Você está na página 1de 12

PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Registro: 2023.0000170937

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Criminal nº


1501254-91.2021.8.26.0617, da Comarca de São José dos Campos, em
que são apelantes GABRIEL GOMES DA SILVA e ERIKA GOMES DA
SILVA, é apelado MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO.

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 15ª Câmara de


Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte
decisão: Negaram provimento ao recurso. V. U., de conformidade com o
voto do relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores BUENO DE


CAMARGO (Presidente) E GILDA ALVES BARBOSA DIODATTI.

São Paulo, 7 de março de 2023.

RICARDO SALE JÚNIOR


Relator
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

15ª Câmara de Direito Criminal

Apelação nº 1501254-91.2021.8.26.0617 São José dos Campos


Apelante: Gabriel Gomes da Silva e Erika Gomes da Silva
Apelado: Ministério Público do Estado de São Paulo

Voto nº 30.414

APELAÇÃO CRIMINAL Extorsão Confissão Autoria e


materialidade delitiva demonstradas Prova robusta a admitir a
condenação dos réus Grave ameaça Impossibilidade de
desclassificação para o crime de estelionato ou aplicação do
acordo de não persecução penal Penas e regimes fixados com
critério Recurso defensivo desprovido.

Trata-se de recurso de apelação interposto


contra a r. sentença de fls. 321/327, cujo relatório se adota, que julgou
procedente a denúncia para condenar GABRIEL GOMES DA SILVA
e ERIKA GOMES DA SILVA, devidamente qualificado nos autos do
processo, como incurso nas sanções do artigo 158, §1º, c.c. artigo 29,
do Código Penal, à pena de 05 (cinco) anos e 04 (quatro) meses de
reclusão, no regime inicial semiaberto, bem como ao pagamento de
13 (treze) dias-multa, no valor mínimo legal.

Pretende a Defesa dos réus, com o presente


recurso (fls. 382/399), a reforma da r. sentença, objetivando a
absolvição dos réus, com fundamento no artigo 386, inciso III, do
Código de Processo Penal. Subsidiariamente, almeja o
reconhecimento da tentativa de extorsão ou a desclassificação para

Apelação Criminal nº 1501254-91.2021.8.26.0617 - Voto nº 30.414 2


PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

constrangimento ilegal ou estelionato, com a possibilidade de


aplicação do acordo de não persecução penal, nos termos do artigo
28-A do Código de Processo Penal.

Regularmente processado o recurso interposto,


com o oferecimento das contrarrazões de fls. 404/406, vieram os
autos a esta Instância, tendo a Douta Procuradoria Geral de Justiça
opinado pelo desprovimento do recurso defensivo (fls. 412/418).

É o relatório.

O recurso interposto não merece provimento.

Os apelantes foram condenados como incursos


no artigo 158, §1º, c.c. artigo 29, ambos do Código Penal, porque, de
acordo com a exordial acusatória, entre os dias 11 e 15 de setembro
de 2021, na Comarca de São José dos Campos, agindo previamente
ajustados e nutrindo identidade de desígnios, cada um deles fazendo
sua a ação do outro, constrangeram a vítima Devair da Cruz,
mediante grave ameaça, com o intuito de obter, para si, indevida
vantagem econômica, a entregar-lhes a quantia de R$ 6.000,00 (seis
mil reais).

Segundo o apurado, Erika já havia trabalhado


na mesma empresa em que a vítima, Devair, o que lhe possibilitou ter
acesso aos dados pessoais dela, inclusive número de telefone. No
período supracitado, os réus passaram a extorquir Devair, objetivando
a obtenção de vantagem indevida no importe de R$ 6.000,00 (seis mil
reais).

Na ocasião, no dia 11 de setembro de 2021

Apelação Criminal nº 1501254-91.2021.8.26.0617 - Voto nº 30.414 3


PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

(sábado), Gabriel, valendo-se do aparelho de telefone celular


pertencente à sua irmã, Erika, linha (12) 996394597, enviou
mensagem de voz para a vítima, via aplicativo WhatsApp, afirmando-
lhe que possuía fotografias e outras provas de que ela teria
relacionamento extraconjugal com uma mulher de prenome Elaina,
para quem já havia dado um carro de presente e comprado
passagens aéreas. A partir desse contato, nos dias que se seguiram,
o denunciado, Gabriel, passou a trocar mensagens escritas, via
WhatsApp, com a vítima, exigindo-lhe que pagasse a quantia de R$
6.000,00 (seis mil reais), caso contrário, entregaria as tais provas à
sua esposa, Creuza.

No dia 14 de abril de 2021, a vítima noticiou o


crime à autoridade policial e combinou com o denunciado um encontro
no estacionamento do estabelecimento Telha Norte, para o dia
seguinte, às 10h00, onde lhe entregaria o dinheiro e receberia, em
contrapartida, as provas do alegado relacionamento extraconjugal.

Conforme combinado, ambos os denunciados


se dirigiram de motocicleta até as proximidades do citado
estacionamento e, enquanto Erika permaneceu na motocicleta,
aguardando, Gabriel foi ao encontrado da vítima, no interior do
estacionamento. Ao encontrar-se com a vítima, antes mesmo que o
dinheiro lhe fosse entregue, Gabriel foi preso por policiais civis, que
haviam se posicionado no local, acabando Erika também por ser
presa, naquela mesma ocasião.

A denúncia foi recebida em 20 de outubro de


2021 (fl. 113).

Apelação Criminal nº 1501254-91.2021.8.26.0617 - Voto nº 30.414 4


PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

A materialidade delitiva restou devidamente


comprovada por meio do boletim de ocorrência (fls. 12/16), pelo
Laudo Pericial de fls. 270/289, bem como da prova oral colhida sob o
crivo do contraditório.

A autoria é igualmente certa.

Em sede de interrogatório, o réu Gabriel


afirmou ser verdadeira a acusação, pois enviou mensagens de áudio
por Whatsapp à vítima a pedido de sua irmã, Erika. Como estranhou
as mensagens, ficou com medo das consequências que isso poderia
trazer à sua irmã, acompanhando então Erika no momento da entrega
do dinheiro pela vítima. Não reputava correta a extorsão,
arrependendo-se do crime. Desejava apenas conversar com Devair,
entregar o pendrive e devolver o dinheiro. Atualmente trabalha em um
mercado em Guararema/SP, com renda de R$ 1.500,00, estuda inglês
e faz faculdade de logística na FATEC (vide mídia).

Também em sede de interrogatório, a ré Erika


afirmou que a acusação é em parte verdadeira. Ficou sabendo por
terceiros da relação extraconjugal da vítima, que conhecia em razão
do trabalho. Comprou um chip de celular e, além das mensagens de
texto que encaminhou, solicitou ao irmão Gabriel o envio de áudios.
Marcou um encontro com a vítima para receber o dinheiro, porém sua
intenção não era ficar com o montante, e sim provar para a esposa de
Devair a infidelidade. No pendrive não há provas concretas da relação
extraconjugal, desconhecia a gravidade dos fatos e se arrepende.
Redigiu todas as mensagens, e os áudios foram enviados por Gabriel
a seu pedido. Atualmente trabalha e sua renda mensal média é em

Apelação Criminal nº 1501254-91.2021.8.26.0617 - Voto nº 30.414 5


PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

torno de R$ 2.000,00 (vide mídia).

Com efeito, as confissões dos acusados têm


grande valor e servem como base às suas condenações, não
podendo serem recusadas, pois foram sinceras e não contrárias ao
contexto probatório amealhado.

Já decidiu o Supremo Tribunal Federal que as


confissões judiciais ou extrajudiciais valem pela sinceridade com que
são feitas ou verdade nelas contidas, desde que corroboradas por
outros elementos de prova inclusive circunstanciais (RTJ 88/371).

A vítima Devair da Cruz narrou que recebeu


telefonemas e mensagens de áudio e texto por Whatsapp dizendo que
possuía uma amante em Guararema/SP, exigindo R$ 6.000,00 para
manter silêncio sobre a informação, motivo pelo qual registrou Boletim
de Ocorrência por extorsão. Na delegacia, os réus continuaram a
enviar mensagens, sendo o crime testemunhado pelos policiais. No
momento da entrega do dinheiro, o réu tentou pegar o montante, mas
recebeu voz de prisão dos policiais que o acompanhavam, sendo o
valor devolvido. Desconhece os acusados. Os áudios recebidos eram
de voz masculina, e a foto do Whatsapp não é dos réus (vide mídia).

As declarações das vítimas foram consistentes,


devendo-se considerar ainda que não se desconhece o entendimento
de que em casos de extorsão, a palavra da vítima é de suma
importância.

Esse é o posicionamento adotado por esta


colenda 15ª Câmara Criminal e pelo Egrégio Superior Tribunal de

Apelação Criminal nº 1501254-91.2021.8.26.0617 - Voto nº 30.414 6


PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Justiça:

“APELAÇÃO - EXTORSÃO - PALAVRA DA VITIMA -


VALOR: Em crimes desta natureza, cometidos na
clandestinidade, a palavra da vítima reveste-se de
grande valor probante quando não dissociada dos
demais elementos de convicção e desde que não haja
indícios de falsa inculpação. APELAÇÃO - EXTORSÃO
- POLICIAIS MILITARES QUE SE APRESENTAM
COMO POLICIAIS DO DENARC PARA EXIGIR
VANTAGEM INDEVIDA SOB AMEAÇA DE
"PLANTAR" DROGAS EM PROPRIEDADES DAS
VÍTIMAS - PROVA COLHIDA MEDIANTE ESCUTA
TELEFÔNICA AUTORIZADA POR UM DOS
INTERLOCUTORES - NULIDADE - INOCORRÊNCIA:
Ocorre que o ordenamento jurídico pátrio, imbuído do
senso de justiça, admite a gravação de conversa
telefônica mantida por um dos interlocutores com sua
autorização, o que não se confunde com interceptação
telefônica, que é aquela feita por terceiro sem o
conhecimento dos interlocutores. APELAÇÃO -
ABSOLVIÇÃO POR INSUFICIÊNCIA DE PROVAS -
NÃO CABIMENTO - HIPÓTESE: A extensa prova oral
e material comprova com suficiência, a
responsabilidade penal dos agentes, sendo incabível
falar-se em absolvição” (TJSP, 15ª Câmara Criminal,
Apelação nº 0006117-71.2011.8.26.0050, Rel. J.
Martins, j. em 18.06.2013);

"A palavra da vítima, nos crimes às ocultas, em


especial, tem relevância na formação da convicção do
Juiz sentenciante, dado o contato direto que trava com
o agente criminoso"(STJ, Habeas Corpus nº
143.681/SP, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima,
Quinta Turma, j. em 15.06.2010).

A testemunha Jefferson de Oliveira, policial


civil, ouvido em Juízo, asseverou que o réu veio até a delegacia e
informou que estava sofrendo extorsão no valor de R$ 5.000,00 a R$
6.000,00, para que não fosse divulgada uma suposta relação

Apelação Criminal nº 1501254-91.2021.8.26.0617 - Voto nº 30.414 7


PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

extraconjugal para sua esposa. A vítima foi orientada a manter a


conversa com os acusados e a marcar um encontro para entrega do
dinheiro, a fim de que fosse dada voz de prisão aos acusados. Gabriel
estava acompanhado da corré Erika no momento da prisão. Admitiram
a extorsão, afirmando que o valor seria entregue à esposa da vítima,
como uma “forma de compensação”. Não presenciou a extorsão por
Whatsapp.

O depoimento do agente público que atendeu à


ocorrência tem valor relevante e merece total credibilidade. A
propósito:

“Os testemunhos de policiais destacados para a


realização de repressão criminal devem ser aceitos
quando se prestam a dar conta da tarefa realizada,
inexistindo motivo para que sejam considerados
tendenciosos, sendo certo que somente podem ser
rechaçados se comprovado que houve falseamento da
verdade ou que estão em desconformidade com o
restante da prova” (TJSP Apelação nº 1.364.617/5
Rel. Luiz Ganzerla).

“É assente nesta Corte o entendimento de que são


válidos os depoimentos dos policiais em juízo,
mormente quando submetidos ao necessário
contraditório e corroborados pelas demais provas
colhidas e pelas circunstâncias em que ocorreu o
delito. Incidência do enunciado 83 da Súmula desta
Corte (STJ - AgRg no Ag 158921/SP Relatora Ministra
Maria Thereza de Assis Moura Sexta Turma j.
10-5-2011).”

O Laudo Pericial contendo transcrição das


mensagens trocadas pelo aplicativo Whatsapp foi encartado às fls.
270/289, sendo a ameaça com o intuito de obter para si ou para
outrem indevida vantagem econômica evidenciada por mensagens

Apelação Criminal nº 1501254-91.2021.8.26.0617 - Voto nº 30.414 8


PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

como “Imagina todas as fotos de vocês no Instagram e Facebook?”,


“Imagina todos sabendo disso, começando pela sua esposa”.

Importante destacar que, de acordo com o


entendimento do Superior Tribunal de Justiça, pela Súmula 96: “o
crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da
vantagem indevida”. Ou seja, não se exige, para a consumação do
crime de extorsão, que o agente tenha conseguido o proveito que
pretendia. O crime se consuma com o resultado do constrangimento,
isto é, com a ação ou omissão que a vítima é constrangida a fazer,
omitir ou tolerar que se faça.

Conclui-se, portanto, que o contexto probatório


é suficiente para provar que os apelantes realmente foram os autores
do delito de extorsão, não havendo que se falar em insuficiência
probatória, ou sequer em desclassificação para outro tipo penal.

Vislumbrada a grave ameaça, também não há


que se falar na possibilidade de acordo de não persecução penal,
uma vez que o artigo 28-A do Código de Processo Penal prevê
expressamente que “(...) tendo o investigado confessado formal e
circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou
grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o
Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal,
desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do
crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e
alternativamente”.

Mantida a condenação dos réus, passa-se à

Apelação Criminal nº 1501254-91.2021.8.26.0617 - Voto nº 30.414 9


PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

análise das reprimendas, resguardando-se o princípio da


individualização destas.

No que tange às penas do réu Gabriel Gomes


da Silva:

Na primeira fase da dosimetria, verifica-se que


a culpabilidade do réu se mostrou dentro do padrão dos delitos. Ele
não possui antecedentes. A vítima, de modo algum, contribuiu para a
prática do crime. Desse modo, sopesadas as circunstâncias judiciais
previstas no artigo 59 do Código Penal, fixo a pena-base no mínimo
legal, ou seja, em 04 (quatro) anos de reclusão, e 10 (dez) dias-multa,
no valor unitário mínimo.

Na segunda fase, presente a atenuante da


confissão espontânea. Contudo, deixa-se de aplicá-la em razão da
Súmula 231 do C. Superior Tribunal de Justiça: “A incidência da
circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo
do mínimo legal”.

Na terceira etapa, presente a causa de


aumento prevista no §1º do artigo 158 do Código Penal, motivo pelo
qual mantenho o aumento da pena na fração de 1/3 (um terço),
resultando em 05 (cinco) anos e 04 (quatro) meses de reclusão, no
regime inicial semiaberto, bem como ao pagamento de 13 (treze) dias-
multa, no valor mínimo legal, a qual torno definitiva.

Incabível a substituição da pena privativa de


liberdade por restritivas de direitos, uma vez que sequer
contemplados os requisitos objetivos que autorizariam a aplicação

Apelação Criminal nº 1501254-91.2021.8.26.0617 - Voto nº 30.414 10


PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

dessa benesse (cf. incisos do artigo 44 do Código Penal).

De rigor a manutenção do regime prisional


semiaberto para início de cumprimento da reprimenda, eis que este se
mostra o mais adequado ao caso concreto, nos termos do artigo 33,
parágrafo 2º, alínea “b”, do Código Penal.

No que tange às penas da ré Erika Gomes da


Silva:

Na primeira fase da dosimetria, verifica-se que


a culpabilidade do réu se mostrou dentro do padrão dos delitos. Ele
não possui antecedentes. A vítima, de modo algum, contribuiu para a
prática do crime. Desse modo, sopesadas as circunstâncias judiciais
previstas no artigo 59 do Código Penal, fixo a pena-base no mínimo
legal, ou seja, em 04 (quatro) anos de reclusão, e 10 (dez) dias-multa,
no valor unitário mínimo.

Na segunda fase, presente a atenuante da


confissão espontânea. Contudo, deixa-se de aplicá-la em razão da
Súmula 231 do C. Superior Tribunal de Justiça: “A incidência da
circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo
do mínimo legal”.

Na terceira etapa, presente a causa de


aumento prevista no §1º do artigo 158 do Código Penal, motivo pelo
qual mantenho o aumento da pena na fração de 1/3 (um terço),
resultando em 05 (cinco) anos e 04 (quatro) meses de reclusão, no
regime inicial semiaberto, bem como ao pagamento de 13 (treze) dias-
multa, no valor mínimo legal, a qual torno definitiva.

Apelação Criminal nº 1501254-91.2021.8.26.0617 - Voto nº 30.414 11


PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Incabível a substituição da pena privativa de


liberdade por restritivas de direitos, uma vez que sequer
contemplados os requisitos objetivos que autorizariam a aplicação
dessa benesse (cf. incisos do artigo 44 do Código Penal).

De rigor a manutenção do regime prisional


semiaberto para início de cumprimento da reprimenda, eis que este se
mostra o mais adequado ao caso concreto, nos termos do artigo 33,
parágrafo 2º, alínea “b”, do Código Penal.

Assim sendo, e nestes termos, nega-se


provimento ao recurso dos réus, mantendo-se, nos termos em que
proferida, a r. sentença de primeiro grau, por seus próprios e jurídicos
fundamentos.

Ricardo Sale Júnior


Desembargador Relator

Apelação Criminal nº 1501254-91.2021.8.26.0617 - Voto nº 30.414 12

Você também pode gostar