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Programa Agricultura de Precisão

Agricultura de Precisão
na Distribuição
de Corretivos e
Fertilizantes
» Módulo 3: Barra de luzes

Agricultura de Precisão na Distribuição de Corretivos e Fertilizantes » 1


Ficha técnica
2015. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO

INFORMAÇÕES E CONTATO
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO
Rua 87, nº 662, Ed. Faeg,1º Andar: Setor Sul, Goiânia/GO, CEP:74.093-300
(62) 3412-2700 / 3412-8701
E-mail: senar@senargo.org.br
http://www.senargo.org.br/
http://ead.senargo.org.br/

PROGRAMA AGRICULTURA DE PRECISÃO

PRESIDENTE DO CONSELHO ADMINISTRATIVO


Leonardo Ribeiro

TITULARES DO CONSELHO ADMINISTRATIVO


Daniel Klüppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo Moreira Guimarães e Tiago Freitas
de Mendonça.

SUPLENTES DO CONSELHO ADMINISTRATIVO


Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Eleandro Borges da Silva, Bruno Heuser
Higino da Costa e Tiago de Castro Raynaud de Faria.

SUPERINTENDENTE
Eurípedes Bassamurfo da Costa

GESTORA
Rosilene Jaber Alves

COORDENAÇÃO
Fernando Couto Araújo

IEA - INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS S/S


Conteudistas: Renato Adriane Alves Ruas e Juliana Lourenço Nunes Guimarães

TRATAMENTO DE LINGUAGEM E REVISÃO


IEA: Instituto de Estudos Avançados S/S

DIAGRAMAÇÃO E PROJETO GRÁFICO


IEA: Instituto de Estudos Avançados S/S
Módulo 3
» Barra de luzes

A maior parte do sucesso de um terreno cultivado por meio de técnicas de agricultura de precisão
vem da exatidão com que os insumos são depositados no talhão. Considerando que os mapas
de variabilidade registram todas as informações coletadas sobre o terreno, cabe ao operador ser
capaz de aplicar a quantidade correta de insumo em cada trecho do talhão. Nesse caso, a barra
de luzes é um equipamento capaz de orientá-lo de maneira correta, mesmo de noite, proporcio-
nando grande eficiência e economia de insumos durante o trabalho.

Neste módulo, portanto, você vai ter


contato com a técnica da barra de lu-
zes, utilizada para proporcionar uni-
formidade e precisão na distribuição
dos corretivos e fertilizantes sobre
o solo. Há aparelhos mais simples,
baseados em luzes de LEDs, e outros
mais elaborados, com monitores,
que podem inclusive agregar mais
funções além da orientação geo-
gráfica, controlando as válvulas de
depósito de insumos e mecanismos
dosadores, por exemplo.

Atenção! Sempre que finalizar a lei-


tura do conteúdo de um módulo,
você deve retornar ao Ambiente de
Estudos para realizar a atividade de
aprendizagem.

Siga em frente e faça bom proveito!


Fonte: Senar GO

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Fonte: John Deere <http://blog.machinefinder.com>

Aula 1
A importância da barra de luzes nas operações de
distribuição de corretivos e fertilizantes

A barra de luzes é um equipamento de orientação visual desenvolvido para superar a dificulda-


de de manter o paralelismo dos equipamentos agrícolas entre as passadas de distribuição de
produtos. Quando o operador do equipamento não consegue se orientar com clareza no talhão,
pode comprometer a uniformidade de distribuição dos corretivos e fertilizantes, e consequente-
mente a eficiência da operação.

Várias alternativas para superar esse problema já foram testadas e algumas delas ainda são
muito utilizadas, mas nenhuma apresenta a mesma qualidade de desempenho que a barra de
luzes. Com este equipamento, o operador acompanha o alinhamento do trator e realiza os ajus-
tes necessários caso o trator venha a sair da rota programada. Isso proporciona uma melhor
distribuição dos produtos pelo solo e, consequentemente, qualifica a barra de luzes como uma
ferramenta muito importante para as técnicas de agricultura de precisão.

Ao final desta aula, espera-se que você reconheça a importância da barra de luzes nas operações
de distribuição de corretivos e fertilizantes.

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Tópico 1
Regras para deposição e absorção dos produtos pulverizados

Neste curso, você já estudou que a correta orientação do maquinário durante a aplicação de
corretivos e fertilizantes é crucial para a “precisão” da operação. Mas você já tem clareza sobre
estes requisitos de operação?

Vamos começar este assunto relembrando que os corretivos e fertilizantes – como o calcário,
gesso, fósforo, nitrogênio, dentre outros – são os insumos com maior capacidade de produzir
efeitos diretos na produtividade das lavouras. Porém, é comum serem aplicados com técnicas
inadequadas, o que gera elevadas perdas e reduz substancialmente a eficiência da aplicação.

Alguns desses insumos proporcionam melhores re-


sultados quando aplicados a lanço, como no caso
do calcário e dos fertilizantes fosfatados pouco so-
lúveis. Ao ser lançado, o produto pode ser acometi-
do por uma série de fatores antes de cumprir o seu
papel final, que é o de ser absorvido pelas plantas e
contribuir para o seu desenvolvimento. Esses fatores
se relacionam diretamente com o tamanho das par-
tículas que compõem o produto.

Quanto mais finos forem esses produtos, mais rá-


pida será a incorporação e disponibilização para as
plantas. Porém, ao mesmo tempo, eles estarão mais
Fonte: Boletim Técnico (MAPA, 2013)
suscetíveis a diversas perdas, seja pelo vento ou pela
lixiviação pelas águas.

Lixiviação

Processo pelo qual os nutrientes do solo migram das camadas mais superficiais para as cama-
das mais profundas, em decorrência de um processo de lavagem devido à ação da água da chu-
va ou da irrigação, tornando-se indisponíveis para as plantas (Embrapa Arroz e Feijão, 2004).

Assim, as características físicas do produto a ser aplicado e o teor de água


são os fatores que mais limitam a qualidade da distribuição pela área.
Quanto menor o tamanho das partículas e mais úmido estiver o produto,
pior será a distribuição.

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Em geral, essas características tornam as regulagens dos equipamentos aplicadores mais difí-
ceis, comprometendo a uniformidade de distribuição.

Já os fertilizantes granulados
são menos suscetíveis a esses
problemas. Nesse caso, pelo fato
de possuírem maior massa, são
menos afetados pelas correntes
de ventos, sendo depositados
mais facilmente nos locais plane-
jados.

Para as aplicações com esses pro-


dutos, deve-se definir a distância
entre as passadas e manter o ali-
nhamento correto de modo que
ocorra uma adequada sobreposi-
ção dos jatos de produtos lança- Fonte: Shutterstock
dos. E por que essa sobreposição
é necessária? Considere que, em geral, a distribuição desses produtos segue o seguinte padrão:
maior deposição no centro do jato e menor deposição nas extremidades. Ou seja, na prática, a
distribuição do produto apresenta um padrão na falta de uniformidade, que pode ser consta-
tado na figura a seguir.

18
16
14
Massa recolhida (g)

12
10
8
6
4
2
0

24 20 16 12 8 4 0 4 8 12 16 20 24
Distância ao centro do distribuidor (m)
Fonte: Adaptado de Cemagref (1997)

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Dessa forma, torna-se necessário que haja sobreposição das faixas de aplicação nas extremida-
des dos jatos, que pode ser conseguida entre uma passada e outra do conjunto mecanizado. É
esta sobreposição precisa que vai garantir a quantidade correta de deposição e consequente-
mente a boa absorção dos produtos aplicados. Acompanhe a figura a seguir!

Largura
Fonte: Adaptado de Cemagref (1997)

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Tópico 2
Paralelismo e a garantia de correta distribuição

A partir das regras de deposição dos produtos no solo, fica mais fácil entender a importância do
paralelismo na distribuição dos insumos. O paralelismo, ou seja, o traçado da máquina em linhas
perfeitamente paralelas no talhão, é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos operado-
res de máquinas agrícolas, porque eles precisam manter o alinhamento exato durante o deslo-
camento do conjunto trator-implemento.

Isso ocorre com frequência nas aplicações de corretivos e fertilizantes, pois nesse caso torna-se
difícil visualizar a colocação do produto no solo, não sendo muito bem definida a linha entre a
área aplicada e a área sem aplicação. Sem nenhuma referência com relação à orientação a ser
seguida, muitas vezes, ocorre o surgimento de áreas com excesso de sobreposição e outras sem
nenhuma aplicação.

Vale lembrar: áreas com excesso de aplicação de insumos podem causar to-
xicidades nas plantas, levando-as à morte; enquanto áreas sem aplicação
podem sofrer quedas na produtividade e consequente perdas financeiras.

Antes das técnicas de agricultura de precisão, o operador de máquinas só conseguia melhorar a


sua orientação e manter o alinhamento correto na aplicação de insumos por meio de marcado-
res de solo. Conheça os dois tipos.

Um modelo de marcador de solo é o riscador, formado por discos que dei-


xam uma marca no solo. Essa marca serve de orientação para que o opera-
dor posicione a roda do trator sobre essa linha durante a próxima passada
do conjunto mecaniza-
do. A principal desvanta-
gem desse dispositivo é
que, para larguras nomi-
Riscadores nais de trabalho maiores
de solo do que 18 m tem-se
maior dificuldade no
acionamento e recolhi-
mento da haste que sus-
tenta o disco riscador.
Fonte: Genius Plantadeiras
<www.geniusplantadeiras.com.br/genius_gss_so_sementes.php>

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Outra técnica utilizada é a marcação com espuma, que é um pouco frágil:
em condições de temperaturas mais elevadas, que normalmente são en-
contradas no campo, a durabilida-
de da espuma em contato com ar é
pequena. Isso se torna mais proble-
mático em grandes áreas de culti-
vo, quando os equipamentos de-
Marcadores vem se deslocar por longas
de espuma distâncias antes de retornar ao iní-
cio da área. Além disso, necessitam
de um mecanismo para a produção,
condução e distribuição da espuma
pelo solo, tornando a distribuição
de corretivo e fertilizante mais com-
plexa, cara e de difícil operação.
Fonte: Micron Pulverizadores
<www.micronpulverizadores.com.br/includes/marcadores.html>

Tópico 3
Funcionamento da barra de luzes

Diante dos desafios da distribuição de insumos que você


estudou nesta aula, podemos apresentar a barra de luzes
como um dispositivo muito eficiente no deslocamento orien-
tado das máquinas. Trata-se de um equipamento que tem
a finalidade de orientar o operador a se deslocar sempre
sobre uma faixa predefinida, mantendo uma mesma distân-
cia entre as passadas consecutivas. Isso permite adequada
sobreposição das extremidades dos jatos aplicados, incre-
mentando a uniformidade de distribuição dos produtos.

A barra de luzes desempenha um importante papel dentro


do pacote tecnológico utilizado na agricultura de precisão, Operação sem Operação com
pois permite melhor visualização do desempenho do con- barra de luz barra de luz
junto mecanizado em tempo real, oferecendo ao operador,
por meio da visualização de um monitor na cabine, a possi- Fonte: Adaptado de New Holland
<http://agriculture.newholland.com/
bilidade de realizar correções caso o conjunto saia do seu
br/pt/Products/precisionfarming/
alinhamento. Pages/Guia-Barra-de-Luz-EZ-
Guide-250-500.aspx>.

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Basicamente, a maioria das barras de luzes possui
uma tela com um conjunto de LEDs vermelhos e ver-
des. Quando o trator ou outro equipamento em des-
locamento está dentro do alinhamento programado,
o conjunto de LEDs verdes se mantém aceso. Quan-
do o trator se afasta do alinhamento programado, os
LEDs vermelhos acendem e reorientam o operador na
direção do traçado correto, quando os LEDs verdes
acendem novamente.

Esse equipamento é orientado por meio de sinais de


satélites de navegação. Os sistemas de barras de lu-
zes mais bem equipados podem gerar erros de ape-
nas 30 cm entre as passadas, podendo atingir ain-
da maior exatidão, considerando a possibilidade de
corrigir os erros nos sinais. Para tanto, os sistemas
devem ser conectados a um receptor GNSS de boa
Fonte: <http://www.dhlzf.com.br/produtos/ acurácia. Geralmente, são receptores com tecnologia
59-gps-barra-de-luzes-system110.aspx>.
DGPS (Differential Global Positioning System) ou, na
maioria das vezes, RTK (Real Time Kinematic).

Mais adiante, ainda neste curso, você vai estudar que, quando associadas ao piloto automático,
as barras de luzes permitem automatização total dos equipamentos agrícolas.

Saiba Mais

No site <http://www.pulverizar.com.br/gps.htm>, você poderá visualizar um exemplo de


movimentação das luzes verdes e vermelhas em uma barra de luzes. Você também poderá
visualizar mais detalhes técnicos e alguns modelos de barras de luzes nos seguintes sites:

• <http://www.trimble.com.br/cfx-750.aspx>

• <http://www.spritzenteile.de/GPS-Systeme-546/Teejet-Matrix-840G-2460-2794
-2812.html> ou <http://goo.gl/3pnesV>

• <http://arvus.com.br/guia_virtual_titanium_bl.html>

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Recapitulando
Nesta aula, você estudou a importância da orientação geográfica do equipamento na distribui-
ção de corretivos e fertilizantes. A barra de luzes é um equipamento bastante eficiente para
realizar uma orientação precisa. Comparativamente a outras técnicas, como riscadores de solo
e marcadores de espumas, as barras de luzes apresentam desempenho muito superior, poden-
do gerar erros inferiores a 30 cm, sendo também de mais fácil operação. Elas auxiliam o ope-
rador na manutenção do alinhamento entre passadas permitindo que ele acompanhe a todo
o momento o deslocamento do conjunto mecanizado e, caso seja necessário, altere o trajeto.
Como resultado, tem-se melhor uniformidade na distribuição dos corretivos e fertilizantes sobre
o solo. Assim, elas constituem uma parte muito importante do pacote tecnológico empregado
pela Agricultura de Precisão.

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Fonte: <http://nolndfarms.com/>

Aula 2
Tipos de barra de luzes aplicados na distribuição
de corretivos e fertilizantes

Na aula anterior, você pôde compreender que as barras de luzes são ótimas ferramentas para
a melhoria da qualidade na distribuição dos corretivos e fertilizantes. Para fazer uso adequado
delas, é necessário conhecer os principais tipos de barras e suas características operacionais.

Há vários modelos disponíveis no mercado, e a barra de luzes de LEDs (associada ou não a mo-
nitores) é o modelo mais popular em termos de custo-benefício. Já o tipo associado a monitores
é um dispositivo que oferece mais informações para o operador, permitindo realizar ajustes no
alinhamento e na dose do produto aplicado mesmo durante a aplicação. Para tanto, é necessário
que o operador seja treinado e que esteja familiarizado com as funções do monitor.

Ao final desta aula, você deve ser capaz de diferenciar os tipos de barras de luzes utilizados nas
máquinas agrícolas para distribuição de corretivos e fertilizantes.

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Tópico 1
Duas gerações de tecnologia luminosa

Atualmente, o mercado de equipamentos agrícolas voltado para a Agricultura de Precisão ofe-


rece uma diversidade muito grande de tipos de barras de luzes para orientação do alinhamento
dos conjuntos mecanizados. Elas podem ser utilizadas juntamente com o piloto automático ou
não. De modo geral, destacam-se dois modelos mais utilizados, descritos a seguir.

As barras de luzes com LEDs são equipamentos de formato retangular,


onde se visualiza uma linha de diodos emissores de luzes (LEDs), que são
fixados no campo de visão frontal do operador, geralmente no para-bri-
sa, no suporte da capota ou mesmo no painel do trator. Utilizam-se LEDs
por eles proporcionarem boa visibilidade da informação, além de consu-
mirem pouca energia, serem duráveis e não apresentarem aquecimento
como outros tipos de luzes.

As barras de luzes são conectadas a um receptor de sinal GNSS que


informa ao operador quanto à manutenção ou à falha no alinhamento
durante o deslocamento do trator, podendo ser em linhas reta ou cur-
va. Essa informação pode ser visualizada por meio da movimentação de
luzes verdes e vermelhas, ou então por meio de números ou setas que
representam o afastamento do alinhamento previamente estabelecido.
Barra de Quando necessário, o operador do trator realiza ajustes manuais na rota
luzes com programada de acordo com a informação visual fornecida pelas luzes da
LEDs barra, que ficam estrategicamente posicionadas diante dele.

São barras mais simples, que podem ser facilmente removidas e instala-
das em outros equipamentos.

Fonte: Plantium AG Electronica <http://www.plantium.com.br/


detalhes.aspx?CON_Id=13>

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As barras de luzes atualmente estão sendo substituídas pelas barras com
LEDs associadas a um monitor que põe à disposição do operador uma
maior quantidade de informações. Elas são constituídas pela barra de
luzes (disposta geralmente na parte superior) e um monitor com diversas
informações sobre a aplicação que são apresentadas em uma tela. Em
alguns equipamentos, as barras de luzes são substituídas por uma ima-
gem do trator e do equipamento de aplicação. Uma linha de orientação
no meio da tela indica ao operador o alinhamento a ser seguido. Caso
o alinhamento não seja seguido, uma seta aparece na tela indicando a
necessidade de se retornar ao alinhamento correto. À medida que o con-
junto se desloca pela área, o monitor registra a área coberta, gerando um
mapa de aplicação.

Elas podem ser utilizadas isoladamente ou em associação com o sistema


de piloto automático. Algumas delas possuem entrada USB que permite
inserir um pen-drive onde serão registrados dados da aplicação, por
Barra de
exemplo: velocidade da operação, área coberta, quantidade de produtos
luzes com
aplicados, desvio de rota e mapa da aplicação.
LEDs
associada a Geralmente, as telas das barras de luzes variam de 4 a 10 polegadas,
monitor o que permite que sejam colocadas em pequenos espaços nas cabines
dos tratores e que sejam visualizadas com facilidade pelos operadores.
Os teclados são de fácil utili-
zação e estão presentes nas
próprias telas, que são sensí-
veis ao toque, utilizando a tec-
nologia touchscreen. As telas
são protegidas por gabinetes
blindados contra poeira, umi-
dade e vibração, o que torna
os monitores muito robustos
e adequados aos trabalhos no
campo, sobretudo em solos
com irregularidades.
Fonte: Tecnoparts <http://www.tecnoparts.agr.br/
produtos/barra-de-luzes>

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Touchscreen

Tela sensível à pressão, que dispensa o uso de outros equipamentos como teclados.

Saiba Mais

A poeira é um fator crítico nas aplicações de corretivos e fertilizantes e muitas vezes con-
tribui para a redução da vida útil dos componentes das máquinas. Assim, é importante que
os dispositivos eletrônicos existentes nas máquinas que trabalham no campo estejam bem
protegidos.

Outras características das telas dos monitores:

• são coloridas e possuem interfaces amigáveis, proporcionando fácil adaptação aos operado-
res ainda inexperientes;

• possibilitam interação com a máquina, permitindo, por exemplo, realizar ajustes na vazão da
distribuição dos corretivos e fertilizantes;

• podem reconhecer diferentes sinais de satélites recebidos pelos receptores, dos sinais C/A
aos L1 e L2. Além disso, podem captar as frequências emitidas tanto pelo sistema de navega-
ção por satélite Navstar como pelo Glonass;

• como os demais recursos tecnológicos estudados neste curso, as barras de luzes exigem
treinamento adequado, entregas técnicas (por parte do fornecedor) e consultas recorrentes
ao manual do fabricante

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Saiba Mais

Um diferencial importante na compra de um sistema de barra de luzes é a compatibilidade


com a tecnologia de comunicação digital serial Controller Area Network (CAN). Isso permite
que os sistemas de monitoramento sejam utilizados em qualquer equipamento construído
de acordo com normas internacionais de padronização de conectores, cabos, entradas para
memórias e outras funcionalidades de intercomunicação.

Recapitulando
Nesta aula, você estudou que os dois tipos de barras de luzes mais utilizados nas aplicações
de corretivos e fertilizantes são aqueles que utilizam apenas luzes de LEDs dispostas em linha
e aqueles nos quais as barras estão associadas a um monitor. Em ambos os casos, o operador
pode realizar ajustes no alinhamento do conjunto, proporcionando melhor distribuição dos pro-
dutos sobre o solo. Nas barras de luzes associadas ao monitor é possível realizar vários tipos de
ajustes a fim de adequar a aplicação aos princípios da Agricultura de Precisão, por exemplo, à
aplicação à taxa variável. Para tanto, o monitor deve se comunicar com os sensores e válvulas
responsáveis pela abertura dos mecanismos dosadores. Os monitores mais sofisticados resis-
tem às condições mais severas de trabalho no campo e podem captar sinais de vários sistemas
de navegação por satélite.

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Fonte: John Deere <http://blog.machinefinder.com>

Aula 3
Utilização da barra de luzes na aplicação de corretivos
e fertilizantes

Nas aulas anteriores deste módulo, você estudou que os dois tipos de barras de luzes mais en-
contrados no mercado melhoram a qualidade da distribuição dos corretivos e fertilizantes. Para
tanto, é importante identificar suas partes constituintes e compreender o seu funcionamento.
Apesar de ser facilmente operacionalizadas, o conhecimento sobre suas funções e formas de
utilização fazem com que todo o potencial de uso seja explorado. É necessário que o operador
seja treinado e que saiba utilizar as funções básicas, como executar os procedimentos de con-
figurações iniciais e definir os trajetos a serem realizados. Dessa forma, além de contribuir para
a adequada realização da operação, será realizada a manutenção correta do equipamento, que
terá maior vida útil, podendo ser utilizado por mais tempo na fazenda.

Ao final desta aula, você deve ser capaz de compreender o funcionamento da barra de luzes nas
máquinas agrícolas utilizadas na distribuição de corretivos e fertilizantes.

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Tópico 1
Montagem e configuração do equipamento

As barras de luzes mais modernas são de fácil emprego, desde que o operador tenha certa qua-
lificação, a fim de conseguir ler e interpretar informações às vezes descritas por imagens ou
símbolos. Os cuidados gerais com a manutenção e a rapidez na tomada de decisão devem ser
considerados no momento de se selecionar o operador para trabalhar com essa ferramenta.

Em geral, as barras de luzes possuem poucas partes constituintes:

• receptor com antena do sinal GNSS;


• cabo de conexão do receptor ao monitor;
• cabo de alimentação de energia;
• suporte para fixação; e
• monitor.

A montagem dessas peças pode ser feita em qualquer parte do trator. Primeiramente, deve-se
fixar a antena em alguma parte central do trator, podendo ser sobre o capô ou no teto da cabine,
tomando-se o devido cuidado de realizar uma fixação adequada. Normalmente, os fabricantes
fornecem ventosas ou bases colantes feitas de ímã para esse fim. É importante que o local de
fixação esteja limpo para proporcionar boa aderência.

Cabo de
alimentação
Antena do
receptor GNSS

Cabo de ligação Barra de luzes


antena-monitor com monitor

Fonte: Jacto

O suporte da tela é fixado em local onde o operador possa realizar todas as suas tarefas e ainda
conferir na tela o seu alinhamento e monitorar o funcionamento de todo o sistema durante a
operação. Assim, o suporte pode ser colocado no vidro do para-brisa ou em uma das colunas de
fixação da capota. Geralmente, a base do suporte é constituída de uma ventosa. O monitor é co-
locado no suporte articulado, que permite movimentação em algumas direções, de forma a ser

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mais bem visualizado pelo operador. Em seguida, deve-se conectar o cabo da antena do receptor
ao monitor e o cabo que liga o monitor ao ponto de energia disponível no trator.

Saiba Mais

Tenha sempre em mente que os procedimentos utilizados para configurar o monitor da


barra de luzes variam de acordo com o fabricante. Portanto, é importante ler com atenção
todo o manual para esclarecer o funcionamento e tirar eventuais dúvidas. O manual é a uma
valiosa fonte de informação e deve ser preservado para possibilitar consultas a qualquer
momento. Muitas fazendas disponibilizam para os operadores apenas cópias dos manuais,
deixando os originais guardados no escritório.

Ao adquirir uma barra de luzes, é importante solicitar uma entrega técnica por parte do fornece-
dor. Preferencialmente, devem-se adquirir equipamentos de fornecedores que possuem reven-
das autorizadas próximas à fazenda para o caso de se necessitar de uma rápida reposição de
peças, ou mesmo de assistência no local.

Apesar de não existir uma configuração padrão, alguns procedimentos são comuns à maioria das
barras de luzes, como os descritos a seguir.

Definição da largura nominal de trabalho

Neste procedimento, deve-se atentar para a unidade de medida utilizada. Ela deve ser a mes-
ma para todas as outras distâncias a serem referenciadas no monitor.

Definição da posição da antena

Deve-se indicar a posição horizontal e vertical da antena em relação ao centro do distribui-


dor de corretivos e fertilizantes, pois a referência de todo o monitoramento pelo satélite é a
posição da antena. Para tanto, deve-se informar no monitor a altura da antena, sua distância
à frente ou com relação à parte de trás, à esquerda ou à direita do centro do distribuidor.

Definição das seções a serem utilizadas

Esta função é utilizada quando se deseja trabalhar apenas com parte das aberturas do distri-
buidor. Nesse caso, o equipamento deve ser dotado de válvulas que permitam a abertura e
o fechamento separadamente.

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Definição das guias de referências

Essa é uma das partes mais importantes durante a preparação da barra de luzes. Trata-se da
definição do percurso que o equipamento vai realizar. Em geral, existem três possibilidades
de percurso.

• Em linha reta: permite definir um ponto inicial, chamado de ponto A, e um ponto final,
chamado de ponto B. Entre esses dois pontos, o monitor desenha uma reta de referência.
Essa função é utilizada em terrenos planos, com formatos quadrados ou retangulares.
• Em círculo: ao definir o ponto inicial A, o monitor mostra uma guia em forma circular como
caminho. Os círculos são concêntricos e iniciarão na parte de fora do círculo em direção ao
centro com incrementos da largura programada. Essa função é mais empregada em plan-
tio sob pivô central, no qual o trator deve percorrer o mesmo sentido das linhas de plantio.
• Em curva: permite definir um ponto inicial A e outro final B. Em seguida, é mostrada uma linha
de acordo com o percurso feito pelo equipamento entre os dois pontos. A função em curva é
utilizada principalmente quando o trator deve percorrer um trajeto seguindo curvas de nível.

Depois de observar o esquema de um monitor abaixo, acompanhe a definição dos pontos dos
trajetos a partir de um sistema de barra de luzes.

Ponto de ajuste A/Diminuir


brilho dos LEDs/Botão
A B C D diminuir espaçamento
Ponto de ajuste B/Botão
centralizar pista
Ponto de ajuste C/Aumentar
brilho dos LEDs/Botão
aumentar espaçamento
Botão modo
LED indicador de entrada do
operador
LED indicador de qualidade
de sinal do GPS

LEDs (Verdes) indicadores de LEDs (Vermelhos)


rastreamento centralizado indicadores de rastreamento
de desvio à esquerda/
LEDs (Vermelhos) Diminuir rastreamento
indicadores de rastreamento de
desvio à direita/Aumentar
rastreamento
Fonte: <https://stellarsupport.deere.com/pt_BR/Support/pdf/ompfp10057_Lightbar.pdf>.

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 Para a definição dos trajetos, deve-se posicionar o trator no
ponto A, que representa o ponto de início da operação. Em geral,
B C as telas dos monitores indicam para o operador o momento de
se pressionar a tecla com a letra correspondente ao ponto que
X
deve ser marcado.

Nesse caso, a tecla irá piscar, indicando a necessidade de defini-


ção desse ponto. Em seguida, o operador deve realizar o percurso
desejado e, ao final dele, parar o trator e pressionar a tecla B, que
deverá estar piscando. Assim, o trajeto A-B terá sido registrado.
Em seguida, o operador faz a manobra de cabeceira e posiciona
o trator a fim de realizar o retorno em um espaçamento entre
passadas previamente definido. Nesse momento, é registrado o
ponto C, que será definido como distância entre as passadas.

Assim, definem-se as linhas paralelas ao trajeto inicial A-B, que


A são mostradas na tela do monitor. Sempre que o trator sair des-
se alinhamento, o operador será avisado para retornar ao alinha-
Fonte: John Deere mento correto. Isso pode ser feito por meio de seta indicando
a direção a ser tomada, ou por meio de LEDs vermelhos que se
acendem. Nesse caso, a quantidade de LEDs que se acenderá
será proporcional ao tamanho do afastamento do alinhamento.
Para corrigi-lo, o operador deverá direcionar o trator na direção
dos LEDs vermelhos, que se apagarão à medida que o alinha-
mento for corrigido.

No exemplo abaixo, a barra de luzes com monitor indica a área aplicada em amarelo.

Fonte: Trimble <www.trimble.com>

Agricultura de Precisão na Distribuição de Corretivos e Fertilizantes » 21


Os LEDs verdes estão localizados na parte central da barra de luzes e, quando acesos, indicam
que o alinhamento está mantido.

Exemplo

Uma pequena simulação de configuração e operação de uma barra de luzes foi feita pela
Plantium AG-Electronica, empresa sediada em Curitiba-PR. Com acesso à internet, visite o
endereço a seguir para visualizá-la:

<http://www.plantium.com.br/Resources/Puntoab.swf>

Recapitulando
Nesta aula, você estudou que as barras de luzes podem ser utilizadas sem muita dificuldade, des-
de que o operador esteja familiarizado com as suas partes constituintes e com os procedimentos
de configurações básicas. A fixação de cada componente deve ser feita de forma atenta e crite-
riosa, a fim de proporcionar adequada estabilidade durante a operação. Dentre as configurações
básicas, destaca-se a padronização das unidades de medidas, a definição da posição da antena
sobre o trator em relação ao centro do distribuidor de corretivo e fertilizante e a definição dos
trajetos. Após a definição do primeiro trajeto, o operador visualizará na tela linhas paralelas que
deverão ser seguidas. Elas representam o alinhamento e o operador será avisado caso ele não
seja acompanhado.

Nas próximas páginas, você vai encontrar a atividade de aprendizagem para verificar os conhe-
cimentos construídos ao longo deste módulo. Não esqueça que você deve entrar no Ambiente
de Estudos para registrar as respostas no sistema, que também vai liberar o próximo módulo de
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Siga em frente e aproveite a atividade!

Agricultura de Precisão na Distribuição de Corretivos e Fertilizantes » 22


Atividade de aprendizagem
Você chegou ao final do Módulo 3 do Curso Agricultura de Precisão na Distribuição de Corretivos
e Fertilizantes. A seguir, você realizará algumas atividades relacionadas ao conteúdo estudado
neste módulo. Lembre-se que as repostas devem ser registradas no Ambiente de Estudos, onde
você também terá um feedback, ou seja, uma explicação para cada questão.

1. Considerando a importância das barras de luzes para a distribuição de corretivos e fertilizan-


tes, analise a alternativa correta:

a) A distribuição de corretivos e fertilizantes é uma operação que pode ser feita sem a neces-
sidade de orientação entre passadas.

b) Para garantir uniformidade na distribuição dos corretivos e fertilizantes não se pode ter
sobreposição entre as passadas durante as aplicações.

c) Os marcadores de linha tipo discos riscadores e espumas são muito eficientes e têm de-
sempenho superior às barras de luzes.

d) As barras de luzes permitem que o operador visualize o alinhamento do trator e que reali-
ze ajustes na direção quando necessário.

2. Considerando os tipos de barras de luzes descritos na Aula 2, assinale a alternativa correta.

a) As barras de luzes associadas ao monitor permitem ao operador visualizar várias informa-


ções da aplicação e realizar ajustes ainda durante a aplicação.

b) As barras de luzes são constituídas de luzes fluorescentes para facilitar a visualização do


alinhamento.

c) As barras de luzes associadas ao monitor possuem softwares específicos que indicam o


alinhamento, não necessitando de sinais de GNSS.

d) Os monitores das barras de luzes são instalados sobre o para-lama do trator para facilitar
a visualização do direcionamento do alinhamento.

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3. Considerando o funcionamento das barras de luzes descrito na Aula 3, analise a alternativa
correta.

a) As barras de luzes possuem funcionamento muito simples e podem ser utilizadas por todos
os operadores, mesmo aqueles sem qualificação.

b) A antena do receptor GNSS deve ser posicionada no centro do equipamento distribuidor de


corretivos e fertilizantes.

c) A definição do trajeto A-B-C se refere à primeira passada do trator e, a partir dela, linhas
paralelas são estabelecidas.

d) Quando os LEDs vermelhos estão acesos, indicam que o deslocamento do trator excedeu a
velocidade programada de trabalho.

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