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Física

Módulo

13
TERMODINÂMICA
Física Módulo 13 Termodinâmica

Introdução
A Termodinâmica é a área da Física que investiga os processos pelos quais calor se
converte em trabalho ou trabalho se converte em calor.

Calor Gás ideal Trabalho

Energia térmica Energia


em trânsito entre transferida entre
corpos a diferentes sistemas por meio
temperaturas de uma força
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Energia interna de um gás


Considere determinada quantidade de gás contida em um recipiente, como esque-
matizado na figura.
As moléculas de um gás estão em constante mo-
vimento aleatório e desordenado. Sabemos que
esse movimento depende da temperatura do gás:
LUIZ RUBIO

quanto maior for a temperatura do gás, maior será


a agitação de suas moléculas, maiores serão as ve-
locidades e, consequentemente, a energia cinética
dessas moléculas.
A energia interna de uma dada massa de gás, que passaremos a representar por U,
corresponde à soma de várias parcelas, entre as quais podemos citar a energia ci-
nética média de translação das moléculas, a energia potencial de configuração, re-
lacionada às forças intermoleculares, e a energia cinética de rotação das moléculas.
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Energia interna de um gás


A energia interna de um gás depende da quantidade de gás e de sua temperatura
absoluta. Para um gás perfeito monoatômico, demonstra-se que:

3 Mas: p ? V 5 n ? R ? T 3
U5 ?n?R?T U5 ?p?V
2 2

A partir da expressão anterior, podemos enunciar uma lei, conhecida como lei de
Joule, para os gases perfeitos:

Para uma dada massa de gás perfeito, n 5 constante, a energia interna U depen-
de exclusivamente de sua temperatura absoluta T.
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Trabalho em uma transformação gasosa


Consideremos determinada quantidade de gás contida em um cilindro provido de
êmbolo que pode deslizar sem atrito.

Q F

LUIZ RUBIO
Expansão do gás

Cálculo do trabalho da força F: t 5 F ? d


F
Mas, p 5 ] F 5 p ? S, então: t 5 p ? S ? d
S
Observe que S ? d 5 DV, portanto:
t 5 p ? DV
(válido quando p 5 constante)
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Trabalho em uma transformação gasosa


A expressão deduzida só é válida nas transformações em que a pressão do gás per-
manece constante (transformação isobárica).
Para os outros casos, precisamos do diagrama pressão 3 volume (diagrama de
Clapeyron):
p
p
t 5 p ? DV
LUIZ RUBIO

t
| t 5 área sob p 3 V
0 V
DV

• Se V aumenta ] t . 0 (o gás realiza trabalho)


• Se V constante ] t 5 0 (transformação isocórica)
• Se V diminui ] t , 0 (o gás recebe trabalho)
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Primeira lei da Termodinâmica


A primeira lei da Termodinâmica é uma lei de conservação de energia que mostra a
equivalência entre calor e trabalho. De acordo com essa lei:

A variação da energia interna DU do sistema é igual à diferença entre o calor Q


trocado pelo sistema e o trabalho t envolvido na transformação.

DU 5 Q 2 t

LUIZ RUBIO
Q U

Sistema
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Primeira lei da Termodinâmica


A variação da energia interna DU de um sistema termodinâmico é resultado
de um balanço energético entre o calor Q trocado e o trabalho t envolvido na
transformação.
Análise do sinal de DU:

DU . 0 [ T aumenta [ o sistema esquenta


DU 5 0 [ T constante (transformação isotérmica)
DU ou
Tfinal 5 Tinicial
DU , 0 [ T diminui [ o sistema esfria
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Primeira lei da Termodinâmica


Análise do sinal de Q:

Q . 0 [ o sistema recebe calor


Q Q 5 0 [ o sistema não troca calor (transformação adiabática)
Q , 0 [ o sistema cede calor

Análise do sinal de t:

t . 0 [ V aumenta [ o sistema realiza trabalho


t t 5 0 [ V constante (transformação isocórica)
t , 0 [ V diminui [ o sistema recebe trabalho
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Transformações cíclicas
Uma transformação gasosa é chamada de transformação cíclica ou ciclo quando
o estado final do gás coincide com o estado inicial.
p

pB B Durante o processo, a temperatura pode-


TB rá variar continuamente. Ao retornar ao
1
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estado inicial, a temperatura final será a


2 mesma do início.
pA
A TA
0 VA VB V

Portanto, em qualquer transformação cíclica:

DU 5 0
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Transformações cíclicas
Em uma transformação cíclica, o trabalho é calculado pela soma algébrica dos tra-
balhos de todas as etapas do ciclo.
tciclo 5 tAB 1 tBA

p
B

ILUSTRAÇÕES: LUIZ RUBIO


tciclo ciclo
10 T
9T
8T
+ =
7T
A 6T
5T
4T
3T AB > 0 BA < 0
2T
T

0 V

Portanto, em qualquer ciclo: |tciclo |5 área interna do ciclo no diagrama p 3 V


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Transformações cíclicas
Ciclo horário Ciclo anti-horário

p p

ILUSTRAÇÕES: LUIZ RUBIO


tciclo . 0 ou tciclo , 0

0 V 0 V
Máquinas térmicas Máquinas frigoríficas

Calor é convertido em trabalho Trabalho é convertido em calor


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Segunda lei da Termodinâmica


A segunda lei da Termodinâmica pode ser enunciada de diferentes maneiras.

O calor não flui espontaneamente de um corpo com menor temperatura para


um corpo com maior temperatura.

Para as máquinas térmicas:

É impossível que uma máquina térmica opere em ciclo e converta integralmente


calor em trabalho.
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Segunda lei da Termodinâmica


A segunda lei da Termodinâmica, aplicada às máquinas térmicas, pode ser assim
resumida:

Fonte quente DU = 0 Fonte fria

LUIZ RUBIO
T1 Q1 Q2 T2

Pela primeira lei da Termodinâmica:

t 5 Q 1 2 Q2

Define-se o rendimento h como:

trabalho útil t Q1 – Q2 Q2
h5 ] h 5 ou h 5 ] h512 Q
calor recebido Q1 Q1 1
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Ciclo de Carnot
O ciclo de Carnot é o ciclo teórico que, ao operar entre as temperaturas T1 e T2,
apresenta o máximo rendimento quando comparado a qualquer outro ciclo.
É constituído por duas transformações isotérmicas alternadas com duas transfor-
mações adiabáticas:
p
A
A B: expansão isotérmica
Q1
B C: expansão adiabática
LUIZ RUBIO

t B C D: compressão isotérmica
D
Q2
T1
D A: compressão adiabática
C T2

0 V
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Ciclo de Carnot
No ciclo de Carnot, o calor trocado é proporcional à temperatura absoluta da fonte,
isto é:
Q5k?T
Calculemos, então, o rendimento de uma máquina de Carnot:

Q2
h512
Q1
k · T2
hCarnot 5 1 2 k · T1

T2
hCarnot 5 1 2 T1

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