UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO

* INFORMÁTICA EDUCATIVA – 2015.2

PLANO DE AULA – 22/02/2016

Tema: Teorias de aprendizagem

Temática objeto: Teoria das Inteligências Múltiplas
Autor: GARDNER, Howard
Professor: Max Augusto Franco Pereira
Supervisor: Henrique Nou Schneider
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Gardner é psicólogo cognitivo e educacional ligado à
Universidade de Harvard (USA) e conhecido, em
especial, pela sua teoria das inteligências múltiplas.

Em 1938, seus pais fugiram da perseguição aos judeus na

Alemanha nazista. Aos 13 anos de idade ele tornou-se
um excelente pianista. Entrou na Universidade de
Harvard, em 1961, com a intenção de se formar em
história, mas se interessou por Relações Sociais, uma
combinação de psicologia, sociologia e antropologia,
com particular interesse em psicologia clínica.
Novamente, trocou seu campo de interesse após HOWARD GARDNER
conhecer o psicólogo cognitivo Jerome Bruner e os
escritos de Jean Piaget. ✪ 1943 – Scranton/ USA

Depois de terminar seu doutorado em Harvard, em 1971,

com uma dissertação em “sensibilidade de estilo em
crianças”, continuou a trabalhar naquela universidade
no Projeto Zero, concentrando-se no estudo sistemático
do pensamento artístico e da criatividade em arte.

Em 1981, recebeu prêmio da Mac Arthur Foundation e,

em 2011, o prêmio Príncipe das Astúrias das Ciências
Sociais.
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TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS

O que é inteligência?

O vocábulo Inteligência vem de duas palavras do latim:

(Inter = entre) + (Eligere = eleger, escolher)

Portanto, de forma ampla, inteligência significa “a capacidade mental pela qual

conseguimos penetrar na compreensão das coisas escolhendo a melhor
alternativa.”

Inteligência é a “faculdade de apreender, de compreender”. (Dicionário

Aurélio).
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O que é inteligência?

“A inteligência é um fluxo de conexões cerebrais que nos leva a escolher a melhor

opção para solucionar uma dificuldade e que se completa como uma faculdade
para compreender, entre opções, qual a melhor; ela também nos ajuda a resolver
problemas ou até mesmo criar produtos válidos para a cultura que nos envolve.”
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Ecologia cognitiva (Pierre Levy, 1993)

A noção de ecologia cognitiva avança em relação à inteligência (como um

elemento neurológico isolado) para sinalizar que fora da coletividade, desprovido
do ambiente, o indivíduo não pensaria: não seria inteligente sem a língua, sua
herança cultural, sua ideologia, sua crença, sua escrita, seus métodos intelectuais
e outros meios do ambiente.

Ex. Efeito (série Profissão Perigo, 1980/1990)

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Questões norteadoras (instigantes)

Não seríamos, por acaso, vítimas de uma carga genética imutável e a inteligência,
assim como a cor dos olhos, um estigma que temos que aceitar por toda vida?

Será a inteligência uma faculdade ampliada?

Podemos nos tornar mais inteligentes?

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A inteligência pode aumentar?

É possível afirmar com segurança que a inteligência de um indivíduo é produto de

uma carga genética que vai muito além das de seus avós, mas que alguns detalhes
da estrutura da inteligência podem ser alterados com estímulos significativos
aplicados em momentos cruciais do desenvolvimento humano.
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A inteligência pode aumentar?

Não existe uma inteligência geral que aumenta ou estaciona, mas um elenco
múltiplo de aspectos da inteligência, alguns muito mais sensíveis à modificação
por meio de estímulos adequados do que outros.

A inteligência humana pode ser aumentada especialmente nos primeiros anos de

vida, mesmo admitindo que as regras desse aumento sejam estipuladas por
restrições genéticas. Essas restrições podem situar-se entre 30 a 50% sob o grau
de inteligência a ser alcançado com estímulos e esforços adequados.
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A inteligência envelhece?

É claro que sim. O envelhecimento do corpo humano, vegetal ou animal é fato

incontestável para a biologia e não poderia ser diferente na questão da
inteligência.
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Quando ocorre o envelhecimento da inteligência e de que forma?

O envelhecimento da inteligência não ocorre com todo o elenco ao mesmo tempo

e, principalmente, não ocorre com a mesma intensidade nos dois hemisférios
cerebrais.

Ocorre muito mais por falta de estímulos do que por razões de natureza biológica.
Cada inteligência, das muitas que possuímos tem uma janela de oportunidades
claramente definida e, embora essas janelas se abram e se fecham ao mesmo
tempo para todas as pessoas, sua abertura e seu fechamento dependem muito de
cada inteligência em especial.
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Janelas de oportunidades

Correspondem aos momentos mais propícios de estimulação do cérebro para que

assimile informações de determinada natureza.

As primeiras janelas de oportunidades começam a se abrir ainda no ventre

materno, a maioria no nascimento e outras nos primeiros anos de vida. Em geral,
estão escancaradas entre os 2 e 16 anos, mas depois se retraem um pouco e não
mais se fecham, a não ser após os 72 anos.
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Circuitos Neuronais

São redes celulares formadas por nervos que emanam de centenas de bilhões de
células que habitam o cérebro humano. Essas intricadas redes...permitem que
cada célula cerebral, ou neurônio, estabeleça contato direto e se comunique com
centenas ou mesmo milhares de outras células cerebrais.

Sinapses

São diminutas mensagens eletroquímicas que os neurônios, devido a sua

morfologia particular altamente especializada, recebem e transmitem através de
contatos celulares que medeiam a maioria das comunicações entre populações
dessas células.
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Neurônio Biológico – Fonte: Wasserman (1989)

Disponível em: < http://www.borges-solutions.com/algorit mo-genetico-para-otimiz acao-de-arquiteturas-de-redes-mlp />
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Circuitos Neuronais (foto: Parthiv Haldipur/ Flickr – CC BY-NC 2.0)

Disaponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2013/307/memoria-de -outras-

vidas/?searchterm=Memória%20de%20outras%20vid as>
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Sinapses

A densidade das sinapses na criança de 1 a 2 anos é cerca de 50% maior do que em

um adulto, mas um universitário de 22 anos tem tanta facilidade ou dificuldade
de aprender quanto seu avô de 71 anos.

Redes neuronais

Essas redes neuronais microscópicas são na verdade as únicas responsáveis por

cada ato de pensamento, criação, destruição, ocultação comunicação, conquista,
sedução, rendição, amor, ódio, felicidade, tristeza, solidariedade, egoísmo,
introspecção, e exultação perpetrado por todo e qualquer um de nós, nos
ancestrais e progênie, ao longo de toda existência da humanidade
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Quociente de QI

É um índice calculado a partir da pontuação obtida em testes nos quais

especialistas incluem as habilidades que julgam compreender as habilidades
conhecidas pelo termo inteligência. É uma quantidade multidimensional - um
amálgama de diferentes tipos de habilidades, sendo que a proporção de cada uma
delas muda de acordo com o teste aplicado.

Gardner afirmou, na década de 1980, que o conceito de inteligência, como

tradicionalmente definido em psicometria (testes de QI) não era suficiente
para descrever a grande variedade de habilidades cognitivas humanas.
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TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS

A teoria de Gardner afirma que uma criança que aprende a multiplicar números
facilmente não é necessariamente mais inteligente do que outra que tenha
habilidades mais fortes em outro tipo de inteligência. A criança que leva mais
tempo para dominar uma multiplicação simples, (a) pode aprender melhor a
multiplicar através de uma abordagem diferente; (b) pode ser excelente em um
campo fora da matemática; ou (c) pode até olhar e compreender o processo de
multiplicação em um nível profundo.
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Critérios para classificação dos fatores constituintes da inteligência ou habilidades

humanas
ü Potencial prejuízo por dano por dano cerebral;
ü Existência de gênios ou indivíduos eminentes com habilidades especiais;
ü Um conjunto de operações identificável. Ex. A música, como sensibilidade de
uma pessoa para a melodia, a harmonia e o ritmo;
ü Uma história de desenvolvimento distintiva para cada indivíduo, junto com
uma natureza definível de desempenho especialista;
ü Ser possível identificar os passos para atingir tais perícias, uma história
evolutiva e plausibilidade evolutiva, a exemplo das formas de inteligência
espacial em mamíferos ou inteligência musical em pássaros;
ü Testabilidade, a exemplo dos testes psicológicos, distinções psicométricas
susceptíveis de confirmação e re-testagem com múltiplos instrumentos;
ü Suscetibilidade para ser codificada em um sistema de símbolos. Códigos como
idioma, aritmética, mapas e expressão lógica, entre outros.
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Lógico-matemática
A capacidade de confrontar e avaliar objetos e abstrações, discernindo as suas
relações e princípios subjacentes. Habilidade para raciocínio dedutivo e para
solucionar problemas matemáticos. Cientistas possuem esta característica.

Linguística
Caracteriza-se por um domínio e gosto especial pelos idiomas e pelas palavras e
por um desejo em os explorar. É predominante em poetas, escritores, e linguistas.

Musical
Identificável pela habilidade para compor e executar padrões musicais,
executando pedaços de ouvido, em termos de ritmo e timbre, mas também
escutando-os e discernindo-os. É predominante em compositores, maestros,
músicos, críticos de música.
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Espacial
Expressa-se pela capacidade de compreender o mundo visual com precisão,
permitindo transformar, modificar percepções e recriar experiências visuais até
mesmo sem estímulos físicos. É predominante em arquitetos, artistas, escultores,
cartógrafos, navegadores e jogadores de xadrez.

Corporal-cinestésica
Traduz-se na maior capacidade de controlar e orquestrar movimentos do corpo. É
predominante entre atores e aqueles que praticam a dança ou os esportes.

Intrapessoal
Expressa na capacidade de se conhecer, estando mais desenvolvida em escritores,
psicoterapeutas e conselheiros.
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Interpessoal
Expressa pela habilidade de entender as intenções, motivações e desejos dos
outros. Encontra-se mais desenvolvida em políticos, religiosos, publicitários e
professores.

Naturalista
Traduz-se na sensibilidade para compreender e organizar os objetos, fenômenos e
padrões da natureza, como reconhecer e classificar plantas, animais, minerais,
incluindo rochas e gramíneas e toda a variedade de fauna, flora, meio-ambiente e
seus componentes. É característica de biólogos, geólogos, mateiros.

Existencial
Investigada no terreno ainda do "possível", carece de maiores evidências. Abrange a
capacidade de refletir e ponderar sobre questões fundamentais da existência. Seria
característica de líderes espirituais e de pensadores filosóficos.
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REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Ana Maria F.P.M. Teorias da aprendizagem para a prática pedagógica.

UNESP, 2005.

ANTUNES, Celso. As inteligências múltiplas e seus estímulos. Campinas: Papirus,

1998.

GARDNER, Howard. Estruturas da mente – A teoria das inteligências múltiplas.

Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

NICOLELIS, Miguel. Muito além do nosso eu: a nova neurociência que une
cérebros e máquinas – e como ela pode mudar nossas vidas. São Paulo:
Companhia das Letras, 2011, pp. 18-19.

Portal de conteúdo WIKIPEDIA.ORG. Howard Gardner. Disponível em:

<http://pt.wikipedia.org/wiki/Howard_Gardner> . Acesso em 08 mai. 2014.

Portal de conteúdo WIKIPEDIA.ORG. Inteligências múltiplas. Disponível em:

<http://pt.wikipedia.org/wiki/Inteligência_múltipla>. Acesso em 10 mai. 2014.

SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney E. História da psicologia moderna.

Tradução: Suely Murai Cuccio. São Paulo: Cengage Learning, 2009.