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Atividade Individual Avaliativa (A2)

CURSO: DISCIPLINA: Crimes em Espécie II – Campi Barra - sexta-


feira - Noite
DIREITO
PROF: MARCELO TRINDADE VELLOSO NOME: AMANDA VIEIRA SOUSA

DATA: Nº de GRAU: NOTA TURMA MATRÍCULA:


ordem A2 1JUR81303
24\06\2022 2 0 2 0 1 1 0 6 937

Prezados alunos,
Leiam com atenção as seguintes instruções: A avaliação terminará as 10:00h.
A postagem deve ser realizada na A2 (Atividade individual avaliativa A2)
Postagens posteriores ao horário marcado não serão aceitas e constará como não
avaliado ou zero.
Marcações duplas serão consideradas como questão errada
Atenção e Boa prova!

ENUNCIADO:

- Afrânio, com 19 anos de idade, às 23:00 horas, conheceu Jocasta em uma boate.
Após um breve namoro foram para um local mais íntimo, onde de forma voluntária,
Jocasta praticou, sexo vaginal e anal com Afrânio.
- Afrânio, ao entrar no facebook de Jocasta, se assusta ao saber que que ela tem
somente 13 anos e seis meses de idade, em que pese a aparência de adulta. Os pais de
Jocasta ao saber desses fatos procuram a polícia que instaura Inquérito Policial e em
seguida o Ministério Público oferece denúncia em face de Afrânio, por 2 (dois) crimes de
estupro de vulnerável (art. 217-A do CP), em concurso material (art. 69 do CP).
- Durante a produção de provas as testemunhas afirmaram que Jocasta se
comportava e se vestia de forma incompatível com uma adolescente de 13 anos e seis
meses de idade acreditaram que ela possuía mais de 14 anos de idade.
- Durante o seu interrogatório Afrânio afirmou que Jocasta é bonita e estava vestida
como uma mulher. Afirmou ainda que pensou que Jocasta possuía mais de 18 anos, já
que na boate somente é permitida a entrada de pessoas maiores.
- Com base no exposto acima, responda de forma fundamentada, indicando as duas
teses defensivas que podem ser alegadas por Afrânio.

1ª Tese defensiva - (vale 1,0 pontos)

O erro de tipo, previsto no art. 20, § 1º, do Código Penal, isenta de pena o agente que
“por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se
existisse, tornaria a ação legítima”. O erro sobre elemento constitutivo do crime,
portanto, exclui o dolo do agente. Tendo em vista que no caso em tela o paciente
acreditou tratar-se de maior de 18 anos, de acordo com as circunstâncias fáticas
descritas em seu depoimento. Em suma, configura-se o erro de tipo em relação ao crime
previsto no art. 217-A do CP, pois o paciente, embasado na aparência adulta de Jocasta
desconhecia o fato de estar se relacionando com menor de 14 anos, o que afasta o dolo
de sua conduta.
2ª Tese defensiva - (vale 1,0 pontos)

O STJ ao abordar o crime estupro de vulnerável, no HC 628.870/PR, decidiu que o erro


sobre elemento constitutivo do crime exclui o dolo do agente. Nesse sentido, se o réu
desconhecia o fato de estar se relacionando com menor de 14 anos, o dolo está afastado
de sua conduta. Outrossim, conforme devidamente comprovado por testemunhas e
depoimento pessoal, onde o paciente declara de forma convicta que acreditava na
maioridade de Jocasta, pois além de sua aparência adulta a mesma se encontrava
presente em um estabelecimento no qual só era permitido a entrada de maiores de idade,
resta evidente que o paciente agiu mediante erro sobre circunstância elementar do
crime, qual seja, o desconhecimento acerca da idade da vítima, deve ser reconhecida a
ausência de dolo e, consequentemente, a atipicidade de sua conduta.

QUESTÕES OBJETIVAS
SOMENTE SERÃO CORRIGIDAS AS RESPOSTAS MARCADAS NO
QUADRO ABAIXO:

Questão 1 – Vale 1,0 ponto A


Questão 2 – Vale 1,0 ponto C
Questão 3 – Vale 1,0 ponto B
Questão 4 – Vale 1,0 ponto E
Questão 5 – Vale 1,0 ponto B
Questão 6 – Vale 1,0 ponto C
Questão 7 – Vale 1,0 ponto D
Questão 8 – Vale 1,0 ponto A
01ª Questão: Assinale a alternativa correta.
(a) O crime de importunação sexual, com elemento subjetivo específico, foi criado pela
Lei n° 13.718/2018, que revogou expressamente o artigo 61 do Decreto-Lei n°
3.688/41, Lei das Contravenções Penais.
(b) O crime de importunação sexual, tipificado pela Lei n° 13.718/2018, exige que a
conduta seja praticada em lugar público, ou aberto ou exposto ao público.
(c) A Lei n° 13.718/2018 tipificou o crime de importunação sexual, com dolo genérico e
expressa subsidiariedade ao crime de estupro de vulnerável.
(d) O crime de importunação sexual, assim como o crime de estupro, é crime de ação
penal pública condicionada à representação da pessoa contra a qual o ato foi
praticado.
(e) A importunação sexual é crime contra a liberdade sexual, tal qual o crime de ato
obsceno.

02ª Questão: Tícia, de 16 anos, há dois anos namora Caio, de 19 anos. Tícia é virgem
e está decidida a apenas manter relação sexual após o casamento, já marcado para
ocorrer no dia em que ela completará 18 anos. Quando estavam sozinhos, na sala,
assistindo TV, Caio, aproveitando-se que Tícia cochilava, masturbou-se e ejaculou no
corpo da namorada que, imediatamente, acordou. Sentindo-se profundamente violada
e agredida, Tícia grita e acorda os pais, que dormiam no quarto da casa. Os pais, vendo
a filha suja e em pânico, impedem Caio de fugir e decidem chamar a polícia. Acionada
a polícia, Caio é preso, em flagrante delito e, encerradas as investigações, denunciado
pelo crime sexual praticado. Diante da situação hipotética, Caio poderá ser processado
pelo crime de
(a) corrupção de menores, tratando-se de ação penal pública incondicionada.B
(b) violação sexual mediante fraude, haja vista que Tícia estava dormindo, sem
possibilidade de resistir, tratando-se de crime de ação penal pública condicionada.
(c) importunação sexual, tratando-se de ação penal pública incondicionada.
(d) estupro de vulnerável, haja vista que Tícia é menor, tratando-se de crime de ação
penal pública incondicionada.
(e) estupro, incidindo causa de aumento em virtude de a vítima ser menor de 18,
tratando-se de ação penal pública condicionada.
03ª Questão: Para efeitos penais, o conceito de funcionário público
(a) engloba somente os empregados públicos regidos pela CLT das empresas
públicas.
(b) abrange empregado de empresa prestadora de serviço público contratada pelo
poder público.
(c) não abrange aquele que exerce função pública de forma transitória.
(d) não abrange aquele que exerce função pública de forma gratuita, sem
remuneração.
(e) não abrange ocupante de cargo eletivo.

04ª Questão: Fulana, da área da saúde, foi contratada emergencialmente pela Prefeitura
de um Município para atender no posto de saúde pública da cidade. Ela e sua amiga
Beltrana, que não tem qualquer vínculo com a administração pública, mas é
conhecedora da situação funcional de Fulana, em comunhão de vontades e conjugação
de esforços, venderam o laptop que esta possuía em carga para o exercício da sua
função, sendo o dinheiro da venda repartido entre as duas. Assim, Fulana e Beltrana
devem responder, por
(a) apropriação indébita em coautoria.
(b) apropriação indébita e furto, respectivamente.
(c) peculato-apropriação e furto, respectivamente.
(d) peculato-furto e furto, respectivamente.
(e) peculato-apropriação em coautoria.

05ª Questão: Romeu e Julieta se apaixonaram quando se conheceram. Mas a vida de


casados desgastou a relação e o casal separou-se de fato quando seu único filho,
Romeuzinho, completou sete anos. Julieta, então, com dedicação e trabalho, passou a
sustentar sozinha o filho, cuidando para que nada lhe faltasse.Completados dois anos
dessa situação, uma vizinha noticiou o fato na Delegacia de Polícia e Romeu foi preso
em flagrante pelo crime de abandono material ( CP, art. 244: deixar, sem justa causa,
de prover a subsistência de filho menor de 18 anos, não lhe proporcionando os recursos
necessários). Penalmente, está correto a defesa técnica alegar que o crime de
abandono material:
(a) é de ação penal privada, logo a persecução penal não poderia ter sido iniciada pela
vizinha.
(b) não se configurou, porque a vítima efetivamente não ficou ao desamparo, uma vez
que a assistência foi prestada por sua mãe.
(c) não foi recepcionado pela Constituição Federal, pois cria obstáculo intransponível
para a reconciliação do casal e preservação da família.
(d) não se configurou, porque não houve pensão alimentícia judicialmente acordada.
(e) não é permanente, mas unissubsistente, logo não admite prisão em flagrante.

06ª Questão: Jonas, agente policial de determinado estado, e seu primo Hélio,
desempregado, subtraíram da delegacia na qual o primeiro exercia suas funções,
computadores que haviam sido substituídos por equipamentos novos e que se
encontravam guardados, tendo a dupla se aproveitado das facilidades decorrentes do
cargo exercido por Jonas.
Ao tomar conhecimento dos fatos, a autoridade policial deverá reconhecer que Jonas
praticou:
(a) crime de furto qualificado, assim como Hélio;
(b) crime de peculato, enquanto Hélio responderá por peculato culposo;
(c) crime de peculato, devendo Hélio responder pelo mesmo delito;
(d) crime de peculato, enquanto Hélio responderá por furto qualificado;
(e) crime de peculato, enquanto Hélio responderá por furto simples.

07ª Questão: Sobre o delito de constituição de milícia privada, assinale a afirmativa


correta:
(a) A pessoa que contribui economicamente, a qualquer título, com a milícia privada,
responde pela conduta de custear.
(b) O tipo penal exige um especial fim de agir, consistente na prática de crimes previstos
no Código Penal.
(c) A permanência e estabilidade do grupo criminoso, por não constar do tipo, não deve
ser exigida.
(d) Diante da ausência de referência expressa, a reunião de duas pessoas é suficiente
para caracterizar o delito.
(e) Custear é uma forma de induzimento, com sentido especificamente econômico.

08ª Questão: Afrânio, policial civil em férias, estava na DP em que trabalha esperando
um inspetor de polícia amigo, com o qual havia combinado de almoçar. Nesse momento,
chegou ao local Patrícia, mãe de Mário, que fora preso em flagrante delito por furto no
dia anterior. Juliana se dirigiu a Afrânio e disse que estava ali para pagar a fiança do
filho. Afrânio, a fim de agilizar o procedimento e sair logo para o almoço, acessou o
sistema informatizado e verificou que Mário fora autuado por furto qualificado,
insuscetível de fiança (o que, inclusive, encontrava-se mencionado na decisão do
delegado plantonista). Ainda assim, Afrânio disse que a fiança foi fixada no valor de um
salário mínimo e recolheu para si a quantia entregue por Juliana.
Nessa situação hipotética, Afrânio cometeu crime de
(a) estelionato.
(b) peculato.
(c) apropriação indébita.
(d) apropriação de coisa havida por erro.
(e) peculato por erro de outrem.

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