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Mecânica dos Fluidos – Cap. 5

Regime Laminar e Regime Turbulento

Luis Adriano Oliveira & António Gameiro Lopes

Mecânica dos Fluidos, 4.ª Ed., 2012, L.A. Oliveira, A.G. Lopes, © Lidel – Edições Técnicas, Lisboa
Regimes Laminar e Turbulento – Ilustrações Práticas

http://www.real-world-physics-problems.com/science-experiments.html

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Regimes Laminar e Turbulento – Ilustrações Práticas
u (t) u (t) u (t)

regime turbulento

t t t
(a) (b) (c)
u (t) laminar – turbulento
transição u (t) u (t)

regime laminar
t t
(a)
u (t) (b)
u (t) (c)
u (t)

t t
Escoamento de convecção natural originado pela chama de uma vela. (a) (b)
Fonte: Wikimedia Commons, © Settles, G.

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Regimes Laminar e Turbulento – Ilustrações Práticas

Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Laminar_and_turbulent_flows_at_the_Noisiel_dam.jpg

Escoamento de água em torno de um obstáculo vertical:


transição da esteira para regime turbulento.
Fonte: Wikimedia Commons, © Aarchiba.

Fonte: Wikimedia Commons, © Barton, J.

Cursos naturais de água em regime turbulento.

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Regimes Laminar e Turbulento – Ilustrações Práticas

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Osborne Reynolds
(Reino Unido, 1842 – 1912)

Osborne Reynolds.
Fonte: Wikimedia Commons, © Collier, J.

Escoamento laminar

Escoamento turbulento

Escoamento turbulento (observado com luz


“instantânea” proveniente de descarga elétrica).

1883: Reynolds observa o desenvolvimento de turbulência Escoamento laminar vs. turbulento.


Fonte: Wikimedia Commons, © Reynolds, O.
por injeção de tinta em escoamento de água.
Fonte: Wikimedia Commons, © Reynolds, O.

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Número de Reynolds

Inércia
Número de Reynolds:
Viscosidade

Forças de Inércia: F  ma   va F   L3 LT 2   L2V 2

u V 2
Forças de Viscosidade: F  A   A F   L  VL
y L

Inércia  L2 V 2 VL Re baixo: Regime Laminar


 Re 
Viscosidade V L  Re elevado: Regime Turbulento

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Regime Laminar vs. Regime Turbulento
u (t) u (t) u (t)

(Re<103)

Laminar (pequenas perturbações rapidamente


amortecidas (Re<103)
t t t
(a) (b) (c)

u (t) u (t)

(103<Re<104)

Transição (regime intermitente)


t t t
(b) (c)

u (t)

(Re > 104)

Turbulência desenvolvida
t t
(c) 8
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Decomposição de Reynolds

  u,v,w,T , p,...
u (t)
Seja  uma propriedade genérica:
u = u + u’

    ' 1 t  t
  
u
u’ Reynolds sugeriu:  dt
t t
Valor Valor
instantâneo médio Flutuação
t

Propriedades:
 
'  0               ' '
s s

Equação da continuidade com decomposição de Reynolds

u v w   u  u'    v  v'    w  w' 


  0   0
x y z x y z

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Decomposição de Reynolds
Equação da continuidade com decomposição de Reynolds

  u  u'    v  v'    w  w'    u  u'    v  v'    w  w' 


  0   0
x y z x y z


 u  u'     v  v'     w  w'   0
x y z

u v w
  0
x y z

A equação da continuidade para o escoamento


médio é idêntica à do escoamento instantâneo

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Equações de Reynolds
Analogamente: média

(Navier-Stokes com decomposição de Reynolds Equações de Reynolds

 u u u u  p  u2 uv uw 


 u v w     
  g x  
 2
u  
 t x y z  x  x y z 
 
 v v v v  p   vu  v2  vw 
 u v  w      g y   2v      
 t x y z  y  x y z 
 
 w w w w  p   wu'  wv  w2 
 u v w      g z   w   
2
  
 t x y z  z  x

y z 

  u2 ,   uv,   uw, ... 6 incógnitas adicionais (problema de fecho)

“Tensões” de Reynolds
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Tensões de Reynolds

Porquê “Tensões” ?

   u2      uv     uw  ...     quantidade de movimento


      área x tempo

Trata-se de uma nova forma de troca de quantidade de movimento


y
U

u (y)

v’>0
y0
v’<0
u
0   uv  0
y
x

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Viscosidade Turbulenta

Camada limite (conceito a desenvolver mais tarde):


y
U

u  u u  p   u 
   u v      g x      u v  
u (y)

t  x y  x y  y  y0
v’>0
v’<0

   lam   turb x

u u
 turb    uv  t    lam   turb     t 
y y

Modelos de Turbulência: relacionam tensões de Reynolds com campo


médio (exemplo: cálculo da viscosidade turbulenta)

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Viscosidade Turbulenta

 u u u u  p  u2 uv uw 


 u v w      g x   u    x  y  z 
2
 t x y z  x
 
 v v v v  p   vu  v2  vw 
 u v  w      g y   v   
2   
 t x y z  y  x y z 
 
 w w w w  p   wu'  wv  w2 
 u v w      g z   w    
2
 
 t x y z  z x y z 
 

 u u u u  p
 u v w      g x     t   2u
 t x y z  x

 v v v v  p
 u v w      g y     t   2 v
 t x y z  y

 w w w w  p
 u v w      g z     t   2 w
 t x y z  z
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Zonas Distintas de uma Camada Limite Turbulenta

y V  x 
velocidade
de atrito
y u
  x, y  Camada exterior
 70
  x
turbulenta 
 turb 5
y u
 70 0
u( x,y ) Zona intermédia u 
 lam
 
yu
Sub-camada viscosa 0  5
x 
0  x y

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Leis Semi-Empíricas de Distribuição de Velocidade
y V  x 
Camada exterior turbulenta:
V  u  y
Lei do defeito de velocidade:  G    x, y  Camada exterior
u
  x    turbulenta

 turb Zona intermédia


G : Depende do gradiente de pressões u(exterior
x,y )
 lam
Sub-camada viscosa
x

Zona intermédia
u 1 yu
Lei de logarítmica:  ln B k  0.41, B  5.0
u k 
1
u  ln y   B
k

Subcamada viscosa u
0  
y u yu
Lei linear     u  y
0 u 
u 

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Leis Semi-Empíricas de Distribuição de Velocidade

30
u
u  Camada exterior
u 25

Zona intermédia
20

15

Zona de transição
10

5
Subcamada viscosa

0
0.1 1 10 100 1000 10000
y u
y 

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Leis Semi-Empíricas de Distribuição de Velocidade

1/ n
u  y
Lei de potência:  
V   

Plate (1971) – Aerodynamic characteristics of atmospheric boundary layers, U.S.


Atomic Energy Commission, USA.

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Medição de Velocidade em Escoamentos – I
– Tubo de Pitot com tomadas de pressão estática (já referido no Capítulo 2)

V 0
s

2  p0  ps  ps
V

Tubo de Pitot a instalar sob asa de avião.
Fonte: Wikimedia Commons, © Wessmann.
p0
Tubo de Pitot: princípio de funcionamento.

– Em regime turbulento, apenas é sensível à componente média da velocidade


– Não carece de calibração
– É intrusivo

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Medição de Velocidade em Escoamentos – II
– Dispositivos de rotor

Rotor de Savonius. Anemómetro de três copos. Anemómetro de tipo hélice.


Fonte: Wikimedia Commons, © Saperaud. Fonte: Wikimedia Commons, © Kühn, S. Fonte: Wikimedia Commons, © Leon II.

– Em regime turbulento, apenas são sensíveis à componente média da velocidade


– Carecem de calibração
– São intrusivos

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Medição de Velocidade em Escoamentos – III

– Anemometria de fio/filme quente

http://nurn.eng.usm.my/imagesnurn/bulletin/vol6_apr/p2_1.jpg

http://www.camlab.co.uk/images/thumbs/0016990.jpeg
http://driverlayer.com

– Adequado para regime turbulento (sensível às flutuações de velocidade)


– Carece de calibração
– É intrusivo

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Medição de Velocidade em Escoamentos – IV
– Anemometria laser de efeito Döppler

Escoamento

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Medição de Velocidade em Escoamentos – IV
– Anemometria laser de efeito Döppler

http://www.ptb.de

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Medição de Velocidade em Escoamentos – IV
– Anemometria laser de efeito Döppler

V V
laser
4 t
1 7
2 3 5 6
Representação esquemática de um anemómetro laser de
efeito Döppler.
1 – unidade laser; 2 – divisor de feixe; 3 – unidade ótica de focagem;
4 – volume de medida; 5 – sistema ótico de captação;
6 – fotodetetor; 7 – unidade de processamento de sinal.

http://driverlayer.com

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Medição de Velocidade em Escoamentos – IV
– Anemometria laser de efeito Döppler

http://www.fkfs.de

http://www.vidix.se/Fluid_Mech.htm

– Adequado para regime turbulento (sensível às flutuações de velocidade)


– Não carece de calibração
– É praticamente não intrusivo
– É dispendioso e de afinação delicada
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Medição de Velocidade em Escoamentos – V
Particle Image Velocimetry (PIV):

Lente
Laser

Plano de
Escoamento luz
com partículas

Zona de
análise
Registo
fotográfico

Orion Smooth Command Module 8.08% Scale


with a Particle Image Velocimetry Plane
http://www.nasa.gov
http://www.docstoc.com
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Medição de Velocidade em Escoamentos – V
Particle Image Velocimetry (PIV)
– Visualização + digitalização de imagem + processamento

– Adequado para regime turbulento (sensível às flutuações de velocidade)


– Não carece de calibração
– Não é intrusivo e fornece um mapeamento de todo campo (2D).
– É dispendioso

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