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INSTITUTO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL, IP

DELEGAÇÃO REGIONAL DO NORTE


CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE VIANA DO CASTELO
SERVIÇO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Ficha de Trabalho
Produtos perecíveis - Cadeia do Frio: desafios e
oportunidades

A distribuição da vacina COVID-19 veio dar destaque à cadeia do frio e aos respetivos cuidados
exigidos durante o transporte e armazenamento de produtos perecíveis, tais como medicamentos e
alimentos. 

Mas quais são os principais desafios que a cadeia do frio enfrenta atualmente? E quais as possíveis
oportunidades para o desenvolvimento do setor?

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Desafios da Cadeia do Frio


A entrega de um produto ao consumidor final pressupõe superar inúmeros obstáculos que
constantemente desafiam as cadeias de abastecimento. No caso da cadeia do frio, esses mesmos
obstáculos prendem-se com requisitos térmicos cujo cumprimento rigoroso é imprescindível de
forma a não comprometer a segurança alimentar no caso dos alimentos e a saúde individual e
pública no caso dos medicamentos. 

A sensibilidade térmica destes produtos transforma o frio, o calor, as variações da temperatura, a luz
solar e a humidade em fatores de risco. Por sua vez, o trânsito, o estado do veículo e a duração do
percurso são também fatores determinantes na escolha da embalagem e do tipo de refrigeração
necessário. 

Paralelamente, estes cuidados têm de ser compatíveis com outras prioridades do setor logístico, tais
como as preocupações ambientais em termos de redução do consumo de energia, das emissões de
CO2 e das embalagens sustentáveis, mantendo em simultâneo a eficiência, rapidez e eficácia da
cadeia de abastecimento.

Armazenamento
Em termos de armazenamento, os procedimentos estão destinados a manter a vida útil do produto
no armazém, desde a utilização de material adequado durante o  manuseamento à sobreposição de
pesos e mercadorias. 

No caso dos géneros alimentares, o HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Point) pressupõe
inúmeras medidas de prevenção e de controlo da segurança alimentar por parte de todos os
operadores envolvidos.
Por exemplo, no momento de armazenamento é crucial verificar se os alimentos estão protegidos e
conservados na temperatura correta, sendo necessário fazer a monitorização da temperatura não só
dos produtos como também do equipamento de refrigeração. 

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Neste caso, o registo frequente da temperatura do produto, do recipiente e do meio onde se encontra
tem como objetivo evitar que o produto desenvolva reações químicas derivadas do não
cumprimento dos critérios de temperatura. Mas, se por um lado, manter a temperatura estável ao
longo dos vários processos de armazenamento e transporte é por si só um desafio exigente, a
própria medição da temperatura do conteúdo, por vezes feita de forma manual, pode apresentar-se
como um risco que pode colocar a viabilidade do produto em causa.

Refrigeração e transporte
Relativamente ao equipamento de refrigeração, este implica uma manutenção constante através de
processos de higienização de forma a evitar contaminações cruzadas tais como o contacto do
produto com o meio exterior. Por fim, a saída de cada produto deve reger-se pelo método FIFO
(first in, first out) ou FEFO (first expire, first out).

Todos estes cuidados aplicam-se também ao transporte desde os locais de produção até ao
consumidor final. Para tal, são necessários equipamentos de refrigeração tais como mantas
isotérmicas, camiões e contentores refrigerados, placas eutécticas entre outras soluções,
nomeadamente no transporte last-mile e respetivas mochilas takeaway. 

Estes procedimentos ganham ainda outra relevância se for necessário considerar o transporte
intermodal e entre diferentes entidades que, no seu conjunto, partilham a responsabilidade da
segurança do produto, sendo fundamental a exigência de normas comuns, tais como o certificado
ATP relativo ao transporte internacional de produtos alimentares perecíveis.

Oportunidades
A génese do setor de prestação de serviços tem como objetivo a criação de soluções para diferentes
obstáculos, pelo que a cadeia do frio segue esta mesma missão de converter os desafios em
oportunidades.  

Por exemplo, graças à cadeia do frio é possível realizar a distribuição global, regional e local de
alimentos. Também no caso específico do plano de vacinação  COVID-19, é fundamental realçar a

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importância do setor logístico. Só em Portugal já foram administradas 929 133 vacinas (dados a


04/03/2021) em parte graças à criação de soluções de refrigeração e distribuição por parte das
empresas do setor. 

De facto, a cadeia do frio envolve inúmeros progressos científicos que procuram as melhores
soluções em termos de monitorização da temperatura em tempo real, tracking e refrigeração dos
veículos com diferentes temperaturas no seu interior e a adoção de embalagens vedantes e
individualmente adaptadas ao produto. A própria fonte de energia para a refrigeração como o
recurso à energia solar e a escolha de soluções como gelo seco ou nitrogénio líquido são possíveis
soluções que necessitam de devida investigação na área mas que podem determinar as próximas
tendências do setor.

Paralelamente, a contínua evolução tecnológica desempenha um papel igualmente importante na


identificação dos elementos de risco e na otimização dos processos logísticos em si. Uma vez que a
logística assume este papel tão crucial, torna-se cada vez mais relevante dinamizar a
competitividade do país através da subcontratação logística.

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