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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL

UNIDADE UNIVERSITÁRIA EM TAPES


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINSTRAÇÃO: BACHARELADO

DAVID DE CAMPOS ABEL

O BRASIL RICO: UMA DISCUSSÃO SOBRE PROSPERIDADE E COMO


ALCANÇÁ-LA

TAPES
2022
O Vídeo Brasil rico: uma discussão sobre prosperidade e como alcançá-
la, trata-se de um documentário onde traz entrevistas com algumas
personalidades que fizeram parte, de forma direta ou indiretamente, da
organização econômica do Brasil nos últimos anos, entrevistas essas
realizadas com ex-presidentes da República, ex-ministros de Estado,
empresários e pensadores que discutem o que é riqueza no Brasil e quais
caminhos o país deveria seguir para alcançar a prosperidade. Outros temas
presentes no documentário são como os países considerados ricos chegaram
onde estão; a validade dos índices que medem riqueza; como a prosperidade
deveria ser medida; quais objetivos o Brasil deveria perseguir e qual o caminho
para atingi-los.
Na entrevista, podemos ver as diferentes visões acerca do que seria um
país rico, os entrevistados iniciam acreditando que para países serem
considerados ricos, existem diversos fatores para esse título, e um dos pilares
fundamentais em um país são suas instituições, fundamentais tanto para o
equilíbrio da economia, quanto para o favorecimento o progresso tecnológico,
de forma que incentivem a educação e o conhecimento. Outros acreditam que
seria o PIB per capita, onde através dele, pode-se calcular o tamanho de uma
economia de um país. Porém, não é exatamente assim que denominamos um
país rico. A riqueza pode ser vista em sua sociedade com menos desigualdade
e com uma distribuição de renda equilibrada, ou seja, com qualidade de vida.
Em um trecho da entrevista, Bores Fausto diz que “[...] para um país ser
considerado rico, os governos devem garantir pelo menos uma saúde
descente, uma educação descente e níveis adequados de segurança”. Isto
porque desenvolvimento é a chave para um país rico, deixar essa visão de que
para um país ser desenvolvido ou ser considerado rico dele deve estar no topo
do ranking, abre espaço para que uma sociedade viva melhor. Um exemplo
disto é a Irlanda e Finlândia serem muito menos poderosas como PIB, mas
terem um padrão de vida considerado rico.
Ao meu ver, para um país ser descrito como rico, ele precisa estar
alinhado com seus cidadãos, deve estar culturalmente desenvolvido,
socialmente desenvolvido e cientificamente desenvolvido, deve suprir as
necessidades deles e oferecer qualidade de serviços públicos por eles pagos,
tanto quanto infraestrutura para locais urbanos e rurais, onde sua sociedade
tenha voz e reconhecimento, sempre buscando desenvolver suas políticas
públicas tanto para sociedades urbanas quanto para o meio rural (o qual é
pouco citado no vídeo).
Uma controvérsia que pude perceber no documentário é que os
entrevistados são jornalistas, professores, vários políticos, economistas e
donos de Bancos, ou seja, de certa forma são os mais interessados no
crescimento financeiro do país, discorrendo sobre o que deve ser feito para que
o Brasil possa se tornar competitivo no mercado financeiro mundial. Todos ali
presentes demonstram opiniões idênticas sobre temas como reforma
educacional, previdenciária, infraestrutura e educação, e como é preciso
investir no ensino fundamental e médio. Entretanto, acaba tornando-se irônico,
já que os integrantes do governo da época tinham propostas com objetivos de
exclusão de disciplinas como História, sociologia e filosofia do currículo escolar.
E no documentário, é apontado que a criatividade do brasileiro era um
diferencial no crescimento, mas como entender o que é criatividade, sem uma
opinião de quem vive e enfrenta os desafios do cotidiano?! Criatividade
funciona sem infraestrutura e auxilio? Era evidente como eles exaltavam a
força de vontade e o empreendedorismo das classes mais pobres, porém não
existia uma representação dessas classes demonstrando voz no documentário.
Em certo momento foi citado o agro como uma das fontes de “riqueza”
do país, porem tudo através de falas bonitas, pré-montadas e utópicas, sem
demonstrar o porquê de ele ser assim, suas forças e desafios que produtores
ruais (de propriedades pequenas em destaque) enfrentam em seu cotidiano.
Infelizmente o que é apresentado divergente do que se propõe, não são
apresentadas saídas para alcançarmos a prosperidade. A prosperidade que
eles tanto ressaltam tem muito mais a ver com dinheiro do que com qualidade
de vida. O marketing por trás do documentário esconde toda a realidade do
que realmente deveria ser mostrado.

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