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172 Otimizado
172 Otimizado
AV IV
IÕ IRT
ES A-
D SE
E C
ISSN 0103-2054
PA OM
PE
L
REVISTA DE DIVULGAÇÃO
CIENTÍFICA PARA CRIANÇAS
ANO 19 / No 172/ R$ 6,60
SETEMBRO DE 2006
Há 100 anos,
Santos-Dumont inventou o avião
capa172.pmd 1 16/8/2006, 17:17
18 Decolagem
autorizada! Ganhe
os céus com aviões
de papel que
lembram duas
aeronaves criadas
por Santos-Dumont.
2 Santos-Dumont,
o menino que Uma delas, o 14 Bis!
sonhava voar.
A história do
inventor que deu 20 Por que o avião
consegue voar?
criou diversos
deixou o solo para entrar na inventos. Venha
História. Seu nome: 14 Bis. conhecê-los!
Seu inventor: Alberto
Santos-Dumont. O brasileiro
– que já havia encantado a
22 Quando crescer,
vou ser...
engenheiro
França ao mostrar que era
possível dirigir balões –, 11 Você sabia que
Santos-Dumont
aeronáutico!
28 Como funciona o
relógio de pulso e
Seção de cartas.
Fotos www.santosdumont.14bis.mil.br
julho de 1873, no sítio
Cabangu, em Minas
Gerais, na Serra da Mantiqueira,
próximo de um povoado que, na
época, chamava-se João Aires.
Pequeno ainda, o menino foi
morar com a família em São
Paulo, na cidade de Ribeirão
Preto, em uma fazenda chamada
Arindeúva, onde viveu a maior
parte de sua infância. A fazenda,
enorme, produzia café, produto
que, na época, era valioso e Os pais de Santos-Dumont: Henrique e Francisca.
rendia muito dinheiro. Alberto
era o sexto filho de oito irmãos.
Seu pai, Henrique Dumont, era máquinas. Ele passava horas ali inventor. Sonho que também
descendente de joalheiros observando as engenhocas que crescia com a leitura.
franceses, e sua mãe, Francisca, tratavam os grãos de café: eram O menino gostava de ouvir e
pertencia a uma família de secadores, descascadores e ler histórias ao lado de sua irmã
portugueses que veio para o separadores de grãos. Com sete Virgínia. Os livros de Julio Verne
Brasil junto com D. João VI. anos, já dirigia um locomóvel, eram os seus preferidos e
Na fazenda, Alberto viveu como, então, eram chamados os adivinhe qual ele gostava mais
muitas aventuras e começou a se tratores da fazenda. Mas não de ler? O que contava as
interessar pelos aparelhos parou por aí. Aos doze anos, aventuras de uma viagem em um
mecânicos, que despertavam sua conseguiu permissão para dirigir balão: A volta ao mundo em oitenta
curiosidade. Enquanto seus as locomotivas que carregavam a dias. Ah! Como ele sonhava em
irmãos viviam soltos pelos colheita e percorriam toda a voar assim. Por isso, sua
cafezais, andando a cavalo, o fazenda Arindeúva. A bordo imaginação corria solta nas
pequeno Alberto preferia ir para dessas máquinas, Alberto ia noites de São João, quando
o lugar onde ficavam as alimentando o sonho de ser acontecia a tradicional festa
junina na fazenda. A distração
preferida de Alberto era ver os
balões subindo aos céus. Então,
pensava: um dia, ainda viajarei
em um desses!
De volta ao Brasil
Santos-Dumont nunca
esqueceu a sua terra natal. Tanto
que, sempre que podia, visitava Santos-Dumont e o avião que batizou de Demoiselle em frente ao
o Brasil. Em uma dessas visitas, castelo Gallard, na França.
Assumindo o controle
No primeiro balão
O maior desejo de Santos-Dumont, porém, não era voar ao sabor do vento, dirigível que
mas dirigir os balões: definir para onde eles iriam, onde pousariam... Muitos construiu, o no 1,
Santos-Dumont tinham tentado fazer isso e fracassado. Mas, com Santos-Dumont, a história Santos-Dumont
não inventou seria diferente. Sabe por quê? Além de persistente e talentoso, o inventor usou um motor a
apenas aviões, petróleo.
mas, também,
usou o motor certo em seus balões.
balões que Desde a década de 1850, sabia-se que, para dirigir um balão, era preciso
podiam ser usar um motor e uma hélice. O motor forneceria a energia para rodar a hélice,
dirigidos, como que empurraria o balão, dando a ele velocidade. Mas que tipo de motor usar?
este, o dirigível O motor a vapor era potente, porém pesado. O elétrico exigia baterias de peso
no 9. considerável. Havia o motor de petróleo, usado nos carros, leve e potente.
Porém, ele soltava faíscas e o balão estava cheio de um gás que explodia
facilmente. Quem já tinha tentado utilizá-lo havia morrido.
Foto www.santosdumont.14bis.mil.br
para uma só pessoa: o no
9. Esse era tão pequeno e
fácil de manejar que, certa
vez, Santos-Dumont o
estacionou diante do
prédio onde vivia e foi
tomar café em casa.
Santos-Dumont ainda inventou mais dois
balões dirigíveis: o no 13 e o no 14. Mas, então, já
dominava toda a arte de construir balões desse
tipo. Uma vez, aliás, lhe perguntaram qual o
segredo para dirigir esses inventos. Talvez
lembrando o valor da persistência e do trabalho
duro para qualquer realização, o brasileiro disse:
“Levantar-se cedo.” Depois, completou, olhando o
relógio: “E recolher-se tarde.” Não é curioso?
Com o no 6,
Santos-Dumont
prova que é Mais pesado do que o ar O no 10, um
possível dirigir dirigível-ônibus.
balões ao dar Santos-Dumont havia feito balões para todos os gostos. Voar com um
uma volta aparelho mais leve do que o ar – o balão – não era mais mistério para ele ou
completa na Torre para a humanidade. O desafio, agora, era voar com um aparelho mais pesado
Eiffel. do que o ar. Americanos e franceses já estavam tentando vôos desse tipo. Em
1905, então, Santos-Dumont projetou o no 11, um avião de
uma asa só. Mas ficou em dúvida entre investir na criação
do avião ou na do helicóptero. Tanto é que construiu um: o
no 12, que foi abandonado, como o no 11.
Em 1906, no entanto, Santos-Dumont surpreendeu a
todos ao apresentar o 14 Bis. Com esse avião, feito de
bambu, madeira, seda branca e cordas de piano, o brasileiro
fez o primeiro vôo reconhecido com um aparelho mais pesado
do que o ar. Em 12 de novembro de 1906, o avião decolou,
percorreu mais de 200 metros e retornou ao ponto de partida
por seus próprios meios (leia o texto Um vôo muito especial,
nesta edição). Um grande feito! Mas pensa que o brasileiro
deu por encerrada a sua carreira de inventor? Que nada!
Santos-Dumont sabia que o 14 Bis tinha problemas de
estabilidade. Para resolvê-los, tentou inúmeros caminhos:
em seu invento no 15, colocou o leme – com o qual o piloto
faz a aeronave descer ou subir no ar – para trás, mas o
avião não voou. No no 16, o inventor pôs um balão, para
o avião ficar mais leve, mas não teve sucesso. No no 17,
aumentou a potência do motor e... nada. Porém, ao fazer
um teste com um hidroplanador – o invento no 18, que parecia
uma lancha de corrida –, ele notou que precisava pôr o leme
e a asa do avião em uma certa distribuição para conseguir
voar. Era o que faltava para construir um avião leve, pequeno
e veloz: o no 19 ou Demoiselle (Donzela, em português).
10
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O motor do avião também sofreu no 14 Bis, o piloto ia em pé: com
para acertar transformações. Ao constatar que uma mão, fazia subir e descer o
Até chegar a esse momento o motor de 24 cavalos-vapor era avião; com a outra, controlava a
de vitória, o inquieto Santos- insuficiente, ele instalou um mais aeronave nas curvas; com os
Dumont realizou inúmeros possante, de 50 cavalos-vapor. pés, acionava o motor. Sem
experimentos. Ele criava suas Mexeu ainda no espaço do piloto contar que, no vôo de 12 de
máquinas, testava-as e ia para reduzir o seu peso. O 14 novembro de 1906, Santos-
modificando os projetos, Bis, pronto, ficou meio esquisito. Dumont ainda estava amarrado à
conforme verificava os Ao contrário dos aviões atuais, o asa do avião para controlar os
problemas. Pesquisava diferentes leme ficava na frente da asa e o ailerões: a parte da asa que
materiais e tipos de motor. Nesse motor, atrás de tudo. Feita de permite à aeronave se inclinar
percurso, as dificuldades não madeira, bambu e pano, a para os lados.
eram poucas, e as tentativas aeronave parecia voar para trás. Santos-Dumont sabia que
incluíam diversos acidentes. Além disso, quando foi criado, o precisava criar um equipamento
Santos-Dumont, por exemplo, 14 Bis era todo branco, por ser que fosse menos instável.
trabalhou muito até chegar à coberto de seda. Depois, para ter Assim, ao partir para a
forma final do 14 Bis, embora mais sustentação, Santos- construção do modelo seguinte, o
tenha construído esse avião em Dumont passou verniz no avião, de número 15, construiu um
apenas dois meses. Nos que deve ter ficado com uma cor avião com o leme na parte de
primeiros testes realizados com a meio amarelada. trás, como as aeronaves
aeronave, o inventor a juntou ao Santos-Dumont, mais do que modernas. Mas o número 15 não
seu balão de número 14. Daí, ninguém, sabia dos defeitos da voou. Nem o 16, nem o 17,
aliás, vem o nome 14 Bis: o máquina que inventara. Apesar sequer o 18, uma lancha. Mas foi
aparelho mais pesado do que o ar do sucesso do vôo no Campo de estudando os fracassos que, em
era o anexo do no 14. Unindo as Bagatelle, ele logo percebeu que um ano, Santos-Dumont
duas invenções, Santos-Dumont aquela idéia de avião não teria construiu o primeiro ultraleve da
conseguiu que a força que o grande futuro. Era muito História: o Demoiselle (leia o
balão fazia para cima diminuísse complicado dirigi-lo, uma texto As muitas invenções de um
o peso do conjunto, mas logo operação que exigia enorme brasileiro, nesta edição).
16
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ocorreu em abril de 1907. Após ao lado do brasileiro. Afinal, em percorrendo mais de cem metros
ter voado cerca de 50 metros, o 1906, quando o Aeroclube da e pousando sem auxílio externo e
aparelho sofreu uma queda. França classificou o vôo de com vento moderado. Um feito
A aeronave se despedaçou e o Santos-Dumont no 14 Bis como que nenhum outro aparelho mais
inventor não se interessou em o primeiro de um aparelho mais pesado do que o ar havia
consertá-la: o 14 Bis já havia pesado que o ar, a entidade conseguido realizar antes.
cumprido o seu papel! reconhecia que era a primeira Assim sendo, não há por que
vez que um equipamento desse duvidar. Para orgulho dos
Pioneiro da aviação tipo voava por meios próprios. brasileiros, o primeiro avião do
Em 1908, os irmãos Wright mundo e da História foi o que
Existe muita polêmica até divulgaram fotos do vôo que voou no dia 12 de novembro de
hoje sobre quem, afinal, inventou teriam feito com um aparelho 1906, há cem anos, para quem
o avião. Como ocorre mais pesado que o ar em 1903 – quisesse ver: o 14 Bis!
freqüentemente com as grandes ou seja, três anos antes de
invenções científicas e Santos-Dumont – e passaram a
tecnológicas, diferentes fazer demonstrações públicas
inventores trabalharam com nos Estados Unidos e na
idéias semelhantes numa mesma França. Porém, a máquina deles
época. Em seu tempo, Santos- não tinha a capacidade de
Dumont não era o único a fazer levantar vôo.
experimentos com o objetivo de O Flyer (Voador, em
tornar realidade o sonho de voar português), como era chamada a
do ser humano. Entre seus aeronave, dependia de condições
concorrentes, havia os irmãos de vento forte ou do uso de uma
norte-americanos Orville e Wilbur catapulta para que fosse lançado Nelson Studart,
Wright, que, nos Estados Unidos, e pudesse voar. Já o 14 Bis Departamento de Física,
são considerados os inventores realizara, naquela histórica tarde Universidade Federal de São
do avião e, não, Santos-Dumont. do dia 12 de novembro de 1906, Carlos.
17
“A Encantada”?
R ua do Encanto, 22. Esse
endereço, que parece saído de
um conto de fadas, pertence, na
mesa onde o inventor fazia suas
refeições. Essa peça, aliás, é
especial. Ela tem um recorte que, na
essa dupla função. Seu tampo era
arredondado para evitar que o
colchão posto ali escorregasse e
verdade, a uma casa que Santos- verdade, define o espaço reservado bastava levantá-lo para revelar uma
Dumont construiu na cidade de ao garçom que servia Santos-Dumont parte oca, onde se podia pôr
Petrópolis, no Rio de Janeiro. Erguida na hora das refeições. Como na casa objetos.
em uma encosta no Morro do não havia cozinha, o inventor pedia Achou curioso? Pois você ainda
Encanto, ela ganhou o nome de seu almoço ou jantar em um hotel não sabe como é o banheiro! Na
A Encantada. que existia em frente à Encantada. época, era hábito tomar banhos
Na época em que Santos-Dumont E o garçom vinha a reboque! mornos em grandes banheiras. Sem
viveu, Petrópolis era o destino das Para chegar ao terceiro andar de espaço para isso em sua casa,
famílias ricas do Rio de Janeiro sua casa – a suíte, onde descansava –, Santos-Dumont criou um chuveiro de
durante o verão. Por ser um lugar Santos-Dumont subia uma escada água morna. Fez furos no fundo de
tranqüilo, bonito e de clima ameno, diferente, com degraus que têm um um balde e, com uma divisória,
até a família imperial buscava refúgio corte que os deixa parecidos com separou o seu interior em duas
na região nos dias de calor! Assim raquetes. Ele optou por esse formato partes: uma ficava cheia de água fria;
sendo, ao conhecer a cidade, Santos- porque não queria que ninguém, ao a outra, repleta de água quente.
Dumont decidiu ter uma casa ali: um subir ao seu quarto, batesse com a Puxando duas cordas, ele sacudia o
chalé de três andares, que ficou canela na madeira, uma vez que a balde, misturava a água e conseguia
pronto em 1918. Cada detalhe da escada estava quase na vertical, ou um jato de água morna para seu
construção – que desde 1956 é um como diríamos popularmente, era banho.
museu – revela o gênio inventivo do muito “em pé”, para economizar Por apresentar soluções criativas
proprietário. espaço. Uma escada no mesmo como essa, A Encantada pode ser
No primeiro andar, Santos- estilo liga o primeiro ao segundo considerada mais um invento de
Dumont mantinha uma oficina onde andar, mas, ali, foi usada para dar um Santos-Dumont. Uma invenção que
revelava fotos, um de seus estilo harmônico à construção. vem se somar às muitas outras que
passatempos preferidos. Já no Na suíte de Santos-Dumont, só o pai da aviação poderia criar!
segundo andar, escrevia cartas em olhos desatentos poderiam ver
uma escrivaninha em forma de... apenas uma mesa e um cabideiro.
asa-delta! O móvel dividia o Mas o inventor enxergava também Marisa Guadalupe Plum,
pequeno espaço existente com uma cama e um porta-objeto. Afinal, Museu Casa de Santos-Dumont –
prateleiras cheias de livros e com a ele havia projetado a mesa para ter “A Encantada”
11
multidão reunida no a aeronave que havia batizado de voado com sucesso com o 14 40 metros. Pouco depois, o metros, em 21 segundos, a no meio da multidão. Era um
Campo de Bagatelle, 14 Bis. Em jogo, estava um Bis. A bordo do avião, ele inventor partiu para dois novos uma velocidade média de 37,4 herói.
em Paris, aguardava prêmio oferecido pelo Aeroclube percorreu 60 metros a uma altura vôos, a pouca distância do solo. quilômetros por hora e a seis O Aeroclube da França – a
com grande da França. Porém, não era o de três metros e, como O mais longo deles não metros de altura. O público “sociedade de encorajamento à
expectativa. Será que o valente dinheiro que despertava o reconhecimento ao seu feito, ultrapassou os 60 metros. Mas aplaudia e gritava, emocionado, locomoção aérea”, como a
Alberto Santos-Dumont interesse do brasileiro: em 1901, ganhou a taça Archdeacon e um Santos-Dumont não desistiu: pois sabia que o que estava em própria entidade responsável
conseguiria cumprir o feito ele havia comprovado isso, ao prêmio de três mil francos. Agora, estava decidido a realizar a jogo era muito mais que a pelo reconhecimento oficial dos
anunciado? Voar com um distribuir entre seus mecânicos e de volta ao Campo de Bagatelle, proeza. Foi para a terceira premiação. Aquele dia entraria avanços na área da aviação se
aparelho mais pesado que o ar? instituições de caridade, os 100 o lugar reservado para testes de tentativa. Já era de tarde, para a História ao tornar definia – confirmou o vôo do 14
O inventor brasileiro já era mil francos – uma pequena aeronaves na capital francesa, o pouco depois das 16 horas, e realidade o sonho de cruzar os Bis, feito na presença de
bastante conhecido na cidade. fortuna! – que havia recebido por inventor preparava-se para ele fez dois novos vôos, ainda ares há tanto tempo acalentado especialistas e do público, como
Estacionava seus balões contornar a Torre Eiffel com um enfrentar uma prova bem mais sem alcançar a distância pela humanidade. o primeiro da História realizado
dirigíveis na rua, prendia-os com balão dirigível. Na verdade, o que difícil. Para ganhar o prêmio do necessária como condição para Na hora do pouso, porém, um com um aparelho mais pesado
uma corda, sentava-se num café movia Santos-Dumont era o Aeroclube da França, ele teria de ganhar o prêmio. Foi no quarto susto: a asa direita do 14 Bis que o ar. Era a primeira vez que
e, em seguida, retornava ao desejo de ser o primeiro a voar voar mais de 100 metros. ensaio, iniciado às 16h45, com tocou o chão antes das rodas, um aparelho desse tipo
aparelho, causando sensação. com um aparelho mais pesado Às 10 horas da manhã, o dia já terminando, que, para provocando pequenas avarias na conseguia realizar um vôo
Mas aquele era um dia especial. que o ar. Santos-Dumont fez a sua delírio do público, ele conseguiu máquina. Mas quando Santos- completo, decolando, voando e
Era 12 de novembro de 1906 e o Quase um mês antes, no dia primeira tentativa de voar. alçar vôo e manter-se por mais Dumont saiu, são e salvo, do pousando sem qualquer auxílio
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inventor, mais uma vez, testava 23 de outubro, o brasileiro havia A aeronave percorreu cerca de tempo no ar, percorrendo 220 aparelho, foi carregado em triunfo externo.
14 15
Modo de construir:
Divida a folha como mostrado abaixo e recorte
as partes indicadas.
Você terá em mãos
três retângulos. Pegue o Cole um cilindro em cada ponta do canudo de
maior deles e comece a papel que você fez.
enrolá-lo a partir de O seu 14 Bis está pronto para voar. Mas,
uma das pontas, para atenção: como o invento de Santos-Dumont, o seu
fazer um canudinho. avião de papel também deve ser lançado com o
leme para a frente. Bons vôos!
18
Ilustração Cavalcante
omo o avião, mesmo pesando, às vezes, pouco para cima. Quem a joga para trás é o
C milhares de quilos e carregado de pessoas,
cargas e todo tipo de coisa, consegue voar com
arrasto, mas quem a empurra para cima é a força
que proporciona sustentação ao avião.
tanta facilidade? Essa dúvida já deve ter deixado O outro fator que ajuda a manter o avião no ar é
você intrigado algumas vezes, não é? Pois saiba a pressão. Quando o avião está em movimento, o
que a explicação é muito mais simples do que você ar passa tanto pela parte superior das suas asas –
imagina. que é arredondada e, portanto, mais comprida –
O principal responsável pelo vôo do avião é o ar. quanto pela parte de baixo, que é praticamente
Quando esse aparelho está voando, o ar que passa reta e mais curta. Na parte de cima da asa, o ar
por suas asas gera uma força para cima, que se alcança uma velocidade maior do que na parte de
equilibra com a força que seu peso faz para baixo, baixo. Talvez você não saiba, mas quanto maior a
e o sustenta. Mas não é só. O ar produz, ainda, velocidade do ar, menos pressão ele gera. Assim,
uma força, o arrasto, que se opõe ao movimento na parte de cima da asa, o ar produz uma pressão
para frente do avião. E, para manter uma menor do que na parte de baixo. Resultado?
velocidade constante, os motores fazem uma força É gerada uma força de baixo para cima, que
no sentido contrário ao arrasto. empurra o avião para o alto: a força de
O arrasto é uma força que todos nós sustentação!
conhecemos. Ou será que você, ao correr Os dois fatores que dão sustentação ao avião,
depressa, nunca teve a sensação de que o ar o porém, apenas surgem quando ele atinge uma
empurrava para trás? Essa resistência que o ar faz certa velocidade. Por isso, as pistas de decolagem
ao nosso movimento é justamente a força de são longas e retas: para a aeronave se tornar cada
arrasto. Mas como é produzida a outra força, a que vez mais veloz.
joga o avião para cima, impedindo que ele caia? Viu só como o principal responsável por
Dois fatores são responsáveis por isso e ambos sustentar os aviões lá no céu não é nenhuma força
estão relacionados ao movimento do ar na asa. Em mágica, mas, sim, o próprio ar?
primeiro lugar, o ar dá um impulso na asa, que é
levemente inclinada para cima. Se você, em um dia A Redação,
com muito vento, esticar sua mão, meio inclinada, com base em entrevista concedida por Maurício Pazini
poderá verificar isso ao vivo: uma força a Brandão, professor do Instituto Tecnológico de
empurrará um pouco para trás, mas, também, um Aeronáutica (ITA).
20
Cálculo
enigmático
O engenheiro Aéreo Calculáceo está
há dias trabalhando no projeto de um
novo e revolucionário avião. Finalmente
vencido pelo cansaço, ele decide tirar
algumas horas de sono e pede que Tião
Avião, seu ajudante, passe a limpo
alguns de seus cálculos. Só que a letra
do inventor é realmente horrível. Em
uma das contas principais, é possível
entender apenas 11 dos 34 números
escritos! Ainda bem que Tião não é
bobo nem nada e consegue descobrir
todos os outros a partir desses. Quero
Ilustrações Fernando
engenheiro a
22
23
Santos-Dumont em quadrinhos
Quem não gosta de uma boa história em quadrinhos,
com muita ação e aventura? Pois esta, além de todos
esses ingredientes, traz um herói e tanto: Santos-
Dumont, o Santô! A cada quadrinho, você conhece
melhor a vida desse inventor e de homens como ele, que
tentaram realizar o sonho de voar. Além de acompanhar
as dificuldades – e os tombos! – desses pioneiros da
aviação em belos desenhos, entenda por que Santos-
Dumont usava um chapéu meio “diferente”, entre outras
curiosidades!
Santô e os Pais da Aviação. Texto e ilustrações de
Spacca. Editora Companhia das Letras.
Sonhos de menino
As pipas do pequeno Alberto eram melhores do que as
Ilustrações Spacca/Reprodução
24
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
25
2
Seu pai já dizia: “O futuro do 7
mundo é a mecânica!” Você percebeu que é
Entusiasmado com o possível construir um
incentivo, avance três casas. balão muito menor do
que os existentes até
então. Avance uma casa
e inicie o trabalho.
6
Ilustração Cruz
3
Viajar para a França, de Vinte e três de março de
barco, é muito demorado. 1898. Você voa pela
Alguém precisa inventar um primeira vez em um balão.
transporte mais rápido! Avance duas casas.
Espere uma rodada para
chegar ao seu destino.
26
40
Você decide parar de construir aviões e
20 se dedicar à divulgação do vôo. Recebe
Você começa a voar pelos
homenagens em todo o mundo.
céus de Paris com o
Parabéns! Você mostrou toda a sua
dirigível no 3. Parabéns!
genialidade, superou muitos
Avance duas casas.
obstáculos e conseguiu se tornar o pai
da aviação! O Brasil e o mundo têm
orgulho dos seus feitos!
35
Hora de apresentar
ao mundo um avião
leve, pequeno e
veloz: o Demoiselle.
23 Voe com ele até a
próxima casa.
O dirigível no 6 contorna
com sucesso a Torre 38
Eiffel, em Paris! Você O Demoiselle é um
mostra que é possível, 33 sucesso: mais de
sim, dirigir balões. Você sabe que o 14 200 aparelhos são
Avance quatro casas. Bis tem problemas construídos no
de estabilidade. Na mundo. Avance
tentativa de uma casa.
solucioná-los, cria
três outras
aeronaves, mas não
sai do chão. Fique
uma rodada sem 31
25 jogar. No dia 12 de novembro de
O no 9 é tão pequeno e 1906, você encanta o mundo
fácil de manejar que você ao voar mais de 200 metros
o estacionou em frente à com o 14 Bis. Jogue
sua casa para tomar um novamente.
café. Espere uma rodada
para ter tempo de
saborear a bebida.
26
O no 10 é um dirigível-
ônibus. Convide um
amigo para ir à próxima 28
casa e dar uma voltinha Você abandonou os seus
nele. Ao fim do passeio, projetos de número 11 e 12.
ele pode ficar por lá! Mas construiu dois balões
dirigíveis: o no 13 e o no 14.
Avance uma casa.
Ilustração Cavalcante
P or volta de 1907 ou 1908, Santos-Dumont disse a Louis Cartier, um
fabricante de relógios da época, que sentia necessidade de medir o
tempo de vôo, em suas aeronaves, sem precisar tirar as mãos dos
comandos. Cartier mandou fazer, então, um relógio preso ao pulso para o
aviador usar. O “modelo Santos” passou a ser vendido em 1911. Por ser FUTURA PROFISSÃO
usado por uma personalidade do porte de Santos-Dumont, fez enorme
Olá, galera da CHC. É a primeira vez
sucesso. Virou moda. que escrevo. Adoro a CHC. A seção de
Atualmente, o que não faltam são relógios de pulso à venda. Mas como que mais gosto é a “Quando crescer,
eles marcam o tempo? Um relógio precisa basicamente de três coisas para vou ser...”, pois ajuda a escolher nossa
funcionar: de energia, de um mecanismo para medir a passagem do tempo futura profissão. Gostaria que
e de uma forma de mostrar que horas são. Podemos dizer que há dois tipos divulgassem meu endereço para poder
de relógio de pulso hoje: os mecânicos e os eletrônicos, dependendo da receber muitas cartas e fazer novas
forma utilizada para medir o tempo. amizades. Escrevam para mim! Irei
Os primeiros relógios mecânicos foram inventados em meados do responder a todos com muito carinho.
século 19. O mecanismo deles era – e ainda é – cheio de engrenagens, Luana Ricelli L. Santos.
eixos, parafusos, molas etc. Para fazê-los funcionar, é preciso dar corda Rua Dantas Barreto s/
neles. Isso porque quem marca o tempo nesses acessórios é um balanço, no, Riacho do Meio,
que oscila alternadamente, em torno do próprio eixo, no sentido horário e 56700-000, São José
anti-horário. Ao darmos corda no relógio, enrolamos uma mola, feita de do Egito/PE.
metal fino, que, por meio de um mecanismo de engrenagens, vai lenta e Aí, pessoal! Não se
constantemente fornecendo um impulso ao balanço, permitindo que ele esqueçam de escrever
continue oscilando e marcando o tempo. para a Luana!
O relógio de pulso a corda reinou absoluto até a década de 1920, quando
se criou o modelo automático, que não precisava receber corda GOSTO DE TODAS!
manualmente, pois isso era feito pelo rotor, uma peça que gira quando o Olá, pessoal da CHC. Gosto muito da
usuário move o braço. Os relógios mecânicos automáticos, porém, param revista. Infelizmente, não sou assinante,
de funcionar após dois ou três dias sem uso. mas pretendo ser. Eu não tenho uma
Já o relógio a quartzo – o mais vendido hoje – só pára quando acaba a CHC preferida, porque o conteúdo é
bateria, que pode ser substituída. Ele não mede o tempo da mesma forma ótimo e gosto de todas. Vocês estão de
que os relógios automáticos ou de corda. Nesse modelo, que passou a ser parabéns! Eu gostaria que vocês
fabricado em larga escala no final da década de 1960, o tempo é medido publicassem a minha carta.
pelas vibrações de cristais de quartzo, que são transformadas em um sinal Ghéssio Bonfim
elétrico, e não pelo movimento do balanço, o que o torna geralmente mais Palermo. Rua João
preciso que os mecânicos. Garnica 2.034,
Por seu dispositivo de medida do tempo ser eletrônico e, não, mecânico, Centro, 78293-000,
o relógio a quartzo pode ser considerado um relógio eletrônico, embora os Glória D´Oeste/MT.
relógios a quartzo com ponteiros ainda precisem de algumas engrenagens, Ficamos contentes
eixos etc. Nas últimas décadas, os relógios eletrônicos digitais se tornaram por agradar tanto,
Ghéssio. Grande
populares. Neles, uma tela – de cristal líquido – mostra as horas por meio
abraço da CHC!
de números, substituindo os ponteiros dos relógios mecânicos. O seu
mecanismo, totalmente eletrônico, sem qualquer peça mecânica, emprega CÍRCULO DA AMIZADE
ainda um chip, como os dos computadores, o que dá a eles várias funções:
alarmes, agenda, banco de dados, calculadora etc. Quero parabenizar vocês por essa
No tempo de Santos-Dumont, relógios eram caros, vendidos em revista! Também queria dizer à galera
joalherias ou relojoarias e feitos para durar décadas. Hoje, são mais baratos que gosta da CHC que estou lançando o
e estão à venda até em barracas de camelô. Ruim? Veja pelo lado bom: hoje, “Círculo da Amizade” – um clube de
qualquer um pode ter um relógio! E o seu? De que tipo é? amigos. Quem quiser participar me
escreva dizendo nome, idade, série,
Cássio Leite Vieira, matéria preferida na CHC, profissão,
Especial para Ciência Hoje das Crianças. esporte, banda ou cantor predileto, um
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superlegal. Gostaria que divulgassem Rua Alessio Prati 120, Revista Ciência Hoje das Crianças
meu endereço para correspondência. Guaianazes, 08451- ISSN 0103-2054
Publicação mensal do Instituto Ciência Hoje,
Jéssica Laianne de Moura Santos. Av. 510, São Paulo/SP. no 172, setembro de 2006, Ano 19.
Zito Batista 154, Centro, 64450-000, Rex, Diná e Zíper Editores Científicos: Débora Foguel
Monsenhor Gil/PI. também mandam (Bioquímica/UFRJ), Maria Alice Rezende de
Carvalho (IUPERJ), Marcia Stein (Instituto
Nossos mascotes mandam um abraços! Ciência Hoje), Martín Makler (Centro
superbeijo para você, Jéssica! Brasileiro de Pesquisas Físicas), Salvatore
Siciliano (Escola Nacional de Saúde
LEITORA DESDE SEMPRE Pública/Fiocruz) e Ricardo Iglésias Rios
CIENTISTAS FAMOSOS (Biologia/UFRJ).
Olá, pessoal! Sempre li a CHC. Redação: Bianca Encarnação (editora
Tenho 11 anos e amo demais a Quando pequena, meu pai trazia as executiva); Mara Figueira (editora executiva
revista. É a primeira vez que estou revistas para mim. Depois, fiquei um interina), Cathia Abreu e Marcelo Garcia
(reportagem).
escrevendo. Eu queria que vocês tempo sem a revista, mas logo voltei a Arte: Walter Vasconcelos (coordenação) e
escrevessem uma matéria sobre os ler. Eu as adoro, vocês explicam muito Luiza Merege (programação visual).
Colaboraram neste número: Gisele
cientistas mais famosos do mundo e bem a ciência. Até hoje, tenho as Sampaio (revisão). Mário Bag (capa),
outra dizendo como se faz um revistas antigas. Queria que publicassem Cavalcante, Cruz, Daniel Bueno, Fernando,
laboratório superinteressante. Gostaria meu endereço, assim posso fazer novas Ivan Zigg, Lula, Marcelo Pacheco, Maurício
Veneza e Rogério Coelho (ilustração).
também que vocês, leitores da CHC, amizades! Continuem assim. Beijos para Assinaturas (11 números) – Brasil: R$ 60,00.
escrevessem para mim. Beijos! todos! Exterior: US$ 65,00.
Elena Moraes Pires. Fotolito: Quadratim. Impressão: Gráfica
Layra Christe Brito Minister. Distribuição em bancas: Fernando
Martins. Rua Clesriston Rua Lírio 154, Jardim Chinaglia Distribuidora S.A.
Andrade 32, 44940- das Flores, 06112-
INSTITUTO CIÊNCIA HOJE
000, Central/BA. 110, Osasco/SP. Endereço: Av. Venceslau Brás 71, fundos,
Suas sugestões já Bom saber que casa 27, CEP 22290-140, Rio de Janeiro/RJ.
estão anotadas, Layra. temos leitores fiéis Tel.: (21) 2109-8999. Fax: (21) 2541-5342.
E-mail: chc@cienciahoje.org.br . CH on-line:
Beijos! como você, Elena! www.ciencia.org.br
Beijos de toda a Atendimento ao assinante:
REVISTA NOTA 1.000 turma! glaucia@cienciahoje.org.br/0800 727-8999
Assinatura: Gláucia Viola.
Produção: Maria Elisa da C. Santos e Irani
Adoro a revista CHC. Não tenho nem RESPOSTAS DOS JOGOS Fuentes de Araújo.
palavras para explicar as virtudes dessa Circulação: Adalgisa Bahri.
revista. Simplesmente é nota 1.000. Matemática aérea: 45km/h. Comercial e Projetos Educacionais:
Ricardo Madeira. Publicidade: Sandra
Amo tudo o que falam na revista e Cálculo enigmático: Soares. Projetos Educacionais: Clarissa
queria me corresponder com gente de Akemi. Rua Berta 60, Vila Mariana, 04120-
040, São Paulo/SP. Telefax: (11) 5083-5025.
todo o Brasil. Quero aproveitar a E-mail: chsp@uol.com.br
oportunidade para mandar um abraço Sucursais: São Paulo – Vera Rita Costa,
para minha amiga Marisol. Escrevam para tel. (11) 3814-6656, e-mail:
chojesp@spbcnet.org.br; Sul – Roberto
mim, responderei a todas as cartas, ok? Barros de Carvalho, tel. (41) 3313-2038,
Tamara de Souza. Rua Inná Cnica e-mail: chsul@ufpr.br
Neste número, Ciência Hoje das Crianças
200, Morada Nova, 35680-000, contou com a colaboração do Centro
Itaúna/MG. Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), do
Vocês, leitores, é que são nota Laboratório Nacional de Computação
Científica (LNCC) e da Universidade Federal
1.000, Tamara! Um grande abraço! do Rio de Janeiro.
– O meu vôo
é simples direção.
Ao decolar
já sei de cor
onde pousar.
Abraço a terra
e beijo o ar.
– O meu vôo
é simples voar.
Só sei de cor
borboletar.
Beijo a terra
e abraço o ar.