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Agricultura de Precisão
na Distribuição
de Corretivos e
Fertilizantes
» Módulo 3: Barra de luzes
INFORMAÇÕES E CONTATO
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO
Rua 87, nº 662, Ed. Faeg,1º Andar: Setor Sul, Goiânia/GO, CEP:74.093-300
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http://ead.senargo.org.br/
SUPERINTENDENTE
Eurípedes Bassamurfo da Costa
GESTORA
Rosilene Jaber Alves
COORDENAÇÃO
Fernando Couto Araújo
A maior parte do sucesso de um terreno cultivado por meio de técnicas de agricultura de precisão
vem da exatidão com que os insumos são depositados no talhão. Considerando que os mapas
de variabilidade registram todas as informações coletadas sobre o terreno, cabe ao operador ser
capaz de aplicar a quantidade correta de insumo em cada trecho do talhão. Nesse caso, a barra
de luzes é um equipamento capaz de orientá-lo de maneira correta, mesmo de noite, proporcio-
nando grande eficiência e economia de insumos durante o trabalho.
Aula 1
A importância da barra de luzes nas operações de
distribuição de corretivos e fertilizantes
Várias alternativas para superar esse problema já foram testadas e algumas delas ainda são
muito utilizadas, mas nenhuma apresenta a mesma qualidade de desempenho que a barra de
luzes. Com este equipamento, o operador acompanha o alinhamento do trator e realiza os ajus-
tes necessários caso o trator venha a sair da rota programada. Isso proporciona uma melhor
distribuição dos produtos pelo solo e, consequentemente, qualifica a barra de luzes como uma
ferramenta muito importante para as técnicas de agricultura de precisão.
Ao final desta aula, espera-se que você reconheça a importância da barra de luzes nas operações
de distribuição de corretivos e fertilizantes.
Neste curso, você já estudou que a correta orientação do maquinário durante a aplicação de
corretivos e fertilizantes é crucial para a “precisão” da operação. Mas você já tem clareza sobre
estes requisitos de operação?
Vamos começar este assunto relembrando que os corretivos e fertilizantes – como o calcário,
gesso, fósforo, nitrogênio, dentre outros – são os insumos com maior capacidade de produzir
efeitos diretos na produtividade das lavouras. Porém, é comum serem aplicados com técnicas
inadequadas, o que gera elevadas perdas e reduz substancialmente a eficiência da aplicação.
Lixiviação
Processo pelo qual os nutrientes do solo migram das camadas mais superficiais para as cama-
das mais profundas, em decorrência de um processo de lavagem devido à ação da água da chu-
va ou da irrigação, tornando-se indisponíveis para as plantas (Embrapa Arroz e Feijão, 2004).
Já os fertilizantes granulados
são menos suscetíveis a esses
problemas. Nesse caso, pelo fato
de possuírem maior massa, são
menos afetados pelas correntes
de ventos, sendo depositados
mais facilmente nos locais plane-
jados.
18
16
14
Massa recolhida (g)
12
10
8
6
4
2
0
24 20 16 12 8 4 0 4 8 12 16 20 24
Distância ao centro do distribuidor (m)
Fonte: Adaptado de Cemagref (1997)
Largura
Fonte: Adaptado de Cemagref (1997)
A partir das regras de deposição dos produtos no solo, fica mais fácil entender a importância do
paralelismo na distribuição dos insumos. O paralelismo, ou seja, o traçado da máquina em linhas
perfeitamente paralelas no talhão, é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos operado-
res de máquinas agrícolas, porque eles precisam manter o alinhamento exato durante o deslo-
camento do conjunto trator-implemento.
Isso ocorre com frequência nas aplicações de corretivos e fertilizantes, pois nesse caso torna-se
difícil visualizar a colocação do produto no solo, não sendo muito bem definida a linha entre a
área aplicada e a área sem aplicação. Sem nenhuma referência com relação à orientação a ser
seguida, muitas vezes, ocorre o surgimento de áreas com excesso de sobreposição e outras sem
nenhuma aplicação.
Vale lembrar: áreas com excesso de aplicação de insumos podem causar to-
xicidades nas plantas, levando-as à morte; enquanto áreas sem aplicação
podem sofrer quedas na produtividade e consequente perdas financeiras.
Tópico 3
Funcionamento da barra de luzes
Mais adiante, ainda neste curso, você vai estudar que, quando associadas ao piloto automático,
as barras de luzes permitem automatização total dos equipamentos agrícolas.
Saiba Mais
• <http://www.trimble.com.br/cfx-750.aspx>
• <http://www.spritzenteile.de/GPS-Systeme-546/Teejet-Matrix-840G-2460-2794
-2812.html> ou <http://goo.gl/3pnesV>
• <http://arvus.com.br/guia_virtual_titanium_bl.html>
Aula 2
Tipos de barra de luzes aplicados na distribuição
de corretivos e fertilizantes
Na aula anterior, você pôde compreender que as barras de luzes são ótimas ferramentas para
a melhoria da qualidade na distribuição dos corretivos e fertilizantes. Para fazer uso adequado
delas, é necessário conhecer os principais tipos de barras e suas características operacionais.
Há vários modelos disponíveis no mercado, e a barra de luzes de LEDs (associada ou não a mo-
nitores) é o modelo mais popular em termos de custo-benefício. Já o tipo associado a monitores
é um dispositivo que oferece mais informações para o operador, permitindo realizar ajustes no
alinhamento e na dose do produto aplicado mesmo durante a aplicação. Para tanto, é necessário
que o operador seja treinado e que esteja familiarizado com as funções do monitor.
Ao final desta aula, você deve ser capaz de diferenciar os tipos de barras de luzes utilizados nas
máquinas agrícolas para distribuição de corretivos e fertilizantes.
São barras mais simples, que podem ser facilmente removidas e instala-
das em outros equipamentos.
Tela sensível à pressão, que dispensa o uso de outros equipamentos como teclados.
Saiba Mais
A poeira é um fator crítico nas aplicações de corretivos e fertilizantes e muitas vezes con-
tribui para a redução da vida útil dos componentes das máquinas. Assim, é importante que
os dispositivos eletrônicos existentes nas máquinas que trabalham no campo estejam bem
protegidos.
• são coloridas e possuem interfaces amigáveis, proporcionando fácil adaptação aos operado-
res ainda inexperientes;
• possibilitam interação com a máquina, permitindo, por exemplo, realizar ajustes na vazão da
distribuição dos corretivos e fertilizantes;
• podem reconhecer diferentes sinais de satélites recebidos pelos receptores, dos sinais C/A
aos L1 e L2. Além disso, podem captar as frequências emitidas tanto pelo sistema de navega-
ção por satélite Navstar como pelo Glonass;
• como os demais recursos tecnológicos estudados neste curso, as barras de luzes exigem
treinamento adequado, entregas técnicas (por parte do fornecedor) e consultas recorrentes
ao manual do fabricante
Recapitulando
Nesta aula, você estudou que os dois tipos de barras de luzes mais utilizados nas aplicações
de corretivos e fertilizantes são aqueles que utilizam apenas luzes de LEDs dispostas em linha
e aqueles nos quais as barras estão associadas a um monitor. Em ambos os casos, o operador
pode realizar ajustes no alinhamento do conjunto, proporcionando melhor distribuição dos pro-
dutos sobre o solo. Nas barras de luzes associadas ao monitor é possível realizar vários tipos de
ajustes a fim de adequar a aplicação aos princípios da Agricultura de Precisão, por exemplo, à
aplicação à taxa variável. Para tanto, o monitor deve se comunicar com os sensores e válvulas
responsáveis pela abertura dos mecanismos dosadores. Os monitores mais sofisticados resis-
tem às condições mais severas de trabalho no campo e podem captar sinais de vários sistemas
de navegação por satélite.
Aula 3
Utilização da barra de luzes na aplicação de corretivos
e fertilizantes
Nas aulas anteriores deste módulo, você estudou que os dois tipos de barras de luzes mais en-
contrados no mercado melhoram a qualidade da distribuição dos corretivos e fertilizantes. Para
tanto, é importante identificar suas partes constituintes e compreender o seu funcionamento.
Apesar de ser facilmente operacionalizadas, o conhecimento sobre suas funções e formas de
utilização fazem com que todo o potencial de uso seja explorado. É necessário que o operador
seja treinado e que saiba utilizar as funções básicas, como executar os procedimentos de con-
figurações iniciais e definir os trajetos a serem realizados. Dessa forma, além de contribuir para
a adequada realização da operação, será realizada a manutenção correta do equipamento, que
terá maior vida útil, podendo ser utilizado por mais tempo na fazenda.
Ao final desta aula, você deve ser capaz de compreender o funcionamento da barra de luzes nas
máquinas agrícolas utilizadas na distribuição de corretivos e fertilizantes.
As barras de luzes mais modernas são de fácil emprego, desde que o operador tenha certa qua-
lificação, a fim de conseguir ler e interpretar informações às vezes descritas por imagens ou
símbolos. Os cuidados gerais com a manutenção e a rapidez na tomada de decisão devem ser
considerados no momento de se selecionar o operador para trabalhar com essa ferramenta.
A montagem dessas peças pode ser feita em qualquer parte do trator. Primeiramente, deve-se
fixar a antena em alguma parte central do trator, podendo ser sobre o capô ou no teto da cabine,
tomando-se o devido cuidado de realizar uma fixação adequada. Normalmente, os fabricantes
fornecem ventosas ou bases colantes feitas de ímã para esse fim. É importante que o local de
fixação esteja limpo para proporcionar boa aderência.
Cabo de
alimentação
Antena do
receptor GNSS
Fonte: Jacto
O suporte da tela é fixado em local onde o operador possa realizar todas as suas tarefas e ainda
conferir na tela o seu alinhamento e monitorar o funcionamento de todo o sistema durante a
operação. Assim, o suporte pode ser colocado no vidro do para-brisa ou em uma das colunas de
fixação da capota. Geralmente, a base do suporte é constituída de uma ventosa. O monitor é co-
locado no suporte articulado, que permite movimentação em algumas direções, de forma a ser
Saiba Mais
Ao adquirir uma barra de luzes, é importante solicitar uma entrega técnica por parte do fornece-
dor. Preferencialmente, devem-se adquirir equipamentos de fornecedores que possuem reven-
das autorizadas próximas à fazenda para o caso de se necessitar de uma rápida reposição de
peças, ou mesmo de assistência no local.
Apesar de não existir uma configuração padrão, alguns procedimentos são comuns à maioria das
barras de luzes, como os descritos a seguir.
Neste procedimento, deve-se atentar para a unidade de medida utilizada. Ela deve ser a mes-
ma para todas as outras distâncias a serem referenciadas no monitor.
Esta função é utilizada quando se deseja trabalhar apenas com parte das aberturas do distri-
buidor. Nesse caso, o equipamento deve ser dotado de válvulas que permitam a abertura e
o fechamento separadamente.
Essa é uma das partes mais importantes durante a preparação da barra de luzes. Trata-se da
definição do percurso que o equipamento vai realizar. Em geral, existem três possibilidades
de percurso.
• Em linha reta: permite definir um ponto inicial, chamado de ponto A, e um ponto final,
chamado de ponto B. Entre esses dois pontos, o monitor desenha uma reta de referência.
Essa função é utilizada em terrenos planos, com formatos quadrados ou retangulares.
• Em círculo: ao definir o ponto inicial A, o monitor mostra uma guia em forma circular como
caminho. Os círculos são concêntricos e iniciarão na parte de fora do círculo em direção ao
centro com incrementos da largura programada. Essa função é mais empregada em plan-
tio sob pivô central, no qual o trator deve percorrer o mesmo sentido das linhas de plantio.
• Em curva: permite definir um ponto inicial A e outro final B. Em seguida, é mostrada uma linha
de acordo com o percurso feito pelo equipamento entre os dois pontos. A função em curva é
utilizada principalmente quando o trator deve percorrer um trajeto seguindo curvas de nível.
Depois de observar o esquema de um monitor abaixo, acompanhe a definição dos pontos dos
trajetos a partir de um sistema de barra de luzes.
No exemplo abaixo, a barra de luzes com monitor indica a área aplicada em amarelo.
Exemplo
Uma pequena simulação de configuração e operação de uma barra de luzes foi feita pela
Plantium AG-Electronica, empresa sediada em Curitiba-PR. Com acesso à internet, visite o
endereço a seguir para visualizá-la:
<http://www.plantium.com.br/Resources/Puntoab.swf>
Recapitulando
Nesta aula, você estudou que as barras de luzes podem ser utilizadas sem muita dificuldade, des-
de que o operador esteja familiarizado com as suas partes constituintes e com os procedimentos
de configurações básicas. A fixação de cada componente deve ser feita de forma atenta e crite-
riosa, a fim de proporcionar adequada estabilidade durante a operação. Dentre as configurações
básicas, destaca-se a padronização das unidades de medidas, a definição da posição da antena
sobre o trator em relação ao centro do distribuidor de corretivo e fertilizante e a definição dos
trajetos. Após a definição do primeiro trajeto, o operador visualizará na tela linhas paralelas que
deverão ser seguidas. Elas representam o alinhamento e o operador será avisado caso ele não
seja acompanhado.
Nas próximas páginas, você vai encontrar a atividade de aprendizagem para verificar os conhe-
cimentos construídos ao longo deste módulo. Não esqueça que você deve entrar no Ambiente
de Estudos para registrar as respostas no sistema, que também vai liberar o próximo módulo de
conteúdo!
a) A distribuição de corretivos e fertilizantes é uma operação que pode ser feita sem a neces-
sidade de orientação entre passadas.
b) Para garantir uniformidade na distribuição dos corretivos e fertilizantes não se pode ter
sobreposição entre as passadas durante as aplicações.
c) Os marcadores de linha tipo discos riscadores e espumas são muito eficientes e têm de-
sempenho superior às barras de luzes.
d) As barras de luzes permitem que o operador visualize o alinhamento do trator e que reali-
ze ajustes na direção quando necessário.
d) Os monitores das barras de luzes são instalados sobre o para-lama do trator para facilitar
a visualização do direcionamento do alinhamento.
a) As barras de luzes possuem funcionamento muito simples e podem ser utilizadas por todos
os operadores, mesmo aqueles sem qualificação.
c) A definição do trajeto A-B-C se refere à primeira passada do trator e, a partir dela, linhas
paralelas são estabelecidas.
d) Quando os LEDs vermelhos estão acesos, indicam que o deslocamento do trator excedeu a
velocidade programada de trabalho.