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Francisco Matheus Pereira de Oliveira

CONTROLE E MONITORAMENTO REMOTOS DE SISTEMAS DE


IRRIGAÇÃO COM PIVÔ CENTRAL

São Paulo
2023
PECE - Programa de Educação Continuada
Escola Politécnica da USP
MBA em Gestão e Engenharia de Produtos e Serviços

Monografia

CONTROLE E MONITORAMENTO REMOTOS


DE SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO COM PIVÔ
CENTRAL
POR,

Francisco Matheus Pereira de Oliveira

Banca Examinadora
Prof. Guilherme Canuto da Silva (Orientador)

Prof.

São Paulo, Junho de 2023


FICHA CATALOGRÁFICA
FRANCISCO MATHEUS PEREIRA DE OLIVEIRA
Controle e monitoramento remotos de sistemas de irrigação com pivô central,

[São Paulo] 2023.

41p., 297 mm (PECE/Poli, MBA. Trabalho de Monografia – Universidade de São


Paulo.

1.Pivô de irrigação 2.Agricultura


3.Interface de Controle 4.Baixo Custo

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
OLIVEIRA, F. M. P., (2023). Controle e monitoramento remotos de sistemas de
irrigação com pivô central. Trabalho de Monografia em Gestão e Engenharia de Produtos e
Serviços - MBA, Programa de Educação Continuada, Escola Politécnica da USP, São Paulo,
SP, 41p.
RESUMO

OLIVEIRA, Francisco. CONTROLE E MONITORAMENTO DE SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO


COM PIVÔ CENTRAL. 2023. Monografia (MBA em Gestão e Engenharia de Produtos e
Serviços) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2023.

A agricultura no Brasil é um dos setores que mais geram receitas, só em 2021 este mercado
movimentou U$ 105,1 bilhões, cerca de 19,8% a mais que no ano anterior.(COSTA, 2021)
Naturalmente, devido ao seu porte, essa atividade consome uma grande quantidade de
recursos, destes a água. A disposição de água é um fator determinante para a viabilidade da
atividade agrícola, não é atoa que áreas dotadas de reservas naturais de água próximas são
preferíveis para o estabelecimento desta atividade. Além da disposição do recurso, há a
necessidade de se distribuir esse recurso por toda a área cultivada, isso impulsionou a
criação de sistemas de irrigação, com ênfase nos sistemas com pivô central.(ANA, 2016)
Tendo em mente a importância em fazer o uso inteligente deste recurso vital à atividade é
que se propõe neste trabalho um sistema de controle e monitoramento remotos de irrigação
feita com pivô central, de forma que se proporcione uma melhor visibilidade e eficiência na
utilização dos recursos hídricos disponíveis.

Palavras-chave: AGRICULTURA, IRRIGAÇÃO, MONITORAMENTO, CONTROLE.


SUMÁRIO

Lista de Figuras 6
Lista de tabelas 7
1 INTRODUÇÃO 9
1.1 Contexto histórico 10
1.2 Justificativas do trabalho 11
1.3 Objetivo do trabalho 11
1.4 Estrutura do trabalho 11
2 IRRIGAÇÃO 13
2.1 Irrigação por Aspersão 14
3 REFERENCIAL TEÓRICO 18
3.1 Pivôs de irrigação 18
3.1.1 Funcionamento 19
3.1.2 Painel de controle 20
3.2 Elementos de controle 21
3.3 Elementos de comunicação 22
3.3.1 LoRaWAN 22
3.3.2 LoRa MESH 23
4 DESENVOLVIMENTO 25
4.1 Metodologia 25
4.2 Visita em campo 25
4.3 Esboço do projeto 29
4.3.1 Quadro de controle do pivô 29
4.3.2 Comunicação via rádio 31
4.3.3 Central de comando (sede) 32
4.3.4 Plataforma digital 32
5 Modelo de negócio 34
5.1 Modelo de receita: 34
5.2 Estratégia de marketing: 34
5.3 Vantagens competitivas: 35
5.4 Estrutura de custos 35
5.5 Precificação 36
6 Considerações finais e conclusão 38
REFERÊNCIAS 39
LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 - Distribuição dos principais métodos de irrigação.

Figura 2.1 - Irrigação.

Figura 2.1.1 - Irrigação por aspersão.

Figura 2.1.2 - Aspersores Fixos

Figura 2.1.3 - Aspersores rotativos

Figura 2.1.4 - Pivô linear

Figura 2.1.5 - Pivô central

Figura 3.1 - Esboço do sistema em funcionamento

Figura 3.1.1 - Estrutura e componentes de um pivô central

Figura 3.1.2.1 - Painel de controle pivô

Figura 3.2.1 - PLC

Figura 3.3.1.1 - Rede LoRaWAN

Figura 3.3.2.1 - Módulo LoRaMESH

Figura 3.3.2.2 - Módulo Gateway

Figura 4.2.1 - Visão por satélite da fazenda.

Figura 4.2.2 - Quadro de controle do pivô.

Figura 4.2.3 - Tarifa de energia da região da fazenda.

Figura 4.3.1.1 - Padronização do quadro de controle do pivô.

Figura 4.3.1.2 - CLIC02 WEG

Figura 4.3.2.1 - Esboço da comunicação

Figura 4.3.3.1 - Esboço do servidor local na sede da fazenda

Figura 4.3.4.1 - Esboço da página principal da plataforma digital.

Figura 4.3.4.2 - Esboço da página de gerenciamento de dispositivos da plataforma


digital.
LISTA DE TABELAS

Tabela 5.4.1 - Estimativa da estrutura de custos nos primeiros anos de operação em


reais.

Tabela 5.5.1 - Custos de hardware do projeto.


9

1 INTRODUÇÃO

Segundo o Relatório mundial das Nações Unidas sobre desenvolvimento dos


recursos hídricos 2021, o uso de água doce aumentou seis vezes nos últimos cem anos e
tende a continuar a crescer a uma taxa de 1% a cada ano. Grande parte desse consumo
vem da agricultura, em uma média global tem se cerca de 69% do volume de água
destinada à atividade, sendo o uso principalmente na irrigação. No Brasil essa proporção é
ainda maior, cerca de 72%.(KONCAGUL, 2021)

A agricultura irrigada no Brasil teve início entre o final do século XIX e o início do
século XX nas lavouras de arroz do Rio Grande do Sul, se tornando um importante pólo de
irrigação desde então. Posteriormente, nas décadas de 1970 e 1980, a irrigação ganhou
força no cenário nacional devido à expansão da agricultura para regiões menos favoráveis à
atividade. Somente nas duas últimas décadas a dimensão das áreas cresceu cerca de
66%, passando de 130 mil hectares (2000-2011) para um total de 216 mil hectares
(2012-2019). O tipo de cultura e a clima local definem o método de irrigação mais adequado,
grãos como soja, feijão e milho usualmente são irrigados por aspersão por pivô
central.(ANA, 2021)

A Figura 1.1 mostra um mapa com a distribuição dos 4 principais métodos de irrigação no
país.
10

Figura 1.1 - Distribuição dos principais métodos de irrigação.

Fonte: Atlas de irrigação - ANA (2016)

1.1 Contexto histórico

No último século, o crescimento populacional ocorreu de forma acelerada, partindo


de 1,56 bilhões de habitantes no início do século XX para 6,1 bilhões no início do século
XXI, um aumento de 291%.(ALVES, 2011) Esse crescimento fez com que fosse necessário
uma expansão na produção de alimentos a fim de conseguir suprir a nova demanda, porém
esta não é uma tarefa fácil.

No Brasil a produção de alimentos sofreu diversas mudanças na segunda metade do


século XX, o país que antes tinha uma balança comercial predominantemente importadora
de alimentos, após uma série de mudanças feitas no setor agropecuário o país passou a ser
um dos principais exportadores de alimentos do mundo.(EMBRAPA, 2017)

Segundo Edward Schuh e Eliseu Alves, em um estudo sobre a agricultura do Brasil,


publicado em 1971, a baixa produção agrícola nacional estava ligada à falta de
conhecimento com relação ao solos tropicais e como utilizá-los da melhor forma.(SCHUHG,
1971) Nesse contexto, a alternativa encontrada na época para aumentar a produção
agrícola foi a expansão das áreas cultiváveis, o que causou danos irreversíveis a diversos
biomas adjacentes às áreas de cultivo.
11

Infelizmente essa estratégia de expansão não foi o suficiente para que o crescimento
da produção suprisse a demanda por alimentos, o que fez necessário focar em aumentar a
produtividade das culturas. Diante desse cenário, intensificou-se os incentivos à pesquisa e
desenvolvimentos de técnicas e tecnologias que resultam em uma maior produtividade, o
que fez com que o agronegócio brasileiro se transformasse em um dos mais promissores do
planeta. Uma métrica para essa transformação é o crescimento na produção de grãos entre
1975 e 2017, partindo de 38 milhões de toneladas e atingindo a marca de 236 milhões, um
crescimento de mais de seis vezes. Sabendo que área de cultivo dobrou nesse período, é
possível evidenciar o ganho de produtividade por área cultivada, fruto de modernizações
implementadas.(EMBRAPA, 2017)

1.2 Justificativas do trabalho

Tendo em vista a importância e a dimensão do mercado agrícola, se torna notória a


busca por técnicas e tecnologias que não somente elevem a produção, a fim de atender a
demanda crescente, mas também elevem a eficiência do setor produtivo, ou seja, produzir
mais consumindo menos recursos.

Como foi dito anteriormente, a água é um dos recursos fundamentais e


determinantes para a viabilidade da atividade. Tendo isso em mente, se torna imprescindível
que se tenha um bom gerenciamento e controle desse recurso.

Atualmente existem soluções de mercado que permitem fazer o controle e


monitoramento dos sistemas de irrigação, como por exemplo o comercializado pela empresa
KREBS, o qual permite iniciar e pausar remotamente a irrigação. Porém essas soluções têm
custos elevados, o que inviabiliza a aquisição para agricultores de menor porte. (KREBS,
2018)

1.3 Objetivo do trabalho

O objetivo deste trabalho é desenvolver um sistema economicamente mais acessível


de controle e monitoramento de irrigação com pivô central, de forma que seja mais
facilmente adaptado a sistemas de irrigação preexistentes.

1.4 Estrutura do trabalho

O trabalho será dividido em:


12

Capítulo 2: Irrigação

A irrigação desempenha um papel fundamental na agricultura, permitindo o


fornecimento controlado de água às plantas, independentemente das condições climáticas e
da disponibilidade natural de chuva. Através de técnicas de irrigação adequadas, é possível
otimizar o uso dos recursos hídricos, maximizar a produtividade das culturas e garantir a
segurança alimentar em regiões onde a água é escassa ou irregularmente distribuída.

Este capítulo tem como objetivo explorar as diferentes técnicas de irrigação utilizadas
na agricultura moderna, analisando suas características, benefícios e limitações. Através
desse estudo, busca-se fornecer uma compreensão aprofundada das opções disponíveis,
permitindo fundamentar a proposta deste projeto.

Capítulo 3: Referencial teórico

Neste capítulo serão introduzidas e explicadas as tecnologias que serão utilizadas


como ferramentas no desenvolvimento da solução proposta neste projeto. Começando pelo
pelo pivô central, que é o elemento principal do projeto, explicando seu funcionamento,
particularidades e aspectos relevantes. Em seguida serão abordados os elementos de
controle, pois desempenham um papel fundamental na modernização e automação do
sistema de irrigação tratado. Por fim, será explorado o sistema de comunicação e a
abordagem que serão utilizados.

Capítulo 4: Desenvolvimento

Para este capítulo será desenvolvida e detalhada a solução proposta. Partindo da


metodologia utilizada, o capítulo descreve o processo de compreensão com profundidade do
problema a ser solucionado por meio de uma visita de campo em uma propriedade que sofre
com um problema de controle e monitoramento dos seus pivôs de irrigação. Após isso, foi
possível levantar requisitos e estabelecer o escopo do projeto. Com esses elementos em
mãos, foi feito um esboço do projeto.

Capítulo 5: Modelo de negócio

Neste capítulo será abordado o modelo de negócios para este projeto, levando em
consideração aspectos como visão geral do modelo de negócios, segmento de mercado,
análise da concorrência, estratégia de precificação, canais de distribuição, estrutura de
receita, parcerias estratégicas e estratégia de crescimento.

Capítulo 6: Considerações finais e conclusão

Por fim, neste capítulo será avaliada a viabilidade do projeto a fim de descobrir se o
objetivo proposto foi alcançado de forma satisfatória ou não.
13

2 IRRIGAÇÃO

Irrigação significa a rega ou aplicação de água no solo utilizando métodos artificiais,


para a complementação ou parcialidade da necessidade hídrica das plantas, com o uso dos
recursos hídricos presentes na área. (RODRIGUES, 2018)

Figura 2.1 - Irrigação

Fonte: RODRIGUES, Tais. (2018)

Existem, em essência, quatro métodos distintos de irrigação disponíveis: o primeiro é


conhecido como irrigação por aspersão, onde a água é aplicada através de um jato sob
pressão no ar, por meio de simples orifícios ou bocais de aspersores. O segundo é a
microirrigação, ou irrigação localizada, em que a aplicação da água é realizada por
emissores que funcionam sob pressão e direcionam a quantidade necessária de água para
as áreas específicas que precisam ser irrigadas. O terceiro método é a irrigação por
superfície, que usa a superfície do solo para conduzir a água necessária para a área a ser
irrigada. Por fim, temos a irrigação subterrânea, que consiste na aplicação da água
diretamente no subsolo, através da formação de um lençol freático artificial ou do controle de
um lençol natural, mantendo-o a uma profundidade adequada para fornecer água suficiente
para a zona da cultura. (Frizzone, 2017)

De acordo com Frizzone(2017)

Existem, basicamente, quatro métodos de irrigação: (a) irrigação por


aspersão – a aplicação da água ao solo resulta da subdivisão de um jato
d’água lançado sob pressão no ar atmosférico, através de simples orifícios ou
de bocais de aspersores; (b) microirrigação, ou irrigação localizada – a
14

aplicação da água é feita por emissores que operam sob pressão e localizam
o volume de água necessário nas áreas de interesse; (c) irrigação por
superfície – utilizam a superfície do solo para conduzir a água que deve ser
aplicada à área a ser irrigada; e (d) irrigação subterrânea – consiste na
aplicação de água ao subsolo pela formação de um lençol freático de água
artificial ou pelo controle de um natural, mantendo-o a uma profundidade
conveniente, capaz de proporcionar um fluxo satisfatório de água à zona
radicular da cultura, satisfazendo as suas necessidades no processo de
evapotranspiração. Como se observa, a irrigação por aspersão e a
microirrigação são métodos pressurizados e a irrigação por superfície e a
subterrânea são métodos não pressurizados.

Neste trabalho o foco será dado ao método de irrigação por aspersão utilizando
sistemas de pivô central, o qual tem sido aplicado em grandes lavouras por todo o país.

2.1 Irrigação por Aspersão

Conforme observado pelo pesquisador Luís Fernando, da Embrapa, a irrigação por


aspersão é um método que permite um bom controle da quantidade de água aplicada. De
forma geral, a eficiência desse método está em torno de 70%, podendo alcançar até 90%
em alguns sistemas ou cair para cerca de 50% em condições climáticas severas. Fatores
como o vento, a umidade relativa do ar e a temperatura têm um grande impacto no uso da
irrigação por aspersão. O vento afeta a uniformidade da distribuição de água pelos
aspersores e, em conjunto com a temperatura e a umidade relativa do ar, contribui para a
perda de água por evaporação. (STONE, 2017)

Figura 2.1.1 - Irrigação por aspersão.


15

Fonte: PENNACCHI (2021).

O método apresenta as seguintes vantagens:

● se adapta a relevos (declividades mais acentuadas e superfícies menos uniformes);

● pode ser utilizado em solos arenosos, por permitir irrigações frequentes e com menor
quantidade de água;

● distribuição de água mais uniforme;

● interfere pouco nas práticas agrícolas e, em alguns sistemas, os acessórios facilitam


a rápida desmontagem do equipamento;

● alta eficiência de condução, pois evita perdas de água por infiltração, escorrimento e
evaporação;

● maior área disponível para a cultura devido à ausência de canais e sulcos;

● maior economia de mão de obra, quando os sistemas são permanentes ou


mecanizados;

● possibilita a irrigação durante o período noturno, aumentando o tempo de irrigação e


de utilização do equipamento;

● permite a aplicação de produtos químicos via água de irrigação;

● permite o uso de certas águas residuais por proporcionar grande oxigenação na


água;

● pode ser aplicado na redução da temperatura do ar e na proteção contra geadas. A


proteção se consegue com o calor liberado pelo congelamento da água.

Como desvantagens da aspersão, citam-se:

● sofre perdas significativas, por evaporação, em áreas de ventos fortes, elevadas


temperaturas e de baixa umidade;

● pode gerar um microclima propício a doenças nas plantas, devido o aumento da


umidade relativa do ar;

● pode interferir em alguns tratos culturais por lavar a parte aérea das plantas;

● pode danificar flores e plantas devido à força do jato de água;

● o método não permite o uso de água salina, sob a justificativa de preservar os


equipamentos;

● exige um alto investimento inicial;

● o sistema não é muito portátil, exigindo um grande esforço para mudança na


disposição e posicionamento do equipamento;
16

● pode provocar compactação e erosão do solo quando são utilizadas altas taxas de
aplicação de água.

O aspersor é o principal componente do sistema de aspersão. Sua finalidade é


pulverizar jatos de água para fornecer aplicações de irrigação na forma de água da chuva.
Os aspersores podem ser fixos, figura 2.1.2, ou rotativos, figura 2.1.3. Quando rotativos, eles
podem ser totalmente girados (360°) ou em leque, permitindo que o grau de rotação seja
ajustado. O ângulo mais comum de inclinação do jato em relação à horizontal é de 30°; no
entanto, um ângulo de 20°–22° é melhor para condições de vento forte. Nos sistemas de
irrigação por pivô linear, figura 2.1.4, e central, figura 2.1.5, são utilizados difusores fixos,
onde o jato d'água é finamente pulverizado pelo impacto nos anteparos cheios de ranhuras.
(STONE, 2017)

Figura 2.1.2 - Aspersores fixos

Fonte: Agro Pós (2020).

Figura 2.1.3 - Aspersores rotativos


17

Fonte: Broto (2022).

Figura 2.1.4 - Pivo Linear

Fonte: ResearchGate (2017).

Figura 2.1.5 - Pivô central

Fonte: Bauer Brasil (2023).


18

3 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo serão explicados os princípios técnicos dos elementos que compõem
o sistema proposto, figura 3.1, neste trabalho.

Primeiramente será feito um apanhado acerca do funcionamento de pivôs centrais de


irrigação e seus principais componentes. Em seguida, será explicado um pouco mais sobre
o Controlador Lógico Programável (CLP), que será responsável por interpretar as
mensagens e comandar o pivô. Mais adiante, será apresentada a tecnologia de
comunicação a ser utilizada chamada LORA, bem como suas particularidades.

Figura 3.1 - Esboço do sistema em funcionamento

Fonte: o autor (2023)

3.1 Pivôs de irrigação

Um pivô central de irrigação é um sistema de irrigação agrícola que utiliza um


conjunto de tubulações e aspersores montados em uma estrutura em forma de pórtico, ou
seja, uma sequência de torres concatenadas por meio tubulação/estrutura montada do topo.
A estrutura, como mostra a figura 3.1.1, gira em torno de um ponto central, que é chamado
de Torre Fixa ou centro do pivô. A torre fixa é suprida por uma Motobomba que joga a água
pressurizada a partir de um reservatório, natural ou artificial, até a base da torre, que por sua
vez conduz essa água até os aspersores por meio da tubulação. (Marchetti, 1983)
19

Figura 3.1.1 - Estrutura e componentes de um pivô central

Fonte: ResearchGate (2014).

Esse sistema de irrigação é geralmente usado para irrigar grandes áreas de cultivo,
como campos de grãos, pastagens e pomares. O pivô central de irrigação é eficiente e
econômico, pois pode cobrir grandes áreas com uma quantidade mínima de água, reduzindo
o desperdício de água e o custo da irrigação.

3.1.1 Funcionamento

Os pivôs centrais de irrigação são controlados por computadores, que ajustam


automaticamente a velocidade de rotação e a quantidade de água aplicada em cada seção
do pivô, de acordo com as necessidades da cultura e as condições climáticas. Isso permite
que os agricultores gerenciem efetivamente seus recursos hídricos e maximizem a produção
de suas culturas.

Um pivô central de irrigação funciona através de uma combinação de pressão da


água, gravidade e rotação do sistema. O processo começa com uma fonte de água
pressurizada, que pode ser um poço, uma bomba de água ou um sistema de canalização.

A água é então direcionada para um ponto central, chamado de pivô, através de uma
tubulação principal. O pivô é montado em um sistema de suporte em forma de pórtico, que é
geralmente equipado com rodas ou pneus para permitir a rotação.
20

Ao girar, o pivô central de irrigação libera água através de uma série de aspersores,
que distribuem a água uniformemente sobre a área a ser irrigada. Os aspersores são
espaçados ao longo do comprimento do pivô, e são projetados para fornecer uma cobertura
completa e uniforme da área irrigada.

No final do ciclo de irrigação, o pivô central retorna ao seu ponto de partida inicial e
desliga automaticamente, pronto para a próxima sessão de irrigação. Este processo é
repetido várias vezes durante a temporada de cultivo, garantindo que as plantas recebam a
quantidade ideal de água para um crescimento saudável e produtivo.

3.1.2 Painel de controle

O painel de controle, também denominado como quadro de controle, de um pivô


central de irrigação é um painel eletrônico que controla todo o sistema de irrigação, como
mostra a figura 3.1.2.1. Ele é responsável por controlar a velocidade de rotação, a
quantidade de água aplicada, a direção de rotação e outros aspectos do funcionamento do
pivô central de irrigação.

Figura 3.1.2.1 - Painel de controle pivô

Fonte: Revista Cultivar (2020).

O quadro de controle é geralmente montado em um gabinete à prova de intempéries,


próximo ao pivô central de irrigação. Ele é alimentado por eletricidade e geralmente possui
um sistema de backup de bateria para garantir que o sistema permaneça operacional em
caso de falta de energia.

O painel eletrônico geralmente consiste em uma série de botões, interruptores e


displays digitais. O agricultor pode usar o painel para programar o tempo de irrigação, a taxa
de aplicação de água, a velocidade de rotação e outras configurações do pivô central de
irrigação.
21

Em sistemas mais modernos, o quadro de controle também é equipado com


sensores, que monitoram as condições do solo, do clima e do sistema de irrigação em
tempo real. Com base nessas informações, o sistema pode ajustar automaticamente a
irrigação para garantir que as plantas recebam a quantidade certa de água.

Alguns sistemas de controle de pivô central de irrigação também possuem recursos


de telemetria, que permitem que o agricultor monitore e controle o sistema de irrigação
remotamente, usando um computador ou dispositivo móvel. Isso permite que o agricultor
gerencie o sistema de irrigação de forma mais eficiente e responsiva, economizando tempo
e recursos.

3.2 Elementos de controle

Um controlador lógico programável (PLC, do inglês Programmable Logic Controller) é


um dispositivo eletrônico usado para controlar e automatizar processos industriais e
sistemas de fabricação. É amplamente utilizado em fábricas, linhas de montagem,
equipamentos de produção e em outros sistemas automatizados. (CRAVO, 2021)

Figura 3.2.1 PLC

Fonte: MITSUBISHI ELECTRIC AUTOMATION (2022).

Um PLC consiste em uma unidade central de processamento, uma memória de


programa, entradas digitais e analógicas, saídas digitais e analógicas e interfaces de
comunicação. O programa é armazenado na memória de programa do PLC e é executado
sequencialmente pelo processador, lendo as entradas, processando as informações e
controlando as saídas correspondentes.(CRAVO, 2021)

O programa do PLC é escrito em uma linguagem de programação especializada,


geralmente usando um software de desenvolvimento específico. O programa define as
etapas a serem tomadas pelo PLC em resposta às entradas e saídas, permitindo que o
sistema execute funções complexas, como controlar o movimento de máquinas, regular a
temperatura em um forno ou monitorar os níveis de produção.(CRAVO, 2021)

Os PLCs são altamente flexíveis e podem ser facilmente programados e


reprogramados para se adaptar a diferentes processos e requisitos de produção. Eles
22

também são altamente confiáveis e duráveis, projetados para operar em ambientes


industriais difíceis.(CRAVO, 2021)

Em resumo, um controlador lógico programável é um dispositivo eletrônico usado


para automatizar processos industriais e de fabricação. Ele executa sequencialmente um
programa que define as ações a serem tomadas em resposta às entradas e saídas do
sistema, permitindo o controle preciso de máquinas e processos de produção.

3.3 Elementos de comunicação

A comunicação entre os dispositivos do sistema a ser projetado é um dos elementos


fundamentais e cruciais, pois será este que permitirá o acionamento e monitoramento de
forma remota. Tendo em vista o ambiente e contexto em que o sistema opera, ou seja,
longas distâncias e, em grande parte dos casos, indisponibilidade de redes móveis de
telefonia, optou-se por redes de rádio transmissão para longas distâncias.

3.3.1 LoRaWAN

LoRaWAN (Long Range Wide Area Network) é um protocolo de comunicação de


rede sem fio projetado para conectar dispositivos de IoT (Internet das coisas) de baixa
potência em uma área geográfica ampla, como exemplo da aplicação mostrada na Figura
3.3.1.1. Ele utiliza a tecnologia LoRa (Long Range), que permite uma cobertura de longo
alcance e baixo consumo de energia. (Haxhibeqiri, De Poorter, Moerman e Hoebeke, 2018)

Figura 3.3.1.1 - Rede LoRaWAN

Fonte: LORA - REDES DE COMPUTADORES (2023)

O LoRaWAN opera em frequências não licenciadas, o que significa que não é


necessário pagar pelo uso da rede. Ele é capaz de enviar pequenas quantidades de dados
23

de dispositivos de baixo consumo de energia a uma distância de até vários quilômetros em


áreas urbanas densamente povoadas e dezenas de quilômetros em áreas rurais.

O LoRaWAN é projetado para fornecer conectividade para dispositivos de IoT que


exigem baixo consumo de energia, baixa largura de banda e longo alcance. Ele é adequado
para uma ampla gama de aplicações, incluindo monitoramento remoto, agricultura de
precisão, gestão de recursos naturais, monitoramento de tráfego, rastreamento de ativos e
muitas outras.

As redes LoRaWAN são compostas de gateways, que coletam dados de dispositivos


IoT e os transmitem para a nuvem, onde os dados são processados e analisados. Os
dispositivos IoT geralmente são sensores ou atuadores que enviam ou recebem dados em
intervalos regulares ou em resposta a eventos específicos.

3.3.2 LoRa MESH

LoRaMesh é uma rede de malha sem fio baseada na tecnologia LoRaWAN (Long
Range Wide Area Network), que permite a comunicação entre dispositivos LoRa em uma
rede local, sem a necessidade de conexão com a internet. (COTRIM, KLEINSCHMIDT,
2020)

Em uma rede LoRaMesh, os dispositivos LoRa são configurados para atuar como
roteadores, retransmitindo dados entre os dispositivos, formando uma rede de malha. Isso
permite que os dados sejam transmitidos por vários caminhos, aumentando a robustez e a
confiabilidade da rede.

Os dispositivos LoRaMesh são divididos em duas categorias: os dispositivos finais


(end devices) e os gateways. Os dispositivos finais são sensores, atuadores ou outros
dispositivos IoT que coletam ou transmitem dados. Eles são alimentados por baterias de
baixa potência e podem transmitir dados em intervalos programados ou em resposta a
eventos específicos. Os gateways são dispositivos conectados à rede que recebem dados
dos dispositivos finais e os encaminham para a nuvem ou para outros sistemas.

Em uma rede LoRaMesh, os dispositivos finais transmitem dados para os gateways


mais próximos, que os encaminham para outros gateways ou para um servidor de rede. Os
dispositivos finais podem usar qualquer gateway disponível na rede para transmitir seus
dados, o que aumenta a flexibilidade e a escalabilidade da rede.

Uma das principais vantagens da rede LoRaMesh é que ela é altamente escalável e
pode ser facilmente expandida adicionando mais dispositivos finais ou gateways. Além
disso, como a rede é baseada em uma tecnologia de baixa potência, ela é adequada para
aplicações em que a vida útil da bateria é crítica.

Com isso, foi selecionado o módulo LoRaMESH, figura 3.3.2.1, que é produzido pela
Radioenge, uma empresa nacional, pois além de permitir a topologia desejada, rede
LoRaMESH, tem grande disponibilidade do mercado, o que é vantajoso quanto a
manutenibilidade do sistema, e possui uma implementação facilitada pelos softwares de
configuração da fabricante.
24

Figura 3.3.2.1 - Módulo LoRaMESH

Fonte: Radioenge (2023).

Além do módulo LoRaMESH, o sistema também precisará incorporar um módulo


gateway, figura 3.3.2.2, permitindo assim que um servidor local se comunique com a rede
LoRa. Assim como no módulo anterior, o gateway a ser utilizado será da fabricante
Radioenge.

Figura 3.3.2.2 - Módulo Gateway

Fonte: Radioenge (2023).


25

4 DESENVOLVIMENTO

O projeto visa criar um sistema controle e monitoramento remoto de pivôs de


irrigação, de forma economicamente acessível e adaptável aos sistemas automação já
existentes, uma vez que esse sistema de irrigação existe há décadas e muitos desses
equipamentos ainda estão em funcionamento.

4.1 Metodologia

A fim de entender com mais profundidade o contexto para o qual o projeto está
sendo desenvolvido, foi feita uma visita de campo em uma fazenda que possuía quatro pivôs
centrais de irrigação. Durante a visita, foi feito um levantamento de requisitos aos quais o
sistema deveria atender.

Em posse dessas informações, foi feito um esboço do projeto, que em seguida foi
segmentado e desenvolvido separadamente.

4.2 Visita em campo

A visita foi realizada em uma fazenda localizada do município de Luziânia, no estado


de Goiás. Nela, são produzidas quatro culturas diferentes durante o ano, são elas arroz,
feijão, milho e tomate.

Para a visita foi elaborado um roteiro que se iniciou na sede, com uma
contextualização da dinâmica de utilização dos pivôs, seguindo para os reservatórios de
água, casa de máquinas, que continham as bombas de água, e por fim os pivôs.
26

Figura 4.2.1 - Visão por satélite da fazenda.

Fonte: Google Earth, Visão por satélite da fazenda (2019).

Durante a visita, foi possível observar a nítida despadronização dos quadros de


controle dos pivôs, ou seja, haviam pivôs de marcas diferentes e, consequentemente,
painéis diferentes, o que é potencialmente problemático considerando que deseja-se replicar
a mesma solução em todos os pivôs, mas acabou se tornando um requisito a mais para o
projeto.
27

Figura 4.2.2 - Quadro de controle do pivô.

Fonte: o autor (2023).

Outro ponto importante para o projeto é a comunicação, pois os pivôs estão muito
distantes entre si, o que dificulta algumas estratégias de comunicação por cabeamento e faz
necessária a utilização de uma tecnologia sem fio de longo alcance.

Além dos pivôs, o agricultor comentou que seria proveitoso se o sistema também
pudesse controlar as motobombas que distribuem água do reservatório principal até os
reservatórios secundários.
28

Ao fim da visita o agricultor explicou que a necessidade além de trazer mais


praticidade para controlar os pivôs, também trará economia, pois o acionamento dos pivôs é
feito em horário estratégico, de forma a utilizar a tarifa mais baixa da companhia de energia
e que, sem esse sistema, em caso de quedas de energia se perde muito tempo para religar
os pivôs individualmente em casos de desligamentos inesperados, principalmente por
oscilações na rede ou falta de energia.

A figura 4.2.3 mostra as tarifas cobradas na região de acordo com a ANEEL. Por se
tratar de uma região rural, é utilizada a Tarifa Branca.

Figura 4.2.3 - Tarifa de energia da região da fazenda

Fonte: ANEEL (2023).

Quanto à classificação da tarifa, ela é válida em dias úteis e segue o seguinte


padrão:

● Tarifa Branca - Fora Ponta: 00h - 17h e 22h - 23h59min;


● Tarifa Branca - Intermediário: 17h-18h e 21h-22h;
● Tarifa Branca - Ponta: 18h-21h;

Tendo em vista a diferença entre os valores de tarifa, faz sentido adotar estratégias
para operar o sistema de irrigação nos horários em que a tarifa é menor.

Além disso, o agricultor disse ter buscado sistemas de controle já existentes, porém
seu custo era muito elevado, o que inviabiliza a aquisição.

Com base em tudo o que foi exposto, segue a lista de requisitos:

● controlar e monitorar remotamente os pivôs;


● se adaptar aos diferentes tipos de quadro de controle de pivô;
● permitir o agendamento de funcionamento dos pivôs;;
● se auto inicializar (Não ser necessário ir individualmente em cada pivô);
29

● baixo custo.

4.3 Esboço do projeto

Após algumas considerações, decidiu-se segmentar o projeto em quatro partes elementares:

● quadro de controle do pivô;


● comunicação via rádio;
● central de comando (sede);
● plataforma digital;

A seguinte abordagem foi escolhida:

● Todos os pivôs centrais de irrigação terão um controlador lógico programável (CLP)


acoplado lateralmente em seu painel de controle, de forma que este CPL possa
controlar o funcionamento do pivô de forma secundária, ou seja, a forma original de
controle do pivô irá se manter, porém os componentes também poderão ser
comandados pelo CLP.

● Um modem ou gateway (LORAWAN) que se comunica com o CLP do pivô central de


irrigação por meio de uma interface de comunicação, como Modbus ou Ethernet/IP.

● Um servidor de dados (Localizado na sede da fazenda) que recebe os dados de


vários pivôs centrais de irrigação por meio do modem ou gateway e armazena as
informações em um banco de dados.

● Um software de gerenciamento de irrigação que processa os dados coletados pelo


servidor de dados e gera relatórios sobre o desempenho do sistema de irrigação. O
software também pode enviar comandos para os pivôs centrais de irrigação para
ajustar as configurações ou programações de irrigação.

● Uma interface de usuário que permite aos usuários monitorar e controlar o sistema
de irrigação, como um aplicativo móvel ou um software de desktop.

Essa abordagem permite a comunicação bidirecional entre os pivôs centrais de


irrigação e o software de gerenciamento de irrigação, permitindo que os usuários monitorem
o sistema em tempo real e façam ajustes de acordo com as condições do campo. Além
disso, essa topologia pode ser expandida para incluir mais pivôs centrais de irrigação
conforme necessário, fornecendo um sistema escalável para gerenciar grandes áreas de
cultivo.

4.3.1 Quadro de controle do pivô

Como se trata de um sistema replicável, deseja-se criar uma padronização para os


quadros de controle que comandam os pivôs originalmente. Por se tratar de uma técnica de
irrigação que é utilizada a décadas, muitos equipamentos analógicos ainda estão em
funcionamento e estes não seriam passíveis de serem incorporados ao sistema
desenvolvido. Sendo assim propõe-se a seguinte padronização:
30

Basicamente os quadros, como o exemplo mostrado na figura 4.3.1.1, devem ser


montados de com componentes digitais e que possuam conexões de entradas e saída de
comandos, dessa forma o CLP poderá controlar os atuadores dos mecanismos e atuadores
do pivô, permitindo executar o funcionamento manual do equipamento diretamente do
quadro de controle, bem como fazê-lo remotamente, uma vez que o CLP estará conectado a
um gateway LoRaWAN que permitirá isso. Além disso, há a preferência por componentes
que possam ser facilmente adquiridos do mercado local, facilitando assim a manutenção
quando houver a necessidade.

Figura 4.3.1.1 - Padronização do quadro de controle do pivô

Fonte: o autor (2023).

Indo para os custos temos o quadro de controle como sendo um parâmetro de alta
variabilidade, então é difícil estimar um valor pois cada fabricante possui um ticket de
entrada diferente. A diante, temos o custo do CLP e sua respectiva IHM. Para o projeto foi
escolhido o Clic 02 da WEG (Figura 4.3.1.2), um CLP mais simples que atende os requisitos
funcionais do projeto de entradas e saídas digitais e uma canal de comunicação Modbus
para integração com o sistema de comunicação via rádio. Esse controlador possui um custo
por volta de 1.500,00 reais.

Figura 4.3.1.2 - CLIC02 WEG

Fonte: WEG - Produtos (2023).


31

Além disso, será necessário uma fonte de alimentação de 24 volts para o


controlador, pois não companha o mesmo, com isso o acrescenta-se um custo de 150,00
reais.

4.3.2 Comunicação via rádio

Para a comunicação foi avaliado os aspectos de disponibilidade de energia,


quantidade de dados a serem transmitidos e distância entre o emissor e o receptor. Com
isso foi escolhido o sistema de rádio LORAWAN, que atende perfeitamente os critérios
acima e é possível de ser adquirido a um baixo custo. Na figura 4.3.2.1 mostra em esboço
de como funcionaria a comunicação.

Figura 4.3.2.1 - Esboço da comunicação

Fonte: o autor (2023).

No centro da figura está a sede da fazenda e nela ficará instalado o gateway central,
as torres ao redor representam as torres fixas dos pivôs de irrigação, cada uma dotada de
um módulo de comunicação LoRaMESH, figura 3.3.2.1. O custo atualmente de um módulo
LoRaMESH é em torno de 350,00.

Para o projeto foi escolhido utilizar a topologia LoRaMESH, em que cada dispositivo
atua como um nó da rede, recebendo e transmitindo dados dos outros dispositivos próximos.
Dessa forma a rede é auto-organizável e pode se expandir à medida que mais dispositivos
são adicionados, criando uma rede de malha (mesh network) que se adapta às variações do
ambiente.
32

É perceptível que para este caso em específico a topologia LoRaMesh não se mostra
muito vantajosa, mas caso a sede fosse posicionada em uma das extremidades da
propriedade ou em uma futura expansão das áreas cultiváveis, essa abordagem evidenciaria
a sua vantagem estratégica.

4.3.3 Central de comando (sede)

A partir do que foi mostrado no tópico anterior, é necessário a utilização de um


computador atrelado a um sistema de comunicação LORA, um módulo gateway, para que
desempenhe a função “mestre” do sistema, enviando comandos e recebendo dados dos
pivôs, como mostra a figura 4.3.3.1. Além disso, esse dispositivo mestre fará a indexação
dos dados na plataforma digital.

Figura 4.3.3.1 - Esboço do servidor local na sede da fazenda.

Fonte: o autor (2023).

Os custos aproximados para o equipamento da sede são:

● Computador com acesso a internet: R$4000,00


● Módulo Gateway LoRa: R$2500,00

4.3.4 Plataforma digital

A plataforma digital será a ferramenta responsável por prover visibilidade quanto ao


status e histórico de funcionamento dos pivôs, bem como permitir que sejam ligados,
desligados, inverter seu sentido de rotação ou mesmo acionamento do booster para ampliar
o raio de alcance. Além disso, a plataforma permite fazer agendamentos para ligar e desligar
os equipamentos em datas e horários específicos. Adicionalmente existe uma página
33

destinada ao gerenciamento tanto dos equipamentos quanto dos dispositivos conectados à


plataforma. As figuras 4.3.4.1 e 4.3.4.2 são esboços da visualização da plataforma proposta.

Figura 4.3.4.1 - Esboço da página principal da plataforma digital.

Fonte: o autor (2023).

Figura 4.3.4.2 - Esboço da página de gerenciamento de dispositivos da plataforma digital.

Fonte: o autor (2023).


34

5 MODELO DE NEGÓCIO

Pensando em criar uma identidade para o projeto decidiu-se por nomear a empresa
como AgroControl.

Visão geral do negócio: A AgroControl é uma empresa especializada em sistemas


avançados de monitoramento e controle remoto de pivôs de irrigação. Nossa solução
permite que os agricultores monitorem e controlem seus sistemas de irrigação de forma
eficiente, usando tecnologia de ponta para otimizar o uso da água e maximizar a
produtividade agrícola a um baixo custo.

5.1 Modelo de receita:

1. Venda de hardware: A AgroControl fornecerá os dispositivos de monitoramento e


controle remoto que serão instalados nos pivôs de irrigação dos agricultores. Os
clientes adquirirão esses dispositivos, que incluirão controladores e uma unidade de
comunicação, mediante um pagamento único.
2. Assinatura de software: A empresa oferecerá um software intuitivo e amigável,
acessível através de um aplicativo para dispositivos móveis ou uma plataforma
online. Os agricultores poderão monitorar e controlar seus pivôs de irrigação de
forma remota, receber alertas em tempo real e acessar dados detalhados sobre o
desempenho do sistema. A AgroControl cobrará uma taxa mensal ou anual pelo
acesso ao software, dependendo das necessidades dos clientes.
3. Serviços adicionais: Além da venda de hardware e da assinatura de software, a
AgroControl oferecerá serviços adicionais para maximizar o valor para os clientes.
Isso incluirá serviços de consultoria agrícola, suporte técnico especializado e
atualizações regulares de software para garantir que os clientes tenham acesso às
últimas funcionalidades e melhorias.

5.2 Estratégia de marketing:

1. Segmentação de mercado: A AgroControl direcionará sua solução para agricultores


e empresas agrícolas que utilizam pivôs de irrigação em suas operações. O foco
inicial será em regiões com tradição no setor agrícola, pois são as mais prováveis de
possuírem sistemas de irrigação que necessitem desse tipo de melhoria..
2. Parcerias estratégicas: A empresa estabelecerá parcerias com fabricantes de pivôs
de irrigação e distribuidores de equipamentos agrícolas para promover sua solução e
facilitar a integração com os sistemas existentes. Isso ajudará a expandir
rapidamente a base de clientes e aumentar a adoção da tecnologia.
3. Marketing digital: A AgroControl utilizará estratégias de marketing digital, como
anúncios online direcionados, marketing de conteúdo e presença nas redes sociais
para aumentar a conscientização sobre seus produtos e serviços. Também
participará de feiras agrícolas e eventos do setor para demonstrar sua tecnologia e
interagir com potenciais clientes.
35

5.3 Vantagens competitivas:

1. Economia de água: A solução da AgroControl permitirá que os agricultores usem a


água de forma mais eficiente, reduzindo o desperdício e economizando recursos
hídricos preciosos. Isso será um grande diferencial em regiões com escassez de
água e restrições de irrigação.
2. Aumento da produtividade: Ao fornecer dados precisos e em tempo real sobre o
desempenho do sistema de irrigação, os agricultores poderão otimizar seus
processos e tomar decisões informadas. Isso resultará em maior produtividade e
melhor qualidade dos cultivos.
3. Conveniência e flexibilidade: Com o sistema de controle remoto, os agricultores
poderão monitorar e controlar seus pivôs de irrigação a qualquer momento e de
qualquer lugar, usando seus dispositivos móveis. Isso oferecerá maior flexibilidade e
conveniência no gerenciamento das operações agrícolas.
4. Suporte especializado: A AgroControl fornecerá suporte técnico especializado e
serviços de consultoria agrícola para ajudar os clientes a maximizarem o valor de sua
solução. Isso garantirá que os agricultores recebam a assistência necessária e
possam aproveitar ao máximo a tecnologia.

Com um modelo de negócio sólido e uma proposta de valor atraente, a AgroControl


está bem posicionada para se tornar uma referência no setor de monitoramento e controle
remoto de pivôs de irrigação, oferecendo soluções inovadoras e sustentáveis para as
necessidades agrícolas modernas.

5.4 Estrutura de custos

A estrutura de custos para o negócio de monitoramento e controle remoto de pivôs de


irrigação pode incluir os seguintes elementos:

1. Custo de desenvolvimento de hardware: Isso envolve o projeto, prototipagem e


fabricação dos dispositivos de monitoramento e controle remoto. Inclui componentes
eletrônicos, controladores, unidades de comunicação e embalagem.
2. Custo de desenvolvimento de software: Engloba o desenvolvimento do software
necessário para o monitoramento remoto, controle e análise de dados. Isso inclui
custos de programação, design de interface do usuário, testes e integração com a
plataforma online ou aplicativo móvel.
3. Custo de infraestrutura de TI: Para fornecer o serviço de monitoramento e controle
remoto, serão necessários servidores, armazenamento de dados e recursos de rede.
Isso inclui custos de hospedagem, manutenção de servidores, segurança cibernética
e backup de dados.
4. Custo de vendas e marketing: Isso inclui despesas relacionadas à promoção da
solução, como campanhas de marketing digital, participação em feiras agrícolas,
materiais de marketing, anúncios online e comissões de vendas, se houver uma
equipe de vendas dedicada.
36

5. Custo de suporte ao cliente: Para oferecer suporte técnico e serviços de consultoria


agrícola, é necessário ter uma equipe de suporte ao cliente qualificada.
6. Custo de manutenção e atualização: Conforme a tecnologia evolui e novos recursos
são desenvolvidos, será necessário investir em melhorias contínuas do hardware e
software. Isso pode envolver custos de pesquisa e desenvolvimento, atualização de
firmware, correção de bugs e aprimoramentos do sistema.
7. Custo de logística e distribuição: Se a empresa for responsável pela entrega dos
dispositivos de monitoramento e controle remoto aos clientes, haverá despesas
relacionadas à logística, embalagem e transporte.
8. Custo administrativo: Inclui despesas gerais de administração, como aluguel de
escritório, utilidades, seguros, contabilidade e custos legais.

É importante ressaltar que a estrutura de custos pode variar dependendo do


tamanho da empresa, da escala de operações e das estratégias adotadas.

Tabela 5.4.1: Estimativa da estrutura de custos nos primeiros anos de operação em reais.

Estrutura de custos nos 5 primeiros anos

Elemento 1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano 5º Ano

1 350.000 180.000 180.000 180.000 180.000

2 280.000 180.000 180.000 180.000 180.000

3 50.000 50.000 50.000 50.000 50.000

4 200.000 100.000 100.000 100.000 100.000

5 120.000 120.000 120.000 120.000 120.000

6 120.000 120.000 120.000 120.000 120.000

7 120.000* 120.000* 120.000* 120.000* 120.000*

8 240.000 240.000 240.000 240.000 240.000

5.5 Precificação

Com base na estrutura de custos e nas soluções disponíveis do mercado é possível


precificar a solução desenvolvida de forma a atender o requisito do projeto de ser de baixo
custo.

Primeiramente, analisando as soluções disponíveis no mercado temos as empresas


Valley, Lindsay e Krebs, onde as três possuem sistemas de monitoramento e controle
remoto. Foi feita uma cotação, em junho de 2023 na região de Goiás, a fim de ter como
parâmetro o ticket médio praticado no mercado.
37

A primeira empresa, a Valley, o sistema de vendido é embutido no painel de controle


a um custo de 159.179,00 reais. Além disso, outras funcionalidades como localização via
GPS e telemetria avançada podem ser adicionadas, porém são cobradas a parte e vão além
do que foi proposto neste projeto.

Já a fabricante Lindsay possui um sistema integrado composto por um painel de


controle, chamado ZIMMATIC, e acionamento e monitoramento remoto, chamado FIELD
NET, em que juntos desempenham funções equivalentes às propostas neste trabalho. Esses
equipamentos possuem um custo de 112.000,00 reais por pivô.

Por fim, a KREBS foi a empresa que mostrou o menor custo entre as três, em torno
de 56.890,00 reais por pivô.

Partindo para a solução projetada, temos os seguintes custos de hardware, tabela


5.5.1:

Tabela 5.5.1 - Custos de hardware do projeto

Custos do Projeto

Elemento Custo por pivô Custo total

Painel de controle* 2.000,00 8.000,00

CLP 1.500,00 6.000,00

Módulo LoraMESH 350,00 1.400,00

Fonte 24V 150,00 600,00

Módulo Gateway 625,00 2.500,00

Computador (servidor) 1.000,00 4.000,00

Total 5.625,00 22.500,00

Pode-se acrescentar ainda um custo por pivô de 2.000,00 para eventuais insumos
como cabeamento, suportes etc.

Continuando com os custos, temos que a plataforma digital funcionará de forma


licenciada, ou seja, pertence à AgroControl, mas o cliente terá total acesso enquanto sua
assinatura for válida, por isso não cabe estimar os custos com servidores e demais custos
relacionados, pois estes serão rateados entre todos os clientes da empresa que utilizarem
esse serviço.

Com tudo o que foi visto, foi estabelecido a seguinte precificação:

● Para cada pivô um valor de 25.000,00 reais;


● Para o servidor da sede um valor de 20.000,00 reais;
● Mensalidade da plataforma 200,00 reais;
38

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÃO

A partir do que foi exposto, podemos dizer que é possível sim projetar e fabricar um
sistema de controle e monitoramento de pivôs de irrigação a um baixo custo. É claro que
este trabalho se limitou a teorias em contraponto à anos de experiência de mercado que as
empresas presentes do mercado tem, as quais já passaram por diversos ciclos de melhorias
dos seus produtos, aumentando principalmente a confiabilidade de seus sistemas, já que
estes lidam com um elemento vital para o sucesso da agricultura. Adicionalmente, foi
possível notar diversas oportunidades de agregar uma maior entrega de valor ao cliente
observando a concorrência, como por exemplo integrando sensores de umidade e a
geolocalização dos pivôs, pois é algo que possui um baixo custo, mas um alto valor para o
usuário.

Outro ponto interessante que traria uma maior visibilidade dos benefícios do sistema
proposto seria ter a métrica da economia de energia proporcionada pelo sistema, todavia
para obter tal informação seria necessário medir o consumo dos pivôs depois da instalação,
fazendo isso por um longo período de forma a registrar todas as sazonalidades pertinentes e
após um período comparar com os custos dos anos anteriores.

Em suma, o projeto cumpre com seu objetivo e necessita passar por uma fase de
implementação para que possa evoluir e comprovar sua eficiência.
39

REFERÊNCIAS

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2/p/MKT_WDC_BRAZIL_PROGRAMMABLE_MICRO-CONTROLLER_PLC_CLIC02.
Acesso em: 18 maio. 2023.

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