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Desidrogenação oxidativa do propano sobre catalisadores baseados

em vanádio suportado em -Al2O3 modificada por metais alcalinos


Vinicius M. Crivelaro1 e Gilberto G. Cortez1*
1
Departamento de Engenharia Química, Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena - SP, Brasil
*cortez@dequi.eel.usp.br
Resumo-Abstract
RESUMO - A finalidade deste trabalho foi desenvolver uma metodologia de síntese de catalisadores de óxido de vanádio suportado
em alumina e dopada com potássio ou sódio a fim de avaliá-los em testes de desidrogenação oxidativa do propano (DOP). Foram
utilizadas as seguintes técnicas de caracterização: volumetria de N2, difratometria de raios X (DRX) e redução à temperatura
programada (RTP). O precursor hidróxido preparado foi identificado como gibsita que resultou em -Al2O3 quando calcinado à
600°C. A impregnação do vanádio levou às alterações importantes na estrutura superficial da alumina. A supressão de um certo
número de sítios ácidos com a presença de metais alcalinos permitiu uma melhor seletividade ao propeno nas reações de DOP,
sendo mais eficiente para o potássio. A redução da quantidade de O2 na alimentação dos reagentes interferiu negativamente na
performance catalítica, tornando o catalisador menos ativo e seletivo.
Palavras-chave: desidrogenação oxidativa do propano, alumina, óxido de vanádio, metais alcalinos.

ABSTRACT - The purpose of this work was to develop the methodology for the synthesis of vanadium oxide catalysts supported
on alumina and doped with potassium or sodium in order to evaluate them in propane oxidative dehydrogenation (DOP) tests. The
following characterization techniques were used: N2 volumetry, X-ray diffraction (XRD) and temperature programmed reduction
(TPR). The prepared hydroxide precursor was identified as gibbsite, which resulted in -Al2O3 when calcined at 600°C. The
impregnation of vanadium led to important changes in the surface structure of alumina. The suppression of a number of acid sites
with the presence of alkali metals allowed a better selectivity to propene in the DOP reactions, being more efficient for potassium.
The reduction of the amount of O2 in the feed of the reagents interfered negatively in the catalytic performance, making the catalyst
less active and selective.
Keywords: oxidative dehydrogenation of propane, alumina, vanadium oxide, alkali metals.

Introdução versatilidade na obtenção de estruturas porosas e defeitos na


A reação de desidrogenação oxidativa do propano (DOP) estrutura que em forma de vacâncias superficiais geram íons
vem sendo apontada como uma rota alternativa para a Al+3 como sítios ácidos fortes. As aluminas transição
produção do propeno. A reação tem a vantagem de ser originam-se a partir do tratamento térmico de hidróxido de
exotérmica e não limitada termodinamicamente. No entanto, alumínio, Al(OH)3, ou óxido hidróxido de alumínio,
a principal desvantagem é a diminuição da seletividade do AlO(OH), abaixo de 1000°C, antes da sua conversão para -
propeno com o aumento da conversão do propano, em que as Al2O3(5-6). As fases cristalinas da alumina obtidas
olefinas são muito reativas para a formação de CO e CO2 dependem da natureza dos precursores hidróxidos,
como subprodutos (1,2). envolvendo nesse caso diferentes métodos e condições de
Diversos estudos têm focado o desenvolvimento de sua síntese (Ex: reagentes precipitantes, temperatura, pH) e
catalisadores que visem a melhor relação as condições da calcinação (Ex: atmosfera e taxa de
atividade/seletividade. A especiação do óxido de vanádio a aquecimento) (7).
partir da interação com óxido suporte tem sido o diferencial Os metais alcalinos são usualmente empregados como
para o desempenho catalítico. A atividade das espécies de promotores em catalisadores para DOP, uma vez que
vanádio é fortemente influenciada pela textura e proporcionam uma maior seletividade ao propeno. A
propriedades químicas superficiais do óxido suporte (3,4). As principal atribuição do resultado é o aumento da basicidade
aluminas de transição são comumente empregadas como que facilita a dessorção da olefina formada (8).
suporte de outros óxidos. As principais características são a
A reação de DOP segue o mecanismo redox Mars van Belsorp-II-mini. As amostras foram previamente tratadas in
Krevelin, segundo o qual a etapa determinante é a ativação situ sob vácuo e com aquecimento de 200 °C, por 2 h.
da ligação C-H do propano, através da remoção do átomo de As análises por difratometria de raios X (DRX) foram
H da parafina adsorvida pelo oxigênio da ligação V-O da realizadas empregando-se o método do pó, através do
estrutura do catalisador, e em seguida, o centro de vanádio equipamento da marca Panalytical, modelo Enpyrean.
reduzido é re-oxidado pelo O2. A variação da relação Utilizou-se uma radiação Kα do cobre (λ=1,54178 Å), com
O2/propano pode interferir na performance de re-oxidação, e uma potência de 30 kV, uma corrente de 20 mA, uma
assim, no desempenho catalítico (9-10). Al-Ghamdi e Lasa velocidade angular do goniômetro de 0,02º/s, utilizou-se 2θ
(2014) relataram a proporção maior de vanádio reduzido, variando de 10 a 80°. As fases cristalinas foram identificadas
devido à ausência de O2 para a re-oxidação, ser favorável ao com auxílio do programa graphanalyzer criado pelo INPE de
propeno (11). O mesmo não foi verificado por Cortez e Cachoeira Paulista.
Bañares (2002), que se mostraram indiferentes para uma As análises de redução à temperatura programada (RTP)
menor fração de O2 (12). dos catalisadores suportados foram realizadas em um
Os objetivos deste estudo foram: sintetizar o hidróxido de equipamento Quantachrome, modelo Chembet-3000,
alumínio e calciná-lo; preparar catalisadores suportados de equipado com um detector de condutividade térmica. As
vanádio e sódio ou potássio; caracterizar o suporte e amostras (0,05 g) foram secas in situ a 200 °C por 2h sob
catalisadores através das técnicas de volumetria de N2, DRX fluxo de hélio. Em seguida, os sólidos foram resfriados à
e RTP; e avaliar as propriedades catalíticas do catalisador temperatura ambiente e reduzidos até 900 °C (10 °C/min)
mediante a reação de desidrogenação oxidativa do propano, com uma mistura de 5% H2/N2 (30 mL/min).
verificando-se também a influência da variação da relação
molar O2/propano da mistura reacional. Teste catalítico
A atividade catalítica foi avaliada na reação de
Experimental desidrogenação oxidativa do propano. Para a análise,
Síntese utilizou-se 150 mg de amostra em um reator tubular de leito
O precursor hidróxido de alumínio foi preparado pelo fixo de quartzo. As relações molares dos gases de mistura
método de precipitação a partir da injeção contínua de CO2 foram (O2, C3H8, He) = 5, 2 e 4 numa vazão total de 48
numa vazão de 48ml/min a uma solução de NaAlO4 (3,3M) mL/min. Em seguida, para verificar a influência das razões
contida em um reator de batelada, sob a agitação mecânica molares na atividade catalítica, foram utilizadas as novas
até atingir o pH em torno de 10,8. O precipitado obtido foi relações (6, 1, 4) e (4, 3, 4), nas quais a fração molar do gás
lavado, seco por uma noite na estufa e calcinada a 600°C por hélio e o fluxo total foram mantidos constantes. O propano e
5 horas numa mufla, obtendo o suporte identificado por os produtos não convertidos foram analisados por um
Al2O3 (G). A primeira série foi preparada pela impregnação cromatógrafo gasoso, em linha modelo Varian 450, equipado
via úmida com excesso de solvente (água) para a síntese dos com um DTC, utilizando duas colunas com a fases
catalisadores de óxido de vanádio suportado. A impregnação estacionárias de 1/8” de diâmetro, com fases HS-N (80/100)
para meia monocamada de 4 átomos de vanádio/nm2 de e MS-13X (45/60). A conversão do propano foi calculada a
alumina foi realizada através da mistura da solução de partir de um balanço de quantidade de carbono, assumindo
NH4VO3, aquecida a 70°C, e o suporte na forma de pó em como sendo constante o balanço de carbono na saída do
um rotoevaporador a vácuo. Após essa etapa, o pó residual reator e no fluxo de alimentação dos reagentes. Baseados nas
foi seco a 110°C por 24h na estufa, e depois calcinado a concentrações de entrada e saída e assumindo as condições
450°C por 5h na mufla, obtendo-se assim o catalisador de um reator diferencial, a conversão total (X A), a
identificado por 4V-Al(G). A segunda série foi preparada seletividade (Sp) e o rendimento aos produtos (Rp) foram
pela co-impregnação de vanádio (meia monocamada) e calculados através das seguintes equações:
metais alcalinos (x= 0,5 e 1,0 átomo de sódio ou potássio por
nm2 de suporte) sobre alumina. A síntese de catalisadores n 
X A (%)   R .100 (1)
dopados foi realizada assim como o método descrito acima,
 n R0 
utilizando as soluções aquosas conjuntas de NaOH ou KOH
e NH4VO3 para a co-impregnação. Os catalisadores obtidos  n  N 
foram identificados por 4V-xNa-Al(G) ou 4V-xK-Al(G). Sp (%)   P  CP .100
 (2)
 n I  N CR 
Caracterização físico-química R p (%)  XA . Sp (3)
As medidas de áreas específicas, volume de poros (método
BET) e distribuição de volume de poros (método BJH) foram
determinadas a partir das isotermas de adsorção-dessorção de
N2 a -196 °C, utilizando-se um equipamento da marca

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onde nR é o número de mols do reagente consumidos, nRo é o reduzidos na alumina pura promovido por espécies de
número de mols do reagente alimentados e NCP e NCR são os vanádio e metais alcalinos durante o processo de calcinação.
números de átomos de carbono presentes nos produtos
formados e no reagente alimentado, respectivamente. 250
Al2O3 (G)

Volume - STP (cm /g)


200
Sg= 197 m2/g
Resultados e Discussão

3
150 Adsorção
A Tabela 1 apresenta os valores da área superficial Dessorção
100
específica (SBET), volume de poros (VP) e raio médio de
poros (RP) obtidos para suportes de alumina de transição e 50

dos catalisadores à base de vanádio e metais alcalinos. Os 0


0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1
resultados mostraram que a impregnação de óxido de Pressão relativa (P/P0)

vanádio ao suporte alumina resultou no decréscimo dos 250

valores da área específica e volume dos poros. A redução da 4V-Al (G)

Volume - STP (cm /g)


200 Sg= 105 m2/g

3
área específica foi proporcional ao teor de Na. No entanto,
150 Adsorção
para uma densidade mais elevada de K, ocorreu um leve Dessorção

aumento do valor SBET em relação ao meio teor do mesmo, 100

talvez devido à obstrução maior dos poros pelo metal 50

alcalino de maior raio iônico. 0


0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1

Tabela 1. Valores de área específica (SBET), volume de poros (VP) e Pressão relativa (P/P0)
raio médio de poros (RP) dos catalisadores. 250
4V-0,5Na-Al (G)
Catalisadores SBET (m2/g) VP (cm3/g) RP (nm)

Volume - STP (cm /g)


200 Sg= 104 m2/g

3
150 Adsorção
Al2O3 (G) 197 0,31 2,35 Dessorção
100

4V-Al (G) 105 0,22 2,74 50

0
4V-0,5Na-Al (G) 104 0,21 2,41 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1
Pressão relativa (P/P0)

4V-1,0Na-Al (G) 96 0,19 2,41 250

4V-1,0Na-Al (G)
Volume - STP (cm /g)

4V-0,5K-Al (G) 98 0,20 2,74 200


Sg= 96 m2/g
3

150 Adsorção
4V-1,0K-Al (G) 100 0,20 2,41 Dessorção
100

50

A Figuras 1 apresenta as isotermas de adsorção-dessorção 0


de N2 a -196°C do suporte Al2O3 (G) e catalisadores. Para 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1
Pressão relativa (P/P0)
todas as amostras, foram observadas isotermas do tipo IV,
250
onde ocorre o fenômeno da histerese. O ramo inferior das 4V-0,5K-Al (G)
Volume - STP (cm /g)

isotermas mostra a quantidade de nitrogênio adsorvido com o 200 Sg= 98 m2/g


3

aumento da pressão relativa, enquanto o ramo superior 150 Adsorção


Dessorção
representa a quantidade de gás dessorvido no processo 100

inverso. Este tipo de isoterma é característico para sólidos 50

mesoporosos (2-50 nm) ou macroporosos (13). O suporte 0


Al2O3 (G) apresentou a histerese do tipo H2, 0,4 < P/P o< 0,9, 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1
Pressão relativa (P/P0)
característico para a forma de um gargalo estreito e corpo
largo dos poros. Contudo, a impregnação de vanádio e metais 250

4V-1,0K-Al (G)
Volume - STP (cm /g)

alcalinos alterou o perfil da isoterma para a histerese do tipo 200


Sg= 100 m2/g
3

H4, 0,4 < P/P0< 1,0, verificável para sólidos com poros 150 Adsorção
estreitos em forma de fendas (14). 100
Dessorção

A Figura 2 mostra as curvas de distribuição do volume de


50
poros. As amostras exibiram uma moda de até 4nm de raio
de poros. O suporte Al2O3 (G) exibiu um ombro que se 0
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1

estendeu até 10 nm de raio de poro, sendo eliminado com a Pressão relativa (P/P0)

impregnação de vanádio e metais alcalinos. Este fenômeno Figura 1. Isotermas de adsorção e dessorção de N2 do suporte
Al2O3(G) e seus respectivos catalisadores.
pode ser devido ao colapso dos poros de volume mais

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2,0
da alumina foi identificado como hidróxido de alumínio de
Al2O3 (G) estrutura monoclínica, denominada gibsita (JCPDS: 07-
1,5 Vp= 0,31 cm3/g 0324) que exibe picos bem estreitos e definidos, devido à
dV(logr) (cm /g)
3

1,0
Rp= 2,35 nm
elevada cristalinidade de sua estrutura, em 2 = 18,31° e
20,37°, além de demais outros picos de menor intensidade. A
calcinação a 600°C do precursor gibsita resultou em -Al2 O3
0,5

0,0 (JCPDS: 04-0880, 2 = 37,74°, 39,57°, 42,91°, 45, 68°,


67,68°), o qual se encontra em estado pouco cristalino.
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Raio (nm)

0,08
Ainda na Figura 3, os catalisadores impregnados com
0,07
4V-Al (G)
vanádio e metais alcalinos não revelaram picos referentes ao
0,06
Vp= 0,22 cm3/g óxido de vanádio ou compostos mássicos formados entre
dV(logr) (cm /g)

0,05
Rp= 2,74 nm
3

0,04 espécies alcalinas e outros metais constituintes nos perfis de


0,03
0,02
DRX, o que indica uma elevada dispersão das espécies de
0,01 vanádio ou partículas cristalinas de dimensão muito reduzida
0,00
-0,01 não perceptível às análises de raios X. Esses picos são
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Raio (nm) visíveis somente para coberturas superficiais acima de uma
0,08
monocamada, quando ocorrem as aglomerações das espécies
0,07
4V-0,5Na-Al (G) superficiais (8,15).
0,06
Vp= 0,21 cm3/g
dV(logr) (cm /g)

0,05
3

Rp= 2,41 nm
0,04
0,03
0,02 4V-1,0K-Al(G)
0,01

 
 
0,00
-0,01
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
4V-0,5K-Al(G)
Raio (nm)

 

0,08
0,07
4V-1,0Na-Al (G) 4V-1,0Na-Al(G)
0,06
Intensidade (u.a.)

Vp= 0,19 cm3/g


dV(logr) (cm /g)

0,05 
 
3

 

0,04
Rp= 2,41 nm
0,03
0,02
4V-0,5Na-Al(G)
0,01 


 

0,00
-0,01
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 4V-Al(G)

Raio (nm) 
 

0,08
0,07
Al2O3(G)
4V-0,5K-Al (G) 

0,06  

Vp= 0,20 cm3/g



dV(logr) (cm /g)

0,05
3

0,04 Rp= 2,74 nm 

0,03
Gibsita

0,02
    
0,01
0,00
10 20 30 40 50 60 70 80 90
-0,01
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 2 (°)
Raio (nm)

0,08
0,07
4V-1,0K-Al (G) Figura 3. DRX das amostras. Picos referentes às fases () boemita
0,06
Vp= 0,20 cm3/g e () -Al2O3.
dV(logr) (cm /g)

0,05
3

0,04
Rp= 2,41 nm
0,03
0,02 As análises de RTP estão representadas pela Figura 4. O
0,01
catalisador de vanádio suportado em alumina exibiu um
0,00
-0,01 único pico de redução correspondente a fase de V2O5 a
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Raio (nm) V6O13. A adição de metais alcalinos ao sistema deslocou o
pico para maiores temperaturas, indicando uma menor
Figura 2. Distribuição de volume dos poros em relação aos raios de redutibilidade. A interação mais forte entre as espécies de
poros para o suporte Al2O3(G) e seus respectivos catalisadores. vanádio, de caráter mais ácido, e metais alcalinos, dificulta a
redução do vanádio (16). Entretanto, o mesmo
Os difratogramas de raios X do suporte e seus respectivos comportamento não foi observado ao catalisador 4V-0,5Na-
catalisadores estão representados pela Figura 3. O precursor Al(G), cuja o valor de Tmax foi de 512°C, que pode estar

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associado a uma menor dispersão de íons sódio durante a sua
100 100
impregnação juntamente com vanádio, não inibindo um 90 Propano 90
número maior de sítios ativos. 80 CO 80
CO2
70 70

Rendimento (%)
Conversão (%)
Propeno
60 60
4V-Al(G)
50 50

526,5°C 40 40
30 30
Consumo de H 2 (u.a.)

4V-1,0K-Al(G)
20 20
523°C
10 10
4V-0,5K-Al(G) 0 0
546°C
280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480 500 520
4V-1,0Na-Al(G) Temperatura (°C)
512°C
4V-0,5Na-Al(G)
514°C 100 100
90 Propano 90
4V-Al(G) 80 CO 80
CO2

Rendimento (%)
70 70

Conversão (%)
Propeno
60 60
50 4V-0,5Na-Al(G) 50
100 200 300 400 500 600 700 800 900 40 40
Temperatura (°C) 30 30
20 20

Figura 4. RTP do suportes seus respectivos catalisadores. 10 10


0 0
280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480 500 520
Teste catalítico Temperatura (°C)
A Tabela 2 e a Figura 5 mostram o desempenho catalítico
dos catalisadores da série na reação de desidrogenação 100
Propano
100
90 90
oxidativa do propano na relação molar (O2, C3H8, He) = 5, 2 80
CO
80
CO2
e 4. O catalisador 4V-Al(G) iniciou o processo de combustão

Rendimento (%)
Conversão (%) 70 Propeno 70

do propeno desde o início do teste, mostrando ser mais ativo. 60


4V-1,0Na-Al(G)
60
50 50
Os catalisadores dopados com metais alcalinos, por sua vez, 40 40
apresentaram a produção de COx em temperaturas 30 30

superiores. O resultado pode ser atribuído ao bloqueio de 20 20


10 10
íons alcalinos aos sítios fortemente ácidos e não seletivos que 0 0
favorecem a reação de combustão (16). O efeito tornou-se 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480 500 520

mais significativo para o catalisador 4V-1,0K-Al(G), devido Temperatura (°C)


ao maior raio do íon potássio que levou à maior inibição de
100 100
tais sítios. Além disso, os catalisadores dopados 90 Propano 90
CO
apresentaram a elevação da conversão do propano, que não 80
CO2 80

Rendimento (%)
70 70
está de acordo com a diminuição da redutibilidade
Conversão (%)

Propeno
60 60
4V-0,5K-Al(G)
verificadas nos testes de RTP. 50 50
40 40
Tabela 2. Resultados da atividade catalítica na reação de DOP. 30 30
20 20
Conversão Rendimento Temperatura 10 10

inicial do inicial do inicial de 0 0

Catalisadores propano propeno combustão 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480 500 520
Temperatura (°C)

(%) (%) (C°) 100 100


90 Propano 90
80 CO 80
4V-Al (G) 31,5 31,5 301 CO2
Rendimento (%)

70 70
Conversão (%)

Propeno
60 60
4V-1,0K-Al(G)
4V-0,5Na-Al (G) 40 40 370 50 50
40 40
30 30

4V-1,0Na-Al (G) 44,6 44,6 372 20 20


10 10
0 0
4V-0,5K-Al (G) 46,1 46,1 370 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480 500 520
Temperatura (°C)

4V-1,0K-Al (G) 49 49 385 Figura 5. Atividade catalítica do suporte e seus respectivos


catalisadores nos testes de DOP.

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IX Congresso Mercosul de Catálise
A presença de metais alcalinos aumentou a seletividade ao Conclusões
propeno, como pode ser observado na Figura 6, em que o As propriedades texturais do suporte alumina, sintetizada a
catalisador 4V-1,0K-Al(G) mostrou ser mais seletivo em partir do método de precipitação, mostraram-se favoráveis à
praticamente toda a extensão da reação. A queda da dispersão das espécies superficiais de vanádio, como
seletividade ocorreu mais acentuadamente somente a partir sugerem as análises de DRX. A incorporação de íons
de 411°C para este sistema catalítico, na qual ainda alcalinos junto com o vanádio no suporte melhorou a
encontrava-se próxima de 100%. Em geral, o potássio seletividade dos catalisadores na reação de DOP, em especial
promoveu uma maior densidade eletrônica aos grupos ativos o íon potássio, que permitiu uma maior inibição de sítios
V-O do catalisador, e portanto uma maior redução na acidez ácidos e seletividade ao propeno. A variação das razões
em relação ao sódio (17). A maior basicidade proporcionou molares dos gases reagentes na reação de DOP revelou a
uma melhor dessorção do propeno na reação de DOP, importância da reposição eficiente do oxigênio, proveniente
tornando-o menos suscetível à oxidação completa para a da alimentação de O2, à estrutura catalítica, impedindo,
formação de CO e CO2 (8). assim, que ocorra uma desativação catalítica permanente.
120
110 Agradecimentos
Seletividade de C3H6 (%)

100
90
Ao LCP-INPE (Cachoeira Paulista – SP) pela síntese do
80 óxido de alumínio e à CAPES pela bolsa de mestrado.
70
60
50
Referências
4V-Al (G)
40
4V-0,5Na-Al(G) 1. M.M. Bhasin; J.H. Mccain; B.V. Vora; T. Imai; P.R.
30
20
4V-1,0Na-Al(G) Pujadó, Appl. Catal. A: General, 2001, 221, 397-419.
4V-0,5K-Al(G)
10 4V-1,0K-Al(G) 2. C.A. Carrero; R. Schloegl; I.E. Wachs; R.
0
280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480 500 520
Schomaecker, ACS Cat., 2014, 4, 3357-3380.
Temperatura (°C) 3. T. Blasco; J.M. López Nieto. Appl. Catal. A: General,
Figura 6. Seletividade de C3H6 para a reação de DOP. 1997, 157, 117-142.
4. B.M. Weckhuysen; D.E. Keller, Catal. Today, 2003,
A Figura 8 apresenta as curvas de seletividade ao propeno 78, 25-46.
5. J.A. Wang; X. Bokhimi; A. Morales; O.Novaro;T.
dos catalisadores para diferentes relações molares da mistura
López; R. Gómez, J. Phys. Chem., 1999, 78, 299-303.
reacional. Observou-se que o aumento da fração molar de
6. L.H. Chagas; G.S.G, Carvalho; R.A.S San Gil; S.S.X.
oxigênio permitiu um aumento significativo da seletividade
Chiaro; A.A. Leitão; R. Diniz, Mat. R.Bulletin, 2014,
ao propeno, acompanhado por uma maior atividade 49, 216-222.
catalítica. O melhor desempenho catalítico pode estar 7. V.R.L. Constantino; K. Araki; D.O Silva; W. Oliveira,
associado a uma maior disponibilidade de oxigênio seletivo Quim. Nova, 2002, 1, 490-498.
reposto à rede do catalisador. Por outro lado, o estudo 8. G.G. Cortez; J.L.G. Fierro; M.A. Bañares, Catal.Today,
espectroscópico Raman de óxido de vanádio suportado em 2003, 78, 219-228.
alumina durante a DOP com análise simultânea da atividade 9. A. Bottino; G. Capannelli; A. Comite; S. Storace; R.
catalítica, realizado por Cortez e Bañares (2002), não revelou Felice, Chem. Eng. J., 2003, 94, 11-18.
influencia na relação seletividade-atividade com a variação 10. D.Shee; T.V.M, Rao; G. Deo, Cat. Today, 2006, 118,
da razão molar O2/propano (12). Assim, a relação (O2, C3H8, 288-297.
He) = 6, 1, 4 apresentou ser a mais adequada para os testes 11. S.A. Al-Ghamdi; H.I. Lasa, Fuel , 2014, 128, 120-140.
catalíticos na produção de propeno. 12. G.G. Cortez; M.A. Bañares, J. Cat., 2002, 209, 197-
201.
110
100
13. V. G. Teixeira, F. M. B. Coutinho, A. S. Gomes, Quim.
Nova, 2001, 24(6), 808-818.
Seletividade de C3H6 (%)

90
80
70
14. J.L. Figueiredo; F. Ribeiro in Catálise heterogênea,
60 Fundação Calouste Gulbenkian, Ed.;1987.
50 4V-1,0K-Al(G) (5,2,4) 15. K. Frank; T. Wolff; H. Lorenz; A. Seidal-Morgenstern;
40 4V-1,0K-Al(G) (6,1,4)
30 4V-1,0K-Al(G) (4,3,4) Y. SuchorskI; M. Piórkowska; H. Weiss, J. Catal.,
20 2007, 247,176-193.
16. A.A. Lemonidou; L. Nalbandian;I.A. Vasalos, Catal.
10
0
280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480 500 520 Today, 2000, 61, 333-341.
Temperatura (°C) 17. B. Grzybowska-Swierkosz, Top. Cat., 2002, 21, 35-46,
Figura 7. Seletividade de C3H6 para catalisador 4V-1,0K-Al(G) em 2002.
diferentes relações molares de C3H8 e O2.

Anais do 19o Congresso Brasileiro de Catálise 6


IX Congresso Mercosul de Catálise

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