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Hágnon Correia de Amorim

Pilares de Concreto Armado


hagnon_eng@hotmail.com

Alio!E.!Kimura
2021

Apostila!adotada!como!texto-base!do!curso.!Aborda!assuntos!relacionados!ao!cálculo!de!pilares!de!edifícios!de!
concreto!armado,!objetivando!aplicar!a!teoria!em!exemplos!práticos.!Contém!diversos!exercícios!resolvidos!
manualmente!como!também!solucionados!com!o!auxílio!de!uma!ferramenta!computacional.!Seu!conteúdo!pode!
conter!erros.!Pretende-se,!gradativamente,!introduzir!necessárias!revisões!e!melhorias.
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

MOTIVAÇÃO E!OBJETIVOS
A motivação é um item fundamental na vida de qualquer ser humano, sob todos os aspectos, e
principalmente quando se tem um desafio pela frente.
O! cálculo! de! pilares! de! concreto! armado! é,! sem! sombra! de! dúvidas,! um! dos! temas! mais! interessantes! e!
instigantes! de! toda! Engenharia! de! Estruturas.! Trata-se! de! um! assunto! que!está! sempre! em! voga, é objeto de!
inúmeras! pesquisas e estudos! avançados no! meio! acadêmico. Naturalmente, também é! cercado por! algumas
dúvidas,!discussões!e divergências.
Diante!deste!panorama,!cabe ao Engenheiro!de!Estruturas que!trabalha!no!dia!a!dia de!escritórios!de!projeto a!
difícil!missão de!se!manter!sempre!atualizado,!de!modo que!possa tomar decisões corretas e!seguras durante!a!
elaboração!ou!verificação!de!um!projeto!estrutural.
É exatamente diante!dessa dificuldade,!isto!é,!de!se!enxergar!uma!aplicação prática da teoria existente!nos!
dias! atuais,! é que! se! pretende! estudar o! cálculo! de! pilares! ao! longo! deste curso.! O objetivo! principal! será!
transmitir!conceitos sem!se!deter em!deduções!matemáticas,!a!fim!de aguçar uma!visão!crítica do!Engenheiro
perante!os!problemas!correlatos e,!principalmente,!motivá-lo!a!se!aprofundar cada!vez!mais no!assunto,!já!que!
isso!será fundamental!durante!toda a sua!atividade profissional.
O!cálculo!de!pilares como!um!todo abrange!uma!teoria!relativamente!complexa e!que envolve!os!mais!diversos!
tópicos da! Engenharia! de! Estruturas,! tais! como:! análise! não-linear,! estabilidade! global,! dimensionamento! de!
seções!de!concreto!armado,!técnicas!de!detalhamento!de!armaduras!etc.
Com!essa!diversidade!de!temas,!fica evidente que!não!será!possível!estudar!tudo!com! a!devida!profundidade!
durante!o!curso. Em!alguns!tópicos,!será!apresentada!somente!a!sua!conceituação!básica!e!indicada!a!forma!de!
se!obter!a!solução!para!o!problema. Hágnon Correia de Amorim
O! que! se! pretende! é! esclarecer! as! dúvidas! atuais! mais! comuns! presentes! no! meio! técnico! profissional,!
hagnon_eng@hotmail.com
mostrando! que! é! possível,! sim,! ainda! calcular!466.973.224-20
pilares! à! mão.
mão. Ao!
A mesmo! tempo, deixar-se-á claro! que! o! uso!
consciente!e responsável!de!uma!ferramenta!computacional!é!vital!para!a!produção!de!projetos!com!qualidade!
e!segurança,!da!mesma!forma!em!que!se!aprimora!e!agiliza!o!aprendizado!de!conceitos!fundamentais.
De!forma!alguma,!esta!apostila se!propõe!a!colocar!um!ponto!final!no!que!se!refere!ao!cálculo!de!pilares,!mesmo!
porque!existem!diversas!questões!ainda!em!aberto,!sem!resposta!definitiva.
Na!medida!do!possível,!diversos!exemplos!serão!resolvidos!manualmente.!Em!muitos deles,!será feito!o!uso!de!
sistemas!computacionais!destinados!à!elaboração!de!projetos!de!estruturas!de!concreto.
Nos textos!apresentados!durante!o!curso,!dispensar-se-á!qualquer!tipo!de!formalidade!quanto!ao!seu!formato!e!
escrita.!É!importante!lembrar!que eles podem (devem) conter erros.
Mais!adiante,!quando se!discutir o!cálculo!de!pilares!dentro!do!contexto!global!do!projeto!de!edifícios,!ficarão!
esclarecidos!quais!os!principais!tópicos!que!serão!abordados!durante!o curso.

REFERÊNCIAS!BIBLIOGRÁFICAS
Existem!inúmeras!publicações!(livros,!teses,!artigos)!que!abordam cada!um!dos diversos temas!relacionados!ao!
cálculo!de!pilar, de!forma!rica!e!detalhada. A!seguir,!apresenta-se!uma!modesta!lista!de!publicações!que!tratam!
desse!assunto.
ASSOCIAÇÃO! BRASILEIRA! DE! NORMAS! TÉCNICAS (ABNT), “NBR 6118:2014 - Projeto! de! estruturas! de!
concreto!– Procedimento”, Rio!de!Janeiro, 2014.
CARVALHO,!R.!C.!&!PINHEIRO,!L.!P.,!“Cálculo!e!detalhamento!de!estruturas!usuais!de!concreto!armado”,!Vol.!2,!
Ed.!Pini,!589!p.,!São!Paulo,!2009.
COVAS,!N.!C.!&!KIMURA,!A.!E.,!“Efeitos!locais!de!2ª!ordem!em!pilares”,!São!Paulo,!2003.

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FRANÇA,!R. L. S., “Contribuição!ao!estudo!dos!efeitos!de!segunda!ordem!em!pilares!de!concreto-armado”,!Tese!
de!doutoramento,!São!Paulo,!1991.
FRANÇA,! R. L. S., “Relações! momento-curvatura! em! peças! de! concreto-armado! submetidas! à! flexão! oblíqua!
composta”,!Dissertação!de!mestrado,!São!Paulo,!1984.
FRANÇA,!R.!L.!S.!&!KIMURA,!A.!E.,!“Resultados!de!recentes!pesquisas!para!o!dimensionamento!das!armaduras!
longitudinal!e!transversal!em!pilares-parede”,!ENECE,!São!Paulo,!2006.
FUSCO,!P.!B.,!“Estruturas!de!Concreto!– Fundamentos!do!projeto!estrutural”,!Ed.!McGraw-Hill,!São!Paulo,!1976.
FUSCO,!P.!B.,!“Estruturas!de!Concreto!– Solicitações!Normais”,!LTC!- Livros!Técnicos!e!Científicos!Editora,!Rio!de!
Janeiro,!1981.
FUSCO,!P.!B.,!“Técnica!de!armar!as!estruturas!de!concreto”,!Ed.!Pini,!396!p.,!São!Paulo,!1995.
IBRACON,! “Comentários! Técnicos! e! Exemplos! de! Aplicação! NB-1”,! Comitê! Técnico! Concreto! Estrutural,! São!
Paulo,!2007.
IBRACON,! “Comentários! Técnicos! e! Exemplos! de! Aplicação! NB-1”,! Comitê! Técnico! Concreto! Estrutural,! São!
Paulo,!2015.
INSTITUTO! DE! ENGENHARIA,! “Coletânea! de! trabalhos! sobre! estabilidade! global! e! local! das! estruturas! de!
edifícios”,!São!Paulo,!1997.!
MACGREGOR,!J.!G!&!WIGHT,!J.!K.,!“Reinforced!Concrete:!Mechanics! and!Design”,! Pearson!- Prentice!Hall,!New!
Jersey,!2005.
PINHEIRO,! L.! M.,! BARALDI,! L.! T.,! POREM,! M.! E.,! “Concreto! Armado:! Ábacos! para! Flexão! Oblíqua”,! São! Carlos,!
1994.
PROGRAMA! DE! EDUCAÇÃO! CONTINUADA (PECE), “ES009! - Estabilidade! global! e! análise! de! peças! esbeltas”,
Universidade!São!Paulo, Notas!de!aula,!2003.
Hágnon Correia de Amorim
hagnon_eng@hotmail.com
Estado!limite!último!de!instabilidade”
Estado!limite!último!de!instabilidade”,!EP/USP,!São!Paulo,!1987.
SANTOS,!L.M., “Estado!limite!último!de!instabilidade”,!EP/USP,!São!Paulo,!1987.
466.973.224-20
E,!muitos!outros...

ABNT NBR 6118


A!NB1-1943!possuía!24!páginas!(tamanho!A5).!A!NBR 6118:1978,!53!páginas!(tamanho!A4).!A NBR 6118:2003,!
221!páginas!(tamanho!A4). A!NBR!6118-2014,!238!páginas!(tamanho!A4).

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Recomenda-se,!fortemente,!que!a!atual!norma!seja!lida!e!relida!sempre!que!possível,!já!que!o!seu!texto!procura!
retratar! as diversas condições! em! que! uma! estrutura! de! concreto pode estar sujeita na! prática, de! forma
bastante detalhada. Por! exemplo,! na! seção! 16! composta! por apenas! três páginas,! descrevem-se claramente!
quais! devem! ser os! princípios! gerais! de! dimensionamento,! detalhamento! e! verificação! de! uma! estrutura! de!
concreto!armado. Hágnon Correia de Amorim
possui!itens!discutíveis,!como!qualquer!outro!texto!normativo
possui!itens! discutíveis,!como!qualquer!outro!texto!normativo
Obviamente,!a!atual!NBR!6118:2014 possui!itens!discutíveis,!como!qualquer!outro!texto!normativo.!E,!por!isso,!
hagnon_eng@hotmail.com
é!cabível!que!certas!modificações!sejam!contempladas!em!futuras!e!bem-vindas!revisões.
é!cabível!que!certas!modificações!sejam!contempladas!em!futuras!e!bem
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No!caso!específico!do!cálculo!de!pilares,!é!possível!afirmar!com!certa!convicção!que,!de!modo!geral,!inúmeras!
dúvidas!surgiram!no!meio!técnico!profissional!com!a!entrada!em!vigor!da!norma!NBR!6118:2003.!Apenas!para!
citar! um! exemplo,! se! antes! na! extinta! NBR 6118:1978! tínhamos! apenas! um! método! para! analisar! os! efeitos!
locais!de!2ª!ordem,!hoje,!na!atual!NBR!6118:2014,!temos!quatro!formulações!distintas!disponíveis,!levando-nos!
a!questionar:
· Qual!método!adotar no!projeto!de!um!edifício!usual?
· Qual!método!tornará!a!estrutura mais!segura?
· Em!quais!casos!deve-se!utilizar o!método!geral?
Além! disso,! na! prática,! como! qualquer! outra! área! tecnológica,! parte dessas! inovações introduzidas! na! atual!
norma está diretamente correlacionada ao! uso intenso de! computadores! que,! ao! mesmo! tempo! em! que!
permitiram!que!processamentos!até!então!inviáveis!fossem!realizados!de!forma!produtiva,!passaram!a!adotar!
novos!conceitos!ainda!não!muito!bem!difundidos no!meio!técnico!profissional.
Resumidamente,! os! principais! itens! referentes! ao! cálculo! de! pilares! presentes! na! NBR! 6118:2014 estão! nas!
seguintes!seções:
· Seção!14:!definições!e!tipos!de!análise!a!serem!empregadas.
· Seção!15:!análise!da!instabilidade!e!efeitos!de!2ª!ordem.
· Seção!17:!dimensionamento!de!pilares.
· Seção!18:!detalhamento!de!pilares.
Obviamente,!existem!diversos!outros!itens!presentes!na!norma!relacionados!ao!cálculo!de!pilares.!Eles serão
gradativamente apresentados!ao!longo!do!curso.

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A! Seção 15, que! trata! efetivamente! do! cálculo! dos! efeitos! de! 2ª! ordem! em! pilares, é! bastante! complexa e!
considerada,!por!muitos,!um!dos capítulos mais!complicados da!norma.!Espera-se!que,!durante!o!curso,!todos!
os!conceitos!presentes!nessa!seção!sejam!plenamente!compreendidos!e!assimilados.
Uma! bibliografia! complementar! ao! entendimento! da! ABNT! NBR! 6118! é! o! livro! de! comentários! técnicos! e!
exemplos!publicado!pelo!IBRACON!em!2015.

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IMPORTÂNCIA!DOS PILARES hagnon_eng@hotmail.com
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Porque um edifício cai?


Trata-se!de!uma!questão!extremamente!complicada!de!se!responder,!pois!existem!inúmeras!causas!que!podem!
levar!um!prédio!à!ruína.!Cada!caso!é!um!caso,!e!é!impossível!generalizar!a!resposta.
No!entanto,!todo!Engenheiro!de!Estruturas!precisa!pensar!sobre!esse!assunto,!tirar!suas!próprias!conclusões,!e!
principalmente,! cercar-se! de! atitudes! que! evitem! tal! desastre.! Afinal! de! contas,! todo! projeto! deve!conduzir! a!
uma!estrutura!segura.

Obviamente,! qualquer! peça! numa! estrutura! tem! a! sua! devida! importância! e! precisa! ser! dimensionada!
corretamente! para! atender! às! funções! a! que! se! destina.! Existem,! porém,! certos! tipos! de! elementos! que!
necessitam!ter!um!cuidado!redobrado,!pois!podem!ocasionar!consequências mais!graves,!como!o!colapso!total!
da!edificação.!Dentre!eles,!estão!os!pilares.
Um erro grosseiro no cálculo dos pilares pode derrubar um edifício!
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A!afirmação!anterior!é!um!tanto!quanto!“pesada”.!Encare-a!não!como!uma!ameaça,!mas!sim,!como!uma!forma!
de!lembrá-lo!de!que!os!pilares!são!vitais!na!segurança!estrutural!de!um!edifício.!E!que,!por!esta!razão,!precisam!
ser!calculados,!dimensionados!e!detalhados!com!muito!rigor!e!atenção.

Funções de um pilar
Basicamente,! os! pilares! têm! as! seguintes! funções! no! comportamento! estrutural! de! um! edifício usual! de!
múltiplos!andares:
· Resistir!às solicitações!provenientes!da!aplicação!das ações verticais!na!estrutura!e!transmiti-las!aos!
elementos!de!fundação.
· Resistir!às solicitações!provenientes!da!aplicação!das!ações horizontais!na!estrutura
· Auxiliar de!forma!significativa!na!manutenção!da!estabilidade!global!do!edifício,!assim!como!garantir!o!
adequado!comportamento!global!da!estrutura!em!serviço.

Hágn
gnon Correia de Am
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Taxa de compressão
Os!pilares,!principalmente!nos!lances!junto!à!base!de!edifícios!altos,!estão!constantemente!submetidos!a!uma!
elevada!força!normal!de!compressão.
Esta!força,!principalmente!em!pilares!mais!esbeltos,!tende!a!desestabilizar!os mesmos,!podendo!ocasionar!uma!
situação!de!desequilíbrio!indesejável.
Com!a!tendência!natural!de!se!buscar cada!vez!mais espaços!maiores!nas!edificações!com!o!intuito!de!otimizar!
o! aproveitamento! da! construção,! tanto! o! número! bem! como! as! dimensões! dos! pilares! vêm! sendo!
gradativamente!reduzidas,!aumentando!ainda!mais!a!responsabilidade!dos!mesmos.
Os!pilares,!cada!vez!mais,!são!obrigados!a!suportar!elevadas!taxas!de!compressão.

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Hágnon
on Correia
C de Amorim
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Particularidades 466.973.224-20

O que é um pilar?
Definir!o!que!é!um!pilar???!O!que!é!isso???!Todo!Engenheiro!de!Estruturas!sabe!muito!bem!o!que!é!um!pilar"
Correto,!porém!é!importante!não!subestimar!essa!pergunta,!pois!existem!muitos!casos!no!qual!um!elemento!é!
tratado!e!calculado!como!um!simples!pilar!indevidamente.!
Por! definição,! pilar! é! um! elemento! linear! (uma! dimensão! preponderante! perante! as! demais)! disposto! na!
vertical!e!predominantemente!comprimido.
No! caso! de! edifícios! usuais! de! múltiplos! pavimentos,! os! pilares,! de! forma! geral,! possuem! seção! e! armaduras!
constantes!ao!longo!de!cada!lance.
Veja,!a!seguir,!três!situações!bastante!frequentes no!projeto!de!edifícios!de!concreto!armado de!elementos!que!
não!podem!ser!tratados!como!simples!pilares.

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Pilar-parede não é pilar!

Pilar-parede!é!um!elemento!de!superfície.!E,!portanto,!não!pode!ser!tratado!como!um!pilar!comum!(elemento!
linear).!Existem!considerações!especiais!que!devem!ser!levadas!em!conta!em!seu!dimensionamento.

Tirante não é pilar!

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Há gnon
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Cor
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Amor orim
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224-
22 4-20
4-20

Apesar!de!possuir!uma!geometria!semelhante,!dimensionar!um!tirante!não!é!a!mesma!coisa!que!dimensionar!
um!pilar.

Pilar-inclinado não é pilar!

Dependendo!do!ângulo!de!inclinação!do!elemento!estrutural,!ele!não!pode!ser!tratado!como!um!simples!pilar,!
pois!aparecerão!esforços!de!flexão!e!cisalhamento!consideráveis,!e!a!força!normal!de!compressão!pode!deixar!
de!ser!preponderante.

Atenção nessas situações


As!situações!descritas!anteriormente!(pilar-parede,!tirante,!pilar-inclinado)!são!muito!comuns!em!edifícios!de!
concreto!armado.!É!importante!estar!atento!para!o!que!pode!ser!considerado!como!um!simples!pilar!ou!não.
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Dependo! do! caso,! fazer! o! cálculo! como! um! pilar! comum! nestas! situações é! uma! ótima! referência! para! uma!
aproximação! inicial.! Já,! em! outros,! erros! graves! podem! estar! sendo! cometidos! de! forma! totalmente!
despercebida,!podendo!tornar a!estrutura!insegura.

CÁLCULO!DE!PILARES (REFLEXÃO)
Abstração da vida real
Quando! calculamos! uma! estrutura! ou! parte! dela,! seja! de! forma! manual! ou! por! meio! de! um! computador,!
estamos! adotando! explicitamente! um! protótipo! cujo! objetivo! é! simular! o! comportamento! da! mesma! da!
maneira! mais realista! possível.! Essa! é! uma! condição! primária! que! em! hipótese! alguma! pode! ser! tratada! de!
forma!implícita.
Por!mais!sofisticado!que!seja!o!modelo!adotado,!nem!sempre,!ou!melhor!dizendo,!jamais!conseguiremos!obter!
respostas! durante! o! cálculo! que! traduzam! a! realidade! de! forma! 100%! exata.! Sempre! existirão! limitações!
decorrentes!das!aproximações!consideradas.
Essas! afirmações! podem! nos! auxiliar! a! dar! uma! resposta! a! uma! questão! normalmente! levantada! no! meio!
técnico:
Eu sempre fiz desse jeito e nunca deu problema. Por que tenho que mudar?
A! margem! de! segurança! de! um! edifício! de! concreto! armado! é! algo! muito! difícil! de! ser! mensurada,!
principalmente! se! tratada! de! forma! geral.! Se! mesmo! em! ensaios! laboratoriais! controlados! nos! mínimos!
detalhes,!muitas!vezes!é!difícil!reproduzir!respostas!uniformes,!imagine!em!estruturas!reais"
Durante! a! elaboração! de! um! projeto! estrutural,! trabalhamos! com! inúmeras! hipóteses,! aproximações! e,!
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principalmente,!valores!que,!na!prática,!podem!se!tornar!discrepantes.
principalmente,!valores!que,!na!prática,!podem!se!tornar!discrepant es.
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Quando! calculamos! um! pilar,! por! exemplo,! procuramos! estabelecer! diversos! critérios! de! segurança,!mas! que!
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podem! variar! para! mais! (mais! segurança)! ou! menos! (menos! segurança)! na! vida! real.! Dificilmente!
descobriremos! a! real! exatidão! dos! cálculos! efetuados. O! ELU! (Estado! Limite! Último)! é! algo! utópico,! mas!
estritamente!necessário.
A!busca!por!metodologias!que!procuram!retratar!a!realidade!de!forma!mais!precisa!é!algo!extremamente!bem-
vinda,!salutar!e!que!enriquece!a!profissão.!Sem!de!forma!alguma!menosprezar!os!processos!aproximados,!que!
têm!sim!sua!devida!relevância!no!nosso!dia-a-dia,!é!importante!caminhar!no!sentido!de!aprimorar!o!cálculo!e!
entender! melhor! os! fenômenos! físicos,! mesmo! porque! somente! dessa! forma! é! que! saberemos! o! “quão!
aproximado”!são!os!métodos!simplificados.!
Portanto,!a!questão!colocada!anteriormente,!“Eu!sempre!fiz!desse!jeito,!e!nunca!deu!problema.!Por!que!tenho!
que!mudar?”,!pode!ser!encarada!de!uma!outra!forma:
Será que os processos que tenho utilizado estão sempre a favor da segurança? Será que o que estou
fazendo pode apresentar problema algum dia?
Na! essência,! essa! é! uma! das! razões! que! coloca! a! Engenharia! de! Estruturas! num! patamar! diferenciado,! que!
envolve! responsabilidade,! discernimento! e! coerência.! Trabalha-se! com! limites! opostos,! a! segurança! e! a!
economia,!que,!perante!toda!a!sociedade,!devem!que!ser!atendidos!na!sua!plenitude.

Aproximações no cálculo de um pilar


Apesar!de!um!tanto!filosófico,!as!considerações!colocadas!anteriormente!são!importantes,!pois!nos!servem!para!
chamar!a!atenção!para!a!seguinte!questão:!quais!aproximações!são!adotadas!no!cálculo!de!um!pilar?!Como!um!
pilar,!na!vida!real,!é!calculado!durante!o!projeto!estrutural?
Antes! de! adentrar! a! fundo! no! cálculo! de! efeitos! de! 2ª! ordem,! imperfeições! geométricas,! fluência,! diagramas!
momento-curvatura,! M1d,mín,! método! geral,! etc...,! é!extremamente!importante! ter! em!mente! exatamente! como!

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
estamos! calculando! um! pilar,! e! quais! simplificações! estão! sendo! tomadas.! Isso! é! imprescindível! para! se! ter!
controle!global!de!um!projeto!estrutural.
Vejamos,!a!seguir,!um!resumo!de!como!um!pilar!é!comumente!calculado!hoje!em!dia.

Seja!uma!estrutura!real,!como!a!apresentada!na!
figura!ao!lado,!cujos!pilares!precisam!ser!
dimensionados!e!detalhados!pelo!Engenheiro!de!
Estruturas.
Nota:!a!foto!ao!lado!é!de!uma!construção!localizada!
na!cidade!de!Porto!Alegre!(RS),!e!é!capa!do!capítulo!
“Slender Columns”!do!livro!“Reinforced Concrete –
Mechanics and Design”!de!James!G.!MacGregor!e!
James!K.!Wight.

Hágnon Correia
ia d
de
e Am
Amor
Amorim
orim
or im
hagnon_eng@hotmail.com
466.97
466.973.224-20

A!estrutura!como!um!todo!é!calculada!
no!computador!por!meio!de!uma!
modelagem!numérica!(pórtico!espacial,!
grelhas,!elementos!finitos,!...),!que!
contém!diversas!aproximações.

A!rigidez!à!flexão!EI!da!seção!transversal!dos!pilares!é!minorada!para!análise!no!Estado!Limite!Último!(ELU)!a!
fim!de!considerar!a!não-linearidade!física!de!forma!aproximada!(0,7.EIc ou!0,8.EIc).!A!rigidez!axial!dos!mesmos!
é!majorada!a!fim!de!compensar!os!efeitos!decorrentes!da!construção.!De!onde!vêm!esses!coeficientes?
Nessa! etapa,! um! lance! de! pilar! está! “imerso”! no! meio! da! estrutura.! Suas! vinculações! no! topo! e! na! base! são!
relativamente!bem!simuladas!por!meio!das!ligações!com!os!elementos!de!vigas!e!lajes.!
Durante!esse!cálculo!global,!os!efeitos!globais de!2ª!ordem!são!então!avaliados!(0,95.gz ou!P-D),!bem!como!as!
imperfeições!geométricas!globais!(desaprumo!do!edifício!como!um!todo).

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

Uma!vez!efetuado!o!cálculo!global,!
cada!lance!de!pilar!é!extraído!desse!
modelo!e!passa!a!ser!analisado!de!
forma!isolada.

Nesse! modelo! local,! as! vinculações! no! topo! e! na! base! passam! a! ser! tratadas! de! forma! bastante! simplificada!
(apoios!simples),!de!tal!forma!a!manter!o!equilíbrio!de!esforços!com!o!modelo!global.!
A! não-linearidade! física,! por! sua! vez,! é! considerada! de! forma! mais! refinada! que! no! modelo! global! (1/r!
aproximada,!rigidez!aproximada,!rigidez!acoplada!a!diagrama!N,!M,!1/r).
Os! efeitos! locais! de! 2ª! ordem! são! então! avaliados! por! processo! aproximado! (pilar-padrão! ou! pilar-padrão!
ados!(“P-dd”)
melhorado)!ou!processos!iterativos!mais!refinados!(“P-d”).
melhorado)!ou!processos!iterativos!mais!refinados!(“P
melhorado)!ou!processos!iterativos!mais!refin ”).
Hágnon Correia de Amorim
Nessa! etapa,! são! também! calculados!hagnon_eng@hotmail.com
os! esforços! devido! às! imperfeições! geométricas! locais! (falta! de!
retilineidade!ou!desaprumo!no!lance)!e!a!fluência!(deformação!lenta).
idade!ou!desaprumo!no!lance)!e!a!fluência!(deformação!lenta).
466.973.224-20

Concluindo
De!acordo!com!o!exposto!anteriormente,!as!seguintes!questões!ficam!em!aberto:
· Por!que!não!tratar!todo!problema!por!meio!de!um!modelo!único,!sem!a!separação!global!do!local?!
· Por!que!não!considerar!a!rigidez!dos!elementos!de!forma!uniforme?!
· As!imperfeições!geométricas!que!podem!ou!não!aparecer!durante!a!construção!da estrutura!não!
poderiam!ser!consideradas!de!outra!forma?
· E!a!fluência?!Será!que!as!formulações!atuais!são!condizentes!com!a!realidade?
As!questões!acima!deixam!evidente!o!quanto!temos!ainda!que!evoluir!e!nos!mostra!que, mais!do!que!calcular!
números! através de! complexas! expressões! matemáticas,! é! preciso “fazer! Engenharia”! na! hora! de! projetar! os!
pilares!de!um!edifício,!no!sentido!estrito!da!palavra.
É!fundamental!que!o!Engenheiro!tenha!plena!consciência!de!que!há!uma!série!de!simplificações!consideradas!
durante! todo! o! processo! de! cálculo! dos! pilares! de! uma! estrutura,! sem! contar! as! aproximações! posteriores!
inerentes!às!etapas!de!dimensionamento!e!detalhamento.
Na! prática,! durante! a! elaboração! de! um! projeto! estrutural,! mais! do! que! o! preciosismo! matemático,! é!
fundamental!ter!uma!visão!geral!do!problema!e!muito!bom-senso!na!tomada!das!decisões.

11
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
CÁLCULO!DE!PILARES (VISÃO!GLOBAL)
De!forma bastante simplificada,!a!elaboração!de!um projeto!estrutural!de!um!edifício!pode!ser!subdividida!em!
quatro!etapas!principais:!concepção estrutural,!análise!estrutural,!dimensionamento!e!detalhamento,!emissão!
de!plantas!finais.

O!cálculo!de!pilares,!obviamente,!está!inserido!dentro!desse!contexto!global,!desde!a!concepção!até!a!emissão!
de!desenhos. Os!pilares!fazem!parte!de!um!todo,!de um!projeto!que!deve!conduzir!a uma!estrutura!que!atenda
os! Estados! Limites! Últimos! (segurança), de! Serviço! (funcionalidade),! assim! como! garantir! a! durabilidade! da!
edificação.

Hágn
Há gnon
gn on Corre
reia
reia ddee Am
Amor orim
or im
hagn
ha gnon
gnon_e
on _eng@h
_e @hot
@h otma
ot mail
ma il.c
il .com
.c om
466.973.
46 3.22
3. 224-
22 4-20
4-20

É!extremamente!importante!enxergar!a!influência!dos pilares!em!cada!uma!dessas!etapas.!Projetar!pilares!não!
significa!apenas!saber!calcular!os!efeitos!locais!de!2ª!ordem!de!forma!precisa"!É!muito!mais!que!isso,!envolve!
inúmeras!outras!importantes!tarefas.
Veja,!resumidamente,!no!fluxograma!a!seguir!como!é!realizado!o!cálculo!de!pilares!dentro!do!contexto!global!de!
um!projeto.
A!visão!abrangente!do!cálculo!de!pilares!dentro!do!contexto!global!do!projeto,!apresentada!de!forma!resumida!
no!fluxograma!anterior,!é!o!primeiro!e!decisivo!passo!para!que!se!possa!projetar!esses!elementos,!participantes!
da! estrutura! de! um! edifício,! de! forma! adequada! e! segura.! Da! mesma! forma,! se! trata! de! um! ponto! de! partida!
para!a!compreensão!e!o!possível!aprofundamento!teórico!de!cada!um!dos!tópicos!envolvidos.
Também,!por!meio!desta!visão!geral,!é!possível!entender!o!quão!limitado!será!o!curso!perante!todo!o!contexto!
geral!do!projeto.!O!mesmo!se!concentrará!principalmente!no!estudo!da!modelagem!local,!mais!especificamente!
no!cálculo!dos!efeitos!de!2ª!ordem e!das!imperfeições!geométricas,!necessários!para!o!dimensionamento!dos!
pilares!de!um!edifício.

12
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

Hágn
Há gnon Corre
gn reia
re ia dee Amorim
hagn
hagnon
gn on_e
on_eng
_e ng@h
ng @hot
@h otma
ot mail.com
ma
466.
466.97
6. 973.
97 3.22
3.224-
22 4-20
4-20

13
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

CONCEPÇÃO ESTRUTURAL
Para! muitos! especialistas, e com! toda! a! razão, trata-se! da! parte mais importante! de! todo! o! projeto.! O bom
cálculo dos pilares de um edifício começa sempre numa boa concepção estrutural.
Aqui é! que se! idealiza! a!estrutura! do! edifício e imagina-se o seu comportamento. É onde!se!devem gastar! os
seus neurônios.
Fundamentalmente,!nesta!etapa,!entram!a!criatividade,!o!bom!senso!e!a!experiência!do!Engenheiro!Estrutural.!
A!função!do!computador!é!zero"!Ele!apenas!proporciona!facilidades!na!entrada!gráfica,!mais nada.!A!concepção!
estrutural!é!100%!de!responsabilidade!do!Engenheiro.
No!caso!específico!de!pilares, durante!a!concepção!estrutural, deve-se!pré-dimensionar!suas!dimensões!(seção!
transversal! e! comprimento – entre! pisos)! e! definir! seus! materiais! (classe! do! concreto),! compondo-os! dentro!
que! uma! estrutura! que! deverá! ter! uma! resposta! adequada! em! ELU! e! ELS! perante a aplicação! das! ações
(permanentes!e!variáveis,!verticais!e!horizontais)!no!edifício.
Durante!o!curso,!não!estudaremos!especificamente!este!assunto. Contudo,!diversas!informações!apresentadas!
durante!o!mesmo!poderão!trazer!subsídios!para!uma!melhor!concepção!estrutural.

ANÁLISE!ESTRUTURAL
Outra!etapa!do!projeto!que,!em!conjunto!com!a!concepção!estrutural,!define!a!trajetória!principal!do!mesmo.
ente,!o!dimensionamento!e!detalhamento!de!pilares,!que!serão!abordados!mais!adiante,!também!são!de!
Certamente,!o!dimensionamento!e!detalhamento!de!pilares,!que!serão!abordados!mais!adiante,!também!são!de!
extrema! relevância,! mas! pode-se! Hágnon
se! afirmar,! Correia de que!
categoricamente,! Amorim
uma! boa! concepção! aliada! uma! adequada!
hagnon_eng@hotmail.com
análise!estrutural,!praticamente!garantem!o!sucesso!do!projeto!de!pilares.
análise!estrutural,!praticamente!garantem!o!sucesso!do!pr ojeto!de!pilares.
466.973.224-20
Nos! dias! atuais,! tem-se!
se! mostrado! que! a! grande! maioria! das! falhas! e! patologias! presentes! nos! edifícios! já!
construídos!provém!de!imprecisões!na!concepção!e na análise!estrutural.
O!verdadeiro!objetivo!da!análise!estrutural!é!descobrir!qual! a!resposta!da!estrutura!perante!as!ações!que!lhe!
foram!aplicadas,!respondendo!a!seguinte!questão:!quais são os esforços atuantes nos pilares?
Uma! condição! essencial!para! que! os! pilares! sejam! dimensionados! de! forma! correta!é! a! obtenção!de! esforços!
precisos!e!realistas!durante!a!análise!estrutural.
Para! isso,! adotam-se! protótipos! que! procuram! simular! o! comportamento! da! estrutura real.! Estes! protótipos,
associados! aos! diversos! tipos! de! análises! (linear,! não-linear), definem! o! que! comumente! denominamos! de!
modelos!estruturais.
No!caso!da!análise!de!pilares,!dois!principais!modelos!são!adotados:!modelo!global!e!modelo!local.

Modelo Global
Neste!modelo,!a!estrutura!do!edifício!inteiro!é!analisada!como!um!todo.!Usualmente,!se!faz!o!uso!do! Pórtico
Espacial,!onde!cada!lance!de!pilar!fica!representada!por!uma!única!barra.
Ao!final!do!processamento,!obtém-se!as!solicitações!inicias!(Sd,ini),!de!2ª!ordem!global!(Sd,2ª! glo)!e!as!devidas!às!
imperfeições!geométricas!globais!(Sd,igG).
Por! meio! da! modelagem! global,! é! que! se! avalia! a! estabilidade! da! edificação! como! um! todo! através! de!
parâmetros!globais,!como!o!gz ou!o!a.!E,!de acordo!com!a!deslocabilidade!da!estrutura,!ela é!classificada!como!
de!nós!fixos!ou!móveis.

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

É! importante! salientar! que! os! pilares,! sejam! eles! com grande! rigidez! à! flexão! (núcleos! rígidos! em! torno! de!
caixas! de! elevador! e! caixa! de! escada)! ou! formando! um! conjunto! rígido! com as vigas! (aporticamento),! são!
fundamentais!na!manutenção!da!estabilidade!global!de!edifícios,!principalmente!os!mais!esbeltos.
Também! por! meio! da! modelagem! global,! da! qual! os! pilares! fazem! parte,! os! deslocamentos! laterais e! as!
acelerações provocadas!pelas!ações!horizontais são!avaliados,!de!tal!forma!que!o!comportamento!em!serviço!da!
edificação!seja!analisado.
Enfim,! os! pilares,! inseridos! dentro! da! modelagem!
Hágnon Correia global,! têm! influência! significativa! na! obtenção! dos!
de Amorim
resultados!(esforços!solicitantes,!estabilidade!global,!conforto).
resultados!(esforços!solicitantes,!estabilidade!global,! conforto).
hagnon_eng@hotmail.com
466.973.224-20
Modelo Local
Neste!modelo,!um!trecho!do!pilar!(lance)!é!analisado!de!forma!totalmente!isolada!da!estrutura.

Ao!final!do!processamento,!obtém-se!os!efeitos!locais!e!localizados!de!2ª!ordem!(Sd,2ª!loc e!Sd,2ª!loz),!os!devidos!às!
imperfeições!geométricas!locais!(Sd,igL)!e!à!fluência!(Sd,flu).
As!solicitações!nos!pilares!resultantes!da!modelagem!local!serão!objeto!de!estudo!detalhado!durante!o!curso.

DIMENSIONAMENTO
Condição de segurança
É!muito!importante!estar!ciente!de!que, no!momento!do!dimensionamento!dos!pilares, o!que!está!se!fazendo,!na!
realidade,!é!verificar!somente!algumas!seções!escolhidas!ao!longo!do!elemento.
15
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
Estas!seções consideradas críticas!são,! normalmente,! a!seção! do! topo! de!cada! lance,! a! seção! da! base! de!cada!
lance!e!uma!seção!que fica!entre!o!topo!e!a!base!de!cada!lance!onde,!devido!ao!surgimento!de!efeitos!locais!de!
2ª!ordem,!a!solicitação!total!poderá!ser!maior!que!a!dos!extremos.
Repetindo,!ao dimensionar os pilares, estamos verificando apenas algumas seções críticas ao longo de
sua extensão.
Isso!é!feito!porque!a!condição!primária!de!segurança,!apresentada!abaixo,!é!descrita!analiticamente!para!uma!
seção:

Sd ≤ Rd
De!acordo!com!esta!singela!expressão,!que!serve!de!base!para!o!dimensionamento!de!elementos!de!concreto!
armado!em!geral,!temos!de!um!lado!a!solicitação!com!o!seu!valor!de!cálculo.!Do!outro,!a!resistência!com!o!seu!
valor!de!cálculo.
Conforme! já! apresentado! no! fluxograma,! a! solicitação! é! calculada! durante! a! análise! estrutural! (modelagem!
global!e!local)!e!com!a!majoração dos!esforços!pelo!coeficiente!gf.
Já,!a!resistência!é!calculada!a!partir!da!seção!de!concreto!e!aço!com!a!minoração!da!resistência!característica!
dos!mesmos,!gc e!gs,!respectivamente.

Solicitação Sd
A! solicitação! em uma seção do! pilar! é! calculada! durante! a! análise! estrutural.! Uma! parcela! da! mesma! é!
calculada!pelo!modelo!global!e!a!outra!pelo!modelo!local.
O!cálculo!das!solicitações!seja!objeto!de!estudo!mais!detalhado!durante!praticamente!todo!o!curso.

Resistência Rd Hágnon Correia de Amorim


hagnon_eng@hotmail.com
A resistência última de! uma seção submetida!
tida! a! solicitações! normais é! calculada! levando-se! em! conta as!
466.973.224-20
seguintes!hipóteses!básicas:
· A!seção!permanece!plana!após!a!sua!deformação (condição!de!compatibilidade).
· Há!a!total!solidariedade!entre!o!concreto!e!o!aço,!de!tal!forma!que!a!deformação!nas!armaduras!é!a!
mesma!nas!fibras!de!concreto!que!estão!imediatamente!no!seu!entorno.
· O!encurtamento!que!leva!a!ruptura!do!concreto!é!"cu.
· O!alongamento!plástico!excessivo do!aço é!de!10/1000.
· A!resistência!à!tração!do!concreto!(fct)!é!totalmente!desprezada.
Na situação! última! (ELU),! a! configuração! da! deformação! na! seção! se! dá! de! acordo! com! um! dos! domínios! de!
cálculo.

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

· O!diagrama!tensão-deformação!do!concreto!é!o!definido!no!item!8.2.10.1!da!NBR!6118:2014.
· O!diagrama!tensão-deformação!do!aço!é!o!definido!no!item!8.3.6!da!NBR!6118:2014.
· Pode-se!adotar!o!diagrama!parábola-retângulo!ou!retangular!para!a!distribuição!das!tensões!na!parte!
da!seção!que!está!comprimida.
Baseado! nas! hipóteses! clássicas! anteriormente! descritas! e! que! estão claramente definidas! no! item! 17.2.2! da!
NBR!6118:2014,!pode-se!então!calcular analiticamente os!esforços!resistentes!últimos!numa!seção!de!concreto
armado.
Hágnon Correia de Amorim
Para!isso,!no!caso!de!elementos!submetidos!à!flexão!simples,!como!as!vigas,!basta:
hagnon_eng@hotmail.com
· Definir!uma!posição!da!linha!neutra (LN).
466.973.224-20
· Definir!as!deformações!nos!concreto!e!no!aço,!de!acordo!com!os!domínios!de!cálculo!(semelhança!de!
triângulos).
Calcular!as!respectivas!tensões!no!concreto!(fcd)!e!no!aço!(fyd),!de!acordo!com!os!diagramas!idealizados!previsto!
na!norma.
· Calcular!as!respectivas!forças!no!concreto!(Ncd)!e!no!aço!(Nsd),!admitindo!a!lei!de!Hooke!(s =!E.!e).
· Verificar!se!há!a!o!equilíbrio!interno!de!forças!na!seção,!isto!é,!Ncd =!Nsd.
· Se!a!condição!de!equilíbrio!estiver!satisfeita!basta!calcular!o!momento!resistente!último!(MRd)!por!meio!
da!multiplicação!das!forças!no!concreto!e!no!aço!pelos!seus!respectivos!braços!de!alavanca!em!relação!à!LN.
· Se!a!condição!de!equilíbrio!não!for!satisfeita,!isto!é,!Ncd #!Nsd,!deve-se!definir!outra!posição!de!LN!e!
repetir!o!processo.
No! caso! de! pilares,! que! além! do! momento! fletor,! a! seção! também! está! submetida! a! uma! força! normal! de!
compressão,! caracterizando-se! numa! flexão! composta! normal,! o! procedimento! para! se! calcular! o! MRd é!
exatamente!o!mesmo,!com!a!única!diferença!de!se!considerar!as!deformações!e!tensões!adicionais!oriundas!da!
força!normal.!Ou!seja,!para!cada!força!Nd,!pode-se!calcular!um!momento!MRd.
Ainda! no! caso! de! pilares,! também! é! comum! a! atuação! de! momentos! fletores! em! cada! direção! acrescidos! da!
força!normal,!caracterizando!assim!numa!flexão!composta!oblíqua.!Neste!caso,!o!procedimento!descrito!acima!
também!é!similar,!porém!com!a!LN!inclinada,!o!que!dificulta!bastante!o!cálculo!manual.

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

Seja!na!flexão!composta!normal!como!na!flexão!composta!oblíqua,!situações!típicas! para!o!caso!dos!pilares,!é!
muito!conveniente!se!fazer!o!uso!de!curvas ou diagramas de interação para!se!avaliar!a!resistência!da!seção.!
Esse!assunto!será!apresentado!com!mais!detalhes!a!frente.
Hágnon Correia de Amorim
hagnon_eng@hotmail.com
Situação de incêndio e durabilidade
466.973.224-20

Durante!o!dimensionamento!das!seções!dos!pilares,!também!se!devem levar!em!conta!questões!relativas!à!sua!
resistência!em!situação!de!incêndio!e!a!durabilidade!ao!longo!do!tempo.
No!caso!da!verificação!perante!a!ação!do!fogo,!é!mais!usual!e!prático!fazer!o!uso!do!Método!Tabular presente!na!
NBR!15200:2012,!que!consiste!em!atender!dimensões!(bmín e!c1mín – distância!do!CG!da!armadura!à!face!exposta!
ao!fogo)!de!acordo!com!a!magnitude!da!exposição!da!construção!ao!incêndio-padrão!(TRRF).
Em! relação! à! durabilidade,! deve-se! definir! cobrimento! e! concreto! adequados! de! tal! forma! proteger! as!
armaduras!da!agressividade!do!meio-ambiente.

DETALHAMENTO
Uma!vez!garantida!a segurança!nas!seções consideradas críticas!dos!pilares,!esta!(a!segurança)!é!estendida!para!
toda!a!extensão!desses!elementos!por!meio!de!um!correto!detalhamento!de!armaduras.
Isso!se!faz!por!meio!da!definição!correta!do!comprimento!das!barras!de!armadura!ao!longo!do!pilar,!levando-se!
em!consideração!as!condições!de!ancoragem!e!transpasse,!assim!como!da!distribuição!da!armadura!transversal!
(estribos!e!grampos),!a!fim!de!se!evitar!a!flambagem!das!barras!longitudinais.
Deve-se! também! atender! requisitos! necessários! para! uma! boa! construção! dos! elementos! da! obra!
(construtibilidade).! Neste! caso,! torna-se! importante! o! atendimento! a! espaçamentos e! taxas! de! armaduras!
limites.

18
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
DESENHO
Os! desenhos! dos! pilares! tanto! nas! plantas! de! fôrmas! como! nas! plantas! de! armações! são! o! resultado! final! de!
todo! o! projeto! estrutural.! Devem! conter! todas! as! informações! necessárias! para! construção! correta! da!
edificação.
Apesar!de!todo!o!exaustivo!trabalho!das!demais!etapas!(concepção,!análise,!dimensionamento!e!detalhamento),!
o!produto!de!um!projeto!estrutural!fica!resumido!num!conjunto!de!papel!ou!arquivos!de!desenho.
Por! isso,! torna-se! vital! evidenciar! ao! contratante! que! projetar! pilares! não! significa! apenas! desenhá-los.! Mas,!
muito! mais! que! isso,! principalmente! por! ser! um! trabalho! essencialmente! intelectual! e! que! envolve! grandes!
responsabilidades.

ADIMENSIONAIS
A!seguir,!serão!revisadas as!principais!variáveis adimensionais!presentes!no!cálculo!de!pilares.

Força normal adimensional (n)


A!força!normal!adimensional!numa!seção é!calculada!pela!seguinte!fórmula:
N Sd
n= ,! sendo! Nsd a! força! normal! solicitante! de! cálculo,! Ac a! área! bruta! da! seção! transversal! e! fcd a!
Ac . f cd
resistência!de!cálculo!do!concreto!à!compressão.
hagnon_eng@hotmail.com
Esta!fórmula!é!bem!simples!de!ser!compreendida.!Nada!mais!é!que!o!quociente!entre!a!tensão!solicitante!e!a!
466.973.224-20
tensão!resistente!da!seção!de!concreto,!com!seus!valores!de!cálculo.
te!da!seção!de!concreto,!com!seus!valores!de!cálculo.
s Sd (g f .N Sk ) /(b.h) N Sd / Ac N Sd
n= = = =
s Rd f ck / g c f cd Ac . f cd

Trata-se! de! um! parâmetro! que! pode! fornecer! uma! referência! em! relação! à! magnitude! força! normal,!
possibilitando! estabelecer! quais! as! seções! dos! pilares! que! podem! estar! mais! próximo! do! limite! de! sua!
resistência!à!compressão.

19
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

A! formulação! da! força! normal! adimensional! também! pode! servir! para! um! pré-dimensionamento! da! seção!
tranversal.

Excentricidade relativa (e/h)


Numa!seção submetida!à!flexão!composta!normal (N!+!M),!pode-se!definir!uma!excentricidade!“e”!cujo!valor!é!o!
M
quociente!entre!o!momento!fletor!e!a!força!normal:! e = .
N
e
Ainda,!é!possível!definir!a!chamada!excentricidade!relativa!(e/h)!=! ,!sendo!h!a!dimensão!da!seção!na!direção!
h
analisada.
Hágnon Correia de Amorim
se!de!um!parâmetro!que!pode!indicar!o!nível!da!solicitação!do!momento!fletor!numa!seção.!Exemplo:!seja!
Trata-se!de!um!parâmetro!que!pode!indicar!o!nível!da!solicitação!do!momento!fletor!numa!seção.!Exemplo:!seja!
um!lance!de!pilar!retangular!20!cm!X!60!cm,!cuja!seção!do!topo!esteja!submetido!às!seguintes!solicitações:
hagnon_eng@hotmail.com
466.973.224-20

Calculando!as!excentricidades!em!cada!uma!das!direções,!temos:
My 4,0
ex = = = 0,02m = 2,0cm
N 200
Mx 4,0
ey = = = 0,02m = 2,0cm
N 200
Note!que!a!excentricidade!ex é!gerada!pelo!momento!fletor!em!torno!do!eixo!y,!e!vice-versa.
Agora,!calculando!as!excentricidades!relativas,!temos:
e x 2,0 ey 2,0
= = 0,1 Þ 10% = = 0,033 Þ 3,3%
b 20 h 60

20
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

Apesar!dos!momentos!nas!duas!direções!terem!a!mesma!magnitude,!M x =!My =!4,0tf.m,!é!possível!perceber!que!


o!momento!em!torno!da!direção!menos!rígida!(My)!é!mais!significativo!para!a!seção!do!que!o!momento!na!outra!
direção,!pois!gera!uma!excentricidade!relativa!maior!(ex =!10%).

Momento fletor adimensional (m)


O!momento!fletor!adimensional!numa!seção é!calculado!pela!seguinte!fórmula:
æeö M Sd
m = n .ç ÷ = ,!sendo!Msd o!momento!fletor!solicitante!de!cálculo,!Ac a!área!bruta!da!seção!transversal,!
èhø Ac . f cd .h
fcd a!resistência!de!cálculo!do!concreto!à!compressão!e!h!a!dimensão!na!direção!analisada.
Trata-se! de! um! parâmetro! que! serve! de! base! para! construção! de! curvas! de! interação! e! ábacos! de!
dimensionamento.

Taxa geométrica de armadura (r )


(r)
hagnon_eng@hotmail.com
466.973.224-20
A!taxa!geométrica!de!armadura!numa!seção é!dada!por:

æA ö
r = çç s ÷÷ ,!sendo!As a!área!total!de!aço!na!seção!transversal!e!Ac a!área!bruta!da!mesma.
è Ac ø
Trata-se!de!um!parâmetro!nos!dá!uma!referência!com!relação!à!quantidade!de!armadura!numa!seção.!A!norma!
define!valores!máximos!e!mínimos!de!taxas!em!seções!de!pilares.

Taxa mecânica de armadura (w)


A!taxa!geométrica!de!armadura!numa seção é!dada!por:
æ As . f yd ö
w = çç ÷÷ ,!sendo!As a!área!total!de!aço!na!seção!transversal,!Ac a!área!bruta!da!mesma,!fyd a!resistência!de!
è Ac . f cd ø
cálculo!do!aço!à!tração!e!fcd a!resistência!de!cálculo!do!concreto!à!compressão.
Trata-se!de!um!parâmetro!que!serve!de!base!para!construção!de!ábacos!de!dimensionamento.

Índice de esbeltez (l)


O! índice! de! esbeltez! de! um! lance de! pilar! depende! de! sua! geometria! e! das! condições! de! vínculo! nos! seus!
extremos,!e!é!calculado!pela!seguinte!fórmula:
le
l= ,! sendo! le o! comprimento! equivalente! do! lance! e! i! o! raio! de! giração! da! seção! transversal! na! direção!
i
analisada.

21
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
le . 12 3,46.le
Para!o!caso!de!seção!retangular:! l = = ,!sendo!h!a!dimensão!da!seção!na!direção!analisada.
h h
4.l
Para!o!caso!de!seção!circular!cheia:! l = e ,!sendo!D!o!diâmetro!da!seção.
D
Por!meio!do!valor!do!índice!de!esbeltez,!é!possível!estabelecer!o!quanto!a!peça!é!esbelta,!e!assim,!ter!a!noção!da!
magnitude!dos!efeitos!locais!de!2ª!ordem.
Veja!o!exemplo!de!um!pilar!retangular!de!20cm!X!60cm!e!le=3,0m.!Note!que,!há!um!índice!de!esbeltez!para!cada!
direção.

O!valor!de!le é!função!do!tipo!de!vínculo!adotado.!Veja,!a!seguir,!algumas!condições!típicas.


Hágnon Correia de
e Am
Amorim
hagnon_eng@hot
ha otma
mail.com
ma
466.973.224-
4-20
20

22
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
EXEMPLO 1

Dado!o!pilar!ao!lado,!cujos!dados!são:
· Seção constante 25!cm!X!65!cm
· Armadura constante:!6!f 12,5!mm
· le =!6,40!m!(bi-apoiado)
· fck =!20!MPa;!gc =!1,4
· fyk =!500!MPa;!gs =!1,15
· NSd (seção!topo)!=!84!tf
· MSd (seção!do!topo,!em!torno!da!direção!
menos!rígida)!=!2,4!tf.m

Análise!em!torno!da!direção!menos!rígida:!c
Análise!em!torno!da!direção!menos!rígida:!calcular!
Hágnon Correia de Amorim
m,!,!r
do!pilar,!e!(e/h),!n,!m
do!pilar,!e!(e/h),!n,!
do!pilar,!e!(e/h),! r,!,!w
l do!pilar,!e!(e/h),!n,!m,!r,!w w na!seção!do!topo.
hagnon_eng@hotmail.com
466.973.224-20

23
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
Resolução:

Hágn
Há gnon
gn on C
Correia de Amorim
hagn
ha gnon
gnon_e
on _eng
_e ng@h
ng@hot
@h otma
ot mail
ma il.c
il .com
om
466.
46 6.973.22
224-
4-20
20

CLASSIFICAÇÃO
Um! pilar pode! ser! classificado segundo! a sua! esbeltez, a! sua posição! na! estrutura! e! a! sua! contribuição! no!
contraventamento da!estrutura.

Quanto à esbeltez
Basicamente,!os!pilares!podem!ser!classificados!de!acordo!com!o!seu!índice!de!esbeltez!da!seguinte!forma:

24
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

Nas!estruturas!usuais!em!concreto!armado,!a!grande!maioria!dos!pilares!tem!um!índice!de!esbeltez!inferior!a!
90.!Em!certos!casos!particulares!na!qual!a!arquitetura!do!edifício!impõe!uma!geometria!mais!ousada,!adotam-se!
pilares!mais!esbeltos!(90!<!l $!140).!Casos!de!pilares!com!índice!de!esbeltez!superior!a!140!são!raros!e!devem!
ser!evitados.

hagn
ha gnon
gnon_eng
on ng@hotmail.com
ng
466.97
46 973.
97 3.22
3. 224-
22 4-20
4-20

Quanto!mais!esbelto!for!o!pilar,!mais!detalhado!e!cuidadoso!deve!ser!o!seu!cálculo,!pois!os!efeitos!locais!de!2ª!
ordem!são!mais!significativos!e!tendência!de!perda!de!estabilidade!é!maior.!A!adoção!indiscriminada!de!pilares!
esbeltos!em!um!projeto!é!um!risco!enorme.

O!engenheiro!deve!que!ter!a!“sensibilidade”!de!avaliar!nível!esbeltez!de!um!pilar,!isto!é,!saber!diferenciar!um!
pilar!robusto!de!um!pilar!esbelto.!Pilar!com!índice!de!esbeltez!superior!a!90!é!muito!esbelto!e!o!seu!cálculo!deve!
ser!realizado!com!critério.

25
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
Quanto à posição na estrutura
Um! pilar! pode! ser! classificado! de! acordo! com! a! sua! posição! na! estrutura! em:! pilar! de! canto,! pilar! de!
extremidade (ou!lateral) e!pilar!intermediário (ou!central).

Hágnon Correia de Amorim


A! classificação! de! um! pilar! quanto! à! sua! posição! na! estrutura! é! bastante! útil,! pois! pode! indicar! que! tipo! de!
hagnon_eng@hotmail.com
solicitações! iniciais! o! mesmo! pode! estar! submetido.!
submetido .! Pilares! de! canto! estão! submetidos! à! flexão! composta!
466.973.224-20
oblíqua (ver! figura! a! seguir),! pilares! de! extremidade! podem! estar! submetidos! à! flexão! composta! normal e!
pilares!intermediários!podem!estar!submetidos!à!compressão!centrada.!Mas,!isso!depende!de!cada!caso.

Quanto ao contraventamento
Em!relação à!sua!contribuição!no!contraventamento!da!estrutura,!um!pilar!pode!ser!classificado!em:!pilar!de!
contraventamento!e!pilar!contraventado.

26
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
Pilares! de! contraventamento! possuem! grande! rigidez! a! ações! horizontais.! Os! pilares! contraventados! são!
elementos!de!menor!rigidez,!mas!que!estão!interligados!aos!pilares!de!contraventamento.

Hágnon Correia de Amorim


hagnon_eng@hotmail.com
É! muito! importante! durante! a! análise! de! uma! estrutura,! identificar! quais! são! os! pilares! contraventados e! os!
466.973.224-20estrutural! distinto,! e! são! calculados! de! forma!
pilares! de! contraventamento.! Eles! possuem! comportamento!
diferente.

CURVAS!OU!DIAGRAMAS!DE!INTERAÇÃO
Já! foi! apresentado! anteriormente! que,! uma! vez! conhecida! a! geometria! da! seção,! as! armaduras,! os! materiais,
estabelecidas! as! hipóteses! que! definem! a! situação! última! (ruptura! do! concreto! ou! alongamento! plástico!
excessivo!do!aço) e!os!coeficientes!de!segurança,!torna-se!possível!calcular!analiticamente!a!resistência!última
(Rd)!de!uma seção de!concreto!armado.
No! caso! de! seções! submetidas! à! flexão! composta,! normal! ou! oblíqua,! a! resistência! última (Rd) pode! ser!
graficamente!representada!por!meio!de!curvas ou!superfícies de!interação.

Curva N-M
Para!seções!submetidas!à!flexão!composta!normal (N,!M),!podem-se!montar!curvas ou!diagramas de!interação!
que!relacionam!a!força!normal última com!o!momento!fletor último.

27
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

Na!figura!anterior,!a!curva!representa!a!resistência!última!(Rd)!da!seção,!onde!cada!ponto!sobre!a!mesma!define!
pares!(NRd e!MRd).!Caso!a!solicitação!(Sd),!composta!por!uma!força!normal!solicitante!atuando!em!conjunto!com!
o!momento!fletor!solicitante,!par!(NSd,!MSd),!!for!definido!por!um!ponto!dentro!ou!sobre!a!curva!de!interação,!a!
condição!de!segurança!fica!atendida!(Sd $!Rd).
Contrariamente,! quando! a! solicitação! (Sd),! definida! por! um! par! solicitante! (NSd,! MSd),! ficar! representado! para!
fora!da!curva!de!interação,!o!ELU!à!ruptura!é!atingido.
a!resistência!à!tração!não!diminui!tanto!à!medi
De!forma!geral, é!possível!perceber!na!curva!acima!que a!resistência!à!tração!não!diminui!tanto!à!medida!que!
Hágnon Correia de Amorim
alterarmos!o!valor!do!momento!fletor.!Este!fato,!porém,!não!ocorre!quando!a!força!é!de!compressão.
hagnon_eng@hotmail.com
Veja,!a!seguir,!a!curva!de!interação!N-M!para!uma!seção
M!para!uma!seção retangular!de 30!cm!X!60!cm,!armadura!composta!por!
466.973.224-20
16!barras!de!20!mm!dispostas!simetricamente (d’!=!3,6!cm) ,!concreto!C20,!aço!CA50 f =!1,4 e gs =!1,15.
(d’!=!3,6!cm),!concreto!C20,!aço!CA50
(d’!=!3,6!cm),!concreto!C20,!aço!CA50,!g

A! curva! N-M! pode!ser! representada!com! a! força! normal! na! abscissa! e!o!momento! no! eixo! das!ordenadas,! ou!
vice-versa.

Curva N-Mx-My
Para! seções! submetidas! à! flexão! composta! oblíqua! (N,! Mx,! My),! pode-se! montar! curvas! ou! diagramas! de!
interação!que!relacionam!a!força!normal!última (pré-fixada) com ambos os momentos fletores últimos.

28
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
Veja,!a!seguir,!a!curva!de!interação N-Mx-My para!uma!seção!retangular!de!30!cm!X!60!cm,!armadura!composta!
por!16!barras!de!20!mm!dispostas!simetricamente!(d’!=!3,6!cm),!concreto!C20,!aço!CA50,! gf =!1,4,!gs =!1,15!e!
força normal de cálculo igual a 150 tf.

OBS.:!é!preciso!tomar!cuidado!com!a!notação!adotada!para!os!momentos.
OBS.:!é!preciso!tomar!cuidado!com!a!notação!
Hágnon adotada!para!os!momentos.
Correia de Amorim
hagnon_eng@hotmail.com
Seção qualquer 466.973.224-20
No! caso! de! seção! com! geometria! irregular,! como! por! exemplo,! seção! com! formato! em! “L”,! usualmente,! o!
diagrama!é!traçado!com!momentos!fletores!atuando!nas!direções!principais,!conforme!mostra!a!figura!a!seguir.

Superfície N-Mx-My
Quando! montamos! “n”! curvas! N-Mx-My sucessivamente, variando! o! valor! da! força! normal! desde! o! do! valor!
limite!à!tração!até!o!limite!à!compressão,!obtemos!o!que!chamamos!de!superfície!de!interação!N-Mx-My.!Trata-
se!do!caso!geral!para!a!análise!à!flexão!composta!oblíqua.

29
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

Veja,!a!seguir,!o!exemplo!de!uma!superfície!de!interação!N-M
Veja,!a!seguir,!o!exemplo!de!uma!superfície!de!interação!N Mx-M
My.
Hágnon Correia de Amorim
hagnon_eng@h
hagnon_eng@hotmail.com
@hotmail.com
@h
466.973.
3.224-20
3.

Curvas nos computadores


A!construção!de!curvas!de!interação!nos!computadores!é!bastante!comum!e!eficiente.!O!cálculo!e!traçado!das!
mesmas,!normalmente, levam!pouco!mais!que!centésimos!de!segundo.

30
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
Curvas aproximadas
Existem! algumas! propostas! para! a! definição! aproximada! da! curva! N-Mx-My que,! em! geral,! conduzem! a!
resultados! a! favor! da! segurança.! O! uso! da! curva! aproximada! é! interessante! para! se! realizar! verificações!
manuais.

Hágnon
on C
Cor
orreia de Amor
or orim
or im
hagnon_eng
ng@h
ng@hotma
@h mail.com
ma om
466.973.22
224-
22 4-20
4-20

Inclusive,!a!NBR!6118:2014,!no!item!17.2.5.2,!traz!a!seguinte!expressão:
a a
æ M Rd , x ö æM ö
ç ÷ + ç Rd , y ÷ = 1 ,!sendo:!MRd,x e!MRd,y as!componentes!do!momento!resistente!de!cálculo!em!flexão!
çM ÷ çM ÷
è Rd , xx ø è Rd , yy ø
composta!oblíqua!e!MRd,xx e!MRd,yy os!momentos!de!cálculo!em!flexão!composta!normal.
Em!geral,!a!favor!da!segurança,!o!valor!do!expoente! a é!igual!a!1,0.!No!caso!de!seções!retangulares,!pode!ser
adotado!1,2.
Essa!equação!pode!ser!ilustrada!graficamente!da!seguinte!forma:

31
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

EXEMPLO 2
Seja!a!seção abaixo cujos!dados!são:

· Seção!retangular!20!cm!X!60!cm
· Armadura:!10!f 20!mm (d’!=!4,63!cm)
·Hágnon
fck =!30!MPa;!gc =!1,4
=!30!MPa;!g
Correia de Amorim
·hagnon_eng@hotmail.com
=!500!MPa;!gs =!1,15
fyk =!500!MPa;!g
466.973.224-20
· Eixo!x!em!torno!da!direção!menos!rígida
Eixo!x!em!torno!da!direção!menos!rígida
a) Montar!a!superfície!N-Mx-My.
b) Quando! submetida! à! tração! simples,! qual! o! valor! da! força! normal! última! admitida! pela! seção?! Fazer!
conta!simples!para!justificar!o!valor!encontrado.
c) Quando! submetida! à! compressão! simples,! qual! o! valor! da! força! normal! última! admitida! pela! seção?!
Fazer!conta!simples!para!justificar!o!valor!encontrado.
d) Montar!curvas!N-Mx e!N-My.
e) Quais!os!momentos!resistentes!últimos!à!flexão!simples!nas!duas!direções?
f) Montar!a!curva!de!interação!N-Mx-My,!para!uma!força normal!Nd =!210!tf.
g) Qual!o!MRdx quando!MRdy =!0,0!tf.m!(flexão!composta!normal!em!torno!de!x)?
h) Qual!o!MRdy quando!MRdx =!0,0!tf.m!(flexão!composta!normal!em!torno!de!y)?
i) Quando!submetida!à!NSd =!210!tf,!MSdx =!-5,0!tf.m!e!MSdy =!7,0!tf.m,!a!seção!passa?
j) Quando!submetida!à!NSd =!210!tf,!MSdx =!6,0!tf.m!e!MSdy =!-7,0 tf.m,!a!seção!passa?
k) Qual!das!duas!condições!de!carregamento!anteriores!é!a!mais!crítica?
l) Avaliar!as!duas!condições!de!carregamento!definidas!nos!itens!4!e!5!adotando!a!curva!aproximada! da!
NBR!6118.

32
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

Hágnon Corre
Há reia
reia d
de
e Amor orim
or im
hagnon_eng@hotma mail
ma il.c
il .com
.c om
466.973.224-20

33
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
DIMENSIONAMENTO!DE!UM!LANCE
Conforme!já!foi!salientada anteriormente, a condição!primária de!segurança (Sd $!Rd) é!verificada apenas em!
algumas!seções!durante!o!dimensionamento!de!um elemento!estrutural, e!depois!é!extrapolada!para!as!demais!
seções!por!meio!de!um!detalhamento!adequado.
Vamos!visualizar!este!conceito!para!um!lance!de!pilar.
Um! pilar! é! composto! por! “n”! seções! ao! longo! de! seu! lance,! cada! qual! com! a! sua! resistência! e! solicitação.! O!
dimensionamento! e! o! detalhamento! efetuados pelo! Engenheiro! durante! a! elaboração! do! projeto! estrutural!
devem!garantir que, em!todas!as!“n”!seções, a!condição!de!segurança!seja!plenamente!atendida.

Hágn
Há gnon
gn on C
Correia d
de Amorim
hagn
ha gnon_e
gn _eng@hot
_e otmail.com
ot
466.
6.973.224-
6. 4-20
4-

A resistência de! cálculo! (Rd) de! cada! uma! das! “n” seções de! concreto! armado! submetidas à! flexão! composta,!
normal!ou!oblíqua, pode!ser!representada!por!meio!de!“n”!curvas ou!superfícies de!interação.
Em! edifícios! usuais! de! múltiplos! andares,! a! geometria! da! seção, as! armaduras e! o! material! (concreto! e! aço)!
empregado num!lance comumente são!constantes.!A!diferença!entre!a!força!normal!de!compressão!atuante!na
seção!do!topo!e!na!seção!da!base!de!um!lance!é!muito!pequena (é!oriunda somente do!peso-próprio!do!mesmo),!
de! tal! forma! que! é! razoável! se considerar uma! força! de! compressão também constante! ao! longo! do! lance!
(adota-se!sempre!o!valor!da!maior!força!na!base).
A!partir!destas!considerações,!a!resistência!última!de!cálculo (Rd) de!todas!as!seções!de!um!lance!fica!definida!
apenas por!uma única curva de interação N-Mx-My,!conforme!ilustra!a!figura!a!seguir.

34
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

Ou! seja,! no! dimensionamento! de! um! lance! de! pilar, deve-se garantir! que! todas! as! solicitações! de! cálculo! ao!
longo!do!mesmo!(Sd,i,!i=1,n),!representada!por!(NSd,i,!MSdx,i,!MSdy,i)!no!caso!da!flexão!composta!oblíqua,!estejam!
contidas!dentro!da!curva!de!interação!montada!com!NRd,i =!NSd,i =!Nd,cte.

Hágn
Há gnon Cor
gn orreia de Am
or Amorim
im
hagn
gnon_eng
gn ng@hotma
ng mail.com
ma om
466.97
973.224-
97 4-20
4-20

Seções críticas
Obviamente,! entre! o! topo! e! a! base! do! lance! de! pilar! há! seções! críticas! cujas! solicitações! governam! o!
dimensionamento!do!mesmo.!Durante!o!curso,!apresentaremos!como!“descobrir” quais!são!estas!seções.

Combinações de ações
O! dimensionamento! de! um! lance! do! pilar! deve! garantir! a! segurança! para! todas! as! possíveis!combinações! de!
ações!(ELU)!atuantes!no!mesmo.!Cada!combinação!possui!um!determinado!valor!de!força!normal!no!lance!(N d).!
E,! com! isso,! no! caso! geral! do! dimensionamento! de! um! lance! de! pilar,! podemos! dizer! que! as! solicitações! nas!
seções!críticas!calculadas!para!cada!uma!das!combinações!precisam!estar!dentro!da!superfície!de!interação.

35
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

Envoltória de esforços
Hágnon Correia de Amorim
hagnon_eng@hotmail.com
É! importante! lembrar! que! no! dimensionamento! à! flexão! composta,! n
não! vale! a! envoltória! de! esforços das!
466.973.224-20
combinações,! comumente! adotada! no! dimensionamento! de! vigas.! Ou! seja,! não! se! deve! dimensionar! para!
(NSd,máx - MSdx,máx - MSdy,máx).!Isso!pode!levar!a!um!dimensionamento!exageradamente!a!favor!da!segurança,!ou!
mesmo!contra!a!segurança.
A!verificação da!segurança deve!ser!averiguada isoladamente!para!cada!combinação.

Coeficiente adicional
Há!duas!condições em!que!se!deve!introduzir!uma!segurança!extra!no!dimensionamento!de!pilares. Em!ambos
os! casos,! adota-se! um! coeficiente! de! majoração! adicional! gn na! definição das! solicitações! de! cálculo. Veja! a!
seguir.

Pilares com menor dimensão inferior a 19 cm


Na! tabela! 17! da! NBR! 6118:2014, define-se! um! coeficiente adicional gn para! pilares! com! menor! dimensão!
inferior!a!19!cm.

36
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

Pilares com esbeltez superior a 140


Para!pilares!cuja!esbeltez!em!relação!à!sua!direção!principal!de!inércia!for!superior!a!140,!deve-se!adotar!um!
coeficiente!adicional!gn,!conforme!a!expressão!a!seguir.
gn =!1 + 0,01.(l - 140) /!1,4; l é!o!índice!de!esbeltez!do!pilar.
Essa!expressão!está!definida!no!item!15.8.1 da!ABNT NBR!6118:2014.

Representação de Esforços em Planta


Existem! inúmeras! formas! de! representar! graficamente! os! esforços! solicitantes! em! um lance de pilar.! Uma!
maneira!bastante!interessante!e!eficiente!é!a!representação!em!planta dos!mesmos!(solicitações) junto!com!a!
Hágnon Correia de Amorim
curva!de!interação (resistência).
hagnon_eng@hotmail.com
Veja,! a! seguir,! o! exemplo! de! uma! representação! em! planta! de! um! lance! de! pilar! de! concreto! armado! com!
466.973.224-20
momentos!fletores!variando!linearmente!entre!o!seu!topo!e!a!sua!base.

Cada!par!de!esforços!(Mx e!My)!fica!representado!por!um!único!ponto.!Dessa!forma,!os!momentos!solicitantes!
no!topo!e!na!base!ficam!representados!por!dois!pontos!(Topo!e!Base),!como!apresentados!na!figura!anterior.!!
37
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
Quando!os!momentos!fletores!variam!linearmente!entre!o!topo!e!a!base, os!esforços!ao!longo!do!lance!ficam!
representados!por!uma!reta.
A!curva!resistente!é!definida!de!acordo!com!os!materiais,!a!geometria!da!seção,!a!configuração!de!armaduras!e!
a! força! normal! solicitante.! Por! meio! do! desenho! dessa! curva,! é! possível! quantificar! graficamente! o! nível! de!
solicitação!atuante!ao!longo!das!seções!de!um!lance!em!relação!às!suas!resistências.
Veja,!a!seguir,!outro exemplo,!agora!com!o!momento!My atuando!no!mesmo!sentido.

hagnon_eng
ng@h
@hot
otma
mailil.c
.com
om
466.973.224-20
A! representação! de! esforços! em! planta é! bastante! simples,! possibilita! a! visualização! completa! do! que! ocorre!
num!lance,!e!nos!auxiliará!na!compreensão!das!explanações!feitas!ao!longo!do!curso!sobre!a!envoltória!mínima!
de!1ª!ordem,!bem!como!sobre!os!esforços!locais!de!2ª!ordem.

ÁBACOS!DE!DIMENSIONAMENTO
O!dimensionamento!de!pilares!de!um!edifício!de!concreto!está!baseado!na!verificação!da!segurança!(Sd $!Rd)!em!
certas!seções consideradas!críticas!nesses!elementos.
Como! normalmente! as! solicitações! (Sd),! a! seção! transversal! e! os! materiais! (fcd e! fyd)! são! conhecidos,! a!
verificação! desta! condição! recai! no! cálculo de uma armadura necessária,! cuja! solução! pode! ser! bastante!
trabalhosa.!Na!prática,!há!duas!formas!de!se!fazer!isso!de!forma!produtiva:!por!meio!do!uso!de!ábacos!ou!por!
meio!de!softwares.
Atualmente,!a!resolução!por!meio!do!computador!é!a!mais!comum,!e!fornece!resultados!com!grande!precisão!e!
rapidez.!Contudo,!principalmente!em!casos!onde!há!a!necessidade!de!se!fazer!alguma!conta!manual!expedita,!
também!pode-se!fazer!o!uso!de!ábacos.
Diversos!ábacos,!válidos!somente!para!seção!retangular,!foram!construídos!e!reproduzidos!por!muitos!autores,!
dentre! eles:! MARINO! (1978),! FUSCO! (1981),! SUSSEKIND! (1985),! DUMONT! (1987),! VENTURINI! (1990),!
PINHEIRO!(1994),!etc.!Hoje!em!dia,!eles!também!se!encontram!disponíveis!na!Internet.
Todos! os! ábacos! são! montados! a! partir! de! uma! pré-definição! da! armadura! na! seção! (arranjo! e! d’/h)! e! estão!
baseados!nos!adimensionais!n,!m,!w.

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
Flexão Composta Normal
Para! os! casos! de! seção! submetida! à! flexão! composta! normal,! conhecidos! os! valores! da! força! normal!
adimensional!(n)!e!o!momento!fletor!adimensional!(m),!pode-se!extrair!o!valor!da!taxa!geométrica!de!armadura!
(w),!e!assim,!obter!a!área!de!armadura!necessária!na!seção.
Note!que!na!definição!de!n e!m estão!implicitamente!definidas!as!solicitações!e!os!materiais.
Veja,!a!seguir,!um!exemplo!de!ábaco!para!uma!seção!submetida!à!flexão!composta!normal,!armadura!simétrica,!
aço!CA50!e!d’/h!=!0,15.

Hágn
Há gnon
gn on C
Cor
orre
or reia
re ia ddee Am
Amor orim
or im
hagn
ha gnon
gnon_e
on _eng
_e ng@h
ng @hot
@h otma
ot mail
ma il.c
il .com
.c om
466.
46 6.97
6. 973.
97 3.22
3. 224-
22 4-20
4-20

Flexão Composta Oblíqua


Para! os! casos! de! seção! submetida! à! flexão! composta! oblíqua,! conhecidos! os! valores! da! força! normal!
adimensional!(n)!e!os!momentos!fletores!adimensionais!(mx e my),!pode-se!extrair!o!valor!da!taxa!geométrica!de!
armadura!(w),!e!assim,!obter!a!área!de!armadura!necessária!na!seção.
Veja,!a!seguir,!um!exemplo!de!ábaco!para!uma!seção!submetida!à!flexão!composta!oblíqua,!armadura!simétrica,!
aço!CA50!e!d’y/hy =!0,05!e!d’x/hx =!0,10.

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

Hágn
Há gnon
gn on C
Cor
orre
or reia
re ia ddee Am
Amor orim
or im
hagn
ha gnon
gnon_e
on _eng
_e ng@h
ng @hot
@h otma
ot mail
ma il.c
il .com
.c om
466.
46 6.97
6. 973.
97 3.22
3. 224-
22 4-20
4-20

Diversos!exemplos!de!como!usar!ábacos!no!dimensionamento!de!armaduras!podem!ser!encontrados!no!livro!
dos!Profºs!CHUST e!PINHEIRO,!página!286.
Utilizaremos!ábacos!em!exemplos!resolvidos!durante!o!curso.

SOLICITAÇÕES!EM!PILARES!DE!EDIFÍCIOS
Basicamente,!os!esforços!solicitantes!mais!importantes que!atuam!ao!longo!de!cada!um!dos!lances!de!um!pilar!
de!um!edifício!usual,!decorrentes!da!aplicação!das!ações!verticais!e!horizontais,!são:
· Força!normal,!predominantemente!de!compressão.
· Momentos!fletores,!em!cada!direção.

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
Há!também!a!atuação!do!momento!torsor!e!das!forças!cortantes.!No!entanto,!nos!casos!usuais!de!edifícios com!
múltiplos! pavimentos,! os! mesmos! podem! ser! desprezados1,! pois! não! são! solicitações! preponderantes! e!
significativas.
Quando!há!atuação!simultânea!da!força!normal!(N)!e dos dois!momentos!fletores!(Mx e!My)!nos!pilares,!suas!
seções!ficam!submetidas!a!uma!flexão!composta!oblíqua.!Essa!situação!é!típica!em!pilares de canto.

Hágnon
Há on C
Cor
orre
or reia de Amor
re orim
im
hagnon
ha on_e
on_eng
_e ng@h
ng @hotmail.com
@h om
466.
46 6.97
6. 973.22
97 224-
22 4-20
4-

Nos!casos!em!que!o!momento!fletor!numa!das!direções!é!desprezível,!as!seções!ficam!submetidas!a!uma!flexão!
composta!normal.!Essa!situação!é!típica!em!pilares de extremidade,!mas!não!é!regra!geral.

1 Há!casos!em!que!a!consideração!dos!esforços!de!cortante!e!torsor!não!podem!ser!desprezadas.
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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

É! bom! lembrar! que! a! consideração! da! flexão! composta! normal! é! uma! aproximação,! válida! somente! para!
simplificar! o! caso! geral,! que! é! a! flexão! composta! oblíqua.! Na! vida! real,! os! pilares! quase! sempre! estarão!
submetidos!a!momentos!fletores!nas!duas!direções.
Nos!sistemas!computacionais!atuais,!usualmente!todos!os!pilares!são!dimensionados!à flexão!composta!oblíqua!
(N,!Mx e!My).!Não!há!a!simplificação!em!flexão!composta!normal.

Força normal Hágnon Correia de Amorim


hagnon_eng@hotmail.com
@hotmail.c
.com
.c
466.973.224-20
3.224-20

A!força!normal!nos!pilares!oriunda!da!aplicação!das!
ações!verticais!nos!pavimentos!é!acumulada!lance!a!
lance!do!topo!para!a!base!do!edifício,!até!transmiti-la!
para!os!elementos!de!fundação.

Usualmente,!num!mesmo!lance,!a!diferença!gerada!pelas!ações!verticais!entre!a!força!normal!na!seção!do!topo!e!
na!seção!da!base!é!pequena. Refere-se!apenas!à!atuação!do!peso-próprio!no!lance.!Na!prática,!sempre!se!adota!
uma!força!normal!máxima (base) constante!para!o!dimensionamento!do!lance.

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

Quando!submetida!exclusivamente!a!
ação!horizontal!(situação!meramente!
fictícia),!parte!dos!pilares!ficam!
tracionados,!e!a!outra!parte!comprimida,
formando!binários!resistentes!aos!
esforços!gerados!pela!ação.

Vale! à! pena! lembrar,! no! entanto,! que! a! atuação! isolada! da! ação! horizontal! na! estrutura,! na! prática,! nunca!
ocorrerá.!Na!vida!real,!não!há!uma!situação!na!qual!exista!a!atuação!da!mesma!sem!a!presença!simultânea!das!
ocorrerá.!Na!vida!real,!não!há!uma!situação!na!qual!exista!a!atuação!da!mesma!sem!a!
Hágnon Correia de Amorim
cargas! verticais! (peso-próprio,!
próprio,! revestimentos,! sobrecargas,! etc).! A! estrutura! precisa! existir! para! que! o! vento!
hagnon_eng@hotmail.com
atue"
466.973.224-20
A! ação! horizontal,! portanto,! sempre! atuará! no! sentido! de! aumentar! ou! aliviar! a! força! de! compressão! já!
existente! nos pilares! devido! à! presença! da! carga! vertical.! Ou! seja,! o! que! vale,! na! realidade,! são! os! esforços!
solicitantes!devido!a!uma!combinação!de!ações!verticais!e!horizontais.

Momentos fletores
A!distribuição!de!momentos!fletores!ao!longo!dos lance dos!pilares de!um!edifício,!decorrentes!da!aplicação!das!
ações!verticais!e!horizontais, é variável. Depende!de!suas!rigidezes e!dos!elementos!que!estão!vinculados!(vigas!
ou!lajes). Eis!alguns!exemplos:

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

Quando!presentes!em!estruturas!aporticadas submetidas!a!ações!
verticais,!os!diagramas!de!momentos!fletores!nos!pilares!tendem!
a!apresentar!o!formato!ao!lado.

Parcelas de esforços
Com!o!intuito!de!facilitar!o!cálculo!de!um!lance!de!pilar,!o!esforço!total!utilizado!no!seu!dimensionamento!pode!
hagnon_eng@hotmail.com
ser!subdividido!nas!seguintes!parcelas:
466.973.224-20

Estas!parcelas!de!esforços!se!referem!basicamente!aos!momentos!fletores!(M x e!My)!no!pilar.!Para!as!demais!
solicitações! (força! normal,! forças! cortantes! e! momento! torsor),! não! é! necessário! subdividi-las! com! detalhes!
dessa!maneira.!E,!portanto,!é!muito!comum!definir!a!seguinte!expressão:

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
Além!disso,!também!é!usual!expressar!estas!parcelas!em!valores!de!excentricidades.!Nesse!caso,!basta!dividir!os!
respectivos!momentos!fletores!pela!força!normal (constante):

Muito! embora! esses! esforços! atuem! de! forma! conjunta! na! vida! real,! é! comum! utilizar! modelos! distintos! e!
separados!para!calcular!cada!uma!dessas!parcelas!durante!a!elaboração!de!um!projeto!estrutural.!
Usualmente,!os!esforços!iniciais,!os!esforços!globais!de 2ª!ordem!e!os!esforços!provenientes!das!imperfeições!
geométricas! globais! são! calculados! por! meio! de! modelos! que! contemplam! toda! a! estrutura! (modelo! global),!
enquanto!que!os!esforços!locais!de!2ª!ordem,!os!esforços!provenientes!de!imperfeições!geométricas!locais!e!os!
esforços! devido! à! fluência! são! analisados! por! meio! de! modelos! que! tratam! o! lance! de! pilar! de! forma! isolada!
(modelo!local).

SOLICITAÇÕES!INICIAIS
São!chamadas!solicitações iniciais!os!esforços calculados!durante!a!análise!estrutural, resultantes da!aplicação!
das! ações verticais! e! horizontais no! modelo! global! do! edifício e! necessárias! para! manter! o! equilíbrio! da!
estrutura!na!posição!indeformada!(análise!em!primeira!ordem).

Hágnon Correia de Amorim


im
hagnon_eng@hotmail.com
om
466.973.224-20

Os!esforços!iniciais!que!aparecem!nos!lances!dos!pilares!são!oriundos!dos!elementos!(vigas!ou!lajes)!que!estão!
vinculados!aos!mesmos.

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)
Atualmente,!na!grande!maioria!dos!sistemas!computacionais,!os!esforços!iniciais!são!calculados!a!partir!de!um!
modelo! clássico! de! pórtico! espacial,! isto! é,!um!modelo! tridimensional! (3D)!composto! por! elementos!lineares!
(barras),!conectadas!por!nós!que!possuem!6!graus!de!liberdade.
Neste!modelo,!as!barras!representam!todo!o!conjunto!de!pilares!e!vigas!que!formam!a!estrutura!do!edifício.!As!
lajes!são!consideradas!como!diafragmas!rígidos.

A! avaliação da distribuição e magnitude dos esforços iniciais (forças! normais! e! cortantes,! momentos!
fletores!e!torsores)!é!uma!etapa!primordial!no!cálculo!dos!pilares.!Faz!parte!da!análise!estrutural!e!deve!estar!
de!acordo!com!o!previsto!durante!a!concepção!da!estrutura.!Trata-se!de!uma!tarefa!com!total!responsabilidade!
por!parte!do!Engenheiro.!Nenhum!sistema!computacional!é!capaz!de!alertar!quando!um!pilar,!que!deveria!estar!
Hágnon Correia de Amorim
submetido!a!uma!força!de!400!tf,!estiver!solicitado!com!100!tf"
hagnon_eng@hotmail.com
Se! os! esforços! iniciais! estiverem! incorretos,! todo! o! cálculo! dos! demais! esforços! nos! pilares! (imperfeição!
466.973.224-20
geométrica,!2ª!ordem,!fluência)!ficará!totalmente!comprometido.

Modelo realista
É!importante!lembrar!que,!ao!contrário!de!um!pórtico!espacial!puramente!elástico!que!pode!gerar!resultados!
imprecisos, é! conveniente! adotar! um! modelo! adequado! e! direcionado! para! a! modelagem! de! edifícios! de!
concreto!armado,!isto!é,!que possua!adaptações!para a!obtenção!de!respostas!compatíveis!com!a!realidade!da!
estrutura.
É!obrigatório!sempre!utilizar!um!modelo!numérico!que!forneça!resultados!precisos!e!confiáveis.!Caso!contrário,!
é!melhor!nem!começar!a!calcular!os!pilares.!
Dentre! as! adaptações! que! devem! ser! consideradas! durante! a! modelagem,! podemos! citar:! ligações! viga-pilar!
flexibilizadas,!efeitos!construtivos,!viga de!transição,!tirante e plastificações.

Ligação viga-pilar
Os! cruzamentos! entre! os! pilares! e! as! vigas! de! um! edifício! de! concreto! armado! são! regiões! importantes! da!
estrutura!onde!ocorre!a!transferência!de!esforços!de!uma!peça!para!outra.!São!trechos!que!necessitam!de!um!
tratamento!particular!durante!a!modelagem!estrutural.

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

No! pórtico! espacial,! existem! três! itens importantes! referentes! às! ligações! viga-pilar que! necessitam! ser!
considerados:
· Trechos!rígidos
· Flexibilização!da!ligação!viga-pilar
· Excentricidades!de!apoios
Trechos! rígidos! são! regiões! na! intersecção! de! vigas! e! pilares! de! uma! estrutura! de! concreto! armado! que!
apresentam!elevada!rigidez.

Hágn
gnon
on C
Correia de Amorim
hagn
gnon
on_e
on _eng@hotma
_e mailil.c
.com
om
466.
46 6.97
6. 973.
97 3.22
3. 224-
22 4-20
4-20

A rigidez! efetiva! da! ligação! entre! os! elementos,! principalmente! em! casos! vigas! se! apoiando! em! pilares!
alongados,! necessita! ser considerada! de! forma! adequada! no! modelo! de! pórtico! espacial.! Veja! um! exemplo! a!
seguir.

No! modelo! de! pórtico! espacial,! a rigidez! efetiva! na! ligação! viga-pilar! é! incorporada! ao! modelo! por! meio! de!
#molas#!posicionadas!nos!extremos!das!barras.!Ou!seja,!as!ligações!são!flexibilizadas.

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Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

A! técnica! utilizada! para! simular! esse! comportamento! é! baseada! na! manipulação! das! matrizes! de! rigidez! das!
barras!(ligação!semi-rígida).

Além! dos! trechos! rígidos! e! das! ligações! flexibilizadas,!


flexibilizadas,! as! excentricidades! existentes! entre! elementos! não!
Hágnon Correia de Amorim
alinhados!deve!ser!também!considerada.!Veja!abaixo!dois!casos!típicos!de!excentricidades:!vigas!não!alinhadas!
e!ser!também!considerada.!Veja!abaixo!dois!casos!típicos!de!excentricidades:!vigas!não!alinhadas!
hagnon_eng@hotmail.com
com!o!CG!do!pilar,!variação!de!seção!de!um!mesmo!pilar!entre!um!lance!e!outro.
466.973.224-20

EXEMPLO 3
Fazer!um!estudo!das!solicitações!iniciais!nos!pilares!do!edifício!hipotético!abaixo.

48
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

a) Entender!o!sistema global!e local!de!


coordenadas.
b) Analisar a!distribuição!das!forças!normais!nos!
pilares para!ações!verticais,!horizontais!e!
combinações.
c) Analisar!a!distribuição!dos!momentos!fletores!
nos!pilares!para!ações!verticais!e!horizontais.
d) Avaliar!o!equilíbrio!de!esforços!nos!pilares!de!
canto.
e) Avaliar!o!equilíbrio!de!esforços!nos!pilares!de!
extremidade.
f) Avaliar!o!equilíbrio!de!esforços!no!pilar!central.
g) Os!momentos!fletores!no!último!lance dos!
pilares são!maiores!que!os!demais lances.!Por!
quê?

Hágnon Corre
reia
re ia de AmAmorim
hagnon_e
_eng
_e ng@h
ng @hot
@h otma
ot mailil.c
il .com
.c om
466.
6.97
6. 973.
97 3.22
3. 224-
22 4-20
4-

49
Pilares de Concreto Armado (Alio E. Kimura)

Hágn
gnon Correia
gn ia ddee Am
Amor orim
or im
hagn
gnon
gnon_eng@h
on @hot
@h otma
ot mail
ma il.c
il .com
.c
466.
46 6.97
6. 973.
97 3.22
3. 224-
22 4-20
4-20

COMPORTAMENTO!NÃO-LINEAR
De!forma!bastante!simplificada,!pode-se!dizer!que!uma!estrutura!possui!um!comportamento!não-linear!quando!
a!sua!resposta,!seja!em!deslocamentos,!esforços!ou!tensões,!é!desproporcional!à!medida!que!um!carregamento!
é!aplicado.

50

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