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II CRelMUN

CV
Congresso de Viena (1815)

Carlos Eduardo Fogaça de Almeida


Ana Beatriz Grigore de Amorim
André Dantas Ferreira da Silva
Rômulo Barbosa da Silva
COLÉGIO MILITAR DE BRASÍLIA

CLUBE DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS MODEL UNITED NATIONS

CONGRESSO DE VIENA (1815)

André Dantas Ferreira da Silva


Ana Beatriz Grigore de Amorim
Carlos Eduardo Fogaça de Almeida
Rômulo Barbosa da Silva

Brasília

2019
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SUMÁRIO

1 CARTA DE APRESENTAÇÃO 4

2 CONTEXTO HISTÓRICO 6

2.1.1 A França Pré-revolução 7

2.1.2 A Revolução de Facto 9


2.2 AS GUERRAS NAPOLEÔNICAS 11

2.3 QUEDA DE NAPOLEÃO BONAPARTE 13

3 O CONGRESSO 15

3.1 CONTEXTO 15

3.2 DESENVOLVIMENTO 16

3.3 DESFECHO 17

4 QUESTÕES TERRITORIAIS 18

4.1 REINO UNIDO 18

4.2 FRANÇA 18

4.3 ÁUSTRIA 19

4.4 PRÚSSIA 20
4.5 PORTUGAL 20

4.6 RÚSSIA 21
4.7 SUÉCIA 21

4.8 PRINCIPADOS ALEMÃES 22

4.9 ESPANHA 22

4.10 PAÍSES BAIXOS 23

5 QUESTÕES A SEREM DISCUTIDAS 24

6 MATERIAL COMPLEMENTAR 25

7 REFERÊNCIAS 25

8 ANEXOS 28

8.1 A FRANÇA ÀS VÉSPERAS DA REVOLUÇÃO FRANCESA (1789) 28

8.2 EUROPA EM 1792 29

8.3 O IMPÉRIO FRANCÊS EM 1812 29


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1 CARTA DE APRESENTAÇÃO

Delegadas e delegados,

Quantas vezes na história europeia se reuniram os mais distintos ministros, generais,


membros de corpos diplomáticos e nobrezas nacionais com o fim, e somente o fim, de
desenhar? Os primeiros mapas das Américas, as primeiras representações gráficas dos sete
mares, - bem como de suas quase inumeráveis ilhas - as divisões de fronteiras territoriais da
Ásia e da África, são mostras de que a veia artística do Velho Continente nunca se limitou a
museus e galerias, à Monets e Henrots contemporâneos. Para bem ou para mal, ela adentra
casas de governo, cortes parlamentares, palácios, impasses interestatais, e, claro, congressos.
Não seria, logo, razoável entender o Congresso de Viena como um momento histórico
tanto político, quanto artístico? Ora pois, a cartografia é uma arte política por excelência, e,
por nove meses, os participantes do Congresso - ministros, generais, membros de corpos
diplomáticos e da nobreza - se transfiguraram em cartógrafos. Durante essa gestação
simbólica de uma nova Europa, eles se ocuparam em negociar com quais cores, de quais
bandeiras, quais linhas haveriam de ser traçadas - o braço das nações mais fortes sempre
tentando manter a posse do lápis. O resultado: um mapa.
Uma escultura deve, pelo menos por um segundo, petrificar o olhar de quem passa.
Um quadro deve dar cores à cabeça, ou ao coração de quem o vê. Uma música deve fazer o
ouvinte se por em silêncio a fim de melhor ouvi-la. E o mapa, como arte, o que deve
provocar? Como artigo político, o mapa desenhado pelo Congresso de Viena tentou apagar da
história europeia os movimentos, as invasões, os triunfos - ou os vestígios de desordem -
napoleônicos. Ele tentou reiterar, em cada uma de suas linhas, a força do velho regime (e
daqueles que o restauraram). Mas, novamente, e como arte? O que um mapa faz que petrifica,
que dá cores, e que nos deixa em silêncio? Delegadas e delegadas, aquele mapa tentou fazer
paz, e, de fato, o fez por um tempo (​OUTRAM, 1989​).
A paz petrifica - ela dá espaço não só ao escultor para esculpir, mas também aos
construtores e engenheiros para reedificar nações com pedra e cimento. Ela dá cores - que
preenchem bandeiras com tons harmônicos, e campos com plantações que substituem o cinza
da fome daquelas sociedades acometidas por guerras. Por fim, a paz silencia - conforme
ensina a importância de se calar para ouvir. Ela é um estado de arte completo, e a solução
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política mais cobiçada em um contexto que recém se despede de quase uma década de guerras
napoleónicas - o contexto no qual Vossas Excelências se encontram.
Portanto, caros ministros, generais, membros de corpos diplomáticos e da nobreza de
seus respectivos estados, entregamo-lhes a responsabilidade de ser, como foram aqueles
participantes originais do Congresso de Viena, cartógrafos. Logo, é imperativo que as
senhoras e os senhores se atentem tanto à política quanto à arte ao elaborar vossa resolução.
Finalmente, se assim o desejarem, tragam lápis de cor.

Ansiosa por seus desenhos,


A Mesa diretora.
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2 CONTEXTO HISTÓRICO

2.1 REVOLUÇÃO FRANCESA

Apesar de a Revolução Francesa de 1789 não constituir a primeira revolução de perfil


liberal e burguês, uma vez a Inglaterra já ter passado por um processo semelhante ao
substituir o Absolutismo Monárquico pela divisão de câmaras parlamentares em 1688, essa se
destacou por seu caráter inédito tal qual primeiro movimento popular a atingir escala
universal, uma vez que seus desdobramentos tiveram repercussões políticas, socioeconômicas
e culturais por toda a Europa, bem como por grande parte do globo (​TYLER, 1932​).
A Queda da Bastilha, a prisão que constitu​í​ra um dos maiores - e mais sólidos -
símbolos do absolutismo francês, marcou 14 de julho de 1789 não só como o início da
Revolução Francesa, mas também como fim da Idade Moderna (caracterizada pelo vigor do
Antigo Regime) e o começo da Idade Contemporânea (​MOSSE, 1989​). Sob essa perspectiva,
a ascensão, o desenvolvimento e o desfecho da Revolução são o prólogo original de qualquer
momento da história ocidental que a sucede (​OUTRAM, 1989​).
De fato, há aqueles eventos que não se relacionam de maneira tão óbvia com a
Revolução. A primeira vista, seria trabalhoso dissertar acerca da conexão entre jacobinos -
membros políticos burgueses da França revolucionária - e bolcheviques - radicais socialistas
que fundaram a União Soviética em 1922. No entanto, ambos são tidos em história geral
como núcleos políticos de esquerda, sendo o último um herdeiro improvável do primeiro
(​TYLER, 1932​). Também, seria ao mínimo complicado explicar a longa trajetória entre o
lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, a promulgação da Carta Universal dos Direitos
Humanos e a ascensão do ultranacionalismo no Leste europeu no século XXI, ainda que os
três sejam, ao olho atento, historicamente indissociáveis (​MOSSE, 1989)​.
Por outro lado, pode-se reconhecer com relativa facilidade os traços da Revolução
Francesa nos modelos contemporâneos de democracia, economia liberal e culto a constituição
nacional. Do mesmo modo, é inegável a sua influência na tentativa de estabelecer o modelo
de uma nova Europa pós guerras napoleônicas - a Revolução é a “mãe de Bonaparte”
(FURET, 1991)​, o Congresso de Viena, então, será aqui apresentado como seu neto. Nesse
sentido, cabe uma breve introdução aos eventos que se passaram na França de 1789, um
quarto de século antes do início das reuniões que tomaram lugar na capital do então Império
Austríaco com o fim de redesenhar o mapa europeu (​TYLER, 1932​).
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2.1.1 A França Pré-revolução

A Casa Bourbon, em 1789, acumulava exatos dois séculos de domínio absoluto sobre
a França. Uma vez derrubada a Bastilha, ela - junto a todo o amparo nobiliárquico francês -
levou apenas três anos para cair, tendo o então Rei Luís XVI sido preso em 1792 sob
acusação de alta traição, e publicamente executado em 1793 ​(MAZLISH, 1970). Segundo
relatos de seu próprio carrasco, ele manifestara em suas últimas palavras o desejo de que seu
sangue fosse capaz de “cimentar a alegria dos Franceses”. Esses Franceses, em resposta a
visão da cabeça do seu antigo soberano decapitada, “gritaram ‘Viva a Nação, Viva a
República’ ​(FURET, 1991). Essa é a cena que sintetiza o quadro de crise institucional,
ideológica e financeira em que se a França do século XVIII se inseria - e a qual anuncia outra
crise, dessa vez responsável ascensão de Bonaparte como Imperador em 1804
(​SUTHERLAND, 2013​). Para plenamente compreendê-la, logo, deve-se primeiramente
entender o contexto sócio-econômico da França pré-revolução.
No início dos anos 1700, o País se consolidava como potência europeia dominante. O
autointitulado Rei Sol, Luís XIV, ao falecer em 1715, havia deixado para trás o exército mais
poderoso da Europa, o Estado mais rico, o regime monárquico mais forte e uma
cultura-modelo seguida pela maior parte das nações com as quais a França mantinha relações
(​STOMBERG, 1986​). Esse cenário viabilizou um ​boom populacional então inédito a sua
história: somente na primeira metade do XVIII, ela testemunhou um aumento do seis vezes
maior que o período entre os séculos XVI e VVII (​STOMBERG, 1986​) ​(MAZLISH, 1970).
Pode-se afirmar com propriedade que grande parte das problemáticas que desencadearam a
Revolução constituem uma consequência direta da falta de habilidade do Estado a lidar com
esse crescimento, o qual não foi acompanhado de reformas tributárias, redistribuição de terras,
extensão de malhas de transporte e escoamento de produção (​SUTHERLAND, 2013​).
Luis XV, sucessor do Rei Sol, ao assumir completo exercício de seu poder como
monarca, enfraqueceu a imagem da Coroa com sucessivas derrotas militares e constante
negligência administrativa (​STOMBERG, 1986​). A seguir, tem-se o início do reinado de Luís
XVI, o monarca que seria, como mencionado anteriormente, executado por forças
revolucionárias, como já influenciado pela crescente perda de popularidade do regime
monárquico na França. O caráter frágil, tímido, influenciável e pueril segundo o qual o último
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era retratado - e, ao que relatos indicam, de fato portava perante sua corte - foi um dos
propulsores ao colapso total do Antigo Regime (​STOMBERG, 1986​). Sua pessoa, todavia,
não era signitivamente impopular até sua tentativa de fuga em 1791: Maria Antonieta, sua
esposa, era a real personificação do mal aristocrático no imaginário popular francês. Segundo
esse, ela era uma rainha provinda de uma nação não bem-vista (Império Austríaco), que
tardou em gerar descendentes (como se essa fosse uma tarefa responsabilidade única da parte
feminina em uma relação conjugal), gastava demasiadamente e despreocupadamente (na
verdade, a Rainha costumava gastar em um ano menos da metade da “mesada” destinada a
amante do Rei anterior), e, acima de tudo, era tida como devassa e depravada (costumava
levar uma vida social agitada sem a presença de seu marido) (​SUTHERLAND, 2013​). O Rei
Luís XVI era considerado “sua vítima, bem como da corrupta corte francesa.”, ao passo que
sua impotência administrativa e falta de liderança eram quase por completo ignoradas pelo
terceiro estado.
Ademais, a crise agrícola da década de 1780 e seus desastrosos efeitos sobre a
economia - o desabastecimento, a fome e a inflação - também contribuíram significativamente
ao processo revolucionário que se instaura definitivamente nove anos depois (​TYLER, 1932​).
Os camponeses, grupo mais numeroso na sociedade francesa, iniciaram revoltas denominadas
jacqueries,​ as quais ficariam conhecidas como o “grande medo” da aristocracia - as ondas de
saques camponeses provocaram a onda de emigração aristocrática mais intensa da história
francesa ​(FURET, 1991). Não obstante, o envolvimento da França em guerras tais como a
Sucessão Espanhola, a Guerra dos Sete Anos e a Independência Americana comprometeram
gravemente Erário Real - a soma de riquezas da Coroa a serem investidos no Estado. Ainda, o
tratado de panos e vinhos, denominado ​Eden-Rayneval​, trouxe consequências
significativamente danosas para a balança de pagamentos da França (​STOMBERG, 1986​).
Também, a influência ideológica liberal iluminista não pode ser descartada como um
dos mais importantes catalisadores do processo revolucionário francês. Autores a exemplo de
Voltaire, Rousseau, Diderot e Locke tiveram na recém instaurada imprensa uma plataforma
de difusão em massa de suas respectivas correntes de pensamento ​(MCPHEE,1989). Antes de
se armarem contra o velho regime, por conseguinte, os militantes sans-culottes (artesãos,
pequenos proprietários e trabalhadores) muito provavelmente foram instruídos de acordo com
ideários republicanos por meio do acesso a obras de alguns dos maiores autores da filosofia
ocidental (​SUTHERLAND, 2013​). Assim, o direito à liberdade de expressão, a vida, a
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liberdade e a propriedade foram passo a passo sendo sintetizados no grito popular de “Viva a
revolução”.

2.1.2 A Revolução ​de Facto

O modelo da sociedade francesa mudou radicalmente com a revolução. É possível


afirmar, com segurança, que até 1789 a França se caracterizava por uma divisão estamental
em que cada indivíduo era identificado de acordo com o seu nascimento e títulos de nobreza.
O Primeiro Estado constituía o alto clero; o Segundo, a nobreza; e o Terceiro, a plebe
(FURET, 1991). Os dois primeiros estados, o conjunto de indivíduos ociosos , em tese,
administradores do Estado, sobrevivia de rendas oriundas da exploração do último, que se
dava tanto por meio da coleta de impostos quanto pelo produto de sua mão de obra (​MOSSE,
1989​).
O cenário de emergência fiscal em que se encontrava a França de 1780, a qual
acumulava uma dívida nacional que ultrapassava metade do orçamento do Erário Real,
afetava na prática o estamento motor da França: o Terceiro. Em meio a um país sem recursos,
mercadorias de base, e constantemente em estado de onda inflacionária, os camponeses foram
sobretaxados de maneira a acarretar uma situação de fome generalizada (​STOMBERG,
1986​)​. Em sua maioria, eles ou passaram a não ter recursos para garantir comida, ou
enfrentaram seríssimas restrições alimentares.
A Revolução foi, assim, uma revolta do Terceiro Estado contra uma aristocracia tida
como responsável por envolver o Estado francês em uma crise econômica e social sem
precedentes (​STOMBERG, 1986​). Nesse aspecto, é importante ressaltar, todavia, sua
estruturação como estamento não homogêneo. Grande parte era constituída pelo campesinato
e por pequenos proprietários, artesãos e trabalhadores - os afetados pela má administração
monárquica -, mas existia também uma minoria burguesa detentora de poder capital, a qual
pertenciam os jacobinos e girondinos - grupos políticos que representariam, com maior e
menor radicalidade, respectivamente, os valores revolucionários, liberais e iluministas perante
a Coroa (​SUTHERLAND, 2013​).
Nesse contexto, vale-se voltar para a atuação conjunta entre o ministro Necker e seu
então soberano, Luís XVI. O primeiro obteve sucesso em convencer o Rei de que a maneira
mais razoável de contornar a crise financeira em que o país se encontrava seria suspender as
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vantagens fiscais hereditárias da nobreza, tributando-a. Obter uma resposta favorável a esta
reforma era um desafio intransponível. Necker, em 1787, com apoio da Coroa, convocou a
Assembleia dos Notáveis a fim de expor suas ideias. A Assembleia, composta pelos
aristocratas que o ministro e o Rei almejavam tributar, reagiu imediatamente, negando-se a
perder suas históricas prerrogativas em um episódio denominado “revolução aristocrática”: o
aumento da tributação para o Terceiro Estado era a resposta mais coerente para a elite
nobiliárquica. Por conseguinte, a Assembleia foi dissolvida ​(​MOSSE, 1989​)​.
Com a continuidade das manifestações populares em favor de medidas para contornar
a crise de abastecimento e financeira que tomava conta do país, Luís XVI apelou para um
expediente excepcional a uma Monarquia Absolutista: ele convocou os Estados Gerais pela
primeira vez em 150 anos (​OUTRAM, 1989​)​. A reunião era composta por deputados de todo
o país, escolhidos de acordo com a sua condição social: deputados clérigos, nobres e
burgueses, representando os Primeiro, Segundo e Terceiro estados. A escolha, entretanto,
ocorria mediante voto censitário (de acordo com a renda), ou seja, nenhum camponês ou
homem pobre livre tornou-se deputado ou tinha direito de votar ​(MCPHEE,1989).
Os deputados reunidos, todavia, antes mesmo de priorizar as discussões acerca do
cenário factual de crise, tinham como impasse maior o sistema de voto a ser adotado. Os
deputados do clero e nobreza defendiam o modelo de votação tradicional, segundo o qual
cada Estado tem um voto (​STOMBERG, 1986​)​. O Terceiro Estado, por sua vez, defendia
tanto o aumento de sua representação em acordo com a estrutura demográfica da época
quanto o voto ​per capita ​(HUNT,1995). Aquele propôs abertamente o aumento de tributos
para o Terceiro Estado como forma de solucionar a crise nacional; este, o fim dos privilégios
da aristocracia. Uma vez que nenhum acordo fora alcançado entre as partes - a respeito de
nada - seguiu-se o modelo de votação previsto tradicionalmente, logo, acarretando na
previsível derrota dos partidários burgueses. Contudo, visto o caráter não mandatório dos
Estados Gerais, a resolução não foi plenamente instaurada ​ (​MOSSE, 1989​)​.
Os deputados do Terceiro Estado, por iniciativa própria - e inicialmente permissão da
Coroa - convocaram uma reunião paralela, à Assembleia Nacional Constituinte ​(MAZLISH,
1970). Porém, uma vez que essa comecou a de fato ganhar força, Luís XVI demitiu Necker -
suspeito de ser partidário e incentivar a adoção de ideais burgueses ​(FURET, 1991). Mais do
que o mitológico aumento do preço do pão, esse foi o estopim que levou o povo a derrubar a
Bastilha (​OUTRAM, 1989​)​. Menos de vinte dias após a promulgação da Declaração dos
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Direitos do Homem e do Cidadão, síntese última dos ideais iluministas e anti-monarquistas


franceses, teve início a Revolução Francesa.

2.2 AS ​GUERRAS​ NAPOLEÔNICAS

A ascensão de Napoleão ao trono se deu em meio a um processo turbulento de


mudança política na França (ENCYCLOPAEDIA BRITTANICA, 2018b). Passando por uma
má administração do Diretório, a República Francesa enfrentava oposição em severas frentes,
sendo acusado de ser um governo que fugia dos ideais democráticos e tomava posições
favoráveis somente ao seu sustento (ROBERTS, 2014). Nesse período, Napoleão Bonaparte,
já consagrado General no exército francês, fazia a sua imagem de sábio e astuto em combate,
liderando seus exércitos pelas campanhas da Itália e do Egito, e cada vez mais, sua glória e
fama cresciam em meio a população francesa (ROBERTS, 2014).
Com a instabilidade do Governo Francês, não houve outra escolha senão a de
reforçar o poder e a autoridade do poder executivo francês por meio do golpe de estado
conhecido como “o Golpe do 18 de Brumário”, onde estabeleceu-se o Consulado,
substituindo o sistema anterior de 5 Diretores (ENCYCLOPAEDIA BRITTANICA, 2018b ).
Como infere seu nome, o Consulado era dirigido por 3 Cônsules, sendo eles Emmanuel
Sieyès, Roger Ducos e o próprio General Napoleão Bonaparte.
Eventualmente, com a exaltação de sua imagem sobre os outros cônsules, Napoleão
consolidou-se como a verdadeira figura de liderança da França, tornando-se cônsul vitalício
do país. Tamanho foi seu apoio subsequente nesta posição que, mais tarde, testemunhado pelo
Papa Pio VII e diversas outras autoridades francesas, Napoleão se coroou Imperador e iniciou
o período que seria conhecido como o Primeiro Império, encabeçado por ele mesmo
(ROBERTS, 2014).
O episódio do coroamento de Napoleão foi visto como um fator de risco às
Monarquias Europeias, e desta vez, formou-se a Terceira Coalizão contra a França,
constituída pelo Reino Unido, Suécia, Rússia, Sacro Império Romano-Germânico e Nápoles
(ENCYCLOPAEDIA BRITTANICA, 2019b)​. A formação da Coalizão acabou entrando em
conflito com os planos de Napoleão, o qual, no período, tinha intenções de invadir as Ilhas
Britânicas pela região da Bolonha. A Coalizão levou Napoleão a concentrar seus esforços
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terrestres na Europa Continental, enquanto sua marinha deslocava-se pelo Mar Mediterrâneo e
pela Península Ibérica ​(ENCYCLOPAEDIA BRITTANICA, 2019d)​.
A Guerra da Terceira Coalizão, como ficou marcada, mostrou grande vitória da
Aliança Francesa (na época constituída principalmente por França, Espanha, Reino da Itália e
estados-germânicos), na qual Napoleão destacou-se em liderança nas batalhas de Austerlitz e
Ulm, que aniquilaram os exércitos russos e austríacos (ENCYCLOPAEDIA BRITTANICA,
2019d). Eventualmente, a Paz de Pressburg foi assinada entre a França e o Sacro Império
Romano-Germânico, com o lado francês representado pelo Ministro Charles de Talleyrand, e
deu-se fim à Guerra da Terceira Coalizão. A Guerra da Terceira Coalizão teve como
consequências diretas a anexação de Nápoles ao Império Francês, a dissolução do Sacro
Império Romano-Germânico, a formação da Confederação do Reno com estados-satélites
germânicos diversos e a perda significativa da Marinha Franco-Espanhola na Batalha de
Trafalgar (ENCYCLOPAEDIA BRITTANICA, 2019c ).
Mais tarde formou-se a Quarta Coalizão, dessa vez, constituída pelo agora formado
estado da Prússia, somado novamente à Suécia, à Rússia e ao Reino Unido, para mais uma
tentativa de tirar a posição de poder de Napoleão. No entanto, novamente Napoleão sagrou-se
vitorioso sobre o Império Russo e a Prússia nas batalhas de Friedland e Eylau, reforçando o
sentimento de fracasso em seus opositores (RODENBERG, 2016). Tal vitória reforçou a
solidez de seu Império, e a imagem do exército francês marchando em Berlim mais uma vez
consolidou a imagem de Napoleão como invencível (Idem, Ibidem).
Após a Guerra da Quarta Coalizão, o Império Francês instituiu o conhecido Bloqueio
Continental, na tentativa de minar comercialmente o Reino Unido, proibindo o comércio entre
os países da Europa Continental e as Ilhas Britânicas (WILDE, 2018). No entanto, a oposição
do Reino de Portugal ao Bloqueio veio acarretar mais tarde na Invasão Francesa de Portugal
(ROBERTS, 2014). Tempos depois dessa invasão, a ideia de uma Espanha governada pela
família Bonaparte veio à tona, o que gerou revolta no governo espanhol da família Bourbon,
acarretando em mais uma frente de luta para a França, dessa vez em ambiente urbano, na
Guerra Peninsular, em 1808 (Idem, Ibidem). Mais uma coalizão foi formada, desta vez a
Quinta Formação, e a partir desse momento iniciou-se o declínio de Napoleão Bonaparte
(ROBERTS, 2014).
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2.3 QUEDA DE NAPOLEÃO BONAPARTE


O ano de 1814 viu o culminar de uma nova tendência militar na Europa: Napoleão e
seu exército começaram a perder domínio de fronteiras e bater em retirada. O outrora
poderoso Grande Armée, o exército francês, fora dizimado tanto por perdas de campo, quanto
por fatalidades decorridas de falta de abastecimento, condições climáticas e surtos
generalizados de doenças (​GOMPERT, 2014​). As muitas regiões da Europa que previamente
reconheciam Napoleão como soberano, seja por meio de administração direta ou de uma rede
de tratados sob seu Bloqueio Continental, foram obrigadas a lidar com novas questões a
respeito de legitimidade de lideranças, tendo em vista a ruína iminente do Império (​JOHN,
2016​).
No entanto, até 1810, a queda de Bonaparte dificilmente poderia ter sido prevista
(​SAMUELS, 2014​). Esse foi o ano em que Wellington, general inglês, experimentou sucessos
na península Ibérica com o seu pequeno contingente de soldados britânicos, a única força
continuamente em guerra com Napoleão desde seu ascender ao trono imperial ​(STEWART,
1973). Após o Império Francês ter derrotado o Austríaco em Austerlitz (1805), a Prússia em
Jena (1806) e a Rússia em Friedland (1807), a Grã-Bretanha manteve-se como o único
desafiante real ao domínio pretendido pela França sobre toda Europa (​GOMPERT, 2014​). No
final dos anos 1790 e início dos 1800, a marinha britânica, sob o distinto comando de
almirantes como Horatio Nelson, já havia dominado Napoleão e sua escolta francesa no mar,
obtendo no processo o controle quase absoluto do Atlântico Norte para si. No entanto, em
termos de potencial e contingente humano, o exército britânico dificilmente encontraria meios
de se equiparar a força de ataque que Napoleão era capaz de reunir, com consistencia inedita a
epoca, em campo de batalha ​(STEWART, 1973). No início do século XIX, portanto, a Europa
Continental se encontrava quase por completo sob domínio napoleônico, ainda que a França
estivesse distante de controlar o mar ao seu redor. Essa configuração seria mantida com certa
estabilidade até a Guerra Peninsular nos estados Ibéricos (​STROUD, 2005​).
A geografia física de Portugal e Espanha dita a forma segundo a qual conflitos
militares são travados na Península Ibérica. Devido a incapacidade de grande parte do solo de
gerar um excedente de alimentos considerável, torna-se problemática a permanência de frotas
e batalhões armados em campos de exércitos - a fome de quem ocupasse a Península sem se
movimentar rapidamente era quase certa ​(STEWART, 1973). Batalhas, logo, ocorriam em
menor escala quando comparado ao resto da Europa, e as táticas na área assemelhavam-se
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com as empregadas em sistemas de guerrilhas (​JOHN, 2016​). Para a Grã-Bretanha, com um


exército pequeno em comparação ao da França, a Espanha e Portugal se provaram a base
perfeita para instalação de exército terrestre e investidas contra-napoleônicas (​STROUD,
2005​). Assim, após a invasão do Império Francês à Península, forças britânicas, portuguesas e
espanholas se aliaram e dividiram seu contingente em pequenos agrupamentos distribuídos
pela região. Em 1811, sob o comando do Duque Arthur Wellington, essas forças começaram
experimentando sucessos contra um exército que há muito tempo se desacostumara de
derrotas. Em 1812, Portugal estava livre, um ano mais tarde, a Espanha foi libertada.
Finalmente, as forças napoleônicas bateram retirada em direção à França (​GOMPERT, 2014​).
Enquanto isso, as tropas imperiais também enfrentavam um desafio a leste. Na
primavera de 1812, Napoleão deslocou seu exército à Rússia com fins de aplicar a penalidade
prevista pelo Bloqueio Continental ao Czar Alexandre I por não tê-lo cumprido (​JOHN,
2016​). O Czar moveu seu exército e sua população em direção ao leste russo, longe de
Napoleão, em acordo com a tática de “terra arrasada” ​(STEWART, 1973). Em território
glacial, o exército francês se deparou com aldeias abandonadas, campos queimados, e,
eventualmente, até uma Moscou arrasada. Enquanto o verão dava lugar ao outono, e depois ao
inverno, a invasão provou-se de uma carência logística sem precedentes. O Frio, a doença e a
fome surgiram, fazendo com que Napoleão se visse forçado a se retirar da Rússia com um
exército de apenas um décimo dos originais 600 mil homens,.Enquanto as forças francesas
desobstruíam as fronteiras russas, Alexandre I manteve seu exército logo atrás de Napoleão,
forçando-o de volta a oeste ao longo do caminho, de forma a libertar a Áustria e a Prússia do
controle do imperador (​SAMUELS, 2014​).
Foi nesse contexto de retração do Império Francês em ambos os frontes leste e oeste,
que, em 1813, o Ministro de Relações Exteriores britânico, Viscount Castlereagh, elabora a
Quarta Coalizão: Prússia, Áustria e Rússia lutavam com Napoleão no leste, enquanto a
Grã-Bretanha subia da Espanha em direção à França pelo sul ​(STEWART, 1973). Derrotado
em Leipzig, na “Batalha das Nações”, o exército francês retornou quase em totalidade aos
limites fronteiriços da França, onde as tropas britânicas, sob o comando de Wellington, já
esperavam-nas a sul (​GOMPERT, 2014​). A partir desse cenário, composto de uma França já
ocupada e cercada por exércitos inimigos,Napoleão é forçado a negociar os termos de uma
rendição francesa e de seu próprio isolamento na Ilha de Elba (​STROUD, 2005​).
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Nesse viés, sua queda e seu exílio abrem um perigoso vácuo de poder na Europa.
Disputas territoriais e reivindicações concorrentes de governantes ameaçavam submeter
novamente o continente a um regime incessável de guerras - o pior cenário possível para uma
região que já passara mais de dez anos submetida a constantes conflitos militares e
geopolíticos. Nesse contexto que se iniciam as reuniões do Congresso de Viena (​STROUD,
2005​).

3 O CONGRESSO

3.1 CONTEXTO

O Congresso de Viena teve como base, principalmente, os tratados firmados após a


Guerra da Sexta Coalizão, responsável pelo primeiro exílio de Napoleão Bonaparte. Um
desses tratados foi o Tratado de Chaumont, o qual reforçava a aliança entre Reino Unido,
Rússia, Prússia e Áustria em detrimento da rejeição da França quanto ao cessar-fogo proposto
pela Coalizão. Tal tratado trouxe ideias que mais tarde viriam a ser rediscutidas no Congresso,
como o status dos estados germânicos e italianos, envolvidos em complexas relações
geopolíticas (GHUERVAS, 2014)
Além do Tratado de Chaumont, outros acordos foram firmados para a abdicação de
Napoleão, a paz firmada entre a França e a composição do Congresso de Viena. O Tratado de
Fontainebleau firmou, primeiramente, a abdicação de Napoleão ao Trono Francês e seu exílio
na Ilha de Elba (GRIFFITHS, 2014). Em sequência , firmou-se um armistício entre as partes
do conflito em Abril de 1823.
Estabelecido o armistício entre as potências, iniciaram-se as discussões territoriais
entre as potências da Coalizão e a França, que culminaram na formulação do Tratado de Paris,
em Maio de 1814, assinado pelo Conde de Artois, sucessor mais próximo à Monarquia
Francesa desde a queda de Luís XVI. Tal Tratado instituía o retorno da França às suas
fronteiras no período de 1792, além da cessão de independência a seus vizinhos
(ENCYCLOPAEDIA BRITTANICA, 2019a)​. Assim o documento traria, em seu 32º Artigo,
a proposta de uma reunião entre os beligerantes das Guerras Napoleônicas a ocorrer meses
após a sua assinatura. Essa reunião, então, ficaria conhecida como o Congresso de Viena,
iniciada em Setembro de 1814.
14

3.2 DESENVOLVIMENTO
O Congresso de Viena começou seu processo de negociações inicialmente sem a
participação da França, constituído principalmente pela base da Sexta Coalizão: Áustria,
Rússia, Prússia e Reino Unido, somados a outros países de menor presença na Guerra da
Sexta Coalizão, como Suécia, Portugal, Espanha, estados germânicos, Países Baixos e Reino
da Dinamarca e Noruega. Somada a essa união de países, a França, agora governada pelo
Regime Bourbon, veio a ter participação no Congresso por meio do Ministro Talleyrand
(BOYLES, 2016)
De início, a reunião deu base para as monarquias europeias, estabelecendo
legitimidade às Dinastias Europeias pré-Revolução. Em acréscimo, Luís XVIII, irmão do
falecido Luís XVI, foi reconhecido como governante oficial da França perante as autoridades
do Congresso, as quais também reiteraram o Tratado de Paris e as renúncias territoriais da
França ao seu estado anterior a 1792 (LESSAFFER, 2014).
A partir deste momento, iniciaram-se discussões territoriais diversas, trazendo
questões afetadas com o expansionismo francês iniciado já na Guerra da Primeira Coalizão.
Muitos dos países concordavam com a restauração da ordem clássica, mas era trazido um
novo aspecto, relacionado aos espólios e recompensas aos principais países que levaram à
vitória da Coalizão: Áustria, Rússia, Prússia e Reino Unido, que haviam formado uma aliança
no Tratado de Chaumont para combater uma eventual reviravolta na França (LESSAFFER,
2014) Tais países apresentavam uma política externa orgulhosa por seus feitos em combate,
de modo que esperavam poder expandir sua influência e capacidade como bonificação.
As discussões intensificaram-se com o tempo, com as questões fronteiriças antigas
voltando à tona e com o retorno de Napoleão ao governo francês. Esse último foi responsável
pela formação da Sétima Coalizão, englobando todos os membros do Congresso, senão a
França​(ENCYCLOPAEDIA BRITTANICA, 2019b)​. Muito havia para se discutir no
Congresso, e as diferenças nos interesses dos países eram cada vez mais visíveis.

3.3 DESFECHO

Ao final do Congresso de Viena, a Europa se encontra completamente reformada. As


discussões tiveram por consequência um novo equilíbrio do poder. Resta à interpretação
15

julgar a estabilidade do referido; todavia, não se pode deixar de citar os seguintes


acontecimentos:
No Oriente, observa-se que a Rússia obtém grande parte das províncias polacas da
Rússia, assim como o Reino da Polônia (CORREIA, 1994). Algumas dessas províncias
costumavam fazer parte do Reino da Prússia, o qual abriu mão delas. Em contrapartida, este
anexou aos seus domínios a Pomerânia Sueca, o norte do Saxe, o Grão-Ducado de Berg e a
Renânia (Idem, Ibidem). Já a Áustria renuncia às suas possessões na Alemanha, em 1789, e
também à Bélgica. O Império Austríaco, anfitrião do Congresso, não saiu de mãos vazias:
adquiriu Veneza em conjunto com a Lombardia, constituindo assim o Reino
Lombardo-Veneziano (CORREIA, 1994).
A situação da Itália foi bastante particular. O modelo de feudal de fragmentação do
Estado medieval foi amenizado: dos dez Estados-Nação italianos existentes antes das guerras
napoleônicas, oito permaneceram após o conflito. Além da dominação austríaca no norte,
Gênova foi anexada pelo Reino da Sardenha (CORREIA, 1994).
A Alemanha converte-se em Confederação Germânica, com 34 Estados, sendo uma
espécie de associação de países soberanos, com o Imperador da Áustria à frente. Todos os
Estados Eclesiásticos são suprimidos e somente quatro cidades permaneceram livres: Bremen,
Hamburg Lübeck e Frankfurt-am-Main (CORREIA, 1994).
Ao Norte da Europa, as mudanças territoriais foram bem evidentes. Primeiramente,
a Noruega se desvincula do Reino da Dinamarca, formando um Estado independente com sua
própria constituição. Apesar disso, o trono norueguês passou a ser ocupado pelo rei da Suécia.
A Dinamarca é então compensada com o seu monarca recebendo o título dos ducados de
Holstein e Lauenburg (CORREIA, 1994).
Na Europa ocidental, a Holanda anexa ao seu território os países baixos austríacos,
formando assim o Reino dos Países Baixos, uma espécie de Estado-tampão vis-à-vis à França.
Ademais, a Suíça é constituída em federação Neutra com vinte e dois cantões (CORREIA,
1994).
Enfim, vale ressaltar que a França não saiu do Congresso de Viena como a grande
derrotada. Napoleão Bonaparte e tudo que ele representava eram os inimigos mortais das
Grandes Nações Absolutistas (MINISTÈRE DES AFFAIRES ÉTRANGÈRES, 2015). A
monarquia Bourbon foi finalmente restaurada com a coroação do Rei Luís XVIII em 1814
16

(LARROUSSE, 2017), mas o legado da Revolução de 1789 nunca se apagou e,


provavelmente, permanecerá incólume no imaginário francês.

4 QUESTÕES TERRITORIAIS

4.1 REINO UNIDO

Na alvorada do século XIX, muito se pode comentar a respeito do Reino Unido. Seu
vasto espaço territorial, seu elaborado sistema colonial e sua explosão tecno-científica
colocara-no à frente de todos no período. Seu poderio militar acabou colocando o país,
juntamente com o restante da Sexta Coalizão, à frente do Império Francês, com vital
participação no conflito em batalhas terrestres e navais na Europa e mundo afora em regiões
coloniais (ENCYCLOPAEDIA BRITTANICA, 2019b). A monarquia britânica, juntamente
com outras monarquias tradicionais da Europa, questiona e condena os ideais de Liberdade
trazidos durante a Revolução Francesa, sendo participante assídua dos movimentos de luta
contra a França (ENCYCLOPAEDIA BRITTANICA, 2019b). Durante o Congresso, o
principal objetivo de seus delegados é o de retornar à estabilidade da Europa pré-Revolução:
garantir sua influência sobre os demais países europeus e evitar a ascensão de potências que
sejam capazes de desafiar essa influência. Um grande aliado do Reino Unido que pode ter sua
influência afetada é a do Eleitorado de Brunswick-Luneburg, conhecido também como a
Região de Hannover. Poucas foram as perdas territoriais do Reino Unido durante a sequência
de conflitos ocorridos no período, no entanto, como um grande participante e contribuinte
para o resultado da situação, o Reino Unido tem muito a ganhar

4.2 FRANÇA

A nação Francesa carregava consigo o fardo de ser a principal causadora de todo o


conflito na Europa. A Revolução da Bastilha, as Guerras Revolucionárias e a ascensão de
Napoleão ao Trono Francês foram responsáveis pela derrocada e ascensão de diversos
reinados e impérios, além de incitarem valores e ideais tóxicos para as monarquias europeias
(ENCYCLOPAEDIA BRITTANICA, 2018b). Após um cenário de crise e derrota de
Napoleão, era importante que as autoridades francesas mantivessem a integridade e a
estabilidade territorial francesa. Os territórios antes conquistados por Napoleão tiveram sua
17

soberania devolvida em grande maioria pelo Tratado de Paris de 1814, mas ainda eram
instáveis e pouco estabelecidos como independentes (ROBERTS, 2014). Tentativas anteriores
da própria França de criar países estáveis como a própria Confederação do Reno e o Reino da
Itália agora estavam em risco com os interesses de outros países sobrepujando essas áreas. No
entanto, o Ministro de Relações Exteriores Talleyrand detém um longo histórico de
negociações bem sucedidas para seu país, Tendo participado do estabelecimento dos tratados
que encerraram os últimos conflitos com as Coalizões ​(ENCYCLOPAEDIA BRITTANICA,
2019b)​. A França possui grande rivalidade com os outros países da Europa, mas a sua
influência de maneira alguma pode ser dispensada, e seu papel é grande dentre os países do
Congresso

4.3 ÁUSTRIA

A Áustria colocou-se como um dos principais oponentes da França ao longo das


Guerras Napoleônicas, tendo sofrido derrotas severas como na batalha de Austerlitz, uma das
responsáveis diretas pela quebra da unidade nacional germânica na época, o Sacro Império
Romano-Germânico (ENCYCLOPAEDIA BRITTANICA, 2019a). O Imperador Francisco II
abdicou do reinado do Sacro Império e passou a governar o novo Império da Áustria, agora
mais fragilizado e reduzido territorialmente. O governo austríaco mantém fortes políticas
conservadoras tocantes a seu governo e a seu povo, tendo uma longa tradição militar ainda
durante o período do Sacro Império Romano-Germânico (ENCYCLOPAEDIA
BRITTANICA, 2019a). É de grande interesse do Império Austríaco a retomada da unidade
germânica na Europa, sendo esta encabeçada pela própria Áustria. É preocupante a autonomia
que antigas províncias germânicas começam a adquirir fomentada pelo Império Francês. É de
grande interesse da Áustria, como país sede da reunião, a retomada do controle e da influência
austríaca e germânica no continente europeu, com a devolução de antigas regiões do Sacro
Império e um acréscimo de novas áreas.

4.4 PRÚSSIA

Embora não tenha participado da Guerra da Terceira Coalizão, o Reino da Prússia,


governado pelo Rei Frederick William III, teve crucial participação contra os esforços de
Napoleão, ainda que estes tenham sido repelidos algumas vezes. A marcha do exército francês
18

sobre a capital prussiana, Berlim, gerou um forte sentimento de revanchismo do exército


prussiano, gozador de grande reputação no período. O Estado Prussiano foi detentor de
diversas posses pela Europa, como a própria região da Saxônia, elevada ao status de Reino
pelo Império Francês (ENCYCLOPAEDIA BRITTANICA, 2019a). Durante o Congresso de
Viena, a Prússia buscou retomar controle de Províncias e Eleitorados antes em sua posse, e
juntamente com a Rússia, o Reino Unido e a Áustria, buscou expandir-se para domínios além
de sua atual zona de influência, utilizando-se da sua capacidade político-militar para tal. Um
grande atrativo para seu país, juntamente com o Império Russo, é a região do Grão-Ducado de
Posen, inserida no Ducado da Varsóvia, além da própria Saxônia, Westfália e a região de
Danzig, todas de importância econômica e estratégica para o ascendente Reino da Prússia

4.5 PORTUGAL

O Reino de Portugal sabia que a adesão ao Bloqueio Continental imposta nos Tratados
de Tilsit de 1807 teria impacto grave sobre sua economia. Ainda que parte de seus
representantes políticos fossem favoráveis à complacência com a França, os acordos
luso-ingleses prevaleceram, e com a assinatura do Tratado de Fontainebleau, a divisão do
território português entre França e Espanha, seguida de sua invasão, acarretou na fuga da
Família Real ao Brasil, de modo que a unidade administrativa portuguesa sediaria a nova
capital do Império Ultramarino Português, o Rio de Janeiro (GOMES, 2007). A invasão
Francesa à Portugal veio a gerar um dos conflitos mais sangrentos das Guerras Napoleônicas,
a Guerra Peninsular, responsável por grandes prejuízos à coroa Portuguesa, que busca, por
meio do Congresso, receber as devidas indenizações e reparações pelo estrago feito pelo
tirano Imperador Napoleão Bonaparte.

4.6 RÚSSIA

Com seu vasto território, numerosa população e massivo poder bélico, a Rússia é
uma nação chave para o desenrolar das negociações do Congresso. Comandada com mão de
ferro pelo Czar Alexandre I desde Março de 1801, o Império Russo foi a primeira nação
europeia a conquistar uma vitória em batalha contra o exército napoleônico em 1812, o que
mudou o rumo da guerra ao frustrar a invasão francesa ao leste europeu (WEBSTER, 1920).
Após a guerra, o governo russo deu início a um plano de reestruturação política e econômica
19

que envolvia também suas relações externas com seus vizinhos europeus. Assim como o resto
das
potências globais, a Rússia tinha grande interesse em uma expansão territorial, o que
fazia com que outras potências se tornassem motivo de preocupação do governo Russo. Por
esse motivo, Rússia, Prússia e Áustria se uniram na então chamada Aliança Santa com o
objetivo de conter o avanço do Império Otomano, nação estrategicamente importante pela sua
conexão com o oriente (WEBSTER, 1920). Apesar de seu rival em comum ao leste, o império
Russo também acompanhava com olhos atentos a expansão da Áustria, o que resultou em um
estreitamento de laços com a Prússia e no grande interesse russo pelo território do Ducado de
Varsóvia e Finlândia. Dessa forma, a representação do Império Russo deverá desempenhar
um papel expressivo de dominância no Congresso de Viena, almejando expandir sua
influência e território, ao passo que contêm o crescimento de grandes potências como Áustria
e Império Otomano.

4.7 SUÉCIA

Como uma das potências menores a participar de coalizões contra o exército


napoleônico e assinante do Tratado de Paris, a Suécia, juntamente de Portugal e Espanha,
também espera benefícios do tratado em termos territoriais. Em 1810, a Suécia perdeu posse
do território da Finlândia para a Rússia durante a guerra finlandesa (ENCYCLOPAEDIA
BRITANNICA, 2018). Por esse recente acontecimento, este território pode ser motivo de
negociações entre a delegação sueca e russa, contudo, vale apontar que a delegação sueca
deve ser cautelosa nas negociações, sobretudo diante dessa influência massiva que a Rússia
exerce sobre a Europa. Outra questão delicada de interesse sueco é o território da Pomerania,
previamente de domínio sueco e que fora conquistada por napoleão (WEBSTER, 1920). A
Prússia também possui interesse no território, o que cria espaço para negociações também
com a delegação prussiana. Por envolverem interesses de duas das mais poderosas nações
representadas no Congresso, a posse dos territórios da Pomerânia e da Finlândia não são
apenas importantes para a expansão da influência sueca, como também para conter o avanço
da Rússia e da Prússia. Além disso a Suécia também volta olhares para o território da Noruega
a oeste, Atualmente dominado pela Dinamarca.
20

4.8 PRINCIPADOS ALEMÃES

A questão do então dividido Sacro Império Germânico é uma das principais pautas a
serem debatidas pelo Congresso devido a massiva representatividade territorial que os mais de
30 estados alemães possuem, atraindo olhares de toda a Europa para seus domínios
(CORREIA, 1994). Desse modo, a Alemanha protagoniza duas problemáticas: uma territorial
e outra política. A Prússia e a Áustria reivindicavam antigas províncias perdidas pela
empreitada Napoleônica, enquanto a Inglaterra reivindicava o território da Baviera ao Sul
(CORREIA, 1994). Além de interesses territoriais, a nações europeias também temiam uma
possível reestruturação centralizada do antigo Sacro Império Germânico, por saberem a força
que esse Estado representaria na disputa pela hegemonia do continente (CORREIA, 1994).
Dessa forma, a segunda problemática a ser tratada pelos representantes dos Principados
Alemães diz respeito a natureza jurídica do laço que une os Estados, bem como seu reforço ou
esfacelamento futuro, sempre atentando-se à manutenção da soberania desses Estados. Além
disso, a Áustria, principal nação interessada no futuro da união germânica e também grande
candidata à hegemonia da Europa, pretendia a construção de uma massa política neutra no
centro da Europa a qual seria capaz de desvanecer o avanço da França e da Rússia, potências
que por sua vez também eram vistas como uma ameaça pelo governo austríaco. Pela grande
representatividade e localidade estratégica dos estados alemães, estes se tornam perfeitos
alvos de uma manipulação política por parte de potenciais conflitantes.

4.9 ESPANHA

A invasão de Napoleão na Espanha foi bastante traumática. A Guerra Peninsular se


estendeu de 1808 a 1814 e teve como uma de suas principais consequências a onda de
movimentos separatistas nas colônias espanholas nas Américas. A perda das possessões
coloniais do Novo Mundo, em sua maioria, custou muito politicamente para o decadente
Reino, que enfrentou uma guerra de independência de 1808 a 1814. Durante o período em
questão, os domínios espanhóis nas Américas se tornaram evidentemente dependentes de
produtos importados da Grã-Bretanha (HOBSBAWN, 2012). No início do século XIX,
observa-se que há uma mudança na dinâmica econômica do mundo, todavia, observa-se que a
economia espanhola ainda apresentava características de servidão dominadas por vastas
propriedades da nobreza. O Reino Unido lidera uma revolução industrial e toda a teoria
21

mercantilista começa a cair por terra, dificuldade enfrentada pelo representante dos Bourbons
da Espanha dentro do Congresso de Viena (HOBSBAWN, 2012). Afinal, uma vez que a
Espanha perdeu seu precioso o status de grande potência, como não sair em desvantagem nas
negociações do pós-guerra? Apesar da decadência evidente, a Espanha ainda pode se sair
muito bem no Congresso, desde que seu representante saiba jogar com as questões na
América Espanhola e não se deixe ficar fora do foco das discussões. Enfim, faz-se necessário
também o esforço para reinserir o país no grupo de reais tomadores de decisão na Europa.

4.10 PAÍSES BAIXOS

Menos de dois anos de passaram desde que tropas Prussianas e Russas libertaram os
territórios Neerlandeses do Domínio Francês. Desamparados em meio a um continente
carregado de tensão pela corrente guerra, o clamor popular levanta Guilherme I dos Países
Baixos como seu líder político, o qual, diante da possibilidade de nova invasão francesa e da
crescente tensão entre as potências europeias, proclama a criação do Reino dos Países Baixos
em 16 de Maio de 1815, no Congresso de Viena (DE BAS, 1887). O novo reino agora
enfrenta um desafio: em meio a uma Europa conturbada e abalada pela guerra, deve construir
sua esfera de influência buscando autonomia frente às demais potências vizinhas, ao passo
que delimita suas fronteiras ao sul, ainda controladas pelo império francês (DE BAS, 1887).
Dessa forma, o rei Guilherme vê no Congresso uma oportunidade de expandir seu território e
firmar sua emancipação política. Fortemente influenciado pelas estratégias de unificação
política de Hendrik Van Der Noot durante o levante neerlandês contra o Império Austríaco, na
Revolução Brabantina em 1789, o rei Guilherme elabora três cenários para o desenrolar das
negociações com a França. No primeiro, os antigos territórios da Holanda do Norte seriam
devolvidos a sua soberania original, enquanto os territórios ao sul atuariam como um Estado
“barreira” entre os dois países e seria controlado por alguma das grandes potências
(Grã-Bretanha, Áustria, Prússia e Rússia). No segundo, caso os territórios ao sul continuam de
posse francesa, o território se expandirá ao norte, ocupando partes da Alemanha e toda a
região de Flandres, na Bélgica. O terceiro cenário, mais ousado, além da reestruturação da
antiga fronteira ao sul, reivindicava os territórios alemães à esquerda do rio Reno, ao norte de
Mosela, o antigo Ducado de Berg e as antigas Terras de Nassau a direita do rio Reno (DE
BAS, 1887). Qual ou quanto de cada cenário se tornará realidade dependerá do curso das
22

negociações entre o representante dos Países Baixos e os demais presentes no Congresso de


Viena.

4.11 DINAMARCA

Durante as Guerras Napoleônicas, o Reino conglomerado da Dinamarca e Noruega,


suas possessões no Atlântico Norte, os ducados de Schleswig-Holstein e valiosas colônias
além-mar foram absorvidas pelo conflito global entre a França e a Inglaterra, apesar de seus
claros esforços para permanecer neutra frente ao conflito (FELDBÆK, 2001).
Após a vitória de Napoleão sobre a Rússia em 1807, a França não teve grandes
complicações em forçar a adesão da Dinamarca ao bloqueio continental. Nos anos
consecutivos, portanto, a Dinamarca, por ser considerado um Estado Franco estrategicamente
exposto no Báltico, foi cenário para episódios traumáticos da guerra (FELDBÆK, 2001).
Os eventos dramáticos da guerra foram um ponto de inflexão para a política externa
dinamarquesa (FELDBÆK, 2001). Isso se deve ao fato de que o reinado foi obrigado a
ingressar em uma Aliança com Napoleão e acabou por estar no lado derrotado ao cabo dos
conflitos (FELDBÆK, 2001).
Nesse cenário, a sensação de injustiça é bastante considerável. Dessarte, o
representante da Dinamarca deve se ater a não sair das discussões como mais um vencido na
guerra. Ademais, a liderança de Copenhagen no Norte da Europa está claramente ameaçada. É
pertinente observar a relação com outros países nórdicos, assim como as demais lideranças do
continente.

5 QUESTÕES A SEREM DISCUTIDAS

Guias de Estudo têm por finalidade não somente apresentar determinada temática de
maneira acessível a todos os delegados, mas também fornecer bases para reflexões
fundamentadas acerca do assunto tratado. Aos senhores é, portanto, essencial valer-se dele em
prol do aprofundamento em pontos-chave específicos a serem debatidos no curso do comitê.
A seguir, são apresentados exemplos de tópicos relevantes a serem trabalhados durante as
sessões e contemplados pela resolução final:
23

● Como os membros do Congresso de Viena podem chegar a uma situação que,


tanto reconstitui os padrões de conservação e legitimidade do ​ancien r​é​gime,​
quanto se esforça para instituir um novo equilíbrio estável no continente?
● Após o mundo ser apresentado aos valores de liberdade e igualdade perante a
lei, por exemplo, qual é o papel das grandes nações em confortar seus regimes
monárquicos e lidar com as consequências da guerra sem perder sua
legitimidade e prestígio?
● Qual é a contribuição dos reinados pequenos para a manutenção do novo
equilíbrio pós-guerras napoleônicas? Qual é o elo de ligação desses domínios
menos poderosos com as grandes potências e como se pode constituir um
diálogo entre os dois grupos?
● As novas circunstâncias abrem as primeiras portas para o multilateralismo.
Qual é a contribuição da cooperação multilateral para a nova ordem a ser
estabelecida após os tratados do Congresso?

Deve-se destacar que nenhuma das questões possuem apenas uma resposta, ou alguma
resposta irrefutavelmente certa. Desse modo, cabe a cada delegado tentar melhor respondê-las
atendendo as orientações de suas respectivas representações.

6 MATERIAL COMPLEMENTAR

Os delegados podem recorrer a uma infinidade de recursos a fim de aprofundar seus


conhecimentos do tema. Todavia, recomenda-se que também consultem as fontes que estão
indicadas abaixo. Ademais, mapas meramente ilustrativos foram anexados ao final do guia
para igualmente enriquecer as discussões durante as sessões. Para uma contextualização mais
profunda:
MORAES, Luís Edmundo ​História contemporânea​: da Revolução Francesa à Primeira
Guerra Mundial, cap. 4 páginas 71 a 95 - São Paulo: Contexto, 2017
HOBSBAWM, Eric: ​A era das Revoluções - 1789 - 1848, cap. 3, 4 e 5 - São Paulo: Paz e
Terra, 2012
Comissão central de navegação no Reno: Introdução. ​Disponível em
<​https://www.ccr-zkr.org/11010100-en.html​>
24

Calendário Histórico da Deutsche Welle Brasil: ​1814: Começava o Congresso de Viena.


Disponível em
<​https://www.dw.com/pt-br/1814-come%C3%A7ava-o-congresso-de-viena/a-319539​>

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28

8 ANEXOS

8.1 A FRANÇA ÀS VÉSPERAS DA REVOLUÇÃO FRANCESA (1789)

Fonte: Wikipedia Commons.


29

8.2 EUROPA EM 1792

Fonte: University of Texas at Austin. From the Cambridge Modern History Atlas, 1912.

8.3 O IMPÉRIO FRANCÊS EM 1812


30

Fonte: Wikipedia Commons

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