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São Paulo
2023
PECE - Programa de Educação Continuada
Escola Politécnica da USP
MBA em Gestão e Engenharia de Produtos e Serviços
Monografia
Banca Examinadora
Prof. Guilherme Canuto da Silva (Orientador)
Prof.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
OLIVEIRA, F. M. P., (2023). Controle e monitoramento remotos de sistemas de
irrigação com pivô central. Trabalho de Monografia em Gestão e Engenharia de Produtos e
Serviços - MBA, Programa de Educação Continuada, Escola Politécnica da USP, São Paulo,
SP, 41p.
RESUMO
A agricultura no Brasil é um dos setores que mais geram receitas, só em 2021 este mercado
movimentou U$ 105,1 bilhões, cerca de 19,8% a mais que no ano anterior.(COSTA, 2021)
Naturalmente, devido ao seu porte, essa atividade consome uma grande quantidade de
recursos, destes a água. A disposição de água é um fator determinante para a viabilidade da
atividade agrícola, não é atoa que áreas dotadas de reservas naturais de água próximas são
preferíveis para o estabelecimento desta atividade. Além da disposição do recurso, há a
necessidade de se distribuir esse recurso por toda a área cultivada, isso impulsionou a
criação de sistemas de irrigação, com ênfase nos sistemas com pivô central.(ANA, 2016)
Tendo em mente a importância em fazer o uso inteligente deste recurso vital à atividade é
que se propõe neste trabalho um sistema de controle e monitoramento remotos de irrigação
feita com pivô central, de forma que se proporcione uma melhor visibilidade e eficiência na
utilização dos recursos hídricos disponíveis.
Lista de Figuras 6
Lista de tabelas 7
1 INTRODUÇÃO 9
1.1 Contexto histórico 10
1.2 Justificativas do trabalho 11
1.3 Objetivo do trabalho 11
1.4 Estrutura do trabalho 11
2 IRRIGAÇÃO 13
2.1 Irrigação por Aspersão 14
3 REFERENCIAL TEÓRICO 18
3.1 Pivôs de irrigação 18
3.1.1 Funcionamento 19
3.1.2 Painel de controle 20
3.2 Elementos de controle 21
3.3 Elementos de comunicação 22
3.3.1 LoRaWAN 22
3.3.2 LoRa MESH 23
4 DESENVOLVIMENTO 25
4.1 Metodologia 25
4.2 Visita em campo 25
4.3 Esboço do projeto 29
4.3.1 Quadro de controle do pivô 29
4.3.2 Comunicação via rádio 31
4.3.3 Central de comando (sede) 32
4.3.4 Plataforma digital 32
5 Modelo de negócio 34
5.1 Modelo de receita: 34
5.2 Estratégia de marketing: 34
5.3 Vantagens competitivas: 35
5.4 Estrutura de custos 35
5.5 Precificação 36
6 Considerações finais e conclusão 38
REFERÊNCIAS 39
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO
A agricultura irrigada no Brasil teve início entre o final do século XIX e o início do
século XX nas lavouras de arroz do Rio Grande do Sul, se tornando um importante pólo de
irrigação desde então. Posteriormente, nas décadas de 1970 e 1980, a irrigação ganhou
força no cenário nacional devido à expansão da agricultura para regiões menos favoráveis à
atividade. Somente nas duas últimas décadas a dimensão das áreas cresceu cerca de
66%, passando de 130 mil hectares (2000-2011) para um total de 216 mil hectares
(2012-2019). O tipo de cultura e a clima local definem o método de irrigação mais adequado,
grãos como soja, feijão e milho usualmente são irrigados por aspersão por pivô
central.(ANA, 2021)
A Figura 1.1 mostra um mapa com a distribuição dos 4 principais métodos de irrigação no
país.
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Infelizmente essa estratégia de expansão não foi o suficiente para que o crescimento
da produção suprisse a demanda por alimentos, o que fez necessário focar em aumentar a
produtividade das culturas. Diante desse cenário, intensificou-se os incentivos à pesquisa e
desenvolvimentos de técnicas e tecnologias que resultam em uma maior produtividade, o
que fez com que o agronegócio brasileiro se transformasse em um dos mais promissores do
planeta. Uma métrica para essa transformação é o crescimento na produção de grãos entre
1975 e 2017, partindo de 38 milhões de toneladas e atingindo a marca de 236 milhões, um
crescimento de mais de seis vezes. Sabendo que área de cultivo dobrou nesse período, é
possível evidenciar o ganho de produtividade por área cultivada, fruto de modernizações
implementadas.(EMBRAPA, 2017)
Capítulo 2: Irrigação
Este capítulo tem como objetivo explorar as diferentes técnicas de irrigação utilizadas
na agricultura moderna, analisando suas características, benefícios e limitações. Através
desse estudo, busca-se fornecer uma compreensão aprofundada das opções disponíveis,
permitindo fundamentar a proposta deste projeto.
Capítulo 4: Desenvolvimento
Neste capítulo será abordado o modelo de negócios para este projeto, levando em
consideração aspectos como visão geral do modelo de negócios, segmento de mercado,
análise da concorrência, estratégia de precificação, canais de distribuição, estrutura de
receita, parcerias estratégicas e estratégia de crescimento.
Por fim, neste capítulo será avaliada a viabilidade do projeto a fim de descobrir se o
objetivo proposto foi alcançado de forma satisfatória ou não.
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2 IRRIGAÇÃO
aplicação da água é feita por emissores que operam sob pressão e localizam
o volume de água necessário nas áreas de interesse; (c) irrigação por
superfície – utilizam a superfície do solo para conduzir a água que deve ser
aplicada à área a ser irrigada; e (d) irrigação subterrânea – consiste na
aplicação de água ao subsolo pela formação de um lençol freático de água
artificial ou pelo controle de um natural, mantendo-o a uma profundidade
conveniente, capaz de proporcionar um fluxo satisfatório de água à zona
radicular da cultura, satisfazendo as suas necessidades no processo de
evapotranspiração. Como se observa, a irrigação por aspersão e a
microirrigação são métodos pressurizados e a irrigação por superfície e a
subterrânea são métodos não pressurizados.
Neste trabalho o foco será dado ao método de irrigação por aspersão utilizando
sistemas de pivô central, o qual tem sido aplicado em grandes lavouras por todo o país.
● pode ser utilizado em solos arenosos, por permitir irrigações frequentes e com menor
quantidade de água;
● alta eficiência de condução, pois evita perdas de água por infiltração, escorrimento e
evaporação;
● pode interferir em alguns tratos culturais por lavar a parte aérea das plantas;
● pode provocar compactação e erosão do solo quando são utilizadas altas taxas de
aplicação de água.
3 REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capítulo serão explicados os princípios técnicos dos elementos que compõem
o sistema proposto, figura 3.1, neste trabalho.
Esse sistema de irrigação é geralmente usado para irrigar grandes áreas de cultivo,
como campos de grãos, pastagens e pomares. O pivô central de irrigação é eficiente e
econômico, pois pode cobrir grandes áreas com uma quantidade mínima de água, reduzindo
o desperdício de água e o custo da irrigação.
3.1.1 Funcionamento
A água é então direcionada para um ponto central, chamado de pivô, através de uma
tubulação principal. O pivô é montado em um sistema de suporte em forma de pórtico, que é
geralmente equipado com rodas ou pneus para permitir a rotação.
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Ao girar, o pivô central de irrigação libera água através de uma série de aspersores,
que distribuem a água uniformemente sobre a área a ser irrigada. Os aspersores são
espaçados ao longo do comprimento do pivô, e são projetados para fornecer uma cobertura
completa e uniforme da área irrigada.
No final do ciclo de irrigação, o pivô central retorna ao seu ponto de partida inicial e
desliga automaticamente, pronto para a próxima sessão de irrigação. Este processo é
repetido várias vezes durante a temporada de cultivo, garantindo que as plantas recebam a
quantidade ideal de água para um crescimento saudável e produtivo.
3.3.1 LoRaWAN
LoRaMesh é uma rede de malha sem fio baseada na tecnologia LoRaWAN (Long
Range Wide Area Network), que permite a comunicação entre dispositivos LoRa em uma
rede local, sem a necessidade de conexão com a internet. (COTRIM, KLEINSCHMIDT,
2020)
Em uma rede LoRaMesh, os dispositivos LoRa são configurados para atuar como
roteadores, retransmitindo dados entre os dispositivos, formando uma rede de malha. Isso
permite que os dados sejam transmitidos por vários caminhos, aumentando a robustez e a
confiabilidade da rede.
Uma das principais vantagens da rede LoRaMesh é que ela é altamente escalável e
pode ser facilmente expandida adicionando mais dispositivos finais ou gateways. Além
disso, como a rede é baseada em uma tecnologia de baixa potência, ela é adequada para
aplicações em que a vida útil da bateria é crítica.
Com isso, foi selecionado o módulo LoRaMESH, figura 3.3.2.1, que é produzido pela
Radioenge, uma empresa nacional, pois além de permitir a topologia desejada, rede
LoRaMESH, tem grande disponibilidade do mercado, o que é vantajoso quanto a
manutenibilidade do sistema, e possui uma implementação facilitada pelos softwares de
configuração da fabricante.
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4 DESENVOLVIMENTO
4.1 Metodologia
A fim de entender com mais profundidade o contexto para o qual o projeto está
sendo desenvolvido, foi feita uma visita de campo em uma fazenda que possuía quatro pivôs
centrais de irrigação. Durante a visita, foi feito um levantamento de requisitos aos quais o
sistema deveria atender.
Em posse dessas informações, foi feito um esboço do projeto, que em seguida foi
segmentado e desenvolvido separadamente.
Para a visita foi elaborado um roteiro que se iniciou na sede, com uma
contextualização da dinâmica de utilização dos pivôs, seguindo para os reservatórios de
água, casa de máquinas, que continham as bombas de água, e por fim os pivôs.
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Outro ponto importante para o projeto é a comunicação, pois os pivôs estão muito
distantes entre si, o que dificulta algumas estratégias de comunicação por cabeamento e faz
necessária a utilização de uma tecnologia sem fio de longo alcance.
Além dos pivôs, o agricultor comentou que seria proveitoso se o sistema também
pudesse controlar as motobombas que distribuem água do reservatório principal até os
reservatórios secundários.
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A figura 4.2.3 mostra as tarifas cobradas na região de acordo com a ANEEL. Por se
tratar de uma região rural, é utilizada a Tarifa Branca.
Tendo em vista a diferença entre os valores de tarifa, faz sentido adotar estratégias
para operar o sistema de irrigação nos horários em que a tarifa é menor.
Além disso, o agricultor disse ter buscado sistemas de controle já existentes, porém
seu custo era muito elevado, o que inviabiliza a aquisição.
● baixo custo.
● Uma interface de usuário que permite aos usuários monitorar e controlar o sistema
de irrigação, como um aplicativo móvel ou um software de desktop.
Indo para os custos temos o quadro de controle como sendo um parâmetro de alta
variabilidade, então é difícil estimar um valor pois cada fabricante possui um ticket de
entrada diferente. A diante, temos o custo do CLP e sua respectiva IHM. Para o projeto foi
escolhido o Clic 02 da WEG (Figura 4.3.1.2), um CLP mais simples que atende os requisitos
funcionais do projeto de entradas e saídas digitais e uma canal de comunicação Modbus
para integração com o sistema de comunicação via rádio. Esse controlador possui um custo
por volta de 1.500,00 reais.
No centro da figura está a sede da fazenda e nela ficará instalado o gateway central,
as torres ao redor representam as torres fixas dos pivôs de irrigação, cada uma dotada de
um módulo de comunicação LoRaMESH, figura 3.3.2.1. O custo atualmente de um módulo
LoRaMESH é em torno de 350,00.
Para o projeto foi escolhido utilizar a topologia LoRaMESH, em que cada dispositivo
atua como um nó da rede, recebendo e transmitindo dados dos outros dispositivos próximos.
Dessa forma a rede é auto-organizável e pode se expandir à medida que mais dispositivos
são adicionados, criando uma rede de malha (mesh network) que se adapta às variações do
ambiente.
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É perceptível que para este caso em específico a topologia LoRaMesh não se mostra
muito vantajosa, mas caso a sede fosse posicionada em uma das extremidades da
propriedade ou em uma futura expansão das áreas cultiváveis, essa abordagem evidenciaria
a sua vantagem estratégica.
5 MODELO DE NEGÓCIO
Pensando em criar uma identidade para o projeto decidiu-se por nomear a empresa
como AgroControl.
Tabela 5.4.1: Estimativa da estrutura de custos nos primeiros anos de operação em reais.
5.5 Precificação
Por fim, a KREBS foi a empresa que mostrou o menor custo entre as três, em torno
de 56.890,00 reais por pivô.
Custos do Projeto
Pode-se acrescentar ainda um custo por pivô de 2.000,00 para eventuais insumos
como cabeamento, suportes etc.
A partir do que foi exposto, podemos dizer que é possível sim projetar e fabricar um
sistema de controle e monitoramento de pivôs de irrigação a um baixo custo. É claro que
este trabalho se limitou a teorias em contraponto à anos de experiência de mercado que as
empresas presentes do mercado tem, as quais já passaram por diversos ciclos de melhorias
dos seus produtos, aumentando principalmente a confiabilidade de seus sistemas, já que
estes lidam com um elemento vital para o sucesso da agricultura. Adicionalmente, foi
possível notar diversas oportunidades de agregar uma maior entrega de valor ao cliente
observando a concorrência, como por exemplo integrando sensores de umidade e a
geolocalização dos pivôs, pois é algo que possui um baixo custo, mas um alto valor para o
usuário.
Outro ponto interessante que traria uma maior visibilidade dos benefícios do sistema
proposto seria ter a métrica da economia de energia proporcionada pelo sistema, todavia
para obter tal informação seria necessário medir o consumo dos pivôs depois da instalação,
fazendo isso por um longo período de forma a registrar todas as sazonalidades pertinentes e
após um período comparar com os custos dos anos anteriores.
Em suma, o projeto cumpre com seu objetivo e necessita passar por uma fase de
implementação para que possa evoluir e comprovar sua eficiência.
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REFERÊNCIAS
● RANGEL, R. Qual a diferença entre LoRa e LoRaWAN? [S. l.]: Xtech Solutions, 2020.
Disponível em:
https://xtech.com.br/Blog/Qual-A-Diferenca-Entre-Lora-E-Lorawan/b/182/. Acesso
em: 3 abr. 2023.
● axhibeqiri, J.; De Poorter, E.; Moerman, I.; Hoebeke, J. A Survey of LoRaWAN for
H
IoT: From Technology to Application. Sensors 2018, 18, 3995.
https://doi.org/10.3390/s18113995
● CRAVO, E. O que é Controlador Lógico Programável (CLP) e como funciona. [S. l.: s.
n.], 2021. Disponível em: https://blog.kalatec.com.br/controlador-logico-programavel/.
Acesso em: 16 mar. 2023.
● J OÃO PAULO PENNACCHI. Pivô central: Quando vale a pena investir? (+ planilha
grátis). [S. l.: s. n.], 2021. Disponível em: https://blog.aegro.com.br/pivo-central/.
Acesso em: 26 abr. 2023.
● ROTO. Devo usar a irrigação por aspersão? Entenda aqui! - Blog | Broto: Seu Jeito
B
Digital de Fazer Agro! [S. l.: s. n.], 2022. Disponível em:
https://blog.broto.com.br/irrigacao-por-aspersao/. Acesso em: 26 abr. 2023.
● IVÔ
P - BAUER BRASIL. [S. l.: s. n.], 2023. Disponível em:
https://www.bauer-br.com/pt/produkte/irrigacao/pivo/. Acesso em: 26 abr. 2023.
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● EVISTA CULTIVAR. Lindsay lança painéis ZIMMATIC com tecnologia para facilitar
R
irrigação | Revista Cultivar. [S. l.: s. n.], 2020. Disponível em:
https://revistacultivar.com.br/noticias/lindsay-lanca-paineis-zimmatic-com-tecnologia-p
ara-facilitar-irrigacao. Acesso em: 26 abr. 2023.