O documento resume um prefácio de Hartmut Rosa sobre sua obra "Aceleração". Rosa discute como a aceleração constante da sociedade moderna leva as pessoas a se tornarem ferramentas do sistema capitalista. Ele propõe a "ressonância", momentos de escape desse ciclo como amizades, como uma alternativa para recuperar o sentido individual. Entretanto, a ressonância é considerada subjetiva e depende do sentimento, o que gera conflito para quem espera uma resposta mais política ou econômica.
Descrição original:
Título original
Julia Cabral Santana - Resenha 1_ Hartmut Rosa, Aceleração
O documento resume um prefácio de Hartmut Rosa sobre sua obra "Aceleração". Rosa discute como a aceleração constante da sociedade moderna leva as pessoas a se tornarem ferramentas do sistema capitalista. Ele propõe a "ressonância", momentos de escape desse ciclo como amizades, como uma alternativa para recuperar o sentido individual. Entretanto, a ressonância é considerada subjetiva e depende do sentimento, o que gera conflito para quem espera uma resposta mais política ou econômica.
O documento resume um prefácio de Hartmut Rosa sobre sua obra "Aceleração". Rosa discute como a aceleração constante da sociedade moderna leva as pessoas a se tornarem ferramentas do sistema capitalista. Ele propõe a "ressonância", momentos de escape desse ciclo como amizades, como uma alternativa para recuperar o sentido individual. Entretanto, a ressonância é considerada subjetiva e depende do sentimento, o que gera conflito para quem espera uma resposta mais política ou econômica.
"Escalada ou saída? O fim da estabilização dinâmica e o conceito de ressonância (Prefácio à edição brasileira)"
Palavras-chave: Resenhado por Júlia Cabral Santana.
Um aspecto muito marcante na sociedade moderna é a velocidade na qual tudo
acontece, inovações, transformações, a tecnologia e a informação se locomovem em fração de segundos e presenciamos isso a todo instante. Contudo, dentre tantas mudanças em constante aceleração, o autor Rosa Hartmut levanta a seguinte reflexão em sua obra “Aceleração”, nas dinamizações modernas e temporais, onde tudo funciona motorizado pela constância dessas evoluções, onde o indivíduo, em sua singularidade, se enquadra? A priori, vale ressaltar que quando pensamos em modernidade e todos esses sinônimos mencionados quando nos referimos à mesma, nós automaticamente pensamos em algo positivo, a globalização é interpretada na sociedade capitalista como uma grande conquista. Entretanto, existir dentro desse modelo social faz com que você se torne uma ferramenta dentro desse processo, que aos poucos te engole. Dessa forma, pode se ter como exemplo a rotina tradicional da “vida adulta”, acordar cedo, trabalhar, produzir, fazer compras, ônibus lotado, trânsito, casa, dormir, e no dia seguinte tudo novamente. Não só isso, essa rotina está a todo momento condicionada aos avanços externos, logo, você precisa ser sempre melhor, produzir mais para se superar, você bate a sua meta anual com a ideia de que no ano seguinte você precisará ser ainda mais produtivo para sobreviver nesse ciclo. Assim, quanto menos privilégios um indivíduo dispõe, mais ele se envolve nesse piloto automático, uma vez que a existência dele é condicionada pelo sistema capitalista que domina esse modelo de produção. Ademais, Rosa propõe como uma alternativa para esse ciclo de alienação, em que nós como indivíduos em um todo perdemos os nossos sentidos, a ressonância. O termo "ressonância" é atribuído pelo autor para os momentos em que nós escapamos desse ciclo tão constante. Para Hartmut, ressonância são os respiros na nossa trajetória, que mesmo sendo algo fora do nosso controle ou interferência, nos tiram desse ciclo proporcionando momentos de alívio, como por exemplo, momentos entre amigos. Contudo, é necessário salientar que o autor põe a ressonância como algo muito subjetivo em relação à aceleração, uma vez que ele parte de um lado muito influenciado pelo político e social e logo após usa um “sentir” como uma possível resposta a problemática central do prefácio. Como já mencionado aqui, Rosa usa exemplos como amizades, amores e religião para elucidar esses momentos de ressonância, que são guiados fundamentalmente pelo sentimento. Entretanto, a religião, em muitos casos, é uma fonte de alienação muito expressiva na sociedade moderna, fazendo a manutenção dessa aceleração. Essa subjetividade gera um conflito no leitor que aguarda uma resposta do mesmo cunho político, econômico e social. No entanto, ao discorrer do prefácio entende-se que a ressonância é algo que independe da aceleração, algo que mesmo em meio a mesma, ouso dizer que até mesmo quando produzido pela mesma, como a religião, gera o sentimento de alívio e escape dessa estrutura temporal que é a aceleração.