Você está na página 1de 4

Sentença Estadual

Rodada 18.2020

www.emagis.com.br
Sentença Estadual | Rodada 18.2020 www.emagis.com.br

Rodada 18.2020
1. Trata-se de Ação Penal proposta pelo Ministério Público do estado X em face de ALAN,
imputando àquele a prática de crime, cuja descrição fática encontra-se a seguir:

“O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO X, por intermédio de seu Presentante Legal, em


exercício neste juízo, no uso de suas atribuições legais, com base no incluso inquérito policial,
ofereceu denúncia contra ALAN, 20 anos, qualificado nos autos, pela prática dos fatos
delituosos devidamente descritos na peça vestibular acusatória, nos seguintes termos:

‘Apurou-se que a vítima ANA e o acusado mantiveram um relacionamento amoroso durante 5


(cinco) anos, não advindo dessa união o nascimento de nenhum filho.

Consta, no caderno investigatório, que no dia 16/01/2018, por volta das 19h, a vítima
encontrava-se em sua residência, localizada na Rua das Flores, s/n, cidade Z, estado X,
momento em que o acusado ali chegou, aparentemente sob efeito de substâncias alcoólicas, e
iniciou-se uma discussão entre o casal.

A discussão teria seria motivada pelo desejo do acusado no sentido de que a vítima desligasse
o aparelho de TV que estava assistindo, não tendo sido atendido em sua pretensão pela vítima.
Então, o acusado desconectou os cabos que mantinham o aparelho de TV ligado, o que
provocou o acirramento dos ânimos entre vítima e acusado.

A vítima teria, então, tentado reconectar os cabos, sendo surpreendida com um murro desferido
pelo acusado, atingindo-a em sua nuca.

Nesse momento, com a força do golpe, a vítima caiu no chão, momento em que o acusado,
bastante agressivo, desferiu-lhe chutes, atingindo-a em suas costas e face, provocando
hematomas em suas costas e deformação do nariz.

Ato contínuo, a vítima conseguiu se levantar e sair correndo de casa, sendo perseguida pelo
acusado no quintal que circundava a residência.

Em sequência, SARA, vizinha do casal, ingressou no local e conseguiu socorrer a vítima ANA.
Em seguida, outros vizinhos chegaram ao local, momento em que o acusado se retirou do local,
em fuga.

Acionada, a polícia militar realizou diligências, tendo localizado o acusado na residência de seu
genitor, localizada próximo ao local do crime.

Conduzido pela Polícia Militar, o acusado, ao avistar ANA e SARA, ameaçou a vítima ANA de
morte, afirmando que a mataria, assim que saísse da custódia, bem como iria se vingar de
SARA, denunciando-a à Polícia, pois aquela teria praticado invasão de domicílio ao ingressar
nos limites do seu imóvel, sem sua autorização.

Laudo de exame de corpo de delito comprovou que a vítima sofreu lesão corporal nas costas,
consistentes em diversos hematomas, lesão na nuca, também consistente em hematoma, além
de fraturas no nariz, deformando-o, provocando obstrução nasal.’

É expressamente proibida a divulgação deste material, cuja utilização é restrita ao usuário identificado no presente documento. A sua 2
indevida divulgação viola a Lei 9.610/98 e acarretará responsabilização civil e criminal dos envolvidos.
Sentença Estadual | Rodada 18.2020 www.emagis.com.br

Em audiência de custódia, o Juiz homologou a prisão em flagrante, não a convertendo em


prisão preventiva, impondo medidas cautelares diversas da prisão.

Recebida a denúncia em data de 19/07/2018, o denunciado foi citado e, por intermédio de


Defensor Constituído, apresentou resposta escrita à acusação, sustentando, em suma: a)
atipicidade da conduta, por ausência de dolo específico diante do estado de embriaguez; b)
ausência de prova.

Foi designada audiência de instrução e julgamento às fls. .

No decorrer da instrução processual em juízo, foram ouvidas ANA e SARA, as testemunhas


arroladas pelo Ministério Público, TADEU e ARNALDO (vizinhos que chegaram ao local logo
após SARA) e realizado o interrogatório do réu (termo de audiência às fls.).

ANA confirmou os fatos na forma descrita na denúncia, ressaltando que já havia sido submetida
a procedimento cirúrgico reparador, razão pela qual, atualmente, não tem desvio de septo,
conseguindo respirar normalmente. Ainda, a vítima informou que se reconciliou com o acusado,
estando noiva daquele.

SARA descreveu os fatos por ela presenciados nos exatos moldes constantes da denúncia,
confirmando ter ouvido as ameaças proferidas por ALAN.

ALAN, após ser advertido de seu direito constitucional ao silêncio, e de lhe ser oportunizada a
entrevista prévia e reservada com seu advogado, foi interrogado, ocasião em que confessou a
prática delitiva, confirmando que namorou com a vítima por 5 (cinco) anos, e que no período
chegaram a residir na mesma casa, mas sem caracterizar a intenção de formar família. ALAN
confirmou, ainda, as ameaças de morte e de que denunciaria SARA por invasão de domicílio,
destacando, contudo, que não concretizou as ameaças e que falou “de cabeça quente”.

Na fase do artigo 402 do Código de Processo Penal, nada foi requerido.

Em alegações finais, o Ministério Público, após analisar o conjunto probatório, entendeu estar
devidamente demonstrada a materialidade e autoria dos delitos, bem como a responsabilidade
criminal do denunciado, pugnando pela condenação nos termos descritos na denúncia.

Por seu turno, a defesa do denunciado, em alegações finais, sustentou, inicialmente, a


inaplicabilidade da Lei Maria da Penha, tendo em vista a existência de mero relacionamento de
namoro, sem o intuito de constituir família, à época dos fatos. E, ainda, a atipicidade dos crimes
de ameaça, diante do estado de embriaguez do acusado. Subsidiariamente, pleiteou que a pena
fosse fixada no mínimo legal e, ainda, que fosse reconhecido o direito de responder em
liberdade. Por fim, em relação à fixação de valor mínimo a título de indenização, ressaltou que
não decorre dos autos a comprovação de danos materiais sofridos pela vítima, o que afasta a
possibilidade de fixação pelo juízo de qualquer montante. Ademais, a reconciliação do casal
revela ser indevida a fixação de valor mínimo a título de indenização.

Certidão de antecedentes criminais de ALAN revelou a existência de condenação pela prática


de atos infracionais.

É expressamente proibida a divulgação deste material, cuja utilização é restrita ao usuário identificado no presente documento. A sua 3
indevida divulgação viola a Lei 9.610/98 e acarretará responsabilização civil e criminal dos envolvidos.
Sentença Estadual | Rodada 18.2020 www.emagis.com.br

Vieram-me os autos conclusos.

Em síntese, é o relatório.

Passo a decidir.”

Com base no relatório acima, elabore a sentença criminal adequada ao caso, sendo dispensado
o relatório.

Resposta do aluno
sem resposta

É expressamente proibida a divulgação deste material, cuja utilização é restrita ao usuário identificado no presente documento. A sua 4
indevida divulgação viola a Lei 9.610/98 e acarretará responsabilização civil e criminal dos envolvidos.

Você também pode gostar