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Walter Parizotto
Com muita frequência equipes de busca e resgate com cães são empenhadas na
localização de pessoas perdidas. Quase a totalidade dessas pessoas perdidas não possuem
condição de sobrevivência nessas situações, exigindo atuação rápida eficiente e profissional
das equipes responsáveis pela localização dos perdidos.
A localização de pessoas perdidas depende muito mais da habilidade e preparo das
equipes de busca para fazer a varredura de área, do que de padrões pré-estabelecidos de
comportamento do perdido.
O comportamento do perdido é dependente da idade, das habilidades, capacidade
cognitiva, preparação físicas e psicológicas e do ambiente.
Torna-se muito difícil estabelecer padrões fixos de comportamentos, exceto para
pessoas em condições especiais, nesse trabalho buscou-se analisar o comportamento das
pessoas perdidas, a fim de facilitar a previsão, com algum grau de exatidão aceitável, o local
mais provável em que uma pessoa perdida possa ser encontrada.
Estudos realizados ao longo do tempo, vem buscando traçar alguns perfis de
comportamento para algumas situações especiais, esses mesmos estudos acabam excluindo
demais situações uma vez que o arbítrio não permite traçar um padrão único
comportamental, para adultos psicologicamente normais.
As pessoas cujos perfil, pode ser ao seguir um padrão pré-determinado, longo do
tempo, são as seguintes:
a) Criança 0 a 3 anos
b) Criança 4 a 7 anos
c) Criança 7 a 12 anos
d) Psicóticos ou esquizofrênicos
e) Depressivos
f) Idosos (exibindo sinais de demência, senilidade ou a doença de Alzheimer
g) Idoso mais de 65 anos
h) Deficientes mentais
1. Distâncias prováveis cobertas por pessoas perdidas
Em nosso estudo com dados brasileiros e com dados combinados a partir de estudos
desenvolvidos nos EUA (Syrotuck 2000), foi possível determinar alguns padrões de
comportamentos para as pessoas perdidas em diversas circunstâncias, após a análise de
diversos parâmetros.
O parâmetro fundamental selecionado para este papel é a distância "em linha reta"
(raio) a partir do último ponto de Visto (UPV), porque é o principal fator para o
planejamento das operações de busca.
As distâncias reais percorridas são influenciadas por diversas variáveis, tais como o
tipo de terreno, densidade de terreno, tempo, influências psicológicas, influências
fisiológicas, e condição física da pessoa perdida.
É importante destacar que a percentagem utilizada para determinar a estatística de
todas as pessoas perdidas encontradas leva em consideração o raio a partir do último ponto
visto sem levar em conta como eles chegaram lá ou qual a trajetória percorrida.
Para clarificar isso ainda mais, na figura a seguir estão algumas distâncias "em linha
reta," versus a trajetória percorrida.
Independente da forma como o perdido percorreu o caminho, ou o tempo, via de
regra tendem a permanecer dentro de um raio padrão.
Uma operação de busca e resgate terrestre, (com ou sem uso de cães) se desenvolve
de acordo com as etapas demonstradas no fluxograma mais adiante descrito, com base nos
padrões de comportamento desenvolvido é possível traçar a melhor estratégia e técnica mais
eficiente e rápida para a localização do perdido.
2. Crianças de 0 a 3 anos
a) Comportamento
- Não têm noção de estão perdidos, nem como reagir frente a essa situação;
- Não possuem habilidades para navegação ou senso de direção;
- Tendem a vagar sem rumo certo ou orientado;
- Tendem a procurar um local para dormir;
- Tendem a procurar de forma natural um abrigo em caso de mau tempo;
- Às vezes são atraídos por um animal (cães e gatos), seguem-no ou permanecem
próximo ao mesmo;
- Eles geralmente são curiosos e são atraídos por novidades (sótãos, subsolos etc)
- Muitas vezes não responde aos chamados dos resgatistas,
- Em vítimas com esse perfil, considerar sempre a possibilidade de rapto.
b) Caminho percorrido
- Em 57% dos casos o caminho usado foi o de menor resistência, áreas limpas, ruas,
trilhas e caminhos;
- Em 43% dos casos são encontrados em áreas com capim, mato baixo ou moitas, pois
tem dificuldade de transpor obstáculos simples.
c) Estratégia de busca
- Dentro, sobre e sob. Vistoriar espaços que permitam serem usados como
esconderijos, caixas, subsolos, sótãos, casas de cães, etc.
- Essas buscas exigem técnicas completas, ou seja, varredura completa da área.
- Via de regra a localização da vítima concentra-se dentro de 250m do último ponto
visualizado.
3. Crianças de 4 a 7 anos
Como as crianças menores, as vítimas de desse grupo também não tem muita mobilidade,
nem capacidade de reagir sozinha a essa situação, precisando da intervenção rápida das
equipes de busca e resgate.
a) Comportamento
b) Caminho percorrido
c) Estratégia de busca
- Por possuírem um poder de discernimento maior é importante concentrar as buscas
nos locais ligados a interesses claros do perdido,
- Em muitos aspectos, pode ser semelhante ao 1-3, especialmente no que se refere a
dormir ou permanecer escondido em esconderijos.
4) Criança de 7 a 12 anos
a) Comportamento
b) Caminho percorrido
c) Estratégia de busca
a) Comportamento
b) Áreas rurais
- Em 36% dos casos a vítima foi encontrada em riachos, drenagens, cercas, espinhos
ou densa cobertura de vegetação;
- 18% das vítimas foram localizadas encontrados em um campo aberto geralmente
caminhando;
- 28% foram encontrados em uma casa ou um abrigo, geralmente é o caso para as
buscas noturnas;
- 7% foram encontrados em uma estrada;
- 7% foram encontrados na floresta;
- 4% foram encontrados em áreas molhadas, pantanosas
c) Àreas urbanas
d) Considerações gerais
e) Estratégia de busca
Nesse grupo estão pessoas idosas, porém sem efeitos de doenças e que possuem
perfeitos seus reflexos cognitivos.
a) Comportamento
- Não são capazes de viajar tão longe quanto as pessoas mais jovens envolvidas na
mesma atividade
- Tendem a se comportar de forma mais racional do que colegas mais jovens, não se
desesperam facilmente e também tendem a sentar e aguardar por socorro.
- Geralmente são mais dispostos a construir abrigos e ajudar em seu próprio resgate;
- Devido aos efeitos da idade são mais propensos a perderem os sentidos e se
esgotam rapidamente.
b) Estratégia de busca
8. Autistas
c) Comportamento
9. Psicóticos e esquizofrênicos
a) Comportamento
- Muitas vítimas não irão responder ao seu nome (93%), mas são verbais (21%)
- Podem fugir dos resgatistas, geralmente sentem-se ameaçados e com medo,
- Normalmente não entram em emaranhados ou espinhos,
- Normalmente não viajam para uma localização com importância no passado como
ocorre com os doentes de Alzheimer,
- A falta de medicação é um fator que agrava a ocorrência, ficam agressivos ou
podem ser a causa da mesma;
- Geralmente não se perdem no sentido tradicional, geralmente vagam
desorientados.
b) Estratégia de busca
10. Depressivos
a) Comportamento
- Sofrendo depressão, por vezes graves, a maioria só quer ficar fora da vista ou
estão à procura de um local específico, significativo para os mesmos.
- Geralmente procuram a solidão;
- Geralmente não respondem para os resgatistas, e podem fugir ativamente dos
mesmos;
- Estão geralmente dentro da vista e do som da civilização;
- Raramente tomam medidas para se proteger no ambiente;
- Drogas, álcool, medicamentos podem ser fatores a ser considerados que
geralmente agravam a ocorrência.
b) Estratégia de busca
a) Comportamento
b) Estratégia de busca
12. Conclusão
Bibliografia
KOESTER, Robert J. Lost Person Behavior: A Search and Rescue Guide on Where to
Look — for Land, Air and Water. DBS Productions LLC Publication Date: October 2008
PERKINS Dave, ROBERT Pete, PENRITH Ged Feeney. Missing Person Behaviour - An
Aid to the Search Manager 1st Edition - Jun 2003