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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
PROFISSIONALIZANTE EM ECONOMIA
BANCA EXAMINADORA:
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
Aos meus pais que muito se empenharam para que eu tivesse uma educação de boa qualidade.
V
AGRADECIMENTOS
Ao professor e orientador Claudio Barbedo pela paciência, pelo estímulo e dedicação, por
indicar com muita clareza o caminho a ser seguido e por estar sempre prontamente disponível
engenharia financeira.
VI
RESUMO
empresas brasileiras que tem ratings da Moody's, usando opções com barreiras para analisar
VII
ABSTRACT
This paper estimates default probabilities implicit in the prices of stock market of Brazilian
companies that have ratings from Moody's, using options with barriers to analyze credit
rating, from public data available. The objective is to compare the classification with the
VIII
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Taxa de inadimplência histórica acumulada dado o rating da Moodys, por ano
após emissão,ao longo de 10 anos. ............................................................................................. 6
Tabela 2 –Taxa de inadimplência histórica acumulada dado o rating da Moodys, por ano após
emissão,ao longo de 5 anos, com 3 gradações de rating. ...........................................................7
Tabela 3 –Dados contábeis e de mercado usados no calculo da probabilidade de default para o
ano de 2009............................................................................................................................... 36
Tabela 4 – Dados contábeis e de mercado usados no calculo da probabilidade de default para
o ano de 2008............................................................................................................................ 37
Tabela 5 – Probabilidade de default estimada por opções européias e por opções com barreira,
ano de 2009............................................................................................................................... 38
Tabela 6 – Probabilidade de default estimada por opções européias e por opções com barreira,
ano de 2008............................................................................................................................... 38
Tabela 7 – Probabilidade de default estimada por opções européias, por opções com barreira,
taxa de inadimplência histórica acumulada 1 ano após emissão dado o rating da Moodys,
rating da Moodys, ano de 2009. ............................................................................................... 40
Tabela 8 – Probabilidade de default estimada por opções européias, por opções com barreira,
taxa de inadimplência histórica acumulada 1 ano após emissão dado o rating da Moodys,
rating da Moodys, ano de 2008. ............................................................................................... 40
Tabela 9 – Taxa de inadimplência histórica acumulada dado o rating da Moodys, 1 ano após
emissão. .................................................................................................................................... 41
Tabela 10 – Medidas de Correlação e Dispersão entre as Probabilidades de Default Estimadas
por Modelos de Opções e de Opções com Barreiras e as Probabilidades de Default do Rating
da Moodys. ............................................................................................................................... 42
IX
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1
1.1. OBJETIVOS.................................................................................................................................................. 2
1.2. HISTÓRICO.................................................................................................................................................. 2
1.3. CONCEITOS......................................................................................................................... 4
2.ANALISE TEÓRICA......................................................................................................... 8
2.1.MODELO DE BLACK, SCHOLES E MERTON (BSM) ............................................................................. 8
2.2.MODELO DE MERTON............................................................................................................................... 12
2.2.2.Premissas do modelo........................................................................................................................... 16
2.2.3.Probabilidade de default...................................................................................................................... 17
2.6.METODOLOGIA.................................................................................................................... 32
3.ANALISE EMPÍRICA....................................................................................................... 34
3.1.SELEÇÃO DA AMOSTRA........................................................................................................................... 34
3.2.MODELO DE PESQUISA............................................................................................................................. 34
4 CONCLUSÕES................................................................................................................... 43
5 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 44
X
1 INTRODUÇÃO
Merton (1974), ao supor que a dívida da empresa está concentrada em uma única data e
empregar modelagem com opções européias, apresenta a deficiência de não ser capaz de
da dívida.
Black e Cox (1976), a fim de captar a probabilidade de default antes do vencimento da dívida,
assumiram que o evento de default será disparado na primeira vez em que o valor de mercado
Uma alternativa para resolver esse problema é encarar o valor do patrimônio liquido2 da
empresa como o preço de uma opção de compra com barreira do tipo down and out que é um
tipo de opção exótica no qual a opção passa a ter valor igual a zero assim que o preço do ativo
1
Default: Atraso ou não pagamento de título ou cupom na data de vencimento.
2
O patrimônio líquido representa os valores que os sócios ou acionistas têm na empresa em um determinado
momento. No balanço patrimonial, a diferença entre o valor dos ativos e dos passivos e resultado de exercícios
futuros representa o PL (Patrimônio Líquido), que é o valor contábil devido pela pessoa jurídica aos sócios ou
acionistas, baseado no Princípio da Entidade.
1
objeto fica abaixo patamar chamado de barreira. A barreira é justamente o valor a ser pago da
dívida.
Esse trabalho se propõe a analisar empiricamente um modelo de risco de crédito com opções
1.1 OBJETIVOS
1.2 HISTÓRICO
Merton (1974) criou a Teoria da Firma, em que o valor de mercado do patrimônio líquido é
visto como opção de compra nos ativos da empresa, mediante a liquidação da dívida com os
A KMV, uma empresa que atua no mercado de ferramentas para analise de risco de crédito,
que foi comprada pela Moody’s, tem um serviço chamado de “Credit Monitor”, que divulga
tipo Merton ou modelos tipo Black& Scholes – Merton são conhecidos também como
modelos estruturais.
2
A grande vantagem desses modelos é que eles tendem a transmitir informações que
crédito, entretanto, conforme apontado por Servigny e Renault (2004), podem refletir reações
e Renault (2004), preocupam-se em divulgar opiniões de longo prazo. Por isso, só alteram o
Teoria de Opções se alteram com a mudança dos preços das ações, que podem refletir reação
em excesso a notícias.
O risco de crédito, apurado em modelos estruturais, antecipa eventos de crédito, mas tem o
Os ratings de crédito das agências priorizam uma visão de longo prazo, mas incorrem no
McQuown (1993) após analisar mais de 2.000 empresas americanas que ficaram
inadimplentes ou faliram, nos últimos 20 anos, concluiu que existe um grande e repentino
utilizado pela KMV entre um e dois anos antes da inadimplência, e que a alteração destas
3
Rating é uma opinião sobre a capacidade de um país ou uma empresa saldar seus compromissos financeiros.
3
Conforme citado por Marmery (2006), a Moody’s reconhece o potencial e limitações das
duas abordagens; por isso desenvolveu medidas indicadoras de rating a partir de sinais de
mercado, que são utilizadas como informações complementares aos ratings tradicionais.
para emissores cujas informações dos títulos negociados indicam ratings mais baixos do que
os tradicionais. A discrepância entre os ratings das duas abordagens podem prever alterações
1.3 CONCEITOS
determinado emissor ou determinada emissão. A Standard & Poor’s (2003) define o rating de
elas vençam. Não é referente a nenhuma obrigação financeira específica, pois não considera a
4
ratings de crédito de emissores podem tanto ser corporativos, no caso de empresas emissoras,
Considerações sobre o risco país fazem parte da análise de risco de crédito tanto de emissões
como de emissores. A moeda dos pagamentos é fator chave nesta análise. A capacidade de
um obrigacionista de pagar uma obrigação em moeda estrangeira pode ser menor do que sua
soberano ter menor capacidade de pagar dívidas externas do que dívidas internas. As
considerações sobre risco soberano4 são incorporadas nos ratings atribuídos a emissões
dos ratings de crédito em moeda local, para identificar situações em que o risco soberano os
na Moody’s (2004) no nível da letra (Aaa, Aa, A, Baa, Ba, B, Caa) de emissores ao longo de
10 anos.
4
Risco soberano é o risco com transações com títulos publicos de um País, quando relacionado a transações
internacionais, denomina-se risco País.
5
A Tabela 2 divulga essa taxa ao longo de 5 anos, detalhando o rating no nível da letra com as
três gradações (Aa1, Aa2, Aa3; A1, A2 e A3; etc.) e foi obtida através da matriz de migração
de Moody’s (2004).
As duas tabelas foram construídas por análise de mortalidade e migração de emissões. Para
inadimplentes até o primeiro ano, até o segundo ano (inadimplências do segundo ano,
somadas às do primeiro ano) e assim por diante. Os dados correspondem à média das safras
dos anos observados, ou seja, de 1970 a 2004 na Tabela 1 e de 1970 a 2003 na Tabela 2.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
A 0,02 0,08 0,22 0,36 0,5 0,67 0,85 1,04 1,25 1,48
Baa 0,19 0,54 0,98 1,55 2,08 2,59 3,12 3,65 4,25 4,89
B 5,81 12,9 19,51 25,33 10,72 35,1 39,45 42,89 45,89 48,6
Caa-C 22,43 36 46,71 54,19 59,72 64,5 68,06 71,91 74,53 76,8
Tabela 1 - Taxa de inadimplência histórica acumulada dado o rating da Moodys, por ano após emissão, ao
longo de 10 anos.
1 2 3 4 5
6
Aa1 0,00% 0,00% 0,00% 0,25% 0,27%
Tabela 2 - Taxa de inadimplência histórica acumulada dado o rating da Moodys, por ano após emissão,ao
longo de 5 anos, com 3 gradações de rating.
7
2 ANALISE TEÓRICA
De acordo com Hull (2002), o modelo BSM tem as seguintes premissas básicas:
Inicia-se em zero.
No modelo BSM, assumiremos que o preço do ativo objeto segue um MBG. Isso
Esta indica como o preço da ação S evolui ao longo do tempo: ele depende de uma
8
O preço da ação segue um movimento browniano geométrico.
Segundo Hull (2002), através deste lema somos capazes de identificar qual a sensibilidade do
Esta ferramenta é útil para nos informar quanto varia uma função de uma variável aleatória X,
quando esta variável aleatória sofre uma pequena variação em seu valor. Isto irá nos ajudar
diretamente a montar carteiras que replicam o ativo livre de risco, e que, portanto devem
Então notamos que aproximações para variações nos valores de uma função nos ajudam a
manter-nos informados sobre os valores da função ao longo do tempo. O lema de Ito nos dá
f :: R 2 R 2
9
Seja uma função contínua e diferenciável. Então vale que:
f 1 2 f 2 f
df (t , X t ) (t , X t ) dt dX t
t 2 X t X t (2.1.3)
2
nos dá um termo extra no que seria a fórmula de Taylor usual para aproximação da variação
de uma função.
Somente assumimos que o preço de uma opção, em um dado instante de tempo t, será uma
preço do ativo objeto de S, a volatividade dos ativos objetos de , a taxa livre de risco de r, o
ct 1 2 ct 2 2 c
dct St dt t dSt
t 2 St St
2
ct 1 2 ct 2 2 ct
S
dt St dt St dWt
2
t
t 2 S t S t
ct 1 2 ct 2 2 ct c
St rS t dt t St dWt
t 2 St St St
2
Então, observando que toda a incerteza no preço da opção e no preço da ação está
representada pelo termo que contém o movimento browniano, podemos montar uma carteira
5
Esta equação foi publicada, primeiramente, por Fischer Black e Myron Scholes em 1973.
Robert Merton publicou um artigo no mesmo ano que estendendo a equação em várias direções e fazendo uma
análise mais rigorosa.
10
que anule tal efeito, por exemplo, comprando-se ct/St unidades da ação e vendendo-se uma
unidade da opção:
ct (2.1.4)
t ct St
St
Como esta carteira não apresenta incerteza, ela deve render o mesmo que um ativo livre de
risco.
d t t rdt
(2.1.5)
Substituindo:
c 1 2 ct 2 2 ct c
d t t St St dt t St dWt
t 2 St St St
2
c c
t S t dt t S t dWt
S t St
(equação do calor):
ct ct 1 2 ct 2 2
rS t St rct
t S t 2 St2 (2.1.7)
11
Para uma opção de compra que não paga dividendos a solução é dada pela fórmula BSM.
ct S t N (d1 ) Ke r (T t ) N (d 2 )
S 1
ln t r 2 T t
2
d1
K
T t
d 2 d1 T t
dívida.
Segundo Brealey & Myers, (2005), qualquer conjunto de pagamentos contingentes, isto é,
pagamentos que dependem do valor de algum outro ativo, pode ser avaliado como uma
empréstimos e bonds de alto risco tem constado na literatura pelo menos desde Merton
(1974).
Suponha que um banco conceda um empréstimo zero cupom hipotecário com valor de face D,
com taxa de juros r, a ser totalmente pago no prazo T, a uma empresa de capital aberto, cuja
12
Os donos da empresa (acionistas) têm a opção (opção real) de pagar o empréstimo ou ter a
hipoteca executada, o que significa entregar os ativos da empresa para o banco. Logicamente
os acionistas somente irão exercer essa opção se o valor dos ativos da empresa for menor que
o valor da dívida.
Podemos dizer então que quando um banco quando concede um empréstimo similar está
empréstimo) ter a opção de vender os ativos da empresa pelo valor da dívida. O banco vende
a opção de venda cujo preço da opção de venda é o premio de risco de crédito, s, que está
empréstimo quitar a dívida ou quando as garantias forem executadas e cujo preço de exercício
é o valor da dívida, D.
O tomador do empréstimo por outro lado compra uma opção de venda cujo custo é o valor do
premio de risco de crédito embutido na taxa de juros, s, e cujo preço de exercício é o valor da
dívida, que lhe dá a opção de vender os ativos da empresa pelo preço da dívida para o banco,
Suponha que um banco conceda um empréstimo zero cupom hipotecário com valor de face D,
com taxa de juros r, a ser totalmente pago no prazo T, a uma empresa de capital aberto, cuja
Os donos da empresa (acionistas) têm a opção (opção real) de pagar o empréstimo, o que
significa comprar os ativos da empresa (e acabar com a hipoteca) ou ter a hipoteca executada.
Logicamente os acionistas somente irão exercer essa opção se o valor dos ativos da empresa
13
Podemos dizer então que quando um banco quando concede um empréstimo similar está
empréstimo) ter a opção de comprar os ativos da empresa pelo valor da dívida. O banco vende
a opção de compra cujo preço da opção de compra é o premio de risco de crédito, s, que está
empréstimo quitar a dívida ou quando as garantias forem executadas e cujo preço de exercício
é o valor da dívida, D.
O tomador do empréstimo (acionista) por outro lado compra uma opção de compra cujo custo
é o valor do premio de risco de crédito embutido na taxa de juros, s, e cujo preço de exercício
é o valor da dívida, que lhe dá a opção de comprar os ativos da empresa pelo preço da dívida
para o banco, D.
Supomos uma empresa com uma estrutura de capital simples com somente um tipo de dívida
(de cupom zero). Entretanto podemos estender o modelo para o caso em que a empresa tenha
Supondo que os mercados estão livres de atrito, sem impostos, e não houver custos de
falência, então o valor dos ativos da empresa é a soma do capital e dívida, ou seja:
Vt Et Dt (2.2.1)
Caso o tomador do empréstimo (acionista) decida exercer a opção de compra sobre os ativos
da empresa, ele irá pagar o preço de exercício D, para comprar ativos no valor de V, ou seja
ele está comprando o patrimônio liquido da empresa pelo preço de exercício D (preço da
dívida).
14
Desse modo, o valor do patrimônio liquido da empresa é dado pelo preço de uma opção de
Uma vez que se trata de uma opção de compra sobre o valor da empresa, o preço dessa opção
é o valor do patrimônio liquido da empresa. Por conseguinte, o valor dessa opção de compra
Et N (d )Vt De rT N (d T )
ln(Vt / D) (r 1 2 )T
d 2 e é o desvio padrão da taxa de retorno dos ativos da
T
empresa e r é a taxa de juros livre de risco.
Segundo Hull (2002), para que o modelo de Black e Scholes possa ser empregado, algumas
15
- O preço do ativo possui distribuição log normal
- Não existem custos operacionais, nem impostos e os ativos são perfeitamente divisíveis.
- Não é difícil supor que a taxa de juros livre de risco r mantenha-se constante até o
vencimento da opção.
Dessa forma temos duas variáveis a serem determinadas: Valor da empresa Vt (Valor dos
ativos da empresa no instante t0 ) e sua volatilidade (volatilidade das taxas de retornos dos
ativos da empresa)
16
Logo, se há duas variáveis e uma equação, torna-se necessário encontrar uma segunda
Et N (d )Vt De rT N (d T ) (2.2.4)
Et
N (d ) (2.2.5)
Vt
seguinte maneira:
Et * E Vt * * N d
Assim:
Et * E
(2.2.7)
Vt * N d
Já vimos que o valor dos ativos da empresa Vt e o desvio padrão dos ativos da empresa
Et N (d )Vt De rT N (d T ) (2.2.2)
ln(Vt / D) (r 1 2 )T
d 2 (2.2.3)
T
17
Et * E
(2.2.7)
Vt * N d
L Dt e rT / Vt (2.2.8)
Substituindo temos:
E t N (d )Vt LVt (d T )
E t Vt * N (d ) L(d T )
N d *
E
N d LN d T
N d T é a probalidade da opção de compra não dar exercício.
probabilidade dos acionistas não exercerem a opção de compra sobre os ativos da empresa
18
Portanto temos que a probabilidade de default é dada por:
PD 1 N d T (2.2.9)
Lembramos também do teorema fundamental das finanças: Não existe arbitragem se, e
somente se, existe um vetor preço de estados (isto é, se existem probabilidades neutras ao
risco). O que nos diz algo sobre a existência de uma solução para o problema.
conjecturar valores para a volatilidade do ativo e para o valor do ativo da empresa, calcular o
2.2.7 e verificar se os valores calculados são iguais aos valores observados no mercado, caso
não seja conjecturar outros valores, caso seja calcular a probabilidade de default usando 2.2.9.
Segundo Paschoarelli (2007), o modelo de Merton pode ser empregado para determinar o
spread de crédito. Seja Dt o valor presente da dívida da empresa, Vt o valor atual dos ativos
Dt Vt * ( N (d ) Lt (d T ))
19
Sabemos que o valor presente do titulo com risco e valor de face Dt é dado por
Por outro lado o valor presente do titulo de valor de face Dt, considerando-o sem risco, é dado
por D * DT e rT
Então:
D * * e yT
Dt
e rT
D
ln t*
s yr D
T
Vt * N d L * N d T
ln
L *V
s yr
T
Assim:
V * N d V * L * N d T
ln
L * V
s yr
T
E finalmente:
20
N d
N d T
s y r ln
L
(2.2.10)
T
Natura em 30/09/2005.
o A taxa livre de risco discreta para 252 dias úteis é de 18% ao ano, que em taxa continua
dá 16,55%.
21
o Vimos que o modelo de Merton supõe que o passivo da empresa seja composto por um
único titulo zero cupom com valor de face dado por Dt. Obviamente esse não é o caso da
natura.
o Para contornar esse problema, será empregada uma aproximação feita por diversos
autores, que recomendam que o valor de Dt seja a totalidade dos passivos de curto prazo
KMV, que foi comprada pela Moodys. Caso a estrutura da dívida da empresa seja conhecida,
podemos sintetizar um titulo que tenha a mesma duration que a dívida e que represente toda a
dívida da empresa.
o Para se ter uma margem de segurança melhor alguns autores recomendam que Dt seja a
O próximo passo é descobrir o valor dos ativos da empresa Vt por intermédio da seguinte
relação:
E t N (d )Vt De rT N (d T )
ln(Vt / D) (r 1 2 )T
d 2
T
Et * E
Vt * N d
452.644.000 * Nd -
7.604.036.379 Vt N(d) -
e0,1655
22
Vt * N(d) *
0,3875
7.604.036.379
= 36,89%
Vt = 7.987.638.527,76
d = 8,41
A probabilidade de default é de N d T ou seja 4,4*10e-16
L Dt e rT / Vt = 0,048024475
E o spread de crédito é de
N d
N d T
s y r ln
L
T
s=0
Como para essa empresa o valor da dívida em relação ao valor da empresa é muito baixo o
23
2.3 MODELO CREDIT MONITOR DA KMV
default da empresa no vencimento da dívida, o KMV estuda, para cada período de tempo, a
O Modelo de previsão de default KMV produz como resultado uma probabilidade de default
para cada empresa para determinado horizonte de tempo. De modo a se obter a probabilidade,
o modelo subtrai o valor de face da dívida de uma estimativa do valor dos ativos da empresa.
Esse resultado é, então, dividido por uma estimativa da volatilidade dos ativos da empresa
obtendo um escore z.
Vt Dt
z (2.3.1)
* Vt
O KMV sugere que se pesquise em um banco de dados da KMV de todas as empresas que
tinham uma distancia z do default, qual é a proporção que efetivamente entrou em default
dentro de um ano.
24
Segundo Saunders (2002), para que uma empresa entre na área de inadimplência o valor dos
ativos deveria sofrer uma queda de z desvios-padrão, ao longo do ano seguinte. Se os valores
dos ativos forem normalmente distribuídos, saberemos que há uma probabilidade de x por
cento de que os valores dos ativos variem entre mais ou menos zσ de seu valor médio. Assim,
há uma probabilidade de x por cento de que o valor dos ativos aumente em mais de zσ. Em
Em vez de produzir EDFs teóricos, a abordagem da KMV gera um EDF empírico. Segundo
teórico. A vantagem da KMV advém da compilação de uma grande base de dados mundial de
empiricamente embasadas.
apresenta uma série de vantagens sobre o modelo de Merton (1974) juntamente com o modelo
o É mais flexível.
nesse caso porque empréstimos de risco contem embutidas opções que mais se assemelham as
25
opções americanas que podem ser exercidas em qualquer data e não se parecem com opções
porque empréstimos de risco contem embutidas opções que mais se assemelham as opções
exóticas com barreiras que são exercidas automaticamente e não se parecem com opções
o Permite a uma modelagem mais fiel da realidade, pois no modelo de Black e Scholes a
dívida da empresa deve ser única, ter uma só data de vencimento e o modelo de arvore
O modelo de Merton (1974), ao supor que a dívida da empresa está concentrada em uma
única data e empregar modelagem com opções européias, apresenta a deficiência de não ser
assumidos para data considera da data de vencimento da dívida. O modelo de Merton fornece
Black e Cox (1976), a fim de captar a probabilidade de default antes do vencimento da dívida,
assumiram que o evento de default será disparado na primeira vez em que o valor de mercado
26
Uma alternativa para resolver esse problema é encarar o valor do patrimônio liquido da
empresa como o preço de uma opção de compra com barreira do tipo down and out.
Uma opção com barreira do tipo down and out é um tipo de opção exótica no qual a opção
deixa de ter valor assim que o preço do ativo objeto fica abaixo patamar chamado de barreira.
Uma opção com barreira do tipo down and in é um tipo de opção exótica no qual a opção
começa a ter valor assim que o preço do ativo objeto fica abaixo patamar chamado de
barreira.
A barreira é justamente o valor a ser pago da dívida. A modelagem deve permitir que sejam
do tempo.
Seja q a taxa de rendimento do ativo objeto, H a barreira,X o preço de exercício de uma opção
de compra down and in. Se H for menor ou igual ao preço de exercício K, o valor da opção de
(2.5.1)
c dit Se q (T ) ( H / S ) 2 N ( y ) Ke r (T ) ( H / S ) 2 2 N ( y T )
r q 2 / 2
2 (2.5.2)
y
ln H 2 /( SX ) T
T
(2.5.3)
27
O valor de uma opção de compra comum é igual ao valor de uma opção de compra down and
in mais o valor de uma opção de compra down and out, assim o valor de uma opção de
Segundo Tudela (2003), a probabilidade de uma empresa ter default até o tempo T
considera que ocorre de insolvência na primeira vez que os ativos estão abaixo do valor de
resgate da dívida, valor da barreira. Em outras palavras a insolvência ocorre na primeira vez
O modelo de Merton com opções com barreira usado nesse texto assume uma estrutura de
capital simples para uma empresa, dívida mais patrimônio liquido. O valor nocional da dívida
denotamos por B, de T - t o tempo para o vencimento das dívidas, At é o valor dos ativos da
At F ( A, T , t ) f ( A, t ) (2.5.4)
Para derivar a probabilidade de default usando opções com barreira nos supomos que o valor
onde dz dt
28
dL L Ldt (2.5.6)
k A/ L (2.5.7)
Definimos k ( A l ) e a k
Dada a equação (2.5.8) nós podemos derivar a equação diferencial parcial para
ln(kT/kt), e resolvendo essa equação diferencial parcial temos a chamada função densidade,
kT
kT k kT k k 2 2
ln k 2k Tt 2ln k ln k 2ln k k 2 Tt
2
kt
kt 2 t
t
2k Tt
2
2
k 2 2
k T t
kT 1
hln e e
kt 2k T t
2
Integrando a equação 2.5.9 temos que a probabilidade de uma empresa ter default até o tempo
29
_
PD 1 1 N u1 w1 N u 2 (2.5.10)
2
K rk k T t
2
u1 (2.5.11)
k T t
2
K rk k T t
2
u2 (2.5.12)
k T t
2 K rK K2
_
k2
we (2.5.13)
S
ln K (2.5.14)
Xt
Onde:
S é o ativo total,
X é a dívida,
K é a barreira,
o é a volatilidade do ativo.
30
Na equação 2.5.10 vemos que a probabilidade de default depende das estimativas de máxima
verossimilhança rk e ok, do ponto de default k, que nesse trabalho definimos para ser igual a
O termo N(u1) na equação 2.5.1 é equivalente a probabilidade de default obtida usando uma
opção de compra européia que vence justamente no tempo T. No caso da opção com barreira
nos temos que a correta probabilidade do default ocorrer é probabilidade de que na primeira
vez em que o valor dos ativos da empresa sejam menor que o valor dos passivos da empresa,
_
que não é necessariamente no tempo T. O termo w1 N u2 corrige a probabilidade de default
derivada usando uma opção européia (caminho independente da trajetória Ativo/Passivo) para
trazer para a o calculo o fato de que a relação ativo passivo pode atingir a barreira antes de T,
para a volatilidade do ativo e para o valor do ativo da empresa, calcular o valor da volatilidade
valores calculados são iguais aos valores observados no mercado, caso não seja conjecturar
2.6 METODOLOGIA
Merton (1974), sendo que usaremos opções com barreiras e não opções européias para
explicar a classificação de risco das empresas brasileiras de capital aberto que tem rating de
31
Iremos estimar probabilidades de inadimplência por Teoria de Opções com barreiras para
Inicialmente, estimaremos os valores do ativo por ação e volatilidade do ativo para cada uma
das empresas. O valor de mercado do Patrimônio Líquido (E) será estimado como sendo o
preço da ação de maior volume da empresa em dezembro de 2009. Adotaremos que a empresa
fica inadimplente quando o valor de seus ativos cai abaixo do ponto de inadimplência da
dívida, (barreira sem margem de segurança). O ponto de inadimplência será estimado como
sendo a dívida de curto prazo por ação em dezembro de 2009, acrescida de metade da dívida
Os dados de dívida de curto prazo e dívida de longo prazo dos balanços consolidados das
empresas da amostra. Para estimar as volatilidades mensais anualizadas das ações serão
usados dados de preço de fechamento mensais das ações de maior volume de negociação de
subseqüentes.
A volatilidade da ação será estimada por EWMA (exponentially weighted moving average)
usando-se um lambda de 0,985. Os valores do ativo por ação e da volatilidade do ativo serão
estimados por um processo iterativo, conforme equações 2.2.2, 2.2.3 e 2.2.4 e conforme
32
A taxa instantânea de retorno do ativo, ou seja, o retorno exigido pelo investidor, será a média
ponderada da taxa esperada que o valor da ação se valorizará em 1 ano e da taxa esperada de
valorização da dívida, sendo o peso de cada parcela o percentual que representa do ativo.
O custo de capital será obtido a partir do CAPM e do modelo de Gordon, sendo que o beta de
cada ação será obtido do economática. A probabilidade de default será estimada a partir da
equação (2.5.10)
33
3 ANALISE EMPÍRICA
A amostra será formada pelas empresas brasileiras de capital aberto que tem rating de crédito
atribuídos pela Standard&Poor’s e Moody’s, com dados desde meados de 1994 até 2010.
Os modelos analisados empiricamente nesse trabalho são os modelos de Merton com opções
34
Taxa livre de risco é a taxa selic anualizada.
A correlação entre o patrimônio liquido e a taxa de juros foi obtida calculando a correlação
35
CSN 32.454.410.000,00 41.904.938.200,00 5.108.658.000,00 21.781.119.000,00 58,34%
Br.
Tabela 3 - Dados contábeis e de mercado usados no calculo da probabilidade de default para o ano de
2009.
Br.
36
Gerdau 24.317.921.000,00 20.904.572.393,72 496.519.000,00 5.861.796.000,00 53,27%
Tabela 4 - Dados contábeis e de mercado usados no calculo da probabilidade de default para o ano de
2008.
A Tabela 5 contém probabilidade de default estimada por opções européias e por opções com
barreira, ano de 2009, para cada empresa da amostra, com vista de horizonte de um ano.
37
Ambev 0,01% 0,02%
Tabela 5 - Probabilidade de default estimada por opções européias e por opções com barreira, ano de
2009.
A Tabela 6 contém probabilidade de default estimada por opções européias e por opções com
barreira, ano de 2008, para cada empresa da amostra, com vista de horizonte de um ano.
Tabela 6 - Probabilidade de default estimada por opções européias e por opções com barreira, ano de
2009.
38
Cabe aqui uma observação, enquanto que no modelo com opções européias o modelo
convergiu, para opções com barreira o modelo não convergiu sendo que os resultados
apresentados são resultados aproximados, são os melhores resultados obtidos após um total de
100 iterações, observamos que de modo geral o erro não foi maior que 10% entre os
opções com barreira, taxa de inadimplência histórica acumulada 1 ano após emissão dado o
Opções com
39
Cesp 0,27% 0,70% 0,67% Ba2
Tabela 7 - Probabilidade de default estimada por opções européias, por opções com barreira, taxa de
inadimplência histórica acumulada 1 ano após emissão dado o rating da Moodys, rating da Moodys, ano
de 2009.
Opções com
Empresa Opções européias barreiras Moodys Moodys
Braskem 2,53% 11,09% 0,69% Ba1
CSN 5,44% 17,02% 0,69% Ba1
Embratel 0,00002% 0,00005% 0,46% Baa3
Net 0,54% 1,08% 0,67% Ba2
Petrobras 0,60% 1,37% 0,02% A2
Usiminas 0,86% 1,94% 0,46% Baa3
Vale do Rio Doce 0,31% 0,67% 0,10% Baa2
Brasil Telecom 0,84% 1,51% 0,46% Baa3
Gerdau 0,21% 0,45% 0,69% Ba1
Lupatech 2,93% 6,70% 2,19% Ba3
Cemig 0,0004% 0,0008% 0,46% Baa3
Cesp 0,16% 0,41% 0,67% Ba2
Ambev 0,0006% 0,001% 0,12% Baa1
Embraer 0,10% 0,23% 0,46% Baa3
Gafisa 14,50% 49,25% 0,67% Ba2
Tabela 8 - Probabilidade de default estimada por opções européias, por opções com barreira, taxa de
inadimplência histórica acumulada 1 ano após emissão dado o rating da Moodys, rating da Moodys, ano
de 2008.
40
Repetimos aqui parte da Tabela 2 - Taxa de inadimplência histórica acumulada dado o rating
Aaa 0,00%
Aa1 0,00%
Aa2 0,00%
Aa3 0,07%
A1 0,00%
A2 0,02%
A3 0,02%
Baa1 0,12%
Baa2 0,10%
Baa3 0,46%
Ba1 0,69%
Ba2 0,67%
Ba3 2,19%
B1 3,46%
B2 7,65%
B3 11,86%
Caa-C 26,05%
Tabela 9 - Taxa de inadimplência histórica acumulada dado o rating da Moodys, 1 ano após emissão.
41
como sendo a raiz da soma dos quadrados dos erros, os erros foram calculados subtraindo-se a
estimadas pelo modelo de opções européias e pelo rating da Moodys, bem como as medidas
42
4 CONCLUSÕES
O presente trabalho mostra que a correlação entre a probabilidade de default prevista pelo
rating da Moodys e a probalidade de default calculada pelas opções europeias é maior do que
Vemos também que a dispersão entre a probabilidade de default previsto pelo rating da
método de opções com barreira, pois teremos desse modo a probabilidade de default a
qualquer momento até o horizonte analisado, embora o método com opções européias
Outros modelos interessantes, como por exemplo com opções de troca, poderiam servir como
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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
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44
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Hil, 2004.
45
WOOLDRIDGE, Jeffrey M. (2005). Introdutory Econometrics: an Modern Approach.
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