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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA 1a VARA CÍVEL DA COMARCA DE


NITERÓI – RIO DE JANEIRO 1º CARTÓRIO UNIFICADO CÍVEL

PROCESSO Nº 1014332-61.2011.8.19.0002 AÇÃO : Dano Moral –


Outros / Indenização Por Dano Moral;
Antecipação de Tutela E/ou Obrigação de Fazer Ou
Não Fazer Ou Dar
AUTOR : REGINA CELI LUCAS CALIL JORGE RÉU : AMPLA ENERGIA E
SERVIÇOS S/A

PAULO CARDOSO NEVES, Perito deste Juízo e já qualificado nestes autos,


vem, mui respeitosamente, apresentar a V.Exa., o Laudo Pericial em anexo.
Nesta oportunidade, requer que seja encaminhado ao DIPEJ/DGJUR, através
do SISCOMA, para a expedição dos honorários, a título de ajuda de custo, o
Ofício nos termos do ANEXO V, em atendimento a Resolução 03/2011, do
CONSELHO DE MAGISTRATURA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO
DO RIO DE JANEIRO, tendo em vista a entrega do LAUDO TÉCNICO
PERICIAL, em anexo, certo que, os honorários periciais homologados serão
pagos pelo sucumbente, caso ele não seja beneficiário da Justiça Gratuita,
conforme art. 11 da Lei 1060/50.

Neste Termos,

E. Deferimento.

Rio de Janeiro, 27 de maio de 2013.

Assinatura do Perito
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE
NITERÓI – RIO DE JANEIRO 1º CARTÓRIO UNIFICADO CÍVEL

PROCESSO N.º 1014332-61.2011.8.19.0002

PAULO CARDOSO NEVES, Perito do Juízo na Ação de Dano Moral – Outros


Indenização Por Dano Moral; Antecipa- ção de Tutela E /ou Obrigação de
Fazer Ou Não Fazer Ou Dar, proposta por REGINA CELI
LUCAS CALIL JORGE em face da AMPLA ENERGIA E SERVIÇOS S/A,
após ser compromissa- do, compareceu ao local e a seguir apresenta o Laudo
Pericial.

Data da Vistoria : 25 de abril de 2016

LAUDO

1 – CONSIDERAÇÕES__________________________________________
1 2 - HISTÓRICO ______________________________________________
2 3 – VISTORIA _______________________________________________
2 4 – CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS
_________________________________ 3 5 - QUESITOS DA AUTORA (fls.
140 dos Autos) _______________________ 4 6 - QUESITOS DA RÉ (fls. 155
dos Autos) ___________________________ 5 7 – CONCLUSÃO
______________________________________________ 6 8 -
ENCERRAMENTO ___________________________________________ 7
ANEXO I – Relatório Fotográfico ANEXO II - Quadro de Cargas Instaladas
ANEXO III - Histórico do Consumo de Energia

1 – CONSIDERAÇÕES.
O Laudo Pericial observou criteriosamente os seguintes princípios
fundamentais:
O Laudo Pericial foi elaborado com estrita observância dos postulados
constantes do Código de Ética Profissional do CONFEA.
Os honorários profissionais do Perito não estão, de forma alguma, sujeitos às
conclusões deste laudo;
O Perito não tem nenhuma inclinação pessoal em relação à matéria envolvida
neste laudo, nem contempla, tanto no momento atual, quanto no futuro,
qualquer interesse nos bens relativos a esta perícia;
No melhor conhecimento e crédito do Perito, as análises, opiniões e
conclusões expressadas no presente trabalho são baseadas em dados,
diligências e levantamentos verdadeiros e corretos, de acordo com os padrões
normalmente aceitos.

O laudo pericial observou rigorosamente o disposto da Resolução ANEEL


456 de 29/11/2000 e 414 de 09/09/2010 da Agência Nacional de Energia
Elétrica, que estabelece as condições gerais do fornecimento de energia
elétrica no país.

2 – HISTÓRICO.

A autora, em sua Inicial, relata que seu consumo de energia elétrica se dava
normalmente até o mês de outubro de 2009, quando a Empresa ré, sem sua
solicitação e sob alegação de melhoria da prestação dos serviços, promoveu
a troca do medidor, retirando o existente e instalando um medidor do tipo
digital (com CHIP). No mês seguinte ao da troca do medidor, a autora
surpreendeu-se com o aumento desproporcional no consumo cobrado,
passando este para 595KWh em seguida para 783KWh. Informa que não
houve nenhuma alteração significativa na sua rotina e de sua família que
pudesse servir de justificativa para o apontado aumento de consumo.
Acrescentou que já havia questionado judicialmente o aumento das contas
de consumo de sua residência, cuja ação lhe foi favorável, entretanto, como
a Empresa ré continuou a manter as abusivas cobranças, ajuizou nova ação.
A empresa Ré em sua contestação, relata que o medidor só foi trocado pois
foi encontrada irregularidade no mesmo. Informa que um dos fatores que
indicam claramente a inexistência de defeito no equipamento de medição é a
manutenção do consumo em um patamar relativamente linear, não sofrendo
grandes oscilações, características de um medi- dor defeituoso, bastando
uma análise no histórico de consumo da parte autora para concluir que a
média de seu consumo gira em torno de 360,8 KWh, o que se demonstra
compatível para uma residência padrão. Registra, como importante, que sua
equipe técnica esteve por duas vezes vistoriando o medidor da parte autora,
diante da reclamação da mesma, sendo que em ambas as vezes, após os
testes de praxe, ficou constatado que o medidor estava funcionando
regularmente, sem qualquer defeito.

3 - VISTORIA

A vistoria foi realizada em imóvel de 02 (dois) andares, tendo na entrada,


na parte inferior, uma área, uma passagem na sua lateral direita, dando
acesso a um quintal. Na parte de baixo da residência há uma varanda de
entrada, de onde se tem acesso ao interior do imóvel com 01 sala, 01 saleta,
01 banheiro e 01 cozinha. Na parte superior há 04 quartos, 01 saleta, 01
banheiro, 01 toilete e 02 corredores. O imóvel fica situado à Vila Pereira
Carneiro, nº 33, bairro Ponta D`Areia, Niterói. Rua sem saída, com bom
acesso a veículos. O Perito foi recebido pela autora, Sra. Regina Celi, que
franqueou o acesso à residência.
No local residem 02 (duas) pessoas. Segundo a autora, ambos moradores,
passam o dia fora, tendo somente as suas presenças à noite e fim de semana.
O Perito informou as partes, previamente, sobre a data e hora da diligência,
por contato telefônico e via e-mail.
Foi solicitada uma equipe técnica da Ré para realização de aferição dos me-
didores, porém esta equipe não compareceu ao local da vistoria. Assim
sendo, não foi possível realizar a aferição dos medidores.
Toda a carga levantada no dia da vistoria está apresentada no Anexo II –
Quadro de Cargas Instaladas. Quanto às instalações elétricas e aos
equipamentos utilizados na residência do Autor, observamos que estão em
conformidade com os padrões exigidos pe- la Norma NBR 5410.
A medição de energia elétrica da residência do Autor é realizada por medi-
dor eletrônico, com seu módulo instalado em um concentrador (Foto 03),
com identificação 3157, no alto do poste em frente à residência, de onde sai
o ramal do cliente, e seu medidor de consulta instalado no interior do imóvel
(Fotos 04 e 05). O medidor de consulta é do tipo digital Landis+Gyr, 120
V, 240 V, 15A, 60Hz 4 fios, 3 elementos, código de barras 2992160,
marcando consumo de 14.479 KWh, com selo INMETRO DIMEL 312/2007,
sem irregularidades visuais.

4 – CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS
A unidade consumidora da autora, no endereço vistoriado, é identificada
como cliente residencial, ligação monofásica, da Empresa Ré, sob o
código do cliente n° 357590-0. . Para a estimativa de consumo
de energia elétrica, levamos em conta alguns fatores importantes e que foram
informados pela própria autora: número de pessoas que residem na casa
(02 pessoas), suas tarefas cotidianas, o tempo que permanecem em casa, o
tempo de utilização dos aparelhos elétricos/eletrônicos e as lâmpadas.
Assim, procuramos calcular o consumo mensal o mais próximo da
realidade, usando como base a tabela padrão de consumo da Eletrobrás.
Nesta vistoria consideramos como Carga Instalada a soma das potências no-
minais dos equipamentos elétricos instalados na unidade consumidora, em
condições de entrar em funcionamento, expressa em watts (W) ou seu
múltiplo quilowatt (kW). As cargas individuais (potências) existentes na
unidade consumidora do Autor totalizam uma Carga Instalada de 9.253 W, de
um consumo mensal estimado de energia elétrica de 407,57 KWh. Esses
valores dizem respeito aos hábitos da autora e são uma ordem de grandeza,
uma vez que somente estando no local 24hs por dia e 30 dias por mês
podemos fazer o cálculo exato.
TABELA DE CONSUMO MENSAL DO AUTOR NO PERÍODO DE JANEIRO
DE 2009 ATÉ ABRIL DE 2013 : (em KWh)
- ANOS 2009/2010/2011/2012
JANEIRO 319 674 542 396 587
FEVEREIRO 278 657 573 506 562
MARÇO 199 745 534 419(Média) 411
ABRIL 224 692 553 613 448
MAIO 253 643 525 482
JUNHO 197 392 379 366
JULHO 194 302 303 441
AGOSTO 176 316 291 437
SETEMBRO 189 335 362 433(Média)
OUTUBRO 186 375 385 373
NOVEMBRO 595 325 413 350
DEZEMBRO 783 453 375 675

- Consumo médio em 2009, antes da medição eletrônica (10 meses) : 221,50


KWh - Consumo médio em 2009 : 299,41 KWh - Consumo médio em 2010 ;
492,41 KWh - Consumo médio em 2011 : 436,25 KWh - Consumo médio em
2012 : 449,25 KWh - Consumo médio em 2013 (até Abril) : 502 KWh
5 – Quesitos da Autora : (Fls. 140, dos autos)

1º Quesito : Queira o Sr. Perito descrever, inclusive apontando a “idade” do


mesmo e a situação atual da instalação elétrica existente; Resposta :
Respondido no ítem 3 – Vistoria, deste Laudo.

2º Quesito : Queira o Sr. Perito descrever os equipamentos eletro-ele-


trônicos existentes no imóvel, bem como os tipos de lâmpadas utilizadas no
mesmo;

Resposta : Respondido no Anexo II, deste Laudo.

3º Quesito : Queira o Sr. Perito descrever a metodologia utilizada para cálculo


do consumo de energia elétrica, tomando-se por base os apare- lhos eletro-
eletrônicos encontrados;

Resposta : Respondido no ítem 4 – Considerações Técnicas, deste Laudo.

4º Quesito : Poderia o Sr. Perito precisar o consumo máximo (em KWh)


de cada equipamento eletro-eletrônico existente no imóvel?

Resposta : Respondido no 3º quesito.

5º Quesito : Tomando-se por base que no imóvel só residem 2 (duas)


pessoas (autora e filha) e que as mesmas passam o dia fora da residên- cia
(para trabalho e estudo), poderia o Sr. Perito, de acordo com o crité- rio técnico
mais adequado, precisar qual o consumo mensal estimado da residência? Em
caso negativo por quê?

Resposta : Respondido no ítem 4, e Anexo II, deste Laudo.

6º Quesito : Tomando-se por base a resposta do quesito 5, poderia o Sr.


Perito precisar se as contas mensais encaminhadas pela ré se encon- tram em
consonância com os valores estimados para o consumo da re- sidência da
autora? Em caso negativo, por quê?
Resposta : Respondido no 5º quesito e ítem 7 – Conclusão.

6 – Quesitos da Ré : (Fls. 155, dos autos)

1° Quesito: Descrever a unidade consumidora da parte autora;

Resposta: Respondido no ítem 3 - Vistoria.

2° Quesito : Qual a carga instalada na unidade consumidora da parte autora?

Resposta: Respondido no Anexo II, deste Laudo.

3° Quesito: Se os registros de consumo da unidade da parte autora são


compatíveis com a carga instalada em seu imóvel;

Resposta : Respondido no ítem 4 – Considerações Técnicas e ítem 7 –


Conclusão, deste Laudo.
4°Quesito: Se o medidor de energia que assiste a unidade da parte au- tora
encontra-se em perfeito estado de funcionamento;

Resposta : Prejudicado. Não é possível afirmar o que está sendo ques-


tionado neste quesito, pois a equipe técnica de aferição solicitada para a
vistoria não compareceu ao local marcado. Assim sendo, não foi ve- rificado
se o medidor eletrônico que atende à autora está com suas me- dições dentro
dos padrões de tolerância determinados pelo INMETRO.

5° Quesito: Se a parte autora possui débitos junto à concessionária ré,


referentes ao fornecimento de energia elétrica de sua unidade consumi- dora?

Resposta: Sim.
6° Quesito: Em caso positivo, em quanto montam esses débitos?

Resposta : De acordo com o fornecido a este perito, R$ 12.667,03, até a fatura


com vencimento em 22/04/2013.

7 – CONCLUSÃO.

Tendo em vista o que foi dito no corpo do Laudo Peri- cial, chegamos às
seguintes conclusões:

No ato da diligência, a unidade consumidora da autora, encontrava-se com


o seu fornecimento de energia elétrica regular.

Observamos que as instalações elétricas da residência da autora estão


em conformidade com a Norma NBR 5410.

Nesta vistoria, as cargas individuais (potências) existentes na unidade


consumidora do Autor totalizam uma carga instalada de 9.253 W (watts) e
permitem a determinação de um consumo mensal estimado de energia
elétrica de 407,57 KWh (Anexo II – Quadro de Cargas Instaladas).

Não foi possível aferir o medidor eletrônico para verificação se o mesmo está
dentro dos limites percentuais admitidos pelo INMETRO, conforme Portaria
INMETRO nº 88, art. 1º, parágrafo 3º, uma vez que a equipe da Ampla, so
licitada por este Perito, não compareceu ao local da visto- ria, conforme
relato no ítem 3, deste Laudo. - Como podemos observar, na tabela de
Consumo Mensal, ítem 4, e Anexo III, deste Laudo, o consumo medido nos
meses mais quentes do ano está acima do valor estimado de consumo
calculado neste laudo, enquanto nos demais meses, com poucas exceções,
o consumo medido ficou abaixo do valor estimado.

- Foi lavrado um TOI em 23/06/2009, conforme anexo.

8 – Encerramento.
E, nada mais havendo, encerro o presente Laudo Pericial composto por 07
(sete) folhas, formato A4, impressas em computador, verso em branco,
03 (três) Anexos, 06 (seis) fotografias digitais coloridas, tudo devidamente
rubricado, ressalvando o disposto no art. 435 do CPC.

Rio de Janeiro, 25 de maio de 2013.

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