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Dissertação apresentada à
Universidade Presbiteriana
Mackenzie como requisito para
obtenção do título de Mestre em
Arquitetura e Urbanismo.
São Paulo
2007
S243o Sarapka, Elaine Maria
O impacto urbano do shopping center : questões
territoriais
e sociais / Elaine Maria Sarapka– 2007.
283 f.: il. ; 30 cm
CDD 711.4
Elaine Maria Sarapka
Dissertação apresentada à
Universidade Presbiteriana
Mackenzie como requisito para
obtenção do título de Mestre em
Arquitetura e Urbanismo.
Aprovada em_____________:
BANCA EXAMINADORA
Ao apoio do MACKPESQUISA.
La ciudad, creación del hombre, debe
servirle y debe ser modelada para que
así sea.
(Victor Gruen, 1978)
Resumo
INTRODUÇÃO ________________________________________________________ 12
CAPÍTULO 1: SHOPPING CENTER NOS PAÍSES DESENVOLVIDOS _______________ 17
QUADRO TEÓRICO __________________________________________________ 19
PRIMÓRDIOS DA INDUSTRIALIZAÇÃO: CIADES EUROPÉIAS E CAMPINAS _______ 22
COMÉRCIO: FINAL DO SÉCULO XIX E INÍCIO DO SÉCULO XX_________________ 44
ÁREAS DE SUBÚRBIOS _______________________________________________ 47
O COMÉRCIO: SÉCULO XX ____________________________________________ 59
SHOPPING CENTER: IMPACTOS TERRITORIAIS E SOCIAIS ___________________ 72
MUDANÇAS SOCIAIS: INFLUÊNCIA NO SHOPPING CENTER __________________ 82
TENDÊNCIAS DA CIDADE ATUAL _______________________________________ 92
REFLEXÕES DO CAPÍTULO 1 __________________________________________ 103
CAPÍTULO 2: SHOPPING CENTER NO BRASIL ______________________________ 107
DESENVOLVIMENTO URBANO E COMÉRCIO: CAMPINAS E SÃO PAULO_________ 109
IMPACTOS AMBIENTAIS _____________________________________________ 114
OS SHOPPING CENTERS NO BRASIL ___________________________________ 122
IMPACTOS SOCIAIS DOS SHOPPING CENTERS ___________________________ 138
IMPACTOS TERRITORIAIS DOS SHOPPING CENTERS ______________________ 151
EVOLUÇÃO DOS SHOPPING CENTERS NO BRASIL _________________________ 161
SHOPPING CENTER GERADOR DE CENTRALIDADE ________________________ 166
LOGÍSTICA: APLICADA AO COMÉRCIO __________________________________ 173
REFLEXÕES DO CAPÍTULO 2 __________________________________________ 193
CAPÍTULO 3: Estudo de Caso: Os Shopping Centers de Campinas ______________ 197
DESENVOLVIMENTO DA CIDADE DE CAMPINAS E DO COMÉRCIO_____________ 199
A ÉPOCA DOS SHOPPING CENTERS ____________________________________ 206
REFLEXÕES DO CAPÍTULO 3 __________________________________________ 262
CONCLUSÕES_______________________________________________________ 266
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ________________________________________ 271
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INTRODUÇÃO
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Além dos estudos, foi realizada uma pesquisa nos três shoppings objetos de
estudo, para se obter dados quanto à emissão de ruídos, para avaliar o impacto
negativo nas imediações destes equipamentos.
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QUADRO TEÓRICO
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A expansão urbana de Campinas assemelha-se ao processo de
suburbanização ocorrido nos Estados Unidos e também em São Paulo (BRUNA et al.,
2006), o qual se deu devido ao deslocamento das indústrias, para áreas mais
periféricas da cidade, dando origem a uma nova sociedade, a qual apesar de se
estabelecer na periferia, possuía um poder aquisitivo de médio a alto.
1 A cidade de Campinas conta hoje com 887km2 de área e com uma população de 1.041.509
habitantes (SEADE 07/05/07), sendo que a Região Metropolitana de Campinas, é formada por
19 cidades e com uma população em torno de 2.722.000 habitantes (dados EMPLASA em
07/05/2007). “A expansão urbana ao longo da via Anhanguera se deu principalmente em
função do padrão de instalação industrial do processo de interiorização do desenvolvimento, que
privilegiou grandes eixos rodoviários regionais. Este movimento de periferização da região foi
reforçado pela abertura do Aeroporto de Viracopos, pela implantação do Distrito Industrial de
Campinas e pela construção de vários conjuntos habitacionais. No eixo de ocupação ao longo da
via Anhanguera quase não existe descontinuidade de ocupação, configurando uma mancha
urbana praticamente contínua, que se estende de Vinhedo até Americana, articulando
fortemente a economia, o mercado de trabalho e a vida urbana deste conjunto de
municípios”.(CADERNO DE SUBSÍDIOS, 2006).
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foi de como estruturar o crescimento das cidades as quais estavam recebendo grande
número de pessoas devido ao período de re-organizar o trabalho de artesãos que
sofriam a concorrência da indústria nascente. Desse modo o trabalho que desenvolvido
na área rural, passou a ser feito dentro das muralhas que definiam a cidade
(BENEVOLO, 2005).
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PRIMÓRDIOS DA INDUSTRIALIZAÇÃO: CIADES EUROPÉIAS
E CAMPINAS
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Modelo elaborado pelo Engenheiro Ildefonso Cerdà que apresenta a “Teoría de la Construcción
de las Ciudades aplicada al Proyecto de Reforma y Ensanche de Barcelona”, em 1859.
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Uma das lições observadas no que Cerdà (1991, vol. 1) expõe quanto à
prática em seu plano para a cidade é o fato de Barcelona já ter tido suas muralhas
derrubadas ou modificadas por quatro vezes, mas as modificações feitas não levaram
em consideração os direitos de moradia condigna, nem a saúde da população, mas sim
focalizaram o lucro de alguns poucos. Ou seja, CERDÀ (1991, p. 55, vol. 1), observa e
tenta evitar que “uma grande mejora publica se convierta en provechosa y privada
especulacion”. Neste caso Cerdà não interfere diretamente no núcleo urbano existente,
deixando-o praticamente intacto, diferentemente de Haussmann com relação ao plano
de Paris, que abriu grandes avenidas e organizou grandes rotatórias (“carrefours”)
(BENEVOLO, 2005). Este núcleo urbano central foi abraçado por um tecido reticular, no
caso de Barcelona, com o propósito de não estabelecer limites a uma cidade aberta,
sem muros, inserindo-se num traçado radial. Duas diagonais são as artérias principais
de fluxo, uma delas estando conectada diretamente ao porto. (CASTRO GONSALES,
2005).
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solar, necessária a saúde do corpo e também ao ambiente onde se vive; (c) a água,
necessária para a alimentação, higiene, rega das plantas, limpeza também para uso
nas indústrias; (d) o solo, que atua na produção de muitos alimentos. (CERDÀ, 1991,
vol. 1)
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sejam feitos com facilidade, comodidade, rapidez e com custo reduzidos. (CERDÀ,
1991, vol. 1)
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do urbanista Prestes Maia foi contratado para desenvolver este plano, o qual foi
recebido pela cidade em 1938, com a proposta de um amplo conjunto de ações para
impulsioná-la como pólo tecnológico (BERNARDO, 2002; CADERNO DE SUBSÍDIOS,
2006).
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Figura 1 Plano dos arredores da cidade de Barcelona e projeto de sua Figura 2 Mapa da cidade de Campinas de 1878.
reforma e “ensanche”.(ampliação), aprovado pela Ordem Real, por Sua (Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Campinas, acesso em
Majestade a Rainha em 7 de junho de 1859. 11/05/07)
(Fonte: CERDÀ, 1991, vol.1, p. 453).
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Las plazas debieran hallarse con profusion em todas las ciudades porque
en ellas y solo en ellas debieran establecerse las tiendas que por su
comercio se hallan muy frecuentadas. En ellas podrán estacionarse los
carruajes ligeros que si molestos son para el que marcha á pié cuando
están en movimiento, no lo son menos cuando se hallan paradas
obstruyendo por lo general el paso por las principales calles de nuestras
ciudades (CERDÀ, 1991, p. 81, vol. 1).
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ter uma qualidade de vida melhor do que outros países com clima mais privilegiado, e
também com grande incidência de áreas verdes constituídas de jardins públicos e
privados. O crescimento da cidade se associa ao aumento no poder aquisitivo de seus
habitantes, que passam a ter um trabalho remunerado tanto na cidade pelo trabalho
na indústria, como no campo com o trabalho agrícola. O centro por sua vez, torna-se
um aglomerado cada vez maior em número de pessoas e em trânsito, pois em suas
ruas estreitas começam a trafegar veículos sobre pneus, o que faz com que as classes
de maior poder aquisitivo, passem a preferir os espaços mais amplos da periferia, para
moradia. Outro fator que também contribuiu com sua expansão foi à construção das
estradas de ferro, que já existiam desde 1825 na Inglaterra e em outros países e que
facilitavam o deslocamento das pessoas e das mercadorias, podendo “expandir” o
espaço entre morar e o trabalho. Cada vez mais os limites entre periferia e campo se
estreitam e tornam-se imperceptíveis, O que passa a ocorrer nessa periferia, então, é
uma mistura de usos, pois é o local ideal para se instalar novas industrias e também
novos bairros residenciais, que são acompanhados pelo comércio e serviços. As
habitações do centro, com espaços compactos, passam a se destinar à moradia de
classe de menor poder aquisitivo ou de imigrantes que chegam atraídos pelo trabalho.
(BENEVOLO, 2005).
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Ainda quanto ao subúrbio pode-se dizer que devido ao custo menor dos
lotes, é possível construir uma casa confortável com jardins extensos, gerando uma
paisagem ampla e com facilidades nos deslocamentos, em contraste com a paisagem
da cidade de enclausuramento e congestionamento. Para as pessoas que passam a
residir nos subúrbios, e continuam a se direcionar para a cidade diariamente, as
diferenças se tornam mais evidentes agregando ao espaço físico do subúrbio, maior
valorização. Outro fator de distinção entre a paisagem da cidade e a paisagem
suburbana, é o grande aumento da população de baixa renda, que começou a residir
em cortiços nas áreas centrais, o que ocasionou a proliferação de muitas doenças, face
às condições precárias de higiene, além da presença de mendigos nas ruas.
(MUMFORD, 1965)
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também em relação à sociedade que ali se estabeleceu, pois no início estas pessoas
tinham um poder aquisitivo alto, e podiam adquirir um lote com área maior do que os
lotes existentes na cidade, além do privilégio de desfrutar de melhor qualidade
ambiental. Ainda para ele, o subúrbio resgata a idéia de vizinhança, espalhada pela
cidade com o número crescente e repentino da população, o que gera um anonimato
entre as pessoas e cria também uma insegurança, pois a sensação de proteção é
gerada também, quando se está próximo a amigos e conhecidos (NIEMEYER, 2000).
Assim, este processo de expansão pode-se dizer ter sido semelhante aquele
ocorrido tanto em cidades muradas, com limites mais definidos, como em cidades com
caráter mais ilimitado, a que na realidade devido ao aumento populacional, a expansão
urbana foi detida por barreiras físicas dos muros, mas criou um distanciamento do
centro tradicional, embora continuasse dependente deste, o que implicava em maior
fluxo ocorrendo em estruturas já ultrapassadas.
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Para que as cidades novas inglesas assim como Milton Keynes pudessem se
estabelecer e se manter, foi necessário que acima de qualquer planejamento de
dimensionamento e distribuição do seu núcleo, que houvesse também um
planejamento de interligação entre cidades. O crescimento antes observado ao redor
de um núcleo central, devido às distancias que foram aumentando, passa a dar origem
a outros núcleos que vão se estruturando como células autônomas ou parcialmente
autônomas e se justapondo, onde a mobilidade por vias de comunicação, seja ela
sobre trilhos ou sobre pneus se torna essencial.
Estes planos todos foram idealizados para se ter a expansão das cidades em
condições favoráveis à salubridade dos habitantes, construindo novas redes viárias com
dimensionamento e hierarquia adequados, ao novo cenário de aumento da população e
área urbana, com a popularização do automóvel particular para locomoção, incentivado
pela industrialização. Preocupavam-se com uma “sustentabilidade” relativa ao
dimensionamento urbano e às condições de saúde pública.
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O município de Campinas possui área rural de 470 km2 e área urbana de 417 km2 (PLANO
DIRETOR, 2006).
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mantidas, porém foram ampliadas passando seu número para nove, conforme
apresentadas no mapa 1. Ainda sofreram mais subdivisões em AP’s Áreas de
Planejamento, que são consideradas áreas intermediárias, constituídas pelo
agrupamento de UTB’s (Unidades Territoriais Básicas), que são as menores subdivisões
que se constituem em bairros ou pequenos agrupamentos onde se encontram uma
homogeneidade quanto aos padrões de ocupação do solo e de renda. Com essa nova
divisão em macrozonas pode-se obter uma análise mais detalhada referente ao meio
ambiente e à utilização do território com um controle mais apurado do avanço da
malha urbana sobre a área rural (CADERNO DE SUBSÍDIOS, 2006; PLANO DIRETOR,
2006).
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COMÉRCIO: FINAL DO SÉCULO XIX E INÍCIO DO SÉCULO
XX
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existência de algumas galerias (quatro) que formavam “passagens cobertas”. Por isto
pode-se destacar que as Galerias naquela época estavam se propagando entre as
principais cidades do norte europeu com relativo sucesso. Entretanto, este sucesso não
se repetiu em Madrid, pois segundo Cerdà a escolha de das ruas para a instalação das
galerias não era adequada. Eram ruas estreitas, ladeadas por edifícios muito altos, o
que prejudicava a entrada da luz natural e, conseqüentemente, também a aeração
ficava prejudicada, gerando um ambiente insalubre (CERDÀ, 1991, vol. 2). Não se
pode esquecer que a questão climática na Espanha era diferente daquela de outros
países mais ao norte, onde o frio era rigoroso e predominava muita umidade.
No entanto, cada vez mais a cobertura das entradas das lojas tornava-se
tornava usual, visando proporcionar ao cliente mais conforto e comodidade. Cerdà, no
entanto, via essas novas adaptações como nocivas à saúde da população, pois estas
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galerias não contavam com recuo suficiente para permitir a circulação de ar, além de
prejudicar a estética da paisagem. Assim sendo propõe que adaptações escolhendo
diferentes materiais de construção, como venezianas e não vidro, para que essas
coberturas pudessem ter um bom desempenho de ventilação, insolação e proteção
diante do clima local (CERDÀ, 1991, vol.2).
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ÁREAS DE SUBÚRBIOS
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segunda grande guerra, o subúrbio vai apresentar uma configuração espacial um pouco
distinta da européia, quando eram formados pela ferrovia, pois será mais dispersa,
orientado por rodovias, dando origem a novos centros e a uma nova sociedade.
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No custo do terreno está incluído o preço da venda mais os impostos que também são
proporcionais ao valor atribuído a localização (PALEN, 1975).
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A sigla CBD significa originariamente em inglês “Central Business District”, ou “Distrito
Comercial Central” (PALEN, 1975).
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É denominado de invasão o processo de introdução de uma nova atividade em uma região ou
zona (PALEN, 1975).
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transporte bem desenvolvido seja sobre trilhos ou sobre pneus e quando o uso do
automóvel, já é freqüente, que os setores formados pelo comércio atacadista e de
pequenas indústrias, assim como o de residências da população com maior poder
aquisitivo, localizam-se em setores ao longo de eixos de sistemas viários, assim como
a população com poder aquisitivo mais baixo, se localiza em áreas mais centrais e na
proximidade dos setores comercial e industrial. Hoyt, assim como Burgess demonstra
que a cidade encontra-se em um processo de formação continua.
Figura 3 Modelo Esquemático da “Teoria das Zonas Figura 4 Modelo Esquemático da “Teoria dos Setores de Homer
Concêntricas” de Ernest W. Burgess. Hoyt e da “Teoria dos Núcleos Múltiplos de Chauncey Harris e
(Fonte: CHAPIN JR., 1970, p. 14; modificado por Elaine Edward Ullman.
Sarapka, 2007). (Fonte: CHAPIN JR., 1970, p. 15; modificado por Elaine Sarapka,2007).
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industriais, nessas áreas centrais e incentivando dessa forma ao uso para comércio e
serviços. Houve outra alteração reduzindo coeficiente de aproveitamento e na taxa de
ocupação do terreno (BERNARDO, 2002).
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O COMÉRCIO: SÉCULO XX
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“Antes da década de 50, as empresas executavam, normalmente, a atividade logística de
maneira puramente funcional. Não existia nenhum conceito ou uma teoria formal de logística
integrada” (BOWERSOX; CLOSS, 2001, pp. 26,27).
O conceito logístico aqui citado, se refere “a capacidade de combinar competência com
expectativas e necessidades básicas dos clientes” (BOWERSOX; CLOSS, 2001, p. 26).
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menor lucro em maior quantidade de vendas; 4) O custo operacional foi reduzido, pois
com poucos funcionários. No entanto devido a forte concorrência gerada, foram
ocorrendo mudanças que influenciaram num aumento de custos. Houve uma melhoria
quanto à decoração das lojas, na diversificação da oferta de produtos, passando a se
trabalhar com maior número de itens, objetivando-se concentrar num único ponto ou
numa viagem do consumidor ao ponto de varejo, maior volume de vendas. Os
primeiros supermercados, se localizaram nas áreas centrais das cidades, as foram os
primeiros a se instalar nas áreas de subúrbios, pois devido a diversificação na oferta e
as possibilidades oferecidas pela associação do automóvel e da geladeira que
permitiram diminuir as viagens e aumentar a quantidade de produtos, já se fazia
necessário que houvesse disponibilidade de espaço para estacionamento, que ocorria
com maior facilidade nos subúrbios. Os supermercados logo foram seguidos por outros
tipos de varejo, como as lojas de departamentos, que também passaram a se localizar
em bairros e posteriormente nos subúrbios (NOVAES, 2001).
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caminhos alternativos pelas pessoas, que geravam um moto continuo, pois as novas
rotas também se tornavam congestionadas e novas alternativas eram criadas dando
origem a um investimento muito alto nos custos com a construção de novas estradas.
O congestionamento causado por essas áreas de comércio, afastava os moradores com
maior poder aquisitivo que saiam em busca de áreas mais agradáveis e com melhor
qualidade de vida, longe de ruídos e da poluição do ar, e com tráfego mais livre.
Restava assim, para esse comércio a população com menor poder aquisitivo, o que não
era vantajoso para os comerciantes. Tal situação originou a necessidade de
planejamento para organizar e dar um significado ao subúrbio, e principalmente para
se criar uma estrutura sólida na comunidade suburbana através da fixação do comércio
com perspectivas prósperas ao comerciante e a população. O planejamento no entanto,
não era bem visto pelos negociantes, que achavam que era melhor agir livremente.
Mas através do planejamento foi possível se verificar as reais necessidades desses
consumidores para se chegar ao projeto do centro comercial que se adaptasse a elas.
Obteve-se que o básico para se adequar a essas necessidades era: facilidade no
acesso, ampla área de lojas, e área de estacionamento gratuita e com disponibilidade
de vagas (GRUEN; SMITH, 1960).
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por outras compras (Nelson, 1958). Estes locais, nos Estados Unidos, são os chamados
“mall”, ou seja, rua de pedestres para compras em que o trânsito era permitido
somente a pedestres oferecendo estacionamento próximo ao local, ainda que não fosse
de uso exclusivo do comércio.
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então não acontecia (GRUEN; SMITH , 1960). Este centro comercial ainda permanece
em funcionamento nos dias atuais (2007) (www.countryclubplaza.com, acesso em
24/01/07).
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Naquela época era costume os automóveis serem deixados em locais separados não
pertencentes ao mesmo edifício.
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crescendo, pois era uma população que já incorporava o uso freqüente do automóvel,
para percorrer longas distâncias , sendo assim esses shopping centers foram se
adaptando às essas necessidades.
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classificado pelas suas características como uma shopping regional, nas compras de
necessidades diárias da população daquela região (GRUEN; SMITH, 1960).
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4 - Pelo alto custo da locação dos espaços, custo este que teria de ser
repassado ao consumidor, no preço final da mercadoria (MUMFORD,
1965).
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SHOPPING CENTER: IMPACTOS TERRITORIAIS E SOCIAIS
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Lojas Âncoras: são as maiores lojas de varejo, localizadas nos finais dos corredores dos
shopping centers, as quais são utilizadas pelo seu potencial para atrair clientes ao shopping
center em geral. As lojas de departamentos costumam ser âncoras de shopping regional ou
super-regional, enquanto que os supermercados ancoram os shoppings de vizinhança
(www.easternct.edu, acesso em 07/10/07).
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calculada num raio de 160 km. Já os shopping centers comunitários são destinados
para um uso mais freqüente. As pessoas que para lá de dirigem estão em busca de
bens de consumo diário, por isso percorrem caminhos mais curtos, procurando os
shoppings mais próximos do seu local de residência ou trabalho, por isso sua área de
influência se reduz a vizinhança próxima. Os shopping centers de vizinhança, ocupam
menos de uma quadra e são aqueles que têm o supermercado como atrativo com
pouquíssimas lojas, pois as pessoas o freqüentam numa média semanal, no intuito de
fazerem as compras de gêneros alimentícios e acabam se utilizando dessas lojas
opcionais. Os regionais são um pouco menores que os super-regionais, ocupando no
máximo uma área equivalente a sete quadras e também possuem como atrativo as
lojas de departamentos, mas o número dessas lojas é reduzido também, não passando
de duas.
Outros dados levantados e que podem ser utilizados como referência para
sua classificação estão relacionados ao tipo de produto comercializado com prioridade,
ou seja ele está vinculado ao “mix” de produtos. Essa classificação pode ser observada
no quadro 2:.
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Tipo Mix
[1] Lojas com características que representam um estilo de vida são aquelas direcionadas para uma faixa etária
específica, ou para determinado hábito como o de práticas esportivas.
Quadro 2 Classificação do Shopping Center de acordo com “mix” de produtos (Fonte:www.abrasce.com.br consulta em 03/09/07)
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Ainda nessa última classificação divulgada pelo ICSC, em 2007, é feita uma
análise onde se observa características que se destacam e diferenciam no seu projeto
(design).
Tipos Caracterísiticas
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costumes da população que fará uso dele, além é claro de conhecer as condições
climáticas do local.
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contribuindo para que haja uma organização e facilidades de acesso e compras sendo
planejado para que sua eficiência se estenda por um longo período.
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ou maior quando os percursos forem mais extensos, mas também ao mesmo tempo
mais espaçadas, pois as compras comparadas não ocorrem com tanta freqüência
quanto às de consumo de bens de conveniência.
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MUDANÇAS SOCIAIS: INFLUÊNCIA NO SHOPPING CENTER
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em busca de uma igualdade, leva a mulher cada vez mais a buscar o seu espaço no
campo profissional e a integrá-lo (HARVEY, 1996).
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Dessa maneira, os homens começam a ter mais tempo livre para o lazer, e
os shoppings, a incorporá-lo aos seus atrativos. E o que era antes, apenas um local
procurado para as compras, passa a ser um local de lazer para a família. O shopping
center congrega num mesmo local a opção de compra de produtos de necessidade ou
supérfluos, facilidade de acesso e estacionamento, restaurantes e outro tipos de
divertimentos. Todos esses elementos reunidos em um único local, no qual pode-se
transitar a pé, num ambiente climatizado, seguro, limpo e bonito, além de possuir uma
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flexibilidade quanto ao seu horário de funcionamento, o qual pode ser utilizado nos
horários alternativos, em que as pessoas têm disponibilidade, fora do seu horário de
trabalho ou em finais de semana.
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Foram pesquisados diferentes tipos de relação familiar, como o que se faz costumeiramente
com o cônjuge, a mãe, o pai, o filho, o irmão, etc.
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família, as pessoas irão procurar por locais com diversidade de escolha para fazerem
suas compras, tornando-as mais práticas.
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uma fonte de geração de emprego e renda. Essa economia voltada para os serviços
contribui para o desenvolvimento e mudanças de costume da sociedade. Assim sendo,
pode-se observar que com o aumento de produção e dos serviços é que se começa a
valorizar o lazer. As pessoas passam a ter mais tempo livre e a usá-lo para o
divertimento. E o lazer torna-se também um bem de consumo necessário e desejado.
89
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
90
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
específico, o resultado obtido não foi muito diferente aos shopping centers já existentes
com as características do shopping center de subúrbio, ainda muito voltado ao seu
interior, criando mais barreiras a paisagem exterior que integração.
Figura 5 Santa Mônica Place – Los Angeles – EUA – Vista da Figura 6 Vista Aérea do Santa Mônica Place – EUA
2nd Street (Fonte: DAL CO; FOSTER, 1998). (Fonte: google earth, 2006; modificado por Elaine Sarapka,).
91
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
17
TENDÊNCIAS DA CIDADE ATUAL
92
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
se sedimentando uma nova classe com estilos e costumes gerados através de uma
cadeia formada pelos meios de comunicação que se propagaram a partir de uma época
pós-moderna, onde a mídia associada à tecnologia passa a ter papel fundamental na
aproximação e unificação nas formas de vestir, morar, comprar e construir as cidades
(HARVEY, 1996; SOLÀ-MORALES, 2002; JANOSCHKA, 2006).
O que ocorre então, é que as relações das atividades passam para um outro
nível de dimensão. A hierarquia antes existente, na qual pode-se dizer havia uma
dependência ou uma complementaridade entre atividades, e que necessitavam de
determinada localização para otimizar sua eficiência de funcionamento, deixa assim, de
existir e passa a prescindir do espaço físico, enquanto determinante da necessidade de
organização no espaço geográfico. O espaço físico deixa de ter importância enquanto
localização geográfica dessas diferentes atividades e seus respectivos equipamentos. O
espaço físico torna-se um meio em que as atividades existem, mas não
necessariamente se vinculam à localizações. Vinculam-se a redes de comunicações
(SOLÀ-MORALES, 2002).
93
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
saudáveis e com custo mais baixo, esta população mudou-se estabelecendo ao longo
das rodovias que foram sendo implantadas, junto às indústrias, ocorrendo assim uma
ocupação dispersa, que foi acompanhada pelo comércio e serviços, em especial pelos
shopping centers, que antes eram localizados em bairros centrais de classes de alto
poder aquisitivo, e passaram a acompanhar essa nova classe que na realidade se
formava, pois se criava uma nova forma de estilo de vida (JANOSCHKA, 2006).
11
A definição de centro aqui utilizada como base, é a de Guillermo Tella ( 2006, p. 29), onde ele
diz que o centro clássico possui como principais características: sua alta densidade, os limites
definidos e a forma compacta.
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
Alphaville de São Paulo a Nordelta, cidade cercada por muros, construída com
investimentos do setor privado, localizada no município de Tigre na província de
Buenos Aires, na Argentina. Essa cidade foi planejada para acomodar oitenta mil
12
pessoas numa área de mil e seiscentos hectares , e possui quase a totalidade de
serviços e funções urbanas, tais como consumo, cultura e educação, além da moradia
e recreação. No caso de Nordelta, de acordo com entrevistas feitas junto aos
moradores, o fator predominante na escolha do local para lá residir, foi por se oferecer
um “estilo alternativo de vida”, ou seja, um local em condições mais favoráveis de
meio ambiente, com espaços mais amplos, infra-estrutura urbana, não sendo
necessária a viagem até áreas mais centrais, tendo de se deparar com poluição do ar,
poluição sonora, congestionamento e ainda com a imagem de pobreza. Esses fatores
foram os mais mencionados na justificativa para a escolha dessa área, ficando a
violência em segundo lugar. (JANOSCHKA, 2006)
12
Howard, quando estudou uma densidade para as cidades jardim, sugeriu um limite físico de
1.000 acres (405 hectares), para uma população de 32.000 habitantes. A nova cidade inglesa
de Wythenshawe, com área de 5.500 acres (2.226 hectares) foi planejada para 107.000
habitantes, (HALL, 2002).
99
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
e Hoyt. Essas quatro dimensões propostas são divididas segundo Janoschka (2006, pp.
104-105) em:
13
São os bairros não reconhecidos pela administração municipal.
100
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
101
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
Figura 7 Modelo da cidade atual, gráfico com base na cidade de Buenos Aires. (JANOSCHKA, 2005, p. 104).
102
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
18
REFLEXÕES DO CAPÍTULO 1
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
linearmente pelas ruas, procurasse dar maior conforto ao consumidor, dando origem
então as Galerias, que ainda mantinham a linearidade, com lojas lado a lado, mas
criando ambientes com características de locais de uso particular com calçamento e
coberturas.
104
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
105
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
quanto à idade, posição social, sexo, onde inclusive é dada atenção especial a pessoas
portadoras de necessidades especiais, estando adaptados com equipamentos
adequados para receber a toda diversidade, inclusive em muitos não havendo restrição
quanto à permanência de animais.
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
21
DESENVOLVIMENTO URBANO E COMÉRCIO: CAMPINAS E
SÃO PAULO
A cidade de São Paulo tem o seu núcleo inicial composto por três ruas
conhecidas por triangulo central constituído pela Rua Direita, com a Rua São Bento e
Rua Quinze de Novembro, sendo estas duas últimas consideradas as principais ruas de
comércio na época. A Rua Direita também já começava a dar sinais de seu
desenvolvimento, mas ela só alcançaria destaque superando as outras após a
inauguração do Viaduto do Chá. Já no final do século XIX, São Paulo começa a se
expandir rompendo esses limites do triângulo central, atravessando o Vale do
Anhangabaú em direção à Praça da República. Assim, o centro local, com suas ofertas
109
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
Por sua vez, esta loja Mappin possuía como clientela principal o público
feminino da elite paulista, que morava nos bairros elegantes de Santa Efigênia e
Higienópolis, que na época eram considerados os bairros nobres. Além de confecção,
na maioria importada, o Mappin inovou abrindo um salão de chá, que se tornou local
de encontros da elite, à tarde. No comércio, também introduziu algumas inovações que
aliavam o prazer das compras, ao lazer de ir à casa de chá e, posteriormente ao
restaurante Mappin. Na área mercadológica, essa grande loja de departamentos
apresentou inovações para sua época, na maneira de organizar as mercadorias,
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
111
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
devido à proximidade com o Rio Pinheiros, o que não evitou sua ocupação, nem que o
crescimento da cidade seguisse naquela direção; esta foi uma expansão articulada ao
espraiamento da população de alta e média renda, em direção ao quadrante sudoeste
(VILLAÇA, 2001).
22
IMPACTOS AMBIENTAIS
114
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
além de ser um agente poluidor mais significativo também, pois recebe os veículos
motores.
115
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
existe uma concentração do dióxido de carbono, que é o gás liberado pela respiração
humana, que também é altamente prejudicial à saúde. Somando-se a esses dois gases
ainda, há ainda um terceiro que é conhecido como tolueno, também tóxico, que é o
gás liberado por materiais utilizados na confecção do interior do veículo, como
plásticos, borrachas e colas que são os responsáveis pelo “cheiro de carro novo”.
Assim, o ar respirado pelo usuário do veículo concentra mais elementos poluentes que
o ar respirado pelo pedestre. A alta concentração desses gases no interior dos veículos
por um longo período de tempo, ou seja, a partir de uma hora é suficiente para
provocar desde dores cabeça até alterações na pressão arterial, podendo provocar
mesmo, infarto do miocárdio e até câncer de pulmão. Nos gráficos abaixo é possível se
detectar qual o nível de concentração dos dois tipos de gases com relação ao número
de pessoas que estão no interior do veículo, considerando-se que os vidros estejam
14
totalmente fechados . Ressaltando ainda, que a concentração do monóxido de
carbono em nível superior a 25 ppm (partes por milhão) e do dióxido de carbono em
nível acima de 1.000 ppm, no período de uma hora, já podem produzir efeitos
colaterais (FOLHA DE SÃO PAULO, 05/08/2007).
14
O teste foi realizado com o filtro de ar condicionado em perfeito estado, a ventilação no
primeiro estágio e admitindo-se ar externo. A variação dos números pode ser de 0,5 ponto
percentual para mais oou para menos (Fonte: ECO QUEST DO BRASIL; FOLHA DE SÃO PAULO,
05/08/07).
116
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
200
175 183
150
142
100 110
77
50
0
início 4 min 10 min 15 min 18 min
Gráfico 1 Nível de concentração do gás monóxido de carbono em carro fechado com duas
pessoas (Fonte: ECO QUEST DO BRASIL, FOLHA DE SÃO PAULO, 05/08/07).
117
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
300 297
250
200
168 177
150 142
100
76
50
0
início 4 min 15 min 25 min 58 min
Gráfico 2 Nível de concentração do gás monóxido de carbono em carro fechado com quatro
pessoas. (Fonte: ECO QUEST DO BRASIL, FOLHA DE SÃO PAULO, 05/08/07).
1400
1200 1266
1000 992
800
680 720
600
400 370
200
0
início 4 min 10 min 15 min 18 min
Gráfico 3 Nível de concentração do gás dióxido de carbono em carro fechado com duas
pessoas. (Fonte: ECO QUEST DO BRASIL, FOLHA DE SÃO PAULO, 05/08/07).
118
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
2000
1640
1500
1350 1420
1000
665
500
370
0
início 4 min 15 min 25 min 58 min
Gráfico 4 Nível de concentração do gás dióxido de carbono em carro fechado com duas
pessoas. (Fonte: ECO QUEST DO BRASIL, FOLHA DE SÃO PAULO, 05/08/07).
119
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
120
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
121
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
23
OS SHOPPING CENTERS NO BRASIL
São Paulo desde o início do século XX, já era no país a cidade de maior
desenvolvimento, o carro chefe da economia brasileira. Houve um aumento
considerável da área metropolitana que se formou em torno de São Paulo e seu
mercado consumidor, iniciando-se assim, um movimento de descentralização do
varejo, para atender a essa população metropolitana, onde as grandes lojas de
departamentos sediadas na zona central de comércio passaram a estabelecer filiais em
áreas periféricas e começaram a utilizar novas técnicas para atrair o consumidor:
122
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
estabelecer novas linhas de produtos; usar o rádio e a televisão como veículo de mídia
em favor de sua divulgação; utilizar linhas de crédito que são regulamentadas à partir
de 1964; esse crédito tinha por finalidade incentivar o aumento do mercado do
mercado automobilístico e de eletrodomésticos. Nascem assim as linhas de crédito ao
consumidor, as financeiras e instituições de cartão de crédito (VARGAS, 1993).
Pode-se dizer que ainda associada a estas inovações e também aos avanços
tecnológicos que as trouxeram é que se dá especial atenção ao projeto e “lay-out” de
lojas, buscando um diferencial que conformasse o novo mercado nascente. Foram
criadas Galerias na área do “centro velho” baseadas em estilo europeu, geralmente
com três ou quatro andares, com circulação vertical e foram introduzidas escadas
rolantes e elevadores (FONSECA, 1992)
123
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
recebido com muita expectativa, pois seu sucesso poderia, como aconteceu com o
primeiro supermercado, não se verificar (STILLMAN, apud BRUNA, 1972).
É que no Brasil, a recepção do shopping center foi feita por uma sociedade
de poder de compra médio e alto, mas não homogênea na cidade. Assim sendo, o
shopping não segue totalmente trajetória similar àquela que ocorreu nos EUA. Sua
localização seguiu o traçado estabelecido pelo crescimento urbano (mas não
124
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
125
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
que o transporte coletivo ainda não abrangia essa região com eficiência (Vargas,
1993).
126
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
Outro fator que tem contribuído para que pessoas de menor poder
aquisitivo, que costumavam efetuar suas compras num raio próximo ao de suas
moradias no comércio informal, passem a fazê-las em locais mais distantes e em lojas
estabelecidas, onde se observa que muitas dessas lojas se localizam em shopping
centers, é o sistema de crédito que tem dado atenção especial às classes C, D e E,
onde as instituições financeiras têm no segmento varejista um grande parceiro para
ampliar seu campo de ação, pois é o varejo que detém a base de clientes. Hoje os
cartões de loja distribuídos superam o número de cartões de crédito, e estão abaixo do
número de cartões de débito. As operações com cartões estão mais baratas devido a
tecnologia, o que faz com que a população opte por lojas que se utilizam desse
sistema, podendo oferecer melhor preço nas mercadorias. Lojas como C & A,
Riachuelo, Casas Pernambucanas e Redes de Supermercados como Carrefour, Extra,
entre outros, tem feito muito uso desse tipo de cartão, oferecendo parcelamento de
compras, mesmo em gêneros alimentícios ou maiores prazos para pagamentos das
compras efetuadas. Não se pode deixar de mencionar também, que a população de
menor renda tem mostrado mais sofisticação nas suas escolhas, onde produtos de alta
tecnologia como aparelhos de DVD, celular, microondas, computador, passaram a fazer
parte da relação de bens que querem consumir. Assim, observa-se que as escolhas por
produtos têm se mostrado mais sofisticadas, os ambientes para efetuar as compras
também passam por uma transformação nessa preferência, onde a procura por
shopping centers tem aumentado. Grandes redes varejistas estabelecidas no comércio
127
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
de rua, começaram a abrir lojas em shopping centers como no caso das Casas Bahia,
Ponto Frio, Magazine Luíza e a Marabraz, que inaugurou sua primeira loja em 2005 no
Shopping Taboão, localizado na zona sul de São Paulo (www.abrasce.com.br, acesso
em 30/10/07; FUTEMA, 14/01/2005, acesso em 04/11/07).
15
O deslocamento da população de alta renda foi seguida pelos empreendedores do ramo
imobiliário, diferente do ocorrido nos Estados Unidos, onde ocorreu o contrário, os
empreendedores imobiliários direcionaram o vetor de deslocamento que a população de alta
renda deveria seguir.
128
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
shoppings locais para suas compras de conveniência. Segundo Zildo Borgonovi, diretor
da área de shopping centers da consultoria Gouvêa de Souza & MID, “os
empreendimentos nessas regiões têm de ser desenhados na medida não só da renda e
da densidade populacional, mas também dos hábitos desse público”. No caso, esses
hábitos de consumo se diferenciam dos norte-americanos, pois nos Estados Unidos,
onde a renda da população que vive no subúrbio é muito maior que a do brasileiro que
vive em condições semelhantes, possuem grandes empreendimentos de varejo,
enquanto no Brasil a tendência nessas áreas é a de um comércio de conveniência
(VARGAS, 1993; BALBI,2006).
129
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
16
Em 1981 , é construído o Shopping Center Eldorado, não muito distante do
Shopping Iguatemi e do Shopping Ibirapuera, que possuía como atrativo o
Hipermercado de mesmo nome, o qual era responsável pela freqüência de 70% do
130
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
público que lá faziam suas compras. O Shopping Eldorado também se utilizou de uma
outra inovação na estratégia para atrair os consumidores, ao investir em diversões
infantis, como parques temáticos, no caso o Parque Temático da Mônica (VARGAS,
1993; www.abrasce.com.br, acesso em 30/10/07).
131
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
passa a ser considerado não apenas como um local de compras, mas também de
entretenimento e lazer.
132
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
133
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
observar um panorama semelhante ao que ocorre com o Center Norte, pois ambos
foram localizados em espaço urbano menos consolidado, com disponibilidade de lotes
maiores, e custo menor, próximos a uma população de menor poder aquisitivo.
134
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
135
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
Figura 8 Shopping Eldorado – Vista aérea com área residencial no entorno (Fonte: google earth, 2007).
136
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
17
Ocorreram também mudanças sociais: devido ao crescimento da terceirização dos serviços, é
significativo o número de pessoas que transformaram sua residência no seu local de trabalho.
137
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
24
IMPACTOS SOCIAIS DOS SHOPPING CENTERS
138
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
139
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
em locais mais distantes, praticamente com recursos próprios, feitas de vagar ao longo
do tempo (CALDEIRA, 2000; VILLAÇA, 2001).
140
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
141
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
145
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
Tabela 1 Ocupação Formal e Variação, 1985 e 2005 (Fonte: MTE/RAIS, 1985 e 2005 (DINIZ; CAMPOLINA, 2005)
146
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
147
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
Mapa 3 Crescimento da Mancha Urbana do município de Campinas (Fonte: CADERNO DE SUBSÍDIOS/MAPAS, 2007)
149
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
Mapa 4 Evolução do Perímetro Urbano do município de Campinas (Fonte: CADERNO DE SUBSÍDIOS/MAPAS, 2007)
150
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
25
IMPACTOS TERRITORIAIS DOS SHOPPING CENTERS
18
No Brasil temos a ABRASCE – Associação Brasileira de Shopping Centers, que foi fundada em
1976 e que tem como objetivo fortalecer a “indústria de shopping centers”, e para isso reúne
empreendedores, administradores e prestadores de serviço. A ABRASCE atua em âmbito
nacional. (Fonte: www.abrasce.com.br)
151
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
Isto posto, pode-se dizer que justamente por essas características dos
shoppings em São Paulo no contexto urbano é que se registra a ocorrência de vários
impactos. Vargas (1993, p.296) relata que o shopping center pode ser:
152
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
153
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
Quadro 4 Classificação do Shopping Center de acordo com Mix de Produtos (Fonte:www.abrasce.com.br consulta em 23/09/07)
154
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
19
“Foram identificadas como Áreas Especiais de Tráfego regiões e vias da cidade que
apresentam saturação da capacidade de escoamento de veículos e que correspondem a Área
Central, aos subcentros de Pinheiros e Consolação / Cerqueira César, e a um conjunto de vias
estruturais” (MARTINS, 2000, p. 10)
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
diretrizes emitida pela Secretaria Municipal de Transporte, sem o que não se consegue
o Alvará de Projeto junto à Secretaria de Habitação (SEHAB). Dessa forma de acordo
com a Lei 10.334/87 ficou estabelecido à responsabilidade do órgão de trânsito de
avaliar as condições de acesso, áreas de estacionamento, áreas de carga-descarga e
áreas de embarque-desembarque, bem como as condições das vias internas para
20
circulação e manobras . Ainda segundo a Lei 10.506/88, cabe ao proprietário arcar
com os custos de projeto, execução e melhorias viárias para solucionar os impactos
gerados, isentando o pode público municipal desta responsabilidade.
20
Observa-se assim que o impacto está sendo estimado e esse dimensionamento passou a se
basear em fórmulas que estivessem o número de vagas no estacionamento em relação à área
computável do empreendimento com base na demanda de automóveis por dia considerando os
dias de maior freqüência (MARTINS, 2000).
159
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
ambiente urbano, e mesmo dos seres vivos que estão neste habitat. Há todo um
processo que deve ser analisado que vai desde a extração dos recursos do meio
natural, dando-se atenção a sua velocidade, a possibilidade e eficiência de sua
reposição, os efeitos de sua utilização e até sua deposição de volta ao meio natural. O
planejamento deve estar atento desde a concepção e base inicial do projeto tendo
como finalização o destino que todos os recursos utilizados irão tomar. Para que o
projeto de um empreendimento significativo como o shopping center seja eficiente, é
portanto necessário um planejamento conjunto entre o poder público e o setor privado,
para relacionar a melhor alternativa, englobando o atendimento das necessidades
sociais políticas, técnicas, econômicas e ambientais. E como parte dos estudos
propostos para esses empreendimentos de acordo com a Lei 10.257/01 – Estatuto da
Cidade, é preciso haver um estudo prévio de impactos de vizinhança (EIV), solicitados
pelo município, assim como atender aos requisitos do estudo de impactos ambientais
(EIA), solicitados pelo Estado. A qualidade de vida que está intrinsecamente associada
à qualidade do meio ambiente e esses estudo tornam-se indispensáveis (PHILIPPI JR.;
ROMÉRO; BRUNA, 2004).
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
26
EVOLUÇÃO DOS SHOPPING CENTERS NO BRASIL
161
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
Regional 101 63
Vizinhança 27 17
Comunitário 20 12
Especializado 10 6
Outros 3 2
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350 346
317 326 335
300 303
281 294
250
200
150
100
50
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Tabela 2 Evolução do número Shopping Centers quanto a Localização (Fonte:www.abrasce.com.br consulta em 20/10/07)
163
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600
500 524
453 476 488
400 441
400
300 328
200
100
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
164
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
21
A pesquisa foi realizada com estimativa de idade ativa nas regiões metropolitanas de Belo
Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e no Distrito Federal. Fonte: convenio
Seade-Dieese, MTE/FAT e convênios regionais.
165
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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SHOPPING CENTER GERADOR DE CENTRALIDADE
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
continuidade do espaço físico, mas sim uma centralidade criada pelas interligações
estabelecidas pela rede viária, apresentando um espaço físico fragmentado, mas
altamente conectado (HARVEY, 1996; SOLÀ-MORALES, 2002).
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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LOGÍSTICA: APLICADA AO COMÉRCIO
173
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
e padarias e também havia um sistema de entrega nas portas das residências. Tempos
depois passou a ser comercializado em sacos plásticos, observando-se que em ambos
os tipos de embalagem, havia necessidade de estarem armazenados em locais
resfriados, com temperaturas adequadas e mesmo assim, o tempo de armazenamento
era muito pequeno, muitas vezes estando já deteriorado mesmo estando dentro do
prazo de validade, que não era determinado na embalagem e para o qual não havia
legislação específica que protegesse o consumidor. Com a aplicação da tecnologia na
confecção de embalagens como no caso da “tetra pak”, e com as legislações que
obrigam a mencionar o prazo de validade, o prazo de consumo é bem maior, e também
permite ao consumidor utilizar de seus direitos caso o produto esteja deteriorado em
ter atingido esse prazo (NOVAES, 2001).
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
quando existe uma produção em larga escala, assim os custos podem ser diminuídos.
Para que essa redução de custo chegue ao seu destino final, que muitas vezes é o
varejo, é necessário que haja a possibilidade de uma distribuição ampla atingindo
vários locais ao mesmo tempo, o que se consegue através do encurtamento das
distâncias obtidas através de uma lógica de distribuição. Por isso muitas vezes se
observa que determinado produto local tem preços superiores ao mesmo produto vindo
de outro local, muitas vezes mais distante (NOVAES, 2001, BALLOU, 2006).
22
Através de um sistema logístico eficiente a separação geográfica entre a
produção e o consumo não representa uma barreira, mas sim uma ponte, ou seja, uma
solução economicamente viável, tanto numa análise nacional como internacional. Para
que haja um sistema completo e eficiente a logística deve estar presente e
acompanhando o processo deste a matéria prima até o final quando o produto é
descartado. A logística deve estar presente em “todas as atividades importantes para a
disponibilização de bens e serviços aos consumidores quando e onde estes quiserem
adquiri-los”. (BALLOU, 2006, p. 27)
22
Por sistema logístico deve-se entender todas as instalações onde os materiais são estocados
por meio intermediário ou final, assim como lojas de varejo, depósito de produtos acabados,
fábricas e depósitos de matérias primas (BOWERSOX; CLOSS, 2001, P. 415).
176
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
23
processo just-in-time - JIT, onde se opera com a redução de estoques, tem sido
muito eficiente na redução dos custos das mercadorias no varejo. Há ainda que se
levar em consideração, de uma maneira geral, que o produto muitas vezes não chega a
sair das prateleiras, ou por estar danificado, ou por estar com prazo de validade
vencido, ou simplesmente por já estar ultrapassado, portanto ele deve voltar ao seu
estágio inicial para que sejam tomadas as devidas providencias. Se for o caso de
descartá-lo, o produto já estará composto, provavelmente por dois ou mais itens, ou
materiais diferentes, pois a embalagem vai sofrer um processo diferente de descarte
do produto em si, para que esteja adequado às leis ambientais (BALLOU, 2006).
23
Processo cujo objetivo é dispor do material necessário, na quantidade necessária e no
momento necessário (BALLOU, 2006).
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
O processo deve completar seu ciclo com a máxima eficiência para que
dessa forma o empreendedor tenha o lucro desejado pois poderá ou disponibilizar uma
área maior do seu espaço para locação de loja, ou o comerciante poderá ter uma loja
mais ampla e assim explorar melhor sua área de exposição, e o consumidor também
sairá ganhando pois os preços serão mais atrativos, devido à competitividade e haverá
uma maior diversidade de produtos oferecidos ao consumidor.
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
Samuel Moore Walton, mais conhecido por Sam Walton, abriu a primeira loja de
descontos que devido às proporções que foi adquirindo em pouco tempo, teve de
competir com outras redes já estabelecidas em áreas metropolitanas, sendo o principal
concorrente à rede K-Mart. O nome de Wal-Mart foi dado por um associado, pois para
se fazer compras nesse tipo de loja, havia a necessidade de se cadastrar como sócio
deste clube (BALLOU, 2006; www.walmartbrasil.com.br, acesso em 06/09/06).
24
O Wal-Mart Supercenters é uma cadeia de hipermercados com área construída que varia de
9.000 m2 a 24.000 m2 tendo uma área média de 17.000 m2. Esses Supercenters oferecem tudo
que é encontrado nos supermercados, mas com maior número de serviços e lazer,
encontrando-se cabeleireiros, lojas de alimentação, locadoras de filmes, e alguns supercenters
possuem até posto de abastecimento de combustível (www.wikipedia.org, acesso em
07/11/07).
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
25
SAM’S CLUB aberta no Brasil foi no município de São Caetano do Sul, seguida pela
loja de Santo André, ambas no ABC Paulista somente localizando a terceira em Osasco
(FISHMAN, 2006; www.walmartbrasil.com.br, acesso em 06/09/06).
25
O SAM’S CLUB é a rede de comércio atacadista pertencente cadeia do Wal-Mart, onde para
se fazer compras é necessário ser associado.
180
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
26
EDI é a abreviação de Eletronic Data Interchange (NOVAES, 2001, p. 79).
181
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fazem uso do comércio sem loja há muito tempo, tendo este se iniciado com empresas
que ofereciam seus produtos através de catálogos, como a Sears americana, que
depois viria a ser uma grande loja de departamentos, hoje extinta; ou que realizavam
vendas em domicílio como a Avon. Depois passou a haver um comércio que se
efetuava por anúncios em jornais e revistas e recebiam pedidos por telefone, fax, ou
pelo correio, e mais tardiamente por e-mail. Esse comércio sem loja teve como grande
propulsor os serviços de encomendas expressas, pois tendo um serviço de entregas
eficiente, esse tipo de comércio pode oferecer melhores preços ao consumidor, pois a
concentração de estoque em um único local que esteja estrategicamente localizado de
forma a atender uma área ampla reduz os custos de armazenagem e estes podem ser
revertidos em um custo final menor (NOVAES, 2001).
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
desativadas, há ainda algumas linhas administradas pela Brasil Ferrovias, onde embora
os trens desempenhem uma velocidade muita baixa, ainda fazem algumas poucas
viagens de cargas. Campinas ainda conta um sistema rodoviário muito eficiente. Sua
história de desenvolvimento está intimamente ligada ao transporte ferroviário,
chegando a ser o palco do entroncamento de quatro redes ferroviárias. Na segunda
metade do século XIX, os cafeicultores disponibilizaram de recursos para a construção
da Ferrovia Paulista que faria a ligação de Campinas com Jundiaí, de onde já havia a
ligação com o porto de Santos, possibilitando assim o transporte do café com maior
eficiência (www.cosmo.com.br, acesso em 30/10/07).
186
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
É necessário que essa área seja tratada em conjunto e com regras rigorosas
para que os problemas que ocorrem atualmente no aeroporto de Congonhas, localizado
na cidade de São Paulo em área altamente urbanizada não se repitam em Viracopos.
Recentemente as obras de ampliação do Shopping Ibirapuera, em São Paulo, foram
embargadas e seus alvarás suspensos pela Secretaria Municipal de Habitação, pois
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Atualmente existe uma única linha para ser utilizada para ambos os transportes de
cargas e de passageiros, e sendo a carga prioridade, a viagem de passageiros além de
lenta sofre constantes atrasos (FOLHA DE SÃO PAULO, 05/08/2007, p. C9).
Ainda, como no caso do Shopping Parque Dom Pedro, existem docas para a
descarga em cada setor, com pátio de manobras dimensionado para que os veículos de
maior porte não tenham dificuldade em executar essas manobras nem para o seu
acesso às docas onde será feito o abastecimento, pois além do comprimento dos
caminhões esses possuem também carga com alturas significativas.
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
estratégias visando maior competitividade, uma vez que o processo não poderá ser
utilizado de maneira completa nessas áreas pobremente dimensionadas, o que impede
a total eficácia no resultado final.
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29
REFLEXÕES DO CAPÍTULO 2
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
entanto após quatro anos da implantação desse primeiro shopping center, outros
começaram a despontar.
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
áreas de uso público, como praças e parques e as áreas privadas de uso público. Outro
recurso utilizado que também contribuI com a redução dos custos operacionais das
lojas, é manter um estoque mínimo no local da loja, armazenando os produtos em
outro ponto, em uma única área com localização centralizada que permita o
abastecimento com eficiência, de vários pontos de varejo, com localizações diversas. A
produção em larga escala também possibilita a diminuição dos custos e a distribuição
sendo bem estruturada, onde a escolha de modal de transporte é muito importante e
também contribui com o preço final do produto. O desenvolvimento da tecnologia tem
possibilitado essa estruturação de logística de distribuição de mercadorias o qual vem
sendo utilizado pelas redes de super mercados e lojas de grande porte. Esses locais de
varejo têm se beneficiado também com o sistema de crédito ao consumidor, que está
se votando à população de menor poder aquisitivo, oferecendo cartões personalizados
dessas lojas, atraindo essa população a fazer suas compras em lojas mais distantes,
muitas delas localizadas em shopping centers, dando-lhes melhores condições de
ofertas e diversidade de produtos, tornando acessíveis equipamentos de tecnologia aos
quais essa população não tinha possibilidade de compra.
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DESENVOLVIMENTO DA CIDADE DE CAMPINAS E DO
COMÉRCIO
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
O modelo setorial proposto por Homer Hoyt pode ser visualizado aqui pelo
número crescente de indústrias que se instalaram no município na década de 1950,
face ao processo de incentivo à industrialização que se acelerou a partir da metade
desse mesmo século, quando o setor industrial passou a receber investimentos
estrangeiros. Essas indústrias se localizam inicialmente entre a perimetral média e a
externa, ao longo da Rodovia Anhanguera, direcionando o crescimento para a região
sudoeste. Sem contar com uma legislação zoneamento para exercer um controle sobre
o uso do solo, foram abertas possibilidades para a iniciativa privada atuar incentivando
a verticalização da área central e a implantação de uma quantidade significativa de
loteamentos. Examinando a evolução da mancha urbana é possível verificar que até
1940, a expansão do território ocorria ao redor do núcleo central mantendo suas
características de adensamento, mas em 1953 já ocorre uma expansão, não só redor
do núcleo já consolidado, mas também alcançando áreas mais isoladas, onde estavam
200
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
Nota-se também que existe uma tendência, nas áreas rurais que estão se
urbanizando, em seguir ainda ao modelo de “ilhas”, proposto por Janoschka (2006),
onde cada ilha é constituída por apenas uma atividade específica, onde distribui essas
atividades e classifica como ilhas de riqueza, ilhas de produção, ilhas de consumo e
ilhas de precariedade. A articulação entre essas diferentes ilhas ocorre por meio de um
sistema rodoviário eficiente.
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
Sete são suas rodovias e também sete é o número dos shopping centers,
distribuídos pela cidade de Campinas, totalizando 1.200 lojas, vide quadro 6, possui
ainda 121 supermercados e 33 lojas de departamentos. No computo total são mais de
20 mil estabelecimentos comerciais, onde 86% pertencem ao comércio varejista e 14%
ao comércio atacadista. Destaca-se sua rede hoteleira que está em ritmo acelerado de
expansão.
De acordo com o Quadro 10, pode-se notar que os shopping center com
número de lojas mais expressivos na cidade de Campinas são: O Shopping Center
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
Iguatemi com 300 lojas, o Galleria Shopping com 140 lojas, o Campinas Shopping
Center com 200 lojas e o Parque Dom Pedro Shopping, que é o shopping center mais
recente da cidade e possui o maior número de lojas, totalizando 391 lojas.
32
A ÉPOCA DOS SHOPPING CENTERS
206
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
cidade de São Paulo, mas em áreas já urbanizadas. Como ocorreu com grande parte
das cidades nos Estados Unidos, o centro de Campinas já não comportava mais a
população que crescia e se instalava nessas áreas em busca de trabalho e moradia,
conseqüentemente, o tráfego de veículos também aumentou. Em função de suas ruas
estreitas inicialmente foram adotadas medidas com o intuito de ampliação dessas ruas
e com uma adequação a um novo sistema viário que viabilizasse o trânsito surgido
decorrente da transformação de uma cidade agrária para uma cidade industrial. Esse
processo crescente de industrialização, origina um deslocamento progressivo dessas
áreas industriais, processo esse que se fazia em espaços entre as vias perimetrais, em
direção às áreas lindeiras a Rodovia Anhanguera, que possuía infra- estrutura em
desenvolvimento, com o seu asfaltamento e proximidade ao aeroporto de Viracopos.
Este aeroporto já despontava como um importante meio de comunicação entre essas
indústrias e a cidade, e outras localidades mais distantes. A tendência da população de
alta renda, é a de aplicar seus recursos na melhoria da sua qualidade de vida, o que
significa em ambientes melhores de moradia, traduzidos em espaços maiores, terrenos
em cotas de níveis mais altas, distantes de possibilidades de inundação, com condições
ambientais favoráveis para se viver, longe de ruídos poluidores ou ar contaminado e do
trânsito que se presencia normalmente nos principais núcleos urbanos. De acordo com
esse pensamento, as classes de mais alta renda vão se distanciando das áreas
industriais em busca de condições mais favoráveis para se viver. No caso de Campinas,
no período de 1977 a 1982, vários decretos são assinados modificando o zoneamento
207
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
com uma abrangência ampla, e foi determinada a zona de expansão urbana, havendo
uma alteração significativa da área rural passível de parcelamento para fins urbanos,
ampliando em aproximadamente cinco vezes a área urbanizada existente, que passou
de 77.180 mil m2 para 381.436 mil m2. Essa expansão contou com o parcelamento
para fins habitacionais e proporcionou condições para o deslocamento da população em
direção a região localizada à leste. E é nessa região onde se concentrava essa
população de níveis de renda alto e favorecido pelo zoneamento estabelecido, com a
criação de zona comercial, de prestação de serviços e habitacionais verticais, em parte
da fazenda de propriedade da Federação de Entidades Assistenciais de Campinas
(FEAC), a qual pertence ao grupo de empreendedores do negócio. Estas facilidades
urbanas foram implantadas, contando já com a previsão da implantação do novo
shopping center (BERNARDO, 2002, CADERNO DE SUBSÍDIOS, 2006).
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
Alimentação 34 lojas
Restaurantes 10 restaurantes
Total de salas de cinema 08 salas
Total de Vagas no Estacionamento 5.305 vagas
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
também destinado à área de estacionamento coberto que abriga 2.240 vagas para
automóveis das 5.305 vagas oferecidas na totalidade; há ainda uma ligação entre o
shopping center e o estacionamento por meio de uma passarela. Existe um controle
automático que através da retirada e pagamento do bilhete, registra a entrada e saída
de veículos do estacionamento do shopping; o valor pago pelo estacionamento é único
independente do tempo de permanência no mesmo. De acordo com suas
características físicas é classificado pelo o ISCS, como shopping center super-regional.
Há uma estimativa de que receba a visita anual de 22 milhões de pessoas, que por lá
passam em busca das várias alternativas de atividades, de compras, serviços, lazer e
alimentação que o shopping oferece. Este shopping ainda é responsável por 252
empregos gerados de forma direta, incluindo funcionários do shopping e terceirizados e
4.100 empregos gerados indiretamente constituídos por contratação de funcionários
efetuadas pelos lojistas (www.iguatemicampinas.com.br acesso em 18/10/07;
www.abrasce.com.br, acesso em 18/10/07; www.iscs.org, acesso em 18/10/07).
211
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
Figura 9 Vista do estacionamento coberto do Shopping Figura 10 Edifício do Shopping Iguatemi e do Estacionamento
Iguatemi onde se observa verticalização do entorno Coberto
(Fonte: Elaine Sarapka, 07/04/07). (Fonte: Elaine Sarapka, 07/04/07).
PERFIL DO CLIENTE
212
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
29
Pesquisa feita por Sarapka, Elaine Maria em 07 de abril de 2007, às vésperas do feriado de
Páscoa, e por isto, contou com a presença de muitos clientes e trânsito.
215
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
216
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
Figura 12 Localização dos pontos de tomada de Figura 13 Entrada na direção Carrefour – medição gráfico 7
medição de ruídos do Shopping Iguatemi (Fonte: Elaine Sarapka, 07/04/07).
(Fonte: google earth, 2007, modificado por Elaine Sarapka).
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
Histograma do Ruído
6
Quantidade de vezes que ocorrem
0
20
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dB(A)
218
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Histograma do Ruído
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dB(A)
220
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Histograma do Ruído
0
20
22
24
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221
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
Figura 16 Localização do ponto de tomada de medição de Figura 17 Entrada do Galleria Shopping (1) com acesso pela
ruídos do Galleria Shopping Rodovia Dom Pedro I – medição gráfico 10
(Fonte: google earth, 2007, modificado por Elaine Sarapka,). (Fonte: Elaine Sarapka, 07/04/07).
Pode-se observar no gráfico 10, que houve maior oscilação nos índices
obtidos, no Galleria Shopping, onde se registrou maior espaçamento entre esses
índices que no Shopping Iguatemi. Quando foi a feita a medição para registro de
freqüência máxima no período de 1 minuto obteve-se o índice de 74,3 decibéis que
está próximo ao registrado na entrada de maior movimento do Shopping Iguatemi. O
menor índice registrado foi de 56,0 decibéis e o maior de 66,0 decibéis, tendo-se como
média 59,16 decibéis. Considerando-se as médias obtidas em todas as entradas, em
ambos os shoppings, os valores se encontram nivelados. Esses índices estão bem
próximos aos obtidos no Shopping Iguatemi, principalmente o de freqüência mínima
223
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
que no Galleria Shopping é de 54,4 decibéis na medição fixada e chega a ser pouco
mais alta, no ponto escolhido que corresponde ao de maior movimentação, do que
aquele registrado no Shopping Iguatemi, no seu ponto de menor movimentação que é
de 53,0 decibéis, mas ainda continua abaixo do índice registrado na entrada 2 que foi
de 58,8 decibéis. A possibilidade de variação desses índices é muito grande, seja na
incidência única ou na repetição dessas variações. Mas pode-se observar que
realmente há uma variação constante, ou seja, os ruídos não são emitidos
continuamente.
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Histograma do Ruído
0
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22
24
26
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dB(A)
Gráfico 10 Galleria Shopping – Entrada do Estacionamento Descoberto com acesso pela Rodovia Dom Pedro I.
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
Alimentação 34 lojas
Restaurantes 10 restaurantes
Total de salas de cinema 06 salas
Total de Vagas no Estacionamento 1.877 vagas
Quadro 9 Dados Gerais referentes às características físicas do empreendimento - Fonte: www.galleria.com.br acesso em 18/10/07
227
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
PERFIL DO CLIENTE
Feminino 52%
Sexo
Masculino 48%
Superior 30%
2º grau 47%
Escolaridade
1º grau 20%
Primário 1%
Área de Influência
523.000 hab.
(primária + secundária)
Quadro 10 Dados referentes ao Perfil do Cliente e aos Fluxos - Fonte: http://www.galleria.com.br acesso em 18/10/07
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
Figura 18 Vista do entorno do Galleria Shopping, onde se Figura 19 Área interna do Galleria Shopping
observa zona residencial (Fonte: Elaine Sarapka, 07/04/07).
(Fonte: Elaine Sarapka, 07/04/07).
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
horários para transportarem os funcionários até o shopping. Essa estratégia resulta não
somente numa constante freqüência de seus restaurantes, como também atrai as
pessoas que aproveitam seu horário disponível para fazerem suas compras. Esse
conjunto de estratégias faz com que haja uma certa homogeneidade dessa população
que se utiliza desse espaço, a qual se caracteriza por se enquadrar como indicado em
seu quadro de perfil de cliente, entre a classe social A e B.
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
localizados no estado de São Paulo: Franca Shopping (Franca-SP); Parque Dom Pedro
Shopping (Campinas-SP); Pátio Brasil (Brasília-DF); Penha (São Paulo-SP); Shopping
Metrópole (São Bernardo do Campo-SP) e Tívoli Shopping (Santa Bárbara D’Oeste-SP).
A sua administração está a cargo da SONAE SIERRA BRASIL LTDA
(www.parquedpedro.com.br, acesso em 20/10/07; www.abrasce.com.br, acesso em
20/10/07).
234
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
235
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
total construída de 189 mil m2, ou seja 19 hectares, em terreno de 48 hectares, sendo
que o terreno originariamente possuía 75 hectares. Devido à extensão do terreno,
houve a possibilidade de distribuir suas lojas em um único pavimento, que está na
mesma cota de nível da área destinada ao estacionamento, que é linear e descoberto.
A área de estacionamento está distribuída ao redor do shopping e seu acesso é
controlado automaticamente, através de bilhetes, mas é gratuito. Há somente uma
área de estacionamento com manobrista que é descoberta também e está localizada
próxima a entrada principal e que é paga. (www.parquedpedro.com.br, acesso em
20/10/07).
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
Figura 21 Distribuição dos Setores do Parque Dom Pedro Shopping (Fonte: google earth,
2007, modificado por Elaine Sarapka, 2007).
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
serviços que eram comumente encontrados somente nos centros tradicionais e em sub
centros. Além desses serviços, na área da cultura e lazer também encontram-se ainda
em seu espaço, teatro e salas de cinema. Essa diversificação faz com que o shopping
exerça uma força centrípeta, ou seja um poder atração, que o torna capaz de
estruturar ou reestruturar os novos padrões de espaço territorial que estão se
desenvolvendo ao seu redor (NELSON, 1958; PETROLA, MONETTI, 2004;
www.parquedpedro.com.br acesso em 20/10/07).
239
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
vez que sua área de estacionamento está distribuída em toda sua volta, em área
descoberta. Por estar localizado entre dois parques, o Parque Santa Candida e o Parque
das Universidades, numa paisagem constituída por áreas verdes, possuir uma extensão
linear, já que é constituído de um único pavimento, com suas entradas sinalizadas com
motivos relacionados a parque e natureza, com uma comunicação visual colorida
estabelece uma relação harmoniosa com o exterior.
240
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
destruição da camada de ozônio. Esse gás inclusive, já não é mais produzido no Brasil
e recentemente em 2007 teve sua importação proibida, Conselho Nacional do Meio
Ambiente, devido aos danos irreversíveis que causa ao meio ambiente
(www.parquedpedro.com.br acesso em 20/10/07; noticias.cancaonova.com, acesso em
20/10/07).
242
O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
Para se ter uma idéia dos ruídos gerados pelo Parque Dom Pedro Shopping,
realizou-se medição com decibelímetro na intenção de se obter as freqüências mais
incidentes e verificar se estas atingem índices prejudiciais à população. A medição foi
realizada em três pontos diferentes, sendo dois desses pontos nas principais entradas
do shopping e outro ponto nas proximidades de uma das docas de abastecimento do
shopping. O horário escolhido para realizar a pesquisa no período entre 11:00 horas e
13:00 horas, no mesmo dia que se realizaram as medições nos outros shopping
centers. O dia escolhido foi o sábado, que se pode considerar seja um dos principais
dias para lazer e para fazer compras, principalmente sendo, este dia véspera do feriado
de Páscoa. Através dessas medições que estarão representadas nos gráficos a seguir,
buscou-se apenas avaliar quais índices mais freqüentes e qual o local exigiria maiores
cuidados para se estudar uma possível diminuição desses ruídos ou a criação de
elementos que isolem ou redirecionem a sua propagação:
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Figura 25 Localização dos pontos de tomada de medição de ruídos do Parque Dom Pedro Shopping (Fonte: google earth, 2007,
modificado por Elaine Sarapka, 2007
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Figura 26 Entrada Pedras (1) – medição gráfico 11 Figura 27 Entrada Águas (2) – medição gráfico 12
(Fonte: Elaine Sarapka, 07/04/07). (Fonte: Elaine Sarapka, 12/09/06).
Figura 28 Doca “D” de Abastecimento (3) – medição Figura 29 Entorno do Parque Dom Pedro Shopping – zona
gráfico 13. residencial e Parque Linear.
(Fonte: Elaine Sarapka 07/04/07). (Fonte: Elaine Sarapka 12/09/06).
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Histograma do Ruído
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de tempo maior. Na entrada Pedras foram registrados índices ainda mais elevados.
Essa entrada é muito utilizada pelas pessoas que vão ao shopping principalmente para
fazerem suas compras no Supermercado, onde existe a circulação de carrinhos somada
a de veículos e de pessoas, o que eleva um pouco mais os índices obtidos na medição.
A Doca30, no entanto, por estar destinada somente ao abastecimento, manteve os
índices mais baixos, apenas sendo registrada a freqüência proveniente da
movimentação de veículos de passeio no estacionamento, no entanto quando a
medição foi efetuada com a presença de caminhão estes índices elevaram-se muito
chegando a ser registrada a máxima fixada de 87,4 decibéis, que é um índice muito
elevado, já sendo considerado muito prejudicial. No entanto a presença de caminhões
não é uma constante e respeitam a horários específicos. Houve, também um cuidado
na implantação do shopping, criando-se um bolsão de área verde, que é formado pelo
parque linear, o qual representa uma barreira para a propagação do som, na sua face
que está voltada para a zona residencial vizinha. Há ainda maior facilidade para a
propagação do som nessa área, pois existe uma diferença de cotas de nível, estando o
shopping localizado em cota superior ao das residências, fator esse, que amplia o som
gerado (BRUNA, 2004).
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A medição da doca foi tomada no estacionamento de consumidores e não doca de carga-
descarga diretamente, portanto há cerca de 10 metros de distância.
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Histograma do Ruído
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dB(A)
Gráfico 12 Parque Dom Pedro Shopping – Entrada Águas (2) – Entrada Principal do Shopping.
Esses ruídos produzidos nas docas também podem ser controlados com
maior eficiência, utilizando-se do procedimento que a cada dia está se tornando mais
comum pelo comércio, onde se conta com um processo de administração baseado na
logística, operando com redução de estoques no ponto de venda, concentrando estes
estoques num mesmo local. Esse processo otimiza as viagens, tanto no abastecimento
da loja, como também de retirada de peças danificadas ou que esteja com seu prazo
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Histograma do Ruído
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Quantidade de vezes que ocorrem
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Quadro 12 Dados referentes à Área de Influência e Geração de Empregos - Fonte: www.parquedpedro.com.br, acesso em
20/10/07
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31
Os 19 municípios que compõem a Região Metropolitana de Campinas são: Americana, Artur
Nogueira, Campinas, Cosmópolis, Engenheiro Coelho, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba,
Itatiba, Jaguariúna, Monte-Mor, Nova Odessa, Paulínia, Pedreira, Santa Bárbara D’oeste, Santo
Antônio de Posse, Sumaré, Valinhos e Vinhedo.
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Mapa 7 Mapa do Ìndice de Qualidade de Vida (CADERNO DE SUBSÍDIOS/ASPECTOS DEMOGRÁFICOS E SOCIAIS, 2006,
modificado por Elaine Sarapka, 2007).
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Com base nas diretrizes gerais estabelecidas pelo atual plano diretor, no
que se refere ao sistema viário e de transporte, vê-se a necessidade de uma
estruturação, onde seja possível se obter uma integração entre as diversas regiões
sem que seja necessário se transitar pelo centro. Essa estruturação também deve
proporcionar uma condição de equilíbrio quanto ao desenvolvimento das diversas
regiões. Também ainda há uma ressalva para que quando haja a instalação de novos
usos urbanos em áreas lindeiras as rodovias estaduais de pista dupla, se faz necessário
a adaptação de acesso de maneira que este esteja fora da faixa de domínio da rodovia.
A Macrozona 4 classificada como Área de Urbanização Prioritária – AUP, tem como foco
principal para investimento a recuperação e revitalização do centro tradicional, através
de implementação de usos diversificados, onde se obtenha uma dinâmica na ocupação
em horários diversos, inclusive nos finais de semana, proporcionando condições para
que não haja um abandono dessa área. Ao mesmo tempo se faz necessário otimizar a
infra-estrutura existente das áreas já ocupadas, próximas aos novos
empreendimentos, como os shopping centers, consolidando-se dessa forma uma
estrutura gerada e organizando o crescimento desses sub-centros que estão sendo
originados (PLANO DIRETOR, 2006)
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
no Parque Dom Pedro Shopping seu destino final e mais uma linha da qual o shopping
faz parte de seu itinerário. O sistema viário implantado pelo shopping contribui com a
integração de várias camadas da população (www.parquedpedro.com.br, acesso em
20/10/07).
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De acordo com a lei de uso e ocupação do solo Lei 6031 de 1988, a área
onde foi construído o Parque Dom Pedro Shopping, era predominantemente Z3, assim
como Galleria Shopping, a qual necessitava de consulta prévia com a Comissão
Municipal de Análise e Projetos Especiais (COMAPE) e com a posterior aprovação do
Secretário de Planejamento, para se obter autorização para alterar os parâmetros
determinados para esse zoneamento, a qual em termos de comércio permitia somente
a construção de usos comerciais locais. Ainda uma faixa próxima a rodovia pertencia a
Z14, que permitia a instalação de uso industrial não incomodo, mas essa lei foi
sofrendo alterações pontuais nos anos subseqüentes. Essas alterações foram mais
significativas após 1996, quando passou a vigorar o novo Plano Diretor, na intenção de
atender melhor as diretrizes por ele estabelecidas, dentre as quais estaria a de se
estabelecer critérios para implantação adequada de atividades e permitir a
consolidação da tendência de localização de grande estabelecimentos de comércio e
serviços ao longo da Rodovia Dom Pedro I. Essa alterações pontuais foram sendo
implantadas, até que em 1999, atingiram principalmente, a determinados quarteirões
lindeiros a Rodovia Dom Pedro I e Campinas Mogi, objetivando adequá-los as
tendências de usos constatados na malha urbana. (BERNARDO, 2002; PLANO
DIRETOR, 1996).
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REFLEXÕES DO CAPÍTULO 3
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1980, e que dará origem a outros vetores de expansão. Essa fragmentação observada
na malha urbana dá origem a “ilhas”, de atividades específicas, como habitacionais,
comerciais, industriais, que vão se justapondo lado a lado, tendo como elemento de
ligação e conexão as redes viárias, por onde circulam os fluxos, e que ganham a
importância, antes somente dada, as áreas edificadas.
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mais diversificada quanto ao seu poder aquisitivo, pois as pessoas de menor poder
aquisitivo estão se habituando a fazer suas compras nos shopping centers, que tem
implantado uma variação maior no seu “mix” e também o sistema de crédito está
dando atenção especial a população de menor poder aquisitivo. Enquanto essa nova
configuração espacial onde cada centro procura atrair mais consumidores de seu
entorno, tem se tornado o modelo atual de cidade ao aflorar o que vem se chamando
de “ilhas de comércio”; estabelece-se assim, uma relação de encontro entre as
pessoas, que apesar de estarem num ambiente privado de uso público, sentem-se
integradas a sociedade, e seguras em relação ao ambiente de degradação que tem se
instaurado nos centros urbanos.
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CONCLUSÕES
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O século que se vive hoje, é o século XXI e esse estudo mostra três séculos
de mudanças. Naquela época, século XVIII, o Governo da Capitania, da atual cidade de
Campinas, oferecia terras virgens em áreas isoladas a quem quisesse se dispor a
cultivá-la com recursos próprios. Hoje essa idéia está distante, principalmente, que
para se tornar habitável, o local deve estar servido de infra-estrutura básica, que tem
um custo e que este se reflete no valor do lote. Mas a preferência para se morar,
continua sendo as áreas isoladas, dotadas dessa infra-estrutura, de segurança, de
qualidade de vida e principalmente de um sistema viário que possibilite fácil acesso, o
que configura um espaço que continua apresentando “ilhas”, onde se desenvolvem
atividades isoladas, onde continua havendo uma “ilha” destinada ao comércio e a
estrada responsável por estabelecer as conexões, aproximando esses pólos. A grande
diferença entretanto está na tecnologia que se desenvolveu paralelamente, e que foi
transformando esse espaço assim como a população que faz uso dele.
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atividade proporciona, com o Parque Linear sendo utilizado como barreira para a
propagação desses ruídos, também no tratamento dos resíduos poluentes diminuindo a
agressão ao meio ambiente, nas melhorias viárias facilitando o acesso do transporte
particular e a circulação de transporte coletivo, possibilitando a freqüência de maior
número de pessoas, facilitando também o deslocamento das pessoas que ali
trabalham, pois é bastante significativo o número de empregos gerados de forma
direta e indireta. Quanto a sua tipologia, pode-se dizer que a elaboração do projeto
onde os segmentos diversos estão distribuídos em setores, contribui com a compra por
comparação e também as compras complementares, o que é beneficio para o
consumidor e também para o comércio, e também na definição do “mix” disperso com
lojas que atendem diversos níveis de renda.
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O impacto urbano do shopping center: questões territoriais e sociais SARAPKA, Elaine
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