Você está na página 1de 1

FILOSOFIA – ATELIÊ AMBIENTAL – NOITE

PROFESSORA: JÚLIA LOPES.


ALUNA: LUIZA AURELIANO

E, SE ESSA RUA FOSSE MINHA?

Bom, todos já devem ter ouvido a antiga cantiga infantil que diz “se essa rua, se essa rua, fosse minha, eu
mandava, eu mandava, ladrilhar... (Mário Lago e Roberto Martins, 1930). Refletindo sobre os dizeres
paro e penso: - o eu lírico sente desejo, mas impossibilidade de alterar a tal rua – Percebe-se a diferença
entre mim e ele, eu tenho a tal possibilidade de criar e inventar minha própria cidade invisível, logo,
reflito sobre o sentimento que o eu lírico sente por seu tal amor quando diz “eu mandava ladrilhar, com
pedrinhas, com pedrinhas de brilhante, só pro meu, só pro meu amor passar”. É necessário aflorar dentro
de si algo maior no momento de criação.
No livro “As Cidades Invisíveis” (CALVINO, Itálo. 1972) é possível perceber em detalhes a
particularidade de cada cidade, que de certa forma foram inventadas, e que, faz-me pensar que para cada
cidade um sentimento foi despertado no momento de criação.
Não obstante, penso que na minha cidade invisível precisa ter crianças, ter idoso, ter adolescente, precisa
ter família. Logo, imagina-se esse ambiente feliz, descontraído e atemporal. Em minha cidade invisível as
crianças podem balançar-se na rede enquanto seus pais conversam sobre a vida, o seu Rodolfo joga
xadrez com seu neto Inácio na pequena mesa abaixo de uma boa sombra. Criar ambientes é complexo,
mas colocando-me no lugar do eu lírico da canção infantil penso que quando se tem algo dentro aflorado
é simples imaginar.
“Porque me vem a necessidade de defender valores que a muitos parecerão simplesmente óbvios?” (Seis
propostas para o próximo milênio, 1990, p.72) segundo a frase extraída do livro supracitado, me reflete
também que cada um projeta aquilo que de certa forma já defende dentro de si mesmo, quando sou
contatada a criar um ambiente de fato as primeiras visões referem-se aquilo que defendo como
inegociável, criar para o outro aquilo que se defende e deseja para si! Sim, talvez a muitos pareça óbvio,
mas me diga o que é mais óbvio que uma praça? Só uma praça ao qual você pode fazer dela o que quiser.
Como não pensar em coisa óbvia quando se tem uma oportunidade de criar o que quiser, tendo um mundo
em possibilidades e sim, ser levada ao evidente! Chega a ser engraçado, porque só a proposta fosse fugir
do óbvios, talvez eu arranjaria uma maneira de criar mesmo assim forma sublimar.
Então, pense comigo. O meu lugar é uma praça, tem árvores e minha criação tem madeira, cordas em
sisal, lugar para balançar e lugar para sentar e jogar… tem algo mais comum que isso? Talvez sim, talvez
não. Quando digo comum, questiono a questão do lazer, do prazer e do descanso. Não há nada melhor
que o frescor e boa sombra em um bairro familiar.
Quem você levaria até lá? Imagino que quem você ama! Eu penso logo em minha Júlia, de 8 anos que
gosta de lugares como esse.
Enfim, leitor… esse texto que parece ser uma narrativa juntamente com uma reflexão, é só um escrito da
minha praça que ainda é invisível, ela não está pronta materialmente mas já começa a nascer alguma coisa
aqui dentro.

Você também pode gostar