever aspetos da sua comunidade de que gostam e aspetos que gostariam de mudar.
3. Explicar formas em que podem participar no desenvolvimento das suas comunidades.

Aprendizagem chave

• Todos somos membros de diferentes comunidades - as nossas escolas, comunidades geográficas, grupos
religiosos, até mesmo do nosso país.
• As nossas comunidades ajudam a moldar as nossas identidades. É importante ser um membro empenhado na
comunidade.
• Todas as comunidades têm aspetos positivos e negativos. É importante explorar o que gostamos nas nossas
comunidades e o que gostaríamos de mudar.

41
Materiais Necessários
• Opção 1: Fotos de um par e um grupo maior de participantes Aflateen a tentar levantar-se.
• Opção 2: Artigos de jornais locais ou vídeos do YouTube sobre problemas na comunidade
(opcional).
Informações para o facilitador
• Início: Prepare as afirmações no flipchart para a sessão.
• Opção 2: Prepare exemplos de coisas positivas e negativas que as pessoas dizem sobre a
comunidade da qual faz parte.

Explorar e Pensar:

Início: Silent Debate

Método
1. Coloque as duas folhas do flipchart, cada uma com as seguintes perguntas escritas, pela sala de
aula:
• O que significa a palavra "comunidade"?
• Fazem parte de que comunidades?
2. Peça aos participantes que escrevam as suas respostas e comentários nas folhas do flipchart.
Enquanto passam de uma pergunta para a outra, também devem responder a um comentário feito
por outra pessoa. Por exemplo, se na primeira questão alguém tiver escrito,"‘Onde vives", alguém
pode escrever,"Sim, mas e a tua religião?" e alguém pode comentar isso e assim por adiante.

3. Depois de um período de tempo apropriado, conclua.


4. Em seguida, forme dois grupos e dê uma das folhas do flichart a cada grupo, pedindo-lhes para
olharem para os comentários e resumirem os principais comentários ao resto do grupo.
5. Cada grupo deve apresentar o seu resumo em aproximadamente dois minutos.

Investigar e Agir:
Escolha uma das seguintes atividades:

Opção 1: Um Corpo
Atenção: Se os participantes forem incapazes de completar a atividade, incentive-os a
trabalharem em conjunto para chegarem a uma estratégia para acabar a atividade.

Método 
1. Peça aos participantes para formarem pares com alguém que seja quase da mesma altura que
eles.
2. Peça-lhes para se sentarem com as costas viradas uns aos outros e entrelaçarem os braços.
3. Em seguida, diga-lhes para tentarem levantar-se sem colocar as mãos no chão.
4. Depois de terem feito isso, peça aos pares para formarem um grupo maior de quatro e repetir a
atividade.
5. Em seguida, peça a esses grupos para formarem grupos maiores de oito e continuarem dessa
forma até que todo o grupo junto tenta levantar-se.

42
Opção 2: O que Dizem Sobre a Nossa Comunidade

01.
Entendimento e Exploração Pessoal
Método
1. Partilhe artigos de jornais locais ou vídeos do YouTube sobre problemas na comunidade, defina
a comunidade e discuta como é que o problema poderia ser resolvido.
2. Peça para formarem grupos de quatro a seis participantes e dê a cada grupo uma folha de papel
e caneta.
3. Atribua a cada grupo uma comunidade diferente (por exemplo, escola, país, região, bairro, etc.)
4. Peça aos participantes para fazerem uma lista de afirmações de outras pessoas que descrevam a
sua comunidade. Incentive-os a registarem as afirmações negativas e positivas.
5. Dê os participantes 5 minutos para fazerem as suas listas e incentive-os a combinarem as suas
listas e discutirem se concordam ou não com cada afirmação e porquê.
6. Depois de 10 minutos, peça a cada grupo para apresentar três a quatro afirmações e resumirem
a sua discussão.

Perguntas guia para depois de qualquer uma das atividades


• O que aprenderam durante estas atividades?
• O que é uma comunidade? Citem algumas comunidades das quais façam parte.
• Como é que se sentem ao fazerem parte de uma comunidade?
• Como descreveriam a comunidade Aflateen?
• Como é que as pessoas da comunidade se apoiam?

Refletir

Atividade: Árvore de Problemas

Método
1. Peça para formarem grupos de quatro a seis participantes e dê a cada grupo uma caneta e uma
folha de flipchart.
2. Peça aos grupos para desenharem uma grande imagem de uma árvore com raízes, tronco e
ramos.
3. Em seguida, peça aos grupos para discutirem alguns problemas que encontram nas suas
comunidades e chegarem a acordo sobre um (talvez o mais comum entre as suas comunidades)
e escrevê-lo no tronco da árvore.
4. Peça aos grupos para discutirem as causas do problema e escreverem-nas nas raízes.
5. Em seguida, peça aos grupos para discutirem quais os efeitos do problema e escreverem-nos
nos ramos.
6. Peça a cada grupo para apresentar a sua árvore de problemas e faça algumas das seguintes
perguntas após a sua apresentação:
• Alguém já enfrentou esse tipo de problema na vossa comunidade? O que vocês fizeram?
• Alguém quer discutir algumas das causas ou efeitos do problema?
• O que podemos fazer enquanto jovens para enfrentar este desafio na nossa comunidade?
7. Tenha 10 a 15 minutos para esta atividade e depois comente durante aproximadamente cinco
minutos as principais lições aprendidas com a sessão:
• Todos somos membros de diferentes comunidades - as nossas escolas, comunidades
geográficas, grupos religiosos, até mesmo do nosso país.
• As nossas comunidades ajudam a moldar as nossas identidades. É importante ser um membro
empenhado na comunidade.

43
• Todas as comunidades têm aspetos positivos e negativos. É importante explorar o que
gostamos nas nossas comunidades e o que gostaríamos de mudar.

Questões de investigação para a próxima sessão


Incentive os participantes a fazerem aos seus amigos e familiares as seguintes perguntas, como
preparação para a próxima sessão: Os Meus Objetivos, Os Meus Sonhos

• Qual a diferença entre um objetivo e um sonho?


• Qual é um dos vossos objetivos?

44
01.
Entendimento e Exploração Pessoal
1.7
Os Meus
Objetivos, Os Meus
Sonhos
A adolescência é um momento em que passamos da infância para
a vida adulta - uma transição que não é fácil para ninguém. É, no
entanto, um momento emocionante, porque acham que estão
prestes a "iniciar a vossa vida", à medida que vão ganhando mais
responsabilidades e tomando mais decisões sobre o vosso futuro.

Embora ninguém espere planificar tudo nas nossas vidas, esta


sessão irá ajudar os participantes a estabelecer objetivos e passos
para alcançar esses objetivos. Vai permitir que os participantes
se prepararem para os próximos módulos Aflateen e desafiá-los a
começarem a pensar em dinheiro, trabalho e empreendedorismo.
Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:

1. Descrever a diferença entre objetivos e sonhos.


2. Identificar um objetivo realista e três passos possíveis para alcançar esse objetivo.
3. Descrever de que forma o dinheiro tem um impacto sobre os seus objetivos na poupança, investimento ou
empréstimo.
4. Definir um objetivo relacionado com o trabalho, tal como a obtenção de um emprego, começar um
empreendimento ou ter mais educação.

Aprendizagem chave

• Um objetivo é aquilo que esperamos alcançar em relação ao trabalho, educação, saúde ou família.
• Os sonhos são importantes também. Os sonhos são fantasias que pouco provavelmente se realizarão.
• É necessária uma planificação cuidadosa para alcançarmos os nossos objetivos. Precisamos de estabelecer
objetivos realistas e identificar os passos necessários para alcançá-los.
• Precisamos de identificar como o dinheiro afeta os nossos objectivos e começar a planificar como vamos ser
capazes em adquirir o dinheiro necessário para atingir os nossos objetivos.

45
Materiais Necessários
• Opção 1: Exemplo de alguém que tenha alcançado o seu objetivo (ver abaixo); exemplos de
objetivos e sonhos (ver abaixo).
• Opção 2: Opte por fichas da atividade “Segue os Teus Objetivos”; foto de participantes de outro
grupo Aflateen a completar uma das atividades “Segue os Teus Objetivos”.
• Refletir: Cópias da folha de "Mapa dos Objetivos" (ou uma folha do flipchart a mostrar um
exemplo); foto de um participante a preencher a folha de "Mapa dos Objetivos".

Informações para o facilitador


• Opção 1: : Prepare um exemplo de alguém da sua comunidade, que tenha sido capaz de
alcançar o seu objetivo. Use alguém de um contexto semelhante ao dos seus participantes.
Sinta-se livre para partilhar as suas experiências.
• Opção 1: Prepare exemplos relevantes de objetivos e sonhos. Por exemplo, um sonho é tornar-
se num jogador profissional de críquete; um objetivo é tornar-se num jornalista de desporto
que faz a cobertura do críquete ou tornar-se num treinador de críquete na sua comunidade.
• Opção 2: Prepare as fichas da atividade (ver as instruções abaixo) antes de começar a sessão.
• Refletir: Preenche a folha "Mapa dos Objetivos" com os teus próprios objetivos para dar um
exemplo.

Explorar e Pensar:

Início: Cenários

Método
1. Leia os seguintes cenários ao grupo e depois peça aos grupos para partilharem o conselho que
dariam a cada pessoa:

Isiah é um menino de 17 anos, cujo objetivo é ser contabilista. Ele está bem na escola, mas a sua
família não tem muito dinheiro e quer que ele ajude a cobrir as despesas de casa, arranjando
emprego. Ele é muito concentrado e disposto a fazer sacrifícios para alcançar o seu objetivo.

Thandi é uma menina de 16 anos que está a poupar dinheiro para que possa estudar para ser
enfermeira. Um dia, ela descobre que o seu tio faleceu e o seu pai pede-lhe para ajudar a pagar o
funeral. Thandi sempre quis ser enfermeira, mas ela ama a sua família e quer apoiá-los. O que ela
deve fazer?

Investigar e Agir:
Escolha uma das seguintes atividades:

Opção 1: Discussão em Grupo Sobre os Objetivos


Atenção: Dizer os nossos objetivos em voz alta torna-nos mais responsáveis para alcançá-los.
Incentive os participantes a acompanharem nas próximas semanas e meses o progresso que fizeram
com os seus objetivos.

46
01.
Método
1. Comece a ler os seus exemplos de alguém da sua comunidade, que tenha alcançado o seu
objetivo e os exemplos relevantes de "objetivos" e "sonhos".

Entendimento e Exploração Pessoal


2. Em seguida, peça aos participantes que formem grupos de quatro a seis e de quatro a seis e dê
a cada grupo dois pedaços de papel (um para "objetivos" e outro para "sonhos") e uma caneta.
3. Peça aos grupos para definirem "objetivos" e "sonhos" pelas suas próprias palavras e para
escreverem as suas definições nas duas folhas de papel.
4. Agora, peça aos grupos para fazerem uma lista com pelo menos um objetivo e um sonho para
cada participante. Incentive-os a partilharem o porquê dos seus sonhos e objetivos serem
importantes para eles.
5. Depois de 15 minutos, peça a cada grupo para partilhar as suas definições, bem como os
objetivos e sonhos dos seus membros de grupo.

Opção 2: Segue os teus objetivos


Atenção: Prepare a ficha de atividade antes da sessão, escrevendo cinco atividades de dificuldade
crescente, uma por ficha. As atividades podem incluir:
• Organizem-se por idade, sem falar.
• Façam uma lista de todos os países/estados/cidade que tenham visitado.
• Cantem uma canção juntos.
• Façam um avião de papel que consiga voar pelo menos cinco metros.
• Façam passar uma folha de papel de uma ponta da sala à outra sem usar as mãos e cada
participante deve tocar na folha, pelo menos uma vez.
• Para grupos maiores, divida os participantes em equipas mais pequenas.

Método
1. Coloque as cinco fichas "Segue os Teus Objetivos" uniformemente pela sala, começando com a
mais fácil e depois aumentando a dificuldade.
2. Peça aos participantes para citarem um objetivo para o seu futuro.
3. Peça-lhes para imaginarem que o chegar ao canto da sala representa alcançarem os seus
objetivos. Para alcançarem os seus objetivos, vão realizar várias atividades que devem estar
concluídas antes de prosseguir. 

4. Escolhe um participante para ler cada ficha de atividade para o grupo.
5. Incentive os participantes a trabalharem juntos como uma equipa e serem criativos ao
realizarem as atividades. Assegure-se de que todos os participantes estão envolvidos e que a
atividade está totalmente realizada antes de passar para a próxima atividade.
6. No final, discuta os obstáculos enfrentados pelos participantes para alcançar os seus objetivos
no jogo e como lidaram com eles.

Perguntas guia para depois de qualquer uma das atividades.


• Qual é a diferença entre objetivos e sonhos? Por que é importante ter ambos?
• Quais são alguns dos obstáculos que podem? Como vão lidar com esses obstáculos?
• As pessoas precisam de dinheiro para alcançarem os seus objetivos? Porquê/ Por que não?
• Quem são as pessoas que podem ajudar-vos a alcançarem os vossos objetivos? Quem são as
pessoas que podem evitar que alcancem os vossos objetivos?

47
Refletir

Atividade: Mapa dos Objetivos

Método
1. Dê a cada participante uma cópia da folha "Mapa dos Objetivos" (ou mostre aos participantes
um exemplo no flipchart ou quadro para que possam escrever)e uma caneta.
2. Peça aos participantes para identificarem um objetivo relacionado com o trabalho e para
escrevê-lo no canto superior direito da folha. Pode ser um objetivo relacionado com arranjar
um trabalho, começar um negócio, ou ter mais educação. Mostre-lhes a sua folha do "Mapa dos
Objetivos" como exemplo.
3. Peça aos participantes para identificarem quatro passos que devam seguir para atingir o seu
objetivo. Incentive-os a identificarem de que formas o dinheiro está associado a cada um desses
passos.
4. Dê-lhes alguns minutos para fazerem isso e depois discutam sobre algumas das seguintes
questões:
• O que significa definir um objetivo "realista"?
• Que medidas podem ser imediatamente tomadas para vos ajudar a alcançarem o vosso
objetivo? Quais os passos que podem tomar em um ano? E em cinco anos?
• Quais são os passos que precisam de dinheiro?
• Como vão ganhar ou poupar dinheiro suficiente para alcançarem o vosso objetivo?
• Onde vão pedir dinheiro emprestado ou investir dinheiro para atingirem o vosso objetivo?
• Quais são os recursos disponíveis (bolsas de estudo, estágios, empréstimos, etc.) para vos
ajudar a alcançarem o vosso objetivo?
• Que sacrifícios conseguem fazer para alcançarem o vosso objetivo?
5. Incentive os participantes a colocarem esses papéis nalgum lugar onde possam vê-los
regularmente para ajudar a lembrarem-se dos seus objetivos e os passos para alcançá-los.
6. Tenha 10 minutos para esta atividade e depois comente durante aproximadamente cinco
minutos as principais lições aprendidas com a sessão:
• Um objetivo é aquilo que esperamos alcançar em relação ao trabalho, educação, saúde ou
família.
• Os sonhos são importantes também. Os sonhos são fantasias que pouco provavelmente se
realizarão.
• É necessária uma planificação cuidadosa para alcançarmos os nossos objetivos. Precisamos de
estabelecer objetivos realistas e identificar os passos necessários para alcançá-los.
• Precisamos de identificar como o dinheiro afeta os nossos objectivos e começar a planificar
como vamos ser capazes em adquirir o dinheiro necessário para atingir os nossos objetivos.

Questões de investigação para a próxima sessão


Incentive os participantes a fazerem aos seus amigos e familiares as seguintes perguntas, como
preparação para a próxima sessão: A Minha Carreira

• Qual é o vosso trabalho ideal e por quê?


• Qual é o maior desafio ao procurar um bom emprego?

48
01.
Entendimento e Exploração Pessoal
1.8
A Minha Carreira
"Formar uma vida é mais importante do que ganhar a vida". Aos 15
anos, fazemos oficialmente parte da população ativa. Deparamo-
nos com a dura tarefa de decidir qual carreira, qual trabalho
ou simplesmnete como ganhar a vida. Existem muitos fatores
a considerar que podem pesar na decisão. Esta sessão ajuda os
participantes a pensarem sobre as suas diferentes opções na
procura de trabalho e como reivindicarem os seus direitos enquanto
trabalhadores.

É importante que os participantes compreendam que existem


Normas Internacionais do Trabalho que protegem os direitos
dos trabalhadores. Estes incluem os quatro princípios e direitos
fundamentais de:

• A liberdade de associação e o reconhecimento do direito à


negociação coletiva.
• Eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou obrigatório.
• Abolição do trabalho infantil, inclusive o trabalho perigoso para
os jovens que estão legalmente autorizados a trabalhar, mas têm
menos de 18 anos de idade.
• Eliminação da discriminação em matéria de emprego e ocupação.

Atenção: A lista completa das Normas Internacionais do Trabalho e os países que aderiram podem ser consultados
no site da Organização Internacional do Trabalho1.

http://www.ilo.org/dyn/normlex/en/

49
Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:

1. Identificar oportunidades de emprego disponíveis na sua comunidade, bem como métodos para encontrar um
emprego no futuro.
2. Compreender como a sua experiência, competências e interesses vão ajudá-los a encontrar um bom emprego.
3. Compreender que existem leis internacionais de trabalho e instituições para garantir que tenham acesso a um
trabalho decente em que os seus direitos sejam respeitados.

Aprendizagem chave

• É natural que alguns trabalhos correspondam aos nossos objetivos, valores e competências, enquanto outros
não.
• Embora seja difícil encontrar um trabalho decente, existem muitas maneiras para procurar e abordar
oportunidades de trabalho.
• Devemos compreender e reivindicar os nossos direitos de trabalho.

Materiais Necessários
• Uma lista de leis de trabalho internacionais e locais relevantes.
• Início: Bola
• Refletir: Três sinais: "Funcionário", "Gerente" e "Empresário"

Informações para o facilitador


• Se for possível, prepare-se para a aula, lendo sobre as Normas Internacionais do Trabalho e
aprendendo as leis de trabalho locais no seu país para que possa compartilhar o conhecimento
com os participantes.
• Para os jovens entre as idades 15 e 18, é particularmente útil saber quais são os trabalhos nos
vossos países da Lista de Trabalho Infantil Perigoso. São trabalhos ilegais realizados por jovens
com menos de 18 anos que são de outra forma legalmente autorizados a trabalhar.
• Se for possível, convide um especialista em aconselhamento de carreira para esta sessão e
adapte-a com base nas suas recomendações.

Explorar e Pensar:

Início: Bola da Carreira

Método
1. Desenhar duas colunas no flipchart: uma intitulada "Emprego de Sonho" e outra "Emprego
Comum". Peça a dois voluntários para ficarem ao lado do flipchart e registarem as respostas.
2. Peça aos restantes participantes para formarem um círculo para jogarem "Responde à Bola" (se
o grupo for muito grande, peça-lhes para formarem vários círculos).
3. Informe os participantes que a pessoa com a bola vai mandá-la para outra pessoa e gritar
"Emprego de Sonho" ou "Emprego Comum". O participante que apanhar a bola vai gritar
um dos seus empregos de sonho ou um trabalho que seja comum entre os jovens na sua
comunidade.

50
4. Os voluntários vão depois anotar as respostas no flipchart.

01.
5. Depois de cinco minutos, todos se reúnem perto do flipchart, olhando para as palavras listadas
e trabalhando em conjunto para desenharem linhas de ligação entre trabalhos semelhantes que

Entendimento e Exploração Pessoal


aparecem em ambos os lados do gráfico.
6. Discuta as listas, usando as seguintes perguntas como guia:
• O que observam sobre as diferenças entre os vossos empregos de sonho e os empregos
comuns na vossa comunidade? Quais são as razões para as semelhanças e diferenças?
• Existem empregos comuns que podiam ser o primeiro passo para alcançarem os empregos de
sonho?
• De que forma é que esses empregos podem ser prejudiciais à vossa saúde ou à felicidade?
7. Explicar brevemente que existem leis de trabalho internacionais e locais que são projetados
para proteger os trabalhadores contra condições de trabalho perigosas ou injustas, e que uma
maneira para reivindicar esses direitos é através da ação do grupo, tais como sindicatos de
trabalhadores1.

Investigar e Agir:
Escolha uma das seguintes atividades:

Opção 1: O Meu Emprego de sonho

Método
1. Peça para formarem grupos de cinco a sete participantes.
2. Distribua papel e canetas para cada grupo e peça que façam uma lista com o emprego de sonho
de cada participante do grupo.
3. Peça aos grupos para trabalharem em conjunto para pensar em vários desafios para arranjar
para cada emprego em particular.
4. Em seguida, peça aos grupos para escreverem listas de várias vantagens e desvantagens de ter
esse tipo de trabalho. Aqui estão alguns tópicos a considerar:
• Se se trata de um trabalho físico ou não.
• A duração de um dia de trabalho.
• Seria fácil manter relações tendo este tipo de trabalho
5. Peça a cada grupo para apresentar o seu trabalho ao resto dos participantes e incentive a
discussão com as seguintes perguntas:
• Como é que as desvantagens estão relacionadas com os direitos?
• Faltam desafios, vantagens ou desvantagens?
• Em que desvantagens estão relacionadas com os direitos dos trabalhadores (por exemplo,
Normas Internacionais do Trabalho sobre segurança C155 e C167)? Qual deveria ser a duração
de um dia de trabalho ou quando (por exemplo, Normas Internacionais do Trabalho sobre
segurança C001 e C171)?
6. Se houver tempo, incentive cada participante a listar cinco passos a tomar nos próximos 12
meses para superar alguns dos desafios em conseguir o seu emprego de sonho.

TA Confederação Sindical Internacional é um bom lugar para encontrar mais informação sobre
sindicatos http://www.ituc- csi.org/

51
Opção 2: Entrevistas

Método
1. Peça aos participantes para formarem pares e dê a cada par papel e canetas.
2. Cada par deve escolher dois empregos que vão usar para praticar as suas técnicas de entrevista.
3. Os pares devem escolher qual o primeiro emprego a usar e um membro de cada par deve ser o
candidato e o outro vai ser o empregador.
4. Dê três minutos para trabalharem em silêncio na preparação para a entrevista. Os
empregadores devem pensar em perguntas que gostariam de fazer para encontrar o melhor
funcionário para o trabalho. Os candidatos devem pensar na experiência, competências e
valores que correspondam a este trabalho. Temas comuns para preparar perguntas e respostas
para incluem
• Por que estás interessado neste trabalho?
• Quais são os teus pontos fortes e fracos?
• Quais são as vantagens para o empregador caso fiques com este trabalho?
• Tens um exemplo de um obstáculo que tenhas ultrapassado?
• Tens um exemplo para um momento onde tenhas falhado e como lidaste com isso?
• Quando é que trabalhaste com sucesso em equipa para realizar algo?
• Preferes trabalhar sozinho ou em grupo?
Atenção: Isto são apenas exemplos, sinta-se livre para mudar, remover ou substituí-los para
tornar o processo de entrevista o mais adequado ao seu contexto e aos interesses de trabalho dos
participantes.

5. Cada par deve passar cinco a dez minutos a realizar a entrevista.


6. Em seguida, depois de cada par ter terminado, passe para o próximo trabalho e mude os papéis.
7. Cada par deve repetir os passos acima.
8. Após o exercício, discuta em grupo os desafios encontrados durante esta atividade e o que
aprenderam. Use as seguintes questões de orientação se for necessário:
• Quais foram as questões mais difíceis?
• Quais foram as respostas mais convincentes?
• Depois de uma entrevista, é fácil para um empregador dizer se esta pessoa será a pessoa
certa para o emprego?
• Como se podem preparar para uma entrevista de emprego para ter mais sucesso?
• Que perguntas é que um candidato pode fazer para se certificar que neste emprego os seus
direitos são respeitados?

Refletir

atividade

Método
1. Use a técnica"'Vota com os Teus Pés", colocando os três sinais pela sala de aula ou na parede
ou em cadeiras. Explique o significado de cada termo e peça a todos para irem para o sinal que
descreve o seu tipo de emprego ideal.
• Funcionário: Trabalha para outra pessoa e, geralmente, tem menos responsabilidade, mas
também menos stress e não tem que gerir os outros.
• Gerente:Ttrabalha para outra pessoa e tem a responsabilidade de gerir uma determinada área
de trabalho, incluindo os funcionários que trabalham nessa área.

52
01.
Entendimento e Exploração Pessoal
• Empresário: Cria e gere uma empresa inteira. A empresa pode ou não ter funcionários. O
empresário controla a ideia e a empresa mas também assume riscos e não tem um salário
garantido.
2. Peça aos participantes de cada grupo para explicarem a sua escolha e incentive uma discussão
sobre os benefícios e desafios de cada tipo de emprego.
3. Discuta sobre como os empregos de sonho mencionados no início da sessão se adaptam às três
categorias de emprego mencionadas acima. Por exemplo, o empreendedorismo pode oferecer
oportunidades aos jovens para obter empregos que ainda não existam na sua comunidade.
4. Termine a sessão com uma discussão sobre os direitos e responsabilidades que os funcionários,
gerentes e empresários têm para protegerem os direitos dos colegas de trabalho e funcionários.
Por exemplo os funcionários com os seus colegas têm o direito de negociar coletivamente para
terem salários mais elevados, enquanto os empregadores e empresários têm a responsabilidade
de assegurar que os seus locais de trabalho são seguros para os seus funcionários.

Questões de investigação para a próxima sessão


Incentive os participantes a fazerem aos seus amigos e familiares as seguintes perguntas, como
preparação para o próximo módulo: Direitos e Responsibilidades.

• Do que todos nós precisamos?


• O que é que todos nós precisamos?

53
54
SECÇÃO 02

RESPONSABILIDADES
DIREITOS E
Direitos e
Responsabilidades

Objetivos do Módulo
No final deste módulo, os participantes serão capazes de:

• Praticar o pensamento crítico na compreensão das características multiculturais da


sociedade e como os jovens as vivenciam, como surgem os problemas e como podem
ser abordados.
• Praticar o pensamento crítico na desconstrução de construções sociais e reflitir sobre
certos comportamentos e crenças da sociedade.
• Concretizar os direitos para eles próprios e para os outros, desenvolvendo ideias para
Empreendimentos Sociais ou Financeiros
Aflateen fundamenta-se na Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos de Criança (CDC)
de 1990 , que identifica quatro… Embora todos os direitos da CDC têm a mesma importância,
é largamente reconhecido que os “Direitos de Participação” (artigos 12-17) são de particular
importância porque asseguram que as opiniões das crianças sejam ouvidas, especialmente na
companhia de adultos. O mesmo aplica-se á jovens que estão bem informados, organizados
e sabem como aceder e partilhar informações. Além disso, aprender sobre os direitos
ajuda-os a compreenderem os males dos outros, cujos direitos são negados. A participação
é um direito e não uma recompensa. É por isso que Aflateen incentiva a aprendizagem
experiencial, onde os jovens são livres para darem opiniões e se expressarem.

Neste módulo, existem dois temas gerais. Primeiro, os participantes vão explorar como os
direitos e as responsabilidades são manifestados através das suas diferentes interações
na sociedade. Isto permitirá destacar a natureza multicultural das pessoas ao seu redor e
os efeitos positivos e negativos que se podem manifestar de tal diversidade. As diferenças
são muitas vezes a fonte da marginalização e da discriminação. Em segundo lugar, os
participantes vão ser desafiados a refletirem sobre as crenças que geralmente têm sido
passadas para eles (por exemplo, género, conceito de beleza, relação das pessoas com a
terra, entre outros). A aprendizagem chave que temos de passar aos participantes é que,
independentemente de desempenharmos as nossas responsabilidades ou não, temos de ser
capazes de desfrutar dos nossos direitos. No entanto, têm de aprender a serem responsáveis
e bons cidadãos. Oriente-os não só na reivindicação dos seus direitos, mas também no
desempenho das suas responsabilidades, da sua família, da sua comunidade e do meio
ambiente. Este sentido de responsabilidade vai, mais tarde, ajudar a orientá-los nas decisões
que vão fazer quando criarem os seus próprios Empreendimentos Sociais ou Financeiros.
02. Direitos e Responsabilidades
2.1
Conhecer os Meus
Direitos
Para viver num mundo que seja justo e equitativo, todos os jovens
devem ter direitos, tal como está declarado na Convenção das
Nações Unidas sobre os Direitos da Criança (CNUDC). Existem
43 direitos no CDC, divididos em quatro pilares: Direitos à
Sobrevivência; Direitos relativos ao Desenvolvimento; Direitos
relativos à Proteção; e Direitos de Participação. Indivíduos
e instituições (governos, ONGs, pais e cuidadores) são os
responsáveis por
​​ garantir a promoção e proteção desses direitos.

Há a violação de direitos quando as necessidades básicas


são negadas, quando há a discriminação com base na etnia,
capacidades, religião ou sexo. Cabe àqueles que têm deveres, mas
também aos jovens, lutar contra todas as formas de violações de
direitos. Direitos de participação (artigos 12-17) são particularmente
importantes porque permitem a realização de outros direitos
fundamentais. Os jovens que se expressam à vontade são a sua
melhor linha de defesa. Isso exige que estejam bem informados,
organizados e saibam como aceder e partilhar informações.

Esta sessão apresenta aos participantes os direitos dos jovens, as


responsabilidades que lhe estão associados e estabelece formas em
como os jovens podem lutar pelos seus direitos e serem capazes de
mudar as suas comunidades.

57
Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:

1. Identificar diferentes direitos e responsabilidades aos quais estão associados.


2. Identificar os indivíduos e instituições que são responsáveis ​​por garantir que os direitos sejam protegidos.
3. Estabelecer formas em que os jovens possam ser participantes ativos para assegurar a promoção de direitos.

Aprendizagem chave

• Todos nós temos direito aos direitos e cada direito tem uma responsabilidade correspondente.
• Conhecer os nossos direitos e deveres vai ajudar-nos a lutar pelos nossos direitos, respeitar os direitos dos
outros e participar na promoção de direitos.

Materiais Necessários
• Início: Cartões das Necessidades e Desejos ( Figuras 2.1a & 2.1b); a Convenção das Nações
Unidas sobre os Direitos da Criança (Figura 2.2); Tabela das Necessidades e Desejos (Figura
2.3).
• Opção 1: Folha dos Direitos e Responsabilidades (Figura 2.4).

Informações para o facilitador


• Os participantes Aflateen estão no final da infância, assim como o facilitador, deve torná-los
conscientes das cartas regionais de juventude (tais como a Carta da Juventude Africana).
• Opção 1: Prepare os cartões das Necessidades e Desejos antes da sessão, cortando cada item da
Figura 2.1 num cartão. Faça vários conjuntos para garantir que tem o suficiente para todos os
grupos.
• Opção 2: Certifique-se que tem cópias suficientes da folha Direitos e Responsabilidades (figura
2.4) para cada participante.

Explorar e Pensar:

Início: Jogo dos Desejos e Necessidades


Os participantes vão ser apresentados aos seus direitos, considerando a diferença entre um
10-15 m
"Desejo" e uma "Necessidade". Vão verificar que os direitos são essencialmente "necessidades".

Método

1. Use os 20 Cartões de Desejos e Necessidades. O artigo adequado do CDC é anotado ao lado de


cada uma das Necessidades e Desejos na "Tabela das Necessidades e Desejos".
2. Peça para formarem grupos de quatro participantes e dê a cada grupo um conjunto de cartões.
3. Peça aos grupos para dividirem os cartões em três categorias: "Mais Importante", "Importante"
e “Menos Importante”, frisando que a categoria “Mais Importante” só pode ter seis cartões.
4. Deixe que cada grupo partilhe as suas conclusões com o resto dos participantes e deixa-os
discutirem quais é que devem ser os seis direitos mais importantes para o grupo no seu todo.
5. Peça também a todos os participantes que discutam para saber se esses seis direitos são
aplicados a todos os jovens e se são protegidos.
6. Em seguida, discutam os termos "Desejos" e "Necessidades" e a diferença entre eles.
7. Peça aos participantes para trabalharem novamente nos seus pequenos grupos, mas desta vez

58
têm de dividir os cartões nas categorias “Desejos” e “Necessidades”.

02. Direitos e Responsabilidades


8. Peça a cada grupo para apresentar como organizaram os cartões.
9. Apresente aos jovens as importantes convenções sobre os direitos, incluindo a Convenção das
Nações Unidas sobre os Direitos da Criança (Figura 2.2) e os quatro pilares:
• Direitos à Sobrevivência;
• Direitos relativos ao Desenvolvimento;
• Direitos relativos à Proteção; e
• Direitos de Participação.
10. Explique que as necessidades dos jovens devem ser atendidas, porque contam com os adultos
para lhes darem o que eles mesmos não podem fazer.

Investigar e Agir:
Escolha uma das seguintes atividades. No entanto, como as atividades desta sessão dependem
umas das outras, as duas podem ser feitas, se tiver tempo.

Opção 1: Identificar Direitos e Responsabilidades


Logo que os direitos lhes garantam uma certa liberdade, os Participantes vão aprender
25-30 m que, enquanto direitos garantem-lhes certas liberdades, é importante saber e respeitar as
responsabilidades correspondentes á cada direito.

Método
1. Dê a cada participante uma cópia da folha "Direitos e Responsabilidades" (Figura 2.4).
2. Peça aos participantes para sentarem em pequenos grupos de quatro (com pessoas diferentes
do que estavam com na Actividade Início), e ler a folha dos Direitos e Responsabilidades dentro
dos seus grupos, notando que cada direito tem uma responsabilidade paralela.
3. Deixe os participantes discutirem as seguintes questões com os seus co-membros: Porquê é que
é importante assumirmos… outras pessoas poderão perder os seus direitos, não vou conseguir
aproveitar ao máximo os meus direitos etc.)
4. Relembra-os das “Necessidades” na atividade inicial… proteção contra discriminação,
oportunidade para expressar a sua opinião, ter educação, etc.)
5. Em seguida, peça aos grupos para discutirem como encontrar meios para garantir que não
existe a violação de direitos.

Opção 2: Assegurar Direitos

25-30 m Método
1. Peça para formarem grupos de três a cinco participantes e dê a cada grupo uma folha do
flipchart e caneta.
2. Peça aos grupos para discutirem como seria um mundo perfeito para os jovens e para
representarem as suas ideias em palavras ou imagens no papel. As ideias podem incluir um
mundo onde:
• Todos vivem em paz.
• Todos têm o suficiente para comer.
• Todos são saudáveis.
• Todos são amados.
• Todos são cuidados e protegidos.

59
• Todos têm a oportunidade de terem educação.
• Todos têm oportunidades de trabalharem no que quiserem.
• Todos são capazes de cumprir o seu potencial.
• Os jovens são ouvidos.
3. Em seguida, peça a cada grupo para apresentar e discutir as suas ideias com os restantes
participantes. Incentive os participantes a classificarem cada uma das ideias no âmbito dos
quatro pilares do CDC.
4. Conclua pedindo aos participantes para discutirem o que podem fazer para garantir a promoção
dos direitos dos jovens à sua volta.

Refletir
Método

1. Partilhe uma versão para crianças da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança
( Figura 2.2) e passe pelos artigos, fazendo aos participantes as seguintes perguntas:
10-15 m
• Sob qual categoria dos quatro pilares colocariam este artigo?
• Onde é que alguém pode ir procurar ajuda se esse direito for violado?
2. Peça aos participantes para discutirem e partilharem o que é que aprenderam nesta sessão.
Pode fazer as seguintes perguntas:
• Quais são os principais direitos e responsabilidades?
• Quem tem a responsabilidade de garantir que os direitos dos jovens sejam protegidos?
• Como podem os jovens ajudar a proteger os seus direitos e os direitos dos outros?
3. Relembra-os de que o objetivo foi de estabelecer direitos fundamentais e reconhecer que
a promoção dos direitos de todos os jovens é uma parte importante do ser um agente de
mudança e contribuir para uma sociedade equitativa e justa.

Questões de investigação para a próxima sessão


Incentive os participantes a investigarem os direitos dentro da sua comunidade ou escola,
verificando os seguintes pontos, como preparação para a próxima sessão:Unidade na Diversidade

• Investigue quaisquer violações de direitos na sua comunidade ou na escola, bem como formas
de proteção desses direitos.
• Esteja particularmente atento à situação das pessoas que têm diferentes crenças religiosas e
aos desafios que enfrentam.

Atenção: Esta é uma atividade contínua e as respostas serão discutidas em sessões subsequentes e
concluídas na sessão final deste módulo.

60
Cartões de Necessidades e Desejos*

02. Direitos e Responsabilidades


Fig. 2.1a
* Adaptado do UNICEF UK

SAÚDE UMA BICICLETA

Dinheiro para
OPORTUNIDADES PARA gastar COMO VOCÊ
PARTILHAR OPINIÕES GOSTA

SEU PRÓPRIO
ÁGUA LIMPA QUARTO

UM COMPUTADOR TRATAMENTO JUSTO SEM


PESSOAL DISCRIMINAÇÃO

61
Fig. 2.1b Cartões de Necessidades e Desejos*
* Adaptado do UNICEF UK

UM LEITOR DE MÚSICA
AR LIMPO PESSOAL

comida rapida RECREIOS E RECREAÇÃO

OPORTUNIDADES PARA
PRATICAR A SUA PRÓPRIA
UMA TELEVISÃO CULTURA, LÍNGUA E RELIGIÃO

62
Convenção da ONU sobre os Direitos da Criança

02. Direitos e Responsabilidades


Fig. 2.2
Direitos são coisas que toda criança deveria ter ou ser capaz de fazer. Todas as crianças têm os
mesmos direitos. Estes direitos estão listados na Convenção da ONU sobre os direitos das Crianças.
Quase todos os países concordaram com estes direitos. Todos os direitos estão conectados uns aos
outros, e todos são igualmente importantes. Às vezes, temos que pensar em direitos em termos
do que é essencial à vida e à proteção contra maltratos. À medida que você crescer, você terá mais
responsabilidade para fazer escolhas e exercer os seus direitos.
Artigo 1 Artigo 11 deixar o seu país para viver em
Todas as crianças menores de 18 Você tem o direito de ser outro país), bem como todos os Artigo 32
anos possuem esses direitos. protegido contra sequestro. direitos nesta convenção. Você tem o direito à proteção de
trabalhos que prejudiquem você,
Artigo 2 Artigo 12 Artigo 23 sejam ruins para a sua saúde e
Todas as crianças possuem esses Você tem o direito de dar a sua Você tem o direito à educação e educação. Se você trabalha, você
direitos, não importando quem opinião, e para que adultos a cuidados especiais se você tiver tem o direito de estar seguro e ser
são, onde vivem, o que os seus ouçam e a levem a sério. uma deficiência, bem como todos remunerado de forma justa.
pais fazem, que língua falam, qual os direitos nesta convenção, para
é a sua religião, se são meninos Artigo 13 que você possa viver uma vida Artigo 33
ou meninas, qual é a sua cultura Você tem o direito de descobrir plena. Você tem o direito à proteção
é, se são deficientes, se são ricos coisas e compartilhar o que você contra as drogas e contra o tráfico
ou pobres. Nenhuma criança deve pensa com os outros, falando, Artigo 24 de drogas.
ser tratada injustamente de forma desenhando, escrevendo, ou de Você tem o direito à melhor
alguma. qualquer outra maneira a não assistência de saúde possível, Artigo 34
ser que água potável para beber, Você tem o direito de estar livre
Artigo 3 prejudique ou ofenda outras alimentos nutritivos, um ambiente de abuso sexual.
Todos os adultos deveriam fazer o pessoas. limpo e seguro e informações para
que é melhor para você. Quando ajudar você a viver bem. Artigo 35
os adultos tomam decisões, eles Artigo 14 Ninguém pode raptar ou vender
devem pensar como as suas Você tem o direito de escolher sua Artigo 25 você.
decisões irão afetar as crianças. própria religião e crenças. Seus Se você vive em abrigos ou
pais devem ajudá-lo a decidir o em outras situações fora de Artigo 36
Artigo 4 que é certo e errado e o que é casa, você tem o direito de ter Você tem o direito à proteção
O governo tem a responsabilidade melhor para você. estes lugares inspecionados contra qualquer tipo de
de certificar-se que seus direitos regularmente para ver se eles são exploração (ser aproveitado).
sejam protegidos. Eles devem Artigo 15 os mais apropriados.
ajudar à sua família a proteger os Você tem o direito de escolher Artigo 37
seus direitos, e criar um ambiente seus próprios amigos e juntar-se Artigo 26 Ninguém está autorizado a
onde você possa crescer e atingir ou criar grupos, desde que ele não Você tem o direito a ajuda do punir-lo de uma forma cruel ou
o seu potencial. seja prejudicial aos outros. governo se você é pobre ou prejudicial.
necessitado.
Artigo 5 Artigo 16 Artigo 38
A sua família tem a Você tem o direito à privacidade. Artigo 27 Você tem o direito à proteção e
responsabilidade de ajudá-lo Você tem o direito à boa comida, estar livre de guerras. Crianças
a aprender a exercer os seus Artigo 17 roupas, um lugar seguro para menores de 15 anos não podem
direitos, e garantir que os seus Você tem o direito de obter viver e ter suas necessidades ser forçadas a entrar para o
direitos estejam protegidos. informações que são importantes básicas satisfeitas. Você não deve exército ou participar de guerras.
para o seu bem-estar, através ter desvantagens de modo que
Artigo 6 do rádio, jornal, televisão, livros, você não possa fazer muitas das Artigo 39
Você tem o direito de estar vivo. computadores e outras fontes. Os coisas que outras crianças podem Você tem o direito à ajuda se
adultos devem certificar-se que as fazer. tiver sido ferido, negligenciado ou
Artigo 7 informações que você recebe não maltratado.
Você tem o direito a um nome, sejam prejudiciais, e devem ajudar Artigo 28
e isso deve ser reconhecido você a encontrar e compreender a Você tem o direito a uma Artigo 40
oficialmente pelo governo. Você informação que você precisa. educação de boa qualidade. Você Você tem o direito à assistência
tem a direito a uma nacionalidade deve ser incentivado a ir à escola jurídica e um tratamento justo do
(pertencer a um país) Artigo 18 e alcançar o mais alto nível que sistema de justiça que respeite os
Você tem o direito a ser criado você puder. seus direitos.
Artigo 8 por seus pais, se possível.
Você tem o direito a uma Artigo 29 Artigo 41
identidade - um registro oficial de Artigo 19 A sua educação deve ajudá-lo a Se as leis do seu país fornecerem
quem você é. Ninguém deve tirar Você tem o direito de ser usar e desenvolver seus talentos uma melhor proteção dos seus
isso de você. protegido contra ferimentos e e habilidades. Ela também deve direitos que os Artigos desta
maltratos, no corpo ou na mente. ajudar você a aprender a viver Convenção, essas leis deverão ser
Artigo 9 em paz, proteger o ambiente e aplicadas.
Você tem o direito de viver com Artigo 20 respeitar as outras pessoas.
seu pai (s), a menos que isso seja Você tem o direito a cuidados Artigo 42
ruim para você. Você tem o direito especiais e ajuda se você não Artigo 30 Você tem o direito de conhecer os
de viver com alguém da família puder viver com seus pais. Você tem o direito de praticar seus direitos! Os adultos também
que cuide de você. o seu próprio idioma, cultura e devem saber sobre esses direitos
Artigo 21 religião - ou quaisquer que você e ajudá-lo a aprender sobre eles.
Você tem o direito a cuidados e escolher. Grupos minoritários e
Artigo 10 proteção se você for adotado ou grupos indígenas necessitam de Artigo 43-54
Se você vive num país diferente viver em um orfanato. proteção especial deste direito. Estes Artigos explicam como
dos seus pais, você tem o direito governos e organizações
de estarem juntos no mesmo Artigo 22 Artigo 31 internacionais como a UNICEF irão
lugar. Você tem o direito à proteção e Você tem o direito de brincar e trabalhar para garantir as crianças
ajuda especias se você estiver descansar. sejam protegidas com os seus
refugiado (se você foi forçado a direitos.

63
Fig. 2.3 tabela de necessidades e desejos

necessidades desejos

Ar limpo (artigo 24 - Saúde) Proteção contra a discriminação


(artigo 2 º)

Água potável (artigo 24 - Saúde) bicicleta

Abrigo decente (artigo 27 - padrão de vida) Roupas da moda

Educação (Artigos 28 e 29) Comida rapida

Expressar a sua opinião (artigo 12) Viagens de férias

Assistência médica (art. 24) Dinheiro para gastar

Alimentos nutritivos (artigo 24) Computador pessoal

Jogar (artigo 31) Telemóvel

Oportunidades para a prática de crenças,


cultura e língua (artigo 30) Televisão

Quarto próprio - um luxo (artigo 16


Proteção contra abuso e negligência
-, embora haja questões em torno da
(artigo 19)
privacidade)

Abrigo decente (artigo 27 - padrão de vida)

64
Direitos e responsabilidades das crianças

02. Direitos e Responsabilidades


Fig. 2.4a

As crianças têm o direito a …e a responsabilidade


uma boa educação… para estudar e respeitar os
professores

As crianças têm o direito


…e a responsabilidade de
assistência médica de
tomar conta de si mesmos
qualidade…

As crianças têm o direito …e a responsabilidade de


de serem levados a sério… ouvir os outros

As crianças têm o direito …e a responsabilidade


a uma casa confortável e para manter-lho limpo e
seguro… arrumado

65
Fig. 2.4b Direitos e responsabilidades das crianças

As crianças têm o direito de …e a responsabilidade de


cometer erros… aprender com esses erros

As crianças têm o direito a …e a responsabilidade de


serem bem alimentados… não desperdiçar comida

As crianças têm o direito a …e a responsabilidade


serem orgulhosos da sua de respeitar as origens e
herança e crenças… crenças dos outros

As crianças têm o direito …e a responsabilidade para


a cuidados especiais para serem as melhores pessoas
necessidades especiais… que podem ser

As crianças têm o direito a …e a responsabilidade para


serem amados e protegidos mostrar amor e carinho aos
de ameaças... outros

66
02. Direitos e Responsabilidades
2.2
Unidade na
Diversidade
A nossa aldeia global tem uma diversidade de nacionalidades e a
maioria das sociedades são multiétnicas e multilingues. Destaca-
se a importância da valorização da diversidade de culturas valores
profundos ajudam-nos a compreender o nosso ambiente e as
nossas vidas. Influenciam também as nossas perceções sobre como
vemos as coisas e como lhes respondemos, incluindo o nosso
julgamento e sentido de justiça. É importante compreender o rico
multiculturalismo das nossas sociedades. A diversidade refere-se
à variedade de diferenças na sociedade e inclui a religião e etnia
(bem como a capacidade, classe, raça, idade e género). Enquanto a
diversidade é a fonte de riqueza e aprendizagem, é também a fonte
de desentendimentos, desconfiança e até conflito. O conceito de
unidade na diversidade enfatiza a importância do entendimento
de que a diversidade enriquece as nossas interações e as nossas
sociedades. A essência de diversidade é a aceitação e exploração
dessas diferenças num ambiente positivo e inclusivo.
Esta sessão tem como objetivo capacitar os participantes a
refletirem sobre as suas opiniões e crenças sobre as diferenças na
sociedade. Os participantes vão ser desafiados a questionarem
as suas crenças e perceções e como estas influenciam o seu
julgamento sobre os outros. Destaca-se a importância da
valorizaçãoda diversidade de culturas e sistemas de crenças
considerados como um bem positivo da sociedade. Um ponto-
chave é que o que nos une é mais forte do que aquilo que nos
separa.

67
Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:

1. Identificar semelhanças e diferenças nos sistemas culturais e de crença.


2. Questionar as suas perceções subjetivas de diferenças na sociedade e os sistemas de crença subjacentes que os
influenciam.
3. Identificar maneiras com as quais podem lidar com a diversidade e promover a harmonia.

Aprendizagem chave

• Num mundo globalizado, as comunidades estão cada vez mais diversificadas.


• A diversidade é uma fonte de riqueza e de aprendizagem, mas é também uma fonte de conflito e tensão na
ausência de compreensão e aceitação.
• Aprender a compreender e aceitar as nossas diferenças e semelhanças é fundamental para uma convivência
harmoniosa.

Materiais Necessários
• Início: Vários pequenos cartões ou post-its, cada um dos quais tem o número 3, 6 ou 9 escrito.
• Opção 1: : Cópias da “Tabela das Religiões” (Figura 2.7a & 2.7b); marcadores; Sinais “Concordar”
e “Discordar”; giz.

Informações para o facilitador


• Para celebrar a diversidade cultural do grupo, peça aos participantes para realizarem uma
pesquisa sobre receitas ou tradições de festas de diferentes culturas da sua. Podem também
recolher provérbios das gerações mais velhas da sua comunidade e compará-los. Os provérbios
são uma boa maneira de mostrar como as diferentes crenças culturais são similares.
• Os participantes podem realizar um evento cultural para celebrar a diversidade. Não é necessário
preparar a comida para este evento. É um exercício útil para os participantes planificarem e
refletirem.

Explorar e Pensar:

Início: Cabeças Erguidas para a Diversidade


Método
10-15 m 1. Peça para formarem grupos de cinco a sete participantes e peça três voluntários por grupo para
se apresentar.
2. Explique aos voluntários que cada um deles vai ter um cartão (ou post-it) com o número 3, 6 ou
9 escrito. Vão ter de colocar esse cartão (ou post-it) na testa de modo a que todos consigam ver,
exceto eles. Certifique-se de salientar que NÃO podem olhar para o seu cartão ou post-it.
3. Explique ao resto do grupo que devem tratar os voluntários com os números na testa de acordo
com as instruções fornecidas na tabela a seguir.
4. Uma vez que os voluntários tenham os seus números nas testas, peça-lhes para se misturarem
entre os outros participantes e tentarem falar com o maior número de pessoas sem número
possível. Relembre aos outros participantes para tratarem os voluntários como descrito na
tabela abaixo.
5. Após 5-10 minutos, peça aos voluntários para adivinharem que tipo de pessoa são, baseados na
forma como foram tratados.

68
6. Em seguida, peça aos participantes para voltarem aos seus grupos originais e dê a cada grupo

02. Direitos e Responsabilidades


uma folha de papel e uma caneta.
7. Peça aos grupos para discutirem com os voluntários do seu grupo para saber o que sentiram
quando foram tolerados, não amados ou populares. Isso relaciona-se com a forma como as
pessoas se tratam na vida real? Peça-lhes para fazerem uma lista das respostas.
8. Depois de alguns minutos, junta todos para discutir as suas listas como um grupo.

Número do
Cartão

O marginalizado, de quem ninguém gosta. As


3 pessoas normalmente não falam com eles e
muitas vezes tentam evitá-los a todo custo.

Uma pessoa ok. As pessoas não são amigas deles,


6
mas falam com eles casualmente.

Uma pessoa muito popular, de quem se gosta


9 muito. Todos querem falar e estar com eles e
fazem todos os esforços para isso.

Investigar e Agir:

Escolha uma das seguintes atividades. A Opção 1 funciona bem se tiver um grupo muito
diversificado.

Opção 1: O que eu defendo?



Atenção: : Nesta atividade, os participantes vão explorar os sistemas de crenças que influenciam
25-30 m
os seus valores e as semelhanças e diferenças nos sistemas de crenças.

Ajude o grupo, dando conselhos sobre as crenças vulgarmente conhecidas na sua comunidade.
Atenção que a não-crença ou ateísmo também é uma crença e deixe que os participantes se sintam
seguros ao expressarem os seus pensamentos livremente.

A parte mais longa desta atividade é particularmente interessante se quiser ter uma discussão
sobre as crenças, em vez de religiões organizadas. Sinta-se livre para rever as afirmações com base
no que é adequado na sua comunidade.

Método
1. Peça para formarem grupos de quatro a seis participantes. (Se for possível, tente garantir que os
grupos são mistos em termos de etnia/religião.)
2. Distribua as folhas da "Tabela das Religiões" e uma caneta para cada grupo e peça-lhes para
tentarem preencher a folha com base no que sabem/têm discutido.
3. Enquanto estão a fazer isso, dê a cada grupo uma folha do flipchart e um marcador.
4. Peça-lhes para desenharem uma flor grande com um centro e uma pétala por cada membro do
seu grupo.
5. Através das discussões com os membros do seu grupo, peça-lhes para encontrarem
semelhanças e diferenças com base nas suas crenças religiosas.

69
6. Peça aos grupos para preencherem o centro da flor com algo que todos tenham em comum e,
em seguida, cada membro do grupo deve preencher a sua pétala com algo original sobre o seu
sistema de crença.
Depois de terem feito isso, junte-os e peça-lhes para discutirem essas semelhanças e diferenças
enquanto grupo.

7. Pode optar por terminar a atividade aqui, levando os participantes a uma discussão com a
pergunta:
• Como é que os sistemas de crenças influenciam o nosso julgamento e valores?

8. Se houver tempo, pode colocar esta questão na atividade abaixo, que convida os participantes a
examinarem mais atentamente os seus valores, pedindo-lhes para concordarem ou discordarem
com as afirmações.
9. Desenhe uma linha pela sala de aula com giz e coloque os sinais "Concordo" ou "Discordo" em
cada lado da linha.
10. Peça aos participantes para ficarem ao longo da linha de frente para si. Informe-os que vai ler
diversas afirmações e que eles vão ter que se dirigir aos sinais, dependendo se concordam ou
não com as afirmações. Quanto mais eles concordarem ou discordarem, mais perto eles devem
ficar do sinal apropriado. Se eles não tiverem a certeza, devem ficar mais longe do sinal.
11. Leia as afirmações abaixo (também pode usar algumas suas) e espere que os participantes se
dirijam para o sinal. Se achar que os participantes estão prontos para exprimir a sua opinião e
ouvir diferentes opiniões sobre tais questões, peça a uma ou duas pessoas para explicarem as
suas posições.
12. Exemplos de afirmações:
• É errado matar alguém, independentemente do motivo.
• Há vida após a morte.
• Só respeito quem me respeita.
• Todos têm o direito de praticar a sua religião.
• As pessoas têm o direito de lutar por aquilo em que acreditam.
• As pessoas não são boas ou más. São só pessoas.
• Só os homens devem ser líderes religiosos.
• Acredito num Ser Supremo ou Divino.
• Pode ser espiritual, mesmo sem uma religião.
• O que fazemos nesta vida determina o que vai acontecer na vida após a morte.
13. Agradecer a todos pela sua honestidade e participação

Opção 2: Dividir o Muro


Atenção: Verifique se o seu grupo está pronto para esta atividade e que isso não vai reforçar
25-30 m estereótipos. Tenha em mente que, mesmo num contexto homogéneo, existem diferenças regionais.
Pode referir-se a um muro local no seu país ou comunidade (se houver) que exista para dividir a
comunidade.

Método
1. Peça para formarem grupos de quatro a seis participantes e dê a cada grupo uma folha do
flipchart e marcador.
2. Peça aos participantes para desenharem quadrados de tijolo no papel do flipchart para parecer
um muro.
3. Em seguida, peça-lhes para escreverem os diferentes grupos de identidades baseadas no seu
grupo/comunidade (por exemplo, casta, raça e grupos étnicos e religiosos). Incentive-os a serem
criativos no papel do flipchart - como se estivessem a fazer um mural no "muro".
4. Depois de terem feito isso, peça-lhes para pensarem sobre os diferentes estereótipos e mitos
que normalmente existem sobre um desses grupos. Talvez também tenham as suas próprias
generalizações e estereótipos que gostariam de partilhar. Dê-lhes 10 minutos para escreverem
sobre todos no muro.

70
5. Repita o processo, mas desta vez sobre um outro grupo e os estereótipos que as pessoas têm

02. Direitos e Responsabilidades


sobre eles. Dê-lhes mais cinco minutos para fazer isto.
6. Peça a cada grupo para apresentar os seus muros e, após as apresentações, cola os diferentes
muros juntos.
7. Peça aos participantes para discutirem as seguintes perguntas:
• Quais são algumas das coisas comuns escritas nos vossos muros?
• Acham que o que está escrito é verdade? Porquê ou por que não?
• Acham que esses estereótipos são perigosos ou úteis para formar uma comunidade? Porquê?
• Na realidade, estes muros também existem. Às vezes, são muros reais que mantêm as
comunidades ou países separados. Às vezes, são os muros mentais que nos dividem. O que
podemos fazer para "derrubar" esses muros?
8. Como atividade final, convide os participantes a rasgarem a parede como uma forma simbólica
de romper barreiras.
9. Agradecer a todos pela sua honestidade e participação

Refletir
Método

1. Relembre os participantes que o objetivo desta sessão era explorar as semelhanças e diferenças
dos sistemas culturais e das crenças que influenciam as perceções e o julgamento.  

10-15 m 2. Peça aos participantes para discutirem sobre as seguintes perguntas guia:
• Foi fácil ou difícil responderem às perguntas sobre estereótipos étnicos ou expressarem a
vossa crença? Porquê?
• Aprenderam algo novo sobre outros grupos étnicos ou sistemas de crenças? O quê?
• Já ouviram falar de conflitos decorrentes de diferenças de crença e religiões? Dêem alguns
exemplos.
• Quais são algumas das ideias que aprenderam com esta atividade?
3. Relembra á todos que, apesar das diferenças nos sistemas culturais e de crenças, as pessoas
estão unidas por valores étnicas e morais semelhantes. Ao invés de se concentrarem nas
diferenças nos sistemas de crenças culturais e religiosas, é importante concentrarem-se nas
semelhanças de valores no trabalho para uma coexistência harmoniosa.

Questões de investigação para a próxima sessão


Incentive os participantes a investigarem direitos dentro da sua comunidade ou escola, olhando
para os seguintes pontos, como preparação para a próxima sessão: Poder e Ser Capaz: As Nossas
Diferentes Capacidades

• Investigue quaisquer violações de direitos na sua comunidade ou na escola, bem como formas
de proteção desses direitos.
• Tenha especial atenção na situação em que as pessoas portadores de necessidades especiais
e os desafios que enfrentam

71
Fig. 2.5a Tabela das Religiões

Regra de Ouro
Crença / Nome Local de culto Dias Especiais Outras
de Adoração Características interpretação
Religião Ser Divino
Especiais (a partir de
(se aplicável) Scarboro
missões)

Não tratar outros


de maneiras que
você mesmo acharia
Budismo
doloroso (Udana
Varga)

Uma palavra que


resume a base de
toda a boa conduta ...
Confucionismo bondade. Não faças aos
outros o que não queres
que te façam a ti mesmo
(Confúcio)
Considerar o ganho
do seu vizinho como o
seu próprio ganho e a
Taoísmo perda do seu vizinho
como a sua própria
perda (Tai Shang Kan
Ying Pien)
Eu não sou um
estranho para
ninguém, e ninguém
Sikhismo é um estranho para
mim. Na verdade, eu
sou amigo de todos
(Guru Granth Sahib)

Em tudo, façam
Cristandade aos outros o que é
que gostarias que
fizessem a ti (Jesus)

Afirmamos e
promovemos o
respeito pela rede
Unitarismo interdependente de
toda a existência da
qual somos parte
(princípio Unitária)

Espiritualidade Estamos tão vivos


Native enquanto mantemos
a Terra viva (Cheif Dan
George)

Não faças aos outros o


Zoroastrismo que é prejudicial para
ti mesmo (Shayast-na-
Shayast)

72
Tabela das Religiões

02. Direitos e Responsabilidades


Fig. 25b

Regra de Ouro
Nome interpretação
Crença / Outras
Ser Divino Dias Especiais de (a partir de
Local de culto características
religião (se aplicável) Adoração
especiais Scarboro
missões)

Deve-se tratar todas


as criaturas do mundo
como gostaríamos de
Jainismo ser tratados (Mahavira)

Judaísmo O que é odioso para ti,


não faças ao teu vizinho.
Esta é toda a Torá, todo
o resto é comentário
(Hillel)

Islão
Nenhum de vocês
verdadeiramente
acredita até que pedes
um desejo para outros
que desejas para si
mesmo (o Profeta
Fé Bahá’í Muhammad)

Não se deve colocar em


qualquer alma uma carga
que não querias que
alguém te colocasse em
cima, e não desejas para
ninguém as coisas que não
desejas para si mesmo
(Bahá’u’lláh)

Hinduismo Esta é a soma do


dever: não faças aos
outros o que causaria
dor se feito a ti.
(Mahabharata)

73
74
02. Direitos e Responsabilidades
2.3
Poder
e Ser Capaz:
As Nossas Diferentes
Capacidades
Todos temos capacidades e limitações diferentes. As nossas
capacidades permitem-nos alcançar os nossos objetivos, enquanto
as atitudes em relação às nossas limitações são uma barreira
para o bem-estar e igualdade de oportunidades. As pessoas
portadoras de necessidades especiais são frequentemente vítimas
de discriminação e estigma, devido às atitudes e ao ambiente
físico, que não está adaptado às suas necessidades. É importante
notar que as pessoas portadoras de necessidades especiais são
agentes ativos nas suas vidas e na sociedade e a universalidade
de direitos garante a promoção dos direitos de todos. As barreiras
incapacitantes devem ser enfrentadas, para assegurar que os
direitos de todas as pessoas são promovidos e respeitados. Isso
requer que todos trabalhemos em conjunto para tornar as nossas
comunidades mais inclusivas, justas e equitativas.

Esta sessão apresenta aos participantes limitações físicas, sociais


e económicas das pessoas, com ênfase nas barreiras sociais, que
tornam as pessoas portadoras de necessidades especiais vulneráveis ​​
à discriminação e oportunidades restritas. Os participantes vão
estabelecer formas de desafiar e mudar essas barreiras, a fim de
tornar as comunidades mais inclusivas e respeitosas de todos os
direitos.

75
Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:

1. Identificar a universalidade das forças, limitações e capacidades diferentes das pessoas.


2. Identificar os desafios enfrentados por pessoas portadoras de necessidades especiais, bem como os seus
pontos fortes.
3. Afirmar a universalidade dos direitos de todas as pessoas, incluindo dos portadores de necessidades especiais e
estabelecer formas pelas quais os jovens possam participar ativamente, desafiando as limitações e promovendo
a igualdade de direitos para uma sociedade justa e equitativa.

Aprendizagem chave

• Todos temos diferentes capacidades e forças. Um jovem só com uma perna pode ser melhor em matemática
do que um corredor mais rápido da cidade, ou uma jovem com dificuldades de aprendizagem pode ser uma
dançarina muito melhor do que as suas irmãs. Mesmo assim, todos têm os mesmos direitos.
• As pessoas portadoras de necessidades especiais enfrentam muitos desafios que são causados por limitações,
atitudes e barreiras sociais, em vez das suas capacidades diferentes.
• Com o objetivo de tornar as nossas comunidades mais inclusivas, é importante que todos trabalhemos juntos
para quebrar as atitudes, estigmas e barreiras sociais.

Materiais Necessários
• Arranque: Folhas da "Tabela das limitações" (ver abaixo).
• Opção 1: Uma cesta ou caixa de itens que podem ser facilmente captados e contados (por
exemplo, doces, frutas, pedras, etc.); dois ou três lenços (para vendas nos olhos); dois ou três
pedaços de corda ou fita (para amarrar as mãos); "Tabela das Diferentes Capacidades" (Figura
2.7).
• Opção 2: Estudos de casos (ver abaixo)

Informacão for Facilitator


• Esta sessão é sobre como promover a universalidade de direitos e concentrar-se nos direitos e
responsabilidades de todos , enquanto agentes ativos.
• É importante dizer aos participantes que, além do CDC, há uma carta específica, denominada "A
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência" (CRPD) que garante os seus direitos.
• Início: certifique-se que tem várias cópias da "Tabela das Limitações" (veja abaixo) para que
haja uma para cada grupo.
• Se possível, convide uma pessoa com conhecimentos sobre questões em relação às pessoas
portadoras de necessidades especiais.

Explorar e Pensar:

Início: As Nossas Limitações

10-15 m Método
1. Peça para formarem grupos de três a cinco participantes, dê á cada grupo papel suficiente para
cada participante, uma folha de papel do flipchart e canetas.
2. Peça a cada participante para pensar sobre as suas capacidades e escrever três pontos fortes
e três limitações. Peça a cada grupo para discutir as suas respostas e criar uma régua métrica
onde coloquem os 'Pontos fortes' de um lado e as 'Limitações' do outro.

76
3. Distribua a "Tabela das Limitações" (abaixo) para cada grupo e peça-lhes para discutirem as

02. Direitos e Responsabilidades


categorias de limitações listadas na tabela.
4. Dê-lhes 10 minutos e depois tenha uma discussão em grupo sobre as nossas limitações e pontos
fortes, como mencionado na atividade de grupo, com ênfase em como a sociedade se concentra
nas limitações das pessoas portadoras de necessidades especiais e como as atitudes e barreiras
violam os direitos dessas pessoas.

Natureza da
Breve Descrição Exemplo
Limitação

Deficiência visual,
Diferentes capacidades
Física auditiva, física e
físicas ou mentais.
intelectual.

Falta/inadequação de
Económica Sem abrigo.
dinheiro e bens.

Práticas culturais que


criam barreiras para
Cultural algumas categorias Casamentos precoces.
de pessoas numa
comunidade.

Falta/inadequação de
Social Orfandade.
família/cuidadores

Investigar e Agir:
Escolha uma das seguintes atividades:

Atenção: As duas atividades ajudam os participantes a desafiarem as suas próprias atitudes e


crenças da sociedade sobre as limitações e as pessoas com capacidades diferentes. Incentivam
também os participantes a encontrarem formas de mudá-las. Opção 2 requer uma certa quantidade
de espaço e materiais, por isso, se isto for uma preocupação, então a Opção 1 será uma escolha
melhor.

Opção 1: O jogo da igualdade/equidade

Esta atividade vai permitir que os participantes distingam a igualdade e equidade. Uma vez
25-30 m
que temos diferentes limitações sociais, económicas, culturais e físicas, a "igualdade" pode ser
discriminatória. Isto destaca a necessidade de igualdade com "equidade", na qual reconhecemos as
nossas diferenças e nivelamos as limitações construídas pelas atitudes e crenças da sociedade em
relação a diferentes capacidades, sexo, classe e cultura.

O jogo mostra-nos como a igualdade pode ser discriminatória ao tratar todas as pessoas da mesma
forma. Peça aos participantes para discutirem e tentarem encontrar um meio para conseguirem um
jogo equitativo. Esta discussão deve ser baseada na necessidade de ter em conta as necessidades
especiais e de se adaptar para permitir uma igualdade com equidade.

Método
1. Peça voluntários entre os participantes que estejam dispostos a fazer uma das seguintes
atividades (vai precisar de dois ou três para cada):
• Ter os olhos vendados.
• Ter as mãos amarradas (alguns para a frente, alguns para trás).

77
• Realizar a atividade com uma mão no bolso (de modo a que eles não possam usar a sua mão
livre).
• Andar de joelhos (certifique-se de que é seguro fazê-lo).
• Realizar a atividade sem "limitações".
2. Peça aos voluntários para ficarem num dos lados da sala de aula e os restantes participantes
devem reunir-se no outro lado a assistir.
3. Peça aos voluntários para vendarem/amarrarem as mãos dos membros do seu grupo.
4. Coloque a cesta ou caixa de itens contáveis a ​​cerca de 20 metros de distância do grupo de
voluntários.
5. Diga-lhes que quando você disser "Vai", os voluntários devem ir para a cesta/caixa, recolher o
máximo de itens possíveis e voltar para o ponto de partida o mais rápido possível.
6. Depois de terem completado a prova, peça aos voluntários para contarem quantos itens cada
pessoa foi capaz de recolher.
7. Em seguida, peça ao grupo como um todo para discutirem as seguintes questões:
• Como é que esta atividade reflete o que acontece na vida real? O que aprenderam com ela?
• Quais são as diferentes deficiências que conhecem? (Liste as respostas num flipchart. Use a
"Tabela das Diferentes Capacidades" (Figura 2.7) e além das pessoas famosas ou históricas
com capacidades diferentes listadas no quadro, peça/ajude os participantes a nomearem
algumas pessoas nacionais ou locais bem-sucedidas com capacidades diferentes.)
• Quais são os desafios que as pessoas com capacidades diferentes têm de enfrentar?
• Como podemos enfrentar esses desafios? Como podemos nivelar as disparidades e trazer
equidade a este jogo? Como podemos garantir que todos recebem a mesma oportunidade de
chegarem aos itens? (Saliente que os itens significam a igualdade de oportunidades, incluindo
a educação, o tratamento em casa e na sociedade, outros direitos iguais, etc.)
• Alguém aqui precisa de assistência/apoio especial? Alguém conhece outra pessoa - quer
seja membro da família, amigo ou alguém da comunidade - que precise de assistência/apoio
especial? A que indivíduos ou instituições vocês/eles podem ir para pedir ajuda?
8. Se tiver convidado um orador para esta sessão, aproveite para realizar uma sessão de perguntas
e respostas. Pode também pedir-lho para facilitar a discussão.

Opção 2: Histórias de Diferenças

25-30 m Método
1. Peça para formarem grupos de quatro a seis participantes e dê a cada grupo um estudo de caso
abaixo, papel e canetas para tomarem notas.
2. Dê aos grupos alguns minutos para lerem os seus estudos de caso e depois peça-lhes para
discutirem as seguintes questões:
• Quais são os desafios não mencionados no estudo de caso que os jovens podem ter de
enfrentar?
• Como podemos enfrentar os desafios retratados no estudo de caso na nossa comunidade? Que
lições tiram do estudo de caso?
• Conhecem algum programa de sucesso para capacitar as pessoas portadoras de necessidades
especiais como aqueles do estudo de caso da sua comunidade ou país?

• Quais são as diferentes deficiências que conhecem? (Liste as respostas num flipchart. Use a
"Tabela das Diferentes Capacidades" (Figura 2.7) e além das pessoas famosas ou históricas
com capacidades diferentes listadas no quadro, peça/ajude os participantes a nomearem
algumas pessoas nacionais ou locais bem-sucedidas com capacidades diferentes.)
• Quais são os principais desafios que identificaram que são enfrentados pelos portadores
de necessidades especiais? (Relembre os participantes dos pontos que foram convidados a
considerar, no final da última sessão sobre quaisquer violações de direitos na sua comunidade
ou na escola, bem como formas de proteção desses direitos e quaisquer situações especiais de

78
pessoas portadoras de necessidades especiais e os desafios que enfrentam.)

02. Direitos e Responsabilidades


• Alguém aqui precisa de assistência/apoio especial? Alguém conhece outra pessoa - quer
seja membro da família, amigo ou alguém da comunidade - que precise de assistência/apoio
especial? A que indivíduos ou instituições vocês/eles podem ir para pedir ajuda?
3. Peça aos grupos para partilharem algumas das suas respostas.
4. Se tiver convidado um orador para esta sessão, aproveite para realizar uma sessão de perguntas
e respostas. Pode também pedir-lho para facilitar a discussão.

Refletir
Método

1. Peça para formarem grupos de três a quatro participantes e discuta os seguintes pontos:
• Dois pontos chave que aprenderam durante esta sessão.
• Citem um ponto forte e uma limitação que cada pessoa deste pequeno grupo tem.
10-15 m • Quais seriam as duas mudanças que fariam na sua comunidade ou escola para a tornar mais
justa e inclusiva?
• Quais seriam as duas coisas que poderiam fazer para tratar os outros com mais equidade?
2. Se houver tempo, peça a alguns grupos para partilharem as suas respostas com o resto do
grupo.
3. Retome a discussão sobre os conceitos mais amplos de direitos e responsabilidades e destaque
as principais lições aprendidas com a sessão:
• Todos temos diferentes capacidades e pontos fortes.
• As pessoas portadoras de necessidades especiais enfrentam muitos desafios que são
causados por limitações, atitudes e barreiras sociais, em vez das suas capacidades diferentes.
• Com o objetivo de tornar as nossas comunidades mais inclusivas, é importante que todos
trabalhemos juntos para quebrar as atitudes, estigmas e barreiras sociais.

Questões de investigação para a próxima sessão


Incentive os participantes a fazerem as seguintes perguntas a uma mulher mais velha (avó ou mãe
com filhos mais velhos), como preparação para a próxima sessão: Género e Papéis Sociais

• Quais são os principais desafios de ser uma mulher?


• Como lidou com os desafios?
• Que mudanças houve ao longo dos anos?

Opção 2: Histórias de Diferentes Estudos de Caso

Estudo de Caso 1
A Escola Overdale, em Stockport, Reino Unido, era uma escola para crianças portadoras de
necessidades especiais. O diretor da escola acreditava que com as tentativas adequadas, todas as
crianças da escola Overdale poderiam frequentar escolas regulares da cidade. Assim, ele conseguiu
admitir cinco crianças da sua escola nas escolas regulares perto das suas casas. Isso não foi fácil. A
maioria das pessoas pensaram que tal experiência seria um fracasso, mas as crianças nas escolas
regulares gostaram da ideia. Isto permitiu que a experiência continuasse.

Várias crianças se voluntariaram para ajudar as crianças portadoras de necessidades especiais


a movimentarem-se, comunicarem, lerem e fazerem todas as outras atividades necessárias para
sobreviverem. As crianças portadoras de necessidades especiais tornaram-se amigas e misturaram-
se uns com os outros, como qualquer outra criança. As suas necessidades especiais e limitações

79
permaneceram e foram atendidos por especialistas visitantes.

O sucesso destas cinco crianças incentivou as autoridades e os adultos em Stockport a repetirem


o exercício com mais crianças da escola Overdale. Hoje, com a total cooperação das autoridades
locais de educação, muitas crianças portadoras de necessidades especiais estão agora a frequentar
escolas próximas das suas casas.

Estudo de caso 2
O Projeto Mpika Inclusive Education (PMIE) tomou fortes medidas para tornar a educação inclusiva
uma realidade. Isto foi conseguido por permitir que os jovens portadores de necessidades especiais
pudessem estudar em salas de aula regulares das 17 escolas primárias locais no distrito de Mpika
Northern Province, Zâmbia em África.

Quando o PMIE começou em Mpika, havia um grupo de professores que estavam cientes do
poder dos jovens e como poderiam ser eficazes em provocar a mudança. O projeto contribuiu
para a inclusão de crianças portadoras de necessidades especiais através da abordagem 'Criança
a criança'. O programa "Criança a Criança" permitiu que as pessoas jovens participassem na
identificação de crianças portadoras de necessidades especiais (muitas das quais não estavam na
escola), integrá-las até que pudessem frequentar com confiança nas escolas locais, ajudar-lhas a
ir para e voltar da escola e apoiarem-se mutuamente na aprendizagem (troca de experiências e
conhecimento). Durante este processo, os professores também desenvolveram novas formas de
ensinar, o que ajudou a garantir que a aprendizagem nas suas aulas tivessem mais sentido para
todas as crianças.

Para a educação inclusiva ser aceite nas escolas e comunidades de Mpika, houve mudanças
significativas nas atitudes a muitos níveis nas escolas e comunidades. Essas mudanças destruiram,
por sua vez, as barreiras sociais para a inclusão ser possível. Todos os jovens se sentirem
enriquecidos com esta experiência e beneficiariam socialmente e academicamente. Por exemplo,
muitos jovens ficaram emocionados ao aprender a língua gestual e usá-la para se comunicarem
com os seus amigos portadores de necessidades especiais, criando assim uma linguagem "secreta"
que é incompreensível para a maioria dos adultos.

80
Fig. 2.7 Tabela de diferentes habilidades

02. Direitos e Responsabilidades


Pessoas com São mais E não podem ... Mas podem ... São capacidades Alguns modelos
diferentes chamados ... diferentes por causa são ...
capacidades, que de ...
são ...

Surdo Deficientes Ouvir corretamente Fazer tudo Ludwig van


auditivos normalmente. Beethoven (famoso
Use a linguagem compositor).
de sinais, ou até
mesmo falar, se
treinado.

Cego Deficientes Ver, ou só pode ver Se movimentar Hellen Keller (ativista


visuais parcialmente normalmente cega / surdo).
e fazer várias acidente
atividades.
ou

Entender e fazer deformidade


Mudo Discurso Falar ou falar
debilitado claramente tudo o resto. ou
parto difícil
ou
Dificuldades Manter o ritmo com Fazer tudo o problemas genéticos Alexander Graham
de a turma pois eles resto. Bell (inventor do
aprendizagem tendem a inverter ou telefone)
os números e tomar remédio
alfabetos e
inadequado
ou Thomas Edison
(cientista e inventor).
má alimentação
ou
mãe desnutrida.
Ma. Gracia Cielo
Aleijado Ortopedica- Usar os seus Fazer tudo o
“Graça” Magno
mente membros de resto.
Padaca (governador
prejudicada forma eficaz
da província do
norte de Isabela,
Filipinas).

Spástico Paralisia cerebral Controlar os Ser independente Professor Stephen


músculos e e bem-ajustados, Hawking (físico).
movimentos e se treinado.
então podem achar
a coordenação
difícil
Fazer atividades
Retardado Alguém com Aprender coisas
físicas, ter
uma deficiência tão rapidamente
relacionamentos,
intelectual ou falar tão
alcançar seus
fluentemente
objetivos.

81
82
02. Direitos e Responsabilidades
2.4
Género e
Papéis Sociais
"As meninas devem fazer isto, os meninos devem fazer aquilo..."
Todos nascemos em sociedades que colocam as expectativas em
nós, dependendo se somos homens ou mulheres. O sexo refere-
se às diferenças físicas entre homens e mulheres, com base em
características biológicas. O género, por outro lado, refere-se aos
comportamentos sociais aprendidos e às expectativas associadas
aos dois sexos. Estes são definidos pela cultura e sociedade
e mudam ao longo do tempo e da história. A maneira como
nos vestimos, o nosso modo de agir, o que nos é ensinado, os
nossos papéis em casa e os empregos que acabaremos por ter
são exemplos das nossas vidas que são influenciados pelo nosso
género. Historicamente, as mulheres têm sido menos favorecidas
por essas expectativas sociais e vemos isso nas nossas famílias e
comunidades. Embora os homens têm sido, em várias sociedades,
tradicionalmente mais autónomos em comparação com as
mulheres, eles são também os prisioneiros das pesadas ​​expectativas
sociais.

Esta sessão apresenta aos participantes o conceito de género,


papeis de género e estereótipos. Os participantes são incentivados
a partilharem os seus sentimentos e experiências e são desafiados a
questionarem os seus estereótipos ligados ao género e a tomarem
medidas para os ultrapassarem.

83
Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:


1. Fazer a distinção entre "sexo" e "género".
2. Criticar as suas crenças sociais e estereótipos dos papéis de género no seio da família e da comunidade.
3. Identificar os papéis limitadores de género e como podem ser alterados.

Aprendizagem chave

• As nossas características do sexo masculino e feminino são biológica e fisiologicamente determinadas e são
universais. Género é, por outro lado, determinado socialmente e isso pode variar muito de acordo com o
contexto, bem como cultura, classe e religião.
• Muitas vezes, os homens e mulheres são limitados ou capacitados pelas expectativas de género da sociedade e
não necessariamente pelas suas diferenças biológicas.
• Os papéis de homens e mulheres mudaram ao longo do tempo e continuam a mudar. É importante desafiá-los e
mudá-los quando estão a limitar e a violar os direitos.

Materiais Necessários
• Início: Bola (ou papel enrolado como uma bola)
• Opção 1: cartões (um conjunto por participante) vermelhos, verdes e amarelos (semáforos).
Informações para o facilitador
• Para reforçar as diferenças entre sexo e género junto dos participantes, certifique-se de fazer
uma contínua referência a descrições biológicas ou físicas que podem ser atribuídas a sexo ou a
papéis sociais e descrições atribuídas a género.

• Início: Se tiver um grupo grande, pode precisar de duas bolas.

Explorar e Pensar:

Início: Bola do género


Esta atividade visa explorar os significados, crenças e estereótipos associados ao ser homem ou
10-15 m mulher.

Método
1. Faça duas colunas no flipchart - uma intitulada "Homens/Meninos" e a outra "Mulheres/
Meninas". Peça a dois voluntários para ficarem ao lado do flipchart e registarem as respostas.
2. Peça aos restantes participantes para formarem um círculo para jogarem "Responde à Bola" (se
o grupo for muito grande, peça-lhes para só formarem dois círculos).
3. Esteja no centro do círculo com a bola (peça outro voluntário para ficar no centro do círculo
segundo, se necessário).
4. Diga aos participantes que vai atirar a bola a alguém e gritar "Homem", "Mulher", "Menino" ou
"Menina". O participante que apanhar a bola vai gritar a primeira coisa que se lembrar sobre
um homem, mulher, menino ou menina.
5. Os voluntários vão depois anotar as respostas no flipchart.
6. Tente incentivar os participantes a manterem o ritmo, parando de vez em quando, e levando-os
a pensarem em trabalhos e profissões, papéis na família e na comunidade, capacidades, tarefas
domésticas, etc.
7. Após 5 a 10 minutos, reúna-os ao pé do flipchart e olhem para as palavras listadas.
8. Discuta as respostas, usando as seguintes perguntas:

84
• O que observam nas diferenças entre homens e mulheres?

02. Direitos e Responsabilidades


• Concordam com todos os termos e/ou expetativas listadas nos "Homens/Meninos" e
"Mulheres/Meninas"?
• Quais são as diferenças biológicas e quais são as diferenças culturais?

Investigar e Agir:
Escolha uma das seguintes atividades:

Opção 1: Quem disse isso?

25-30 m
Método
1. Dê a cada participante um cartão vermelho, verde e amarelo (semáforo).
2. Diga-lhes que vai ler algumas afirmações que representam o que as pessoas pensam de si
mesmas e do seu papel na sociedade (ver abaixo) e que depois de cada afirmação, eles terão
de segurar o cartão vermelho se pensarem que se refere ao sexo masculino (meninos/homens),
o verde se se refere ao sexo feminino (meninas/mulheres) e amarelo se poderia referir-se a
ambos. Relembra os participantes que devem tomar as suas próprias decisões e não seguir as
dos seus amigos.
Afirmações:
• Eu não choro. Só as pessoas fracas choram.
• Eu preciso de sentir bonito.
• Eu estou a dar o meu melhor para gerir o nosso orçamento doméstico.
• Eu preciso de sustentar a minha família.
• Eu amo ser pai/mãe.
• Se não sabes cozinhar, ninguém vai querer casar contigo.
• O respeito e a tranquilidade são importantes para mim.
• Eu posso sair e jogar a qualquer hora que eu quero.
• Eu sou o grande chefe de uma empresa/país.
• As minhas decisões não devem ser questionadas.
3. Depois de cada afirmação, peça aos participantes para explicarem as razões da sua escolha.
Num flipchart, agrupe as observações, perceções e ideias semelhantes e os pontos de vista
totalmente contraditórios.
4. Use estes grupos de observações como base para a discussão, orientada pelas seguintes
questões:
• O que observaram a partir das respostas? Existem algumas coisas que um homem pode fazer,
mas uma mulher não pode (e vice-versa)? Isso é por causa do seu sexo ou do seu género?
• Define o sexo. (Homem ou mulher - baseado em características físicas e biológicas).
• Define o género (Masculino ou feminino – papéis construídos culturalmente e socialmente,
portanto, não são determinados biologicamente, mas determinados pela sociedade).
• Quais são as limitações que as mulheres encontram por causa do seu género? E os homens?
• Citam uma coisa que gostem no que diz respeito ao vosso género. O que é que mudariam?
• Define estereótipos. Deem exemplos. (Cite exemplos da Atividade de Inicio).
• Como é que os estereótipos aparecem? É algo aprendido na escola, comunicação social,
igreja, governo, família, etc.?
• Como podemos mudar os estereótipos de género e atitudes que são uma limitação ao género?

85
Opção 2: A História Dela: Agora e antes
Como exemplo de mudança de papéis de género, esta atividade vai incentivar os participantes a
25-30 m
refletirem sobre como o papel da mulher tem mudado ao longo dos anos.

Método
1. Peça para formarem grupos de cinco a sete participantes (se tiver um grupo grande).
2. Peça-lhes para discutirem a seguinte questão no seu grupo:
Quem tem muitas vezes o controlo sobre as decisões, dinheiro e recursos? Por que é assim?

3. Após 5 a 10 minutos, leia e discuta as seguintes estatísticas para os grupos (use as estatísticas
nacionais, se disponível, para mostrar as diferenças por região). Pode pedir-lhes para
adivinharem qual a percentagem do seu parlamento é do sexo feminino e quanto é que acham
que uma mulher ganha comparado com um homem?
• Mulheres na política: De 1995 a 2012, o número médio de mulheres em cargos parlamentares
em todo o mundo cresceu de 11,3% para 20,3%. No entanto, em alguns países, isto ainda é
zero (Vanuatu), enquanto que em outras, é tão elevada como 51,9% (Ruanda)1.
• Os salários das mulheres: Um estudo sobre os salários em 43 países publicado em 2012
descobriu que mulheres foram pagas, em média, 18,4% a menos para fazer o mesmo
trabalho2.
• Mulheres na educação: Globalmente, a média de inscrição nas escolas de raparigas é de
49,2% (escola primária), 49,2% (ensino secundário) e 51,9% (ensino superior)3.
4. Peça aos grupos para discutirem essas estatísticas, usando as seguintes perguntas como guia:
• Estas estatísticas mostram um progresso em relação à igualdade entre homens e mulheres?
Expliquem a vossa resposta.
• • Define estereótipos. Deem exemplos (Cita exemplos da Atividade Inicial).
• Como surgem os estereótipos? É algo aprendido na escola, comunicação social, igreja,
governo, família, etc.?
• Quais são as limitações que as mulheres encontram por causa do seu género? E os homens?
• Como podemos mudar os estereótipos e as atitudes de género que criam limitações?

Refletir
Método
1. Em pequenos grupos, peça aos participantes para contarem histórias de pessoas das suas vidas
que desafiaram os estereótipos de género.
2. Faça com que cada pequeno grupo partilhe a história mais convincente do seu grupo.
3. Relembre aos participantes que o objetivo desta sessão é a distinção entre sexo e género, bem
10-15 m
como identificar e começar a desafiar os estereótipos de género e os desafios e limitações que
representam para meninos, meninas, homens e mulheres. Peça a alguns participantes para
compartilharem algumas das coisas que aprenderam.

Questões de investigação para a próxima sessão


Incentive os participantes a anotarem perguntas, como preparação para a próxima sessão: Vamos
Falar Sobre Sexualidade

• Anote todas as perguntas que sempre quiseram perguntar sobre ser uma menina/mulher ou
menino/homem. Podem ser sobre relações, mudanças durante a puberdade, as expetativas
com base na sua sexualidade, etc.

Inter - Parliamentary Union accessible at www.ipu.org


Tijdens, K.G., Van Klaveren, M. (2012) Congelado no tempo: Diferença salarial entre géneros inalterada por 10
anos. Bruxelas, CSI
World Bank accessible at database.worldbank.org

86
02. Direitos e Responsabilidades
2.5
Vamos Falar
Sobre Sexualidade
Há muitas vezes a ideia errada de que a sexualidade é apenas sexo.
A sexualidade é no entanto um conceito mais amplo que engloba
como experimentamos o amor, desejo e atração, bem como a forma
como expressamos a feminilidade e masculinidade. A sexualidade
também está relacionada com a saúde reprodutiva, que trata dos
processos reprodutivos, funções e sistema em todas as fases da
vida.

Esta sessão apresenta aos participantes os conceitos de sexualidade


e saúde reprodutiva. Os participantes são incentivados a
encontrarem fontes de informação de confiança, a quem possam
fazer livremente perguntas e discutir questões sobre saúde
reprodutiva e sexualidade durante esta fase da vida em que sentem
várias alterações psicológicas e emocionais.
Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:


1. Identificar três ou mais crenças que os jovens têm sobre a saúde reprodutiva e sexualidade que influenciam o
seu comportamento.
2. Identificar três ou mais indivíduos ou instituições que os possam orientar ou ajudar sobre a saúde reprodutiva e
sexualidade.

Aprendizagem chave

• Recebemos muitas mensagens diferentes e variáveis ​​sobre crescer, género, sexualidade e saúde reprodutiva.
• Aprender a avaliar a vericidade de diferentes mensagens constitui por consequência uma competência
importante de vida que nos vai impedir de ficarmos confusos e tomarmos más decisões.
• É importante ter pessoas de confiança a quem recorrer para assuntos sobre sexualidade e saúde reprodutiva.

87
Materiais Necessários
• Início: Fichas Com Frases Incompletas (ver abaixo)
• Opção 1: sinais com "CONCORDO", "DISCORDO" e "INDECISO" Lista de frases (ver abaixo)

Informações para o facilitador


• Normas prejudiciais de género para os homens e mulheres podem colocar os jovens em risco
a doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), VIH, reinfecção VIH, gravidez indesejada, abuso
ou violência sexual. É importante que os jovens pensam no que aprenderam durante a sessão
anterior, principalmente os valores ligados ao género.
• Início: Prepare várias cópias das fichas "Frases Incompletas" antes da sessão para que tenhas
suficientes para cada grupo. Em alternativa, pode escrever as frases num flipchart ou quadro, se
desejar.
• Opção 1: Coloque os sinais "CONCORDO", "DISCORDO" e "INDECISO" em diferentes lugares pela
sala antes da sessão.
• Enquanto facilitador, tenta convidar um orador especialista em sexualidade e saúde reprodutiva
dos adolescentes para responder às preocupações mais relevantes.
• Se for possível, convide uma pessoa com experiência em questões relativas à sexualidade e
saúde sexual.

Explorar e Pensar:

Início: Completar as Frases


Completando as frases os participantes acabam por refletir sobre os seus sentimentos em relação à
10-15 m sexualidade e saúde reprodutiva, completando as frases.

Método
1. Peça para formarem grupos de quatro a seis participantes. Idealmente, cada grupo deve ser do
mesmo sexo, todos meninos ou todas meninas.
2. Distribua as fichas de "Frases Incompletas" e canetas para cada grupo (ou papel e caneta, se
tiver as frases num flipchart). Certifique-se de escolher as frases que ache apropriadas para o
seu grupo de participantes.
3. Peça aos participantes para refletirem sobre os seus sentimentos e experiências e completarem
as frases.
4. Incentive cada grupo a discutir os temas destacados nas frases. Relembre os participantes que o
que foi discutido é confidencial e recorde-lhes os três conselhos para uma comunicação forte da
primeira sessão:
• Vão para algum lado onde possam ter uma conversa privada.
• Respeitem o que o vosso colega tem a dizer-vos. Façam muitas perguntas e tentem ouvir mais
do que falar.
• Estabeleçam um forte contacto visual com vosso colega. Acenem com a cabeça, sorriam e
mostrem ao vosso colega que vocês se importam realmente com o que ele tem a dizer. Façam
contacto corporal, como colocar a mão no ombro, se se sentirem confortáveis com isso.
5. Se tiver convidado alguém, essa pessoa pode visitar cada grupo e responder a quaisquer
perguntas que os participantes tenham sobre esta atividade ou pergunta na sessão de questões
de investigação anterior.

88
Listas de frases incompletas

02. Direitos e Responsabilidades


Saúde Reprodutiva

• Eu escolho falar com ________________ quando eu tenho dúvidas sobre as mudanças do meu
corpo durante a adolescência porque _______________________.
• Eu sinto-me_________ se eu precisar de falar de questões sobre sexo com os meus pais
porque____.
• Eu sinto-me______ se eu precisar de comprar preservativos.
• Eu acho que os contracetivos são ____________ porque ______________.
• Se eu ficar grávida (ou engravidar alguém), eu______________________________.
• Eu sinto-me________ com as mudanças do meu corpo porque _________________________.

Sexualidade

• Eu sinto-me preparado/a para ter relações sexuais quando _______________________.


• Virgindade é________________________.
• Eu não devia ter relações sexuais se_______________________________.
• Eu sinto-me _____________ se eu falar sobre masturbação.
• Os desejos sexuais e as fantasias são______________________.
• Se eu tivesse um amigo homossexual, eu _______________________________.
• Acredito que ter relações sexuais antes do casamento é ________________.

VIH/SIDA

• Se eu tivesse VIH, eu __________________.


• Viver com VIH é possível porque _______________________________.
• Se eu descobrir que um amigo tem VIH ou SIDA, eu ___________________________.

Investigar e Agir:
Escolha uma das seguintes atividades:

Atenção: As declarações listadas para estas atividades são apenas exemplos. Senta-se livre para
revisar-lhos baseado no que é apropriado para a idade e cultura do seu grupo.

Opção 1: Levanta-te e sê contado

25-30 m
Método
1. Indique os locais dos sinais "CONCORDO", "DISCORDO" e "INDECISO" aos participantes.
2. Peça aos participantes para ficarem no centro da sala de aula.
3. Explique que vai ler algumas afirmações, uma por uma e que os participantes vão precisar de
se dirigir ao sinal "CONCORDO" se concordarem com a afirmação; o sinal "DISCORDO" se não
concordarem, ou "INDECISO" se não tiverem a certeza.
4. Leia a primeira afirmação. Repita-o e certifique-se de que todos já compreenderam.
5. Peça aos participantes para se dirigirem para o sinal, como instruído.
6. Quando todos tiverem ido para o seu sinal, dê-lhes alguns minutos para discutirem com os
seus co-decisores sobre a razão da sua decisão e sobre o que, na sua opinião, é certo para os

89
meninos e para as meninas.
7. Em seguida, deixe que cada grupo explique aos outros grupos por que tomou essa decisão.
8. Faça aos participantes as seguintes perguntas:
• Os meninos escolheram sinais diferentes das meninas? Porquê?
• Esta ideia protege-nos de sexo não desejado, gravidez, DSTs (incluindo VIH), ou coloca-nos em
risco?
• Alguém quer mudar de grupo agora que ouviram as razões de outras pessoas ao concordarem
ou discordarem? Se assim for, peça-lhes para explicarem por que estão a mudar.
9. Certifique-se de fornecer informações e desafiar as ideias negativas, se/quando necessário.
10. Leia outra afirmação e repita a atividade.
Afirmações:
• É mais fácil arranjar uma namorada ou namorado, se tiveres dinheiro.
• É normal receber dinheiro ou presentes depois de fazer sexo.
• Arranjar um bom casamento é mais importante do que ter mais escolaridade.
• É importante usar um preservativo durante o sexo oral.
• A minha religião dá-me as respostas para saber como agir em relação ao sexo oposto.
• Eu estou à vontade para falar com a minha família sobre sexo.
• É aceitável que os rapazes fazem sexo antes de se casarem.
11. Convide os participantes a pensarem em novas afirmações.
12. Quando as afirmações terminarem, peça aos participantes para se sentarem e discutirem sobre
o que aprenderam com a atividade.
13. Para facilitar ainda mais a reflexão dos participantes sobre como se sentem sobre a sua saúde
reprodutiva e sexualidade, pode fazer-lhes as seguintes perguntas:
• Onde é que costumamos buscar informações e opiniões sobre a saúde reprodutiva e
sexualidade?
• Acham que é possível que os nossos pontos de vista mudem? Isso é bom ou mau?
• Quais desas frases/ideias nos protegem do sexo não desejado, gravidez, DSTs (incluindo VIH),
ou nos coloca em risco?

Opção 2: Encenação
Os jovens recebem muitas mensagens diferentes e variáveis ​​sobre o crescimento (e sexualidade e
25-30 m género, VIH, etc.) de pessoas diferentes. Isso faz com que seja difícil para eles saberem em que tipo
de informação é que devem confiar que permite-lhes tomarem boas decisões. Aprender a julgar a
confiabilidade de mensagens diferentes é uma competência importante de vida que nos vai impedir
de tomarmos más decisões.

Nesta atividade, os participantes vão praticar a habilidade de refletirem sobre diferentes fontes de
informação que recebem em relação às suas opiniões e atitudes em relação à sexualidade.

Atenção: Se você gostaria que os alunos estivessem mais preparados para esta actividade, você
pode atribuir funções aos participantes antes da Sessão. Também pode ajudá-los, sugerindo que
tipos de mensagens normalmente vêm de diferentes pessoas.

Método
1. Dê a cada participante uma folha de papel e uma caneta.
2. Escolha uma das afirmações da Opção 1 acima (por exemplo, É aceitável que os rapazes fazem
sexo antes de se casarem).
3. Leia a afirmação ao grupo e pergunte aos participantes o que influencia as nossas opiniões
sobre este tema. Os exemplos podem incluir: os pais, os amigos, os mais velhos e os mentores
tradicionais, religião, professores, rádio, vídeo, etc.
4. Peça aos participantes para anotarem as suas respostas.

90
5. Em seguida, peça a alguns voluntários para participarem numa encenação. Peça aos voluntários

02. Direitos e Responsabilidades


para escolherem o papel de uma das pessoas mencionadas acima. Por exemplo, uma pessoa
pode ser um pai, um amigo, um pregador, e assim por diante. Peça a cada pessoa para
encenarem o conselho que sua personagem daria a um menino ou menina, dependendo da
afirmação escolhida.
6. Peça ao resto do grupo para ouvir o conselho dado das diferentes pessoas e dê-lhes as
seguintes questões a considerar:
• Como decidiriam que conselhos seguir?
• O que vai ajudar-vos a tomarem a vossa decisão?
• Qual é a exatidão da informação vinda de cada pessoa? Que outras informações precisam?
• Porque é que a pessoa vos diz isso? Eles querem ajudar-vos ou prejudicar-vos? Confiam neles?
• Quais seriam as consequências positivas e negativas da decisão que vocês tomaram?
7. Em seguida, escolha outra afirmação e repita o processo.

Refletir

Método
1. Relembre os participantes que o objetivo desta sessão é aprender sobre a sexualidade e saúde
reprodutiva, bem como identificar fontes confiáveis ​​de informação a quem eles possam recorrer
livremente para fazerem perguntas e discutirem questões relacionadas com a sexualidade e
10-15 m saúde reprodutiva.
2. Faça aos participantes as seguintes perguntas:
• Como se sentiram durante as atividades? Foi fácil ou difícil expressarem os vossos sentimentos
e opiniões sobre a saúde reprodutiva e sexualidade?
• O que aprenderam durante estas atividades?

Questões de investigação para a próxima sessão


Incentive os participantes a realizarem o seguinte projeto de inquérito à comunidade. Devem
entrevistar 10 adultos da sua comunidade, pedindo e registando as respostas das perguntas
seguintes, como preparação para a próxima sessão: O Nosso Único Lar.

• Qual é o maior problema ambiental na nossa comunidade?


• Que outros problemas ambientais ou desastres naturais podem resultar disso?
• Como é que as pessoas contribuíram para esse problema?
• O que pode ser feito para resolver isto? O que podemos fazer?
• Alguns problemas ambientais surgiram de empresas industriais, mas também há empresas de
sucesso que são ambientalmente sustentáveis - o desenvolvimento económico é bom ou mau
para o meio ambiente?

Atenção: Informação adicional sobre como conduzir um inquerito pode ser encontrado no Guia
Actividade no final do currículo PÁGINA 247.

91
92
02. Direitos e Responsabilidades
2.6
A Nossa ÚNICO
LAR
Todos dependemos da terra para a vida e de recursos como água, ar,
energia e terra. No entanto, o nosso estilo de vida consumista tem
contribuído para os graves problemas ambientais que enfrentamos
hoje. Os jovens carregam o fardo dos problemas ambientais, porque
são confrontados com eles agora e vão herdar as consequências
nos anos vindouros. Eles têm um papel crucial ao se esforçarem
para resolverem os problemas ambientais e na redução da nossa
pegada de carbono, abraçando formas mais sustentáveis de ​​ energia,
incluindo fontes renováveis.
Nesta sessão, os participantes vão investigar como o seu estilo de
vida e ações ajudam a construir ou a destruir o nosso planeta.

Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:


1. Citar três problemas ambientais na sua comunidade e reconhecer a sua contribuição para esses problemas.
2. Identificar formas de lidar com os problemas, incluindo duas oportunidades para os jovens participarem em
causas ambientais.

Aprendizagem chave

• Os problemas ambientais que enfrentamos foram largamente causados pelo estilo de vida de consumo e
procura. Cabe, portanto, a nós resolver essas questões.
• Os jovens têm um papel crucial ao investirem as suas energias e ideias para moldar um planeta mais seguro e
sustentável.

93
Materiais Necessários
• Início: O flipchart a mostrar a lista de itens de "resíduos sólidos" (ver abaixo); marcador.
• Opção 2: Fichas da Estudo caso "Lixo é Dinheiro" (ver abaixo) ou um computador para permitir
que os participantes vejam o vídeo da Empresa de Ambiente Social Aflateen em Honduras no
canal Aflatoun no YouTube http://www.youtube.com/watch?v = mnVTFaPkJpM
• Refletir: Plantem sementes.

Informações para o facilitador


• Início: Escrevam a lista de itens de "resíduos sólidos" no flipchart antes da sessão.
• Opção 2: Prepare várias cópias da ficha da Estudo caso "Lixo é Dinheiro" para que tenha
material suficiente a distribuir a cada grupo.

Explorar e Pensar:

Início: Lixo: Dura Há Muito Tempo


Esta atividade permite aos participantes analisar os objetos do quotidiano à sua volta.
10-15 m
Método

1. Mostre aos participantes a lista no flipchart e explique-lhes que esses itens são exemplos
do que é denominado como "resíduos sólidos". Informe os participantes de que esses itens
acabam em aterros sanitários.
2. Peça para formarem pares e dê a cada par uma folha de papel e caneta.
3. Peça aos pares para listarem os itens de acordo com o período de tempo que acham que vai
demorar para os itens se decomporem, começando com o mais rápido em primeiro lugar e indo
até ao que demora mais tempo.
4. Depois de cinco minutos, peça a alguns pares de voluntários para partilharem as suas respostas.
5. Depois de terem feito isso, vejam em conjunto as respostas corretas e relembre os participantes
que cada produto pode ter um impacto sobre o meio ambiente durante cada uma das cinco
etapas do seu ciclo de vida:
• Aquisição de matéria-prima
• Produção
• Distribuição
• Consumo
• Mandar fora

Lista de Resíduos Sólidos:


• Algodão
• Saco de plástico
• Banana
• Garrafa de vidro
• Papel
• Borracha
• Meias de lã
• Lata (de sopa ou vegetal)

94
• Couro

02. Direitos e Responsabilidades


• Copo descartável
• Lata de alumínio (de refrigerante)
• Garrafa de plástico
• Cigarros

As aproximações dos cientistas sobre os períodos de decomposição são:


• Banana: Três a quatro semanas
• Saco de papel: Um mês
• Pano de algodão: Cinco meses
• Meias de lã: Um ano
• Ponta de cigarro: Dois a cinco anos
• Bota de couro: 40 a 50 anos
• Sola de borracha (de uma bota): 50 a 80 anos
• Lata (de sopa ou vegetal): 80 a 100 anos
• Lata de alumínio (de refrigerante): 200 a 500 anos
• Saco de plástico: 450 anos
• Garrafa de plástico: Um milhão de anos
• Copo descartável: não se sabe. Sempre?
• Garrafa de vidro: não se sabe. Sempre?

(Fontes: http://www.blm.gov/education/lnt/background/packing.htm
e http://www.deq.state.or.us/wmc/solwaste/rethinkrecyc/K-3/RRK-308.pdf)

Investigar e Agir:
Escolha uma das seguintes atividades. Para as duas atividades, os participants devem ter concluído
o projeto de inquérito à comunidade, mencionado no final da sessão anterior.

Opção 1: Inquérito à Comunidade


Atenção: Resume a aprendizagem desta atividade: como os nossos estilos de vida impulsionam a
25-30 m economia, o seu efeito sobre as pessoas e os seus valores, bem como o impacto no nosso planeta.
Está a vontade para usar histórias de outros casos do seu país, se preferir. Discute o conceito de
acções individuais que somando fazem a diferença.

Método
1. Peça para formarem grupos de quatro a seis.
2. Peça-lhes para partilharem o seu projeto de inquérito à comunidade uns com os outros e para
descreverem as suas experiências. Dê-lhes as seguintes perguntas para discutirem:
• Qual é o maior problema na vossa comunidade?
• Que outros problemas ambientais ou desastres naturais podem resultar disso?
• Como é que as pessoas contribuiram para este problema? Também contribuímos para isso?
• O que pode ser feito para resolver isto? O que podemos fazer?
• Alguns problemas ambientais surgiram de empresas industriais, mas também há empresas de
sucesso que são ambientalmente sustentáveis - o desenvolvimento económico é bom ou mau
para o meio ambiente?

95
3. Convide os grupos a partilharem as suas respostas.
4. Em seguida, junte-os como um grupo e explique o conceito de gestão de resíduos - reduzir,
reutilizar e reciclar.
5. Peça aos participantes para discutirem as seguintes perguntas:
• O que sabem sobre as práticas de gestão de resíduos sólidos de redução, reutilização e
reciclagem? Deem um exemplo de como reduzir, reutilizar e reciclar sacos plásticos.
• Como é que essas praticas são usadas na vossa família e/ou comunidade?
• Que outros problemas ambientais existem no vosso país de que estejam cientes?
• Enquanto pessoas, somos consumidores e gestores. O que significam estes termos? Somos
maioritariamente consumidores ou gestores? Porquê?

Opção 2: Lixo é Dinheiro

25-30 m Método
1. Peça para formarem grupos de quatro a seis participantes.
2. Peça a cada grupo para discutir as seguintes questões:
• Quais são os problemas ambientais que observaram na vossa comunidade? (Liste-os no
flipchart)
• Como é que as pessoas contribuiram para este problema?
• Como podemos enfrentar esses desafios ambientais?
3. Em seguida, distribua as cópias da Estudo caso "Lixo é Dinheiro", ou coloque os participantes a
assistirem um dos vídeos (quatro minutos) acerca do programa Aflateen nas Honduras. Explique
que são histórias reais de jovens que têm um papel ativo na salvação do meio ambiente,
ganhando dinheiro.
4. Depois de terem lido as histórias de casos ou assistido ao filme, peça aos grupos para
discutirem as seguintes questões:
• O que gostaram mais na história?
• Que lições tiram do estudo de caso?
5. Peça aos grups para partilharem as suas respostas.

Estudo caso
LIXO É DINHEIRO PARA A JUVENTUDE DE NAIROBI

A capital do Quénia, Cidade Nairobi, tem uma grande população de jovens desempregados,
especialmente nas favelas. Ao mesmo tempo, a capital está inundada com lixo não recolhido e
resíduos.

Taki ni Pato (Lixo é Dinheiro) promove uma missão de construção de capacidade para sistemas
eficazes de gestão de resíduos sólidos geridos pela comunidade em certas favelas selecionadas
de Nairobi. Taki ni Pato (TNP) cria postos de trabalho para vários grupos de jovens locais em
Kibera, composta por mais de sessenta membros por grupo que são maioritariamente jovens
desempregados. O TNP tem treinado esses grupos de jovens sobre como gerar renda através
da recolha e separação de lixo e da venda de produtos recicláveis. Os grupos recolhem o lixo de
casas da comunidade, reciclam e adubam o que podem e juntam montes de lixo para materiais
reutilizáveis para fazer artesanato.

Os grupos participaram nas oficinas educativas do TNP sobre a recolha de lixo e reciclagem;
vários exercícios de team-building; e workshops de liderança e gestão financeira. O TNP ofereceu
materiais básicos de limpeza para cada grupo (ou seja, ancinhos, pás, enxadas e luvas) e ajudou a
estabelecer quatro centros de recolha em Kibera. 

Os jovens recolhem o lixo das suas vizinhanças, depois separam em resíduos biodegradáveis (restos
de comida, por exemplo) ou não-biodegradáveis ​​(por exemplo, metal, vidro). Em seguida, usam o
lixo biodegradável para fazer adubo agrícola barato, que vendem aos agricultores das zonas rurais,
ou mesmo para gerar biogás nas favelas, fornecendo assim a uma pequena taxa para moradores de
favelas. Vendem o lixo não degradável a empresas de reciclagem. 

Ao longo do tempo, a eficiência destes grupos tem aumentado, assim como as suas capacidades de
negócios.

96
Refletir

02. Direitos e Responsabilidades


Método
1. Faça um resumo das discussões.
2. Peça aos participantes para indicarem duas coisas importantes que aprenderam com esta
10-15 m sessão.
3. Relembre os participantes da aprendizagem chave da sessão.
4. Os problemas ambientais que enfrentamos foram largamente causados pelo estilo de vida de
consumo e procura.
5. Os jovens têm um papel crucial ao investirem as suas energias e ideias em moldar um planeta
mais seguro e sustentável. Uma maneira de fazer isso é incluir a reduzir o consumo, reutilizar os
produtos e reciclar.
6. Peça aos participantes para plantarem as sementes como um compromisso de tomarem
medidas para lidarem com as questões ambientais.

Questões de investigação para a próxima sessão


Incentive os participantes a investigarem um tema com o qual se importem na sua comunidade e
responder à questão seguinte, como preparação para a próxima sessão: Defender os Meus Direitos

• O que posso fazer para ajudar a resolver esse problema?

97
98
02. Direitos e Responsabilidades
2.7
Defender os Meus
Direitos
Os participantes têm feito uma longa viagem por todos os temas
que têm explorado, pensado, investigado e posto em prática.
Abordaram questões sociais importantes e aprenderam sobre muitas
violações de direitos e como desafiar e mudar a injustiça. É também
importante para os jovens abordarem a injustiça social, defendendo
os seus direitos, bem como promovendo os direitos dos outros para
tornarem as sociedades justas e equitativas.

Esta sessão tem como objetivo reunir as aprendizagens e as


competências construídas ao longo das sessões anteriores sobre
como os jovens podem participar ativamente nas mudanças.
Defender os seus direitos e dos outros para uma sociedade
equitativa e justa exige que os jovens saibam os seus direitos e
responsabilidades e tenham as competências para organizarem e
contribuirem positivamente. Isso inclui trabalhar num emprego ou
iniciar um empreendimento, que é uma transição fundamental para
a vida adulta, o que significa independência e responsabilidade.
Nesta sessão, os participantes vão ter o desafio de fazerem
mudanças positivas nas suas vidas e a Opção 2 vai pedir-lhes para
pensarem numa ideia de plano de campanha.

99
Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:


1. Definir três características de pessoas que são agentes de mudança.
2. Identificar agentes de mudança na sua comunidade.
3. Identificar pelo menos uma área onde possam fazer a diferença dentro da sua comunidade.

Aprendizagem chave

• Todos temos o potencial de ser agentes de mudança. Tudo o que precisamos de fazer é descobrir pelo que
somos apaixonados e determinar como gostaríamos de fazer a diferença.
• Como inspiração, podemos olhar para agentes de mudança que já existam na nossa comunidade.

Informações para o facilitador


• Durante as sessões de trabalho de grupo anda pela sala e guia os participantes durante o
processo
• Saliente a importância de dar sugestões concretas para melhor a comunidade.
• Gere as expectativas dos participantes. Faça-os compreenderem que a mudança leva tempo.
Diga-lhes que é mais provável que só possam começar com uma etapa da ação, por isso é
importante dar esse primeiro passo pequeno e viável.

Explorar e Pensar:

Início : Identificar os fundamentos de um agente da mudança


Os participantes vão identificar os indivíduos ou organizações que estão a fazer mudanças
10-15 m positivas na comunidade e explorar o que os torna agentes de mudança. No final da atividade, os
participantes devem estar familiarizados com os conceitos de "heroísmo", "ativismo" e "mudança".

Método
1. Peça para formarem grupos de quatro a seis participantes e dê a cada grupo uma folha do
flipchart e marcador.
2. Peça a cada grupo para escolher três pessoas que achem que fizeram a diferença nas suas
comunidades ou no mundo. Incentive-os a incluirem homens e mulheres na sua lista. Podem
ser:
• Um super-herói fictício de quem ouviu falar ou viu.
• Um agente de mudança da comunidade local.
• Um figura histórica bem conhecida (por exemplo, Gandhi, Madre Teresa, Nelson Mandela,
etc).
3. Peça a cada grupo para discutir as diferentes características dos seus agentes de mudança.
Podem ser:
• Idade, sexo ou nacionalidade.
• O trabalho que fazem.
• As atitudes que mostram.
• As adversidades que enfrentam.
4. Peça aos grupos para listar o que é que fez com que estas pessoas se destacassem como
agentes de mudança (por exemplo, inspirador, apaixonado, impulsionado). Devem apontar
tantas quanto possível.
5. Agora peça-lhes para escreverem as características que as suas três pessoas têm em comum.
6. Após 10 minutos, peça a cada grupo para apresentar os seus agentes de mudança para o resto
dos participantes e incentive os outros a fazerem perguntas ou darem o seu feedback.

100
Investigar e Agir:

02. Direitos e Responsabilidades


Se houver tempo, as duas atividades devem ser feitas, caso contrário,escolha uma das seguintes
atividades.

Opção 1: O Banco das Mudanças


Esta actividade vai permitir aos participantes que investiguem o que os jovens podem fazer para se
tornarem defensores da mudança.
25-30 m
Atenção: Esta actividade pode continuar durante várias semanas.

Relembre aos participantes dos direitos de género que lhes foram pedidos investigar no final da
última sessão. Informe-os de que vão usar estes exemplos sob a forma de problemas e soluções,
usando o "banco" como metáfora.

Se for possível, guarde os trabalhos do grupo na parede da sala de aula ou num local seguro para
que os possa consultar em sessões futuras. Ao longo do módulo, pode continuar a adicionar novos
levantamentos e depósitos.

Método
1. Peça para formarem grupos de quatro a seis participantes e dê a cada grupo uma folha do
flipchart e marcador.
2. Explique que o "banco das mudanças" é um banco fictício que começa com uma dívida (saldo
negativo) por causa de muitos problemas a diferentes níveis: escola, clubes, família, amigos,
a vila/cidade, governo, etc. A tarefa dos participantes é tentar que o banco esteja com crédito
(saldo positivo), depositando soluções e ações para resolver os problemas.
3. Peça aos participantes para copiarem a "Tabela de Folha de Balanço" (ver abaixo) no seu papel
de flipchart e escreverem as violações dos direitos humanos e os problemas que descobriram
durante as suas investigações sobre a coluna de "levantamentos" contra a "conta" (ou seja,
a família, vizinhança/comunidade, escola, vila/cidade, país, ou mundo). Explique que essas
violações/problemas estão a colocar o banco com dívidas.
4. Quando os participantes tiverem terminado de apontarem todos os levantamentos, informe-os
que o banco está agora com saldo negativo e que se se tratasse de um verdadeiro banco, teriam
uma dívida enorme. O seu trabalho agora é colocar "depósitos" em cada conta, identificando
soluções e ações que permitem corrigir cada levantamento identificado.
5. Dê aos participantes 20 minutos para fazerem isso e, em seguida, peça a cada grupo para
apresentar as suas folhas de balanço do banco das mudanças.

Tabela de folha de balanço

Contas Levantamentos Depósitos Saldo

Família

Vizinhança/
Comunidade

Escola

Vila/Cidade

País

Mundo

TOTAL

101
Opção 2: Escolher a Mudança que Desejam enquanto Clube
Atenção: Esta actividade pode ser usada para iniciar um empreendimento social preliminar
como um clube inteiro, que será seguido por SECÇÃO 4, onde pequenos grupos independentes irão
25-30 m
planear e conduzir uma empresa

Método
1. Informe os participantes que, para esta atividade, eles precisam de propor, discutir e deliberar
sobre um ou mais problemas que gostariam de tratar enquanto grupo.
2. Faça aos participantes as seguintes perguntas para os ajudar a tomarem uma decisão e
determinarem que problema (s) ou questões gostariam de abordar. Isto pode fornecer uma base
para a Secção 4, que oferece aulas detalhadas para planear e implementar um empreendimento
social ou financeiro.
• Quais são os problemas em que estão interessados?
• Relembre os participantes da lista de problemas que foram abordados nas sessões anteriores.
Peça-lhes para escreverem o maior número possível de problemas e/ou procure nos
apontamentos deles. (Ver a figura "Como Fazer um Debate de Ideias" para mais orientações.)
• Quais o problema ou problemas que gostariam de abordar enquanto clube? Discutam entre
vocês qual é o problema preferido de todos e considere o facto de que deve ser um problema
que vos preocupa e que sentem que o podem realmente resolver de alguma forma. (Refira-
lhes a figura "Como Criar uma Folha de Angariação"' para orientação sobre como dar
prioridade a ideias enquanto grupo.)
• Quaissão as características do problema que escolheram? Quais são as suas causas? Quais
são os seus efeitos? Explorem e investiguem um pouco mais sobre o assunto. (Refira-lhes as
folhas de "Como Fazer um Debate de Ideias", "Como Fazer um Mapa Mental", "Como Fazer
uma Análise SWOT" e “Como Projetar um Inquérito de Factos e Recursos” para sobre como
analisar ou explorar ainda mais esta questão.)
• Que mudança é que gostariam de ver? Saliente aos participantes que a mudança deveria ser
tangível e realista para que a consigam realizar. Leia em voz alta os estudos de caso abaixo
para lhes dar ideias
Estudos de caso:
Os participantes Aflateen da Visão Solidária no Peru realizaram os seguintes empreendimentos:

Campanha para um Bilhete de Identidade para Criança. Os alunos queriam que mais pessoas
tivessem acesso ao bilhete de identidade nacional e, através da sua campanha, cerca de 3410
pessoas se tornaram mais informados e 206 crianças receberam os seus bilhetes de identidade.
Estas identidades oficiais permitem que as crianças acedam aos serviços do governo.

Campanha pela Consciencialização de Segurança no Trânsito. Os alunos queriam que as


estradas fossem seguras para as crianças. Quando um carro bateu num dos seus colegas, eles
fizeram a campanha sobre a consciencialização de segurança de trânsito na sua comunidade e
asseguraram que todos os sinais de trânsito tinham sido devidamente colocados na sua área.

Melhorar o restaurante local. Os alunos queriam melhores condições no lugar onde comiam
as refeições. Os alunos identificaram que muitas pessoas (incluindo os próprios e adultos) iam
comer num restaurante decadente local que era propriedade de uma mulher da comunidade.
Assim, com o objetivo de melhorar a situação, eles ofereceram-se para arranjar o local,
colocando novas tabelas e pintando as paredes.

102
02. Direitos e Responsabilidades
Refletir

Método
1. Lembre os participantes que o objetivo desta sessão era identificar o que é preciso para
10-15 m defender os seus direitos e os direitos dos outros, bem como as formas para começar a desafiar
violações de direitos e injustiças nas escolas/comunidades.
2. Use esta oportunidade para discutir questões urgentes e para recapitular a aprendizagem até
agora.
3. Oriente os participantes para uma discussão com as seguintes perguntas guia:
• Como podem, sozinhos, fazer uma mudança?
• Acham que têm o necessário para serem um agente de mudança? Porquê/Por que não?
• O que gostariam de mudar?

Questões de investigação para a próxima sessão


Incentive os participantes a fazerem aos seus amigos e familiares as seguintes perguntas, como
preparação para a próxima sessão: Poupança e Gastos

• O que é poupar e por que é importante?


• Quais são as características de uma boa conta poupança?

103
104
SECÇÃO 03

Poupança e
Gasto

Poupança
e Gasto
Objetivos do Módulo
No final deste módulo, os participantes serão capazes de:

• Demonstrar competências na gestão de dinheiro e no uso responsável dos recursos.


• Compreender como as suas opções de consumo têm implicações sobre a sua situação
pessoal, da sociedade e do meio ambiente.
• Comprometer-se a ter um estilo de vida responsável e sustentável através das suas
escolhas.
De acordo com a abordagem holística do Aflateen para o desenvolvimento, uma definição
ampla de poupança é promovida; aquela que envolve recursos materiais e não-materiais.
Poupar água e usar recursos naturais de uma forma responsável são considerados tão
importantes como poupar dinheiro. Jovens, com idades entre 15 anos ou mais, tomam
decisões sobre poupar e gastar o seu dinheiro e o uso de recursos. O seu poder de consumo
aumenta; é preciso que comecem a preparar a sua independência financeira.

Este módulo salienta as competências que vão ajudar os jovens no uso responsável e gestão
dos recursos. Descreve como o uso de recursos tem implicações financeiras, sociais e
ambientais.
03 Poupança e Gasto
3.1
Dinheiro e
Bem-estar
O dinheiro é uma parte inevitável das nossas vidas - muitas vezes é
necessário para conseguir o que precisamos. Mesmo em comunidades
onde a troca é uma prática comum, o dinheiro ainda é necessário para
satisfazer determinadas necessidades básicas. Ter dinheiro suficiente,
nenhum, ou muito é uma fonte de alívio ou frustração para muitos de
nós. Em todo o mundo, existe grande desigualdade, com muitas pessoas
a lutarem para ganharem dinheiro suficiente para terem um padrão de
vida decente, enquanto outros têm mais do que a maioria de nós possa
imaginar.

Muitas vezes, o desejo de ter o dinheiro pode causar stress e tensão.


É útil parar e refletir sobre as nossas diferentes ligações emocionais e
psicológicos em relação ao dinheiro. Também é útil pensar sobre o que o
dinheiro pode e não pode fazer e sobre como contribui - ou impede - a
nossa felicidade e bem-estar.
Esta sessão ajuda os participantes a refletirem sobre o valor que o dinheiro
tem para eles e como pode servir como um meio para o bem-estar e não
como um fim.

Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:


1. Identificar três coisas que são importantes para alcançar o bem-estar geral.
2. Reconhecer que o dinheiro é um fator que pode ajudar as pessoas a conseguirem o bem-estar.
3. Explorar as atitudes em relação ao dinheiro e à felicidade e considerar as mudanças necessárias para refletirem sobre os
valores e os objetivos pessoais.

107
Aprendizagem chave

• O dinheiro é um meio para alcançar um objetivo, mas não é um fim por si. Existem algumas necessidades que
exigem dinheiro (por exemplo, comida e roupas), mas há outras coisas importantes na vida que não necessitam
de dinheiro (por exemplo, amor e amizade). A felicidade e a sensação de bem-estar são alcançados através de
muitos fatores diferentes. É importante compreender o que o dinheiro pode e não pode comprar.
• A nossa atitude em relação ao dinheiro pode refletir o que valorizamos nas nossas vidas. Se tivermos um
momento para avaliar a nossa atitude, podemos refletir sobre o que ela diz sobre nós e se há coisas que
gostaríamos de mudar, manter ou desenvolver.

Materiais Necessários
• Opção 1: Três cartões: "CONCORDO", "DISCORDO" e "INDECISO".
• Opção 2: Qualquer objeto; música (por exemplo, CD, iPod, tambor, apito, etc.)

Informações para o facilitador
• Falar sobre dinheiro pode ser um tema sensível e as atividades podem revelar diferentes pontos
de vista e opiniões. Tente manter-se neutro e faça perguntas para desenvolver o pensamento,
em vez de os julgar.

Explorar e Pensar:

Início: Qual é a importância do dinheiro para vocês?

10-15 m
Método
1. Peça para formarem grupos de cinco a seis participantes e dê-lhes uma folha de papel e uma
caneta.
2. Peça a cada grupo para discutirem como o dinheiro é importante para o seu bem-estar e
felicidade e o que é, para eles, mais e menos importante do que o dinheiro.
3. Numa escala de 0 a 10 (na qual 0 significa "nada importante" e 10 significa "a coisa mais
importante nas nossas vidas"), peça aos grupos para concordarem onde colocariam o dinheiro
nessa escala.
4. Peça a cada grupo para escrever a sua pontuação em números grandes no papel e estar
preparado para explicar o seu raciocínio para o resto de todo o grupo. Peça-lhes para também
identificarem três coisas que achem que são mais importantes do que o dinheiro e anotá-las.
5. Peça a cada grupo para mostrar as suas pontuações e as três escolhas.
6. Recolha o feedback dos grupos e não se esqueça de lhes pedir para explicarem as razões das
suas pontuações e escolhas.
7. Some as pontuações e divida o total pelo número de grupos para dar uma média. Vai voltar a
isto durante o "Refletir".
8. Resume a discussão deles ou peça a um participante para resumir.
9. Saliente que, assim como o bem-estar económico, o bem-estar emocional, social e espiritual
são também importantes para o bem-estar geral.

108
Investigar e Agir:

03 Poupança e Gasto
Escolha uma das seguintes atividades:

Opção 1: Levanta-te e Sê contado


O objectivo é que os participantes decidam se concordam ou não com certas afirmações sobre
25-30 m dinheiro e depois ir para o cartão apropriado. Saliente que esta atividade exige que os participantes
respeitam os pontos de vista de cada um e tentem pensar por si mesmos, tomem as suas próprias
decisões e não sigam a multidão.

Método
1. Colem os cartões "CONCORDO" e "DISCORDO" nas paredes (ou nas costas das cadeiras) em
diferentes áreas da sala de aula e o cartão "INDECISO" no meio.
2. Veja a lista de afirmações abaixo e modifique-as, se necessário, para se adequarem ao seu
grupo.
3. Leia uma das afirmações e peça aos participantes para se dirigirem ao cartão apropriado,
dependendo se concordam, discordam ou estão indecisos sobre isso.
• Os jovens precisam de uma oportunidade de discutirem sobre assuntos de dinheiro.
• O dinheiro traz segurança.
• Preciso de conselhos sobre como poupar e gastar dinheiro.
• Os jovens compram coisas para serem como os seus amigos.
• Querer ser rico é um objetivo que vale a pena.
• As pessoas compram mais coisas do que realmente precisam.
• Os enfermeiros devem ser pagos tanto quanto os banqueiros.
• Pedir dinheiro emprestado não é boa ideia.
• O dinheiro traz felicidade.
• Sinto-me confiante em gerir o meu dinheiro.
• O dinheiro muda as pessoas.
• Quanto mais dinheiro tens, mais queres.
• As pessoas que são ricas devem ajudar aquelas que são menos favorecidas.
• O dinheiro pode resolver todos os problemas.
• As mulheres gerem melhor o dinheiro.
• As pessoas com dinheiro têm mais amigos.
• Os jovens às vezes fazem coisas perigosas para ganharem dinheiro.
4. Peça a um ou dois participantes para explicar as suas escolhas. TTente incluir todos até ao final
da atividade e incentive os participantes a fazerem perguntas para esclarecerem os seus pontos
de vista.
5. Enquanto facilitador, incentive os participantes a aceitarem novas ideias e outros pontos de
vista.
6. Pergunte se alguém gostaria de mudar a sua posição depois de ouvir o raciocínio dos outros
participantes. Pergunte-lhes se se sentem forçados a mudar por causa da pressão dos pares ou
em virtude das razões apresentadas.
7. Repita o procedimento para as outras afirmações (utilize tantas quanto possível, ou enqunto os
participantes estão envolvidos na atividade).

Perguntas guia
• Aprenderam alguma coisa sobre como as pessoas veem ou se relacionam com o dinheiro? O
quê?

109
• Já ouviram o provérbio "Dinheiro é um meio para chegar a um fim"? O que é que isso
significa? Concordam com isso?Concordam com isso?
• Conhecem lugares e contextos nos quais as pessoas nem sempre usam dinheiro? Como é que
adquirem as coisas que precisam?
• Quais são as coisas que têm que poderiam trocar com os outros em vez de trocar dinheiro?
(Partilhar produtos? Tempo? Conhecimento? Competências?)

Opção 2: O que faz as pessoas felizes?

25-30 m
Método
1. Peça aos participantes para trabalharem em grupos de três e para cada membro do grupo
descrever um momento especifico em que estavam realmente felizes (por exemplo, um passeio
de família, conseguir bons resultados nos exames, fazer alguém muito feliz com uma ação
minha, ganhar um jogo de futebol importante). Peça-lhes para discutirem até que ponto o
dinheiro desempenhou um papel nessa experiência feliz.
2. Partilhe experiências enquanto grupo e peça aos participantes para resumirem os seus
pensamentos, ao jogar o jogo "Acaba a frase". Neste jogo, os participantes sentam-se ou fazem
um círculo e vão passando um objeto. Toque a música com os seus meios escolhidos e pare-a.
Nesse momento, a pessoa que tiver o objeto termina a frase: "Os jovens são felizes quando..."
3. Continue até os participantes recordarem a maioria das suas ideias.
4. Com base nas suas respostas, pergunte aos participantes se há alguma coisa que gostariam ou
precisam, que poderia contribuir para a sua felicidade e bem-estar futuros, que podem precisar
de economizar? (Por exemplo, dinheiro para um curso, um novo par de botas de futebol, um
presente de aniversário)
5. Registe as ideias deles.

Refletir

Método
Atenção: Relembre aos participantes que nesta sessão, pensaram muito sobre o que valorizam nas
suas vidas, o que os faz feliz e qual é o papel que o dinheiro desempenha na sua felicidade e bem-
estar.

1. Ao trabalharem nos grupos originais que estavam na atividade inicial, peça aos participantes
10-15 m
para repetirem o exercício inicial e decidirem sobre uma pontuação, usando a escala de 0 a 10.
2. Peça-lhes para mostrarem as suas pontuações e rapidamente adiciona-os e divida-os pelo
número de grupos para encontrar a média.
3. A pontuação final foi maior ou menor do que a pontuação original? Noutras palavras, após as
atividades e discussões, os participantes sentiram que a sua atitude em relação ao dinheiro
mudou? Se sim, de que maneira?
4. Compreenderam que há coisas que o dinheiro pode comprar e outras não?
5. Explique que, nas sessões seguintes, vão explorar outras questões relacionadas com dinheiro.

Questões de investigação para a próxima sessão


Incentive os participantes a fazerem aos seus amigos e familiares as seguintes perguntas, como
preparação para a próxima sessão: Aprender a Poupar

• Os adultos poupam e se assim for, para quê?


• Os jovens poupam e se assim for, para quê?
• Por que é importante pensar sobre taxas de juros e inflação ao poupar?

110
03 Poupança e Gasto
3.2
Aprender a
Poupar
Poupar é uma competência importante para todos. Ajuda-nos a
acumular bens valiosos e a praticar as disciplinas do planeamento e
gestão dos nossos recursos - competências essenciais para muitos
domínios da nossa vida. Aflateen promove uma abordagem holística
e uma definição ampla de poupança é incentivada para incluir não
só dinheiro, mas outros recursos materiais e não-materiais.

Esta sessão apresenta aos participantes o conceito de poupar


dinheiro, e a sessão “Poupador Inteligente” que vão encontrar
mais tarde nesta secção, explora a poupança de outros recursos,
orientando os participantes no planeamento e prática dos seus
hábitos de poupança.
Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de::


1. Identificar três ou mais razões pelas quais as pessoas poupam dinheiro e dão prioridades a essas razões.
2. Identificar três ou mais objetivos de poupança e estabelecer metas de poupança.

Aprendizagem chave

• Todos temos diferentes razões para poupar. Nomear e dar prioridade às nossas razões para a poupança vai
ajudar-nos a centrarmo-nos nos nossos objetivos e a motivar-nos para poupar.
• As metas pessoais de poupança são úteis para a planificação de como atingir os objetivos financeiros e
pessoais.

111
Materiais Necessários

• Inicio: Bola (por exemplo, uma bola macia, uma bola de fios ou uma meia enrolada); três grandes
folhas de papel, cada uma com um dos seguintes títulos:USO PESSOAL; ACONTECIMENTOS
IMPREVISTOS; OPORTUNIDADES FUTURAS.
• Opção 1: A História da Ana (Figura 3.1); conjuntos de cartões das poupanças da Ana (ver abaixo:
retirar antes da sessão).
• Opção 2: Ficha de "Plano de Poupança" (ver abaixo)
• Refletir (opcional) Cartões de 1 a 10, OU cartões do semáforo vermelhos, laranjas e verdes.
Informações para o facilitador
• Um co-facilitador seria útil para registar as respostas para a atividade inicial "Responde à Bola". Se
houver tempo, os participantes podem fazer as duas atividades principais nesta sessão. Se o tempo
for limitado, escolha uma.
• Se escolheu a Opção 2, os participantes podem consultar uma das sessões anteriores: “O Meu
Sonho”.
• A "História da Ana" é apenas um exemplo. É aconselhável adaptar a história ao contexto local, o que
pode ajudar os participantes a identificarem-se facilmente com a situação.
• Enquanto facilitador, esteja preparado para lidar com objetivos irrealistas que podem desanimar os
jovens, quando perceberem como será difícil alcançá-los.
• Certifique-se de relacionar esta aula com a os grupos de poupança dos seus clubes Aflateen. Se
os participantes ainda não estabeleceram um plano de poupança no clube, agora seria um bom
momento para o fazer. Para mais informações, ver "Organizar o teu Plano de Poupança" nos
Recursos para o facilitador.

Explorar e Pensar:

Início: Responde à Bola

Método
10-15 m
1. Relembre aos participantes das questões de investigação do final da última sessão que iam fazer à
sua família e amigos:
• Os adultos poupam e se assim for, para quê?
• Os jovens poupam e se assim for, para quê?
• Por que é importante pensar sobre taxas de juros e inflação ao poupar?
Atenção: Juro é o dinheiro adicional que um instituição financeira ou grupo de poupança paga á
pessoa que poupa como uma percentagem das suas poupanças totais, geralmente numa base mensal
ou anual.. Encontrar uma boa taxa de juros pode fazer o seu dinheiro crescer mais rápido. A inflação
é a variação dos preços de itens ao longo do tempo. Muitas vezes isso significa que o dinheiro perde
valor ao longo do tempo, porque não pode comprar tanto com a mesma quantia. Se a inflação for alta,
é melhor poupar os itens que aumentam de valor, ou encontrar uma boa taxa de juro, para equilibrar a
inflação.
2. Diga aos participantes que eles vão compartilhar as suas histórias de poupança (a partir da
informação que reuniram ou da informação), ao jogarem "Responde à Bola".
3. Peça aos participantes para formarem um círculo e explique que vai começar uma frase inacabada
e atirar a bola para alguém do círculo. A pessoa que apanhar a bola, tem de completar a frase. Por
exemplo: "Os adultos poupam para… comprar uma casa."
4. Depois de responderem, a pessoa repete a mesma frase inacabada e atira a bola para outra pessoa
no círculo, que tem de dar a sua resposta antes de repetirem o processo com alguém novo.
5. Peça a um voluntário para registar as respostas.
6. Continue, mantendo um ritmo animado e mudando o início da frase para poder incluir também:
• Os jovens costumam poupar para...
• As poupanças podem ajudar-vos...
• Taxas de juros são...
• Inflação é...
7. Coloque as folhas de papel com as seguintes categorias na parte da frente da sala:

112
• Uso pessoal (por exemplo, poupar para um amigo ou familiar)

03 Poupança e Gasto
• Acontecimentos imprevistos (por exemplo, uma doença repentina ou uma prenda de casamento
inesperada)
• Oportunidades Futuras (por exemplo, um curso de formação)
8. Recapitule as respostas dadas e decidam enquanto grupo a qual das três categorias pertence cada
resposta.

Investigar e Agir:
Escolha uma das seguintes atividades:

Atenção: Actividade 1 usa A História de Ana como um estudo de caso para explorar prioridades
de poupança, enquanto Actividade 2 dá aos participantes a oportunidade de pensar sobre as suas
próprias metas de poupança e prioridade, e fazer um plano de poupança. Se falar num plano de
dinheiro pessoal é um assunto muito sensível para alguns, a "História da Ana" é uma boa alternativa.

Opção 1: A História da Ana


Método
1. Descreve a situação da Ana, como delineada na Figurada 3.1: ou seja, A Ana está prestes a casar-
se e vai começar uma nova vida na cidade com a família do seu marido. A Ana gostaria de comprar
muitas coisas e de poupar para as comprar, incluindo aquelas coisas que se encontram nas cartas
de classificação.
2. Peça para formarem pequenos grupos de três ou quatro participantes e dê um conjunto de Cartões
de poupança da Ana (abaixo) a cada grupo.
3. Peça aos participantes para olharem para as coisas que a Ana precisa de poupar e considerar as
que são as mais importante.
4. Explique que precisam de colocar os cartões em forma de diamante, com a razão mais importante
para a poupança no topo e a menos na parte inferior.
25-30 m

O mais importante
x
Mais importante X X
importante x X X
Menos importante X X
X
O menos importante

Comprar um presente de despedida


Comprar roupa nova para a mudança para a
para a irmã (que está triste com a sua
cidade
partida)

Contribuir para os custos do


Pagar a renda da sua casa
casamento

Ser capaz de disfrutar da vida da Para frequentar aulas à noite para continuar a
cidade, que pode ser cara sua educação

Ser capaz de ter dinheiro para Ter uma pequena quantia de lado para
começar uma família emergências

Ter algum dinheiro para ser capaz


de ter uma certa independência
financeira

113

5. Peça aos participantes para verem nos grupos como os outros deram as suas prioridades às razões para a
poupança.
6. Discute as semelhanças e diferenças na sua classificação.
7. Saliente que, tal como no caso da Ana, alguns objetivos podem ser satisfeitos num curto período de
tempo, enquanto que outros exigem mais tempo.
8. Pergunte-lhes:
• Quais são as suas metas de poupança que podem ser satisfeitas num curto espaço de tempo?
• Quais sãs as metas de poupança que vão levar mais tempo a conseguir?
9. Peça aos grupos para reordenarem os seus cartões numa linha contínua, colocando os objetivos que
podem ser alcançados rapidamente numa extremidade (objetivos a curto prazo) e os que vão demorar
mais tempo na outra (a longo prazo): por exemplo,

10. Partilhem as ideias enquanto grupo.

Opção: Fazer um Plano de Poupança


Método
25-30 m
1. Distribua a ficha "Plano de Poupança'"(ver exemplo abaixo).
2. Lembre aos participantes da sessão anterior "O Meu Sonho" e os seus sonhos e objetivos individuais.
3. Diga-lhes que vão pensar sobre os seus sonhos e objetivos e como podem desenvolver um plano de
poupança para os atingirem. Explique que vão considerar o seguinte:
• Quais foram os sonhos e objetivos que identificaram anteriormente?
• Esses sonhos e objetivos continuam os mesmos ou mudaram?
• De quanto dinheiro vão precisar para alcançarem esses objetivos?
4. Peça-lhes para identificarem três objectivos: dois a curto prazo (CP) e um a longo prazo (LP). Relembre-os
de que os objetivos a curto prazo podem levar algumas semanas ou meses (até seis meses), enquanto os
objetivos a longo prazo podem levar seis meses ou mais para se realizarem.
5. Peça-lhes para escrever as três metas em linhas separadas na coluna esquerda da folha, por exemplo.
6. Peça aos participantes para decidir o quão importante cada meta é, e classificá-las em ordem de
prioridade (1 como ‘mais importante’, 3 como “menos importante”).
7. Peça a um voluntário para compartilhar um dos seus objetivos e preencher o exemplo do "Plano de
Poupança" no flipchart em conjunto, determinando se é um objetivo a CP ou a LP; quando irão precisar
do dinheiro; como é importante; a quantia necessária; a quantia que precisam de poupar todas as
semanas ou meses para alcançarem o objetivo; e a fonte de rendimentos.
8. Peça aos participantes para fazerem o mesmo processo com os seus objetivos. Passear e ajudar aqueles
que precisam.

Quantia a
ATÉ Poupança
Objetivo Importância poupar por Como ganhar
QUANDO necessária
semana/mês

Comprar um 2$ por
6 semanas 2 12$ Poupar a mesada
livro novo (CP) semana

Comprar
uma bicicleta 20$ por Emprego a tempo
1 ano 1 240$
para ir para o mês parcial
trabalho (LP)

Poupar a mesada
Passeio em 1-2$ por e juntar o dinheiro
2 meses 3 10$
família (CP) semana com outros
membros da família

114
9. Agora peça aos participantes para duplicarem a quantidade de tempo que eles se deram para

03 Poupança e Gasto
atingirem os seus objetivos e para voltar a calcular a quantidade que precisam para poupar em
cada semana ou mês.

Perguntas guia
• Qual foi a vossa reação quando descobriram a quantidade que precisavam para poupar em
cada semana ou mês para alcançarem o vosso objetivo prioritário?
• O que aconteceu com a quantia de dinheiro que tinham que poupar em cada semana ou mês,
quando duplicaram a quantidade de tempo para pouparem para o vosso objetivo?
• O que podemos aprender com estes cálculos? Mesmo que os seus objetivos custem caro,
muitas vezes podem alcançá-los, pondo de lado dinheiro regularmente. (Atenção: Como
facilitador, esteja preparado para lidar com metas irrealistas que podem desanimar os jovens
quando eles percebem o quão difícil alcançá-los será.)
• Fazer um Plano de Poupança vai ajudar-vos como?
• O que vão fazer de diferente agora que sabem como fazer um Plano de Poupança?

Refletir

Método
1. Em pares, peça aos participantes para compartilharem as três principais razões para a poupança
e três objetivos pessoais de poupança.
10-15 m
2. Peça a dois ou três pares para partilharem as suas respostas com o grupo.
3. Para avaliar as atitudes dos participantes após as atividades e discussões sobre o pensar no
futuro, estabelecendo objetivos prioritários e fazendo um Plano de Poupança, pode fazer uma
das seguintes opções:
• Mostra o cartão: Os participantes têm um conjunto de cartões numerados de 1 a 10. Segurem
num cartão para indicar qual a probabilidade de planear com antecedência e poupar. O cartão
1 signifca "pouco provável" e 10 significa "definitivamente". Isto é uma forma rápida de obter
um visão geral do grupo.
• Semáforos: Os participantes têm um cartão vermelho, verde e laranja. Seguram no vermelho
se não querem poupar, no verde se sim, e no laranja, se não tiverem a certeza.
4. Pergunte aos participantes por que é importante pensar sobre juros e inflação ao poupar.

Questões de investigação para a próxima sessão


Incentive os participantes a fazerem as seguintes perguntas a adultos na sua família sobre o custo
de vida e os hábitos de consumo, como preparação para a próxima sessão: Aprender a Gastar

• Quais são os principais produtos em que os adultos gastam dinheiro?


• O que é que os jovens gastam dinheiro em?
• O que significa "gastar de forma responsável"?

115
Fig. 3.1 A historia da Ana

A
na tem 20 anos e vive numa aldeia rural. Ela está ansiosa para o seu casamento daqui á dois
meses, e mudar para a cidade para viver com a família do seu marido. Antes de partir ela
quer arranjar um presente para a sua irmã mais nova. Ela sente-se triste por estar a deixar
a irmã para trás, mas muitas aventuras estão a espera dela na cidade! Ela vai precisar de roupa
nova. Suas roupas estão gastas e rasgadas de trabalhar nos campos. Ela planeia continuar a fazer o
trabalho de bordado para trazer um pouco de dinheiro mas está realmente ansiosa para trabalhar
com o marido no seu quiosque. Quando ela aprende o negócio, ele estará livre para procurar
outras oportunidades de trabalho. E isso vai ajudá-los a poupar dinheiro suficiente para alugar o
seu próprio lugar mais rapidamente. Ana sabe que a família de seu marido estarão a espera que
eles têm um filho bravamente, mas ela tem outros sonhos para a sua nova vida num lugar com
tanta coisa a acontecer.

116
03 Poupança e Gasto
3.3
Aprender a
Gastar
Gastar de forma responsável acompanha poupar de forma
responsável. É uma competência que também exige disciplina
e planificação. Todos já ouvimos muitas histórias de amigos ou
membros da família (e os governos e bancos!) quem gasta demais ou
vive acima das suas possibilidades – e as consequências stressantes.
Esta sessão apresenta aos participantes os passos práticos para
gastar dinheiro de forma responsável; começar a pensar nos gastos
"necessários" e "desejados". Também introduz a ideia de que gastar de
forma responsável significa considerar o bem-estar de outras pessoas
e do planeta ao tomarem as suas decisões sobre os gastos.
Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:


5. Identificar as prioridades chave dos gastos e ser capaz de distinguir entre os gastos necessários (essenciais) e os
desejados.
6. Compreender o que significa "gastar de forma responsável".
7. Compreender que é importante equilibrar o rendimento e as despesas quando se tenta gerir o dinheiro de forma
eficaz.

Aprendizagem chave

• Há muita pressão nos nossos recursos financeiros e precisamos de distinguir entre o que é que essencial gastar nas
nossas “necessidades” e o que é que podemos gastar nas coisas que queremos.
• Aprender a dar prioridade aos nossos gastos é uma competência importante que nos ajuda a gerir melhor o nosso
dinheiro.
• Gastar de forma responsável é gerir bem o nosso dinheiro e considerar outras pessoas e o planeta ao fazer escolhas
de consumo.
• Gastar de forma responsável depende do rendimento disponível.

117
Materiais Necessários

• Início: Cartões de Gastos Desejados e Necessários (Figura 2.1).


• Opção 1: Cartões em branco de duas cores ou formas diferentes (ver as instruções abaixo);
pequeno prémio; diferentes marcadores coloridos.
• Opção 2: Jogo das despesas (Figura 3.2); 20 objetos contáveis para cada participante (por
exemplo, feijão, contadores, pedras); flipchart com exemplo "Transporte" da ficha do "Jogo das
Despesas" (Figura 3.3).
• Refletir: Notas post-it

Informações para o Facilitador


• • Pode escrever as questões de investigação do final da sessão "O Dinheiro e o Bem-estar" num
flipchart, pronta para ser discutida nesta sessão.
• Ou prepare os conjuntos de cartões de "Gastos Desejados e Necessários" antes da sessão ou,
se for o caso, os participantes podem cortar as fichas em cartões. Se for necessário, adapte os
cartões ao seu contexto.
• Enquanto facilitador, esteja preparado para respostas potencialmente negativas - por exemplo,
podem mencionar trabalhos perigosos - e incentive uma discussão franca, se isto for apropriado
ao seu contexto e grupo. Pode consultar a discussão da sessão anterior "A Minha Carreira"
sobre os direitos laborais.

Explorar e Pensar:

Início: Gastos Desejados e Necessários


Esta atividade incentiva os participantes a pensarem sobre o seu bem-estar e distinguirem entre o
10-15 m que é gasto essencial e o que é desejável.

Método
1. Refere aos participantes as questões de investigação do final da última sessão que iam
perguntar às suas famílias e amigos (pode escrevê-las num flipchart para lembrá-los):
• Quais são os principais produtos em que os adultos gastam dinheiro?
• O que é que os jovens gastam dinheiro em?
• O que significa "gastar de forma responsável"?
2. Dê aos participantes um minuto (por questão) para partilharem rapidamente as suas respostas
com a pessoa ao lado deles.
3. Peça o feedback após cada pergunta e tome nota das suas respostas no flipchart.
4. Discutam as semelhanças e diferenças entre os hábitos de consumo dos jovens e adultos.
5. Discutam as suas ideias sobre o que significa "gastar de forma responsável". Eles consideram
tanto a ideia de gastar com cuidado e dentro das suas possibilidades, bem como pensam em
como as coisas que compram são produzidas e o impacto social e ambiental (impacto sobre as
pessoas e o planeta)? Explique que ser um “Bom Consumidor” responsável vai ser desenvolvido
numa futura sessão.
Siga isto com a atividade "Gastos Desejados e Necessários":
1. Distribua os conjuntos de cartões "Gastos Desejados e Necessários" aos grupos de quatro ou
cinco participantes.
2. Peça-lhes para classificarem os cartões em três montes: gastos essenciais ou "necessidades";
gastos desejados ou "desejos" e um monte no meio, que reflete as despesas que se encontram
entre os dois (por exemplo, presente de aniversário para um amigo).
3. Convide os grupos para partilharem o que colocam no monte essencial. Concordam todos?

118
4. O que colocam no monte dos gastos desejados? No monte do meio?

03 Poupança e Gasto
5. Verifique onde colocaram o cartão "Poupar para o Futuro" e reforce a importância da poupança
para necessidades futuras.
6. Discute como algumas coisas podem não ser consideradas essências, mas são importantes para
o bem-estar geral (por exemplo, passatempos e férias).
7. Explique que podem referir-se a estes gastos "desejados" e "necessários" novamente na
próxima sessão: "Criar um Orçamento".

Investigar e Agir:
Escolha uma das seguintes atividades:

Opção 1: Amigo Imaginário


Esta é uma actividade de grupo em que os participantes irão criar um orçamento hipotético para
25-30 m um personagem imaginário.

Método
1. Divida os participantes em grupos.
2. Dê a cada grupo uma folha de papel flipchart em branco e vários marcadores de cores
diferentes.
3. Peça-lhes para criarem um "persona" ao desenharem um retrato de um adolescente típico ou
uma pessoa da sua idade. Um ou dois participantes podem ser os artistas.
4. Peça-lhes para darem um nome, idade e outras características ao "persona". Pense na
personalidade, interesses e paixões. Enquanto os participantes estão a desenhar, distribua
12 cartões em branco e um pouco de fita adesiva para cada grupo. Encontre uma maneira de
diferenciar as cartas em dois conjuntos de seis (por exemplo, duas cores ou formas diferentes),
de modo a que exista um conjunto para rendimentos e outro para despesas.
5. Em seguida, explique que os participantes precisam de identificar seis potenciais fontes de
receita para o seu jovem "persona" imaginário. Pode ser qualquer coisa que achem mais
adequada para o seu personagem: subsídios, presentes de familiares, ou o dinheiro que
ganham. Peça-lhes para escreverem uma fonte de receita em cada cartão e, em seguida,
coloque estes cartões no lado esquerdo da sua imagem do "persona".
6. Uma vez feito isso, peça-lhes para pensarem quais são as despesas típicas desse jovem
imaginário e para decidirem seis coisas em que ele iria gastar dinheiro. Explique que precisam
de escrever uma fonte de despesas em cada cartão e coloque estes no lado direito da imagem.
7. Quando terminarem, peça que os grupos apresentem o seu jovem imaginário aos outros,
incluindo o seu nome, idade, interesses, fontes de receita e despesas.
8. Faça a cada grupo as seguintes perguntas:
• O vosso jovem tem fontes de receita regulares?
• O vosso jovem tem dinheiro suficiente para cobrir todas as suas despesas?
• Qual é a sua maneira favorita de gastar dinheiro?
9. Convide outros participantes para fazerem outras perguntas sobre o jovem imaginário.
10. Quando todas as apresentações acabarem, pergunte:
• Existem outras fontes de receita que os jovens têm que não tenhamos ainda mencionado?
• Existem quaisquer outras despesas que não foram discutidas?
11. Distribua cartões adicionais aos participantes e peça para escreverem todas as fontes adicionais
de receitas ou despesas nos cartões e colocá-los nas imagens.
12. Agora, peça aos participantes para colocarem as despesas do seu "persona" em categorias.

119
Saliente que algumas despesas podem ser agrupadas numa categoria mais geral: por exemplo,
roupas, sapatos e produtos de higiene pessoal podem ser "objetos pessoais"; jogos de vídeo,
filmes e bilhetes para eventos desportivos podem ser considerados "entretenimento" e livros,
canetas e papel podem estar na categoria de “material escolar”.
13. Peça a um voluntário para partilhar as categorias do seu grupo e depois pergunte aos outros
grupos se tinham categorias diferentes.
14. Anote estas categorias de despesas e guarde-as para sessões futuras. Também deve explicar
aos participantes que estas categorias de despesas vão ser úteis na próxima sessão: "Criar um
Orçamento".

Opção 2: Jogo das Despesas


Este é um jogo em que os participantes podem praticar a tomada de decisões sobre os gastos.
25-30 m

Método
1. Distribua a ficha "Jogo das Despesas" e 20 objetos contáveis a cada participante.
2. Explique que este é um jogo em que os participantes podem praticar a tomada de decisões em
como gastam o seu dinheiro. A ficha lista as coisas em que podem gastar os seus rendimentos.
Cada categoria tem várias opções e o número de “x” ao lado mostra o custo de cada item. Os
participantes devem escolher um item por categoria que lhes convenha melhor e depois decidir
no número de objetos contáveis necessários para pagar esse objeto. As escolhas que não têm
um “x” são grátis, os participantes não têm de atribuir um rendimento para elas.
3. Façam primeiro um exemplo juntos. No flipchart, vá à secção de "Transporte" da ficha do "Jogo
das Despesas", por exemplo,

Jogo das Despesas: Transporte

Tipo de Transporte Valor

Andar a pé ou de bicicleta

Autocarro X

Ocasionalmente autocarro ou táxi XX

Frequentemente táxi XXX

4. Peça aos participantes para selecionarem o modo de transporte que mais gostam. Explique-
lhes que podem escolher o meio de transporte que quiserem, ao invés do meio de transporte
que melhor reflete aquele que realmente usam. Por exemplo, se quiserem usar táxis para
se deslocarem, devem colocar três objetos ao lado de “ táxi frequente “. Mas, se acham que
podem caminhar ou andar de bicicleta para a maioria dos lugares, então não têm que gastar
nada com transportes.
5. Convide e responda a todas as perguntas que possam ter.
6. Em seguida, deixe os participantes completarem a ficha "Jogo das Despesas".
7. Dê uma volta pela sala de aula e certifique-se que os participantes compreenderam o que
precisam de fazer. Dê tempo suficiente para eles trabalharem nisso e depois faça as seguintes
perguntas:
• Acharam este exercício difícil ou fácil?
• Quais foram as escolhas difíceis que tiverem de fazer?
8. Peça-lhes para colocarem uma marca nas opções que escolheram como vão fazer o exercício de
novo, só que desta vez, o seu rendimento foi reduzido para 13 objetos de contagem.
9. A tarefa é descobrir como vão gastar o seu dinheiro, agora que têm menos. Dê-lhes cinco

120
minutos para esta segunda ronda

03 Poupança e Gasto
10. Dê-lhes cinco minutos para esta segunda ronda.

Perguntas guia
• Qual foi o primeiro item do qual desistiram? Porquê?
• Qual foi o último item do qual tinham vontade de desistir? Porquê?
• Quem incluiu “poupanças” no seu plano de despesas? Como é que isso poderia ajudar-vos na
segunda ronda?
• Comparem os vossos planos de poupanças com a pessoa ao vosso lado.
• Como são diferentes os vossos planos de poupanças?
• As vossas diferentes escolhas de despesas refletem as vossas diferentes atitudes e valores em
relação ao dinheiro e à vida em geral?

Refletir

Método
1. Relembre aos participantes que gastar de forma responsável envolve: Mesada, Prioridades,
10-15 m Pessoas, Planeta.
• As Vossas Mesadas – podem pagar? (Considerar rendimento e despesa)
• As vossas Prioridades – precisem/querem mesmo? (O que é que realmente valioso nas vossas
vidas?)
• A vossa relação com outras Pessoas – os direitos ou o bem-estar de alguém foram
comprometidos ou explorados para ajudar a produzir aquilo que vocês estão a comprar (por
exemplo, a roupa que foi feita por pessoas que trabalham por menos de um salário mínimo e
em condições precárias)?
• A vossa relação com o Planeta - o ambiente sofreu com a produção daquilo que vocês estão
a comprar (por exemplo, o uso de pesticidas nocivos e químicos tóxicos nas plantações de
algodão para o fabrico de t-shirts)?
2. Acompanhe com as seguintes questões.
• Como é fácil (ou difícil!) os participantes considerarem tudo isto?
• Onde sentem que precisam de mais informações?
3. Explique que vão aprender mais sobre o consumismo responsável (impacto sobre as pessoas e o
planeta) em sessões futuras.
4. Peça-lhes para:
• Pensarem em duas coisas principais que vão considerar ao fazerem escolhas de gastos no
futuro.
• Partilhem isto com a pessoa ao vosso lado.
• Escreverem as duas coisas separadas em post-its e, ao sairem da sala de aula, colem-nas num
flipchart

Questões de investigação para a próxima sessão


Incentive os participantes a fazerem aos adultos da sua família as seguintes perguntas sobre custos
de vida e hábitos de consumo, como preparação para a próxima sessão: Criar um Orçamento

• Quais são as três coisas mais importantes onde gastam dinheiro por mês/semana?
• Como é que certificam-se que há dinheiro suficiente para estas coisas?

121
Fig. 3.2 ‘Jogo dos despesas’:

Habitação Vestuário

Viver com os pais Nenhuma compra


Dividir um quarto com um amigo x Sapatos xxx
Dividir um apartamento com os xx Top / T-shirt x
amigos xxx Calças de ganga xx
Alugar um apartamento sozinho

Telefone Cuidados Pessoais

Pay as you go XX Produtos de higiene pessoal (de XX


Plano mensal barbear, champô)
Cabeleireiro / barbeiro

Comida Diversão

Comer sempre em casa Visitar os amigos


Chá / Lanche fora x filmes x
Almoçar fora xx Salão de vídeo jogos xx
Almoço + chá / lanches fora xxx Concerto / Evento desportivo xxx

Contribuição para
Transporte
despesas domésticas

Caminhar ou andar de bicicleta Nenhum pedido / esperado xx


Autocarro x Ocasionalmente, conforme xxxx
Autocarro e táxi ocasional xx necessário x
Táxi frequente xxx Quarto da renda mensal

Poupanças

Moedas ocasionais num frasco


Pequena quantidade cada semana para o coletor de XX
poupanças
Depósito mensal regular para o banco

122
Flipchart:

03 Poupança e Gasto
Fig. 3.3

Jogo das Despesas: Transporte

Jogo das Despesas: Transporte

Tipo de Transporte Valor

Andar a pé ou de bicicleta XX

Autocarro XXXXX

Autocarro e táxi ocasional X

Táxi frequente

123
124
03 Poupança e Gasto
3.4. Criar um
Orçamento
Aprender a criar um orçamento pode não parecer a coisa mais
excitante do mundo para os jovens, mas é um passo vital para os
ajudar a alcançarem os seus objetivos pessoais e financeiros. Os
participantes já se envolveram em atividades que exploram temas
da poupança e gastos. Esta sessão tem por base essa aprendizagem
- reunir todos os seus objetivos pessoais, o seu rendimento, as suas
poupanças e os seus gastos - para criar um orçamento.

Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:


1. Compreender os termos "orçamento", "excedente" e "défice".
2. Criar um orçamento simples.
3. Aplicar esta aprendizagem nas suas vidas.

Aprendizagem chave

• Os orçamentos ajudam-nos a equilibrar as receitas com os gastos necessários e desejados e assim gerir o
dinheiro de forma responsável.
• As questões de dinheiro podem ser uma causa de stress e aprender a controlar a sua situação financeira e a
viver dentro dos seus meios podem contribuir para o bem-estar e alcançar os objetivos pessoais.

125
Materiais Necessários
• Início: Dez "bolas" por equipa (por exemplo, bola macia, bola de corda, papel enrolado); três
"cestos" ou argolas por equipa.
• Opção 1: Plano de Orçamento ( Figura 3.4), que define os termos "orçamento", "excedente"
e "défice" e inclui um exemplo de folha de orçamento; cartões preparados com diferentes
quantias de dinheiro escritas (ver as instruções abaixo).
• Opção 2: Cartões dos Gastos Desejados e Necessários; Plano de Orçamento ( Figura 3.4),
que define os termos "orçamento", "excedente" e "défice" e inclui um exemplo da folha de
orçamento.
Informações para o facilitador
• Devido à complexidade desta sessão, é aconselhável que os facilitadores praticam as atividades
“Criar um Orçamento” antes de realizar a sessão.
• Como acompanhamento, numa sessão separada, os participantes podem jogar o jogo de
simulação do Sobrevivente (ver Anexo), no qual os jogadores sobrevivem, ao realizarem
desafios de fazer dinheiro, fazendo orçamentos e fazendo escolhas sobre os gastos. Destina-se a
simular a vida real e reúne a aprendizagem adquirida desta secção até à data.

Explorar e Pensar:

Início: Orçamento no Cestot


Neste jogo, os participantes vão aprender a estabelecer um orçamento em grupo, depois de
10-15 m "ganharem" pontos, ou "dinheiro", no jogo.

Método
1. Comece por pedir um feedback rápido sobre as questões de investigação do final da última
sessão, que pediram aos adultos da sua família:
• Quais são as três coisas mais importantes onde gastam dinheiro por mês/semana?
• Como é que têm a certeza que há dinheiro suficiente para estas coisas?
2. Se não mencionaram a palavra "orçamento", introduza a palavra e diga que nesta sessão, vão
praticar de fazer um orçamento para os ajudar a gerir o seu dinheiro de forma responsável.
3. Como preparação para o jogo, peça aos participantes para formarem grupos de cinco a sete e
listar numa folha de papel tanto quanto conseguirem, onde as famílias gastam dinheiro, em dois
minutos. Em seguida, identifique as cinco coisas mais importantes e enumere-as de 1 a 5, por
ordem de importância (por exemplo, alimentação, aluguer, transporte, educação, combustível),
com 1 como “mais importante” e 5 “menos importante”.
4. Cada grupo pode partilhar a sua lista com outro grupo e comparar as suas ideias.
5. Discute enquanto grupo. Explique que vão usar essa discussão após o jogo para os ajudar a
criarem um orçamento.
6. Ficando nos mesmos grupos dê 10 “bolas” a cada um. Explique que cada grupo tem que atirar
as bolas para os cestos para ganharem pontos que serão depois traduzidas em “dinheiro”. Cada
grupo tem três cestos, valendo cada um diferentes pontos.
7. Dê a um grupo uma instrução adicional: usarem apenas uma mão. Instrua outro grupo que só
podem usar a mão esquerda. Tome nota das suas reacções a estas instruções extras.
8. Os grupos devem formar uma linha de pelo menos três metros de distância dos seus cestos.
9. Quando disser “Vai”, eles precisam de atirar tantas bolas quanto conseguirem, em dois minutos,
certificando-se de que cada membro do grupo tem a oportunidade de atirar pelo menos uma
bola.
10. Quando o tempo acabar, peça aos participantes para somarem os seus pontos.
11. Atribua uma quantia adequada de dinheiro para os pontos, de modo a que os grupos possam
traduzir os seus pontos em dinheiro.
12. Pergunte quanto dinheiro tem cada grupo.

126
Perguntas guia

03 Poupança e Gasto
• Como é que se sentiram os grupos que foram prejudicados por só poderem usar uma mão?
• Acharam que era justo?
• Por que acham que o jogo envolveu essa instrução extra?
13. Explique que algumas pessoas no mundo começam a vida mais desfavorecidas que outras, por
exemplo, por não poderem ir para a escola ou não terem acesso aos cuidados de saúde. Essas
coisas podem afetar a capacidade de alguém ter uma vida decente.
14. Agora, explique que os seus grupos são famílias. Eles têm um mês para usar o seu dinheiro e
têm que decidir em grupo como é que vão gastar-lho.
15. Primeiro, precisam de fazer uma lista de coisas nas quais precisam de gastar dinheiro (relembre-
os da sua lista dos cinco elementos essenciais) e depois decidam quanto é que vão gastar em
cada. Dê-lhes 5 a 10 minutos para discutirem isto.
16. Os grupos devem ter a certeza de que o total das suas despesas é menos do que os seus
rendimentos.
17. Após as discussões, peça a voluntários para apresentarem as suas decisões e convide os
comentários dos outros. Relembre aos grupos de que não existem respostas certas ou erradas.

Investigar e Agir:
Escolha uma das seguintes atividades:

Atenção: Opção 1 é uma atividade de grupo em que os participantes criarão coletivamente um


orçamento referindo-se a atividade Amigo Imaginário em Aprender sobre Gastar. Opção 2 é uma
atividade individual, em que os participantes pensam mais sobre a criação de um orçamento para si
mesmos. Podem consultar os cartões “Gastos Desejados e Necessários”, se isso os ajudar.

Opção 1: Criar um Orçamento em Grupo


Faz os cartões antes da sessão: Siga o mesmo sistema usado para diferenciar receitas e despesas da
25-30 m atividade “Amigo Imaginário” da sessão “Aprender a Gastar”. Certifique-se de que a quantia total
dos cartões de rendimento corresponde aproximadamente à quantia total dos cartões de despesas.
Os valores sugeridos abaixo são genéricos, porque não têm uma moeda específica. Nas cartas que
preparar, use a moeda local e quantias que são estimativas realistas de fontes de receita e despesa.
Use números simples (por exemplo, múltiplos de dez) para ser mais fácil para os participantes
adicioná-los. Quantias sugeridas para receita: 20, 30, 50, 100 e 200. Quantias sugeridas para
despesa: 10, 20, 50 e 100.
Coloque os cartões preparados numa caixa.

Método
1. Explique que vão criar um orçamento para um dos amigos imaginários da sessão anterior
"Aprender a Gastar".
2. Primeiro, defina o termo "orçamento". Consulte o "Plano de Orçamento" (Figura 3.4), que
define os termos "orçamento", "excedente" e "défice" e inclui um exemplo da folha de
orçamento.
3. Mostre o exemplo da folha de orçamento em branco num flipchart para que todos a possam ver
claramente. Explique as secções de receitas e gastos do orçamento. Diga aos participantes que
vão concluir isto a partir da perspetiva de um dos jovens imaginários criados na sessão anterior
“Aprender a Gastar”.
4. Escolha um dos personagens imaginários para ser a "estrela" da atividade e coloque a imagem
(com os cartões 'despesas e rendimentos') na parede ao lado da folha de orçamento em branco.
5. Aponte para as fontes de receita do amigo imaginário escolhido e peça a um voluntário para
tirar os cartões dos rendimentos do amigo imaginário e colocar-lhos no formulário nas linhas
abaixo do título de rendimento.
6. Em seguida, aponte para as categorias de despesas e peça à um voluntário para colocar os
cartões de despesas do amigo imaginário na folha, colocando cada cartão na categoria de
despesas onde pertence.

127
7. Em seguida, peça a cada participante para tirar um cartão da caixa. Explique que o número no
cartão significa a quantia de dinheiro ganha ou gasta num item (dependendo da cor/forma do
rendimento ou despesa) e que devem decidir onde colocá-lo no gráfico do orçamento. Se os
participantes tirarem um cartão de rendimento, devem colocá-lo na coluna das quantias oposta
a qualquer item de rendimento. Se tirarem um cartão de despesa, devem colocá-lo na coluna
das quantias oposta ao item de despesas.
8. Peça a dois ou três participantes para irem ao flipchart, ao mesmo tempo.
9. Uma vez que todas as linhas do orçamento estejam compostas, peça aos participantes para o
ajudar a somar os rendimentos e despesas. Pergunte:
• Qual é a secção do orçamento que tem o valor mais alto: o rendimento ou despesas?
• O que mais verificam neste orçamento?
10. Aponte a última linha da folha de orçamento. Explique que esta última linha é uma das mais
importantes na folha de orçamento. O número colocado aqui pode ser positivo ou negativo,
dependendo se há rendimento suficiente para cobrir as despesas. Se o número for positivo,
então o [amigo imaginário] tem mais rendimentos do que despesas. Se for negativo, isso
significa que as despesas do [amigo imaginário] são maiores do que o seu rendimento. Informe
os participantes que vão aprender termos para cada situação.

Perguntas guia
11. Mostre aos participantes o "Plano de Orçamento" ( Figura 3.4) e perguntar-lhes:
• Qual é uma outra palavra, noutra língua, que podem usar para descrever um excedente?
(Escreva quaisquer frases locais ou calão que os jovens usam para falar sobre excedente ao
lado desta palavra.)
• Qual é uma outra palavra, noutra língua, que podem usar para descrever um défice? (Escreva
quaisquer frases locais ou gírias que os jovens usam para falar sobre défice ao lado desta
palavra.)
• No caso do orçamento que acabamos de criar, como pode ocorrer um excedente? (Isso
significaria que há dinheiro de sobra depois de pagar todas as despesas.)
• Como pode ocorrer um défice? (Não há rendimento suficiente para pagar todas as despesas, o
que cria um défice).
• Como podemos descobrir o número que vai estar nesta linha do orçamento? (Aponte para
as linhas do excedente e défice, respetivamente.) (Devemos subtrair as despesas totais da
rendimento total. Um número positivo é um excedente e um número negativo é um défice.)
12. Mostre o cálculo, subtraindo as despesas totais do rendimento total no orçamento no flipchart
que tem usado como exemplo. Faça aos participantes as seguintes perguntas:
• Este orçamento mostra um excedente ou um défice?
• Por que é importante manter um registo dos vossos rendimentos e despesas?
13. Resuma dizendo aos participantes que ao manterem um registo dos seus rendimentos e
despesas os vai ajudar a saber onde é que o seu dinheiro vai. Se eles tiverem extra, ou um
excedente, podem guardá-lo para uma necessidade futura. Se o seu orçamento disser que
não irão ter dinheiro suficiente para pagarem as suas despesas, ou um défice, devem diminuir
algumas despesas.

Opção 2: Criar um Orçamento Pessoal


Método
25-30 m
1. Relembra aos participantes da atividade “Gastos Desejados e Necessários” na sessão “Aprender
a Gastar”, em que eles refletiram sobre os gastos essenciais e os desejáveis.
2. Dê os cartões, se vai os ajudar.
3. Explique que os participantes vão criar um orçamento pessoal com base nos seus rendimentos
atuais ou esperados, e hábitos de consumo por um mês.
4. Primeiro, defina o termo "orçamento". Consulte o "Plano de Orçamento" (Figura 3.4), que
define os termos "orçamento", "excedente" e "défice" e inclui um exemplo da folha de
orçamento.
5. Mostre o exemplo da folha de orçamento em branco num flipchart para que todos a possam ver
claramente. Explique as secções de rendimentos e despesas do orçamento.

128
6. Diga aos participantes que podem adaptar os títulos de Despesas aos seus hábitos de consumo.

03 Poupança e Gasto
7. Aponte para as fontes de receita e peça aos participantes para uma quantia mensal realista
como exemplo.
8. Em seguida, aponte para as categorias de despesas e peça-lhes alguns exemplos realistas. Não
precisa de preencher todas as secções, apenas uma ou duas como exemplos.
9. Explique que uma vez que todos os itens do orçamento estejam compostos, os participantes
devem primeiro somar as fontes de receita e depois somar as despesas.
10. Destaque os totais e pergunte:
• Qual é a secção do orçamento que tem o valor mais alto?
• O que mais verificam neste orçamento?
11. Aponte a última linha da folha de orçamento. Explique que esta última linha é uma das mais
importantes na folha de orçamento. O número colocado aqui pode ser positivo ou negativo,
dependendo se há rendimento suficiente para cobrir as despesas. Se o número for positivo,
chama-se "excedente"', o que significa que o participante tem mais rendimento do que
despesas. Se for negativo, chama-se "défice", o que significa que as despesas dos participantes
são maiores do que o seu rendimento.
12. Quando tiver concluído o exemplo, peça aos participantes para trabalharem individualmente ou
em pares para criarem os seus orçamentos.
13. Certifique-se que aqueles que precisam de apoio recebam ajuda.

Atividade de Acompanhamento
1. Enquanto atividade adicional, pode colocar estas questões finais:
• O que o participante pode fazer se tiver excedente ou dinheiro a sobrar?
• O que o participante pode fazer se tiver um défice de orçamento?
2. Dê-lhes três minutos para trabalharem em pares e o par com mais sugestões ganha um prémio
ou uma salva de palmas.

Refletir
Método
• Relembre aos participantes que, ao criarem um orçamento, vão ter melhor controlo sobre
o seu dinheiro e vão saber quanto podem poupar para as coisas identificadas nas sessões
anteriores.Peça aos participantes para manterem um registo escrito dos seus rendimentos, tudo
o que compram e tudo o que gastam num mês para ver como mantêm os seus rendimentos e
10-15 m despesas em equilíbrio.
• Saliente que podem utilizar a estrutura do orçamento que usaram na aula para acompanharem
o seu rendimento e despesas.
• Numa rápida atividade "Vota com os Teus Pés", pergunte aos participantes se acham que, no
final do mês, vão ter um:
• Défice
• Excedente
• Equilíbrio perfeito
Atenção Atenção: Isto lhe dará a oportunidade de fazer com que eles entendam os termos e
incentivá-los a realizar a atividade para ver se eles estavam certos!

Questões de investigação para a próxima sessão


Incentive os participants a fazerem as seguintes perguntas a adultos na sua família sobre o custo de
vida e os hábitos de consumo, como preparação para a próxima sessão: "Opções de Poupança"

• Qual é o melhor lugar para guardar o dinheiro que querem poupar e por quê?

129
Fig. 3.4 ’Plano de orçamento

Definição de orçamento:
Um orçamento é um resumo das receitas estimadas e como ele será gasto num período de tempo
definido.

Definição de excedente e défice:


Um excedente é a quantidade de dinheiro ou quantidade de bens que permanecem em uso quando
uso ou necessidade é satisfeita. O défice é um shortfall na quantidade de dinheiro ou outro bem que é
necessitado.

Orçamento

Itens da Linha de Orçamento: Semana 1: Quantidade

Rendimentos

RECEITAS TOTAIS:

Despesas

Uso pessoal

Entretenimento

Educação

Transporte

Família

DESPESAS TOTAIS:

EXCEDENTE/DÉFICE (Balança) TOTAL

130
03 Poupança e Gasto
3.5
Opções de
Poupança
Nas sessões anteriores, os participantes consideraram as vantagens
da poupança para ajudar-lhos a alcançarem os seus objetivos.
Precisamos de ser capazes de poupar dinheiro e por isso esta sessão
vai ajudar os jovens a compreenderem algumas das diferentes
opções formais e informais de poupança disponíveis e entenderem
como os diferentes produtos e serviços funcionam. Vai analisar
especialmente: poupança em Casa; Clube de poupança; Grupos de
poupança e de Crédito; e Conta pessoal (numa estação de correios,
banco ou cooperativa de crédito).

Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:


1. Identificar alguns das diferentes opções de poupança disponíveis.
2. Identificar algumas das vantagens e desvantagens dos diferentes métodos de poupança.
3. Identificar um método de poupança adequado às suas necessidades.

Aprendizagem chave

• Ao terem tomado a decisão de poupar, é sensato observar os diferentes métodos de poupança e lugares onde
podemos depositar o dinheiro, por exemplo, em casa, grupos de poupança da aldeia, escolas, organizações de
microfinanças, bancos ou outras instituições financeiras.
• As necessidades em serviços financeiros variam de pessoa para pessoa, portanto, olhando para as vantagens e
desvantagens de diferentes métodos de poupança vai ajudar-nos a escolher aquele que melhore se adapta as
nossas necessidades.
• Os mistérios das instituições financeiras caíram e os jovens estão suficientemente seguros deles mesmos para
entrarem em contacto com essas instituições.

131
Materiais Necessários
• Opção 1: Cartões do especialista com as informações sobre uma das seguintes opções de
poupança: Poupança em Casa; Clube de Poupança; Grupos de Poupança e de Crédito; e Conta
Pessoal (numa estação de correios, banco ou cooperativa de crédito); folhas de flipchart com as
quatro opções de poupança.
• Opção 2; Figuras de Recurso 3.6a e 3.6b.
• Refletir: Pequenos adesivos ou post-its - quatro para cada participante (como alternativa,
podem desenhar pontos no flipchart).
Informações para o facilitador
• Uma visita a um banco ou a outra instituição de poupança para obter informações sobre os
produtos de poupança poderia ser uma adição valiosa para esta sessão.

Explorar e Pensar:

Início: Último Par em Pé


Explique que nesta sessão vão explorar algumas vantagens e desvantagens das diferentes opções
10-15 m de poupança.
O objetivo deste jogo é não ser o último par em pé e incentiva os participantes a juntarem-se.

Método
1. Relembre os participantes das questões de investigação no final da última sessão que iam fazer
à sua família e amigos:
• Qual é o melhor lugar para guardar o dinheiro que querem poupar e por quê?
2. Peça aos participantes para formares pares e dê-lhes alguns minutos para discutirem o que
descobriram (ou o que eles sabem por experiência) com a pessoa ao lado deles. Podem anotar
as suas ideias, se quiserem.
3. Peça-lhes para se levantarem. Diga-lhes que a mesma pergunta será feita até que todos tenham
tido a sua vez. Para responder, os pares de participantes devem levantar as mãos depois da
pessoa que faz a pergunta gritar “Vai!”, se tiverem uma nova resposta. Use a seguinte questão:
• Qual é o melhor lugar para guardar o dinheiro que querem poupar? (por exemplo, numa caixa
de dinheiro num local secreto em casa).
4. Qual é o melhor lugar para guardar o dinheiro que querem poupar? (por exemplo, numa caixa
de dinheiro num local secreto em casa).
5. Escreva a resposta num flipchart e, em seguida, o par que respondeu deve sentar-se. Esse par
faz a pergunta novamente e grita "Vai!". Vão selecionar o primeiro par que levantar as mãos
para dar uma nova resposta.
6. Repita esse processo até que todos estejam sentados ou não haja mais ideias.

Investigar e Agir:
Escolha uma das seguintes atividades:

Atenção: Informação para Facilitador /arranque.

Atenção: Os sindicatos de crédito são instituições financeiras pequenas, sem fins lucrativos criadas
por membros com algo em comum para benefício de sua comunidade. Diferem dos bancos e de
outras instituições financeiras, porque os membros que têm contas são os donos da cooperativa de
crédito.

132
Opção 1: Debate em Silêncio

03 Poupança e Gasto
Nesta atividade, os participantes vão aprender as quatro diferentes opções de poupança e
25-30 m
participar num debate em silêncio para pensarem sobre as vantagens e desvantagens de cada uma.

Método
1. Comece por dividir o grupo em quatro grupos do mesmo tamanho.
2. Dê um cartão de especialisa a cada grupo, no qual tem a informação sobre uma das seguintes
opções de poupança: Poupança em Casa; Clube de Poupança; Grupos de Poupança e de Crédito;
e Conta Pessoal (numa estação de correios, banco ou cooperativa de crédito).
3. Peça a uma pessoa para ler a informação do cartão para o seu grupo e depois, em conjunto,
discutir as vantagens e desvantagens de poupar dessa maneira.
4. Os participantes decidem enquanto equipa como vão apresentar esta informação ao resto
do grupo (pode ser uma encenação de dois minutos, mímica, transmissão de notícias, rap ou
"aula", mostrando as vantagens/desvantagens).
5. Cada grupo apresenta a sua opção de poupança ao resto dos participantes. Certifique-se que os
participantes aplaudem todas as apresentações.
6. Em seguida, realize a atividade "Debate em Silêncio", colocando as quatro folhas do flipchart
com as quatro opções de poupança, pela sala de aula.
7. Diga aos participantes que, usando o que ouviram nas apresentações, vão escrever comentários
nas páginas do flipchart, dizendo o que gostam ou não sobre essa opção em particular.
8. Enquanto passam de uma pergunta para a outra, também devem responder a um comentário
feito por outra pessoa. Por exemplo, se na folha de "Poupança em Casa", alguém escreveu:
"Eu gosto deste método, porque é conveniente e consigo poupar tempo", outro alguém pode
escrever"Sim, mas e se estiveres tentado a usar as tuas poupanças num novo par de sapatilhas,
em vez de ser no seu curso de formação?" e alguém pode comentar isto, e assim por diante.
9. Depois de um período de tempo apropriado, conclua.
10. Dê uma folha de flipchart a cada grupo e peça-lhes para observarem os comentários e
resumirem os principais ao resto do grupo.
11. Todos os grupos devem apresentar o seu resumo ao resto dos participantes.

Opção 2: Quebra-cabeças
Esta atividade utiliza informação semelhante à Opção 1, mas de um modo diferente.
25-30 m

Atenção: Antes da Sessão, prepare quatro folhas de papel com uma das seguintes opções de
poupança escritos em cada um: Poupança em Casa; Clube de Poupança; Grupos de Poupança e de
Crédito, e Conta Pessoal (numa estação de correios, Banco ou sindicato de crédito).

Também vai precisar de fazer quatro quebra-cabeças no cartão, como mostrado na Figura 3.5.
Corte cada quebra-cabeças em quatro pedaços individuais e coloque-os num recipiente.

Método
Passo 1: O Jogo
1. Explique aos participantes que vão jogar um jogo de correspondência, para saberem mais sobre
cada uma das quatro opções de poupança.
2. Peça para quatro voluntários.
3. Cola uma opção de poupança (escrita numa folha de papel) na parte de trás de cada um dos
quatro voluntários e peça-lhes para se virarem para que os outros participantes vejam as suas
costas (mas eles não podem ver as costas uns dos outros). Certifique-se de que eles não sabem
qual a opção que têm e peça ao resto do grupo para não lhes dizerem o que está escrito nas
suas costas.
4. Passe o recipiente pela sala e peça aos outros participantes para tirarem uma peça do puzzle.
5. Diga-lhes que têm alguns minutos para descobrirem qual a opção de poupança correspondem
e para completarem o seu quebra-cabeças com três outras peças do quebra-cabeças de três
outros participantes. Se houver mais de 16 participantes, podem trabalhar em pares para
encontrarem a peça correspondente.

133
6. Os quebra-cabeças devem formar um retângulo. Se as peças não se encaixarem, um ou mais
participantes estão no lugar errado.
7. Enquanto os quebra-cabeças estão a ser construídos, os voluntários podem continuar a
adivinhar qual opção de poupança está colada nas suas costas.
8. Ajude os participantes a construírem os seus quebra-cabeças, se estiverem a ter problemas
em encontrar o seu correspondente certo. Peça a um voluntário de cada grupo para nomear o
método de poupança do grupo e rever as características dessa opção, referindo-se às peças do
puzzle.
9. Pergunte aos participantes se têm alguma dúvida em relação a alguma das quatro opções de
poupança.

Passo 2: Analisar as Opções de Poupança


10. Dê a cada grupo um gráfico (veja abaixo) com a opção da poupança atribuído ao grupo - Poupar
em Casa; Clube de Poupança; Grupos de Poupança e de Crédito; e Conta Pessoal (numa estação
de correios, banco ou cooperativa de crédito) - e as pistas do quebra-cabeças escritas no topo.
Debaixo desta informação descritiva, crie três colunas com os títulos: Gosto; Não Gosto; e
Perguntas?. Isto é um exemplo:

Poupança em Casa;
Dinheiro num pote enterrado no chão
Dinheiro escondido debaixo do colchão
Dinheiro cosido dentro de uma almofada da cadeira
Dinheiro colado nas costas de um quadro na parede

Gosto Não Gosto Perguntas?

11. Faça a cada grupo as seguintes perguntas:


• O que gostam na vossa opção de poupança e o que não gostam? Porquê?
• Quais são as perguntas que têm sobre a vossa opção de poupança?
12. Os grupos devem discutir a sua opção de poupança e escrever as suas ideias nas colunas
apropriadas. Caminhe pela sala e sugira aos grupos temas em que devem pensar. Dê-lhes dez
minutos para concluírem.
13. Em seguida, coloque os flipcharts completos das opções de poupança em diferentes lugares da
sala e convide os grupos para lerem as ideias dos outros e também para escreverem os seus
comentários/perguntas na folha.
14. Reveja cada flipchart com os participantes enquanto grupo. Responda às quaisquer perguntas
escritas nas folhas.
15. Pergunte aos participantes se têm mais comentários ou perguntas sobre um dos métodos de
poupança que não tenham sido tratadas.

134
Refletir

03 Poupança e Gasto
Método
1. Explique aos participantes que às vezes é difícil proteger as nossas poupanças e não as gastar.
Convide-os a partilharem os desafios que possam ter tido ao tentarem proteger as suas
poupanças. Se precisarem de um pouco de incentivo, pode perguntar:
• Já sentiram alguma pressão em gastarem as vossas poupanças?
• Quem vos pode perguntar pelo vosso dinheiro poupado?
Atenção: Se sentir que os participantes se beneficiariam de uma actividade de desempenhar
cargos que explora como lidar com situações em que as suas poupanças estão sob ameaça, consulte
o Apêndice e Desafios de Desempenhar Cargos para Poupar Dinheiro

2. Em seguida, dê aos participantes quatro etiquetas a cada um.


3. Diga-lhes que vão mostrar qual a opção de poupança que preferem, colocando uma etiqueta
(ou etiquetas) na sua opção de poupança preferida.
4. Explique que podem colocar as quatro na mesma opção de poupança ou podem dividi-las pelas
diferentes opções de poupança, da forma que quiserem. (Como alternativa, os participantes
podem desenhar pontos na sua opção de poupança preferida.)
5. Incentivar os participantes a tomarem as suas próprias decisões sobre onde colocar as
etiquetas.
6. Dê cinco minutos para este exercício. Identifique com os participantes qual o método com mais
etiquetas.
7. Enquanto grupo, discutam por que certas opções foram mais ou menos populares.

Questões de investigação para a próxima sessão


Poupar recursos também pode levar a poupar dinheiro. Na próxima sessão, os participantes vão
considerar o que significa ser um Poupador Inteligente (por exemplo, alguém que sabe poupar,
incluindo a poupança de tempo e recursos, bem como de dinheiro).

• Incentive os participantes a fazerem aos seus amigos e família as seguintes perguntas, como
preparação para a próxima sessão: Poupadores Inteligentes
• Como é que poupar recursos (água, combustível, tempo, etc.) nos pode ajudar a poupar

dinheiro?

135
Fig. 3.5 Quebra-cabeças

Conta individual no banco,


Poupança em Casa;
correios ou cooperativa de
crédito

Dinheiro colado na Taxas cobradas para a


parte de trás de um Regulamentada maioria das transações
quadro na pelo governo (por exemplo, levanta-
parede mentos)
Dinheiro num frasco Dinheiro escondido
enterrado no solo. debaixo de um
Dinheiro colchão Diferentes tipos de Diferentes tipos de
cosido dentro de contas de poupança contas de poupança
uma almofada de cadeira para escolher para escolher

Girando poupança e associação de crédito


(ROSCA) Clube de Poupança;

Grupo de amigos ou parentes, geralmente na


o po ou
gr am
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mesma comunidade
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Membros depositam a mesma quantia todos os


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meses na conta do grupo


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Cada mês o dinheiro colecionado vai para um


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membro de grupo diferente


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Membros muitas vezes decidem poupar desta


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forma para um objetivo específico


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o
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Um

136
03 Poupança e Gasto
3.6.
Poupadores
Inteligentes
Poupar é uma parte importante na gestão de dinheiro. No entanto,
nem
sempre é fácil poupar dinheiro, especialmente em tempos de
dificuldades
financeiras. Além disso, vivemos num mundo que nos está
constantemente a convidar a gastar, sugerindo que precisamos
de coisas novas para nos fazer felizes - mesmo que não possamos
pagá-las. No entanto, ao aprender com os outros, pensando de
forma criativa e até “repensando” sobre as nossas atitudes, podemos
tornarmo-nos eficientes com os recursos que consumimos (como a
energia, a água, o tempo e os materiais). podemos
tornar-nos Poupadores Inteligentes, poupando dinheiro, reduzindo o
lixo e conservando os recursos para as gerações futuras.
Aflateen promove uma abordagem holística para poupar e esta sessão
explora como nos podemos tornar-nos em “Poupadores Inteligentes”
de recursos materiais e não-materiais, ao “reutilizar”; “reciclar”;
“reparar”; “reduzir”; “recusar”; e “repensar”

Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes vão:


1. Compreender que através da poupança de recursos é possível poupar dinheiro e proteger o ambiente.
2. Ser capaz de julgar a eficácia do 6 Rs - Reutilizar; Reciclar; Reparar; Reduzir; Recusar; Repensar - ao ajudar a
poupar dinheiro e proteger o ambiente.
3. Ter planeado uma ideia para fazer dinheiro que vai produzir um rendimento através da reutilização, reciclagem ou
repensar um produto ou ideia.

137
Aprendizagem chave

• A poupança é uma parte importante na gestão do dinheiro e poupar pode significar poupar
recursos materiais e não-materiais, bem como de dinheiro.
• Poupar recursos também pode proteger o ambiente e ajudar-nos a sermos cidadãos do mundo
responsáveis.

Materiais Necessários
• Início: Garrafa! Folha de ideias Engarrafar! (Figura 3.6); Uma garrafa de plástico de 2 litros vazio
para cada 5 participantes no teu clube
• Opção 1: A folha dos cartões dos 6 Rs (cortados, prontos a usar).
• Refletir: Folha de Reflexão de Pessoas Espertos que Poupam (Figura 3.7) (cortar para usar como
cartas).
Informações para o facilitador
• Prepare os materiais acima antes da sessão.
• Peça a um grupo de adultos ou jovens para desempenharem o papel de 'especialistas' para
julgarem as ideias dos grupos sobre como ganhar dinheiro pela economia de recursos.

Explorar e Pensar:

Início: Engarrafar!
Esta atividade vai levar os participantes a pensarem criativamente sobre como reutilizar um objeto
10-15 m e dar-lhe uma vida mais longa e útil pode poupar dinheiro e ajudar a proteger o ambiente.

Método
1. Comece por escrever esta afirmação numa grande folha de papel: O lixo de um homem é o
tesouro de outro.
2. Convide os participantes a discutir em pares o que isso significa. Os pares devem compartilhar
as suas ideias com todo o grupo.
3. Em seguida, peça aos participantes para formarem grupos de cinco ou seis e dê a cada grupo
uma garrafa de plástico de 2 litros vazia, um pouco de papel e canetas.
4. Desafie-os a pensarem no máximo de usos possíveis para uma garrafa vazia em cinco minutos e
registe as suas ideias rapidamente no papel.
5. Diga-lhes que as suas ideias podem incluir cortar a garrafa e usar partes dele (por exemplo,
cortar a parte superior e usar a parte inferior para armazenar pregos, parafusos e porcas).

6. Quando o tempo acabar, convide cada grupo a comentar e elogie o grupo com o maior número
de sugestões.
7. Explique que a reutilização de um objeto é melhor para o ambiente do que reciclá-lo, porque a
reciclagem envolve energia adicional para transformar o material em algo útil. Reutilizar ajuda
a fazer durar mais tempo a energia inicial necessária para a produção desse material. Reutilizar
materiais poupa dinheiro e salva o ambiente.Reutilizar ajuda a fazer durar mais tempo a energia
inicial necessária para a produção desse material. Reutilizar materiais é poupar dinheiro e salvar
o ambiente.

138
Investigar e Agir:

03 Poupança e Gasto
Escolha uma das seguintes atividades (ou ambas, se tiver tempo):

Opção 1: Os 6 Rs
Esta atividade incentiva os participantes a considerarem diferentes formas de poupar recursos para
25-30 m pouparem dinheiro e protegeram o ambiente. Todas começam com a letra R.

Método
1. Corte os seis cartões “R” e dê a cada participante quer uma palavra “R”, quer uma definição.
Existem seis palavras R diferentes e seis definições diferentes. Faça cópias extras ou coloque os
participantes em pares, se o seu grupo for maior do que 12.
2. Explique que todos devem encontrar o mais rápido possível os seus colegas, de modo a que
cada palavra R corresponda à sua definição.
3. Quando disser "Vai", deixe-os encontrarem o seu colega.
4. Quando todos estiverem em pares, verifique se os dois cartões correspondem à tabela abaixo.
Também pode pedir a um voluntário para verificar as respostas.

Utilizar um item mais do que uma vez, reabastecendo-o ou fazendo algo


Reutilizar
com uma parte do item ou a sua totalidade.

Reciclar Reprocessar um material ou produto e transformar-lho noutra coisa.

Reparar Tentar arranjar um produto que esteja partido ou não que funcione bem.

Diminuira quantidade do material ou da energia que usam para poupar


Reduzir
dinheiro, recursos e para proteger o ambiente.

Diminuir a quantidade do material e de energia que usa para poupar


Recusar
dinheiro, recursos e para proteger o ambiente.

Pensar em maneiras melhores mais eficientes para fazer as coisas;


Repensar pensar “Preciso mesmo disto?” ou “Posso criar algo melhor que custa
menos e usa menos energia?”

5. Peça aos pares para classificarem as palavras R por ordem de importância, colocando aquela
que é a mais útil para poupar dinheiro (Repensar? Recusar? Reparar? Reduzir? Reutilizar?
Reciclar?) na parte superior, e a menos fica na parte inferior.
6. Deixe-os verificarem como os outros ordenaram os cartões. Compartilhe os comentários ou
perguntas.
7. Em seguida, peça-lhes para ordenarem as cartas novamente, mas desta vez colocando na parte
superior a palavra R que é a mais provável de poupar recursos e energia e na parte inferior o
menos provável. A ordem é a mesma?

139
Estudo de caso sobre reduzir
Aqui está um exemplo para partilhar com os participantes, no qual as pessoas estão a repensar
os seus hábitos diários, de forma a reduzir o uso de materiais, proteger o ambiente e poupar
dinheiro:
Uma universidade fez uma campanha para incentivar as pessoas a usarem canecas reutilizáveis, ​​
em vez de comprarem todos os dias o seu café num copo de papel. Todas as bebidas quentes
foram vendidas com um desconto para os estudantes que traziam uma caneca reutilizável.
Fizeram essa campanha porque calcularam que se apenas 100 pessoas parassem de usar copos
de papel todos os dias e levassem uma caneca reutilizável, todos juntos economizavam os
recursos utilizados para a fabricação de 50 000 copos descartáveis ​​por ano.
Copos de café descartáveis ​​têm um impacto negativo no meio ambiente, porque:
• Muitos copos são feitos de papel 100% branqueado e virgem.
• Muitos copos são revestidos com plástico, o que os torna não recicláveis.
• Involvem um processo industrial intensivo

Opção 2: A Minha Ideia que Faz Dinheiro e Poupa Recursos

25-30 m
Método
1. Explique aos participantes que muitas pessoas ganham a vida reciclando ou reutilizando
materiais.
2. Um bom exemplo são os artistas e artesãos da Gâmbia e da Etiópia que colecionam e ordenam
pneus usados e depois corte-os à mão para fazer solas para sapatos duráveis. Isto não só ajuda-
os a ganharem a vida, mas também reduz o número de pneus que vão para aterros sanitários.
3. Outro exemplo são os fabricantes de missangas em Gana, que utilizam métodos tradicionais e
modernos para fazerem belas joias com vidro reciclado.

4. Nesta atividade, usando estes exemplos como inspiração, os participantes são desafiados
a pensarem numa ideia de fazer dinheiro, que os ajude a produzir rendimento através da
reutilização, reciclagem ou repensar um produto ou serviço.
5. Trabalhando em pequenos grupos, peça aos participantes para planificarem a sua ideia de fazer
dinheiro, pensando:
• O que é o seu produto ou serviço.
• Como vão ganhar dinheiro com o seu produto ou serviço.
• Qual dos 6 Rs vão integrar na sua ideia.
• Como a sua ideia também vai afetar o meio ambiente.
6. Os participantes devem preparar uma apresentação, delineando os seus planos e apresentando
as suas ideias para um painel de "especialistas".
7. O painel vai considerar todas as ideias apresentadas e decidir quem será o vencedor.

140
Refletir

03 Poupança e Gasto
Método
1. Distribua os conjuntos de cartões “Reflexão dos Poupadores Inteligentes” (Figure 3.7) e peça a
cada grupo para escolher um cartão que considerem ser útil no seu quotidiano e outro que não
lhes seja útil. Partilhem as ideias enquanto grupo.

Questões de investigação para a próxima sessão


Incentive os participantes a fazerem as seguintes perguntas a alguém da sua comunidade que
tenha pedido dinheiro emprestado em vez de usar as poupanças, como preparação para a próxima
sessão: Pedir Dinheiro Emprestado

• Por que decidiram pedir dinheiro emprestado?


• Onde pediram dinheiro emprestado/obtiveram o empréstimo?
• Foi fácil para pagar o empréstimo?
• Têm algum conselho sobre o empréstimo de dinheiro?

141
Fig. 3.6 Engarrafar! Folha de ideias (para Facilitador)

Sementes Iniciais
Corte as tampas das garrafas de plástico e usa os fundos para plantar sementes para começar suas
plantas.

Vaso auto regador


Corte a garrafa ao meio, inverte a parte de cima, faça um furo na tampa
e rosca um “pavio” ou pedaço de corda através dele até que ele se
encontra na água, na parte inferior (ver foto, à direita).

Mini-estufa:
Corte a parte de baixo da garrafa e cobre as suas sementes e plantas
para dar-lhes a sua própria estufa

Armadilha para moscas ou vespas


Corte o terço superior da garrafa. Coloque a ‘isca’ (por exemplo, solução de açúcar) na parte inferior,
inverta a secção superior de volta na garrafa e cola-o no lugar. Adiciona fios para pendurar-lho

Bloco de gelo
Encha a garrafa com água fria e congela-o para fazer um bloco de gelo. Coloque um no seu saco de
compras para manter os itens frios no caminho de volta das lojas.

Flores decorativas
Corte o fundo da garrafa, e corte a extremidade
superior em formas de pétalas. Retire o plástico e
pintura. Prenda cada flor a uma haste de arame.

Vaso
Corte a garrafa ao meio, corte para dentro
do plástico para fazer tiras, e tecer para fazer
este projeto inteligente:

Agitador musical
Encha a garrafa com feijão.

Uma colher
Corte a parte superior da garrafa, e utilizar a parte inferior como uma colher de arroz ou de
outro produto.
Poupador de água para o tanque da sanita
Enche uma garrafa com água e coloca-o no tanque. Isto vai deslocar água e então cada vez
que alguém puxa o autoclismo água vai ser poupada

Fontes::
Huffington Post: http://www.huffingtonpost.com/2012/01/24/top-20-things-to-do-with-plastic-
bottles_n_1224013.html#s630591
http://www.makeitandmendit.com/recycling-and-upcycling-plastic-bottles-in-the-garden/

142
Inteligente folha Refletirion Poupanças

03 Poupança e Gasto
Fig. 3.7

Simplifique a sua vida Pense bem antes de comprar


Pense no que você mais gosta de fazer. Todos os dias, somos tentados a
Muitas vezes, as coisas que nos fazem comprar produtos que nem sempre
mais felizes não estão à venda. precisamos. Comprar coisas que
realmente não precisamos pode ser
Passe tempo com família e amigos em caro, acrescenta a desordem, e contribui
vez de gastar dinheiro. para o lixo, esgotamento dos recursos e
poluição.

Compre em massa ou em Repara coisas quebradas


promoção Embora muitas vezes somos
Muitas vezes, os produtos são mais incentivados a comprar novo, em vez de
baratos se comprarmos maiores reparar, pode ser satisfatório consertar
quantidades. Por que não juntar um as coisas quando elas quebram.
grupo de amigos para comprar em Você vai poupar dinheiro, recursos e
massa e aproveitar o preço mais barato uma viagem para a loja.
compartilhada.

Usa os dois lados de uma folha de


papel...
Partilha ... Salva dinheiro, árvores e o planeta!
Partilhar ferramentas, equipamentos e Uma árvore faz 8.333 folhas de papel virgem
livros com amigos, vizinhos e familiares para impressora ou
pode poupar-lhe muito dinheiro.
Uma embalagem de papel para impressora
(500 folhas) usa 6% de uma árvore
(www.actiontracker.org.uk)

Desligue as luzes
Usando menos eletricidade, você está a Pense antes de ansiar as marcas de
diminuir a sua conta de eletricidade e a renome
demanda para carvão, diminuindo assim Roupas caras são dadas a celebridades
a quantidade de destruição ambiental para vestir. O mesmo não acontece com
causada pela exploração mineira. você. Seja individual. Não anseia rótulos
que os outros usam.

Use os seus talentos para fazer e


economizar dinheiro ou cria um
“banco de tempo”.
Cuide de sua saúde
Que habilidade ou talento tem que
poderia fazer-lhe dinheiro ou fazer com Se você está doente, não pode trabalhar
que os outros lhe pagam? e por isso não pode ganhar.

Comece um “banco de tempo”, onde


os membros trocam serviços usando
unidades de tempo como moeda.

Usa bem o tempo


Pense em como pode criar tempo para Aluga equipamento para ganhar
fazer um trabalho part-time para poupar dinheiro
dinheiro

143
144
03 Poupança e Gasto
3.7 Pedir
Dinheiro Emprestado
Às vezes, há circunstâncias em que as pessoas precisam de mais
dinheiro. Isto pode ser porque alguém quer investir num novo negócio,
ou melhorar as suas condições de vida, ou porque o dinheiro extra é
necessário para cobrir os gastos inesperados, como uma emergência de
família ou por causa de dificuldades económicas.
As soluções podem incluir:

Trabalhar mais horas ou conseguir um emprego com um salário melhor


para gerar mais dinheiro (mas isto pode ser difícil, especialmente em
tempo de recessão ou quando os empregos são escassos).

Observar atentamente como o dinheiro é gasto e cortar despesas para


deixar o dinheiro necessário para a nova despesa (mas isto pode não
gerar dinheiro suficiente).

Pedir dinheiro emprestado ou fazer um empréstimo (mas isto tem que


ser feito de forma responsável, ou o empréstimo pode acabar a custar-
vos dinheiro ou ainda deixar-vos com dívidas).

Existem muitas histórias tristes sobre pessoas que vivem em


circunstâncias muito difíceis por causa de dívidas e maus empréstimos.
Esta sessão analisa a opção de pedir dinheiro emprestado e envolve os
participantes a pensarem sobre as razões por que as pessoas pedem
dinheiro emprestado, as implicações de pedir dinheiro emprestado
e o que é que significa pedir dinheiro emprestado de uma maneira
responsável. Também ajuda a compreender alguma terminologia básica
sobre o crédito.
145
Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:


1. Identificar momentos em que eles (e adultos) possam pedido dinheiro emprestado.
2. Compreender as implicações de pedir dinheiro emprestado.
3. Compreender que existem diferentes tipos de empréstimos.
4. Compreender os termos básicos, tais como crédito e juros.

Aprendizagem chave

• Pedir dinheiro emprestado é uma opção para obter rendimento.


• Pedir dinheiro emprestado deve ser feito de forma responsável.
• Pedir dinheiro emprestado vem geralmente com condições e há consequências se o empréstimo não for pago.

Materiais Necessários

• Início: Quatro folhas do flipchart, cada uma com questões de investigação da última sessão: Por
que decidiram pedir dinheiro emprestado?; Onde pediram dinheiro emprestado/obtiveram o
empréstimo?; Foi fácil para pagar o empréstimo?; Pediria novamente dinheiro emprestado?
• Opção 1: Cartões de Situação (Figura 3.8) escritos num flipchart ou lidos
• Opção 2: Cartões de Cena Teatral (Figura 3.9)

Informação para o facilitador


• Prepare os materiais acima e reveja os conceitos antes da sessão.

Explorar e Pensar:

Início: Pedir dinheiro emprestado

10-15 m
Método
1. Peça para formarem grupos de três ou quatro participantes para discutirem o que descobriram
(ou o que já sabem de experiência) das suas questões de investigação da última sessão. Peça-
lhes para escreverem as suas respostas num papel flipchart em separado com as perguntas:
• Por que decidiram pedir dinheiro emprestado?
• Onde pediram dinheiro emprestado/obtiveram o empréstimo?
• Foi fácil para pagar o empréstimo?
• Têm algum conselho sobre o empréstimo de dinheiro?
2. Peça-lhes para identificarem se a resposta foi dada por um adulto ou um jovem. Por exemplo,
em resposta a "Por que decidiram pedir dinheiro emprestado?", podem escrever: Para comprar
materiais para fazer tranças num salão de cabeleireiro (jovem)
3. Após 5 a 10 minutos, faça as seguintes perguntas (ou semelhantes) para tirar algumas
conclusões:
• Quais foram as principais razões para os jovens pedirem dinheiro emprestado, em
comparação com os adultos?
• Quais foram os principais locais onde as pessoas pediram dinheiro emprestado?
• No geral, as pessoas acharam fácil pagar o empréstimo?
• Qual o conselho mais útil que as pessoas vos deram?

146
Investigar e Agir:

03 Poupança e Gasto
Escolha uma das seguintes atividades:

Enquanto facilitador, pode ser necessário explicar alguns conceitos após cada afirmação, por
exemplo,

Algo de valor que é usado para garantir um empréstimo.


Se os termos de empréstimo e de reembolso não são
Garantia cumpridas, então a garantia é levado para cobrir o custo
do empréstimo (por exemplo, o banco toma posse da sua
porque não fiz o pagamento do empréstimo)

Se a vossa conta estiver “em crédito” ou têm “crédito” no


vosso telefone, isso significa que há dinheiro disponível
para gastar.

Crédito
Mas se você comprar algo com crédito, isso significa que
alguém (por exemplo um banco ou instituição financeira)
emprestou-lhe o dinheiro e você deve pagá-lo de volta

Falta de Deixar de pagar um empréstimo de acordo com os termos


pagamento que foram acordados quando o empréstimo foi feito.

Uma pessoa que co-assina um empréstimo e concorda em


Fiador ser financeiramente responsável por ele, se a pessoa que
tiver pedido o empréstimo não o pode pagar.

A quantidade de dinheiro em cima de um valor original.


Se pedir dinheiro emprestado, muitas vezes têm que
pagar juros (uma quantia extra) em cima do dinheiro que
Juros
inicialmente vos foi emprestado. Se guarda dinheiro num
banco, pode regularmente receber juros (uma quantia
extra) no dinheiro que guarda

Uma pessoa ou organização que oferece empréstimos sem


Agiota garantia de altas taxas de juros para os indivíduos, muitas
vezes impondo reembolsos por chantagem ou ameaças.

Uma pequena instituição financeira geralmente


desregulada que tem menos produtos em comparação
Instituição de
com um banco, mas esses produtos são mais flexíveis e
Microfinanças
geralmente direcionados para clientes menos ricos (por
exemplo Grameen Bank)

Opção 1: Pedir dinheiro emprestado com prudência


Método
25-30 m Passo 1: Identificar as características de pedir dinheiro emprestado (15 minutos)
1. Leia as afirmações abaixo. Para cada afirmação, peça aos participantes para indicarem se acham
que é verdadeiro ou falso, movendo-se para o lado direito da sala de aula se acharem que é
verdadeiro e para a esquerda, se acharem que é falso.
2. Primeiro, leia em voz alta algumas afirmações, por exemplo,
• Hoje é (inserir o dia da semana correto) VERDADEIRO

147
• As paredes desta sala de aula são (inserir a cor errada) FALSO
3. Agora, leia as afirmações abaixo e quando os participantes se moverem para a direita ou
esquerda, peça a um voluntário que respondeu corretamente para explicar a sua resposta.
4. Pergunte se têm alguma dúvida e responda-as para esclarecer todas as questões. Depois de
cada discussão, dê aos participantes tempo para se reposicionarem na linha antes de ler a
próxima afirmação verdadeiro/falso. Pode usar todas as afirmações abaixo ou apenas algumas.
Use as afirmações mais relevantes para o seu grupo ou crie novas.

Afirmações de Verdadeiro/Falso:
• O dinheiro de um empréstimo pertence à pessoa que faz o empréstimo. FALSO
• Um empréstimo pode ajudar a iniciar um negócio quando o seu dinheiro não for suficiente.
VERDADEIRO
• Se pedirem dinheiro emprestado a um amigo, não têm que pagá-lo. FALSO
• Se se atrasarem ou não fizerem um pagamento de empréstimo, não haverá nenhumas
consequências, desde que eventualmente pagam. FALSO
• Usar dinheiro emprestado fica geralmente mais caro do que usar o próprio dinheiro.
VERDADEIRO (por causa dos juros)
• Só os bancos cobram juros nos empréstimos. FALSO
• O crédito pode significar duas coisas: dinheiro disponível para gastar e dinheiro de outra
pessoa a quem tens de pagar de volta. VERDADEIRO
• Pedir dinheiro emprestado a um agiota é uma opção barata. FALSO

Passo 2: Empréstimos Bons e Maus (15 minutos)


Atenção: Copia as situações encontradas na Figura 3.7 em folhas separadas de papel flip-chart,
antes do início da sessão, e cobre-os.

1. Comece por explicar que pedir dinheiro emprestado pode ser uma experiência positiva, pois
pode ajudar os participantes a iniciarem ou expandirem um negócio, que os pode ajudar a
responder a uma emergência na sua família e os pode ajudar a melhorar as suas condições de
vida, mais rapidamente. Quando um empréstimo os ajuda dessa maneira, geralmente é um bom
empréstimo. Mas fazer um empréstimo traz sempre o risco de não ser capaz de pagar. Assim,
quando o empréstimo acaba custando-lhes dinheiro ou forçando-os a contrair mais dívidas ou
falta de pagamento, trata-se de um “mau empréstimo”.
2. Diga aos participantes que vão ouvir as seguintes situações, em que alguém fez um empréstimo
e peça-lhes para decidam para cada uma se é empréstimo bom ou mau. Se acharem que é bom,
devem dirigir-se para o lado direito da sala de aula. Se acharem que é mau, devem dirigir-se
para o lado esquerdo da sala de aula.
3. Peça aos participantes para se juntarem a um colega e formarem uma linha no centro da sala.
Revele cada situação no papel flipchart enquanto estiver a ler. Depois de revelar cada situação,
peça aos participantes para discutirem o assunto e se moverem.
4. Peça a um voluntário para explicar a sua decisão em cada situação. Para destacar a sessão em
questão, pode escrever notas ao lado das folhas de cada situação.
5. Depois de ler todas as situações, pergunte aos participantes:
• Antes de pedir dinheiro emprestado, o que devem saber para se certificarem que o vosso
empréstimo vai ser um bom empréstimo que vos vai ajudar?
6. Escreva as respostas numa nova folha de papel do flipchart. Certifique-se os seguintes pontos
sobre o que eles precisam de saber antes de pedirem dinheiro emprestado são discutidos:
O valor do pagamento do empréstimo, incluindo os juros.
• Como vão conseguir pagar o empréstimo, por exemplo, as fontes de receita ou de poupança
que têm para fazer o reembolso.
• Quando é que vão realmente conseguir o dinheiro do empréstimo. Será que vão receber o
dinheiro antes ou depois de precisarem dele?
• Se estão a usar o dinheiro do empréstimo para comprar uma ferramenta ou equipamento,
será que o objeto vai durar mais tempo do que o empréstimo e vai continuar fazer-lhes ganhar
dinheiro?
• Podem cobrar um preço pelos bens que financiaram com um empréstimo que é alto o
suficiente para reembolsar o empréstimo e ter algum dinheiro de sobra?

148
Opção 2: Diferentes Tipos de Empréstimos (Encenação)

03 Poupança e Gasto
25-30 m
Método
1. Explique aos participantes que vão apresentar e observar três cenas teatrais curtas, cada uma a
mostrar um tipo de empréstimo diferente. Precisam de tentar descobrir como cada situação é
diferente das outras e aprender novas terminologias, tais como “garantia”, “fiador”, “juros”, ‘prazo
do empréstimo”, “microcrédito” e “microfinanças”. (Coloque estas palavras num flipchart, se
achar que é mais útil.)
2. Divida os participantes em três grupos. Dê a cada grupo cartões com as cenas teatrais, como está
detalhado nas folhas Factos & Recursos 3.9.
3. Explique que a tarefa deles é preparar uma cena teatral baseada no guião, que vão representar à
frente do resto do grupo. Podem usar o guião exatamente como está escrito, ou podem adaptá-lo
adicionando nomes as personagens, ou mudando a atividade geradora de receita para algo que
conhecem. Cada grupo deve escolher um narrador que vai introduzir a cena teatral e liderar a
discussão a seguir, usando as perguntas fornecidas para cada um. Assegura aos participantes que
você vai la estar para ajudar, se necessário.
4. Dê aos grupos 10 minutos para desenvolverem e praticarem a sua cena teatral. Quando estiverem
prontos, peça a cada grupo, um por um, para apresentar a sua cena teatral a todos.
5. Depois de todas as cenas teatrais terem sido apresentadas, diga aos participantes que acabaram
de ver como funcionam três diferentes fontes de empréstimos. O primeiro tipo é um empréstimo
de um amigo, o segundo é um empréstimo de um banco e o terceiro é um empréstimo de uma
instituição de microfinanças.
Perguntas guia e notas
• Quais são as principais diferenças nos vários empréstimos? As respostas devem incluir o seguinte:
• O empréstimo de um amigo é mais casual e não inclui juros ou guarantias, mas pode criar
tensão na relação. O empréstimo de um banco é maior, mais formal e mais apropriado para um
negócio estabelecido, mas esses empréstimos exigem muitas vezes garantias e não são flexíveis.
• O empréstimo de uma instituição de microfinanças aparece como meio-termo entre os outros
dois. Existem requisitos para se juntar a um grupo, como poupar e ser co-membro do grupo, mas
o processo parece mais amigável e mais adequado para as pessoas que não têm muito dinheiro.
No entanto, este método também pode criar tensão nas relações e a pressão dos pares pode
resultar na tomada de decisões que não são as melhores para cada pessoa.
• Se precisasse de pedir dinheiro emprestado qual é o empréstimo que escolheria? Porquê?

Refletir
Método
1. Reflita com os participantes o que tem sido explorado nesta sessão, ou seja, por que as pessoas
pedem dinheiro emprestado, as vantagens e as desvantagens de pedir dinheiro emprestado, os
diferentes tipos de empréstimos e alguns termos básicos referentes a empréstimos.
2. Peça aos participantes para pensarem durante dois ou três minutos:
• Na coisa mais importante que aprenderam.
• Como vão aplicar esta lição na sua vida.
Atenção: Eles podem escrever os seus pensamentos ou falar baixo com um parceiro, se preferirem.

3. Peça voluntários para partilharem os seus pensamentos com o resto do grupo.

Questões de investigação para a próxima sessão


Incentive os participantes a seguirem as notícias e a observarem a sua comunidade para identificarem
três exemplos de desigualdade de dinheiro, poder ou direitos, como preparação para a próxima
sessão: Dinheiro, Poder e Direitos.

149
Fig. 3.8 Cartões de situação

Situação 1
• A Maria pede 15€ emprestados para comprar vegetais para vendê-los
na sua aldeia. Ao final da semana, vendeu todos os vegetais que lhe
renderam 23€. Agora ela tem 15€ para comprar mais vegetais, 4€ para
pagamento do empréstimo e 4€ para as suas despesas e poupança

Situação 2
• A Madalena pediu um empréstimo para fazer t-shirts para recordação para
vendê-las no Carnaval na escola. Mas quando o empréstimo é finalmente
aprovado, ela não tem tempo suficiente para fazer as serigrafias nas t-shirts
antes do festival.

Situação 3
• A Alicia obteve um empréstimo de 152€ para comprar um frigorífico
para a sua banca de refeições rápidas. Ela agora pode guardar mais itens,
especialmente refrigerantes, e agora ganha mais 15€ por mês. A maior parte
deste rendimento destina-se a repor o empréstimo, mas daqui a um ano,
quando tiver acabado de pagar o empréstimo, ela ainda terá o frigorífico.

Situação 4
• A Sara pediu emprestado 38€ para comprar chapéus em massa a um preço
mais baixo. Mas depois de ter vendido todos os chapéus a estudantes da sua
escola, ainda ficou a dever 8€ do empréstimo.

Situação 5
• O João, o padeiro, pediu um empréstimo para comprar uma máquina
misturadora usada que lhe permite aumentar a produção de pão. Mas na
altura em que acabou de pagar o empréstimo, a máquina avariou-se.

150
Cartões de cona teatral

03 Poupança e Gasto
Fig. 3.9a

Cena 1

Moderador: Tenho o prazer de vos apresentar a seguinte conversa entre __________


e ___________ (inserir nomes).

Amigo 1: Olá, podes emprestar-me 15€? Quero comprar alguns bilhetes para o
concerto, que vou vender fora do portão na noite do concerto parar ter lucro.

Amigo 2: Bem, depende de quando pensas devolvê-lo.

Amigo 1: Prometo devolver-te numa semana, no próximo Sábado. Se não vender


todos os bilhetes com lucro, peço o dinheiro ao meu pai que volta a casa do seu
trabalho na mina no fim da semana.

Amigo 2: Então está bem. Aqui tens os 15€. Mas preciso que me devolvas no Sábado.

Os 2 amigos apertam as mãos!

Moderador: Aplausos para os atores!

Pergunte:

• Quem são as pessoas nesta sátira? Que relação há entre elas? [São 2 amigos.]
• A pessoa que empresta o dinheiro cobra juros? [Não, ele não diz nada sobre cobrar juros
neste empréstimo.]
• Há alguma coisa de valor como garantia deste empréstimo? [Não há garantia colateral
formal.]
• Qual é o prazo da dívida? Quanto tempo é que a pessoa que pediu o dinheiro
emprestado tem para pagar a divida? [Aquele que pediu o empréstimo tem 1 semana
para pagar.]

151
Fig. 3.9b Cartões de cona teatral

Cena 2
Nota para atores: Usem as etiquetas ‘banqueiro’ e ‘cliente’ para colar em vocês próprios para que a
audiência identifique claramente quem é que são.

Moderador: Tenho o prazer de vos apresentar a seguinte cena no __________ e


___________ (insere nome de banco)

Banqueiro: Como posso ajudar-lho hoje?

Cliente: Eu gostaria de pedir um empréstimo.

Banqueiro: Sim? Que tipo de empréstimo? Temos vários tipos

Cliente: Só preciso de algum dinheiro para comprar provisões para o meu quiosque.
Que tipo de empréstimo é esse?
Banqueiro: Isso seria um empréstimo de capital de giro. Normalmente os nossos
empréstimos de capital de giro começam nos 5,000 €. Tem algo valioso que pode
oferecer para suportar o empréstimo, como colateral.
Cliente: Uhh, tenho uma bicicleta.

Banqueiro: Nesse caso, você vai precisar de alguém para co-assinar o empréstimo
com você, alguém que compromete-se a pagar o empréstimo, se você não pode. Essa
pessoa é chamada de fiador. Ambos devem preencher este pedido de empréstimo e
pagar uma taxa de 10€ para aplicar. A taxa não é reembolsável. A aplicação fornece
todas as informações sobre juros, prazo do empréstimo e juros de mora. Traga as
suas aplicações preenchidas para o escritório de empréstimos durante o horário de
trabalho nas segundas e quintas-feiras.
Moderador: Aplausos para os atores!

Pergunte:

• O que é que o banco requer da pessoa que pede dinheiro emprestado? [Uma
aplicação preenchida e uma taxa de 10€]
• Porque é que acha que o banqueiro não esta disposto a aceitar a bicicleta do cliente
como colateral? [A bicicleta provavelmente não vale o mesmo que o valor do
empréstimo]
• Então o que é que o banqueiro requer em vez disso? [Alguém para garantir o
empréstimo, um fiador]
• Como é que pedir um empréstimo a um banco é diferente de empréstimos
entre amigos? [É mais formal com mais requisitos, a pessoa que pede dinheiro
emprestado precisa de ter colateral ou um fiador, os empréstimos são muito
maiores do que os valores que amigos geralmente emprestariam entre eles]

152
Cartões de cona teatral

03 Poupança e Gasto
Fig. 3.9c

Cena 3
Moderador: Tenho o prazer de apresentar uma conversa muito esclarecedora
entre _______ e _______ (inserir nomes de 2 amigas).

Amigo 1: Oh, foi fácil. Aderi a um grupo que pede dinheiro emprestado a uma
organização chamada Business Now. Os membros podem obter pequenos
empréstimos para começar um negócio. Pagas uma pequena quantia todas as
semanas de modo que não é difícil. E não precisas de colateral.

Amigo 2: Oh, foi fácil. Aderi a um grupo que pede dinheiro emprestado a uma
organização chamada Business Now. Os membros podem obter pequenos
empréstimos para começar um negócio. Amortizas com uma pequena quantia
todas as semanas de modo que não é difícil. E não precisas de garantias colaterais.

Amigo 1: Parece bom demais para ser verdade! Como é que posso aderir?

Amigo 2: Bem, tens que saber que há algumas regras. Tens que aderir a um grupo,
comparecer nas nossas reuniões semanais, e poupar antes de poderes pedir
emprestado. A Business Now cobra juros nos empréstimos que faz. E tens que
concordar em garantir os empréstimos dos outros membros do grupo. Se alguém
deixa de pagar, os outros têm que cobrir por ele.

Amigo 1: Bem, eu não gostaria de fazer isso, mas acho que é uma boa substituição
para colateral, que eu não tenho. Como posso aderir?

Amigo 2: Comparece na nossa próxima reunião e apresento-te aos membros.


Pode ser que precisemos de um membro novo quando começar a próxima jogada
de empréstimos.

Moderador: Aplausos para os atores!!

Pergunte:
• O que é que a Business Now pede a quem pede um empréstimo? [Que formem
um grupo, poupem, se encontrem semanalmente e que paguem o empréstimo
com juros.]
• Em que difere da conversa entre os 2 amigos? [É mais complicada e envolve
mais condições para o empréstimo.]
• Em que difere esta situação do banco? [Não há garantias colaterais, pequenos
empréstimos estão disponíveis, quem pede dinheiro forma grupos.]
• Este empréstimo parece mais fácil de obter do que um empréstimo de um
banco? Porquê? [Não há colateral, os empréstimos são pequenos e mais fáceis
de pagar, o processo de candidatura é simples.]

153
154
03 Poupança e Gasto
3.8
Dinheiro,
Poder e Direitos
Com a expansão da TV a cabo, Internet e acordos de livre comércio,
a informação, a cultura, o dinheiro, os bens e serviços fluem por
todo o mundo com uma velocidade sem precedentes. Em geral,
reconhece-se que a globalização do mundo criou vencedores
e perdedores. Algumas pessoas beneficiam, enquanto outras
perdem. Algumas pessoas desfrutam de riqueza, poder e influência,
enquanto outras não recebem uma parte equitativa desse dinheiro
e poder, ou não se fazem ouvir. o problema é que o fluxo de
conhecimento e de recursos vai principalmente numa direção. Em
2011, só 34.1% das casas do mundo eram conectados a Internet .

As grandes corporações mudam as suas fábricas para países em


desenvolvimento, onde o baixo custo de mão-de-obra significa
maiores lucros. Os acordos de comércio livre, as diferenças
na produtividade e subsídios tornam possível que os bens
exportados dos países desenvolvidos sejam mais baratos que os
bens produzidos localalmente nos países em desenvolvimento.
A desigualdade criada pela globalização é visível não só entre
países, mas também dentro de muitos países, onde uma pequena
minoria desfruta de mais riqueza e poder do que a grande maioria
que é pobre. Há muito a ganhar com a globalização, mas para
beneficiar, é preciso ter a educação e os recursos necessários.
Nesta sessão, os participantes aprendem mais sobre a desigualdade
e discutem o conceito de justiça económica, em que as pessoas
têm a oportunidade de trabalhar em algo significativo e bem
recompensado para poder desfrutar do seu direito a um padrão de
vida decente.

155
A justiça económica, que afeta a pessoa individual, bem como
a ordem social, abrange os princípios morais que nos guiam na
elaboração das nossas instituições económicas. Essas instituições
determinam como cada pessoa ganha a vida, celebra contratos,
troca bens e serviços com outros e produz uma base material
independente para o seu sustento económico. O objetivo
fundamental da justiça económica é liberar cada pessoa para que
participe criativamente no trabalho sem limites além da economia,
que é a mente e o espírito.

Segundo a definição pelo Centro de Justiça Económica e Social.


www.cesj.org/thirdway/economicjustice-defined.htm

Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:


1. Identificar três formas em que dinheiro e poder são desigualmente distribuídos em seu país e no mundo.
2. Descrever o impacto da desigualdade nos indivíduos.
3. Compreender o termo “justiça económica”.
4. Descrever uma solução possível para a desigualdade ou uma forma para aumentarem a consciencialização e
promoverem a justiça económica.

Aprendizagem chave
• O dinheiro e poder são desigualmente distribuídos entre as pessoas no mundo e isso pode ter um impacto
profundo nas suas oportunidades, padrão de vida e oportunidades de vida.
• A justiça económica é ser capaz de participar num trabalho significativo, receber uma recompensa justa por
esse trabalho e viver uma vida digna.
• Cada um de nós pode desempenhar um papel na promoção da justiça económica, seja através do nosso estilo
de vida, os programas que escolhemos apoiar, ou através do trabalho da advocacia que fazemos.

Materiais Necessários

• Início: Questionário sobre “Se o Mundo fosse uma Vila” (Figura 3.10).
• Opção 1:Cartões com os papéis do “personagem” escritos (Figura 3.11) - um cartão para cada
participante; Afirmações sobre Microfinanças, Assistência Social, Impostos Progressivos e
Comércio Livre recortadas em diferentes pedaços de papel (Figura 3.13), para serem lidas.
• Opção 2: Citação do Nelson Mandela, escrita num flipchart; O Pacto Internacional de Direitos
Económicos, Sociais e Culturais (Figure 3.12); Estatísticas, figura 3.14a,b,c.
• Refletir: citação de Nelson Mandela num flipchart.

Informações para o facilitador


• Se tiver estatísticas do seu país sobre a distribuição socioeconómica da riqueza, seria bom
apresentá-las.
• Opção 1:
• Verifique se há espaço suficiente para que os participantes possam avançar durante o jogo. Se
não houver espaço suficiente no interior, realize a atividade no exterior.
• Leia sobre cada um dos programas antes da sessão, a fim de ter alguns conhecimentos
básicos. Se, durante a discussão, houver alguma informação que não saiba, seja honesto o
suficiente para dizer que não sabe, mas que pode procurar depois da sessão.

156
Explorar e Pensar:

03 Poupança e Gasto
Início: Questionário sobre “Se o Mundo fosse uma Vila”

10-15 m
Atenção: No final da Sessão anterior, os participantes foram convidados a ouvir as notícias,
procurar em jornais ou olhar em redor deles nas suas próprias comunidades para identificar
exemplos de desigualdade de dinheiro, poder e direitos. Antes de começarem com a atividade
inicial, peça-lhes para partilharem algumas das suas descobertas.

Explique que nesta sessão, os participantes vão explorar a desigualdade e a justiça económica.

Há mais de 7 bilhões de pessoas no mundo, mas se se reduzisse o mundo a uma aldeia de 100
pessoas, como seria? Este questionário ajuda os participantes a compreenderem a desigualdade no
mundo.

Método
1. Peça aos participantes para formarem pequenos grupos de três ou quatro.
2. Consulte o "Se o Mundo fosse um Teste da Vila" (Figura 3.10) e faça as perguntas, dando tempo
aos grupos para discutirem cada resposta.
3. No final, peça aos grupos para apresentarem as suas respostas. O grupo que estiver mais
próximo da resposta correta ganha 5 pontos. Se alguém tiver uma resposta completamente
certa ganha 10 pontos.
4. Faça as seguintes perguntas para que o grupo discuta:
• Alguma coisa sobre as estatísticas surpreendeu-vos? O quê?
• Observam alguns desses factos na vossa comunidade ou país? Como?

Investigar e Agir:
Escolha uma das seguintes atividades:

Opção 1: Quem Avança


Os participantes desempenham um papel de um membro da sociedade e avançam de acordo com o
25-30 m que acreditam que o seu "personagem" seria capaz de ser, fazer ou ter acesso.

Método
1. Dê a cada participantes um cartão com um "personagem" que vão desempenhar e diga-lhes que
devem manter o seu papel em segredo.
2. Coloque-se num dos cantos da sala de aula e peça aos participantes para formarem uma linha
contra a parede oposta, voltados para si.
3. Explique que vai ler as seguintes afirmações e que todos devem considerar se a afirmação é
verdadeira para o seu personagem.
4. Se acharem que a afirmação é verdadeira para a sua personagem, devem dar um grande passo
para a frente. Se acharem que a afirmação não se aplica ao seu personagem, não se mexem.
Se acharem que a afirmação é parcialmente verdadeira para o seu personagem, podem dar um
pequeno passo em frente. Afirmações:
• Tenho o suficiente para comer todos os dias.
• Contribuo na tomada de decisões em casa.
• Posso completar/conclui a minha educação.

157
• Vou acabar/conclui a faculdade ou estudos universitários.
• Posso ir facilmente a um médico quando estou doente.
• Se os meus pais/marido/esposa morressem, eu seria capaz de sobreviver financeiramente.
• Se eu não concordar com algo, posso expressá-lo sem problemas.
• Pagam-me um valor justo pelo trabalho que faço.
• Posso influenciar as decisões no trabalho.
• Estou em condições para ajudar outras pessoas.
• Sinto que tenho um futuro positivo, cheio de oportunidades.
• Sinto-me seguro na minha comunidade.
• Poderia obter um empréstimo para iniciar um pequeno negócio.
• Tenho controlo sobre a minha vida.
• Sou respeitado pela gente da minha comunidade.
• Não tenho problemas no acesso a água potável e saneamento.
• Desfruto do apoio da minha família.
5. Uma vez que todas as afirmações tenham sido lidas, peça a todos para olharem à sua volta e
para cada um revelar o personagem que representaram.

Perguntas guia
• Como se sentiram do vosso personagem?
• Como se sentiram acerca das pessoas que se deslocaram de forma diferente à vossa?
• Por que as pessoas se deslocaram de forma diferente?
• Quais foram os aspectos deste jogo que representaram o mundo atual?
Atenção: Algumas palavras-chave e ideias para considerar para este exercício: capacitação;
direitos; igualdade; vulnerabilidade; fazer parte de uma comunidade; fazer parte de uma família;
ser excluído; justiça.

6. Em seguida, os jovens discutem como esta atividade mostra como as pessoas no mundo não
têm as mesmas oportunidades de avançarem na vida por razões complexas. Algumas razões
devem-se a circunstâncias pessoais, ou por causa da situação local ou nacional, enquanto
outras são devido a sistemas mundiais. As razões podem incluir: a falta de educação e de saúde,
ambiente de pobreza e condições de vida inadequadas, desemprego ou salários baixos, conflito,
a falta de apoio do governo, ou a falta de poder e influência de um indivíduo.
7. As pessoas são muitas vezes referidas como o "os que têm" e "os que não têm" (ricos e pobres).
Existem programas e iniciativas entre os países e dentro dos países que tentam resolver a
desigualdade da distribuição de riqueza e poder entre esses "os que têm" (ricos) e "os que não
têm" (pobres). Podem incluir:
• Assistência social
• Impostos Progressivos
• Microfinanças
• Comércio Justo
8. Peça aos participantes para formarem quatro grupos e diga-lhes que vão explorar as vantagens
e desvantagens destes quatro programas. Saliente que existem muitas soluções possíveis, mas
que estão apenas a considerar quatro.
9. Dê a cada grupo uma das folhas de Factos e Recursos 3.13: Assistência Social; Impostos
Progressivos; Microfinanças; Comércio Justo

ASSISTÊNCIA SOCIAL é a prestação de apoio social e às vezes financeiro, com o objetivo de ajudar a
melhorar o bem-estar das pessoas com necessidades (por exemplo, durante os períodos de doença
ou de desemprego). Isto pode ser oferecido pelos governos, instituições de caridade, grupos sociais
da comunidade, ou familiares e parentes.

158
As pessoas pagam impostos ao governo para financiarem os serviços vitais, tais como a educação

03 Poupança e Gasto
e a saúde. Impostos Progressivos tentam diminuir os impostos às pessoas com menor capacidade
de pagar, enquanto aumentam os impostos às pessoas com maior capacidade de pagar. Exemplos:
impostos com o rendimento mais alto para aqueles com salários elevados, maiores impostos nos
Artigos de luxo, como carros, jóias e bebidas alcoólicas.

Microfinanças é a prestação de serviços financeiros, tais como empréstimos para as pessoas


que têm rendimentos baixos e não conseguem aceder aos serviços oferecidos pelos bancos e
instituições financeiras. Aqueles que promovem os serviços das microfinanças acreditam que tal
acesso vai ajudar a tirar pessoas da pobreza. Os críticos argumentam que as pessoas que usam os
serviços das Instituições de Microfinanças (IMFs) se afundam num ciclo vicioso de dívidas e não
saem da pobreza. Algumas IMFs também cobram taxas muito altas de juros e exigem ciclos de
reembolso muito curtos, o que dificulta o investimento em negócios sustentáveis.

COMÉRCIO JUSTO é um movimento social que ajuda os produtores a melhorarem o seu nível de
vida, graças a um melhor acesso aos mercados e melhores condições comerciais. O seu objetivo
é pagar um preço garantido aos produtores para que possam planificar, trabalhar de uma forma
que não prejudique o meio ambiente e ajudar a desenvolver a comunidade local através do
pagamento de uma taxa social.

O comércio justo procura também sensibilizar os consumidores nos países desenvolvidos. Existem
muitos produtos do comércio justo, tais como produtos de artesanato, café, cacau, açúcar,
chá, bananas, mel, vinho, fruta fresca, chocolate e flores. Por exemplo: produtores de café que
produzem o seu café de forma organica (sem pesticidas ou fertilizantes) e vendem-no a uma
organização de comércio justo, recebem um melhor preço pelo seu café do que outros produtores
de café do seu país.

10. Peça aos grupos para escolherem um facilitador para o seu grupo que vai orientar a discussão,
para explorar quão útil é o seu programa ou iniciativa na diminuição da desigualdade entre as
pessoas.
11. Num flipchart, os facilitadores devem desenhar duas colunas “Vantagens” e “Desvantagens” e
pedir aos membros do seu grupo para sugerirem ideias para cada coluna do seu programa.
12. Peça aos grupos para atribuírem ao seu programa um número duma escala de 0 a 10, na
qual 0 significa “completamente inútil” e 10 significa “extremamente útil” na diminuição da
desigualdade.
13. Peça a cada grupo para partilhar os seus pensamentos com os outros grupos, com uma
apresentação. Pode ser o que quiserem, por exemplo, uma peça de teatro curta, um desenho
(que eles explicam) ou apenas uma apresentação.

Perguntas guia
• O que aprenderam com as apresentações?
• Houve alguma coisa que não tenham entendido ou que gostariam de saber mais?
• Qual o programa mais eficaz na diminuição da desigualdade?
• Conseguem sugerir outro tipo de programa?

159
Opcão 2: “Ter” e “Não ter”
Os participantes devem ter visto graças ao jogo inicial quais os recursos, oportunidades e riqueza
não estão uniformemente distribuídas no mundo. Há "os que têm" (ricos) que têm tudo o que
10-15 m
precisam para ter uma vida decente e "os que não têm" (pobres) que não têm as coisas que
precisam.

Passo 1: Debate Rápido


Num flipchart, prepare três das seguintes afirmações ou escolha uma nova.
• Sempre haverá ricos e pobres no mundo, é assim mesmo. 1

• Aqueles que vivem bem e têm muito devem ajudar aqueles que não têm nada.
• A caridade é o caminho para acabar com a desigualdade.
• A compreensão do que são a justiça e os direitos é a solução para acabar com a desigualdade.
• A riqueza deveria ser redistribuída no mundo para acabar com a desigualdade.
1. Arranje a sala de aula para que os participantes se sentem em pares, um à frente do outro.
2. Diga aos participantes que vão discutir sobre uma afirmação sobre a desigualdade durante
quatro minutos, dois minutos por pessoa. Devem decidir antes de verem a afirmação quem vai
concordar com a afirmação e quem vai discordar.
3. Revele a primeira afirmação e comece o cronómetro. Após dois minutos, diga a outra pessoa do
par para começar seu argumento.
4. Quando o tempo acabar, peça o feedback.
5. Peça aos participantes para se juntarem a um novo colega e, novamente, decidirem quem vai
concordar e quem vai discordar.
6. Repita este procedimento para a segunda e terceira afirmação, antes de passar ao Passo 2.

Passo 2: Criar uma Campanha de Cartazes


15 m Mostre aos participantes a citação abaixo de Nelson Mandela:
Enquanto a pobreza, a injustiça e as desigualdades flagrantes persistirem no nosso mundo,
ninguém pode verdadeiramente descansar. (Nelson Mandela, discurso “Acabar com a Pobreza”,
Londres 2005)

1. Peça aos participantes para formarem pequenos grupos.


2. Diga-lhes que vão planificar uma campanha de cartazes para informarem outros jovens sobre a
desigualdade no mundo.
3. Distribua cópias de O Pacto Internacional sobre o Direito Económico, Social e Cultural
(Folhas Factos e Recursos 3.12) e peça-lhes para identificarem um direito que considerem
particularmente importante.
4. Convide os participantes a partilharem e discutirem os seus pensamentos.
5. Apresente as estatísticas nas Figuras 3.14a, b, c aos jovens.
6. Sugira-lhes que identifiquem uma ou duas estatísticas chave que vão servir de base para a sua
campanha de cartazes.
7. Diga-lhes para considerarem:
• Quem é o seu público e para tornarem o cartaz atraente a essa faixa etária.
• O que querem que o seu público aprenda com o cartaz.
• O que querem que o seu público faça, depois de ter tomado conhecimento das novas
informações.
8. Dê aos participantes cerca de 10 minutos para trabalharem as suas ideias para o cartaz.
9. Peça voluntários para apresentarem as suas ideias para o cartaz, destacando quem é querem
atingir com o cartaz, quais informações estão a tentar transmitir e o que querem que as pessoas
façam a seguir.

160
Refletir

03 Poupança e Gasto
Método
• Faz um resumo da sessão e refira os seguintes pontos:
10-15 m • Todos têm direito a um padrão de vida adequado e ainda assim muitas pessoas no mundo não
desfrutam desse direito.
• A justiça económica, que é ser capaz de participar num trabalho significativo, receber uma
recompensa justa por esse trabalho e viver uma vida digna, não é uma realidade para muitas
pessoas.
• Existem programas e iniciativas destinadas a resolver a desigualdade, mas todos nós podemos
participar enquanto cidadãos mundiais responsáveis, ​através de nosso estilo de vida, de
programas que escolhemos apoiar e através do trabalho de advocacia e campanhas.
• Consulte novamente a citação de Nelson Mandela no flipchart e peça aos participantes para
criarem uma citação “3: 9:27”m ou slogan que vai alertar os outros para a desigualdade no
mundo e incentivar à ação. A citação deve:
• Incluir 3 pontos principais (por exemplo pobreza, injustiça, inequalidade).
• Demorar menos de 9 segundos a dizê-la.
• Ter menos de 27 palavras.
• Partilhe alguns exemplos.

Questões de investigação para a próxima sessão


Ser um "Bom Consumidor" ou alguém que pensa nas outras pessoas e no planeta quando compra
bens ou utiliza recursos preciosos, é uma forma de tentar resolver o problema da desigualdade.
Peça as participantes pata considerarem a questão seguinte, como preparação para a próxima
sessão:

• As ações de um indivíduo podem fazer uma diferença no mundo?

161
Fig. 3.10 Se o mundo fosse uma
aldeia de 100 pessoas *

Se pudéssemos reduzir toda a população mundial a uma Vila de exatamente 100 pessoas, com todas as
relações humanas existentes permanecendo a mesma, a demografia seria algo parecido com isto:

A vila teria 60 asiáticos, 14


africanos, 12 europeus, 8
latino-americanos, 5 dos 51 seriam homens, 49 82 seriam não-brancos, 18
EUA e Canadá, e um do Sul seriam mulheres brancos
do Pacífico.

67 seriam não cristãos, 33 80 viveriam em habitações


67 seriam incapazes
seriam cristãos. precárias
de ler

50 estariam desnutridos e 1 33 não teriam acesso à água 39 não teriam acesso a


estaria morrendo de fome. potável saneamento básico

24 não teriam nenhuma


energia elétrica (E dos 76
7 pessoas teriam acesso à 1 teria educação
que teriam eletricidade,
Internet universitária
a maioria só a usaria para
fornecer luz à noite.)

1 teria HIV 2 seriam recém-nascidos


próximo; 1 perto da morte

A versão original do Relatório do Estado da Vila por Donella H. Meadows foi publicado em 1990 como “Quem vive na Aldeia
Global?” E atualizado em 2005. O relatório inicial foi baseado em uma aldeia de 1000. David Copeland, um pesquisador e ativista
ambiental, reviu o relatório para refletir uma aldeia de 100, e distribuiu 50 mil cópias de um cartaz do Valor da Terra na ECO-92 no
Rio de Janeiro.

162
Cartões do personagem

03 Poupança e Gasto
Fig. 3.11

Agricultor Rapaz com VIH Positivo

Mãe a viver numa favela Rapariga como Chefe


de Casa

Jovem trabalhador (14 anos) Rapariga como chefe da casa

Professor numa Escolha Privada Trabalhadora de ONG

Professor numa
Pai Refugiado com Filhos
Comunidade Rural

Jovem a viver numa comunidade rural


Pai a viver nos subúrbios de uma
onde demora 5 horas para chegar a
grande cidade
uma estrada principal

Mulher Micro-empresária Criança Surda

Homem de Negócios Criança a viver nas ruas

Presidente Idoso Cego

Presidente de uma Cidade Pequena Mulher Solteira (40 anos)

Advogado de uma famosa empresa Homem Solteiro (35 anos)


de advogados

Viúva Idosa Comandante da polícia

Gestor numa Empresa Mulher polícia


Internacional

163
Fig. 3.12 O pacto internacional sobre os direitos económicos,
sociais e culturais

1. Este pacto entrou em vigor a 3 de Janeiro de 1966. Estes são alguns dos direitos humanos
consagrados no pacto.
2. O direito à autodeterminação. Em virtude deste direito, estabelecem livremente a sua condição
política e, desse modo, providenciam o seu desenvolvimento económico, social e cultural.
3. Para atingirem os seus fins, todos os povos podem dispor livremente das suas riquezas e recursos
naturais, sem prejuízo das obrigações que derivam da cooperação económica internacional baseada
no princípio de benefício recíproco, assim como do direito internacional. Em caso algum se poderá
privar um povo dos seus próprios meios de subsistência.
4. O direito à liberdade da discriminação de qualquer tipo, seja por motivos de raça, cor, sexo, língua,
religião, opinião política ou de outra índole, origem nacional ou social, propriedade, nascimento ou
qualquer outra condição social.
5. O direito a que homens e mulheres gozem, de igual modo, de todos os direitos económicos, sociais
e culturais.
6. O direito a trabalhar, que compreende o direito de todas as pessoas a ter a oportunidade de ganhar
a vida através de um trabalho livremente escolhido ou aceite.
7. O direito de todos gozarem de condições de trabalho equitativas e satisfatórias.
8. O direito de todos fundarem sindicatos e a filiar-se livremente, sujeitando-se unicamente aos
estatutos da organização correspondente, para promover e proteger os seus interesses económicos
e sociais.
9. O direito de todos terem segurança social, incluindo seguro social.
10. O direito de contrair matrimónio com o livre consentimento dos futuros cônjuges.
11. O direito à proteção especial às mães durante um período de tempo razoável antes e depois do
parto. Durante o referido período, às mães que trabalham deve ser-lhes concedida licença com
remuneração ou com prestações adequadas da segurança social.
12. O direito à medidas especiais de proteção e assistência para todas as crianças e adolescentes, sem
qualquer discriminação por razões de filiação ou qualquer outra condição. Crianças e adolescentes
devem ser protegidas contra a exploração económica e social. O seu emprego em trabalhos nocivos
para a sua moral e saúde, ou nos quais corram perigo a sua vida ou o risco de prejudicar o seu
desenvolvimento normal, será punido por lei.
13. O direito de todos terem um nível de vida adequado para si e para a sua família, incluindo
alimentação, vestuário e habitação adequados e a uma melhoria contínua das suas condições de
vida.
14. O direito fundamental de todos estarem protegidas contra a fome.
15. O direito de todos gozarem das melhores condições possíveis de saúde física e mental.
16. O direito de todos à educação. A educação deve ser orientada até ao pleno desenvolvimento da
personalidade humana e do sentido da sua dignidade e deve fortalecer o respeito pelos direitos
humanos e liberdades fundamentais. A educação deve capacitar todas as pessoas para participar
efectivamente numa sociedade livre, favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas
as nações e entre todos os grupos raciais, étnicos e religiosos e promover as atividades das Nações
Unidas em prol da manutenção da paz.

164
‘Microfinança’, ‘Trabalho de Assistência social’,

03 Poupança e Gasto
Fig. 3.13
‘imposto progressivo’ e ‘Comércio Justo’

Um IMPOSTO PROGRESSIVO é quando a percentagem de imposto aumenta à medida que


o valor taxado aumenta. ‘Progressivo’ descreve um efeito na distribuição, na medida em
que a percentagem de imposto progride de um valor baixo para um alto. Pode ser aplicado
a impostos individuais ou a um sistema de imposto, no geral; um ano, um período de anos
ou uma vida inteira. O imposto progressivo procura baixar as taxas para as pessoas com uma
menor capacidade para pagar, ao mesmo tempo que procura aumentar as taxas àqueles
com uma capacidade maior para pagar. Por exemplo: um imposto maior sobre o rendimento
daqueles que têm salários mais elevados; artigos de luxo (carros) têm imposto sobre venda.

O TRABALHO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL consiste em ações ou procedimentos – especialmente


da parte do governo e das instituições – que procuram promover o bem-estar básico das
pessoas carenciadas. Normalmente, estes esforços tentam melhorar a situação financeira
das pessoas carenciadas mas podem também tentar melhorar as suas hipóteses de
empregabilidade e outros aspetos das suas vidas, incluindo por vezes a sua saúde mental.
Em vários países, a ajuda vem principalmente de membros da família, parentes e membros
da comunidade local, mas, teoricamente, apenas é oferecida por fontes governamentais. Por
exemplo: as pessoas reúnem recursos para aqueles que estão doentes ou desempregados.

A MICROFINANÇA é o fornecimento de serviços financeiros para clientes com


baixos rendimentos, incluindo consumidores e trabalhadores por conta própria, que
tradicionalmente têm pouco acesso aos bancos e a serviços relacionados. De forma geral,
é um movimento cujo objetivo “é um mundo em que o maior número possível de famílias
pobres ou quase-pobres têm acesso permanente a um leque apropriado de serviços
financeiros de grande qualidade, incluindo não apenas o crédito mas também poupanças,
seguros e transferências de fundos”. Aqueles que promovem a microfinança, geralmente,
acreditam que este acesso ajuda as pessoas pobres a saírem da pobreza. Por exemplo: o
Banco Grameen forneceu empréstimos e outros produtos financeiros a mulheres pobres
auto-suficientes da comunidade.

O COMÉRCIO JUSTO é um movimento social para ajudar os produtores nos países em


desenvolvimento a aceder aos mercados e a melhores condições comerciais. Destina-
se a pagar preços mais altos aos produtores, bem como ajudá-los a desenvolverem
capacidades para melhorar as suas vidas. O comércio justo também procura sensibilizar os
consumidores nos países desenvolvidos. Os produtos com que trabalha são: artesanato,
café, cacau, açúcar, chá, bananas, mel, vinho, fruta fresca, chocolate, flores, entre outros.
Por exemplo: produtores de café que produzem o seu café de forma orgânica (sem
pesticidas ou fertilizantes) e vendem-no a uma organização de comércio justo, recebem um
melhor preço pelo seu café do que outros produtores de café do seu país.

165
Fig. 3.14a Estatísticas

Mais de 22.000 crianças morrem todos os dias em todo o mundo. (Fonte: UNICEF, Níveis e
Tendências no Relatório da Mortalidade Infantil de 2010)

Isto é equivalente a:
Morte de 1 criança em cada 4 segundos.
Morte de 15 crianças em cada minuto.
A ocorrência de um terramoto igual a do Haiti em 2010 a cada 10 dias.
A ocorrência de um tsunami igual a da Ásia em 2004 a cada 10 dias.
O número de mortos no Iraque em 18-43 dias.
Morte de um pouco menos de 8,1 milhões de crianças todos os dias.
Morte de cerca de 88 milhões de crianças entre 2000 e 2009.

(Fonte: Temas mundiais. Atualmente, mais de 22,000 crianças morrem todos os dias em
todo o mundo. Última actualização: 20 de Setembro de 2010. http://www.globalissues.org/
article/715/today-over-22000-children-died-around-the-world)

De acordo com o Estado das Crianças do Mundo de 2010, desenvolvido pela UNICEF:
2,5 bilhões de pessoas não tem acesso a um saneamento melhor.
1 bilião de crianças estão privadas de um ou mais serviços essenciais para a sobrevivência e
desenvolvimento.
148 milhões com menos de 5 anos nos países em desenvolvimento estão abaixo do peso
para a sua idade.
101 milhões de crianças não frequentam a escola primária, estão a faltar mais raparigas do
que rapazes.
22 milhões de menores não estão protegidos das doenças pela vacinação de rotina.
8 milhões de crianças do mundo morreram antes do seu 5º aniversário em 2009.
4 millhões de recém-nascidos do mundo estão a morrer no seu 1º mês de vida.
2 milhões de crianças com menos de 15 anos vivem com VIH.
Mais de 500,000 mulheres morrem todos os anos devido à gravidez e parto.

De acordo com o Estado das Crianças do Mundo de 2005, desenvolvido pela UNICEF:
Número de crianças no mundo - 2,2 biliões
Número de crianças na pobreza - 1 bilião (todas as segundas crianças)
Crianças sem educação no mundo 121 milhões

166
Estatísticas

03 Poupança e Gasto
Fig. 3.14b

• De acordo com o Relatório do Desenvolvimento Humano de 2007:


Estima-se que cerca de 27-28% das crianças dos países em desenvolvimento estão abaixo de peso
ou atrofiados. As duas regiões que contam para a maior parte do défice são a Asia do Sul e a África
Subsariana.
• De acordo com o Relatório dos Objetivos para o Desenvolvimento do Milénio em 2007:
Cerca de 72 milhões de crianças da escola primária no mundo em desenvolvimento não foram à
escola em 2005; 57% delas eram raparigas e isto é visto como número otimista.
• De acordo com Estado das Crianças do Mundo de 1999, realizado pela UNICEF:
Aproximadamente um bilião de pessoas entrou no século XXI incapaz de ler um livro ou escrever
os seus nomes

De acordo com o Relatório do Desenvolvimento Humano de 2006, os problemas da água afetam


metade da humanidade:
• Cerca de 11 bilhões de pessoas nos países em desenvolvimento têm acesso inadequado à água.
• 2,6 bilhões de pessoas têm falta de saneamento básico.
• 1,8 bilhões de pessoas que têm acesso a uma fonte de água dentro de 1 kilómetro, mas não em sua
casa ou jardim, consumem cerca de 20 litros por dia. No Reino Unido, uma pessoa utiliza em média
cerca de 150 litros por dia. A média mais alta do uso de água no mundo é nos EUA, com 600 litros
por dia.
• Cerca de 1,8 milhões de crianças morrem todos os anos devido a diarreia.
• A perda de 443 milhões de dias escolares por ano devido a doenças relacionadas com a água.
• Cerca de metade das pessoas nos países em desenvolvimento sofrem, em determinado momento,
um problema de saúde causado pelo défice de água e saneamento.
• Millhões de mulheres gastam várias horas a recolher água.

De acordo com o Relatório do Desenvolvimento Humano de 2010:


• Nos últimos anos, verificou-se a fragilidade de algumas das nossas conquistas — talvez mais bem
ilustrado pela maior crise financeira em várias décadas, que provocou a perda de emprego de 34
milhões de pessoas e 64 milhões de pessoas a ficaram abaixo dos 0,95€ por dia do limiar de pobreza.
• Cerca de 1,75 bilhões de pessoas nos 104 países abrangidos pelo Índice de Pobreza Multidimensional
— um terço da sua população — vivem na pobreza multidimensional — ou seja, com pelo menos
30% dos indicadores que refletem privação aguda na saúde, educação e padrão de vida. Isto excede
as estimadas 1,44 bilhões de pessoas desses países que vivem com 0,95€ por dia ou menos (embora
seja inferior à quota que vivem com 1,50€ ou menos).

167
Fig. 3.14c Estatísticas

As Prioridades Mundiais nas despesas em 1998:

Prioridade Mundial BILHÕES DE EUROS

Cosméticos nos EUA 6,10

Gelado na Europa 8,35

Perfumes na Europa e nos EUA 9,10

Ração para animais na Europa e nos EUA 13

Entretenimento de negócios no Japão 27

Cigarros na Europa 38

Bebidas alcoólicas na Europa 80

Drogas narcóticos no mundo 304

Gastos militares no mundo 592

Os Custos Adicionais necessários para alcançar um acesso


universal nos países desenvolvidos:

Prioridade Mundial BILHÕES DE EUROS

Educação básica para todos 4,55

Água e saneamento para todos 6,80

Saúde reprodutiva para todas as mulheres 9,10

Saúde e nutrição básica 9,85

Fonte: Relatório do Desenvolvimento Humano nas Nações Unidas de 1998, Capítulo 1, pág. 37

De acordo com o Estado do Mundo, Assunto 287 - Fevereiro de 1997, Novo Internacionalista:

Menos de 1% do que o mundo gasta todos os anos em armas era necessário para colocar todas as crianças na
escola em 2000.

168
03 Poupança e Gasto
3.9
Ser um Bom
Consumidor
À medida que as crianças crescem e se tornam adolescentes e
jovens adultos, têm mais poder de consumo. Podem influenciar
o que os seus pais compram e podem também ter o seu próprio
dinheiro para gastar. No final da sessão anterior, os participantes
foram convidados a considerar a questão: As ações de um indivíduo
podem fazer uma diferença no mundo?

As decisões que tomamos sobre como se gasta o dinheiro pode


ter um grande impacto sobre as pessoas pelo mundo, por causa de
todos os elos da cadeia do comércio global.

Hoje em dia, há uma grande variação na consciencialização


sobre as nossas compras: como são produzidos os bens e se são
feitos de uma maneira ambiental e socialmente responsável. Às
vezes, compramos e usamos coisas feitas pela nossa comunidade
e sabemos exatamente de onde vêm. Outras vezes, compramos
produtos, como telemóveis e não sabemos a origem das peças, nem
o custo total para as pessoas e o planeta. Esta sessão apresenta aos
participantes um consumismo responsável e como podem "fazer a
diferença com as suas carteiras".

Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:


1. Compreender que as suas decisões de gastos podem afetar o bem-estar de outras pessoas e do planeta (por
exemplo, através da procura de determinados produtos).
2. Saber fazer escolhas que reflitam um compromisso com o consumismo responsável.

169
Aprendizagem chave

• A cadeia de valor mundial mostra-nos como os produtos de uso diário viajam pelo mundo e são produzidos por
muitas pessoas de diferentes países. Nalguns casos, a produção, consumo e eliminação não são saudáveis ​​para
as pessoas ou o meio ambiente. Alguns métodos de produção exploram quer a natureza, quer os trabalhadores
envolvidos nesse trabalho.
• Ser um bom consumidor implica praticar consumismo socialmente responsável. Isto significa tomar decisões,
sempre que possível, de comprar produtos que não sejam prejudiciais para o planeta ou injusto com as pessoas
que os fazem.

Materiais Necessários
• Opção 1: Cinco telemóveis (ou imagens); Ficha do telemóvel (Figura 3.15b); Ficha da Bússola
de Impactos (Figura 3.15a); telemóveis ou imagens de telefones. telemóveis o imagens de
telefones.
• Opção 2: Barra de chocolate, peça de joalharia, t-shirt de algodão, produtos de beleza/estética
e telemóvel (ou imagens de cada); Ficha da Descrição do Produto (Fichas de Factos & Recursos
3.15a, 3.15b, 3.15c, 3.15d e 3.15e); Folha de Diferentes Iniciativas ( Figura 3.14) para o
facilitador.
Informacão para Facilitador
• Além de usar as fichas de Factos e Recursos para orientar e guiar as atividades, é uma boa ideia
oferecer outras fontes de informação para ter uma visão mais completa sobre os assuntos (ou
seja, Informações da empresa, notícias financeiras, informação académica e governamental,
etc.)

Explorar e Pensar:

Início

10-15 m
Método
1. Em grupos de quatro a seis, peça aos participantes para listarem cinco objetos materiais (não
pessoas) que não gostariam de não ter. (Podem ser alguns dos objetos que poderiam sugerir:
telefone, bons formadores, roupas da moda, maquilhagem, chocolate, uma peça de joalharia,
computador, TV, bicicleta.)
2. Peça a cada grupo para votarem e classificarem as suas escolhas por ordem de importância,
votando.
3. Deixe que cada grupo partilha brevemente os seus resultados com o resto do grupo.
4. Explique que esses objetos, embora sejam importantes para nós, têm um impacto durante a sua
produção nas pessoas e no meio ambiente. Explique que na próxima secção vão explorar alguns
desses impactos e o que algumas pessoas estão a fazer para diminuir os impactos nocivos.

Investigar e Agir:
Os participantes vão trabalhar em grupos para descobrirem o custo real de determinados objetos,
que são uma parte importante da vida de muitas pessoas (como um telemóvel, t-shirt de algodão
ou uma peça de jóia). Podem usar as fichas Factos e Recursos para orientação, bem como outras
fontes de informação (ou seja, informações sobre a empresa, notícias financeiras e académicas,
informações do governo, os conselhos de amigos, etc.).

Vão ter que pensar na cadeia entre as matérias-primas, o produto final, a distribuição do

170
produto, o uso desse produto e, finalmente, a eliminação desse produto. Grupos podem fazer uma

03 Poupança e Gasto
apresentação curta, na qual ensinam e partilhar as suas informações.

Escolha uma das seguintes atividades. A Opção 1 exige que todos os grupos concentram-se
num objeto (um telemóvel), enquanto a Opção 2 exige que cada grupo concentra-se num objeto
diferente.

Opção 1: O Custo Real (versão 1)

25-30 m
Método
1. Peça para formarem grupos de cinco a seis participantes.
2. Dê a cada grupo um pedaço grande de papel flip-chart, canetas e um telemóvel (ou uma
imagem de um).
3. Peça aos grupos para colocar o seu telemóvel / imagem no meio da folha de papel.
4. Dê a folha (Figura 3.15a) da Bússola de Impacto (NSEW) e explicar que isso vai ajudá-los
a pensar no impacto que o telemóvel pode ter sobre o Meio Ambiente Natural (N), o lado
Económico das coisas (E), o aspeto Social da vida das pessoas (S), e também Quem tem o poder
e influência quando se trata de tomar decisões (W).
5. Encoraje os participantes a escrever perguntas e comentários a volta do telemóvel no papel flip-
chart, por exemplo, para N (Meio Ambiente Natural), eles poderiam perguntar:
• Quais são os metais e minerais necessários?
• Que impacto tem a exploração mineira sobre o meio ambiente?

N 6. Após aproximadamente 10 minutos, peça aos


grupos para darem o seu feedback, partilhando as
suas perguntas e comentários. Encontraram perguntas
para os quatro pontos cardeais?
7. Distribua a folha de Telemóvel (Figure 3.15b)

W E a cada grupo.
8. Usando esta informação, deixe que os
participantes adicionem comentários/informação
adicional ao seu papel flipchart com uma caneta de
cor diferente.
9. Peça-lhes para considerarm onde vão escrever
S os seus comentários e se a informação tem impacto
sobre a Natureza e o Meio Ambiente (N), o lado
Económico das coisas (E), o aspecto Social da vida das
pessoas (S) ou quem tem o poder e influência quando
se trata de tomar decisões (O).

Opção 2: O Custo Real (versão 2)

25-30 m
Método
1. Siga as instruções para a Opção 1, com exceção de que agora cada grupo recebe um dos
seguintes objetos (ou uma imagem): Telemóvel, t-shirt de algodão, barra de chocolate, peça de
joalharia e produtos de beleza ou cosmética.
2. Exemplos para as perguntas sobre os objetos podem incluir:
• O cultivo de algodão ocupa terras que poderiam ser usadas para produzir alimentos? (T-shirt
de algodão)
• As pessoas que produziram este chocolate, foram pagas com um salário justo? (Chocolate)
• Que impacto tem a mineração da prata deste objeto sobre o meio ambiente? (Joalharia)
• A embalagem deste produto é totalmente reciclável? (Produto de beleza/cosmética)
3. Quando entregar as fichas, dê a cada grupo a sua folha correspondente de Factos & Recursos:
3.15a, 3.15b, 3.15c, 3.15d e 3.15e.

171
Refletir

Método
1. Relembre aos participantes que os telemóveis e outros objetos discutidos nesta sessão
desempenham um papel importante na vida de muitas pessoas, mas que muitas vezes há um
10-15 m custo escondido que tem impactos sobre o bem-estar das pessoas e para o planeta, como
resultado de sua produção, utilização e eliminação.
2. Informe-os que todos podem agir de uma maneira que nos torne mais sensíveis a estas
questões ao aprender de que maneira podemos ser consumidores mais responsáveis. Por
exemplo:
• Podemos fazer com que as nossas coisas durem mais tempo e pensar antes de comprar coisas
novas desnecessariamente, para que os recursos da Terra não sejam usados ​​sem pensar.
• Podemos comprar chocolate e outros produtos que têm o logotipo de Comércio Justo, para
que possamos ter a certeza de que não há trabalho forçado envolvido na produção desse
produto.
• Podemos averiguar as campanhas, tais como a Campanha da Roupa Limpa, que se dedica a
melhorar as condições de trabalho e apoiar os trabalhadores da indústria do vestuário.
• Podemos ser motivados pela Campanha "Teens Turning Green", que foi criada por um grupo
de adolescentes na Califórnia, que estavam indignados com o número de produtos químicos e
substâncias cancerígenas nos seus cosméticos e que defenderam cosméticos seguros.
• Podemos experimentar e comprar produtos orgânicos, que não agridem o planeta com
produtos químicos.
• Podemos ouvir as notícias e nos informarmos para podermos tomar decisões com o nosso
dinheiro, que possam reduzir o nosso impacto negativo sobre a terra e aumentar nosso
impacto positivo.
• Podemos pensar sobre os recursos que usamos diariamente (por exemplo, água, madeira e
petróleo) e ver se podemos tentar reduzir-los.
• Agir em conjunto também pode ajudar a trazer mudanças (ver desenhos animados).
3. Peça aos participantes para partilharem com a pessoa ao lado deles uma coisa que vão fazer
para tentar ser um consumidor mais crítico, para reduzir o seu impacto negativo sobre a terra e
aumentar o seu impacto positivo.
4. Peça-lhes para escreverem essa “promessa” numa folha de papel com o seu nome. Recolhe-os e
guarde-os.
5. Diga-lhes que vai devolver-lhes a "promessa" numa futura sessão, para ver se a têm cumprido.

Questões de investigação para a próxima sessão


Incentive os participantes a fazerem as seguintes perguntas aos proprietários de empresas na
comunidade, como preparação para a próxima secção: Planificação e Orçamentação do teu
Empreendimento.

• O que torna um negócio bem sucedido?


• Qual é a diferença entre um empreendimento social e empreendimento financeiro?

172
Factos e Recursos

03 Poupança e Gasto
Fig. 3.15a
... de objetos diários
Pode usar esta bússola de impactos para vos ajudar a explorar o custo real do vosso
telemóvel, t-shirt de algodão, etc.

Meio Ambiente

Quem decide? Economia

Social

Meio Ambiente

Qual o impacto do objeto que estão a pensar sobre o meio ambiente, por exemplo, durante a
extração das suas matérias-primas ou durante a produção da cultura (por exemplo, utilização dos
recursos preciosos, poluição dos rios, desfiguração da paisagem).

Economia

Qual o impacto que o objeto que estão a considerar tem sobre as pessoas em termos de dinheiro
e economia? Os trabalhadores recebem um salário justo? O que acontece com o lucro? O lucro
utilizado é para o benefício de muitos ou só de alguns?

Social

Qual o impacto que o objeto que estão a considerar tem na vida das pessoas, famílias e
comunidades envolvidas na sua produção? Como são as relações entre as comunidades? Existe
algum conflito causado pela competição por recursos preciosos? As pessoas sentem-se tratadas da
mesma forma? Existem outras questões relacionadas com a igualdade de género, raça, deficiência
ou idade? As crianças estão envolvidas na cadeia de fornecimento?

Quem decide?

Isso pode incluir perguntas sobre o poder e os direitos dos trabalhadores durante a fabricação
do objeto que estão a considerar. Os trabalhadores têm voz? Podem expressar opiniões sobre as
condições de trabalho e salários? Podem juntar-se a um sindicato? Estão envolvidos na tomada de
decisões?

173
Fig. 3.15b Factos e Recursos
T-SHIRT DE ALGODÃO

Instruções

1. Lê a folha, realçando os pontos-chave para usares na tua apresentação, para o custo e para o mapa.
2. Realça 3-5 pontos importantes para transmitir ao grupo e adiciona-os ao mapa.
3. Estima o custo do produto.
4. Cria a tua apresentação de forma a que transmita os pontos importantes que escolheste e a tua conclusão
sobre o Custo Real.

Fabrico da t-shirt de algodão começa com o fabrico do algodão:

• A maioria do algodão é cultivado nos EUA, Uzbequistão, Austrália, China, Índia e pequenos países africanos,
como Benin e Burkina Faso.
• Em cada ano são produzidas 25 milhões de toneladas de algodão, a nível mundial.
• Também estamos a utilizar uma tonelada de água. Algumas comunidades estão a concentrar-se no
crescimento do algodão seco para as nossas t-shirts, porque utiliza-se muita água.
• O fabrico de t-shirt é também um negócio com cargas de pesticidas. As maiorias das colheitas de algodão do
mundo são revestidas em pesticidas. De facto, as colheitas de algodão usam 25% dos inseticidas do mundo.
• Todos os pesticidas pulverizados sobre estes cultivos não só matam insetos, mas prejudicam os trabalhadores,
o planeta e comunidades vizinhas. Os trabalhadores de cultivo de algodão sofrem frequentemente de doenças
nervosas e problemas de visão, devido ao número de substâncias químicas tóxicas que estão expostos no seu
trabalho.

O algodão cru é então feito em tecido:

• Toneladas de energia são usadas para tornar o algodão cru em uma t-shirt (que é alimentado pela exploração
de petróleo ou carvão sujo) ao colocar todo o algodão numa descaroçadora de algodão, o fardo de algodão,
pelos de algodão, pressionar o algodão e, finalmente, transformá-lo em fio.
• O fio é normalmente descolorado usando o cloro. O cloro é tóxico por si só e quando sai como efluente pode
tornar-se numa neurotoxina e cancerígeno. Isso significa que causa cancro e prejudica a maneira como o
cérebro funciona.
• Depois de ser descolorado, tingido e traçar o fio em tecido, pulverizamo-lo com formaldeído para torná-lo
num tecido “fácil de tratar”. Este formaldeído também causa problemas respiratórios, ardor nos olhos, cancro
e reações alérgicas na pele.
O tecido torna-se numa t-shirt:

• Esse tecido é enviado para uma fábrica ou uma loja onde pessoas no Haiti, China ou México trabalham dias
inteiros por valores muito baixos. Mesmo com toda a consciencialização sobre estas condições de trabalho
sombrias, ainda é verdade que muitos operários fabris são adolescentes que trabalham 11 horas por dia, por
0,83€/dia. Por exemplo, no Haiti, onde os trabalhadores lutam há anos por melhores condições de trabalho, o
ordenado mínimo legal é apenas 2,84€ por dia!

É então enviada para os países que vão comprá-la por menos de 15€.

174
Factos e Recursos

03 Poupança e Gasto
Fig. 3.15c
Telemóvel

Instruções

1. Lê a folha, realçando os pontos-chave para usares na tua apresentação, para o custo e para o mapa.
2. Realça 3-5 pontos importantes para transmitir ao grupo e adiciona-os ao mapa.
3. Estima o custo do produto.
4. Cria a tua apresentação de forma a que transmita os pontos importantes que escolheste e a tua conclusão
sobre o Custo Real.

A maior parte dos telemóveis são feitas de 40% de metal, 40% de plástico e 20% de vestígios de materiais e
cerâmica. Todas estas coisas vêm de algum lado

O metal é normalmente extraído na África e América do Sul.

• Um dos componentes vitais da produção do telemóvel é um metal designado coltan, usado nas placas de
circuito; 80% do fornecimento mundial de columbita-tantalita encontra-se na República Democrática do
Congo. As minas de coltan na República Democrática do Congo contribuem para a continuidade da guerra
civil pelos recursos.
• Outro metal na produção do telemóvel é o ouro, que é extraído principalmente da América do Sul e África. Há
ouro suficiente em 200 telemóveis para fazer um anel com bom tamanho. A extração do ouro polui a água,
destrói os habitats naturais, arranca comunidades e liberta toxinas para o ambiente.
• A maior parte dos nossos telemóveis também possuem cobre, berílio, chumbo, níquel e zinco, que têm de ser
todos extraídos da terra, colocando em risco tanto o planeta como os trabalhadores.
As minas são uma prática super tóxica que envolve cianeto e toneladas de outros químicos desagradáveis que se
dissolvem nas águas subterrâneas das comunidades envolventes, criando um impacto devastador no ambiente e
na saúde. As minas também são perigosas para os humanos; é um dos 10 trabalhos mais perigosos nos Estados
Unidos da América com mais de 1000 mortes nos últimos 15 anos.

Outros componentes do telemóvel são os plásticos à base de petróleo. Isto significa que também estamos a
destruir as areias asfálticas no Canadá e a floresta tropical na Amazónia para obter o petróleo necessário para
fabricar o plástico. Os metais e os plásticos são combinados de forma a fazer uma placa de circuito super pequena
que faz com que os nossos telemóveis façam todas as coisas mágicas que fazem. Além de serem mágicas, parece
que as placas de circuito também são... adivinhaste... tóxicas! Uma série de plásticos como PVC (cloreto de
polivinila – um dos químicos mais tóxicos conhecidos) e metais como chumbo (outro metal super tóxico) são
poluentes constantes que se acumulam no ecosistema e nos nossos organismos.

Os ecrãs LCD (tela de cristal líquido) dos nossos telemóveis, tão fixes e de alta tecnologia, são feitos com mercúrio
(outro metal extremamente tóxico) e vários químicos feitos pelo homem que são tão alta-tecnologia que nem
sabemos o que fazem.

As baterias vêm em todos os tamanhos e feitios: íon de lítio, níquel cádmio, chumbo, ácido, mas todos têm uma
coisa em comum – todos requerem mais exploração mineira, que significa mais destruição, deslocamento e
poluição.

Os telemóveis são mesmo bons. Não há que negar! Mas também não é possível negar

o fato de serem extremamente tóxicos e contribuírem para todos os tipos de destruição ambiental.

Com mais de 1,3 bilhões de telemóveis a serem utilizados em todo o mundo, vale a pena ponderar como
poderemos fazer melhor.

Podemos pagar menos de 75,80€ por um telemóvel.

Qual é que acham que devia ser o valor real do telemóvel, depois de lerem toda esta

informação?

175
Fig. 3.15d Factos e Recursos
Chocolate

Instruções

1. Lê a folha, realçando os pontos-chave para usares na tua apresentação, para o custo e para o mapa.
2. Realça 3-5 pontos importantes para transmitir ao grupo e adiciona-os ao mapa.
3. Estima o custo do produto.
4. Cria a tua apresentação de forma a que transmita os pontos importantes que escolheste e a tua conclusão
sobre o Custo Real.

Muitas pessoas adoram chocolate e consideram-no algo especial. Mas quantas vezes é que paramos para pensar
na história por detrás da tablete de chocolate, ou nas vidas das pessoas envolvidas no cultivo dos grãos de cacau.
Há muitos elos da cadeia, desde a colheita dos grãos de cacau da árvore de cacau até à tablete de chocolate que
é vendida na vossa loja local, e se vocês já comeram uma tablete de chocolate, então, enquanto consumidores,
fazem parte dessa cadeia.

Muitos produtores de cacau enfrentam desafios difíceis e as suas vidas podem ser duras. Estando logo no início da
cadeia, muitas vezes beneficiam menos da indústria de cacau mundial. Em Gana, por exemplo, onde o cacau é um
bem económico importante, a maior parte do cacau é produzido em pequenas propriedades e os produtores têm
muitas vezes pouco poder ao negociarem com os compradores locais e internacionais. Outros problemas que os
produtores de cacau muitas vezes enfrentam incluem:

• A flutuação dos preços do cacau no mercado mundial. Isto significa que os produtores de cacau não têm
garantias a longo prazo, não podem planear com antecedência e, em algumas situações, não podem mesmo
cobrir os seus custos agrícolas.
• Os preços baixos para os seus grãos. Os produtores só recebem muitas vezes uma fração do preço dos seus
grãos para vender no mercado. Isto deve-se ao facto de que existem muitas pessoas na cadeia de produção
de chocolates, todas exigem lucro.
• São pagos com cheque ou vales por compradores de cacau locais, já que não conseguem comprar.
• São enganados por compradores de cacau locais que utilizam escalas “fixas”, definidas para mostrar uma
leitura mais baixa do que o peso real dos seus grãos de cacau.
• Dificuldades em comprar as coisas que precisam, tais como ferramentas, fertilizantes e pesticidas,
medicamentos, alimentos e roupas, porque são caros e os seus rendimentos são baixos. Em média, os
produtores de cacau de Gana ganham £325 por ano.
As experiências de produtores de cacau de Gana são semelhantes às de muitos produtores primários de
mercadorias de todo o mundo, presos num sistema de comércio que beneficia as empresas multinacionais
sediadas nos países mais ricos.

A indústria de chocolate está também associada à escravidão infantil. Na última década, tem havido indignação
sobre a escravidão no setor do chocolate, especialmente na Costa do Marfim, onde as crianças são forçadas a
trabalhar longas horas, em condições precárias e sem remuneração.

Enquanto consumidores de chocolate, podemos exigir o fim da exploração dos produtores, o comércio injusto
e a escravidão infantil, optando por comprar chocolate do comércio justo sempre que pudermos. As tabletes
de chocolate que têm o Logo do Comércio Justo pretendem oferecer um melhor negócio para os produtores,
garantindo preços mais justos, não tendo qualquer envolvimento com o trabalho e escravidão infantil e protegendo
o meio ambiente, não utilizando produtos químicos e pesticidas nocivos.

Fontes: http://www.papapaa.org/ks3/choc_1b.htm tem também planos de aulas

http://www.crossing-borders-fair-trade.com/chocolate-slavery.html

176
Factos e Recursos

03 Poupança e Gasto
Fig. 3.15e
JÓIAS

Instruções

1. Lê a folha, realçando os pontos-chave para usares na tua apresentação, para o custo e para o mapa.
2. Realça 3-5 pontos importantes para transmitir ao grupo e adiciona-os ao mapa.
3. Estima o custo do produto.
4. Cria a tua apresentação de forma a que transmita os pontos importantes que escolheste e a tua conclusão
sobre o Custo Real.

Primeiro temos de extrair o ouro. Enquanto metal, a maior parte do ouro que utilizamos é extraído de minas e 75%
desse ouro é usado em joalharia. Apesar do ouro poder ser encontrado em vários locais do mundo, a América do
Sul é o maior fornecedor, providenciando atualmente pelo menos um quarto do ouro mundial.

A exploração de minas, tal como geralmente é praticada, é um processo horrível, tóxico e poluente. A extração do
ouro é feita da seguinte maneira:

• As pequenas partículas de ouro (minério) são extraídas diretamente da terra.


• O cianeto (um químico mortal) é vertido em cima de uma grande pilha de minério de ouro, separando os
metais tóxicos, como cádmio, chumbo e mercúrio, do ouro (adivinham para onde o metal vai?).
• O ouro é tirado de um grande tóxico lamaçal de metais pesados e cianeto.
• Este lamaçal tóxico é misturado com todo o desperdício da mina para criar uma grande balbúrdia tóxica, que,
muitas vezes, acaba em rios e lagos e cria preocupações ambientais e de saúde para as comunidades situadas
perto da mina.
• Dois terços do ouro que utilizamos são extraídos desta maneira super tóxica.
Só um anel gera cerca de 20 toneladas de desperdício de exploração mineira.

Já para não falar do facto de que a exploração mineira é um trabalho

extremamente perigoso, no topo dos dez trabalhos mais perigosos do mundo. Os trabalhadores são, muitas vezes,
colocados em condições extremamente inseguras.

Enquanto os diamantes são bonitos, o que o comércio de diamantes fez à Serra Leoa não o é. Devido ao seu valor,
eles criaram uma revolta social violenta. Os diamantes são muitas vezes referidos como “diamantes de conflito” ou
“diamantes de sangue” devido às guerras violentas que criam pelos recursos económicos.

A tentativa de controlar a exploração mineira de diamantes (e os seus lucros financeiros) desempenhou um papel
significativo na manutenção da guerra civil de 11 anos na Serra Leoa.

Pode-se comprar um anel de ouro por menos de 75.80€.

O que é que acham que traduziria o custo real da nossa joalharia para os países e terras onde ela é produzida?

177
Fig. 3.15f Factos e Recursos
COSMÉTICOS/PRODUTOS DE CUIDADOS PESSOAIS

Instruções

1. Lê a folha, realçando os pontos-chave para usares na tua apresentação, para o custo e para o mapa.
2. Realça 3-5 pontos importantes para transmitir ao grupo e adiciona-os ao mapa.
3. Estima o custo do produto.
4. Cria a tua apresentação de forma a que transmita os pontos importantes que escolheste e a tua conclusão
sobre o Custo Real.

Muitos de nós utilizamos diariamente produtos de cuidados pessoais. Todos os dias, uma mulher normal usa
12 produtos contendo 168 ingredientes químicos, enquanto o homem normal usa 6 produtos com 80 químicos
diferentes. Nós queremos cheirar, apresentar e sentir bem. Por isso lavamos o nosso cabelo com champô,
besuntamo-nos com protetor solar, desodorizante roll-on, aplicamos uma máscara e colocamos batom. Mas o
que é tudo isto que pomos no nosso corpo? Ao ler a lista de ingredientes de qualquer cosmético ou produto de
cuidados pessoais ficamos com alguma ideia? Para muitos de nós, é apenas uma longa lista de químicos estranhos.

Com cosméticos e produtos de cuidados pessoais, a extração é um grande problema. Vamos começar pela
embalagem. A maioria dos produtos vem numa embalagem de plástico à base de petróleo. Isto significa que
estamos a destruir as areias asfálticas do Canadá e a floresta tropical da Amazónia para obter o petróleo
necessário para fabricar o plástico para essas embalagens.

Depois há o conteúdo dessas embalagens; existe um vasto leque de produtos utilizados nos cuidados pessoais
e, embora o processo de extração varie muito para cada um, o processo de produção é bastante consistente em
geral. Consistentemente tóxico! Nos Estados Unidos, as coisas com que besuntamos o nosso corpo para cuidar bem
de nós acabam por ser praticamente veneno. Os químicos que contêm estão ligados ao cancro, defeitos congénitos
e outros problemas graves de saúde. Num estudo realizado em 2005 a centenas de produtos de cuidados pessoais,
descobriu-se que:

• Um terço de todos os produtos testados contém pelo menos um ingrediente relacionado com o cancro.
• Quase metade dos produtos testados contém pelo menos um ingrediente prejudicial ao sistema reprodutivo.
Metade inclui um facilitador de penetração que os ajuda (e a todos os químicos tóxicos) a entrar mais
profundamente no corpo.

Como é que isto pode acontecer? Não existe ninguém que regule isto? A resposta é “Não”. Não há nenhuma
agência neutra que controle a indústria cosmética para assegurar a nossa segurança. É uma liberdade virtual para
todos. O Júri de Revisão dos Ingredientes Cosméticos é a única organização responsável por testar a segurança
destes produtos. Este júri é parte da indústria cosmética (sabes, aqueles que lucram quando compramos as coisas).
Por que é que devemos confiar neles quando são eles que lucram com as vendas? Na Revisão dos Ingredientes
Cosméticos de

2005, testaram apenas 13% dos produtos que utilizamos diariamente. Isso significa que 87% dos químicos que
colocamos no nosso corpo não são testados.

Podemos comprar uma embalagem de loção por menos de 7,58€.

Quanto é que devia realmente custar?

NOTA: Isto é assustador! Felizmente, graças ao excelente trabalho de algumas pessoas realmente dedicadas, que
iniciaram a sua própria organização de vigia aos cosméticos, podemos procurar os nossos produtos na internet e
ver o que contêm (vai ao Guia da Pele Profunda e Boa).

A forma mais eficaz de combater a presença destes químicos nos nossos produtos é criando leis que rejeitam os
tóxicos e que mantêm os nossos corpos e as nossas famílias livres de cancro e de problemas de saúde reprodutiva.

178
Fig. 3.14 Factos e Recursos

03 Poupança e Gasto
Diferentes Iniciativas

Comércio Justo
www.fairtrade.net

COMÉRCIO JUSTO é um movimento social organizado e uma abordagem baseada no mercado que procura ajudar
os produtores de países em desenvolvimento a obter melhores condições de comércio e a promover a sua
sustentabilidade. O movimento defende o pagamento de um preço mais elevado aos produtores, assim como normas
sociais e ambientais. Concentra-se particularmente em exportações de países em desenvolvimento para países
desenvolvidos, principalmente artesanato, café, cacau, açúcar, chá, bananas, mel, algodão, vinho, fruta
fresca, chocolate, flores e ouro.

A rotulagem do Comércio Justo (normalmente apenas Comércio Justo ou Certificado Comércio Justo nos
Estados Unidos) é um sistema de certificação que permite aos consumidores identificar os produtos com
normas justas e acordadas.

A certificação do Comércio Justo pretende garantir não apenas preços justos, mas também os príncipios de uma
compra ética. Estes princípios incluem a adesão ao acordo ILO tal como a abolição do trabalho infantil e escravatura,
garantindo lugares de trabalho seguros e o direito aos sindicatos, adesão à carta dos direitos humanos das Nações
Unidas, um preço justo que cobre o custo da produção e facilita o desenvolvimento social, e proteção e conservação
do meio ambiente.

Campanha de Vestuário Limpo


www.cleanclothes.org

A Campanha de Vestuário Limpo (CVL) dedica-se a melhorar as condições de trabalho e a apoiar o poder dos
trabalhadores nas indústrias globais de vestuário e de roupa desportiva.

Desde 1989, a CVL tem vindo a trabalhar para ajudar a assegurar que os direitos fundamentais dos trabalhadores são
respeitados. Educamos e mobilizamos os consumidores, empresas líderes e governos, e oferecemos apoio solidário
direto aos trabalhadores enquanto lutam pelos seus direitos e exigem melhores condições de trabalho.

A Campanha de Vestuário Limpo é uma aliança de organizações em 13 países europeus. Entre os membros encontram-
se uniões comerciais e organizações não- governamentais, abrangendo um vasto leque de perpetivas e interesses, tais
como os direitos das mulheres, advocacia do consumidor e redução da pobreza.

Jovens tornam-se amigos do ambiente, Porque Andar Bem-Parecido


Não Devia Matar-te (ou ao Planeta)
www.teensturninggreen.org

Andar bem-parecido não devia matar-te (nem ao Planeta) e estas raparigas estão a fazer algo em relação a isso!
Escandalizadas pelo número de químicos cancerígenos nos seus cosméticos e produtos de cuidados corporais,
um grupo de adolescentes da Califórnia criou ‘Adolescentes por Cosméticos Seguros’. Educando os seus colegas e
pressionando os seus governos, este grupo de adolescentes uniu-se contra a indústria dos produtos de cuidados
pessoais e foi crucial na promulgação do Decreto de Cosméticos Seguros da Califórnia, em 2005, que exige aos
fabricantes de cosméticos que divulguem informação sobre a presença de toxinas reprodutivas e cancerígenas nos
produtos de beleza. Alargaram os seus esforços e conduziram à lei o Projeto-Lei Brinquedos Tóxicos. Este Projeto-
Lei baniria a categoria de químico muito tóxico, ftalatos de brinquedos infantis e de tetinas enquanto continuaria a
trabalhar para a remoção de ftalatos dos cosméticos.

Abordando o assunto de uma forma geral, as raparigas colaboraram com o Mercado de Comida Integral para
desenvolver uma linha de produtos de cuidados pessoais seguros, saudáveis, sem tóxicos. Continuam a reivindicar por
políticas federais e estatais que retirariam estas toxinas dos cosméticos, assim como a expandir a sua plataforma para
abranger uma área maior de exposições a tóxicos nas nossas escolas e casas. Assumindo o cargo de um futuro livre de
tóxicos, ‘Adolescentes por Cosméticos Seguros’ tornou-se em ‘Adolescentes Tornam-se Verdes’ e estão actualmente a
trabalhar pela sustentatibilidade em todo o país.

179
180
SECÇÃO 04

Planificação e
Orçamentação do teu
Empreendimento
Objetivos do Módulo

No fim deste módulo, os participantes vão ser capazes de:

• Demonstrar competências na planificação e orçamentação de um projeto complexo de


equipa.

teu Empreendimento
e Orçamentação do
Planificação
• Compreender como trabalhar com sucesso numa equipa para alcançar um objetivo.
• Explorar as suas próprias capacidades empreendedoras.
• Fazer a diferença nas suas vidas e na sua comunidade através de um empreendimento
social ou financeiro.
O processo de aprendizagem no programa Aflateen para se tornar num agente de mudança
culmina na planificação e na realização de um empreendimento social ou financeiro dos
participantes. Este módulo apresenta-se de forma diferente dos módulos anteriores, pois
guia os participantes Aflateen através do processo de escolha de um Empreendimento Social
ou Financeiro, formando um grupo, planificando e orçamentando o seu empreendimento
com o grupo e, finalmente, realizar o empreendimento ou empresa. É importante que os
participantes percebam que podem fazer uma diferença, que podem definir um objetivo e
fazer acontecer. O seu objetivo pode ser um objetivo social para a sua comunidade ou um
objetivo financeiro que afetará a realidade social dos participantes e daqueles ao seu redor.

As sessões dentro deste módulo vão ajudar os participantes a descobrirem novas formas de
planificação e resolução de problemas em equipa. O processo vai reunir todas as lições dos
módulos anteriores. Os participantes terão de compreender de que forma os seus pontos
fortes e fracos podem ser associados com as dos outros para alcançarem um objetivo social
ou financeiro.

Os participantes e facilitadores devem acreditar na sua capacidade de ter sucesso nos


seus empreendimentos. Também deve-se salientar que não há uma divisão clara entre as
atividades financeiras e as sociais, porque ambas estão ligadas.
04. Planificação e Orçamentação do teu Empreendimento
4.1
Chuva
de Ideias
A chuva de ideias permite que o cérebro tenha muitas ideias,
permitindo que os participantes digam em voz alta e escrevam
um conjunto de ideias loucas e incomuns. Ter competências de
trabalhar em grupo permite aos participantes partilharem livremente
as suas ideias e pensamentos. Quanto maior for o número de ideias
geradas pelos participantes, maior é a probabilidade de encontrar
ideias úteis para a tomada de decisões, a resolução de problemas e o
pensamento criativo. A chuva de ideias deve ser rápida, sem inibições
e, sobretudo, divertida.
Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:


1. Compreender como fazer uma chuva de ideias
2. Compreender por que é que este termo é essencial para o pensamento criativo, resolução de problemas e tomada
de decisão.
3. Compreender que o conhecimento sobre a chuva de ideias vai ajudar na compreensão da Sessão 2, Mapas
Mentais, já que as duas sessões partilham semelhanças, como as representações visuais.

Aprendizagem chave

• Todas as ideias, mesmo as mais estranhas, podem ser úteis..


• Trabalhar em grupo pode ajudar-nos a criar melhores ideias.

Informações para o facilitador


• A parte mais importante desta sessão é para que os participantes se sintam confortáveis ​​o
suficiente no ambiente de sala de aula, de modo a partilharem os seus pensamentos e ideias e
trabalharem com os outros participantes. Esta discussão aberta vai ajudar os participantes tímidos
a participarem e tornar a experiência de aprendizagem em grupo mais divertida.
• É uma boa ideia deixar visível durante a sessão os Cinco Passos para a chuva de Ideias (mostrada na
Atividade Inicial) para que os participantes a possam ver e consultá-la enquanto estejam a trabalhar
numa das Atividades principais.
• Opção 2: Certifique-se de preparar as sete "E se..."? perguntas antes da sessão.

183
Explorar e Pensar:

Início: Debate de Ideias


Atenção Esta atividade compara as duas metades do termo “chuva de ideias”. Se na sua língua
10-15 m local o termo “brainstorming” (“chuva de ideias”) não servir para esta atividade, sugere-se que use
os termos “brain” (“cérebro”) e “storm” (‘tempestade’) para chamar a atenção para o facto de que
uma “chuva de ideias” é uma manifestação natural e não filtrada de ideias.

Esta atividade pode usar exemplos do que os participantes já aprenderam em módulos anteriores.

Método
1. Escreva o termo “Brainstorm” no flipchart.
2. Desenhe uma linha entre "brain" ("cérebro") e "storm" ("tempestade"), de modo a que os
participantes possam entender melhor o que isso significa. Explique-lhes que:
• “Brain” (“Cérebro”) = orgão importante, inteligente, pensador.
• “Storm” (“Tempestade”) = imprevisível, acontece rapidamente.
3. Estas duas palavras vão dar um sinal aos participantes para que adivinhem a relação entre
ambas.
4. Peça aos participantes para partilharem os seus pensamentos nas seguintes questões:
• O que é a chuva de ideias? (Participantes de um grupo a ter ideias loucas e incomuns.)
• Para quê fazê-lo? (Isto ensina aos participantes como trabalhar bem em grupos na tomada de
decisões, resolução de problemas e pensar em ideias criativas.)
• Como fazê-lo? (Cinco passos abaixo)
5. Escreva os cinco passos básicos para a chuva de ideias no flipchart:
• Forme grupos de quatro a cinco pessoas e confirme que todos compreenderam a chuva de
ideias e as regras a seguir:
• Gere o maior número de ideias possível o mais rápido possível, sem se preocupar com os
quão realistas são.
• Sem críticas (todas as ideias são de igual importância).
• Ideias incomuns podem ser inesperadamente úteis.
• Ter um tema/problema claro que querem abordar.
Atenção: Temas de interesse ou preocupação para os participantes irão gerar a melhor reação. Os
temas recomendados podem ser produtos biodegradáveis, o consumismo responsável e/ou recursos
naturais - que foram todos temas abordados no Módulo 3. Também pode sugerir um tema ou
problema totalmente irrelevante do que os participantes aprenderam.

• Escolha um "líder" e "escritor" em cada grupo.


• Estimule novas ideias, perguntando: quem, o quê, quando, onde, porquê, como?
• Resumam e avaliem:
• Discuta soluções realistas e tangíveis.
• Têm recursos suficientes para resolverem o problema?
6. Pratique uma sessão de chuva de ideias com todo o grupo.

184
Investigar e Agir:

04. Planificação e Orçamentação do teu Empreendimento


Escolha uma das seguintes atividades:

Opção 1: Desenho em Grupo de Questões Sociais


O objetivo desta atividade é que cada participante desenhe (as palavras não são permitidas) a
25-30 m questão social mais importante para ele/ela (devem haver 4-5 questões sociais por grupo). O
destaque não deve ser sobre quão bem os participantes conseguem desenhar, mas sim o conteúdo
das questões sociais que estão a ser desenhadas. Isto pode basear-se nas discussões que tiveram
lugar no final da SECÇÃO 2, Direitos e Responsabilidades.

Método
1. Peça para formarem grupos de quatro a cinco participantes e atribui a cada grupo um “líder”
que tenha a função de ajudar o grupo a organizar o seu trabalho. Dê um número a cada grupo.
2. Entregue a cada grupo uma folha de flipchart e alguns marcadores.
3. Informa os participantes que eles terão 10 minutos para cada um desenhar (utilizando apenas
imagens) que questão social é mais importante para ele/ela no papel para o grupo. Isto irá
resultar num papel com muitos desenhos dos membros do grupo.
4. Enquanto estão a fazer isto, passe por cada grupo para verificar como é que esta a correr,
oferecendo-lhes sugestões, participando com os grupos, fazendo comentários, perguntas e
elogiando.
5. Após 10 minutos, peça aos grupos para pararem de desenhar e virar as suas folhas.
6. Escolha um grupo para vir para a frente da sala de aula e apresentar o seu desenho para o resto
do grupo, sem dizer nada.
7. Peça aos outros grupos para descreverem e discutirem o que vêem desenhado na folha de
papel. Se for necessário, pode usar algumas das perguntas seguintes como guia para ajudar a
conduzir a discussão:
• Por que isso é uma questão social?
• Qual das questões deste grupo acham que é a mais importante? Porquê?
• Concordam/discordam com a opinião (de outro participante)?
• Qual será a questão mais difícil de resolver? Porquê?
• Qual é a melhor forma de resolver esta/estas questões sociais?
• Alguma das questões sociais retratadas estão relacionadas entre si? Se sim, como?
8. Após alguns minutos, peça ao grupo que está a apresentar para descrever o seu desenho de
forma mais detalhada, com cada membro do grupo a descrever o seu desenho.
9. Repita o processo com cada grupo e, em seguida, resumam e avaliem as questões sociais de
cada grupo - tente colocar as suas ideias em categorias e eliminar as repetidas.
10. Guarde os desenhos para futuras discussões na secção REFLETIR.

Opção 2: E se…?

25-30 m Método
1. Peça para formarem grupos de quatro a cinco participantes, sendo um participante o "líder" e
outro o "escritor". Dê ao "escritor" uma folha de papel e caneta/lápis.
2. Dê ao “líder ” de cada grupo um dos seguintes “E se ...?” questões em que os participantes
podem terminar as perguntas e dar as respostas:
• E se as pessoas...?
• E se o oceano...?
• E se os vegetais...?

185
• E se os carros...?
• E se as aranhas...?
• E se as pessoas do meu país...?
• E se os elevadores...?
3. Peça aos participantes para trabalharem em conjunto com o seu grupo para responder à sua
pergunta, com o "escritor" a preencher o espaço em branco. Se os grupos tiverem mais de uma
resposta para a pergunta, têm que votar em qual resposta vão usar.
4. Em seguida, peça-lhes para fazerem uma chuva de ideias enquanto grupo e escreverem-nas
como uma lista ou nuvem de palavras.
5. Enquanto estão a fazer isto, passe por cada grupo para verificar como é que esta a correr,
oferecendo-lhes sugestões, participando com os grupos, fazendo comentários, perguntas e
elogiando.
6. Dê aos grupos 15 minutos para fazerem isto e peça aos participantes de cada grupo para
partilharem e explicarem a sua atividade de chuva de ideias com o grupo inteiro.
7. Resume e avalia a chuva de ideias “E se ...? de cada grupo.
8. Recolhe o “E se ...?” papel de cada grupo para uma discussão mais aprofundada na secção
Refletir.
Nota: As seguintes frases são exemplos de possíveis respostas por parte dos participantes para
esta atividade:

• E se as pessoas só andassem a pé para todo o lado? (Exercício, saudável, cansado, atrasado,


menos férias, etc.)
• E se o oceano secasse? (Terra, peixes mortos, menos barcos, disputas fronteiriças, seca, etc.)
• E se os vegetais parassem de crescer? (Crianças felizes, problemas na exportação, falta de
vitaminas, etc.)
• E se os carros usassem água salgada como combustível? (Petróleo, dinheiro, guerras, menos
poluição, etc.)
• E se aranhas não existissem? (Donas de casa felizes, mais insetos, ecossistema
desequilibrado, etc.)
• E se as pessoas do meu país não tivessem cabelo? (Frio, feio, empresas de cosméticos falidas,
imagem, etc.)
• E se os elevadores fossem proibidos? (Edifícios mais pequenos, mais porteiros, ataques
cardíacos, etc.)

Refletir
Método
• Comente e saliente a chuva de ideias e a sua importância quando se trata de resolução de
problemas, do pensamento criativo, da tomada de decisão e trabalhar bem com grupos.
• Reveja novamente os cinco passos escritos na atividade inicial.
• Dependendo da atividade que tenham escolhido, faça as seguintes perguntas.
Se a Opção 1 foi usado: Peça a alguns voluntários para segurarem nos desenhos da Opção 1 e faça
aos participantes as seguintes perguntas:

• Algum grupo desenhou as mesmas questões sociais?


• Algumas das questões sociais desenhadas retratavam um problema de 50 anos atrás?
• Como é que isso se tornou num problema social?
• Que problema social tem o potencial de ser resolvido em breve?

186
• Que problema social pode levar mais tempo a ser resolvido? Porquê?

04. Planificação e Orçamentação do teu Empreendimento


Se a Opção 2 foi usado: Peça aos voluntários para mostrarem as folhas da Opção 2 e faça as
seguintes perguntas aos participantes:

• Qual foi o grupo que teve a resposta mais criativa para a sua pergunta "E se ...?"
• O facto de trabalharem em grupos ajudou-os a terem muitas ideias e a responderem à
pergunta?
• Acham que a maioria das suas ideias da chuva de ideias foram soluções ou problemas para a
pergunta?

• Incentive os participantes a partilharem o que aprenderam com os seus amigos e familiares.


• Termine a sessão mencionando brevemente o termo "Mapa Mental" e informe os participantes
que se trata de uma outra representação visual, que será discutida na próxima sessão.

TRABALHO DE PROJETO
• Incentive os participantes a passarem algum tempo fora do clube para pensarem e discutirem
uns com os outros em grupos mais pequenos que tipo de empreendimento social/financeiro é
que gostariam de realizar nas próximas semanas e com quem gostariam de trabalhar (quatro
a sete participantes).

187
188
04. Planificação e Orçamentação do teu Empreendimento
4.2. Mapa Mental
Enquanto a chuva de ideias serve para criar ideias, o mapa mental
visa representar visualmente as relações existentes entre as
ideias. Pode ser usado por pessoas e equipas para a resolução de
problemas, a tomada de decisões e o pensamento criativo. Os
mapas mentais são geralmente criados depois de conseguir muitas
ideias duma chuva de ideias. Os mapas mentais ajudam a organizar
as ideias e revelam como estão relacionadas. este processo também
pode ser seguido, observando como as diferentes ideias podem
estar ligadas para criarem um plano de ação para resolver um
problema. Isto é uma forma eficaz e criativa para incentivar os
participantes não só para expressarem as suas ideias, mas também
para organizá-las melhor.

Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:


1. Compreender o termo "mapa mental".
2. Compreender como fazer um mapa mental.
3. Compreender que o mapa mental é uma ferramenta essencial usada por pessoas/equipas para resolverem
problemas e tomarem decisões, compreendendo melhor a relação existente entre as ideias.

Aprendizagem chave

• A organização de ideias é um processo de pensamento separado da produção de ideias.


• Colocar os pensamentos em papel e organizá-los visualmente pode-nos ajudar a compreender melhor as

189
relações existentes entre os conceitos.
Materiais Necessários
• Opção 1: Fichas (vai precisar de 15 por grupo) ou folhas de papel cortadas em pedaços.

Informação para o facilitador


• Esta sessão é uma continuação da Aula 1, Chuva de Ideias. Considerando que na sessão
da Chuva de Ideias os participantes aprenderam a partilhar livremente as suas ideias e
pensamentos, a sessão “Mapa Mental” incide mais na organização de ideias, de modo a
tomarem decisões e a resolverem problemas eficazmente.
• É uma boa ideia deixar a lista dos Quatro Passos para o Mapa Mental e o diagrama do Mapa
Mental mostrados na Atividade Inicial abaixo claramente visíveis durante a sessão, para que os
participantes as possam ver e consultar quando trabalharem numa das Atividades principais.

Explorar e Pensar:

Início: Mapa Mental


Atenção: Esta atividade compara as duas metades do termo “mapa mental”. Se na sua língua
10-15 m local o termo ‘mapa mental’ não servir para esta atividade, sugere-se que use os termos ‘pensar
’ e ‘mapa’ para chamar a atenção para o facto de que um ‘mapa mental’ é um mapa visual ou os
pensamentos de alguém.

Método

1. Escreva as palavras "Mapa Mental" no flipchart.


2. Desenhe uma linha entre "Mapa" e "Mental", de modo a que os participantes possam entender
melhor o que isso significa.
3. Peça aos participantes para dizerem palavras semelhantes a "mapa" e "mental" e escrevê-las
debaixo das palavras correspondentes. Por exemplo:
• "Mapa" = gráfico, desenho, esboço, direção, informação.
• "Mental" = cérebro, pensamentos, ideias.
4. Explique-lhes que o mapa mental trata-se de uma chuva de ideias de muitas ideias ligadando-
as a uma palavra- chave e, em seguida, organizar essas ideias de modo a que seja mais fácil
compreender a relação entre elas.
5. Explique também a importância do mapa mental, porque ajuda-vos a:
• Focar os seus pensamentos.
• Compreender melhor a relação entre os conceitos.
• Organizar as ideias por etapas de ação.
6. Explicar os quatro passos para o Mapa Mental e escreve-os no quadro. Use o diagrama abaixo
para ajudar os participantes a visualizarem melhor o conceito.
• Escreve um tópico ou questão social em letra maiúscula dentro dum círculo no meio dum
pedaço de papel. Isto vai ser o primeiro nível, a partir do qual partirão todas as ideias.
• Chuva de ideias! Escrevam as vossas ideias em qualquer lugar, à volta da questão ou problema
social.
• Esta etapa trata-se de pensar livremente e produzir ideias.
• Primeiro, realizem uma chuva de ideias de “segundo nível” ligadas à questão ou problema
social central
• Em seguida, realizem uma chuva de ideias de ‘terceiro nível’ , desta vez diretamente
relacionado com as ideias do segundo nível.

190
• Mapa mental! “Mapeiem” as relações entre as ideias ou pontos-chave, usando linhas ou setas

04. Planificação e Orçamentação do teu Empreendimento


para ligar ideias dos segundo e terceiro níveis para a questão ou problema social central.
• Esta etapa trata-se de identificar relações e organizar ideias (por exemplo, Como estão
relacionadas?).
• Ao lado de cada linha, escrevam uma frase-chave para especificar a relação (contraste,
comparação, causa, efeito, definição, ilustração).
• Se quiserem, usem cores diferentes para ligar as ideias e agrupá-las.
• Resumam e avaliem o vosso mapa mental. Isto vai ajudar-vos a realizarem boas etapas de
ação para tomar decisões eficazes.
• Quais são as ideias mais claras e mais concentradas?
• Quais são as ideias práticas e se podem transformar em etapas de ação?

1º Nível Tema

2º Nível Categoria Categoria


A B

3º Nível Detalhe Detalhe Detalhe Detalhe

INVESTIGAR E AGIR
Escolha uma das seguintes atividades:

Opção 1: Cartões de Grupo


Atenção: Esta atividade pode ser um pouco difícil para alguns participantes, por isso, por favor
certifique-se de passar por cada grupo e ajude-os a observarem como as ideias estão relacionadas
ao tema central, oferecendo-lhes sugestões, fazendo perguntas, fazendo comentários e elogiando, e
25-30 m certifique-se que estão a organizar os seus cartões de índice nos níveis apropriados.

Método
1. Peça aos participantes para formarem grupos de quatro a cinco, sendo um deles o “líder”, que
vai certificar que todos no grupo participam.
2. Dê a cada grupo uma folha do flipchart, 15 cartões de índice, canetas/lápis e fita adesiva ou
cola.
3. Peça a cada grupo para colocar todos os 15 cartões de índice no seu papel de flipchart, sem
nenhuma ordem particular, mas sem as colar.
4. Em seguida, peça aos grupos para decidirem qual é a questão ou problema social que querem
usar no mapa mental e (pode tratar-se do mesmo tema que usaram na sessão anterior), para
escrever isto num dos cartões de índice e colocá-la no meio da folha de papel. Esta será o cartão
a partir do qual todas as ideias serão ligadas.
5. As questões/problemas sociais podem ser: reciclagem, o lixo da aldeia, o bullying, o
desemprego, os direitos das crianças, etc. Incentive os participantes a recordarem quais as

191
questões sociais que aprenderam nas sessões anteriores.
6. Depois de terem terminado, peça aos grupos para realizarem o mapa mental do seu tema,
escrevendo nas restantes 14 cartões de índice. Os participantes devem certificar-se que têm um
segundo nível de três ou quatro ideias a volta do tópico/questão social central, e um terceiro
nível de ideias relacionado com o segundo nível. Podem praticar a organização dos seus cartões,
movendo-as pelo papel.
7. Dê-lhes 10 minutos para realizarem o Mapa Mental dos seus cartões e depois peça-lhes para
juntarem os seus cartões, misturando-os e trocando-os com outro grupo que esteja próximo
deles.
8. Agora, peça a cada grupo para reorganizar os cartões do outro grupo dentro de um mapa
mental lógico com três níveis de ideias.
9. Enquanto estão a fazer isto, passeie pelos grupos para verificar que cada grupo tem:
• Identificado a questão/problema social.
• Identificado o segundo e terceiro nível de ideias de uma forma lógica.
• Organizado os cartões num mapa mental.
10. Dê 10 minutos aos grupos para organizarem os cartões num mapa mental e depois têm que
colar os cartões no papel. Diga-lhes para juntar os segundo e terceiro níveis de ideias à questão/
problema social central usando setas ou linhas.
11. Peça a cada grupo para apresentar os seus mapas mentais reorganizados aos outros
participantes. Quando um grupo apresentar o seu problema social original, os participantes
devem estar muito atentos, para que possam comentar sobre como o outro grupo faz o mapa
mental do seu problema social.

Opção 2: Prós e Contras


Esta atividade tem como objetivo fazer com que os participantes trabalhem em grupo para a
25-30 m realização de um mapa mental sobre uma decisão difícil, que todos podem relacionar-se com,
baseado em pros e contras de modo a que possam pesar as suas opções para tomar uma decisão
melhor.

Método
1. Peça aos participantes para formarem grupos de quatro a cinco, sendo um deles o “líder”, que
vai certificar que todos no grupo participem.
2. Dê a cada grupo uma folha de papel flipchart, e algumas canetas/lápis.
3. Peça ao líder para desenhar três círculos no meio do seu papel (como mostrado abaixo) e
escrever "prós" no círculo inferior esquerdo e "contras" no círculo inferior direito (serão as
ideias de segundo nível relacionadas com a questão/problema social central).

1º Nível Tema

2º Nível Categoria Categoria


A Favor Contra

Lista de Lista de
3º Nível todos os a todos os
favor contra

192
4. Em seguida, peça aos grupos para decidirem sobre uma questão/problema social que queiram

04. Planificação e Orçamentação do teu Empreendimento


tratar com o mapa mental e escrevam-na no círculo superior. As questões/problemas sociais
podem ser: comprar roupas novas, mudar-se para uma parte diferente da cidade, plantar frutas
e vegetais, fazer as suas próprias roupas, ter um namorado ou namorada, possuir um animal de
estimação, casar, etc.
5. Uma vez que tenham chegado a acordo sobre uma decisão, diga aos grupos para listarem o
máximo de prós e contras (quanto mais, melhor) abaixo do circulo relevante (quanto mais,
melhor). Estas listas vão corresponder ao terceiro nível de ideias diretamente relacionado com o
segundo nível de prós e contras.
6. Enquanto estão a fazer isto, passa por cada grupo para verificar como é que está a correr,
oferecendo-lhes sugestões, fazendo perguntas, comentários e elogiando.
7. Após 15 minutos, peça aos grupos para resumirem e avaliarem os seus mapas mentais,
explicando se são a favor ou contra. Explique-lhes que esta etapa serve para eles observarem as
relações entre as suas ideias, de modo a ajudá-los a transformarem as essas ideias em etapas
de ação e tomarem a melhor decisão.
8. Quando um grupo acabar de apresentar, pergunte aos outros grupos se concordam ou
discordam.

Refletir
Método
1. Analise e saliente o uso do mapa mental na organização dos seus empreendimentos e a sua
importância como uma abordagem mais estruturada para organizar os pensamentos.
2. Reveja novamente as quatro etapas e o diagrama da Atividade Inicial.
10-15 m 3. Reveja o que os participantes aprenderam através das suas atividades de grupo na Atividade
Principal , dependendo do que escolheram fazer.

Opção 1
• Esta atividade foi importante para os participantes observarem a relação entre ideias e
organizá-las num mapa mental.
• Incentive a discussão sobre diferentes formas de organização de ideias entre todos os grupos.
• Peça aos participantes para explicarem por que concordam ou não com a ligação das ideias.

Opção 2
• É importante organizar prós e contras, pois todos nós enfrentamos decisões difíceis diariamente
e é fundamental sabermos como decidir e agir.
• Os participantes que aprendam a aplicarem esta competência nas suas atividades escolares
bem como nas suas vidas diárias vão encontrar-se a tomar melhores decisões para se tornarem
agentes de mudança
• Incentive a discussão entre os participantes sobre esta atividade e os temas dos grupos.

4. Informe os participantes que devem continuar a aprofundar o tema que escolheram abordar
para o seu projeto de empreedimento social/financeiro. Os grupos devem ter entre quatro a
sete participantes que partilhem o mesmo interesse no assunto e os participantes vão ficar
nesses grupos até ao final do curso.
5. Termine a sessão mencionando brevemente que a próxima sessão será sobre a definição de
objetivos para ajudar os participantes a começarem a planificação do seu projeto de grupo de
empreendimento social/financeiro.

TRABALHO DE PROJETO
Incentive os participantes a trabalharem em casa sozinhos ou com outro grupo para realizar um
mapa mental das opções de empreendimentos. Devem, então, apresentar esses mapas mentais
para pelo menos três outras pessoas e peça-lhes para escolherem a opção de empreendimento que
acham que possa ter mais sucesso.

193
194
04. Planificação e Orçamentação do teu Empreendimento
4.3.
Estabelecer
Objetivos de Maneira
Inteligente
O estabelecimento de objetivos trata-se do processo de determinar o
que querem alcançar e como fazê-lo.

Esta competência orienta e cria um mapa para os participantes


desenvolverem uma base sólida para a futura planificação e
organização.
Esta sessão vai introduzir SMART, uma ferramenta essencial que
vai ajudar os participantes a definirem os seus objetivos e a segui-
los. Ao fazer isso, os participantes vão ficar concentrados, melhorar
o seu desempenho e aumentar a sua motivação para obter os
melhores resultados para o seu empreendimento social/financeiro.
É importante que os participantes reconheçam a relação entre esta
sessão e a Sessão 7, Os Meus Objetivos, Os Meus Sonhos, da primeira
secção.

Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:


1. Compreender o que é estabelecer objetivos de maneira inteligente.
2. Começar o seu empreendimento social/financeiro em grupos.
3. Aplicar o estabelecer objetivos de maneira inteligente ao empreendimento social/financeiro.
4. Estar melhor preparado para gerir e superar os desafios e obstáculos.

195
Aprendizagem chave
• Os objetivos oferecem-nos concentração e uma visão mais clara.
• Os objetivos ajudam-nos a estarmos motivados para conseguir algo.
• Os objetivos devem ser específicos, mensuráveis, orientados para a ação, realistas e com prazos. (SMART)
• Os grupos permanentes devem estar formados e ter escolhido um Empreendimento Social/Financeiro.

Materiais Necessários

• Opção 1: Cesto/balde/caixote de lixo vazio; bola ou papel enrolado.

Informação para o facilitador


• Durante esta sessão, os participantes devem começar a concentrar-se na questão social que
querem usar para os seus projetos de grupo de Empreendimento Social/Financeiro.
• Defina um tempo no início da Atividade Principal para permitir que os participantes encontrem
outras pessoas no grupo que partilhem o mesmo interesse que eles, para que possam formar
grupos permanentes para este projeto. Cada grupo deve ter entre quatro a sete participantes.
• É uma boa ideia deixar a lista SMART apresentada na Atividade Inicial claramente visível durante
a sessão, para que os participantes possam vê-la e consultá-la quando trabalharem numa das
Atividades principais.

Explorar e Pensar:

Início: SMART

10-15 m Método
1. Comece por explicar aos participantes que, para que planifiquem adequadamente o seu
empreendimento social/financeiro, eles precisam de saber como começar. SMART é uma
ferramenta que os vai ajudar a dividir cada objetivo por etapas e em atividades específicas, que,
por sua vez, os vai ajudar a alcançar os seus objetivos.
2. Escreva "SMART" verticalmente no flipchart.
3. Ao lado de cada letra, escreve o que representa cada letra, explicando-lhes os significados.
• Específico objetivo (neste caso, do projeto) deve ser claro, bem definido e concentrado.
• O que queremos alcançar?
• Um objetivo claro vai permitir que todos os envolvidos saibam exatamente o que é
esperado, por que é que é importante, quem está envolvido e onde é que vai acontecer
• O objetivo (neste caso, do projeto) deve ser claro, bem definido e concentrado.
• Exemplo: Queremos melhorar as nossas notas de matemática de Satisfaz para Muito
Bom.

• Mensurável
• O objetivo (do projeto) deve ter um progresso mensurável, para que possamos ver as
mudanças que vão acontecendo.
• Este progresso mensurável vai ajudar-nos a ficarmos concentrados (no bom caminho) em
alcançar o objetivo.
• O objetivo deve responder: "Quanto é?"; "Quantos são?"; e "Como saberemos quando se
vai alcançar este objetivo?"
• Exemplo: Nós vamos passar três horas por dia a melhorar as nossas notas de matemática
de Satisfaz para Muito Bom.

196
• Orientado para a ação

04. Planificação e Orçamentação do teu Empreendimento


• O que devemos fazer para alcançar o nosso objetivo?
• O objetivo deve responder: "Como pode ser alcançado?"
• O nosso objetivo e nível de compromisso devem corresponder.
• Exemplo: Nós vamos passar três horas por dia a estudar com um explicador para
melhorar as nossas notas de matemática de Satisfaz para Muito Bom.

• Realista
• O objetivo do Empreendimento Social/Financeiro deve ser razoável e com base nos
nossos talentos, fraquezas e forças.
• Nós devemos saber quais são as nossas limitações: Temos a capacidade de atingir o nosso
objetivo? É um objetivo muito fácil ou difícil?
• O objetivo vale a pena?
• Exemplo: Nós vamos passar duas horas por dia a estudar com um explicador para
melhorar as nossas notas de matemática de Satisfaz para Bom+.

• Com prazo
• O objetivo do Empreendimento Social/Financeiro deve ser estruturado de forma a ter
uma data-alvo para a realização.
• O compromisso com o prazo ajuda-nos a concentrar esforços na conclusão do objetivo.
• Devemos rever periodicamente os nossos objetivos e fazer ajustes, se for necessário.
• Exemplo: Vamos passar duas horas por dia a estudar com um explicador para melhorar as
nossas notas de matemática de Satisfaz para Bom+ até o final deste ano.

• Ao explicar os exemplos acima, certifique-se que os participantes compreendem que


ao dividirem cada objetivo em tarefas específicas, vão-se concentrar melhor nos seus
Empreendimentos Sociais/Financeiros e fazer os ajustes necessários. Por exemplo, na transição
de “Orientado para a ação” para “Realista”, o grupo ajusta, segundo as suas capacidades, o
número de horas que vão passar a estudar e qual a nota que querem ter.

Investigar e Agir:
Atenção Comece a Atividade Principal nesta Sessão, pedindo aos participantes para formar grupos
permanentes para os seus projetos de Empreendimento Social / Financeiro, se já não tiverem feito
isso. Informe-os que os grupos que fazem nesta sessão vão ser os mesmos até ao final do curso.
Estes grupos devem ter quatro a sete participantes cada

Depois disto, escolha uma das seguintes atividades.

Opção 1:Fazer o Cesto


O objetivo dessa atividade é que os participantes possam definir algo que queiram e saber como
25-30 m criar objetivos para ajudá-los a conseguir isso.

Método
1. Peça aos participantes para atribuir um membro como "líder" do grupo para esta actividade.
2. Dê uma folha de papel e uma caneta/lápis a cada grupo.

197
3. Peça aos líderes para escreverem o nome de todos do seu grupo no papel.
4. Explique aos participantes que vão ter cada um duas oportunidades para atirarem a bola para
o caixote de lixo/balde e que vão ter um objetivo SMART cada vez que consigam pôr a bola no
cesto/balde.
5. Informe os participantes que vão ter que ficar em pé a cerca de 4,5 metros de distância do
caixote de lixo vazio.
6. Dê dois minutos aos grupos para realizarem uma chuva de ideias para um objetivo SMART.
Peça-lhes para escreverem SMART verticalmente no seu papel e discutirem cada letra enquanto
grupo (ver exemplo abaixo):

S - queremos lançar 50% mais perto que 4,6 metros.


M - cada participante recebe dois lances de 4,6 metros de distância.
A - primeiro vamos treinar alguns lances e todos devem estar calados para a concentração.
R - metade de nós joga basquete, por isso deve correr bem.
T – vamos alcançar o nosso objetivo em menos de um minuto.

7. Enquanto estão a fazer isto, passe por cada grupo para verificar como está a correr, oferecendo-
lhes sugestões, fazendo perguntas, comentários e elogiando.
8. Uma vez que os objetivos do seu objetivo SMART estejam estabelecidos, peça a um grupo
para se apresentar à frente da turma e peça ao líder para partilhar com o resto do grupo o seu
objetivo e cada uma das letras.
9. Depois disto, o grupo pode começar a atirar a bola para o caixote de lixo vazio. Se for possível,
cronometre, seja com um relógio, seja contando silenciosamente, o tempo que leva a cada
grupo para atirar as bolas.
10. Peça a cada participante para contar quantos lances conseguiram fazer.
11. Continue a atividade até todos os participantes terem jogado.
12. Peça aos grupos para calcularem os seus resultados e partilhá-los com todos os outros.
• Conseguiram alcançar o seu objetivo?
• Senão, o que devem fazer para fazer os ajustes necessários? (Diminuir a porcentagem?
Colocar o cesto um pouco mais perto? Ter mais tempo?)

Opção 2: Objetivos a curto prazo


O objetivo desta atividade é fazer com que os participantes compreendam que não podem alcançar
25-30 m objetivos a longo prazo sem antes realizarem os objetivos a curto prazo.

Método
1. Peça aos participantes para formarem pares dentro do seu grupo permanente.
2. Dê uma folha de papel e caneta/lápis a cada participante .
3. Peça a cada participante para pensar num objetivo a curto prazo que gostaria de alcançar numa
semana.
4. Peça aos participantes para escreverem "SMART" verticalmente no seu papel e escreverem um
objetivo para cada letra.
5. Depois de terem feito isto, peça aos participantes para trocarem os papéis com o seu colega e
verificarem que cada letra do seu objetivo SMART os vai ajudar a alcançar o seu objetivo a curto
prazo dentro de uma semana.
6. Se o objetivo SMART não for específico, mensurável, orientado para a ação, realista ou com
prazo, os pares devem discuti-lo e fazerem os ajustes necessários.
7. Enquanto estão a fazer isto, passe por cada grupo para verificar como está a correr, oferecendo-
lhes sugestões, fazendo perguntas, comentários e elogiando
8. Dê-lhes 10 minutos para fazerem isto e, em seguida, peça aos pares para se apresentarem à
frente da sala de aula e partilharem os seus objetivos SMART com o grupo.

198
9. Peça aos participantes para se juntarem aos seus grupos permanentes e passarem alguns

04. Planificação e Orçamentação do teu Empreendimento


minutos para decidirem sobre o objetivo SMART do seu empreendimento social/financeiro.

Refletir

Método
1. Avalia SMART como uma técnica para ajudar os grupos a planear adequadamente a sua
Empresa Social/Financeira:
• Reveja novamente a lista SMART escrita na atividade inicial.
• Saliente que a definição de objetivos vai dar aos participantes uma razão para controlarem
melhor o seu futuro.
• Com SMART, podem gerir melhor e superar as dificuldades e obstáculos.
2. Peça a cada grupo permanente para apresentar o seu objetivo SMART do empreendimento aos
outros grupos.
3. Reserve algum tempo para responder às perguntas que possam ter sobre a questão social que
querem usar nos seus projetos.
4. Se houver tempo, reveja o que os participantes aprenderam com as suas atividades de grupo na
Atividade Principal, dependendo do que escolheu fazer.

Opção 1
• Peça aos participantes para partilharem as informações que os ajudaram a escolher os
objetivos SMART. Lembre aos participantes que o jogo não se trata de competição, mas dos
grupos definirem um objetivo baseado nos seus talentos, pontos fortes e fracos para obterem
uma boa pontuação. Informações que poderiam ter ajudado:
• Podemos todos lançar duas vezes em menos de um minuto?
• Quem é bom em desporto?
• Com esta atividade, os participantes podem também aprender a rever os seus objetivos
periodicamente e fazer os ajustes necessários.
• O cesto está muito longe, por isso vamos definir o nosso objetivo a 40%.
• O cesto está muito perto, por isso vamos definir o nosso objetivo a 120%.

Opção 2
• Ser capaz de alcançar os objetivos a curto prazo primeiro vai ajudar os participantes a
realizarem os objetivos a longo prazo.
• Faça as seguintes questões ao grupo inteiro:
• A maioria dos objetivos foram específicos? Senão, de que forma podem torná-los mais
específicos?
• Como é que os participantes poderão acompanhar o seu progresso?
• O objetivo baseava-se nos talentos, nos pontos fortes e fracos de cada participante?
• Uma semana será tempo suficiente para alcançar o objetivo?

5. Termine a sessão mencionando brevemente que a próxima sessão será sobre o uso de análise
SWOT para ajudar os participantes a criarem o seu Empreendimento Social/Financeiro e
verificarem se há a hipótese de ser um sucesso.

TRABALHO DE PROJETO
Os participantes devem entrevistar os empresários locais e perguntar-lhes como os seus pontos
fortes e fracos afetaram os seus negócios.

199
200
04. Planificação e Orçamentação do teu Empreendimento
4.4
ANÁLISE SWOT
Antes de continuar a avançar com os seus empreendimentos
sociais/ financeiros os grupos devem compreender como planificar
de uma forma eficaz para garantir o seu sucesso. Como o SMART, a
análise SWOT é uma ferramenta de planeamento estratégico que os
grupos utilizam para avaliar fatores internos e externos envolvidos
no seu empreendimento Social/Financeiro. Ao fazer isso, os grupos
serão capazes de saber de antemão se o seu empreendimento
Social/ Financeiro tem hipótese de ser bem-sucedido ou não e as
ações que precisam de ser implementadas para fazer um melhor
progresso.

Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:


1. Compreender e usar a análise SWOT para os seus projectos de empreendimentos sociais/financeiros.
2. Analisar uma situação e, em seguida, identificar um plano de ação para melhorá-lo.
3. Tomar decisões informadas e controlar melhor o resultado dos seus objetivos.

Aprendizagem chave

• Ao realizar um projeto/empreendimento é importante olhar para fatores internos e externos que afetam o
sucesso.
• Uma visão completa dos pontos fortes, dos pontos fracos, das oportunidades e das ameaças em relação ao seu
Empreendimento Social/Financeiro, de modo a fazer os ajustes necessários.

201
Materiais Necessários
• Início: Bola (ou papel enrolado)

Informação para o facilitador
• A partir desta sessão, os participantes devem estar em grupos permanentes de quatro a sete
pessoas. Os grupos já devem ter escolhido o problema social que gostariam de mudar e que vão
usar para os seus projetos de grupo de Empreendimento Social/Financeiro.
• Se alguns grupos tiverem dificuldade em chegar a acordo sobre um problema social, incentive-
os a votarem.
• Se alguns grupos tiverem dificuldade em pensar num problema social para o projeto, peça aos
participantes para partilharem os seus pensamentos sobre os problemas nas suas comunidades
que gostariam de mudar.
• A partir desta sessão, é recomendável dar aos grupos trabalhos de casa para os seus projectos
(ver abaixo).

Explorar e Pensar:

Início: SWOT

10-15 m
Método
1. Reveja brevemente o SMART e peça aos participantes para explicarem o que é.
2. Os participantes devem estar sentados no seu grupo permanente. Certifique-se que todos
fazem parte de um grupo.
3. Dispense algum tempo para responder às quaisquer dúvidas que os participantes possam ter
sobre o seu Empreendimento Social/Financeiro.
4. Discuta os projetos para garantir que, antes de começar a planificar o seu Empreendimento
Social/Financeiro, os grupos verifiquem primeiro se os seus objectivos são alcançáveis​​.
5. Informar os participantes que:
6. A análise SWOT é uma ferramenta importante para o planeamento estratégico, com base nos
pontos fortes (Strengths) e fracos (Weaknesses), bem como as oportunidades (Opportunities)
ou ameaças (Threats) relacionadas com o seu empreendimento social/financeiro.
7. O objetivo da análise SWOT é identificar os principais fatores internos e externos que são
importantes para alcançar os seus objetivos.
8. Isto vai oferecer uma imagem completa do projeto para fazer os ajustes necessários.
9. A identificação desses fatores-chave vai ajudar os grupos a tomarem decisões informadas e
controlarem melhor o resultado dos seus objetivos.
10. Desenhe o gráfico de análise SWOT mostrado abaixo no flipchart e explique-lhes como fazê-la
(ver lista abaixo):

202
04. Planificação e Orçamentação do teu Empreendimento
INTERNO
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

EXTERNO

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

POSITIVO NEGATIVO

• Strengths (Pontos Fortes): Características ou recursos internos que ajudam o grupo a alcançar
o seu objetivo.
• Quais são as nossas competências, talentos e capacidades?
• Quais são os recursos que temos para alcançar o nosso objetivo?
• Temos conhecimento ou experiência nesta área?
• Weaknesses (Pontos Fracos): Características ou recursos internos que têm um impacto
negativo no objetivo.
• Quais são as competências, talentos e capacidades que precisamos?
• Quais são os recursos que precisamos?
• Falta-nos conhecimento ou experiência?
• O que não está a funcionar bem neste sector agora ?
• Oportunidades (Oportunidades): Recursos que se encontram fora do grupo e que ajudam a
alcançar o objetivo.
• A quem podemos pedir ajuda e apoio?
• Quais são os pontos fortes que podemos transformar em oportunidades?
• Quais são as competências, talentos e capacidades que podemos desenvolver?
• Threats (Ameaças): Riscos que se encontram fora do grupo e que têm um impacto negativo no
objetivo.
• Quais são as possíveis ameaças que podem ocorrer que amplifique as fraquezas do
grupo?
• Quais são os acontecimentos políticos ou pessoais que poderiam ameaçar o vosso
projeto?
• Quais são os obstáculos que estão a impedir o nosso objetivo?
11. De seguida, realize uma atividade introdutória curta para ajudar os participantes a praticar o
que aprenderam através da partilha com a turma o seu Empreendimento Social / Financeiro, e
os pontos fortes e fracos relacionados com ele, através de um jogo.
12. Peça a todos para formarem um grupo grande para jogar ao "Responde à Bola" (ou, se for um
grupo muito grande, forme grupos de 10).
13. Dê uma bola (ou papel enrolado) a um participante e peça-lhe para a lançar a alguém do grupo.
14. Peça a quem apanhar a bola para partilhar o problema social que o seu grupo escolheu para o
seu empreendimento social/financeiro e os pontos fortes e fracos relacionados com ele.
15. Repita o processo durante 15 minutos, mas desta vez com as oportunidades e as ameaças.

203
Investigar e Agir
Escolha uma das seguintes atividades:

Opção 1: Análise SWOT


Os grupos vão poder mostrar o que aprenderam, aplicando a análise SWOT aos seus
25-30 m Empreendimentos Sociais/Financeiros. Devem ser capazes de utilizar os seus conhecimentos prévios,
como a chuva de ideias, mapa mental e estabelecimento dos objetivos SMART para os ajudar a
identificar os problemas sociais que pretendem mudar nas suas comunidades.

Método
1. Peça aos participantes para se juntarem ao seu grupo de projeto e escolherem um “líder” para
o seu grupo, que será responsável por certificar que todos no grupo participem.
2. Dê a cada grupo uma folha de flip chart e uma caneta/lápis.
3. Peça ao "líder" para desenhar o gráfico da análise SWOT apresentado no flipchart (da Atividade
Inicial), com o objetivo do seu grupo no topo.
4. Em seguida, peça aos participantes de cada grupo para partilhar os seus pontos fortes e fracos,
oportunidades e ameaças relacionadas com o seu Empreendimento Social/Financeiro e peça ao
“líder” para escrever nos quadrantes correspondentes.
5. Enquanto estão a fazer isto, passe por cada grupo para verificar como é que está a correr,
oferecendo-lhes sugestões, fazendo perguntas e comentários e elogiando.

Opção 2: Debate SWOT


O objetivo desta atividade é fazer com que os grupos debatam os seus pontos fortes e
25-30 m oportunidades, bem como os pontos fracos e as ameaças relacionadas com a sua Empresa Social /
Financeiro

Método
1. Peça aos participantes para se juntarem ao seu grupo de projeto, e esolher um “líder” que será
responsável por certificar que todos no grupo participam e um “escritor” que vai desenhar o
gráfico SWOT e escrever ideias do grupo no quadrante correspondente.
2. Dê a cada grupo uma folha de flip chart e uma caneta/lápis.
3. Divide cada grupo em duas metades com uma metade a debater sobre os seus pontos fortes
e as oportunidades relacionadas com o seu Empreendimento Social/Financeiro e a outra a
debater os seus pontos fracos e as ameaças.
4. Dê aos grupos aproximadamente cinco minutos para discutirem sobre o que vão debater e, em
seguida, peça aos grupos para começarem o seu debate.
• Peça para os oradores dos "pontos fortes e oportunidades" começarem.
• Em seguida, é a vez dos grupos dos “pontos fracos e ameaças” replicarem.
• Alterne entre os dois lados a cada dois minutos.
5. Dê-lhes cerca de 20 minutos para discutirem esses fatores internos e externos.
6. Durante o debate, o “escritor” de cada grupo deve estar a tomar notas sobre as ideias a serem
discutidos e colocar-lhes no quadrante correspondente no seu gráfico SWOT.
7. Enquanto estão a fazer isto, certifica-se que passe por cada grupo para verificar como é que
está a correr (pois alguns participantes podem precisar de ajuda extra no debate), oferecendo-
lhes sugestões, fazendo perguntas, comentários e elogiando. Também é aconselhável verificar
as ideias que estão a ser escritas para avaliar se os grupos estão a fazer bem ou não.
8. Uma vez que os debates tenham terminado, peça aos grupos para discutirem entre eles a sua
análise SWOT e revê-la.

204
Refletir

04. Planificação e Orçamentação do teu Empreendimento


1. Deixa os participantes explicarem a análise SWOT e porque é que é importante para as suas
Empresas Sociais / Financeiros. Exemplos de respostas:
• Uma melhor compreensão dos pontos fortes e fracos internas à equipa e melhorar enquanto
grupo.
• Analisar uma situação e, em seguida, identificar um plano de ação para melhorá-lo.
2. Reveja as apresentações dos grupos e o que os participantes aprenderam na Atividade Principal
e incentive novas discussões.
• O objetivo destas atividades foi ajudar os grupos a começarem bem os seus empreendimentos
sociais/financeiros.
• Esta é a ocasião perfeita para os participantes de outros grupos conhecerem os projetos dos
seus colegas.
• Os grupos devem ter uma melhor compreensão de saber se as suas Empresas Sociais /
Financeiros serão bem-sucedidos ou não.
• Os participantes devem poder agora reconhecerem os seus pontos fortes e fracos, dos quais
antes não tinham consciência.
• Deve haver muita matéria para ser discutida, se acharem que o seu empreendimento social/
financeiro não for bem sucedida devido à falta de pontos fortes e oportunidades.
• Quais são os passos de ação que podem ser tomadas para garantir o seu sucesso? (Os
grupos devem compreender que o objetivo da análise SWOT é identificar pontos fracos e
ameaças a tempo, de modo que possam decidir sobre como ajustar as ações para terem
mais progresso).
• Quais são as oportunidades que estão disponíveis que não foram mencionadas?
• Quem, da comunidade, nos pode ajudar com o nosso empreendimento social/financeiro?
• Existem possíveis ameaças que não tenham sido mencionadas?
3. Termine a sessão, referindo brevemente que a próxima sessão será sobre a criação de um plano
de negócios para o seu Empreendimento Social/Financeiro.

TRABALHO DE PROJETO
• Os grupos devem aproveitar todas as oportunidades dentro das suas comunidades para
verificarem se os seus Empreendimentos Sociais/Financeiros são plausíveis.
• Incentive os grupos a procurarem contactos, visitando as empresas, bibliotecas e igrejas
locais. Isso vai ajudar os grupos a tornarem-se ativos, aplicando o que aprenderam nas
sessões para os seus Empreendimentos Sociais/Financeiros.

205
206
04. Planificação e Orçamentação do teu Empreendimento
4.5
Esboçar um Plano
de Negócios
Até agora, os grupos aprenderam a definir objetivos SMART e a
usar um gráfico da análise SWOT para os seus Empreendimentos
Sociais/Financeiros. Agora é o momento dos grupos organizarem
as suas ideias, fazendo um esboço do seu Empreendimento Social/
Financeiro. Um Plano de Negócios é um roteiro que descreve
ações específicas e orienta melhor os membros do grupo para
atingirem as suas metas e objetivos. Os participantes vão aprender
que um plano de negócios bem elaborado vai ajudar muito no
estabelecimento de metas realistas e determinar como esses
objetivos podem ser melhor alcançados.
Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:


1. Compreender os seis elementos de um Plano de Negócios.
2. Fazer o seu próprio Plano de Negócios para o seu Empreendimento Social/Financeiro.
3. Rever e modificar periodicamente o seu Plano de Negócios para garantir que o seu Empreendimento Social/
Financeiro está no bom caminho e a progredir.

Aprendizagem chave

• É importante estabelecer metas para o planeamento, medição e melhoria do desempenho.


• Um plano de negócios ajuda a comunicar ideias e planos aos membros do grupo e a potenciais apoiantes
externos.
• Criaram um plano de negócios para o seu empreendimento.

207
Materiais Necessários
• Opção 1: Lápis, borrachas.
• Opção 2: Lápis, borrachas.

Informação para o facilitador


• Para as Atividades Principais, dispõe de cinco enunciados de missão de empreendimentos
de sucesso, para ajudar os grupos a encontrarem o seu próprio enunciado de missão. É
aconselhável ter esses exemplos escritos e prontos num flipchart antes da sessão.
• É uma boa ideia deixar os seis elementos de um Plano de Negócios apresentados na Atividade
Inicial visível durante a sessão, para que os participantes a possam ver e consultá-la quando
trabalharem numa das atividades principais.

Explorar e Pensar:

Início: Plano de Negócios

10-15 m
Método
1. Resuma brevemente o que foi abordado na sessão anterior, na Análise SWOT. Peça aos
participantes para explicarem o que é a Análise SWOT e por que é importante.
2. Escreva "Plano de Negócios" no flipchart e explique o seguinte ao grupo:
• Um Plano de Negócios é uma explicação detalhada de tarefas, objetivos e métodos que
fornecem orientação aos grupos para atingirem os seus objetivos.
• O objetivo de um Plano de Negócios é:
• Definir o que é o Empreendimento Social/Financeiro do grupo e o que o grupo espera
realizar.
• Ajudar os grupos a construírem os seus pontos fortes e maximizarem as oportunidades e,
simultaneamente, enfrentarem os pontos fracos dos grupos e minimizarem as ameaças.
• O Plano de Negócios deve ter seis componentes:
• Sumário
• Descrição
• Estratégia de Marketing
• Análise Setorial
• Operações
• Finanças
3. Escreva os seis componentes do Plano de Negócios no flipchart e explica-os ao mesmo tempo
• Sumário: Uma visão geral de um Plano de Negócios.
• Deve interessar aos leitores de forma a que queiram querer saber mais sobre o
Empreendimento Social/Financeiro.
• Deve incluir fatores-chave que vão tornar o empreendimento social/financeiro um
sucesso.
• Deve ser ser claro e conciso.
• Deve incluir um enunciando de missão ou objetivo, que seja inspirador e fácil de lembrar.

• Descrição: Breve introdução sobre a identidade do grupo e o que fazem.


• Fornecer fatos-chave sobre o empreendimento social e financeiro.

208
• Deve identificar claramente metas e objetivos, por exemplo, Como é que o seu

04. Planificação e Orçamentação do teu Empreendimento


Empreendimento Social/Financeiro vai fazer a diferença?

• Estratégia de Marketing: Como fazer com que as pessoas se interessem pelo seu
empreendimento social/financeiro.
• Inclui a pesquisa relacionada com o seu Empreendimento Social/Financeiro e identificar
outras organizações que estão a realizar um trabalho semelhante.
• Como vão motivar as pessoas a apoiarem a vossa causa?
• Os grupos devem ter uma compreensão sólida das necessidades que pretendem atender
e qual a melhor forma de comunicar com os outros.

• Análise Setorial: Pesquisar sobre o local onde o projeto vai fazer a diferença.
• Incluir a pesquisa relacionada com o seu Empreendimento Social/Financeiro e identificar
outras organizações que estão a realizar um trabalho semelhante.
• Conversar com pessoa da comunidade, pesquisar na Internet, realizar inquéritos,
questionários, etc.
• Observar a concorrência ou cooperação potencial e responder-lhe.
• Análise SWOT - análise de fatores internos/externos para o planeamento estratégico.
• Analisar uma situação e, em seguida, identificar um plano de ação para fazer os ajustes
necessários.

• Operações: Uma breve descrição da estrutura e das operações do Empreendimento Social/


Financeiro.
• Papéis e responsabilidades de cada membro do grupo, atualmente e no futuro.
• Informações sobre as atividades, os prazos e os recursos do projeto.

• Finanças: Como o Empreendimento Social/Financeiro pode ser financeiramente viável.


• Isto vai ser abordado mais detalhadamente na Aula 7, Orçamento.

Termine explicando aos grupos que os seus planos de negócios devem ser revistos e modificados
periodicamente, para refletirem as condições atuais da sua comunidade e as necessidades futuras.

Investigar e Agir:
Escolha uma das seguintes atividades:

Opção 1: O Nosso Plano de Negócios do Projeto


Esta atividade é a ocasião perfeita para os grupos meterem os seus Empreendimentos Sociais/
25-30 m Financeiros no caminho certo. Vão trabalhar em grupo para tratar dos seis elementos do vosso
Plano de Negócios. Incentive os grupos para que se sintam motivados pelos seus projetos, uma vez
que pouca motivação é a causa de um mau planeamento.
Certifique-se de dedicar tempo suficiente a cada elemento para que os grupos possam planificar
o seu Empreendimento Social/Financeiro. Enquanto os grupos estiverem a trabalhar em cada
elemento, passe por cada grupo para verificar como é que está, oferecendo-lhes sugestões, fazendo
comentários e elogiando.

209
Método
1. Peça aos participantes para se juntarem ao seu grupo de projeto e escolherem um "líder" para o
seu grupo para esta atividade.
2. Dê a cada grupo uma folha de flipchart, caneta/lápis e uma borracha.
3. Comece por pedir aos grupos para escreverem os objetivos para o seu empreendimento social/
financeiro no topo dos seus papéis.
4. De seguida, mandar os grupos escrever os seis componentes de títulos nos seus papéis,
deixando espaço suficiente entre cada componente para as suas ideias.
5. Informe os grupos que, apesar do Sumário ser primeiro, deve ser escrito último.
6. Dê aos grupos cinco minutos para preencher cada elemento do seu Plano de Negócios.
7. Comece com a Descrição e oriente-os com as seguintes perguntas:
• Quem está no grupo?
• Qual é o nome do vosso empreendimento social/financeiro? (Estimule a criatividade).
• É um empreendimento social, financeiro ou ambos?
• Quais são os objetivos?
• Se for social, o que esperam melhorar ou mudar?
• Se for financeiro, qual o produto ou serviço vão oferecer à comunidade?
8. Em seguida, peça para preencherem o elemento da Estratégia de Marketing, utilizando as
seguintes perguntas guia:
• Como vão motivar as pessoas a apoiarem a vossa causa?
• Quais são os principais benefícios para as pessoas na vossa comunidade?
Atenção: Após a reunião do clube, os grupos devem realizar uma pesquisa para compreender
melhor as necessidades que pretendem tratar na comunidade e qual a melhor forma de a
comercializar para convencer apoiantes ou potenciais clientes.

9. Em seguida, vem o elemento de Análise Setorial. (Atenção: Como este componente requer
investigação fora da sala de aula, incentiva os grupos a pesquisar este componente na sua
comunidade após a Sessão.)

• Quais são as condições de ambiente no qual o vosso Empreendimento Social/Financeiro se


encontrará?
• Quais são as necessidades das pessoas da comunidade?
• Será que o vosso grupo vai enfrentar alguma concorrência?
• Quais são os seus pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças?
10. Agora, peça aos grupos para completar o elemento Operações, considerando estas questões:
• Quais são os passos para uma implementação de sucesso do empreendimento?
• Quais são os recursos necessários e como vão ser usados?
• Qual é a responsabilidade de cada membro do grupo? (ATENÇÃO Isto vai ser tratado com mais
detalhe na próxima Sessão.)
11. Finalmente, peça aos grupos para complementarem o elemento Sumário, usando os pontos
seguintes como guia:
• Os grupos devem resumir todos os elementos do seu Plano de Negócios.
• Deve ser simples, claro, conciso e convincente.
Atenção: Fornece alguns exemplos de Declarações de Missão (ver abaixo) no flip-chart.

Opção 2: Dois são Melhores do que Um


O objetivo desta atividade é fazer com que os grupos trabalhem em dois planos de negócios ao
25-30 m mesmo tempo e depois revejam-nos e modifiquem-nos, para conseguirem um plano de negócios
eficaz. Os grupos vão trabalhar juntos para decidir quais ideias beneficiarão o seu Empreendimento
Social/Financeiro e como integrá-las num plano. Esta atividade deve incentivar os participantes a
refletirem de uma forma crítica para tomarem decisões de grupo informadas.

Certifique-se de dedicar tempo suficiente a cada elemento para que os grupos possam planificar

210
o seu Empreendimento Social/Financeiro. Enquanto os grupos estiverem a trabalhar em cada

04. Planificação e Orçamentação do teu Empreendimento


elemento, passe por cada grupo para verificar como é que está a correr, oferecendo-lhes sugestões,
fazendo comentários e elogiando.

Método
1. Peça aos participantes para se juntarem ao seu grupo de projeto e divida-o em metade. As duas
metades vão trabalhar no mesmo projeto separadamente durante 20 minutos.
2. Dê a cada grupo duas folhas de flipchart e algumas canetas/lápis e borracha.
3. Comece por pedir aos grupos para escreverem os objetivos para o seu empreendimento social/
financeiro no topo dos seus papéis.
4. Em seguida, os grupos devem escrever nos seus papéis os títulos dos seis elementos, deixando
espaço suficiente entre cada componente para colocar as suas ideias.
5. Informe os grupos que, mesmo que o Sumário se encontre na primeira posição, deve ser escrito
por último.
6. Dê aos grupos cinco minutos para preencher cada elemento do seu Plano de Negócios.
7. Comece com a Descrição e oriente-os com as seguintes perguntas:
• Quem está no grupo?
• Qual é o nome do vosso empreendimento social/financeiro? (Estimule a criatividade).
• É um empreendimento social, financeiro ou ambos?
• Quais são os objetivos?
• Se for social, o que esperam melhorar ou mudar?
• Se for financeiro, qual o produto ou serviço que vão oferecer à comunidade?
8. Em seguida, peça para preencherem o elemento da Estratégia de Marketing, utilizando as
seguintes perguntas guia:
• Como vão motivar as pessoas a apoiarem a vossa causa?
• Quais são os principais benefícios para as pessoas na vossa comunidade?
Atenção: Após a reunião do clube, os grupos devem realizar uma pesquisa para compreender
melhor as necessidades que pretendem tratar na comunidade e qual a melhor forma de a
comercializar para convencer apoiantes ou potenciais clientes.

9. Em seguida, vem o elemento de Análise Setorial. (Atenção: Como este componente requer
investigação fora da sala de aula, incentiva os grupos a pesquisar este componente na sua
comunidade após a Sessão.)
• Quais são as condições de ambiente no qual o vosso Empreendimento Social/Financeiro se
encontrará?
• Quais são as necessidades das pessoas da comunidade?
• Será que o vosso grupo vai enfrentar alguma concorrência?
• Quais são os seus pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças?
10. Agora, peça aos grupos para completar o elemento Operações, considerando estas questões:
• Quais são os passos para uma implementação de sucesso do empreendimento?
• Quais são os recursos necessários e como vão ser usados?
• Qual é a responsabilidade de cada membro do grupo? (Atenção This will be dealt with in more
detail in the next Session.)
11. Após 20 minutos, peça aos grupos separados para se reunirem e reverem e modificarem os dois
planos de negócios e fundir-lhos num só.
• Os grupos devem resumir todos os elementos do seu Plano de Negócios.
• Deve ser simples, claro, conciso e convincente.
Atenção: Ofereça alguns exemplos de Enunciados de Missão (ver abaixo) no flipchart.

Após 20 minutos, peça aos grupos separados para se reunirem e reverem e modificarem os dois
planos de negócios e de fundi-los num só.

211
Exemplos de Enunciados de Missão:
Atenção Por favor, encontre exemplos pertinentes de organizações no vosso país.

• Aflatoun: Inspirar as crianças a tornarem-se socialmente e economicamente autónomas para


serem agentes de mudança nas suas vidas e por um mundo mais justo.
• PT Telkomsel CSR: Dar atenção à consolidação da educação das crianças através da tecnologia,
informação e comunicação.
• TED Talks: Difundir ideias.
• Google: Organizar a i nformação do mundo e torná-la universalmente acessível e útil.
• Facebook: Dar às pessoas o poder de partilhar e tornar o Mundo mais aberto e ligado.
• Associação de Instituições de Microfinanças em Ruanda: Oferecer serviços diversificados às
instituições de microfinanças que lhes permite trabalhar de uma forma profissional e contribuir
eficazmente para a diminuição da pobreza de forma sustentável.
• Microsoft: Permitir às pessoas e empresas de todo o mundo concretizar o seu potencial.
• Skype: Ser a base da comunicação em tempo real na Internet.
• YouTube: Fornecer acesso rápido e fácil de vídeo e a permiter a partilha frequente de vídeos.
• UNICEF:Defender a proteção dos direitos das crianças, ajudar a satisfazer as suas necessidades
básicas e aumentar as suas oportunidades para que alcancem todo seu potencial

Refletir
Método
1. Peça aos participantes para explicarem os seis elementos de um Plano de Negócios.
2. Reveja as vantagens de um Plano de Negócios:
• Oferece aos grupos uma estrutura operacional que liga as estratégias às ações necessárias.
10-15 m • Esclarece o que o grupo quer realizar com o seu Empreendimento Social/Financeiro.
• Ajuda os grupos a reconhecerem as partes que precisam de ser revistas ou de apoio.
3. Reveja o Plano de Negócios de cada grupo e incentive à discussão com as seguintes perguntas:
• O que aprenderam ao elaborarem este Plano de Negócios?
• Qual foi o elemento mais fácil de escrever? Qual foi o mais difícil?
• Quando é que os grupos se devem referir aos seus planos de negócios?
• Compreendem melhor os vossos empreendimentos?
• Qual grupo tem uma estratégia de marketing formidável? Porquê?
• Qual é o grupo que tem o enunciado de missão mais criativo?
• Quais são os elementos que têm necessidade de serem melhorados? Porquê?
4. Termine a sessão mencionando brevemente que a próxima sessão será sobre a atribuição de
funções/responsabilidades e gestão do tempo.

TRABALHO DE PROJETO
• Os grupos devem realizar para o seu plano de negócios uma pesquisa dentro das suas
comunidades, tanto para os elementos da Estratégia de Marketing, como para a análise
Setorial.
• Os grupos devem visitar as empresas locais, agências governamentais, bibliotecas, igrejas,
etc. para compreenderem melhor o ambiente que o seu empreendimento social/financeiro
afetará. Devem:
• Comunicar com as pessoas.
• Realizar pesquisas e questionários.
• Pesquisar na Internet (se estiver disponível).

212
04. Planificação e Orçamentação do teu Empreendimento
4.6
Atribuição de Funções
e Responsabilidades
Com um plano de negócios já delineado, os grupos devem agora
definir uma data específica a qual esperam alcançar o seu objetivo.
Para alcançar o seu objetivo, haverá muitos passos que precisam
de ser estruturados e funções que precisam de ser dados a cada
membro do grupo de maneira que que haja progresso. A gestão de
tempo é importante para os grupos, porque é o que permite atingir
o seu objetivo até uma data específica. Nesta sessão, os grupos vão
aprender a gerir bem o seu tempo, elaborando um cronograma do
projeto que vai servir para estabelecer a ordem de prioridade dos
objetivos, a delegar tarefas e a controlar os desempenhos.

Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:


1. Gerenciar o seu tempo de forma eficaz, fazendo um Cronograma do Projecto.
2. Alcançar uma melhor produtividade.
3. Exercer um melhor controlo sobre o resultado do vosso Empreendimento Social/Financeiro.

Aprendizagem chave

• Cada pessoa tem capacidades e recursos únicos a partilhar.


• É importante dar prioridade a certas tarefas para concluir um projeto
• Como identificar e antecipar potenciais problemas que poderiam comprometer a data de conclusão do grupo.
• Tarefas atribuídas e prazos criados para o empreendimento.

213

Materiais Necessários

• Opção 2: Papel, lápis, borrachas

Informações para o facilitador


• É uma boa ideia deixar as quatro etapas para elaborar um cronograma do projeto apresentado
na Atividade Inicial claramente visível durante a sessão, para que os participantes possam vê-las
e consultá-las quando/se realizarem a Opção 2.
• Para economizar tempo, escreva, antes da sessão, no flipchart, o exemplo utilizado durante a
atividade inicial.

EXPLORAR E PENSAR

Início: Gestão de Tempo

10-15 m 1. Método
Resuma brevemente o que foi abordado na sessão anterior, no Plano de Negócios. Peça
aos participantes para explicarem o que é um Plano de Negócios e é por que é importante.
2. Responder às questões que os participantes possam ter sobre os seus planos de negócios.
3. Informe os participantes que, para uma boa produtividade do grupo, é necessário que tenham
um cronograma de projeto estruturado com a lista das tarefas a realizar por cada membro do
grupo, acompanhado de datas de início e de fim.
4. Escreva as palavras "Prazo", "Linha de Tempo" e "Cronograma" no flipchart.
5. Faça aos participantes as seguintes perguntas:
6. O que significa cada palavra?
7. Qual é o propósito de ter um cronograma?
8. Como é que uma linha do tempo pode ajudar-lho?
9. Qual é a melhor maneira de gerir o vosso tempo?
10. Em seguida, escreva "Dar prioridade" no flipchart e explique o seu significado: Organizar ou
tratar de problemas pela sua ordem de importância.
11. Como exemplo, mostre aos participantes o seguinte cenário no flipchart:
• Na vossa escola há um pequeno incêndio e o fogo está muito perto de alguns produtos
químicos inflamáveis. Classifique as seguintes ações por ordem de prioridade, começando
pela mais importante (1) à menos importante (4):
• Pedir ajuda (4)
• Evacuar as pessoas (1)
• Buscar água para extinguir o fogo (3)
• Afastar os produtos químicos do fogo (2)
12. Dê aos grupos um minuto para organizarem a lista do mais importante ao menos importante.
13. Após um minuto, peça aos grupos para partilhar os seus pensamentos.
14. Em seguida, escreva "Cronograma do Projeto" (também chamado de "Lista de Tarefas") no
flipchart e explique o seu significado:
• Uma lista de atividades prioritárias, com uma data de início e fim.
• Uma ferramenta de planificação e comunicação útil para controlar o progresso do
empreendimento.

214
• Oferecer uma visão clara do desenvolvimento do projeto.

04. Planificação e Orçamentação do teu Empreendimento


15. No flipchart, escreva as quatro etapas da elaboração de um cronograma do projeto e explique
aos participantes:

• Chuva de Ideias e organizar


• Em grupo, façam uma chuva de ideias, depois um mapa mental e finalmente uma lista de
todas as atividades e tarefas necessárias para o Empreendimento Social/Financeiro.

• Dar prioridade
• Classificar a lista do mais importante ao menos importante.
• Utilizar um número ou uma letra para representar o nível de importância.
• Dividir as tarefas maiores em etapas de ação específicas.

• Tempo
• Decida em grupo o tempo necessário para terminar cada tarefa.
• Cada tarefa deve ter uma data de início e de fim realista.

• Tarefa
• Peça aos grupos para atribuirem tarefas a cada membro do grupo.
• Se um líder foi selecionado, o "líder" do grupo pode ajudar a atribuir as tarefas aos
membros.
• Relembre-os dos pontos fortes e fracos da Análise SWOT do grupo e tenta juntar os
membros do grupo com tarefas que tiram proveito de seus pontos fortes.

INVESTIGAR E AGIR
Escolha uma das seguintes atividades:

Opção 11: O Membro Certo para a Tarefa


O objetivo desta atividade é fazer com que os membros do grupo avaliem os pontos fortes e fracos
25-30 m dos outros membros, depois atribua-lhes tarefas com base nas suas avaliações.

Método
1. Peça aos participantes para se juntarem ao seu grupo de projeto e escolherem um "líder" para o
seu grupo para esta atividade.
2. Dê uma folha de papel e caneta/lápis a cada participante .
3. Peça aos participantes para traçarem uma análise SWOT pessoal com os seus pontos fortes e
fracos:
• Incentive os participantes a refletirem sobre os seus talentos e capacidades (escrever,
desenhar, falar em público, orçamentar dinheiro, etc.)
• Peça aos participantes para partilharem em que domínios eles não são fortes.
• Os participantes não devem incluir os seus nomes na sua análise SWOT.
4. Dê-lhes cinco minutos para fazerem isso.
5. Uma vez terminada esta atividade, peça aos participantes para virarem a sua folha e dar-lhe ao
“líder” do grupo.

215
6. Peça ao “líder” para baralhar todas as folhas e escolher aleatoriamente um papel e partilhar o
que está escrito com os outros.
7. Informe os grupos que devem tentar adivinhar quem escreveu esta Análise SWOT e depois
atribuir a esse membro do grupo uma tarefa com base na avaliação desta análise SWOT.
• Os grupos devem tentar concentrar-se nos elementos da Estratégia de Marketing, da Análise
Setorial e Operações dos seus planos de negócio.
• Cada participante pode ter mais de uma tarefa, se for necessário.
8. Relembre aos grupos que também devem determinar uma data de início e fim para cada tarefa.
9. Repita o processo até que tenha sido atribuída uma tarefa a todos para o seu Empreendimento
Social/Financeiro.

Opção 2:Cronograma do Projeto do Grupo


O objetivo desta atividade é que cada participante reflita de uma forma crítica sobre as tarefas
25-30 m necessárias para o bom funcionamento do seu empreendimento social/financeiro, estabeleça
prioridades e determine o tempo para realizar cada tarefa. Em seguida, os grupos vão
elaborar e rever um cronograma e vão atribuir a cada membro do grupo as tarefas para o bom
desenvolvimento do seu Empreendimento Social/Financeiro.

Método
1. Antes de se juntar ao seu grupo, dê a cada participante uma folha de papel, um lápis e uma
borracha.
2. Peça aos participantes para trabalharem sozinhos para encontrarem o maior número possível
de tarefas necessárias para o seu empreendimento social/financeiro.
3. Em seguida, peça aos participantes para classificarem-as por ordem de importância da mais
importante para a menos importante.
• Os participantes devem tentar concentrar-se nos elementos da Estratégia de Marketing,
Análise Setorial e Operações dos seus planos de negócios.
4. Depois de terem terminado, peça-lhes para definirem a cada tarefa uma data de início e de fim
realista.
5. Após este trabalho individual, pede aos participantes para irem para os seus grupos, e pede-
lhes para atribuir um membro como “líder” do grupo para esta atividade.
6. Dê a cada grupo uma folha de papel e uma caneta. Durante 15 minutos, os grupos vão trabalhar
em conjunto e os participantes do grupo vão partilhar as suas listas de tarefas prioritárias. O
grupo deve a seguir rever todas as tarefas e inclui-las num cronograma do projeto de grupo,
definindo para cada tarefa datas de início e fim realistas.
7. Peça aos "líderes" dos grupos para escreverem o cronograma do projeto.
8. Em seguida, peça aos grupos para atribuirem tarefas a cada membro do grupo, com base nos
seus pontos fortes (cada participante pode ter mais de uma tarefa, se for necessário).
9. Finalmente, peça aos grupos para discutirem os potenciais problemas (ameaças), que poderiam
impedir que as tarefas estejam concluídas segundo os seus cronogramas.

216
Refletir

04. Planificação e Orçamentação do teu Empreendimento


Método
1. Reveja as palavras do vocabulário-chave: "Dar prioridade" e "Cronograma do Projeto".
2. Reveja as quatro etapas para fazer um cronograma do projeto e explique-as aos participantes.
3. Reveja todas as apresentações do grupo e incentive discussões mais profundas com a ajuda das
seguintes perguntas:

Opção 1
• Os participantes conseguirem adivinhar corretamente os pontos fortes e fracos dos membros
do seu grupo?
• Quais foram as tarefas específicas atribuídas aos membros do grupo?
• Quem tem mais de uma tarefa para o Empreendimento Social/Financeiro?
• Foi difícil determinar as datas de início e fim para as tarefas?
• O que fará o grupo se uma tarefa não estiver concluída, como previsto?
Opção 2
• Os participantes tinham, de um modo geral, listas prioritárias idênticas ou eram diferentes?
• Foi difícil determinar as datas de início e fim para as tarefas?
• Quais datas de início e fim não eram realistas?
• Qual é a probabilidade de terminar as tarefas, como previsto?
• O que fará o grupo se uma tarefa não estiver concluída, como previsto?
• Que possíveis ameaças poderiam impedir que as tarefas estejam concluídas?
4. Termine a sessão, mencionando brevemente que a próxima sessão será sobre orçamentar o
Empreendimento Social/Financeiro.

TRABALHO DE PROJETO
Os grupos devem continuar a focar-se na sua comunidade para a estratégia de marketing e análise
de indústria do seu Plano de Negócios, comunicando e visitando as empresas locais, bibliotecas e
igrejas para reunir dados suficientes para os seus Empreendimentos Sociais/Financeiros.

217
218
04. Planificação e Orçamentação do teu Empreendimento
4.7
Orçamentar um
Empreendimento
Compreender os mecanismos do dinheiro e como usá-lo de
forma responsável é essencial para o bom funcionamento de
qualquer empreendimento social ou financeiro. Nesta sessão, os
participantes irão aprender a utilizar uma ferramenta importante
que os vai ajudar com a parte financeira necessária de atingir os
seus objetivos: elaborar um orçamento. Um orçamento é um plano
de gastos e poupanças de dinheiro com responsabilidade. Ao aplicar
este princípio aos seus empreendimentos sociais/Financeiros,
os grupos serão capazes de desenvolver o hábito de estabelecer
orçamentos semanais e mensais, ter mais controlo sobre os
objetivos do seu empreendimento e, o mais importante, saber
quanto dinheiro vai custar o seu empreendimento social/Financeiro
e se ele os fará ganhar dinheiro.
Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes serão capazes de:


1. Conhecer os movimentos do dinheiro ganho, poupado e gasto.
2. Decidir a quantia de dinheiro que o grupo pode dar-se ao luxo de gastar.

Aprendizagem chave

• O orçamento é importante para o sucesso dos empreendimentos financeiros e sociais.


• A diferença entre necessidades e desejos também se aplica ao orçamento de um empreendimento.
• Fazer o orçamento dos recursos é o ato de um agente de mudança bem sucedido.
• Terminaram um orçamento para o empreendimento.

219
Materiais Necessários
• Opção 1: Lápis, borrachas.
• Opção 2: Lápis, borrachas.

Informação para o facilitador


• Os grupos com um Empreendimento Social devem escolher a Opção 1. Os grupos com um
Empreendimento Financeiro devem escolher a Opção 2.
• É uma boa ideia deixar as quatro etapas para elaborar um orçamento, apresentado na atividade
inicial, visível durante a sessão, para que os participantes as possam ver e consultar durante
esta atividade.
• A fim de economizar tempo, escreva antes da sessão, no flipchart ou quadro, o exemplo do
"Cenário do John" utilizado na atividade inicial.
• Recomenda-se também ter uma breve discussão durante a atividade inicial sobre a diferença
entre "necessidades" e "desejos", fazendo referência à aprendizagem das sessões anteriores.

Explorar e Pensar:

Início: Folhas de Orçamento

10-15 m
Método
1. Reveja brevemente o que foi abordado na sessão anterior, em "Gestão de Tempo".
• Reveja as palavras do vocabulário-chave: "Dar prioridade" e "Cronograma do Projeto".
• Peça aos participantes para explicarem as quatro etapas para elaborarem um cronograma do
projeto.
2. Escreva "Orçamento" no flipchart e peça aos participantes para explicarem o seu significado
com base na sua aprendizagem nas Secções 3 e 4.
• Resumo escrito da estimativa dos rendimentos, despesas e poupanças ao longo de um
período de tempo.
• Planificar para realizar despesas e poupanças de uma forma responsável.
3. Em seguida, escreva "Défice Orçamental" e "Excedente Orçamental" no flipchart e reveja os
seus significados:
• Défice Orçamental: mais dinheiro gasto do que ganho.
• Excedente Orçamental: menos dinheiro gasto do que ganho.
4. No flipchart, escreva as quatro etapas da elaboração de uma folha de orçamento e explique-
lhes como devem fazê-la.

• Rendimento: Dinheiro recebido de fontes diferentes.


• Estimativa e lista do rendimento esperado em média por semana/mês.
• Pode tratar-se de dinheiro gerado pelo empreendimento social/financeiro, de um
emprego, subsídios, presentes, etc.
• Calcular o rendimento total.

220
• Despesas: Dinheiro gasto em necessidades e desejos.

04. Planificação e Orçamentação do teu Empreendimento


• Estimativa e lista da despesa esperada em média por semana/mês.
• Pode incluir necessidades e desejos.
• Calcular a despesa total.
• Poupanças: Dinheiro não gasto.
• Calcular a poupança total.
• Isso poderia tratar-se do dinheiro que os membros do grupo já têm e querem investir no
seu Empreendimento Social/Financeiro.

• Excedente/Défice total
• Subtração do total das despesas da soma total dos rendimentos para obter o total do
excedente ou do défice.
• Rendimento total (incluindo poupança) – despesas totais = excedente ou défice total.

5. Oriente os participantes através de um exemplo de folha de orçamento, utilizando o cenário


seguinte:
• O João ganhou 48 € a trabalhar a tempo-parcial como entregador e poupou 5 € da semana
passada. Ele também gastou 45 € para alimentação, transporte, educação e medicamentos.
Esta semana, o João gostava de comprar às suas duas tias uma planta para meter nas suas
mesas. Cada planta vai custar 4,50 €.
6. No flipchart, escreva a folha de orçamento para o João, usando as quatro etapas acima
mencionadas e incentive os participantes a “ajudá-lo”, fazendo-lhes perguntas.

Folha de orçamento para John

Rendimentos
• 48 €– trabalho
• Rendimento total = 48 € Despesas
Despesas
• 45 € – comida, transporte, educação e medicamentos
• 9 €– duas plantas
• Despesa total = 54 €
Poupanças
• 5 €
• Poupanças totais = 5 €
Excedente/Défice total
• 1 € Défice

7. Faça aos participantes as seguintes perguntas:


• O João é capaz de pagar todas as suas despesas? Porquê/ Por que não?
• Quais são os produtos da folha de orçamento do João que podem ser considerados não
essenciais? Porquê?
• Ao elaborar uma folha de orçamento, o João tem controlo sobre onde gasta o seu dinheiro?
• De que forma é que o João pode evitar ter um défice orçamental?
Atenção Lembre-se de reforçar a aprendizagem da SECÇÃO 3.

221
Investigar e Agir:
Os grupos com um Empreendimento Social devem escolher a Opção 1. Os grupos com um
Empreendimento Financeiro devem escolher a Opção 2.

Opção 1: Folha de Orçamento do Empreendimento Social


Nesta atividade, os grupos vão praticar a elaboração de uma Folha de Orçamento para os seus
25-30 m Empreendimentos Sociais.

Uma vez que o dinheiro desempenha um papel importante em qualquer empreendimento, os grupos
devem refletir de forma crítica sobre como a elaboração de um orçamento responsável afetará a
Estratégia de Marketing, Análise Setorial e as Operações dos seus Empreendimentos Sociais. Na
planificação das suas Folhas de Orçamento, os grupos vão ter que estimar os valores financeiros
com base em hipóteses razoáveis.

Método
1. Peça aos participantes para se juntarem ao seu grupo de projeto e escolherem um "líder" para o
seu grupo para esta atividade.
2. Dê a cada grupo uma folha de papel e uma caneta/lápis (e uma borracha).
3. Informe os grupos que devem planificar e elaborar uma folha de orçamento para os seus
empreendimentos sociais e o "líder" deve preencher a folha de orçamento.
4. Peça aos grupos para começarem com o rendimento dos seus empreendimentos sociais.
5. Trata-se do dinheiro necessário para começar com o empreendimento social e para geri-lo
corretamente.
6. Este dinheiro pode vir de subsídios, presentes, empregos a tempo parcial, doações, bolsas,
empréstimos, etc.
7. Se não houver dinheiro suficiente para o empreendimento social, os grupos devem pensar nos
meios possíveis para gerar fundos necessários ou receber a doação de bens ou serviços.
8. Em seguida, peça aos grupos para considerarem todas as despesas para os seus
Empreendimentos Sociais.
• Isto deve incluir o dinheiro gasto com as necessidades do projeto:
• Aquisição de recursos, equipamentos, materiais e fornecimentos.
• Os custos de transporte.
• Os custos de marketing.
9. Depois de terem feito isso, os grupos devem anotar todas as poupanças
• Isso pode tratar-se do dinheiro que os membros do grupo já têm e querem investir no seu
Empreendimento Social/Financeiro.
10. Finalmente, os grupos devem calcular o rendimento total, as despesas totais e as poupanças
disponíveis totais para os seus empreendimentos sociais.
• Se os grupos tiverem um excedente orçamental, devem decidir se querem comprar mais
recursos para o projeto, investir na comunidade para criar um impacto social, partilhar com
outros grupos ou poupá-lo.
• Se os grupos tiverem um défice orçamental, devem rever as suas folhas de orçamento após a
sessão ou encontrar mais recursos.
11. Dê feedback para ajudar os grupos que enfrentam dificuldades com as suas folhas de
orçamento.

Atividade 2: : Folha de Orçamento para o Empreendimento Financeiro


Nesta atividade, os grupos vão praticar a elaboração de uma Folha de Orçamento para os seus
25-30 m Empreendimentos Sociais.
Uma vez que o dinheiro desempenha um papel importante em qualquer empreendimento, os grupos

222
devem refletir de forma crítica sobre como a elaboração de um orçamento responsável afetará a

04. Planificação e Orçamentação do teu Empreendimento


Estratégia de Marketing, Análise Setorial e as Operações dos seus Empreendimentos Financeiros.
Na planificação das suas Folhas de Orçamento, os grupos vão ter de estimar os valores financeiros
com base nas hipóteses razoáveis.

Método
1. Peça aos participantes para se juntarem ao seu grupo de projeto e escolherem um "líder" para o
seu grupo para esta atividade.
2. Dê a cada grupo uma folha de papel e uma caneta/lápis (e uma borracha).
3. Informe os grupos que devem planificar e elaborar uma Folha de Orçamento para os seus
empreendimentos financeiros e o "líder" deve preencher a Folha de Orçamento.
4. Peça aos grupos para começarem com o rendimento dos seus Empreendimentos Financeiros.
• Trata-se do dinheiro necessário para começar com o Empreendimento Financeiro e para geri-
lo corretamente.
• Isto vai incluir o seu capital inicial, os primeiros fundos ​​para começar o empreendimento. Isto
pode incluir o dinheiro recebido de subsídios, presentes, empregos a tempo parcial, doações,
bolsas, etc. No entanto, os participantes devem manter contas diferentes para separar os seus
fundos pessoais dos fundos do empreendimento. É fortemente aconselhável informá-los de
não usar mais tarde os seus fundos pessoais para subsidiar o empreendimento financeiro.
• Se não houver dinheiro suficiente para o Empreendimento Financeiro, os grupos devem
pensar nos meios possíveis para gerar fundos necessários.
• Uma vez que o empreendimento comece a ser desenvolvido, a Folha de Orçamento deve
também incluir o dinheiro gerado pelo Empreendimento Financeiro (ou seja, a receita
recebida da venda de produtos e/ou serviços). Atenção Pode ser útil explicar que ‘receita’ é
o dinheiro total recebido de vendas e outras atividades financeiras, enquanto o “lucro” é o
excesso de dinheiro menos todas as despesas.
• Garanta que os participantes compreendem os seguintes termos:
• Capital: fundos iniciais, empréstimos e bolsas utilizadas para apoiar o empreendimento
antes que seja rentável.
• Receita: o dinheiro ganho através do empreendimento.
• Despesas: os custos gerados pelo empreendimento.
• Lucro: O dinheiro que resta depois de todas as despesas estarem pagas (equivalente ao
facto de ter 'excedente' orçamental). Receitas recebidas menos as despesas.
5. Em seguida, peça que os grupos considerarem todas as despesas para os seus empreendimentos
financeiros.
• Isto deve incluir o dinheiro gasto com as necessidades do projeto:
• Aquisição de recursos, equipamentos, materiais e fornecimentos.
• Os custos de produção.
• Os custos de transporte.
• Os custos de marketing.
• Os custos de trabalho.
6. Depois de terem feito isso, os grupos devem anotar todas as poupanças
• Se for apropriado, poderia tratar-se do dinheiro que os membros do grupo já têm e querem
investir no seu Empreendimento Financeiro.
7. Finalmente, os grupos devem calcular o rendimento total, as despesas totais e as poupanças
disponíveis totais para os seus Empreendimentos Financeiros.
• Se os grupos tiverem um excedente orçamental, podem decidir o que fazer com ele: se vão
investir no negócio, poupá-lo, investi-lo na comunidade para criar um impacto, ou gastá-lo.
• Se os grupos tiverem um défice orçamental, devem rever as suas Folhas de Orçamento após a
sessão.
8. Dê feedback para ajudar os grupos que enfrentam dificuldades com as suas folhas de
orçamento.

223
REFLETir
Método
1. Reveja as palavras-chave do vocabulário:
• Orçamento
• Excedente Orçamental
• Défice Orçamental
• Capital
• Despesas
• Rendimento
• Lucro
2. Reveja as quatro etapas da elaboração de Folha de Orçamento e peça aos participantes para as
explicarem.
3. Reveja todas as folhas de orçamento dos grupos e incentive discussões mais profundas com a
ajuda das seguintes perguntas:

Opção 1: Folha de Orçamento do Empreendimento Social


• Quanto é que vai custar para executar o Empreendimento Social como planeado?
• De onde é que virá o dinheiro?
• Como é que o grupo vai conseguir mais dinheiro para gerir o Empreendimento Social?
• Quais são as despesas detalhadas do Empreendimento Social?
• Existe algum produto não essencial na Folha de Orçamento?
• O Empreendimento Social tem um excedente ou défice orçamental?

Opção 2: Folha de Orçamento do Empreendimento Financeiro


• Quanto é que vai custar para executar o Empreendimento Financeiro como planeado?
• O Empreendimento Financeiro está a vender um produto ou serviço à comunidade?
• Como é que o Empreendimento Financeiro vai continuar a gerar lucros?
• Quanto tempo é que o Empreendimento Financeiro vai continuar a funcionar?
• Quem são os clientes-alvo?
• Como é que o grupo vai convencer os clientes a lhes comprarem, em vez de ser à sua
concorrência?
• Existem recursos adicionais necessários para desenvolver ainda mais o empreendimento
financeiro?
• O Empreendimento Financeiro tem um excedente ou défice orçamental?
• Quanto é que o grupo prevê poupar?
• Como é que o grupo vai finalmente utilizar o dinheiro que poupou?

Termine a sessão mencionando brevemente que a próxima sessão será sobre juntar todo para que
cada grupo consegue apresentar o seu Empreendimento Sociai/Financeira para o resto do grupo.

TRABALHO DE PROJETO
• Peça aos participantes para começarem a prepararem o seu Empreendimento Social/
Financeiro para uma apresentação na seguinte sessão.
• Como a próxima sessão requer alguma preparação, pode ser necessário explicar brevemente
o plano da próxima sessão aos participantes e peça-lhes para prepararem as suas
apresentações com antecedência.

224
04. Planificação e Orçamentação do teu Empreendimento
4.8
Lançar a
Minha Proposta
Agora que os grupos aplicaram os objetivos SMART; considerados
os pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças;
delinearam um Plano de Negócios; estruturaram um cronograma
do projeto com papéis e conceberam um Plano de Orçamento para
os seus Empreendimentos Sociais/Financeiros, a última etapa é
apresentar o seu Empreendimento Social/Financeiro para aqueles
que querem investir nele, seja com trabalho voluntário ou através
do apoio financeiro.
Nesta sessão, cada grupo vai praticar a apresentar o seu
Empreendimento Social/Financeiro ao resto do grupo e aos
especialistas externos, que vão avaliar a qualidade e dar feedback
sobre as oportunidades de sucesso dos Empreendimentos Sociais/
Financeiros. Esta sessão deve revelar-se muito estimulante, dado
que os grupos serão capazes de demonstrar o impacto que desejam
na sua comunidade e receber feedback de outros agentes de
mudança no grupo.
Objetivos de Aprendizagem
No final desta sessão, os participantes vão:
1. Apresentar os seus Empreendimentos Sociais/Financeiros aos seus colegas.
2. Receber feedback sobre a qualidade da apresentação.
3. Rever e realizar os ajustes necessários às suas propostas.

Aprendizagem chave
• Às vezes, um agente de mudança necessita de falar à frente dos outros.
• Os jovens podem apresentar Empreendimentos Sociais/Financeiros convicentes para obter o apoio de outros.
• Todos os projetos têm pontos fortes e nenhum projeto é perfeito.
• A criação de uma proposta de projeto para apresentar a potenciais apoiantes do empreendimento.

225
Materiais Necessários
• Opção 1: Lápis, borrachas, tesouras.
• Opção 2: Lápis, borrachas, tesouras.

Informação para o facilitador


• Para a Opção 1, peça a especialistas da comunidade para participarem como juízes para cada
apresentação de grupo. Estes convidados deverão dar feedback a cada grupo e participar na
discussão.
• Pode ser útil fornecer antecipadamente os pontos-chave desta sessão para os jovens, para que
possam preparar as suas apresentações.
• Devido ao tempo necessário para a preparação e a apresentação, esta sessão irá precisar de ser
mais longa do que o normal, ou deverá estar separada em duas sessões de reuniões do clube.
• Isto deve ser a ocasião para celebrar o trabalho e a criatividade dos participantes.

Explorar e Pensar:

Início: Propostas

15-20 m
Método
1. Reveja brevemente o que foi tratado durante a sessão anterior, o Orçamento.
• Reveja as palavras-chave do vocabulário.
• Peça aos participantes para explicarem as quatro etapas da elaboração de uma Folha de
Orçamento.
2. Informe ao grupo que irá apresentar os seus planos de negócios na forma de uma proposta e
explique-lhes o que significa "Proposta":
• Uma Proposta de Empreendimento é um resumo do Plano de Negócio do grupo que é
apresentada às pessoas que gostariam de se tornar investidores.
• Essas pessoas podem dar apoio financeiro ou voluntário para a causa do grupo.
3. Peça aos grupos para se focarem e resumirem os seguintes elementos dos seus planos de
negócios:
• Descrição - introdução sobre a identidade do grupo e do seu empreendimento.
• Estratégia de Marketing - como fazer com que as pessoa se interessem no empreendimento
social/financeiro.
• Análise setorial - pesquisa a mostrar como o Empreendimento Social/Financeiro fará a
diferença.
• Operações - descrição da estrutura e operações do Empreendimento Social/Financeiro.
• Finanças - custos de funcionamento do Empreendimento Social/Financeiro e o dinheiro que é
recebido.
4. Informe o grupo que devem falar brevemente sobre cada elemento e que haverá a necessidade
de se referir às suas notas da Aula 5: Plano de Negócios.
5. Peça aos grupos para atribuirem a cada membro uma parte a apresentar oralmente:
• Cada membro deve sentir-se envolvido, valorizado e igualmente comprometido com o
Empreendimento Social/Financeiro.
• Os membros podem utilizar notas de ponto quando falarem, se for necessário.

226
6. Informe os grupos que devem ser claros sobre todos os elementos do seu Empreendimento

04. Planificação e Orçamentação do teu Empreendimento


Social/Financeiro.
• Precisa ser bem planificado.
• Os papéis devem ser claramente definidos.
7. Certifique-se que os participantes compreendem bem que o objetivo da proposta é convencer
aqueles que os ouvem a reagir e a contribuir ativamente no seu Empreendimento Social/
Financeiro. É então necessário:
• Inspirar as pessoas a quererem apoiar a causa do grupo. (Sugerir-lhes contar uma ou duas
histórias sobre por que o grupo acredita neste Empreendimento Social/Financeiro).
• Incluir os principais fatores que permitirão o sucesso do Empreendimento Social/Financeiro.
• Ser claro e conciso.
8. Finalmente, informe os grupos que as suas propostas de empreendimentos sociais/financeiros
devem durar entre 5-10 minutos.

Investigar e Agir:
Escolha uma das seguintes atividades:

Opção 1: Júri de Propostas do Empreendimento


Para esta atividade, dê as boas-vindas e faça as apresentações de cada convidado "especialista"
60-90 m antes que os grupos façam a sua apresentação e explique o papel que ele desempenha na
comunidade. Informe os participantes de que estes especialistas vão avaliar cada apresentação do
grupo do Empreendimento Social/Financeiro e dar feedback.

Esta atividade será uma ótima maneira para os grupos terem feedback real de especialistas da
comunidade para ver se o seu Empreendimento Social/Financeiro é realista.

Tem em atenção que esta atividade é muito maior do que o normal, porque dá-se tempo aos grupos
para prepararem a sua apresentação e, em seguida, cada grupo faz a sua.

Método
1. Peça aos participantes para se juntarem ao seu grupo de projeto e escolherem um "líder" para o
seu grupo para esta atividade.
2. Dê a cada grupo uma folha de papel, caneta/lápis (e borracha). Dê-lhes também um par de
tesouras, de modo que eles possam fazer cartões para as suas apresentações.
3. Informe os grupos que terão cerca de 25 minutos para preparar as suas propostas usando os
elementos do seu Plano de Negócios:
• Descrição do Empreendimento Social/Financeiro
• Análise Setorial
• Operações
• Finanças
4. Enquanto estão a fazer isto, passe por cada grupo para verificar como é que esta a correr,
oferecendo-lhes sugestões, respondendo às perguntas, fazendo comentários e elogiando.
5. Incentive os participantes a memorizarem o essencial da sua apresentação, mas sublinhe o facto
de que também podem fazer anotações para usar como lembretes na sua apresentação.
6. Finalmente, peça a cada grupo para apresentar a sua Proposta do Empreendimento Social/
Financeiro (dentro do prazo estipulado de 5-10 minutos cada um) e peça aos especialistas para
darem o seu feedback após cada apresentação.

227
Opção 2: Proposta de Empreendimento de Grupo
O objetivo desta atividade é reunir dois grupos para fornecerem mais detalhes sobre os seus
40-45 m Empreendimentos Sociais/Financeiros. Os grupos podem oferecer sugestões e comentários sobre a
forma de melhorar os Empreendimentos Sociais/Financeiros. Esta é uma ótima maneira de obter
uma nova perspectiva de pessoas externas ao grupo.

Método
1. Peça aos participantes para se juntarem ao seu grupo de projeto e escolherem um "líder" para o
seu grupo para esta atividade.
2. Dê a cada grupo uma folha de papel, caneta/lápis (e borracha). Dê-lhes também um par de
tesouras, de modo que eles possam fazer cartões para as suas apresentações.
3. Informe os grupos que terão cerca de 25 minutos para preparar as suas propostas usando os
elementos do seu Plano de Negócios:
• Descrição do Empreendimento Social/Financeiro
• Análise Setorial
• Operações
• Finanças
4. Incentive os participantes a memorizarem o essencial da sua apresentação, mas sublinhe o facto
de que também podem fazer anotações para usar como lembretes na sua apresentação.
5. Após 25 minutos, peça aos grupos para formarem pares com outro grupo e cada grupo deve
apresentar a sua Proposta ao grupo do seu par.
6. Depois de terem feito isso, peça aos grupos para se fazerem perguntas uns aos outros,
oferecerem sugestões e fazerem comentários sobre os pontos fracos.
7. Enquanto estão a fazer isto, passe por cada grupo para verificar como é que está a correr,
oferecendo-lhes sugestões, respondendo às perguntas, fazendo comentários e elogiando.

Refletir

Método
1. Peça a cada grupo para refletirem numa lista de organizações e pessoas que possam contactar e
apresentar a sua Proposta de Empreendimento Social/Financeiro para obter apoio. Incentive-os
10-15 m
a refletirem em organizações que possam fornecer apoio financeiro e outras formas de apoio,
tais como: o apoio voluntário ou apoio em espécie (por exemplo, transporte gratuito, lugares
de reunião ou serviços de impressão). Incentive cada grupo a anotar pelo menos três nomes e
comprometerem-se a apresentar a sua Proposta de Empreendimento Social/Financeiro.
2. Realize uma discussão de grupo sobre as apresentações das Propostas de Empreendimento
Social/Financeiro, usando as seguintes perguntas como guia, se for necessário. Incentive os
participantes a realizarem a discussão por eles mesmos.
• As propostas foram convincentes?
• Estavam inspirados?
• Quais as melhorias que podem ser feitas?
• Os grupos têm uma sólida compreensão das necessidades que pretendem satisfazer?
• Os grupos pesquisaram o domínio no qual pretendem fazer a diferença?
• Quais foram as metas e objetivos, e foram eles SMART?
• As finanças dos grupos estavam bem organizadas?
• Havia pontos fracos e ameaças juntamente com as suas soluções?

228
04. Planificação e Orçamentação do teu Empreendimento
• Quais oportunidades estavam disponíveis e não foram mencionadas?
• Qual foi a eficácia das Estratégias de Marketing?
• Os prazos específicos foram estabelecidos?
• Qual é a probabilidade de sucesso dos grupos?
3. Termine a sessão mencionando que as próximas duas sessões serão exemplos de
empreendimentos sociais/financeiros de outros estudantes no programa Aflateen.

229
230
SECÇÃO 05

Exemplos de
Empreendimentos
Sociais e Financeiros
Objetivos do Módulo
No final deste módulo, os participantes devem ser capazes de:

• Identificar traços de sucesso dos Empreendimentos Sociais e Financeiros.


• Modelar os seus próprios Empreendimentos Sociais ou Financeiros após outros projetos
bem-sucedidos de Aflateen.

Financeiros
Sociais e
Este módulo fornece exemplos de empreendimentos sociais e financeiros. As duas sessões
foram concebidas para permitir aos participantes fazerem uma avaliação crítica e inspirar-se
noutros empreendimentos Aflateen. Os exemplos fornecem guias potenciais que podem ser
seguidos para vários tipos de empreendimentos.
05.
Exemplos de Empreendimento Social e Financeiro
5.1
EMPREENDIMENTOS
Socias
Um empreendimento social é um empreendimento cujo objetivo é
trazer mudanças positivas num ambiente em que as necessidades
básicas não estão satisfeitas. os agentes de mudança estão cientes
das questões e problemas que os rodeiam. Assim, são capazes
de identificar essas questões e fazer projetos para resolvê-las. Ao
escolherem as questões a abordar e a resolver, os participantes
podem atingir o seu pleno potencial para fazer uma diferença nas
suas comunidades.

Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes vão:


1. Compreender os elementos de um exemplo de um Empreendimento Social e por que foi bem-sucedido.
2. Discutir os principais fatores internos e externos do Empreendimento Social.

Aprendizagem chave
• Dar aos grupos um modelo para que compreendam melhor o que aprenderam.
• Perceber que os empreendimentos sociais são iniciados em todo o mundo, com diferentes metas e soluções
para os problemas sociais.

233
Materiais Necessários

• Inicial: Cópias do estudo de caso Empreendimento Social de Lesoto; marcador.


• Atividade Principal: Cópias dos cinco elementos do Plano de Negócios; cópias do estudo de caso
do Empreendimento Social das Filipinas; flipchart com o gráfico da análise SWOT.

Informações para o facilitador


• Esta sessão irá apresentar um exemplo de um Empreendimento Social aos participantes para
verem como outros agentes de mudança estão a fazer uma diferença noutras partes do mundo.
• Para a Atividade Principal, tire cópias dos cinco elementos do Plano de Negócios, de modo
que haja suficientes para cada grupo. Se não houver uma fotocopiadora disponível, escreva os
elementos no papel.
• Se o papel for limitado, escreva os estudos de casos do Empreendimento Social no flipchart, ou
leia-os em voz alta aos grupos.
• Pode ser uma boa ideia elaborar o gráfico de Análise SWOT num flipchart (da Aula 4 da
“Planificação e Orçamento”) antes da sessão, para que os participantes possam referir durante a
atividade principal.
• As palavras em itálico dentro dos estudos de caso destacam os principais pontos para a análise
SWOT.

Explorar e Pensar

Início: Exemplo de Empreendimento Social

10-15 m
Método

1. Escreva "Empreendimento Social" no flipchart.


2. Peça aos participantes para discutirem o que acham que isso significa.
3. Peça aos participantes para adivinharem a relação entre as duas palavras:
• "Social" = pessoas, grupos, sociedade, comunidade.
• "Empreendimento" = empresa, negócio, projeto, programa, plano.
4. Faça aos participantes as seguintes perguntas:
• Qual seria o prepósito de um Empreendimento Social?
• Quais são alguns exemplos de Empreendimentos Sociais podem citar?
• Existem Empreendimentos Sociais na vossa comunidade?
5. Peça aos participantes para se reunirem nos seus grupos e dê a cada grupo uma cópia do
Empreendimento Social de Reciclagem em Lesoto.
6. Peça a diferentes voluntários para cada um ler uma das seguintes secções em voz alta ao resto
do grupo, uma após a outra:
• Descrição
• Estratégia de Marketing
• Análise Setorial
• Operações
• Finanças

234
7. Depois de terem feito isso, peça ao grupo para rever o estudo de caso, utilizando as seguintes

05.
perguntas como guia:
• Este Empreendimento Social funcionaria na vossa comunidade?

Exemplos de Empreendimento Social e Financeiro


• Quais são as outras formas de economizar dinheiro, para ir à escola na vossa comunidade?
• Ao reciclar, de que outra forma é que os participantes estão a fazer uma diferença?
• Existem pontos fracos ou ameaças que podem afetar este Empreendimento Social?
• Se dinheiro não fosse doado a este grupo, como poderiam obter bicicletas e carrinhos para
recolher os resíduos recicláveis?

Investigar e Agir:

Debate Empreendimento Social: Salvar a Baía

25-30 m
Método
1. Comece por informar os participantes de que, para esta atividade, vão estar concentrados nos
cinco dos seis elementos do Plano de Negócios:
• Descrição
• Estratégia de Marketing
• Análise Setorial
• Operações
• Finanças
2. Dê a cada grupo uma cópia dos cinco elementos do Plano de Negócios, uma cópia do estudo de
caso do Empreendimento Social "Salvar a Baía", papel e caneta/lápis.
3. Peça a diferentes voluntários para cada um ler, em voz alta, uma das secções ao resto do grupo,
uma após a outra.
4. Peça aos participantes para resumirem o conteúdo do estudo de caso e por que seria
importante resolver tal problema social.
5. Depois de terem feito isso, oriente os participantes através de cada elemento, utilizando as
seguintes perguntas como guia (isto deve demorar 10-15 minutos):
• Descrição
• Como é que o plano dos jovens resolveria o problema?
• Como é que essas tarefas poderiam ser divididas mais eficazmente entre os jovens?
• Estratégia de Marketing
• De que forma poderiam chamar a atenção da comunidade?
• Análise Setorial
• O que fariam os jovens se tivessem concorrência de outro empreendimento?
• Operações
• Quais são outras formas de angariar dinheiro?
• Como essas tarefas poderiam ser divididas mais eficazmente entre os jovens?
• Finanças
• Qual foi a atividade de captação de recursos que provavelmente gerou mais dinheiro?
Porquê?
6. Em seguida, dê aos grupos 10 minutos para fazerem uma análise SWOT (apresente o gráfico da
análise SWOT que preparou antes da sessão para os participantes a verem).
7. Enquanto estão a fazer isto, passe por cada grupo para verificar como é que está a correr,
oferecendo-lhes sugestões, respondendo às perguntas, fazendo comentários e elogiando.

235
Refletir

Método
1. Peça a cada grupo para apresentar a sua análise SWOT do estudo de caso do Empreendimento
Social ao resto da turma.
10-15 m 2. Os participantes devem discutir a análise SWOT de cada grupo, usando as seguintes perguntas
como guia:
• Se fizessem parte deste Empreendimento Social, o que fariam para o melhorar?
• Este Empreendimento Social funcionaria na vossa comunidade? Se sim, como?
• Como é que os pontos fracos podem ser transformados em pontos fortes?
• Quais são outros exemplos de atividades de angariação de fundos para recolher dinheiro?
• Como os pontos fracos podem ser transformados em pontos fortes?
• Quem mais da comunidade poderia ajudar no Empreendimento Social?
• Quais são os pontos fortes que se podem transformar em oportunidades?
• Quais são as ameaças que podem vir de pontos fracos?

Lição 1: Atividade Inicial do Estudo de Caso do Empreendimento Social


Reciclagem para a Educação
Lesoto

Descrição
• Os jovens (com idades entre 17 e 25 anos) em Lesoto identificaram um problema social na sua
comunidade:
• Eles não se podiam dar ao luxo de frequentar escolas técnicas ou regulares, devido à falta
de dinheiro.
• O seu objetivo era visitar empresas e famílias da sua comunidade para recolher resíduos
recicláveis ​​e, em seguida, levá-los para a fábrica de reciclagem local em troca de dinheiro.
• Quanto mais resíduos recicláveis recolhiam, mais dinheiro tinham para as suas necessidades
financeiras para frequentar a escola.

Estratégia de Marketing
• Os grupos tiveram uma sólida compreensão das necessidades que eles tinham intenção de
satisfazer em Lesoto.
• Eles também fizeram cartazes e colocaram-nos na sua comunidade, para que as pessoas
conhecessem os seus projetos.
• Eles também fizeram cartazes e colocaram-nos na sua comunidade, para que as pessoas
conheçam os projetos.

Análise Setorial
• O grupo entrevistou as pessoas sobre a necessidade de melhores métodos de reciclagem.
• Os camiões não foram capazes de recolher resíduos recicláveis ​​de empresas e lares.
• O grupo não estava em concorrência com outro Empreendimento Social, por isso não havia
necessidade de fazer alterações no Plano de Negócios.

Operações
• O grupo usou o dinheiro doado por outros Empreendimentos Sociais da comunidade para
comprar carros e bicicletas usados (oportunidade).

236
• Eles visitaram empresas e famílias, recolheram lixo reciclável, e levaram ao centro de

05.
reciclagem.
• Incentivado por um sistema de pontos, os jovens foram inspirados a visitar mais empresas e

Exemplos de Empreendimento Social e Financeiro


famílias para recolher mais lixo reciclável, a fim de ganhar mais dinheiro para a educação e
abastecimento.

Finanças
• Os jovens foram capazes de fazer um orçamento para si mesmos e para economizar dinheiro
suficiente para frequentar escolas técnicas e regulares da sua comunidade.

Lição 2: Atividade Principal do Estudo de Caso do Empreendimento Social


Salvar a Baía
Filipinas

Descrição
• Vinte e cinco jovens de Manila, nas Filipinas, identificaram um problema social na sua
comunidade:
• O maior lago de água doce do país sofria de problemas ambientais. Isto inclui:
• Poluição
• Inundação
• Erosão
• Espécies invasoras

• Os efeitos destes problemas significavam que:


• Era difícil beber a água.
• As casas vizinhas estavam a ser danificadas.
• Foi prejudicial aos peixes.

• Esta última questão resultou no facto de haver menos peixe para vender, o que, por sua vez,
tinha repercussões nos pescadores e nos vendedores de peixe locais, pois dependiam do lago
como primeira fonte de rendimento.

• Então os jovens definiram um objetivo para plantar árvores ao longo do lago, para ajudar a
prevenir a erosão do solo.

Estratégia de Marketing
• Os jovens tiveram uma sólida compreensão das necessidades que tinham intenção de satisfazer,
em Manila.
• Eles informaram a comunidade dos seus planos de ação através de:
• Entrevistas com pessoas da comunidade.
• Cartazes para o concerto da comunidade, bem como o seu concurso comunitário de talentos
e de fotografia.
• Os jovens criaram o seu próprio blog online para partilharem as suas experiências e
sensibilizarem as pessoas.

Análise Setorial
• Os jovens entrevistaram os moradores da comunidade para aprender de que forma o problema
os afetou.

237
• Os moradores reclamaram da falta de peixe como fonte de rendimento e das inundações.
• Os jovens não estavam em concorrência com outro Empreendimento Social, por isso não havia
necessidade de fazer alterações no Plano de Negócios.
Operações
• Para angariar dinheiro para comprar plantas para o lago, os jovens:
• Venderam guloseimas à comunidade.
• Organizaram um concerto comunitário.
• Organizaram um concurso de talentos e de fotografia.
• Com o dinheiro economizado das suas atividades de angariação de fundos, os jovens
compraram plantas de um viveiro local e plantaram-nas à volta do lago para evitar a erosão.

Finanças
• O objetivo dos jovens era fazer um orçamento e poupar dinheiro suficiente para pagar as
plantas a serem colocadas à volta do lago comunitário.
• Tinham três atividades de angariação de fundos:
• A venda de guloseimas.
• A realização de um concerto comunitário.
• A organização de um concurso de talentos e fotografia.

238
05.
Exemplos de Empreendimento Social e Financeiro
5.2
Empreendimentos
Financeiros
Um Empreendimento Financeiro é uma empreendimento cujo
objetivo é gerar um lucro financeiro, que pode então ser usado para
melhorar as condições de vida dos trabalhadores e os proprietários
da empresa ou pode ser investido numa causa social. A estrutura
geradora de lucro do Empreendimento Financeiro é o que o
diferencia de um Empreendimento Social.

Objetivos de Aprendizagem

No final desta sessão, os participantes vão:


1. Compreender os elementos de um exemplo de Empreendimento Financeiro e como chegou ao sucesso.
2. Discutir os principais fatores internos e externos do Empreendimento Financeiro.

Aprendizagem chave

• Dar aos grupos um modelo para que compreendam melhor o que aprenderam.
• Entender que os Empreendimentos Financeiros são iniciados em todo o mundo, com objetivos e soluções
diferentes para
as questões sociais.

Materiais Necessários
• Início: Cópias do caso de estudo do Empreendimento Social da Indonésia; marcador.
• Atividade Principal: Cópias dos cinco elementos do Plano de Negócios; cópias do estudo de caso
do Empreendimento Financeiro El Salvador ; flipchart com um gráfico da análise SWOT.
• Orçamentar antes da sessão para que os participantes possam consultá-lo durante a atividade
principal
• As palavras em itálico dentro dos estudos de caso destacam pontos que são relevantes para a
análise SWOT.

239
Informações para o facilitador
• Esta sessão irá apresentar um exemplo de um Empreendimento Financeiro aos participantes
para verificarem como outros agentes de mudança estão a fazer uma diferença em outras
partes do mundo.
• Para a Atividade Principal, tire cópias dos cinco elementos do Plano de Negócios, de modo
que haja suficientes para cada grupo. Se não houver uma fotocopiadora disponível, escreva os
elementos no papel.
• Se o papel for limitado, escreva os estudos de caso do Empreendimento Financeiro no flipchart
ou leia-os em voz alta aos grupos.
• Pode ser uma boa ideia elaborar o gráfico da análise SWOT num flipchart (da Aula 4 de
“Planificação e Orçamento”), antes da sessão para que os participantes possam referir-se a ele
durante a Atividade Principal.
• As palavras em itálico dentro dos estudos de caso destacam pontos que são relevantes para a
análise SWOT.

Explorar e Pensar:

Início: Exemplo de um Empreendimento Financeiro

10-15 m
Método
1. Escreva "Empreendimento Financeiro" no flipchart.
2. Peça aos participantes para discutirem o que acham que isso significa.
3. Peça aos participantes para adivinharem a relação entre as duas palavras:
4. "Financeiro" = dinheiro, líquido.
5. "Empreendimento" = empresa, negócio, projeto, programa, plano.
6. Qual poderia ser o prepósito de um Empreendimento Financeiro?
• Qual poderia ser a razão de ser um Empreendimento Financeiro?
• Quais são alguns exemplos de Empreendimentos Financeiros?
• Existem Empreendimentos Financeiros na vossa comunidade?
7. Peça aos participantes para se juntarem aos seus grupos e dê a cada grupo uma cópia do estudo
de caso do Empreendimento Financeiro da Indonésia.
8. Peça a diferentes voluntários para cada um ler uma das seguintes secções em voz alta ao resto
do grupo, uma após a outra:
• Descrição
• Estratégia de Marketing
• Análise Setorial
• Operações
• Finanças
9. Depois de terem feito isso, peça ao grupo para rever o estudo de caso, utilizando as seguintes
perguntas como guia:
• Este Empreendimento Financeiro funcionaria na vossa comunidade?
• Conhecem outros produtos que possam ser fabricados a partir do ambiente sem gastar
dinheiro?
• Verificam pontos fracos ou ameaças que possam afetar este Empreendimento Financeiro?
• A quem mais na comunidade os alunos poderiam vender as suas vassouras e pratos?

240
Investigar e Agir:

05.
Exemplos de Empreendimento Social e Financeiro
Empreendimento Financeiro: Negócio Inovador para a Sociedade

25-30 m Método
1. Comece por informar os participantes de que, para esta atividade, vão estar concentrados nos
cinco dos seis elementos do Plano de Negócios:
• Descrição
• Estratégia de Marketing
• Análise Setorial
• Operações
• Finanças
2. Dê a cada grupo uma cópia dos cinco elementos do Plano de Negócios, uma cópia do estudo de
caso do Empreendimento Financeiro "Negócio Inovador para a Sociedade", papel e caneta/lápis.
3. Peça a diferentes voluntários para cada um ler, em voz alta, uma das secções ao resto do grupo,
uma após a outra.
4. Peça aos participantes para resumirem o conteúdo do estudo de caso e da relação entre as
estruturas geradoras de lucro do empreendimento e os seus efeitos sociais diretos ou indiretos.
5. Depois de terem feito isso, oriente os participantes através de cada elemento, utilizando as
seguintes perguntas como guia (isto deve demorar 10-15 minutos):
• Descrição
• O que é particularmente criativo ou original no vosso empreendimento?
• Estratégia de Marketing
• De que forma poderiam chamar a atenção da comunidade?
• Análise Setorial
• O que fariam os jovens se tivessem concorrência de outro empreendimento?
• Qual seria a outra forma criativa de aumentar as vendas?
• Operações
• Como se organizaram em equipa para atingir os objetivos do empreendimento?
• Finanças
• De que forma utilizaram as aulas do programa de ensino Aflateen nas suas finanças?
6. Em seguida, dê aos grupos 10 minutos para fazerem uma análise SWOT (apresente o gráfico da
análise SWOT que preparou antes da sessão para os participantes a verem).
7. Enquanto estão a fazer isto, passe por cada grupo para verificar como é que está a correr,
oferecendo-lhes sugestões, respondendo às perguntas, fazendo comentários e elogiando.

241
Refletir

Método
1. Peça a cada grupo para apresentar a sua análise SWOT do estudo de caso do Empreendimento
10-15 m
Financeiro ao resto da turma.
2. Os participantes devem discutir a análise SWOT de cada grupo, usando as seguintes perguntas
como guia:
• Se fizessem parte deste Empreendimento Financeiro, o que fariam para o melhorar?
• Este Empreendimento Financeiro funcionaria na vossa comunidade? Se sim, como?
• Como responderiam à concorrência de outro Empreendimento Financeiro?
• Quais são outros exemplos de atividades de angariação de fundos para recolher dinheiro?
• Como é que os pontos fracos podem ser transformados em pontos fortes?
• Quem mais da comunidade poderia ajudar o Empreendimento Financeiro?
• Quais são os pontos fortes que se podem transformar em oportunidades?
• Quais são as ameaças que podem vir de pontos fracos?

Lição 1: Atividade Inicial do Estudo de caso do Empreendimento Financeiro


Vender para material escolar
Indonésia

Descrição
• Vinte a trinta jovens na Indonésia identificaram um problema social na sua comunidade:
• A sua escola não tinha meios para comprar material escolar para ajudar no ensino dos alunos.
• O seu objetivo era criar um Empreendimento Financeiro e utilizar as suas habilidades e talentos
para fabricar vassouras e pratos que poderiam depois vender aos seus pais e aos vizinhos para
terem dinheiro para comprar material escolar.
• Os jovens reuniram materiais locais, incluindo cocos e palhas da floresta para criar vassouras e
pratos.

Estratégia de Marketing
• Os jovens tiveram uma sólida compreensão das necessidades que tinham a intenção de
satisfazer na Indonésia.
• Eles visitaram empresas e lares para partilhar o objetivo do seu Empreendimento Financeiro.

Análise Setorial
• Os jovens entrevistaram os alunos da sua escola sobre a falta de material escolar.
• Eles também entrevistaram pessoas da sua comunidade sobre quais eram os utensílios
domésticos que necessitavam mais.
• Eles não estavam em concorrência com outro Empreendimento Financeiro, por isso não havia
necessidade de fazer alterações no Plano de Negócios.

Operações
Os jovens usaram os seus talentos e habilidades (pontos fortes) para criar vassouras e pratos de
materiais naturais encontradas nas florestas

242
• Metade do grupo reuniria matérias-primas, e a outra metade faria as vassouras e pratos

05.
• Os jovens conseguiam fazer 10-15 vassouras e 10 pratos por semana

Exemplos de Empreendimento Social e Financeiro


• Eles então iam vender-lhos aos seus pais e vizinhos na comunidade

Finanças
• Os materiais encontrados nas florestas eram gratuitos, por isso não houve despesas
(oportunidade)
• Não houve custos de trabalho, pois os jovens fabricaram voluntariamente as vassouras e pratos.
• Os jovens venderam cada vassoura entre 3000 a 5000 rupias.
• Eles conseguiram criar um orçamento para si mesmos e economizar dinheiro suficiente para
comprar material escolar para a sua escola.
• Eles geriram as suas finanças criando uma folha de orçamento para controlar o seu rendimento
e as suas poupanças.

Lição 2: Atividade Principal do Caso de Estudo do Empreendimento Financeiro


Negócio Inovador para a Sociedade
El Salvador

Descrição
• Seis jovens de uma comunidade pobre de El Salvador fizeram parte de um programa
comunitário que coincidiu com o ensino secundário. O objetivo do programa era prepará-los
para a universidade.
• Os jovens identificaram um problema social na sua comunidade e decidiram começar o seu
próprio Empreendimento Financeiro, chamado "Negócio Inovador para a Sociedade".
• O seu objetivo era recolher 500 € para uma instituição de caridade local que ajudava a fornecer
água fresca para a comunidade, fazendo uma variedade de alimentos frescas para serem
vendidas na sua comunidade. Faziam produtos vários desde pães, sanduíches e doces a sumos
naturais e café.

Estratégia de Marketing
• O grupo teve uma sólida compreensão das necessidades que tinham a intenção de satisfazer na
sua comunidade.
• Eles informaram a comunidade do seu plano de ação, entrevistando-os.
• Beneficiaram de um forte apoio de familiares, vizinhos, professores e pessoas da comunidade,
especialmente igrejas.
• Um especialista em marketing ajudou o grupo, ensinando-lhes como comercializar os seus
produtos na comunidade.

Análise Setorial
• Os jovens pediram às pessoas da comunidade quais eram os seus alimentos preferidos.
• Descobriram que as pessoas de áreas diferentes da sua comunidade gostavam de alimentos
diferentes:
• Torradas, pupusas, conservas, cocos laminados, sanduíches, pães, pratos de frango, sumos
naturais, feijão e queijo, croissants, café, chocolates, doces, frutas frescas, sapote, nance e
charamuscas.
• Planearam vender frutas frescas e bebidas perto de áreas de atividades desportivas.
• As vendas eram previstas a aumentar devido ao calor e à falta de lojas de conveniência

243
• Os jovens não estavam em concorrência com outro Empreendimento Financeiro, por isso não
havia necessidade de fazer alterações no Plano de Negócios.

Operações
• Os jovens tinham por objetivo trabalhar juntos para cumprir as obrigações de todos para o
Empreendimento Financeiro.
• Os membros do grupo dependiam uns dos outros para se entreajudarem.
• Houve reuniões de grupo para discutir potenciais ameaças e encontrar soluções.
• Os membros dividiam-se em grupos para distribuir o trabalho de forma uniforme e vender
mais produtos na comunidade.
• Um papel era atribuído aos membros do grupo segundo os seus pontos fortes - a logística,
finanças, vendas, desenvolvimento de produtos e marketing.
• A cada duas semanas, os jovens apresentariam um relatório de progresso ao seu facilitador.
• Os relatórios bem documentados ofereceram ao grupo uma melhor compreensão do número
de produtos vendidos, lugares onde foram vendidos, despesas com matérias-primas e
rendimento gerado a partir das vendas.
• Os jovens planearam oferecer produtos da mais alta qualidade.
• A preparação de alimentos foi supervisionada.
• Os ingredientes foram comprados frescos e armazenados em frigoríficos.
• Os jovens tiveram que superar muitos desafios e ameaças:
• Eles não tinham nenhuma autorização para vender os seus produtos nalgumas áreas, por isso
as vendas diminuíram.
• Portanto, reuniram-se com o presidente da câmara para pedir permissão para vender os
seus produtos.
• Eles tinham muitas responsabilidades para além do Empreendimento Financeiro, incluindo
assistir a aulas de manhã e à tarde. Isto significava que uma parte do grupo não poderia
participar nos eventos, logo uma solução tinha de ser encontrada.
• Aqueles incapazes de participar em certos eventos precisavam de ajudar na preparação
de produtos antes de eventos ou planear assistir a um evento comercial futuro.
• Alguns facilitadores opuseram-se à venda de produtos em determinadas áreas.
• Houve um acordo para só vender produtos em salas de aula na escola.

Finanças
• Os jovens demonstraram o conhecimento e as competências necessárias para gerir as entradas
e saídas de dinheiro do seu Empreendimento Financeiro.
• Custos de suprimentos, investimentos, análise custo-benefício, rendimento, poupança.
• Eles não tinham custos de trabalho, pois os jovens fizeram os seus produtos voluntariamente.
• Eles desenvolveram o hábito de definir orçamentos para ter mais controlo sobre de que forma o
dinheiro era gasto.
• Eles estabeleceram registos de vendas rigorosos usando folhas de vendas diárias.
• Isso manteve o grupo motivado e focado nos seus objetivos financeiros.
• Todos os membros do grupo geraram um rendimento médio de 5 € por dia.
• Embora se tratasse de uma quantia diária aceitável, infelizmente não foi suficiente para os
objetivos dos seus Empreendimentos Financeiros.

244
05. Exemplos de Empreendimento Social e Financeiro

245
246
SECÇÃO 06

RECURSOS PARA
FACILITADORES

PARA FACILITADORES
RECURSOS
06. Recursos para o Facilitador
6.1
Guia do Facilitador
As Sessões não funcionam sozinhas, o programa de Educação Social
e Financeira funcionará melhor se tiver um grupo empenhado a
ficar juntos durante toda a viagem. Ter um grupo consistente ajuda
a fortalecer o vínculo e o apoio entre os participantes e melhora a
experiência de todos.

Preparação para o Programa


Comece por se inspirar! A sua inspiração e entusiasmo são contagiantes. Vão atrair participantes ansiosos e
empenhados e dar-lhes o combustível necessário para a viagem. Imagine que tem jovens que participam em
diferentes atividades para mudar as coisas como resultado deste programa! É importante ler todo o Manual
Aflateen de antemão, para que possa:

• Escolher os módulos que gostaria de abordar com os participantes, ou decidir sobre um processo para
escolher-lhos juntos.
• Vai querer ter sempre o seu módulo de aprendizagem, a lista de alunos e a folha de presenças à mão

Preparação para as Sessões


A primeira coisa a saber é que não há regras rígidas sobre como utilizar este material. Cada grupo é único e vai
encontrar o seu próprio estilo e sistema. Basta confiar que é a pessoa certa para este trabalho e que vai ser
orientado para dar aos participantes o que eles precisam.

Prepare-se para cada Sessão alguns dias antes de introduzir este material aos participantes, lendo o módulo de
aprendizagem para se certificar que está confortável e familiarizado com ele. Tome notas e destaque as passagens
que precisam de atenção especial. Há também duas opções para a Atividade Principal de cada Sessão e sugerimos
que escolha a atividade, recolha o seu material e verifique se está confortável com o conteúdo e o desenvolvimento
antes de começar.

Encorajamos que faça quaisquer modificações que lhe pareçam apropriadas ao módulo, se achar que isso vai
melhorar a aprendizagem. Também agradecemos que nos envie essas mudanças e ajustes, utilizando o Formulário
de Feedback do Programa de Ensino. Trata-se do seu grupo e da sua experiência, a sua inspiração e a sua
criatividade são fundamentais para o seu sucesso.

249
Materiais Gerais
Aqui estão alguns objetos que provavelmente vai querer ter em cada Sessão, mas que nem sempre são listados nos
materiais necessários das Sessões:

• Name tags (for the first Session at least)


• Relógio e/ou cronómetro
• Fita Adesiva
• Sino/campainha (para chamar a atenção das pessoas sem ter de gritar)
• Caderno de notas
• Canetas (canetas esferográficas e canetas coloridas grandes)
• Flipchart com papel suficiente para distribuir aos grupos participantes (para a maioria das atividades, pode
ser substituído por um quadro negro e papel normal)
• Computador e projetor (se for possível) para algumas Sessões
• Vai querer ter sempre o seu módulo de aprendizagem à mão, a lista de alunos e a folha de presenças.

Materiais Adicionais
Recomendamos fortemente aos participantes que mantenham um diário pessoal durante todo o programa.
Se possível, recomendamos que forneça isto aos participantes. Seria formidável se pudesse beneficiar de uma
doação ou reutilização de cadernos de membros da comunidade em geral. Caso contrário, pode comprar cadernos
ecológicos ou dossiês de três furos. Uma rápida pesquisa na Internet vai mostrar muitas opções disponíveis. Traga
cadernos para a primeira Sessão como parte do lançamento do curso.

Conselhos para Facilitação


Aceitar o Desafio da Mudança
Facilite, não ensine: Isto pode parecer desafiante para um educador, mas o objetivo do programa Aflateen é
basear-se na aprendizagem experiencial. Daí, o seu papel como facilitador é fazer a viagem de aprendizagem,
orientando os participantes através das atividades, fazendo perguntas e sondando o que aprenderam, em vez de
dizerem o que eles devem saber. Sinta-se livre para fazer introduções e conclusões, sublinhando a aprendizagem
chave, mas certifique-se de que os participantes têm várias oportunidades para se expressarem.

Incentive a Participação: Enquanto Facilitador, lembre-se que a participação dos jovens é fundamental para um
programa Aflateen de sucesso. Capacitar os participantes significa dar-lhes o verdadeiro controlo da direção do
programa. Essa participação pode ser reforçada, dando aos jovens um papel na escolha dos módulos para cobrir
e as principais atividades a serem realizadas. É importante manter em mente como pode incentivar a participação
em diferentes níveis do programa Aflateen e visualizar a experiência simultaneamente através de três prismas:
Os jovens enquanto beneficiários do programa, enquanto parceiros no sucesso da realização e da aprendizagem e
enquanto líderes de atividades e líderes nas suas comunidades.

Esteja preparado para estar aberto a: O programa Aflateen convida os participantes a discutir as questões da
sociedade, muitos dos temas aqui podem também desafiar as suas próprias opiniões e valores. Entendemos
que possa ser um desafio para si, mas gostaríamos de lhe pedir para dar espaço aos participantes para se
expressarem e discutirem as suas opiniões sem serem julgados. Somente quando se sentem seguros de que
podem falar sem serem julgados, vão sentir-se livres para se expressarem e se compreenderem uns aos outros.

Convide oradores de recursos: Alguns módulos podem envolver temas sensíveis (por exemplo: sexualidade,
religião e etnia). É aconselhável convidar um orador do recurso, quando for possível, para responder a quaisquer
perguntas específicas que os jovens possam ter.

Tenha cuidado: Alguns temas podem ser sensíveis, é importante ter cuidado na forma como direciona a discussão
e lida com controversias. Além disso, é importante concluir uma Sessão, dando nomes de lugares e conselhos aos
participantes para que possam, se quiserem, aprofundar as coisas.

Conecte os participantes ao mundo: A maioria dos países e das comunidades têm instituições em que as crianças
e os jovens podem pedir ajuda ou conselhos, se quiserem. Enquanto Facilitador, seria bom que pudesse dar-lhes
os nomes desses lugares. Entre as opções, pode-se pensar nos centros de aconselhamento ou serviços de
atendimento telefónico para as crianças.

250
06. Recursos para o Facilitador
Preparar o Ambiente
Dar as boas-vindas como eles são: Os jovens aprendem melhor uns com os outros com uma guia que os apoia. Trabalhar se-
gundo o seu estágio de desenvolvimento, responsabilizando-os aos seus próprios objetivos, critérios e promessas para o curso e
deixá-los divertirem-se sem perturbações.

Criar um sentimento de segurança: Para estar disposto a assumir riscos, os participantes precisam de saber que podem cometer
erros e falhar com toda a segurança. Prometer manter confidencial todas as informações partilhadas no grupo é um bom co-
meço.

Tornar divertido: Só porque o conteúdo é sério, isso não significa que o curso tenha que ser sombrio e aborrecido. As pessoas
aprendem melhor quando se estão a divertir, mesmo os adultos! Sinta-se livre para trazer humor e diversão às Sessões, os parti-
cipantes vão relaxar e assim, assumir mais riscos.

Modelar os princípios: Juntar o gesto à palavra provoca o respeito e inspira a participação. Aprendemos muitas vezes mais ven-
do as outras pessoas a fazerem do que ouvindo-as a falar.

Evitar estereótipos: É importante que esteja a trabalhar conscientemente para evitar estereótipos como também aprende junto
com os participantes. Tenha cuidado particular em tratar as mulheres jovens e homens jovens igualmente e evitar mostrar pre-
ferência ou discriminação implícita

Ser transparente: Revelar as suas próprias histórias e erros sem constrangimento cria um ambiente aberto onde todos os ou-
tros se podem exprimir com toda a segurança.

Tornar tudo o que acontece em algo positivo: Se os participantes chegarem atrasados, ou algo se parte, ou um participante
mostra-se resistente, a sua resposta pode criar mais tensão ou transformar um momento embaraçoso numa oportunidade para
se reaproximar e/ou aprender.

Realização de Exercícios
Certifique-se de que eles compreendem: Depois de dar instruções de um exercício, pergunte se há alguma questão e certifi-
que-se de que todos os participantes compreendem o que está a acontecer/devem fazer.

Primeiro, divida os grupos: Se a atividade requer formar grupos, equipas ou pares, peça aos participantes para fazerem isso
antes de lhes dar as instruções da atividade.

Explicar melhor de maneira que eles percebam: Só podemos lembrar algumas instruções de cada vez. Se há vários passos para
um exercício, dê aos participantes uma visão geral do que vão fazer e depois dê-lhes novamente as instruções quando precisa-
rem. Não espere que eles se lembrem mais do que uma instrução de cada vez. Se for possível, escreva as instruções num quadro
normal ou no flipchart.

Tempo: Use um cronómetro e diga aos participantes quando lhes restar um minuto e depois apenas alguns momentos antes que
eles precisem de concluí-lo. Se as coisas estiverem a correr bem e tiver um pouco mais de tempo disponível no programa, pode
estender a discussão, usar a outra atividade opcional em Investigar e Agir, ou adicionar uma atividade adicional.

Partilha: Sempre que os jovens criem algo, incentive-os a partilhá-lo na rede mundial de Aflateen, partilhando os seus trabalhos
na página do Facebook Aflateen ou enviando cópias para a Secretaria Aflatoun em Amesterdão.

251
Debriefs e Conversas de Grupo
Saiba em qual direção deseja ir com uma conversa e, ao mesmo tempo, seja flexível e tome a direção que o grupo
precisa de tomar num determinado momento.

Chame os participantes pelo seu nome: É importante envolver todos, mesmo que alguns participantes sejam
tímidos. Chamando os participantes pelo seu nome mostra que se importa com a sua opinião e contribuição.
Também permite que todos possam aprender a partir de uma outra perspectiva. Pode ser útil manter uma lista
de quem tem e quem não tem participado ativamente e fazer um esforço extra com os que não têm participado.

Agite a panela: Lance uma pergunta e observe as reações. Não tenha medo se não houver resposta. Às vezes leva
algum tempo para os pensamentos se formarem. Apenas reformule a pergunta e faça-a de novo. Pode brincar ao
advogado do diabo e colocar em questão as afirmações, às vezes desempenhar o papel de "facilitador ingénuo"
para verificar a compreensão das coisas e explorar outras perspectivas.

Construa sobre os comentários, fazendo perguntas que aprofundarão a conversa. Se a conversa não estiver clara
para si, provavelmente não é o único. Faça uma pergunta para clarificar as coisas (por exemplo: “Poderiam falar
mais sobre isso?”).

Seja paciente com o que pode parecer uma história ou comentário sem qualquer ligação e ouça para saber qual a
sua relevância para o curso. Faça um esforço para voltar a ligá-los aos temas do programa de ensino.

Deixe os participantes aprenderem uns com os outros: Eles são os seus próprios melhores professores. Isso
significa que pode deixar desenrolar a conversa ou um comentário durante algum tempo sem intervir. Se alguém
tiver feito um argumento pode reforçar-lho

Dicas para a aprendizagem entre pares


A aprendizagem entre pares é uma poderosa forma de permitir aos jovens aprenderem uns com os outros.
Aprender com alguém com uma idade similar ajuda os participantes a relacionarem-se com o conteúdo e a
conceber o Facilitador como um modelo realista do que eles também podem conseguir. A educação de pares
exemplifica a forte participação dos jovens e tem grandes benefícios, no entanto, também requer uma planificação
e apoio cuidadosos. Não deve ser pensado como uma solução barata e fácil às limitações de pessoal.

É importante que os educadores de pares recebam apoio e formação adequados, no início do programa e no seu
desenvolvimento. Os projetos de educação de pares Aflateen bem sucedidos recorreram a reuniões periódicas, que
reúnem os educadores de pares para discutirem o que funcionou e o que não funcionou nas sessões anteriores
realizadas por esses mesmos educadores. Como é o caso para todos os facilitadores, os facilitadores de pares
devem passar pela formação Aflatoun/Aflateen.

Uma educação de pares de sucesso também envolve parcerias entre os educadores de pares, os adultos de apoio
e a comunidade em geral. Sugere-se que os educadores de pares façam um apelo à sua comunidade para pedir o
apoio de especialistas quando abordarem temas com os quais não se sintam confortáveis em abordar sozinhos.
Isto é particularmente verdadeiro para temas sensíveis, como a sexualidade, ou temas que exigem conhecimento
específico, tais como orçamentos, juros e inflação.

Os modelos opcionais de aprendizagem entre pares a considerar incluem o seguinte:

1. A verdadeira aprendizagem entre pares onde os grupos são orientados por outros jovens
2. A aprendizagem entre pares licenciados, onde os licenciados do programa estão formados para conduzir as
seguintes Sessões de grupo Aflateen.
3. A aprendizagem entre pares supervisionada, onde cada grupo tem um educador de pares e um facilitador
adulto que supervisiona o processo e ajuda quando necessário.
Se estiver interessado em obter mais informações sobre como conduzir a aprendizagem entre pares, incentivamo-
lo a contactar a organização parceira Aflateen local, a maior rede de professores e formadores Aflateen e a
Secretaria Aflatoun.

252
06. Recursos para o Facilitador
6.2
Guia de
atividades comuns
atividades simples

Vota com os Teus Pés


Um certo número de respostas ou ideias são apresentadas em diferentes locais na sala de aula, geralmente as
respostas são “CONCORDO”, “DISCORDO” e “INDECISO”. O Facilitador faz então uma pergunta e os participantes
devem deslocar-se para o local da sala onde se encontra a sua resposta. Isto deve ser seguido de um período de
discussão.

Debate em Silêncio
Uma série de afirmações são colocadas em grandes folhas de papel pela sala. Os participantes são depois
incentivados a deslocarem-se pela sala e a escreverem a sua opinião sobre a afirmação original ou sobre os
comentários escritos pelos seus colegas participantes. Isto cria um debate escrito. Embora a atividade se chame
'Debate em Silêncio', cabe ao facilitador escolher se os jovens estão autorizados ou não a falar e debater enquanto
escrevem os seus argumentos.

Teatro de Imagens
O processo do Teatro de Imagens envolve dar aos jovens um conceito ou ideia e lhes dar a liberdade de
expressarem-na, fazendo de “estátuas” ou “imagens congeladas”. O fundamental para o sucesso desta atividade é
a ideia de que os participantes devem ter total liberdade para descreverem o conceito como eles o entendem. Não
se pode dizer que estão “certos” ou “errados”. Vamos oferecer-lhe um vídeo de formação que demonstra algumas
técnicas básicas do Teatro de Imagens.

Responde à Bola
Nesta atividade, os participantes deverão indicar uma pergunta ou tema e depois lançar a bola a outro participante
que terá que dar uma resposta. Por vezes, a resposta deve ser uma palavra associada com o tema, outras vezes,
será uma resposta a uma pergunta. Esta atividade oferece um formato de perguntas-respostas mais dinâmico que
mantém todos a adivinharem o que se seguirá.

253
Atividade complexa
Inquérito
Passo 1: Decidir o que querem aprender, Identificar o problema que querem
resolver.

Passo 2: Selecionar a população-alvo para a vossa pesquisa

Passo 3: Identificar o tipo de pesquisa que querem fazer


• Vão fazer entrevistas por telefone ou pessoalmente? Por e-mail ou correio?

Passo 4: Chuva de ideias sobre as perguntas da pesquisa, incluindo o tipo de


perguntas
• Escolha múltipla
• O que costumas comer ao pequeno-almoço?
• Resposta: a. fruta, b. arroz com carne, c. arroz com peixe, d. nada
• Numérica e aberta
• Quantas vezes por dia é que tu comes? _____________
• Textual e aberta
• Por que não tomas o pequeno-almoço? ______________
• Escalas de Avaliação
• Que nota darias à qualidade dos alimentos vendidos na tua escola?
• Resposta: 1. Muito boa; 2. Boa; 3. Média; 4. Má; 5. Muito má
• Escalas de Acordo
• Achas que a cantina não devia vender doces?
• Resposta: 1. Concordo plenamente; 2. Concordo; 3. Discordo; 4. Discordo totalmente

Passo 5: Criar o formulário de inquérito


• A primeira parte do inquérito deve dar informação sobre o contexto. Para que é que serve este inquérito
e quais são os seus objetivos? Isso é importante para que o público-alvo saiba por que eles estão a ser
questionados sobre as suas opiniões. Deve também conter instruções e informações específicas sobre a forma
que o público deve devolver o formulário (se for um formulário escrito).
• A segunda parte deve ser destinada ao pedido de informações sobre as pessoas inqueridas. Por exemplo:
nome, sexo, idade, morada, escola, etc.
• A terceira parte vai abordar as questões do inquérito.
• A última parte é usada para agradecer às pessoas inquiridas pelo tempo que disponibilizaram para responder
ao inquérito.

Passo 6: Organizar os resultados


• Contar e registar os resultados de cada questão do inquérito. Se as questões do inquérito forem de escolha
múltipla, então conte o número de participantes que responderam a cada escolha. Se as questões forem
abertos ou de resposta curta, é necessário registar cada resposta dada pelos participante.

Passo 7: Tirar conclusões


• Observe os resultados do inquérito para esclarecer tendências e comportamentos. Que conclusões podem
tirar dos resultados do inquérito? Escreva uma conclusão e inclua as tabelas ou gráficos que possam ajudar a
apresentação dos resultados do inquérito.

254
Exemplo de Inquérito

06. Recursos para o Facilitador


• Tipo de inquérito: Escrito / zona controlada
• Objetivo: Saber mais sobre os hábitos alimentares dos alunos
do quarto ano

• População da amostra: Alunos da quarto ano de três escolas

Inquérito sobre os hábitos alimentares dos alunos do quarto ano


Duração do inquérito: Junho - Julho 2010

Organização: Contato:

Contexto:

A organização X quer aprender mais sobre os hábitos alimentares das crianças da nossa comunidade. Decidimos
observar melhor os hábitos alimentares dos alunos do quarto ano. Estamos a realizar este inquérito para
compreender melhor a forma como as crianças fazem as suas escolhas alimentares e de dieta. Os resultados
vão ajudar-nos a criar uma campanha para uma escolha de alimentos saudáveis entre as crianças da nossa
comunidade.

Instruções

Por favor, respondam a todas as perguntas da melhor forma que puderem. Devolvam o formulário preenchido
ao vosso professor.

Sobre ti

1. Nome: 2. Sexo: F M

3. Idade: 4. Escola

Os teus hábitos alimentares Respostas

1. Quantas vezes comes por dia (incluindo lanches)?

2. Tomas o pequeno-almoço? Sim


Não

3. Se respondeste “Sim” na Questão 2, o que tomas no Cereais, flocos de aveia


pequeno-almoço? Assinala os dois alimentos que comes Arroz com carne
mais.
Arroz com peixe
Arroz com legumes
Chocolate, doces, guloseimas
Fruta
Pão
Other: ________

4. Se respondeste “Não” na Questão 2, por favor, diz-nos por Não tenho tempo
que não tomas o pequeno-almoço. Não gosto da comida de casa
Não gosto da comida da escola
Não tenho fome de manhã
Estou a fazer dieta
A minha famíla não tem meios para
comprar
o pequeno-almoço
Outro: ____________

255
5. Que tipo de lanche é que compras da escola? Batatas fritas
Chocolate, doces, gelado
Pão
Fruta
Leite, sumo
Não compro lanche

6. Muitos pais acham que não se devia vender doces na hora Concordo plenamente
do pequeno-almoço ou almoço, porque muitas crianças
Concordo
preferem comprar isso do que alimentos saudáveis. Achas
que os doces devem ser proibidos durante a hora de Discordo
almoço? Discordo totalmente

7. Por favor, explica a tua resposta à Questão 6. Por que


concordas/discordas?

Obrigado por participares no nosso inquérito! Agradecemos a tua ajuda.

Resultados

Os teus hábitos alimentares Respostas

1. Quantas vezes comes por dia (incluindo lanches)? 3x = 183 pessoas inquiridas
4x = 154 pessoas inquiridas
5x = 78 pessoas inquiridas
2x = 60 pessoas inquiridas
1x = 25 pessoas inquiridas

2. Tomas o pequeno-almoço? Sim = 200


Não = 300

3. Se respondeste “Sim” na Questão 2, o que tomas no Cereais, flocos de aveia = 40


pequeno-almoço? Assinala os dois alimentos que comes Arroz com carne = 67
mais.
Arroz com peixe = 35
Arroz com legumes = 70
Chocolate, doces, guloseimas = 61
Fruta = 25
Pão = 50

Outro:
Mingau = 17
Macarrão instantâneo = 35

256
06. Recursos para o Facilitador
4. Se respondeste “Não” na Questão 2, por favor, diz-nos por Não tenho tempo = 30
que não tomas o pequeno-almoço. Não gosto da comida de casa = 80
Não gosto da comida da escola = 45
Não tenho fome de manhã = 30
Estou a fazer dieta = 25
A minha famíla não tem meios para
comprar o
pequeno-almoço = 50

Outro: - sem reposta = 40

5. Que tipo de lanche é que compras da escola? Batatas fritas = 113


Chocolate, doces, gelado = 150
Pão = 58
Fruta = 68
Leite, sumo = 48
Não compro lanche = 63

6. Muitos pais acham que não se devia vender doces na hora Concordo plenamente = 90
do pequeno-almoço ou almoço, porque muitas crianças Concordo = 150
preferem comprar isso do que alimentos saudáveis. Achas
que os doces devem ser proibidos durante a hora de Discordo = 160
almoço? Discordo totalmente = 100

7. Por favor, explica a tua resposta à Questão 6. Por que Concordo porque os doces fazem perder
concordas/discordas? o apetite e assim não se quer comer um
almoço adequado.

Concordo plenamente, porque isso é


apenas um desperdício de dinheiro.

Discordo, porque os adultos querem


sempre que comamos alimentos
aborrecidos.

Discordo. Podemos fazer as nossas


próprias escolhas.

Discordo totalmente, porque os doces e


chocolates são as únicas coisas que têm
bom sabor na cantina. O resto da comida
não presta!

Concordo plenamente, porque a cantina


deve oferecer alimentos saudáveis ​​e não
esse lixo.

257
Debate

Muito frequentemente, os adultos como os jovens tomam posições sobre questões sem realmente examinarem
os seus diversos aspectos. Também não é surpreendente ouvir que muitas pessoas não tomaram verdadeiramente
uma posição sobre várias questões sociais. Organizar um debate é uma forma de fornecer informações sobre os
problemas que afetam uma comunidade de uma forma objetiva e divertida.

Um debate é uma discussão formal sobre um determinado tema, que é apresentado através de argumentos opostos.
Muitas vezes existe um juiz que preside a discussão, especialmente durante os concursos de debate na escola ou em
formações e workshops. As partes envolvidas são ou a favor (afirmativo) ou contra (negativo) uma dada afirmação ou
proposição.

Cinco passos para ajudar a organizar um debate

Passo 1: Esclarecer o assunto do debate


Ser específico. Se a vossa comunidade estiver preocupada com a prevenção da gravidez na adolescência, então
formule uma proposição como: Exigir uma educação sexual para os estudantes do ensino secundário vai permitir
evitar a gravidez na adolescência. Notar que que a proposição é sempre formulada na forma afirmativa. É por esta
razão que o ónus da prova se diz estar com o grupo afirmativo.

Passo 2: Organizar os membros das equipas de debate, o moderador e os juízes


Pode escolher debatedores com base nos seus pontos de vista sobre o assunto, ou pode atribuir-lhes o lado que
devem tomar. Deve haver duas equipas de debatedores - a afirmativa e da oposição. O moderador deve certificar-se
que os debatedores respeitam as regras estabelecidas para o debate. Os juízes devem decidir qual partido ganha o
debate, com base no mérito dos seus argumentos.

Passo 3: Estabelecer as regras de base e o formato do debate para os


debatedores, os moderadores e os juízes.
O que se segue consiste em perguntas guia para o formato e as regras de base:

• Quantos argumentos pode dar um debatedor para um aspecto particular da questão?


• Quanto tempo tem um debatedor para apresentar os seus argumentos?
• Um debatedor pode responder a uma pergunta ou a um ponto (também conhecido como "fazer uma refutação")
feito pelo partido da oposição?
• Quanto tempo tem um debatedor para a refutação? Quantas vezes pode um debatedor fazer uma refutação?
• Haverá uma pausa? Será que os debatedores têm tempo para se consultarem entre eles?
• Quais são os critérios para julgar?

Passo 4: Divulgar o vosso evento


Explorar estratégias diferentes que podem gerar interesse pelo evento. Usar diferentes meios de comunicação (rádio,
telemóveis, jornais, internet, etc.) Envolver grupos e instituições que podem beneficiar da resolução deste problema.

258
Organização do teu Clube

06. Recursos para o Facilitador


No mundo inteiro, os jovens formaram (e continuam a formar) Clubes Aflateen. Os seus clubes são espaços próprios em
que podem partilhar, participar livremente, propor novas ideias e realizar projetos, empreendimentos e diferentes ações.

Alguns clubes estão focados em Empreendimentos Sociais ou atividades que abordam um problema do grupo ou
da comunidade. Outros clubes organizam Empreendimentos Financeiros, onde os participantes aprendem sobre
as experiências de projectos geradores de rendimentos. Alguns clubes associaram os Empreendimentos Sociais e
Financeiros, onde o lucro de projectos geradores de rendimentos é investido nas atividades sociais que se esforçam para
fazer uma mudança positiva nas suas comunidades.

Qualquer que seja o empreendimento, os jovens que pertencem ao Clube Aflateen procuram transformar as suas vidas,
transformando o mundo à sua volta.

Sugere-se que os clubes Aflateen sejam formados após a primeira sessão de Aflateen.

Primeira Reunião do Clube Aflateen:


Objetivos:

• Criar um Clube Aflateen e estabelecer certos acordos iniciais.


• Elegir os representantes do clube.
• Refletir em conjunto sobre as ideias de questões às quais desejamos abordar e às coisas que desejamos alcançar.
Perguntas guia:

1. Quem quer fazer parte do Clube Aflateen? O Clube Aflateen é um espaço que vos pertence, por isso a adesão é
voluntária, mas cada Clube Aflateen deve criar os seus próprios requisitos acerca da presença nas reuniões.
2. Como querem que o vosso clube seja e como deve funcionar? Em cada associação ou organização, é importante
estabelecer acordos de base sobre o modo de funcionamento. Discute e estabelece acordos de base para o vosso
Clube Aflateen.
• Quando é que se vão encontrar? Em que momento? Por quanto tempo?
• Quem se pode juntar e de que forma?
• Como vão organizar as vossas reuniões?
• Como serão tomadas as decisões?
• Quais os princípios ou valores que devem ser partilhados por todos os membros?
• De que forma o vosso clube vai ser único e diferente dos outros Clubes Aflateen? (Pode dar um nome ao vosso Clube
Aflateen e criar um logotipo para o tornar único).
3. Que representantes do clube devem ter? Para uma melhor gestão, as associações devem estar de acordo sobre
certos papéis que serão assumidos pelos seus representantes. Isto vai permitir ao vosso clube de ser melhor gerido e
garantir a cada membro uma participação equitativa. Os representantes dos clubes incluem o seguinte:
• Presidente:Coordena as atividades que os membros escolhem realizar.
• Secretário: Toma notas detalhadas de todas as decisões tomadas durante as reuniões do clube e é responsável por
tarefas administrativas.
• Tesoureiro:Mantém uma contabilidade do dinheiro recolhido das diversas atividades do clube e gere as economias.
Quais seriam os representantes do vosso clube? Qual será o papel de cada um deles?
4. Quem são os candidatos para cada papel? Como vão elegê-los? Propõe candidatos para se tornarem representantes
do clube e elegê-los. Refletir sobre um processo eleitoral democrático. Discutir quais os elementos que devem estar
no processo eleitoral para garantir que é democrático.
5. Quai o assunto ou assuntos que gostariam de abordar enquanto clube? Quais as preocupações que gostariam de
abordar no vosso clube? Em que outros problemas pensam e que gostariam de abordar enquanto clube?
6. Quais as atividades que gostariam de realizar enquanto clube? Podem estar relacionadas com as questões que
desejam abordar ou podem ser outras atividades que gostariam de fazer juntos entre membros do clube. Consultar
“Planificação e Orçamentação do teu Empreendimento” para as Sessões sobre a planificação de atividades e
empreendimentos.
7. Precisam de recursos (dinheiro, material, ajuda, etc.) para realizar as atividades identificadas para o vosso clube?
Conseguem imaginar diferentes formas de obter esses recursos?

259
Organizar o teu Plano de Poupança
Quando começarem a poupar no vosso clube, é importante organizar a economia para que o processo de poupança
se desenvolva em boas condições e que a poupança esteja bem protegida. Se for necessário, procure pedir conselhos
dos parceiros da Rede Aflatoun e da Secretaria Aflatoun sobre a melhor forma de conduzir um grupo de poupança
com os jovens.

Objetivos:
Definir um Plano de Poupança.

Perguntas guia:
1. Querem poupar individualmente, coletivamente ou uma combinação de ambos?
2. Onde poupariam? Numa conta bancária? Numa caixa de poupanças de grupo? Numa caixa de poupança
individual?
3. Se decidirem poupar para uma caixa de poupança, onde as manteriam seguras? Quais as medidas suplementares
que podem tomar para assegurar a segurança?
4. Quem será responsável por receber e registar todos os depósitos e levantamentos?
5. Quando e como se passarão os depósitos e levantamentos?
6. Onde vão acompanhar as economias? Quais informações serão registadas no grande livro do clube? Quais
informações serão registadas no livro de poupança individual? Quem vai manter esses registos?
7. Se desejam uma economia coletiva, qual é o objetivo? Quanto precisam de poupar? Durante quanto tempo?
8. Existe um valor máximo ou mínimo para cada depósito?
9. O que acontece se uma parte das economias se perder? Como reagiriam em caso de perda ou roubo? Existem
outras medidas as quais pensam evitar que isso aconteça?
10. Existem outras questões que gostariam de acordar sobre a poupança?

260
06. Recursos para o Facilitador
6.3
Guia para a
planificação do
programa de ensino
Temos a consciência que diferentes organizações adaptarão
diferentes modelos operacionais para a implementação do programa
Aflateen. Alguns podem fazê-lo numa hora por semana, enquanto
outros num período mais curto.

O Guia para a Planificação do Programa de Ensino ajuda a fornecer


uma visão geral aos Facilitadores para escolherem a partir de uma
variedade de atividades. Por favor, observe o seguinte:

1. Isto é apenas um guia. Os Facilitadores devem sentir-se livres


para percorrer o material e escolher à vontade. Adaptando as
atividades, verifique se existem atividades das diferentes secções
para respeitar o equilíbrio dos cinco elementos fundamentais.
2. A distribuição de tempo aqui é aproximada e enquadra apenas as
sessões reais. É necessário mais tempo para atividades realizadas
fora das Sessões, especialmente para as reuniões do clube e as
atividades empreendedoras.
3. Os Facilitadores devem sentir-se livres para inovar e desenvolver
novas atividades. Se isso acontecer, gostaríamos de aprender
através da vossa experiência, por isso envie-nos um e-mail para
info@aflatoun.org

261
TEMPO APROXIMADO
Módulos de Aprendizagem Aflateen (Apenas Sessões): 25 a 35 horas
Reuniões Aflateen: aproximadamente 1,5 hora por reunião (dependente do clube)
Tempo do Empreendimento Aflateen: dependente do empreendimento ou atividade escolhida

Secção Sessão Página Mínimo Máximo

Minutos

Bem-vindo a Aflateen 21 45 60

Quem Sou Eu? 25 45 60

A Minha Família 29 45 60

Os Meus Amigos 33 45 60
1. Entendimento e
Exploração Pessoal A Minha Própria Beleza 37 45 60

A Minha Comunidade 41 45 60

Os Meus Objetivos, Os
45 45 60
Meus Sonhos

A Minha Carreira 49 45 60

Conhecer os Meus
57 45 60
Direitos

Unidade na Diversidade 67 45 60

Poder e Ser Capaz:


As Nossas Diferentes 75 45 60
Capacidades
2. Direitos e
Responsabilidades
Género e Papéis Sociais 83 45 60

Vamos Falar Sobre


87 45 60
Sexualidade

O Nosso Único Lar 93 45 60

Defender os Meus Direitos 99 45 60

262
06. Recursos para o Facilitador
Dinheiro e Bem-estar 107 45 60

Aprender a Poupar 111 45 60

Aprender a Gastar 117 45 60

Criar um Orçamento 125 45 60

3. Poupança e Gastos Opções de Poupança 131 45 60

Poupadores Inteligentes 137 45 60

Pedir Dinheiro Emprestado 145 45 60

Dinheiro, Poder e Direitos 155 45 60

Ser um Bom Consumidor 169 45 60

Chuva de Ideias 183 45 60

Mapa Mental 189 45 60

Estabelecer Objetivos de
195 45 60
Maneira Inteligente

Análise SWOT 201 45 60


4.Planificação e
Orçamentação do teu Esboçar um Plano de
Empreendimento 207 45 60
Negócios

Atribuição de Funções e
213 45 60
Responsabilidades

Orçamentar um
219 45 60
Empreendimento

Lançar a Minha Proposta 225 65 125

Empreendimentos Sociais 233 45 60


5.Exemplo de
Empreendimento Social e
Financeiro Empreendimentos
239 45 60
Financeiros

TOTAL 25 horas 35 horas

263
tabela de CONTEÚDO DE FIGURAS

Secção FIGURA TÍTULO

2.1 Cartões das “necessidades” e “desejos”

2.2 Convenção da ONU sobre os Direitos da criança

2.3 Tabela de “necessidades” e “desejos”


2. Direitos e
Responsabilidades
2.4 Tabela das religiões

2.7 Tabela de diferentes habilidades

3.1 A História da Ana

3.2 Tabela “Jogo dos despeas”

3.3 Flipchart “Jogos das Despesas: Transporte”

3.4 “Plano de Orçamento”

3.5 Queba Cabeçs

3.6 Engarrafar! Folha de ideias (para facilitador)

3.7 Folha de reflexão da poupança inteligente

3.8 Cartões de situação

3.Poupança e Gasto 3.9 cartões skit

3.10 Se o mundo fosse uma aldeia de 100 pessoas

3.11 Cartões de personagem

O Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais


3.12
e Culturais

‘Microfinança’, ‘Trabalho de Assistência social’, ‘imposto


3.13
progressivo’ e ‘Comércio Justo’

3.14 Estatísticas

3.15 Folha bussola de Impacto / telemóvel

3.14 Diferentes iniciativas

264
06. Recursos para o Facilitador
6.4
Inquérito aos
Participantes
Aflateen
Secção 1: Hoje, gostaríamos de conhecer os teus pontos de vista, para melhorar
o programa Aflateen para ti e para os outros jovens do mundo inteiro. Isto não
é um teste, não vai ser utilizado para te avaliar, será utilizado para melhorar
os programas Aflateen na tua comunidade e no resto do mundo. Por favor,
responde o mais sinceramente possível. As tuas respostas serão analisadas
de forma anónima, o teu nome ou outras informações da tua identificação
serão apenas usados para fins estatísticos de pesquisas de correspondência,
enquanto progrides no programa. [Se você não usar o seu nome, lembre-se do
[IDENTIFICADOR ÚNICO ESCOLHIDO] que você usou nesta pesquisa, e usá-lo em
qualquer pesquisa Aflateen futuras. Isso é importante para que os inquéritos
“antes” e “depois” possam ser combinados para fins de uma análise mais
rigorosa e científica.]

265
Aflateen
Pesquisa
participativa

ENTENDIMENTO PESSOAL, AUTO-EFICÁCIA e


ORIENTAÇÃO FUTURA

Para cada frase abaixo, pensa nos teus sentimentos e decide se concordas ou
discordas. Podes dizer que concordas muito, concordas um pouco, discordas um
pouco ou discordas muito. Aqui está um exemplo: "O verde é a cor mais bonita".
Concordas muito, concordas um pouco, discordas um pouco ou discordas
muito?

Concordo DISCORDO
CONCORDO DISCORDO
Plenamente TOTALMENTE

1. *Eu estou preocupado com o meu futuro. Não


tenho a certeza de quantas oportunidades é que eu
vou ter1.

2. O sucesso deve-se principalmente ao trabalho duro.

3. Sinto-me à vontade para expressar a minha opinião


para as decisões que me dizem respeito.

4. Eu sinto que eu tenho várias qualidades. Há muitas


coisas boas em mim.

5. Para mim, é fácil manter os meus planos e realizar


os meus objetivos.

6. Quando sou confrontado com um problema,


geralmente encontro várias soluções.

7. Eu tenho um plano do que eu quero ser quando for


grande.

8. *Eu prefiro que as pessoas tomem decisões por


mim.

9. Eu sou capaz de fazer as coisas tão bem como a


maioria das pessoas da minha idade.

1
As perguntas que têm um asterisco (*) devem ter um código invertido (ou seja, o acordo é negativo e o desacordo é
positivo).

266
Informação Demográfica

06. Recursos para o Facilitador


• Data da entrevista: /....... DD / MM / AAAA

• Vila/cidade/aldeia: ..........................................

• Nome da Pessoa Inquirida (ou outro identificador único) ...................................

• Data de nascimento da pessoa inquirida: ......./....... /....... DD / MM / YY

• Sexo Masculino Feminino

Estás atualmente matriculado na escola? Sim Não

• Quantos anos escolares terminaste?.......

INTERAÇÃO SOCIAL, DIREITOS E ATITUDES


ENTRE HOMENS E MULHERES
Concordo DISCORDO
CONCORDO DISCORDO
Plenamente TOTALMENTE

10. *Pessoas diferentes têm direitos


diferentes.
11. Eu consigo identificar as alterações
necessárias a realizar na minha
comunidade.
12. Se a minha família ou eu tivermos
problemas, consigo citar uma
organização próxima daqui que me
pode ajudar.
13. *Fazer melhorias na minha escola não
é da minha responsabilidade.
14. As meninas devem aprender
as mesmas coisas, ou coisas
semelhantes, que os meninos.
15. As jovens mulheres devem ter
influência sobre a forma como
a comunidade toma decisões
importantes.
16. Quando se trabalha em grupo, é
importante que todos participem.

17. *É difícil para mim explicar os meus


direitos a outra pessoa.

18. Eu tenho a responsabilidade de


ajudar/contribuir para a melhoria da
minha comunidade.
19. A educação das meninas/mulheres é
importante para o seu futuro marido
e família.
267
20. *Eu luto muito e posso forçar as
outras pessoas a fazerem o que eu
quero.

RECURSOS FINANCEIROS
CONCORDO DISCORDO
CONCORDO DISCORDO
PLENAMENTE TOTALMENTE

21. * Eu não gosto de poupar,


porque acho que é muito difícil.
22. Eu coloco regularmente dinheiro
de lado num lugar seguro.
23. *Poupar dinheiro não é
necessário, desde que vivam em
casa com a vossa família.
24. Geralmente, costumo fazer um
plano de como vou usar o meu
dinheiro antes de o usar.

Para as seguintes perguntas, por favor, escolhe a resposta que te parece a


melhor. Se não tens a certeza, podes selecionar “Não sei”. Lembra-te que
isto não é um teste, os resultados serão apenas utilizadas para melhorar o
programa, então por favor evita tentar adivinhar.

25. 25. SUPONHAMOS QUE TENS 100 € NUMA CONTA POUPANÇA E A TAXA DE JUROS É DE 2% POR ANO.
APÓS CINCO ANOS, QUANTO ACHAS QUE TERÁS NA CONTA SE DEIXARES O TEU DINHEIRO CRESCER?

Não sei

MENOS DE 100 €

EXATAMENTE 100 €

MAIS DO QUE 100 €

GESTÃO DE DINHEIRO, DESPESAS E POUPANÇAS


26. Tens algum dinheiro poupado? Sim Não

27. Quanto dinheiro poupaste? __ __ __ __ . __ __ [Quantia]

28. Com que frequência juntas dinheiro as tuas poupanças?


Diariamente Semanalmente Mensalmente Às vezes Raramente Nunca

29. Onde poupas o teu dinheiro?[SELECIONAR TODOS QUE SE APLICAM]


Em casa num lugar especial

Com os Membros da Família

Na Escola

No Banco ou Instituição Financeira

Outro, (Especificar)_____________

30. Manténs o controlo das tuas despesas?

SEMPRE ÀS VEZES RARAMENTE NUNCA

268
31. Como manténs, em geral, o controlo das tuas despesas?

06. Recursos para o Facilitador


Escrevo-as

Outra pessoa escreve-as por ti

Guardo tudo na cabeça

Outro: _________________

32. Estou à vontade com a utilização dos serviços e produtos financeiros dos bancos e das instituições de
microfinanças.

CONCORDO PLENAMENTE CONCORDO DISCORDO DISCORDO TOTALMENT

EMPREENDIMENTOS
(Todos devem responder às questões 34 à 38)

33. Gostaria de criar o meu empreendimento.

CONCORDO PLENAMENTE CONCORDO DISCORDO DISCORDO TOTALMENTE

34. Acho que tenho capacidades para criar e dirigir com sucesso o meu empreendimento.

CONCORDO PLENAMENTE CONCORDO DISCORDO DISCORDO TOTALMENTE

35. Participas em projetos ou atividades organizadas no teu clube?

SEMPRE ÀS VEZES RARAMENTE NUNCA

36. Já participaste nalgum projeto ou atividade de turma realizada por outros participantes Aflateen nos últimos 12
meses?

SEMPRE ÀS VEZES RARAMENTE NUNCA

37. Participaste num empreendimento (pequeno projeto) para gerar um rendimento nos últimos 12 meses?

SIM (mais do que um) SIM (apenas um) NUNCA

38. Participaste num Empreendimento Social (projeto que visa melhorar a tua escola ou a tua comunidade) nos
últimos 12 meses?

SIM (mais do que um) SIM (apenas um) NUNCA

EMPREENDIMENTOS
(Responde às questões seguintes apenas se tiveres participado num empreendimento)

39. Quanto dinheiro ganhaste pessoalmente no(s) empreendimento(s) acima mencionado(s) nos últimos 12 meses?
__ __ __ __ . __ __

40. Como utilizaste o dinheiro ganho neste empreendimento?

Investido em Negócio Poupei-o Gastei-o

41. Outras pessoas respeitaram este projeto.

CONCORDO PLENAMENTE CONCORDO DISCORDO DISCORDO PLENAMENTE

42. O projeto alcançou os objetivos que lhe tinham sido estabelecidos.

CONCORDO PLENAMENTE CONCORDO DISCORDO DISCORDO PLENAMENTE

269
Agradecimentos

2ª Edição © 2013

Desenvolvimento Curricular: Aflatoun Secretariat, Jeff DeCelles, Joshua Eagan, Jilly


Hillier, and Auma Okwany

Edição de Texto e Revisão: Candice Storm, John-Paul Bala e Julia Gorodecky

traduções: John-Paul Bala, Sophie Chadelle, Lucie Cordier, Charlotte Crotaz, Ana
Gaspar, Merche Gil, Nina Hoogewerf, Cindy Johnson, Salama Mahmud, Ahmad
Mubarak, Leila Samadashvili, e Katty Schellenger

Projeto: Joppe Rovers and Lisbel Gavara

Contribuições para Parceiros: Bolivia (Cilaj), Botswana (Stepping Stones), China


(Better Education), DR Congo (ADEFE), Ecuador (ChildFund), El Salvador (Superate),
Georgia (Foundation For Development of Human Resources), Honduras (ChildFund),
Kenya (ICS), Lesotho (Kickstart for Life), Nigeria (Lynx Nigeria), Peru (Visión Solidaria),
Philippines (Children International), Puerto Rico (Nuestra Escuela), Tajikistan (Mercy
Corps), e Uganda (PEDN)

1 ª Edição © 2010

Desenvolvimento Curricular: Aflatoun Secretariat, Fatima Alcala, Ruth Aseron, Bailey


Butzberger, Agnes Camacho, Jeff DeCelles, Dara Duguay, Sara Encimas, Gabriela
Salinas Lanao, Lloyd McCormick, David Pell, Ivet Pieper, Chandra Rinie Pudjiatie,
Nancy Refki, e Joana Serralha

Edição de Texto e Revisão:Devona Anidi and Paul Brotherton

traduções: Daniel Aristazabal, Ana Gaspar, Michéle Lamothe Nielson, Elena


Semonova, Shanghai Better Education Development Center, Berlant Tosson, e Maria
de Vargas

Projeto: Amsterdam Worldwide, Ideals Creative, Astrid Böckermann e Chandra Rinie


Pudjiatie

Organizações Parceiras Bangladesh (BRAC), Bangladesh (Bureau of Non-Formal


Education), Bolivia (Cilaj), Botswana (Stepping Stones), Children International
Headquarters, China (Better Education), Ecuador (ChildFund), Georgia (Foundation
for Development of Human Resources), Ghana (SNV), India (Meljol), Jordan (Jordan
River Foundation), Kenya (Investing in Children and their Societies), Lebanon
(YMCA), Macedonia (Centre for Human Rights and Conflict Resolution), Moldova
(Children Communities and Families), Netherlands (Plan International), Peru (Plan
International), Peru (Vision Solidaria), Philippines (NATCCO), Plan Regional Office of
the Americas, Serbia (Pomoc Deci), and Uganda (PEDN)

270

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