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ELEMENTOS DE MÁQUINAS

Licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial


Mestrado em Engenharia de Materiais
2021/2022

Diogo Mariano Simões Neto


Departamento de Engenharia Mecânica
6ª AULA TEÓRICA
Chavetas 3

Definição de chavetas
❑ São utilizadas para fazer a ligação entre duas peças de secção circular (um
veio e um cubo), evitando o movimento angular entre elas e permitindo a
transmissão de potência

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Chavetas 4

Definição de chavetas
❑ As chavetas podem ser usadas em aplicações em que é necessário a
montagem e desmontagem frequente

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Chavetas 5

Definição de chavetas
❑ As chavetas podem ainda ser usadas para impedir o movimento axial relativo

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Chavetas 6

Tipos de chavetas
❑ Chavetas de secção constante
a) Chaveta retangular
b) Chaveta quadrada
c) Chaveta redonda
d) Pino redondo

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Chavetas 7

Tipos de chavetas
❑ Chavetas de secção variável
a) Chaveta de selim ou meia cana

b) Chaveta Woodruff

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Chavetas 8

Método de fabrico de escatéis


❑ As chavetas são classificadas segundo o método de fabrico do escatel

a) Chaveta embebida
com extremidades planas

b) Chaveta Woodruff

c) Chaveta embebida
com extremidades
arredondadas

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Chavetas 9

Método de fabrico de escatéis


▪ Fator dinâmico de concentração de tensões

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Chavetas 10

Dimensionamento de chavetas paralelas (embebidas)


❑ Existem dois modos de falha nas chavetas
▪ Corte
▪ Esmagamento

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Chavetas 11

Dimensionamento ao corte
❑ Calcular o valor da tensão de corte que se desenvolve no plano de corte

Mt 2M t
P= =
(d 2) d P 2M t
= =
Ac bLd
Ac = bL

VEIO

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Chavetas 12

Dimensionamento ao corte
❑ Calcular o comprimento da chaveta para resistir ao corte
▪ Usando o critério de Tresca (tensão de corte máxima), a tensão de cedência
ao corte é dada por
c
c =
2 c
 adm =
c 2n
 adm =
n

▪ O comprimento mínimo da chaveta


determina-se igualando a tensão
nominal na chaveta à tensão
admissível do material

2M t  4nM t
= =  adm = c  L=
bLd 2n bd c

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Chavetas 13

Dimensionamento ao esmagamento
❑ Calcular o valor da tensão de normal de compressão que se desenvolve na
superfície de contacto
2M t
P=
d P 4M t
= =
hL Ap hLd
Ap =
2
VEIO

Força P distribuida
sobre uma área
h
h/2
b

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Chavetas 14

Dimensionamento ao esmagamento
❑ Calcular o comprimento da chaveta para resistir ao esmagamento
▪ O comprimento mínimo da chaveta determina-se igualando a tensão
nominal na chaveta à tensão admissível do material

4M t K c
= =  adm =
hLd n

▪ Fator de triaxilidade de tensões (1<K<1,5)

4nM t
L=
Khd c

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Chavetas 15

Dimensionamento ao corte e esmagamento


❑ Comparação das equações de comprimentos para resistir ao corte e ao
esmagamento
4nM t
▪ Comprimento mínimo para prevenir falha por corte L =
bd c

4nM t
▪ Comprimento mínimo para prevenir falha por esmagamento L =
Khd c

• Quando K=1, o comprimento mínimo obtido por cada uma destas equações é o
mesmo para uma chaveta quadrada (b=h)
• No entanto, geralmente K>1, o que implica que ocorram mais falhas por corte se
a chaveta for quadrada. Isto justifica o uso de chavetas retangulares (b>h)
• As chavetas são geralmente dimensionadas para acuarem como fusíveis
mecânicos, de modo a prevenirem a falha dos outros órgãos quando ocorrem
sobrecargas

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Chavetas 16

Dimensionamento ao corte e esmagamento


❑ Dimensões normalizadas para as chavetas paralelas

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Chavetas 17

Dimensionamento ao corte e esmagamento


❑ Dimensões normalizadas para as chavetas paralelas

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Estriados 18

Definição de estriados
❑ Um estriado pode ser visto como uma série de escatéis e chavetas
maquinadas sobre um veio

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Estriados 19

Definição de estriados
❑ Na indústria usam-se dois tipos principais de estriados
▪ Estriados de faces planas
▪ Estriados em evolvente

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Estriados 20

Definição de estriados
❑ Os estriados permitem uma transferência de binário, circunferencialmente
mais uniforme que as chavetas

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Estriados 21

Dimensionamento de estriados
❑ Os estriados têm os mesmos mecanismos de falha que as chavetas
▪ Corte
▪ Esmagamento

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Estriados 22

Dimensionamento de estriados
❑ Curvas de capacidade de transmissão de binário (estriados de faces planas
SAE)
▪ Um estriado em evolvente tem uma capacidade de transmissão de binário
superior à de um estriado de faces planas com o mesmo diâmetro exterior

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Estriados 23

Normalização de estriados
❑ A dimensão e geometria dos estriados está normalizada

Estriados de dentes paralelos


Estriados de dentes evoluta
e dente de serra
DIN 5462; DIN 5463: dentes paralelos ANSI: B29.1-1970

5481: dentes de serra 55º DIN 5480: dentes com raiz plana

5481: dentes de serra 60º DIN 5482: dimensões

SAE J500: dentes de serra JIS: “Involute splines for automobiles”

BS: dentes de serra


“American Standard parallel splines: internal
and external”

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Estriados 24

Normalização de estriados
❑ https://roymech.org/Useful_Tables/Keyways/Spline.html

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Estriados 25

Normalização de estriados
❑ Estriados paralelos (sistema métrico): DIN 5462 e DIN 5463

Designação de um furo estriado com perfil Designação de um veio estriado com perfil B
A tendo as dimensões 8x32x36: tendo as dimensões 8x46x54:
Furo Estriado perfil A 8x32x38 DIN 5462 Veio Estriado perfil B 8x46x54 DIN 5463

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Uniões de Veios 26

Classificação das uniões de veios


❑ Uniões de veios: ligações permanentes ou semipermanentes entre veios
❑ As uniões são utilizadas para compensar desalinhamentos (paralelos,
angulares, axiais e torcionais), minimizar as vibrações e os choques
transmitidos ao veio movido

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Uniões de Veios 27

Classificação das uniões de veios


❑ A classificação das uniões de veios é feita com base na sua capacidade para
absorver desalinhamentos:
▪ Uniões rígidas
▪ Uniões flexíveis
▪ Uniões universais

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Uniões de Veios 28

Classificação das uniões de veios


❑ As uniões flexíveis são normalmente agrupadas em
▪ Uniões de baixa flexibilidade torcional
▪ Uniões de elevada flexibilidade torcional

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Uniões de Veios 29

Uniões rígidas
❑ Uniões rígidas: não suportam nenhum tipo de desalinhamento
❑ A configuração mais vulgar é a união de flange
❑ Dispositivo composto por duas flanges enchavetadas nos veios e ligadas entre si
por parafusos)

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Uniões de Veios 30

Uniões rígidas
❑ Utilizada nas transmissões de grandes potências
❑ Os pontos críticos: as chavetas, os parafusos e a região entre os parafusos e
as flanges que estão sujeitas ao esmagamento

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Uniões de Veios 31

Uniões rígidas
❑ O dimensionamento dos parafusos ao corte pode ser feito considerando a
força de corte igualmente distribuída pelos parafusos
❑ Se a transmissão é por atrito entre as faces das peças aparafusadas, é
necessário evitar o deslizamento. Para uma dada força de aperto P em cada
parafuso, pode obter-se o binário transmissível (os parafusos terão de ter um
diâmetro suficiente para suportar a força de pré-aperto)

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Uniões de Veios 32

Uniões flexíveis
❑ Uniões flexíveis: reduzem os inconvenientes dos desalinhamentos
(vibrações excessivas ou as sobrecargas nas chumaceiras)
➢ Uniões por corrente e por engrenagem: grande capacidade de transmissão de
binário e permitem corrigir apenas desalinhamentos torcionais muito pequenos

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Uniões de Veios 33

Uniões flexíveis
➢ Uniões Oldham: permitem desalinhamentos torcionais muito pequenos e
transmitem grandes potências (até 675 hp). O elemento móvel pode ser de
borracha endurecida o que permite aumentar a flexibilidade torcional, mas
reduz a capacidade de carga

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Uniões de Veios 34

Uniões flexíveis
➢ Uniões Oldham: admitem desalinhamentos paralelos, angulares e axiais
consideráveis

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Uniões de Veios 35

Uniões flexíveis
➢ Para corrigir grandes desalinhamentos ou controlar as vibrações torcionais
podem usar-se uniões com um só elemento de borracha colado aos veios

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Uniões de Veios 36

Uniões flexíveis
➢ As uniões com elemento de borracha colado permitem grandes
desalinhamentos mas só podem transmitir pequenas potências
▪ Até 0,8 mm de desalinhamento paralelo, 2º de desalinhamento angular e 15º
de ângulo de torção na transmissão do movimento

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Uniões de Veios 37

Uniões universais
❑ As uniões universais são necessárias quando existir um desalinhamento
angular definido e elevado. O uso de duas uniões com um veio intermédio
permite um desalinhamento paralelo muito maior do que no caso de qualquer
união flexível

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Uniões de Veios 38

Uniões universais
❑ Para manter constante a velocidade de rotação do veio movido devem usar-se
duas uniões Cardan com um veio intermédio em que:
▪ O ângulo de intersecção do veio de entrada com veio intermédio é igual ao
ângulo deste com o veio de saída

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