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CV
Congresso de Viena (1815)
Brasília
2019
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SUMÁRIO
1 CARTA DE APRESENTAÇÃO 4
2 CONTEXTO HISTÓRICO 6
3 O CONGRESSO 15
3.1 CONTEXTO 15
3.2 DESENVOLVIMENTO 16
3.3 DESFECHO 17
4 QUESTÕES TERRITORIAIS 18
4.2 FRANÇA 18
4.3 ÁUSTRIA 19
4.4 PRÚSSIA 20
4.5 PORTUGAL 20
4.6 RÚSSIA 21
4.7 SUÉCIA 21
4.9 ESPANHA 22
6 MATERIAL COMPLEMENTAR 25
7 REFERÊNCIAS 25
8 ANEXOS 28
1 CARTA DE APRESENTAÇÃO
Delegadas e delegados,
política mais cobiçada em um contexto que recém se despede de quase uma década de guerras
napoleónicas - o contexto no qual Vossas Excelências se encontram.
Portanto, caros ministros, generais, membros de corpos diplomáticos e da nobreza de
seus respectivos estados, entregamo-lhes a responsabilidade de ser, como foram aqueles
participantes originais do Congresso de Viena, cartógrafos. Logo, é imperativo que as
senhoras e os senhores se atentem tanto à política quanto à arte ao elaborar vossa resolução.
Finalmente, se assim o desejarem, tragam lápis de cor.
2 CONTEXTO HISTÓRICO
A Casa Bourbon, em 1789, acumulava exatos dois séculos de domínio absoluto sobre
a França. Uma vez derrubada a Bastilha, ela - junto a todo o amparo nobiliárquico francês -
levou apenas três anos para cair, tendo o então Rei Luís XVI sido preso em 1792 sob
acusação de alta traição, e publicamente executado em 1793 (MAZLISH, 1970). Segundo
relatos de seu próprio carrasco, ele manifestara em suas últimas palavras o desejo de que seu
sangue fosse capaz de “cimentar a alegria dos Franceses”. Esses Franceses, em resposta a
visão da cabeça do seu antigo soberano decapitada, “gritaram ‘Viva a Nação, Viva a
República’ (FURET, 1991). Essa é a cena que sintetiza o quadro de crise institucional,
ideológica e financeira em que se a França do século XVIII se inseria - e a qual anuncia outra
crise, dessa vez responsável ascensão de Bonaparte como Imperador em 1804
(SUTHERLAND, 2013). Para plenamente compreendê-la, logo, deve-se primeiramente
entender o contexto sócio-econômico da França pré-revolução.
No início dos anos 1700, o País se consolidava como potência europeia dominante. O
autointitulado Rei Sol, Luís XIV, ao falecer em 1715, havia deixado para trás o exército mais
poderoso da Europa, o Estado mais rico, o regime monárquico mais forte e uma
cultura-modelo seguida pela maior parte das nações com as quais a França mantinha relações
(STOMBERG, 1986). Esse cenário viabilizou um boom populacional então inédito a sua
história: somente na primeira metade do XVIII, ela testemunhou um aumento do seis vezes
maior que o período entre os séculos XVI e VVII (STOMBERG, 1986) (MAZLISH, 1970).
Pode-se afirmar com propriedade que grande parte das problemáticas que desencadearam a
Revolução constituem uma consequência direta da falta de habilidade do Estado a lidar com
esse crescimento, o qual não foi acompanhado de reformas tributárias, redistribuição de terras,
extensão de malhas de transporte e escoamento de produção (SUTHERLAND, 2013).
Luis XV, sucessor do Rei Sol, ao assumir completo exercício de seu poder como
monarca, enfraqueceu a imagem da Coroa com sucessivas derrotas militares e constante
negligência administrativa (STOMBERG, 1986). A seguir, tem-se o início do reinado de Luís
XVI, o monarca que seria, como mencionado anteriormente, executado por forças
revolucionárias, como já influenciado pela crescente perda de popularidade do regime
monárquico na França. O caráter frágil, tímido, influenciável e pueril segundo o qual o último
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era retratado - e, ao que relatos indicam, de fato portava perante sua corte - foi um dos
propulsores ao colapso total do Antigo Regime (STOMBERG, 1986). Sua pessoa, todavia,
não era signitivamente impopular até sua tentativa de fuga em 1791: Maria Antonieta, sua
esposa, era a real personificação do mal aristocrático no imaginário popular francês. Segundo
esse, ela era uma rainha provinda de uma nação não bem-vista (Império Austríaco), que
tardou em gerar descendentes (como se essa fosse uma tarefa responsabilidade única da parte
feminina em uma relação conjugal), gastava demasiadamente e despreocupadamente (na
verdade, a Rainha costumava gastar em um ano menos da metade da “mesada” destinada a
amante do Rei anterior), e, acima de tudo, era tida como devassa e depravada (costumava
levar uma vida social agitada sem a presença de seu marido) (SUTHERLAND, 2013). O Rei
Luís XVI era considerado “sua vítima, bem como da corrupta corte francesa.”, ao passo que
sua impotência administrativa e falta de liderança eram quase por completo ignoradas pelo
terceiro estado.
Ademais, a crise agrícola da década de 1780 e seus desastrosos efeitos sobre a
economia - o desabastecimento, a fome e a inflação - também contribuíram significativamente
ao processo revolucionário que se instaura definitivamente nove anos depois (TYLER, 1932).
Os camponeses, grupo mais numeroso na sociedade francesa, iniciaram revoltas denominadas
jacqueries, as quais ficariam conhecidas como o “grande medo” da aristocracia - as ondas de
saques camponeses provocaram a onda de emigração aristocrática mais intensa da história
francesa (FURET, 1991). Não obstante, o envolvimento da França em guerras tais como a
Sucessão Espanhola, a Guerra dos Sete Anos e a Independência Americana comprometeram
gravemente Erário Real - a soma de riquezas da Coroa a serem investidos no Estado. Ainda, o
tratado de panos e vinhos, denominado Eden-Rayneval, trouxe consequências
significativamente danosas para a balança de pagamentos da França (STOMBERG, 1986).
Também, a influência ideológica liberal iluminista não pode ser descartada como um
dos mais importantes catalisadores do processo revolucionário francês. Autores a exemplo de
Voltaire, Rousseau, Diderot e Locke tiveram na recém instaurada imprensa uma plataforma
de difusão em massa de suas respectivas correntes de pensamento (MCPHEE,1989). Antes de
se armarem contra o velho regime, por conseguinte, os militantes sans-culottes (artesãos,
pequenos proprietários e trabalhadores) muito provavelmente foram instruídos de acordo com
ideários republicanos por meio do acesso a obras de alguns dos maiores autores da filosofia
ocidental (SUTHERLAND, 2013). Assim, o direito à liberdade de expressão, a vida, a
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liberdade e a propriedade foram passo a passo sendo sintetizados no grito popular de “Viva a
revolução”.
vantagens fiscais hereditárias da nobreza, tributando-a. Obter uma resposta favorável a esta
reforma era um desafio intransponível. Necker, em 1787, com apoio da Coroa, convocou a
Assembleia dos Notáveis a fim de expor suas ideias. A Assembleia, composta pelos
aristocratas que o ministro e o Rei almejavam tributar, reagiu imediatamente, negando-se a
perder suas históricas prerrogativas em um episódio denominado “revolução aristocrática”: o
aumento da tributação para o Terceiro Estado era a resposta mais coerente para a elite
nobiliárquica. Por conseguinte, a Assembleia foi dissolvida (MOSSE, 1989).
Com a continuidade das manifestações populares em favor de medidas para contornar
a crise de abastecimento e financeira que tomava conta do país, Luís XVI apelou para um
expediente excepcional a uma Monarquia Absolutista: ele convocou os Estados Gerais pela
primeira vez em 150 anos (OUTRAM, 1989). A reunião era composta por deputados de todo
o país, escolhidos de acordo com a sua condição social: deputados clérigos, nobres e
burgueses, representando os Primeiro, Segundo e Terceiro estados. A escolha, entretanto,
ocorria mediante voto censitário (de acordo com a renda), ou seja, nenhum camponês ou
homem pobre livre tornou-se deputado ou tinha direito de votar (MCPHEE,1989).
Os deputados reunidos, todavia, antes mesmo de priorizar as discussões acerca do
cenário factual de crise, tinham como impasse maior o sistema de voto a ser adotado. Os
deputados do clero e nobreza defendiam o modelo de votação tradicional, segundo o qual
cada Estado tem um voto (STOMBERG, 1986). O Terceiro Estado, por sua vez, defendia
tanto o aumento de sua representação em acordo com a estrutura demográfica da época
quanto o voto per capita (HUNT,1995). Aquele propôs abertamente o aumento de tributos
para o Terceiro Estado como forma de solucionar a crise nacional; este, o fim dos privilégios
da aristocracia. Uma vez que nenhum acordo fora alcançado entre as partes - a respeito de
nada - seguiu-se o modelo de votação previsto tradicionalmente, logo, acarretando na
previsível derrota dos partidários burgueses. Contudo, visto o caráter não mandatório dos
Estados Gerais, a resolução não foi plenamente instaurada (MOSSE, 1989).
Os deputados do Terceiro Estado, por iniciativa própria - e inicialmente permissão da
Coroa - convocaram uma reunião paralela, à Assembleia Nacional Constituinte (MAZLISH,
1970). Porém, uma vez que essa comecou a de fato ganhar força, Luís XVI demitiu Necker -
suspeito de ser partidário e incentivar a adoção de ideais burgueses (FURET, 1991). Mais do
que o mitológico aumento do preço do pão, esse foi o estopim que levou o povo a derrubar a
Bastilha (OUTRAM, 1989). Menos de vinte dias após a promulgação da Declaração dos
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terrestres na Europa Continental, enquanto sua marinha deslocava-se pelo Mar Mediterrâneo e
pela Península Ibérica (ENCYCLOPAEDIA BRITTANICA, 2019d).
A Guerra da Terceira Coalizão, como ficou marcada, mostrou grande vitória da
Aliança Francesa (na época constituída principalmente por França, Espanha, Reino da Itália e
estados-germânicos), na qual Napoleão destacou-se em liderança nas batalhas de Austerlitz e
Ulm, que aniquilaram os exércitos russos e austríacos (ENCYCLOPAEDIA BRITTANICA,
2019d). Eventualmente, a Paz de Pressburg foi assinada entre a França e o Sacro Império
Romano-Germânico, com o lado francês representado pelo Ministro Charles de Talleyrand, e
deu-se fim à Guerra da Terceira Coalizão. A Guerra da Terceira Coalizão teve como
consequências diretas a anexação de Nápoles ao Império Francês, a dissolução do Sacro
Império Romano-Germânico, a formação da Confederação do Reno com estados-satélites
germânicos diversos e a perda significativa da Marinha Franco-Espanhola na Batalha de
Trafalgar (ENCYCLOPAEDIA BRITTANICA, 2019c ).
Mais tarde formou-se a Quarta Coalizão, dessa vez, constituída pelo agora formado
estado da Prússia, somado novamente à Suécia, à Rússia e ao Reino Unido, para mais uma
tentativa de tirar a posição de poder de Napoleão. No entanto, novamente Napoleão sagrou-se
vitorioso sobre o Império Russo e a Prússia nas batalhas de Friedland e Eylau, reforçando o
sentimento de fracasso em seus opositores (RODENBERG, 2016). Tal vitória reforçou a
solidez de seu Império, e a imagem do exército francês marchando em Berlim mais uma vez
consolidou a imagem de Napoleão como invencível (Idem, Ibidem).
Após a Guerra da Quarta Coalizão, o Império Francês instituiu o conhecido Bloqueio
Continental, na tentativa de minar comercialmente o Reino Unido, proibindo o comércio entre
os países da Europa Continental e as Ilhas Britânicas (WILDE, 2018). No entanto, a oposição
do Reino de Portugal ao Bloqueio veio acarretar mais tarde na Invasão Francesa de Portugal
(ROBERTS, 2014). Tempos depois dessa invasão, a ideia de uma Espanha governada pela
família Bonaparte veio à tona, o que gerou revolta no governo espanhol da família Bourbon,
acarretando em mais uma frente de luta para a França, dessa vez em ambiente urbano, na
Guerra Peninsular, em 1808 (Idem, Ibidem). Mais uma coalizão foi formada, desta vez a
Quinta Formação, e a partir desse momento iniciou-se o declínio de Napoleão Bonaparte
(ROBERTS, 2014).
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Nesse viés, sua queda e seu exílio abrem um perigoso vácuo de poder na Europa.
Disputas territoriais e reivindicações concorrentes de governantes ameaçavam submeter
novamente o continente a um regime incessável de guerras - o pior cenário possível para uma
região que já passara mais de dez anos submetida a constantes conflitos militares e
geopolíticos. Nesse contexto que se iniciam as reuniões do Congresso de Viena (STROUD,
2005).
3 O CONGRESSO
3.1 CONTEXTO
3.2 DESENVOLVIMENTO
O Congresso de Viena começou seu processo de negociações inicialmente sem a
participação da França, constituído principalmente pela base da Sexta Coalizão: Áustria,
Rússia, Prússia e Reino Unido, somados a outros países de menor presença na Guerra da
Sexta Coalizão, como Suécia, Portugal, Espanha, estados germânicos, Países Baixos e Reino
da Dinamarca e Noruega. Somada a essa união de países, a França, agora governada pelo
Regime Bourbon, veio a ter participação no Congresso por meio do Ministro Talleyrand
(BOYLES, 2016)
De início, a reunião deu base para as monarquias europeias, estabelecendo
legitimidade às Dinastias Europeias pré-Revolução. Em acréscimo, Luís XVIII, irmão do
falecido Luís XVI, foi reconhecido como governante oficial da França perante as autoridades
do Congresso, as quais também reiteraram o Tratado de Paris e as renúncias territoriais da
França ao seu estado anterior a 1792 (LESSAFFER, 2014).
A partir deste momento, iniciaram-se discussões territoriais diversas, trazendo
questões afetadas com o expansionismo francês iniciado já na Guerra da Primeira Coalizão.
Muitos dos países concordavam com a restauração da ordem clássica, mas era trazido um
novo aspecto, relacionado aos espólios e recompensas aos principais países que levaram à
vitória da Coalizão: Áustria, Rússia, Prússia e Reino Unido, que haviam formado uma aliança
no Tratado de Chaumont para combater uma eventual reviravolta na França (LESSAFFER,
2014) Tais países apresentavam uma política externa orgulhosa por seus feitos em combate,
de modo que esperavam poder expandir sua influência e capacidade como bonificação.
As discussões intensificaram-se com o tempo, com as questões fronteiriças antigas
voltando à tona e com o retorno de Napoleão ao governo francês. Esse último foi responsável
pela formação da Sétima Coalizão, englobando todos os membros do Congresso, senão a
França(ENCYCLOPAEDIA BRITTANICA, 2019b). Muito havia para se discutir no
Congresso, e as diferenças nos interesses dos países eram cada vez mais visíveis.
3.3 DESFECHO
4 QUESTÕES TERRITORIAIS
Na alvorada do século XIX, muito se pode comentar a respeito do Reino Unido. Seu
vasto espaço territorial, seu elaborado sistema colonial e sua explosão tecno-científica
colocara-no à frente de todos no período. Seu poderio militar acabou colocando o país,
juntamente com o restante da Sexta Coalizão, à frente do Império Francês, com vital
participação no conflito em batalhas terrestres e navais na Europa e mundo afora em regiões
coloniais (ENCYCLOPAEDIA BRITTANICA, 2019b). A monarquia britânica, juntamente
com outras monarquias tradicionais da Europa, questiona e condena os ideais de Liberdade
trazidos durante a Revolução Francesa, sendo participante assídua dos movimentos de luta
contra a França (ENCYCLOPAEDIA BRITTANICA, 2019b). Durante o Congresso, o
principal objetivo de seus delegados é o de retornar à estabilidade da Europa pré-Revolução:
garantir sua influência sobre os demais países europeus e evitar a ascensão de potências que
sejam capazes de desafiar essa influência. Um grande aliado do Reino Unido que pode ter sua
influência afetada é a do Eleitorado de Brunswick-Luneburg, conhecido também como a
Região de Hannover. Poucas foram as perdas territoriais do Reino Unido durante a sequência
de conflitos ocorridos no período, no entanto, como um grande participante e contribuinte
para o resultado da situação, o Reino Unido tem muito a ganhar
4.2 FRANÇA
soberania devolvida em grande maioria pelo Tratado de Paris de 1814, mas ainda eram
instáveis e pouco estabelecidos como independentes (ROBERTS, 2014). Tentativas anteriores
da própria França de criar países estáveis como a própria Confederação do Reno e o Reino da
Itália agora estavam em risco com os interesses de outros países sobrepujando essas áreas. No
entanto, o Ministro de Relações Exteriores Talleyrand detém um longo histórico de
negociações bem sucedidas para seu país, Tendo participado do estabelecimento dos tratados
que encerraram os últimos conflitos com as Coalizões (ENCYCLOPAEDIA BRITTANICA,
2019b). A França possui grande rivalidade com os outros países da Europa, mas a sua
influência de maneira alguma pode ser dispensada, e seu papel é grande dentre os países do
Congresso
4.3 ÁUSTRIA
4.4 PRÚSSIA
4.5 PORTUGAL
O Reino de Portugal sabia que a adesão ao Bloqueio Continental imposta nos Tratados
de Tilsit de 1807 teria impacto grave sobre sua economia. Ainda que parte de seus
representantes políticos fossem favoráveis à complacência com a França, os acordos
luso-ingleses prevaleceram, e com a assinatura do Tratado de Fontainebleau, a divisão do
território português entre França e Espanha, seguida de sua invasão, acarretou na fuga da
Família Real ao Brasil, de modo que a unidade administrativa portuguesa sediaria a nova
capital do Império Ultramarino Português, o Rio de Janeiro (GOMES, 2007). A invasão
Francesa à Portugal veio a gerar um dos conflitos mais sangrentos das Guerras Napoleônicas,
a Guerra Peninsular, responsável por grandes prejuízos à coroa Portuguesa, que busca, por
meio do Congresso, receber as devidas indenizações e reparações pelo estrago feito pelo
tirano Imperador Napoleão Bonaparte.
4.6 RÚSSIA
Com seu vasto território, numerosa população e massivo poder bélico, a Rússia é
uma nação chave para o desenrolar das negociações do Congresso. Comandada com mão de
ferro pelo Czar Alexandre I desde Março de 1801, o Império Russo foi a primeira nação
europeia a conquistar uma vitória em batalha contra o exército napoleônico em 1812, o que
mudou o rumo da guerra ao frustrar a invasão francesa ao leste europeu (WEBSTER, 1920).
Após a guerra, o governo russo deu início a um plano de reestruturação política e econômica
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que envolvia também suas relações externas com seus vizinhos europeus. Assim como o resto
das
potências globais, a Rússia tinha grande interesse em uma expansão territorial, o que
fazia com que outras potências se tornassem motivo de preocupação do governo Russo. Por
esse motivo, Rússia, Prússia e Áustria se uniram na então chamada Aliança Santa com o
objetivo de conter o avanço do Império Otomano, nação estrategicamente importante pela sua
conexão com o oriente (WEBSTER, 1920). Apesar de seu rival em comum ao leste, o império
Russo também acompanhava com olhos atentos a expansão da Áustria, o que resultou em um
estreitamento de laços com a Prússia e no grande interesse russo pelo território do Ducado de
Varsóvia e Finlândia. Dessa forma, a representação do Império Russo deverá desempenhar
um papel expressivo de dominância no Congresso de Viena, almejando expandir sua
influência e território, ao passo que contêm o crescimento de grandes potências como Áustria
e Império Otomano.
4.7 SUÉCIA
A questão do então dividido Sacro Império Germânico é uma das principais pautas a
serem debatidas pelo Congresso devido a massiva representatividade territorial que os mais de
30 estados alemães possuem, atraindo olhares de toda a Europa para seus domínios
(CORREIA, 1994). Desse modo, a Alemanha protagoniza duas problemáticas: uma territorial
e outra política. A Prússia e a Áustria reivindicavam antigas províncias perdidas pela
empreitada Napoleônica, enquanto a Inglaterra reivindicava o território da Baviera ao Sul
(CORREIA, 1994). Além de interesses territoriais, a nações europeias também temiam uma
possível reestruturação centralizada do antigo Sacro Império Germânico, por saberem a força
que esse Estado representaria na disputa pela hegemonia do continente (CORREIA, 1994).
Dessa forma, a segunda problemática a ser tratada pelos representantes dos Principados
Alemães diz respeito a natureza jurídica do laço que une os Estados, bem como seu reforço ou
esfacelamento futuro, sempre atentando-se à manutenção da soberania desses Estados. Além
disso, a Áustria, principal nação interessada no futuro da união germânica e também grande
candidata à hegemonia da Europa, pretendia a construção de uma massa política neutra no
centro da Europa a qual seria capaz de desvanecer o avanço da França e da Rússia, potências
que por sua vez também eram vistas como uma ameaça pelo governo austríaco. Pela grande
representatividade e localidade estratégica dos estados alemães, estes se tornam perfeitos
alvos de uma manipulação política por parte de potenciais conflitantes.
4.9 ESPANHA
mercantilista começa a cair por terra, dificuldade enfrentada pelo representante dos Bourbons
da Espanha dentro do Congresso de Viena (HOBSBAWN, 2012). Afinal, uma vez que a
Espanha perdeu seu precioso o status de grande potência, como não sair em desvantagem nas
negociações do pós-guerra? Apesar da decadência evidente, a Espanha ainda pode se sair
muito bem no Congresso, desde que seu representante saiba jogar com as questões na
América Espanhola e não se deixe ficar fora do foco das discussões. Enfim, faz-se necessário
também o esforço para reinserir o país no grupo de reais tomadores de decisão na Europa.
Menos de dois anos de passaram desde que tropas Prussianas e Russas libertaram os
territórios Neerlandeses do Domínio Francês. Desamparados em meio a um continente
carregado de tensão pela corrente guerra, o clamor popular levanta Guilherme I dos Países
Baixos como seu líder político, o qual, diante da possibilidade de nova invasão francesa e da
crescente tensão entre as potências europeias, proclama a criação do Reino dos Países Baixos
em 16 de Maio de 1815, no Congresso de Viena (DE BAS, 1887). O novo reino agora
enfrenta um desafio: em meio a uma Europa conturbada e abalada pela guerra, deve construir
sua esfera de influência buscando autonomia frente às demais potências vizinhas, ao passo
que delimita suas fronteiras ao sul, ainda controladas pelo império francês (DE BAS, 1887).
Dessa forma, o rei Guilherme vê no Congresso uma oportunidade de expandir seu território e
firmar sua emancipação política. Fortemente influenciado pelas estratégias de unificação
política de Hendrik Van Der Noot durante o levante neerlandês contra o Império Austríaco, na
Revolução Brabantina em 1789, o rei Guilherme elabora três cenários para o desenrolar das
negociações com a França. No primeiro, os antigos territórios da Holanda do Norte seriam
devolvidos a sua soberania original, enquanto os territórios ao sul atuariam como um Estado
“barreira” entre os dois países e seria controlado por alguma das grandes potências
(Grã-Bretanha, Áustria, Prússia e Rússia). No segundo, caso os territórios ao sul continuam de
posse francesa, o território se expandirá ao norte, ocupando partes da Alemanha e toda a
região de Flandres, na Bélgica. O terceiro cenário, mais ousado, além da reestruturação da
antiga fronteira ao sul, reivindicava os territórios alemães à esquerda do rio Reno, ao norte de
Mosela, o antigo Ducado de Berg e as antigas Terras de Nassau a direita do rio Reno (DE
BAS, 1887). Qual ou quanto de cada cenário se tornará realidade dependerá do curso das
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4.11 DINAMARCA
Guias de Estudo têm por finalidade não somente apresentar determinada temática de
maneira acessível a todos os delegados, mas também fornecer bases para reflexões
fundamentadas acerca do assunto tratado. Aos senhores é, portanto, essencial valer-se dele em
prol do aprofundamento em pontos-chave específicos a serem debatidos no curso do comitê.
A seguir, são apresentados exemplos de tópicos relevantes a serem trabalhados durante as
sessões e contemplados pela resolução final:
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Deve-se destacar que nenhuma das questões possuem apenas uma resposta, ou alguma
resposta irrefutavelmente certa. Desse modo, cabe a cada delegado tentar melhor respondê-las
atendendo as orientações de suas respectivas representações.
6 MATERIAL COMPLEMENTAR
7 REFERÊNCIAS
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28
8 ANEXOS
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