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Questões de Imunologia e Virologia Veterinária

Picornaviridae

31) É uma característica que confere grande resistência às condições ambientais


pelos vírus da família Picornaviridae:

a) Ter como ácido nucleico RNA fita simples polaridade positiva.

b) Ter como ácido nucleico RNA fita simples polaridade negativa.

c) Capsídeo de simetria icosaédrica.

d) Ausência de envelope.

32) É uma característica que auxilia os vírus da família Picornaviridae a evadir


a resposta imune:

a) Ter RNA como ácido nucleico.

b) Ter pequenas dimensões, quando comparados a vírus de outras famílias.

c) Presença de envelope.

d) Capsídeo de simetria icosaédrica.

33) O vírus da febre aftosa é capaz de realizar infecções produtivas e causar


doença em:

a) Bovinos, suínos e equinos.

b) Bovinos, ovinos, caprinos e suínos.

c) Bovinos, ovinos, caprinos e asininos.

d) Ruminantes, apenas.
34) Assinale a alternativa que contém apenas doenças que são diagnóstico
diferencial para febre aftosa:

a) Febre catarral maligna, Raiva, Peste bovina, Listeriose.

b) Febre catarral maligna, Estomatite vesicular, Doença Vesicular Suína, Língua Azul

c) Estomatite vesicular, Brucelose, Tuberculose bovina, Leptospirose.

d) Diarréia viral bovina, Língua azul, Exantema Vesicular suíno, Mormo.

35) Você é um veterinário autônomo que atende diferentes propriedades rurais.


Ao chegar na propriedade de um cliente, você nota que algumas vacas
apresentam claudicação e lesões vesiculares e ulceradas na boca, na língua e na
gengiva. Sua primeira atitude deve ser:

a) Coletar sangue dos animais afetados e encaminhar para exame sorológico


(detecção de anticorpos contra o vírus da febre aftosa).

b) Fazer biópsia das lesões e encaminhar o material a um laboratório oficial (Rede


LANAGRO), para detecção do antígeno viral.

c) Notificar o serviço veterinário oficial (núcleo de defesa agropecuária responsável


pela região), num prazo de 24 horas.

d) Interditar a propriedade, isolar os animais afetados, coletar material para exames


laboratoriais (sangue e biópsia de tecido) e vacinar todos os animais assintomáticos
que tiveram contato com os sintomáticos.

36) No Brasil, nas zonas livres de febre aftosa com vacinação, devem ser
vacinados:

a) Bovinos, apenas.

b) Bovinos e bubalinos, apenas.

c) Bovinos, bubalinos, caprinos e ovinos.

d) Bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e suínos.


37) A vacina contra a febre aftosa utilizada no Brasil:

a) É constituída por vírus atenuado dos sorotipos A, C e O.

b) É constituída por vírus inativado e subunidades dos sorotipos A, C e O.

c) É constituída por vírus inativados dos sorotipos A, C, O, SAT1, SAT2 e SAT3.

d) É constituída por vírus inativado e subunidades dos sorotipos SAT1, SAT2 e SAT3.

38) Após a introdução do sorotipo SAT1 (endêmico da África meridional) numa


área livre de Febre Aftosa com vacinação brasileira, podemos esperar:

a) A ocorrência de casos esporádicos da doença clínica, já que o rebanho dessa área


livre com vacinação está vacinado contra a febre aftosa.

b) A ocorrência de casos esporádicos da doença clínica, já que o sorotipo SAT1 é


menos virulento que os sorotipos A e C, presentes no Brasil.

c) A ocorrência de uma grande epizootia, já que as vacinas utilizadas no rebanho


brasileiro oferecem proteção cruzada contra o sorotipo SAT1.

d) A ocorrência de uma grande epizootia, já que o rebanho brasileiro não possui


proteção vacinal contra este sorotipo.

39) Marque a alternativa correta sobre a febre aftosa em caprinos e ovinos:

a) Nestas espécies, a febre aftosa apresenta-se geralmente de forma subclínica, sendo


a manifestação da forma clínica menos grave que em bovinos.

b) O vírus da febre aftosa gera infecções produtivas, sendo esses animais conhecidos
amplificadores da infecção.

c) Pode ser prevenida com vacinação, sendo que o Brasil adota a vacinação semestral
obrigatória para estas duas espécies.

d) Todas as alternativas citadas.


40) Um país livre de febre aftosa sem vacinação:

a) Realiza prontamente a vacinação de seus animais, em caso de surto.

b) Tem o seu rebanho extremamente suscetível à infecção pelo vírus da febre aftosa,
por não estar vacinado.

c) Tem o seu rebanho protegido contra a infecção em caso de introdução do vírus,


pelo alto status sanitário obtido.

d) Pode receber carcaça bovina in natura resfriada de um país livre de febre aftosa
com vacinação.

41) Num rebanho bovino, a febre aftosa caracteriza-se por:

a) Baixa morbidade, sendo os bezerros mais afetados que animais adultos.

b) Alta morbidade e alta mortalidade, sendo esta última a principal causa de prejuízos
aos produtores.

c) Alta morbidade e baixa mortalidade, sendo esta última geralmente restrita a


bezerros.

d) Alta morbidade e baixa mortalidade, sendo os animais de origem européia menos


suscetíveis a manifestações clínicas que animais de origem zebuína.

42) O vírus da encefalomielite aviária caracteriza-se por:

a) Grande mortalidade em aves jovens, especialmente em poedeiras comerciais entre


o quarto e quinto mês de vida (fase pré-postura).

b) Queda de postura em poedeiras comerciais e matrizes, com alteração de


consistência da casca dos ovos das aves afetadas.

c) Produzir sinais neurológicos em aves de qualquer idade, embora o plantel afetado


apresente mortalidade limitada.

d) Ocasionar doença clínica em aves entre a segunda e quarta semanas de vida,


ocorrendo principalmente sinais neurológicos.
43) Sobre a encefalomielite aviária, é correto afirmar que:

a) A prevenção se dá através da vacinação de poedeiras comerciais e matrizes a partir


de 8 semanas de vida até 4 semanas antes do início da postura.

b) A doença pode ser prevenida com a vacinação de pintainhos na primeira semana de


vida.

c) A vacina utilizada é de vírus inativado e subunidades isoladas do capsídeo viral.

d) No Brasil, utiliza-se a vacinação in ovo para prevenção da doença.

44) Sobre a transmissão da encefalomielite aviária, é correto afirmar que:

a) É horizontal, através de fezes e secreções nasais contaminadas pelo vírus. A


transmissão vertical por contaminação do ovo pela matriz é relatada na literatura, mas
não tem relevância epidemiológica.

b) É apenas vertical, através da contaminação do ovo pela matriz.

c) É apenas horizontal, através da contaminação do ovo pela matriz.

d) Pode ser horizontal, através de fezes contaminadas com o vírus, ou vertical,


através da contaminação do ovo pela matriz.

45) A encefalomielite aviária pode ser prevenida com a vacinação:

a) De aves jovens, na primeira semana de vida, com vacina de vírus vivo atenuado.

b) De aves jovens, na primeira semana de vida, com vacina de vírus inativado.

c) De poedeiras e matrizes em postura, com vacina de vírus inativado.

d) De poedeiras comerciais e matrizes, da oitava semana de vida até quatro semanas


antes do início da postura, com vacina de vírus vivo atenuado.
Flaviviridae

46) Sobre a morfologia dos vírus da família Flaviviridae, é correto afirmar que:

a) São vírus não-envelopados.

b) São vírus RNA fita simples de polaridade positiva.

c) Apesar de serem vírus envelopados, anticorpos neutralizantes produzidos pelo


hospedeiro são dirigidos à proteína C do capsídeo viral.

d) A proteína C do capsídeo é a responsável pela adsorção do vírion no receptor de


superfície da célula hospedeira.

47) O vírus da Febre Amarela pode causar doença clínica em humanos e


primatas. Sobre a infecção em primatas, é correto afirmar que:

a) A principal característica clínica da infecção pelo vírus da febre amarela em


primatas é a gastroenterite.

b) Os primatas do gênero Alouatta spp são os mais suscetíveis à doença clínica dentre
os primatas neotropicais.

b) Primatas neotropicais são mais resistentes à infecção pelo vírus da febre amarela
que os primatas africanos, sendo os primeiros geralmente assintomáticos.

d) Primatas da família Cebidae são os mais suscetíveis à doença clínica dentre os


primatas neotropicais.

48) Sobre a transmissão do vírus da febre amarela, é correto afirmar que:

a) Primatas neotropicais, devido à elevada carga viral, são capazes de transmitir a


febre amarela a humanos através de secreções e excreções.

b) O mosquito vetor se infecta, unicamente, através de repasto sanguíneo em primatas


ou humanos infectados.

c) Primatas não-humanos podem transmitir a febre amarela para humanos através de


contato direto apenas durante o período de viremia.

d) A transmissão a humanos e primatas se dá, unicamente, pela picada do artrópode


vetor infectado.
49) Sobre o artrópode vetor do vírus da febre amarela, pode-se afimar que:

a) Aedes spp é o vetor do ciclo silvático da Febre Amarela.

b) Haemagogus spp e Sabethes spp fazem oviposição em leito de rios.

c) Sabethes spp é o vetor do ciclo urbano da Febre Amarela.

d) Haemagogus spp e Sabethes spp são os vetores do ciclo silvático da Febre


Amarela.

50) O surto de Febre Amarela ocorrido no Brasil entre 2015-2020 tomou uma
proporção geográfica inusual, com grande abrangência territorial. Sobre a
disseminação da doença silvestre em áreas de mata não-contíguas, é correto
dizer que:

a) A principal hipótese é que a transmissão entre áreas de matas não-contíguas se dê


através do deslocamento dos artrópodes vetores infectados.

b) O principal fator de disseminação nestes casos é o deslocamento de humanos


infectados durante a fase de viremia.

c) Aedes spp têm a capacidade de se deslocar por até 5km, sendo este vetor o maior
responsável pela disseminação da doença entre áreas de mata não-contíguas.

d) O deslocamento de primatas vetores infectados é o principal responsável por esta


disseminação entre áreas de mata não-contíguas.

51) O vírus da Febre Amarela possui tropismo pelo fígado. A principal causa da
lesão hepática provocada por este vírus é:

a) Lise de hepatócitos, com infiltrado marcante de polimorfonucleares no tecido


hepático.

b) Liberação de interleucina-2 por células de Kupffer infectadas.

c) Degeneração hialina de hepatócitos, sem inflamação tecidual marcante.

d) Nenhuma das alternativas citadas.


52) Sobre a profilaxia e controle da Febre Amarela, é correto afirmar que:

a) Embora a vacina de Febre Amarela seja de vírus vivo atenuado, não existem
relatos de óbito em virtude de infecção provocada pelo vírus vacinal.

b) A vacinação de primatas neotropicais (como Alouatta spp) não é realizada pois o


vírus da vacina utilizada em humanos é patogênico para estes animais.

c) Apesar da possibilidade de doença clínica em Alouatta spp, o vírus da febre


amarela não apresenta risco para a conservação deste primata.

d) O controle dos vetores do ciclo silvático não é um objetivo dos programas de


prevenção da doença.

53) Qual das técnicas de diagnóstico e amostras abaixo seria a mais apropriada
em caso de suspeita de Febre Amarela em primata não-humano?

a) RT-PCR, para detecção de antígeno viral, de amostra de fígado.

b) RT-PCR, para detecção de RNA viral, de amostra de baço.

c) Imunohistoquímica, para detecção de anticorpos, de amostra de sangue.

d) Sorologia, para detecção de antígenos virais, de amostra de sangue.

54) A Diarréia Viral Bovina é causada pelo BVDV (Vírus da Diarréia Viral
Bovina), que apresenta dois genótipos: BVDV1 e BVDV2. Sobre a infecção por
este vírus, é correto afirmar que:

a) A Doença das Mucosas é causada por uma variante citopática do BVDV1.

b) A Doença das Mucosas é causada por uma variante citopática do BVDV2.

c) A Doença das Mucosas é causada por uma variante citopática de qualquer um dos
dois genótipos.

d) A Doença das Mucosas é causada por uma variante não-citopática de qualquer um


dos dois genótipos.
55) A Doença das Mucosas é uma das formas de apresentação da infecção pelo
BVDV. Sobre esta doença, pode-se afirmar que:

a) É causada por falha na colostragem de bezerros persistentemente infectados.

b) Ocorre esporadicamente em animais persistentemente infectados, em virtude de


mutação espontânea do vírus.

c) É a principal forma de apresentação da infecção pelo BVDV em fêmeas prenhes.

d) Ocorre sobretudo em bezerros infectados durante os primeiros quatro meses de


vida.

56) Alguns animais podem ser persistentemente infectados pelo vírus da


Diarréia Viral Bovina. O que é um animal persistentemente infectado?

a) É um animal que foi infectado in utero entre o segundo e quarto mês de gestação,
desenvolveu imunotolerância para a o BVDV, e libera grande quantidade de vírus
através de secreções e excreções.

b) É um animal que não conseguiu debelar a infecção pelo BVDV, sendo incapaz de
eliminá-lo do organismo, apesar da resposta de anticorpos desenvolvida contra este
patógeno.

c) É um animal infectado pelo vírus da diarréia viral bovina, mas que apresenta-se
soropositivo.

d) É um animal que conseguiu debelar a infecção pelo BVDV, mas que apresenta-se
positivo na sorologia para diagnóstico da doença.
57) Quais são as principais razões para a vacinação de animais contra a Diarréia
Viral Bovina?

a) Prevenir a diarréia crônica nos animais, sobretudo em bezerros e vacas lactantes.

b) Prevenir o abortamento e a diarréia crônica em vacas, além da prevenção da


diarréia aguda em bezerros.

c) Prevenir reabsorção embrionária, retorno ao cio e abortamento em fêmeas prenhes,


além de prevenir o nascimento de animais persistentemente infectados.

d) Impedir que os bezerros se tornem persistentemente infectados, situação na qual


apresentam diarréia intratável.

58) Um dos sinais clínicos mais marcantes da Peste Suína Clássica é a púrpura,
observada sobretudo em casos agudos. Sobre a fisiopatogenia da púrpura na
Peste Suína Clássica, é correto afirmar que:

a) O vírus da Peste Suína Clássica apresenta tropismo pelo endotélio vascular. A lesão
endotelial generalizada promove coagulação intravascular disseminada, hiperemia e
hemorragias cutâneas, sendo estas a causa da púrpura.

b) O vírus da Peste Suína Clássica apresenta tropismo por células epitelias. A púrpura
observada é uma consequência da inflamação no tecido epitelial cutâneo, mediada
sobretudo por citocinas pró-inflamatórias liberadas por mastócitos.

c) O vírus da Peste Suína Clássica apresenta tropismo por hemácias. A púrpura


observada é consequência direta da hemólise provocada pela replicação viral nestas
células.

d) O vírus da Peste Suína Clássica apresenta tropismo por células epitelias. A púrpura
observada é uma consequência da resposta imune celular (linfócitos T CD8+), que
promove apoptose de células epitelias cutâneas infectadas após apresentação de
antígenos de origem viral em moléculas de MHC de classe I.
59) A Peste Suína Clássica pode ter diferentes apresentações, conforme a
virulência da cepa envolvida na infecção. Sobre a forma crônica da doença, é
correto afirmar que:

a) A característica clínica mais marcante da forma crônica é a púrpura em animais


infectados.

b) Ocorre exaustão do sistema imune e depleção de órgão linfóides, em virtude do


tropismo por linfócitos exibido pelo vírus.

c) Apesar de não apresentarem doença clínica, os leitões nascidos de matrizes


infectadas cronicamente com cepa de baixa virulência podem estar persistentemente
infectados.

d) Em caso de infecção de uma matriz por uma cepa de baixa virulência, eventual
infecção fetal resulta em abortamento e eliminação simultânea de todos os fetos
presentes no útero.

60) Sobre o controle da Peste Suína Clássica, marque a alternativa correta:

a) Nos estados brasileiros reconhecidos internacionalmente como livres de Peste


Suína Clássica, a população feral de javaporcos é vacinada anualmente de forma a
prevenir surtos em granjas comerciais.

b) Nos estados brasileiros considerados livres de Peste Suína Clássica, pode-se


garantir que não há circulação viral, uma vez que não se utilizam mais vacinas e a
presença do vírus deflagaria um surto prontamente detectável.

c) Apesar de vários estados brasileiros gozarem do status de livre de Peste Suína


Clássica, inclusive com reconhecimento internacional, não se pode garantir que não
haja circulação viral na população feral de javaporcos existente nesses estados.

d) A vacina de vírus vivo atenuado é utilizada em todos os estados brasilerios


reconhecidos internacionalmente como livres de Peste Suína Clássica com vacinação.

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