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EXMO. SR (A).

DOUTOR (A) JUÍZ (A) DE DIREITO 20ª VARA CRIMINAL DA


COMARCA DE VITÓRIA/ ES

FELIPE, devidamente qualificado nos autos, vem perante Vossa Excelência, por
intermédio de seu advogado, respaldado no artigo no art. 403, § 3º, do CPP, propor:

ALEGAÇÕES FINAIS EM FORMA DE MEMORIAIS

Pelas razões de fato e direito a seguir expostas:

I – DOS FATOS

O réu se interessou por uma jovem enquanto frequentava um bar com seus
amigos. Após uma conversa despretensiosa, eles se beijaram e concordaram em ir
a um lugar mais reservado. Quando chegaram ao local, tiveram relacionamentos
sexuais com consentimento. Ainda haviam trocado seus números de telefone e
respectivas redes sociais, e pela manhã partiram para suas casas.

O réu descobriu em sua rede social que a jovem só tinha 13 anos, apesar de
parecer adulta. A revelação o deixou perplexo e assustado. Além disso, o acusado
recebeu a denúncia em sua casa, pois o pai da menor procurou as autoridades policiais
e fez uma denúncia quando descobriu o que havia acontecido com sua filha.

Sendo assim, o réu foi denunciado pelo Ministério Público por suposta prática
com previsão nos artigos 217 – A e 69, ambos do Código Penal, solicitando o
cumprimento da pena em regime fechado inclusive, conforme previsto no artigo 2,
parágrafo 1º da Lei 8.072/90, além da suposta embriaguez preordenada, previsto no
artigo 61, inciso II, alínea I do Código Penal.
Na audiência de instrução e julgamento, a suposta vítima disse que foi sua
primeira vez naquela noite. No entanto, ela também mencionou que costumava sair de
casa escondida e frequentar bares de adultos, ocasionalmente com suas
amigas.Quanto as testemunhas de acusação, relataram que não presenciaram os fatos
e não possuíam conhecimento das fugas da suposta vítima.

Devido ao fato de serem amigos do acusado, as testemunhas de defesa foram


consideradas imparciais e disseram que as roupas da suposta vítima não combinavam
com uma adolescente de 13 anos. Eles também disseram que o acusado não estava
embriagado quando a conheceu.

O denunciado relatou em seu depoimento que se interessou pela suposta vítima


pois ficou encantado com sua beleza, produção e atitude, concluindo assim que não
era necessário indagar a idade da mesma por ambos estarem em um lugar autorizado
e frequentado por pessoas maiores de 18 anos.

A prova pericial confirmou que a menor não era virgem quando teve
relacionamento sexual com o réu. No entanto, como a perícia foi realizada muitos
meses após o ato sexual em questão, a prova não era suficiente para confirmar que
esse foi o primeiro ato sexual da menor.

II - DO MÉRITO

É importante destacar que o denunciado, que é o principal acusado, tem bons


antecedentes e tem uma residência estabelecida, respondeu ao processo sem
restrições. No entanto, os fatos relatados pelo Ministério Público não foram
confirmados em juízo, então o tipo penal aplicado ao denunciado só pode ser aplicável
se houver vontade livre e consciente, ou seja, dolo. Os depoimentos das testemunhas
incluíram o fato de que o denunciado agiu de acordo com essas informações
essenciais e, portanto, não pode ser condenado porque não há realidade subjetiva. De
acordo com o artigo 20 do Código Penal, o erro de tipo exclui o dolo, sendo certo a
inexistência de estupro de vulnerável, tornando a prática do denunciado atípica,
acarretando a absolvição do mesmo.

III – DOS PEDIDOS

Isso posto, requer a Vossa Excelência, com base nos termos do artigo 386,
incisos IV e VII do Código Penal, a absolvição do réu.
pede-se deferimento.

OAB/RJ

Rio de janeiro, 09 de julho de 2023.

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