O movimento artístico Bauhaus durou 14 anos na Alemanha e revolucionou a arte e o design ao unir diferentes campos criativos em uma escola. Fundada por Walter Gropius em 1919, a Bauhaus atraiu professores renomados e questionou convenções da época. Após enfrentar críticas e mudanças de direção, a escola foi fechada pelos nazistas em 1933 e seus ideais se espalharam pelo mundo.
O movimento artístico Bauhaus durou 14 anos na Alemanha e revolucionou a arte e o design ao unir diferentes campos criativos em uma escola. Fundada por Walter Gropius em 1919, a Bauhaus atraiu professores renomados e questionou convenções da época. Após enfrentar críticas e mudanças de direção, a escola foi fechada pelos nazistas em 1933 e seus ideais se espalharam pelo mundo.
O movimento artístico Bauhaus durou 14 anos na Alemanha e revolucionou a arte e o design ao unir diferentes campos criativos em uma escola. Fundada por Walter Gropius em 1919, a Bauhaus atraiu professores renomados e questionou convenções da época. Após enfrentar críticas e mudanças de direção, a escola foi fechada pelos nazistas em 1933 e seus ideais se espalharam pelo mundo.
O movimento artístico da Bauhaus foi o primeiro realmente revolucionário, mesmo só
tendo durado 14 anos. Ele reuniu os principais artistas avant-garde do final da década de 1910 para definir como seria a arte dali para frente, trazendo um foco nas formas geométricas e cores ao invés da figura humana. A Bauhaus foi criada por Walter Gropius, um dos maiores arquitetos e educadores do século XX, após ter presenciado os horrores da primeira guerra mundial. Ao ser oferecido a posição de diretor da escola de artes já existente na Alemanha, Gropius planejou unir arte e design sob uma só escola, procurando usar a tecnologia emergente da época de forma progressista e não destrutiva. Walter Gropius decidiu sediar sua escola em Weimar, uma cidade conservadora e tradicional da Alemanha. Por isso, para atrair professores e estudantes para lá, em 1919 escreveu um manifesto contando sua ideologia, que visava juntar todos os aspectos da arte e do design em um só lugar. Com isso, suas ideias se difundiram e ele conseguiu montar um corpo docente com os mais influentes artistas e educadoras da época. Entre eles estavam Wassily Kandinsky, um dos pintores mais famosos da Europa com sua arte geométrica que muito inspirou a Bauhaus; Paul Klee, professor renomado que misturava arte e espiritualidade; Oskar Schlemmer, pintor e escultor que experimentava com todos os aspectos da arte em busca de uma totalidade, e muitos outros. O currículo da Bauhaus ia contra o expressionismo, o movimento artístico popular da época. Johannes Itten, o responsável pelo curso introdutório, pedia que os alunos eliminassem qualquer conhecimento ou conceito prévio nas aulas, que cobriam o básico de todos os principais meios de pintura e escultura. A escola procurava abordar os fundamentos da arte, questionando como as coisas funcionavam e como surgiram as regras que guiavam os artistas. Gertrude Grunow, pianista e compositora, auxiliou Itten no curso introdutório, com sua teoria sinestésica que misturava cor, sim e movimento. Porém, com o tempo, Itten começou a se afastar do ensino em favor da sua religião radical, o Mazdaznan, e por isso saiu da Bauhaus. Ele foi então substituído por Lazló Moholy-Nagy, e junto com ele foi instaurado na escola o lema "Arte e Tecnologia, uma nova unidade", representando a primeira de muitas mudanças ideológicas da Bauhaus. Apesar da ideologia moderna, a escola ainda era presa por algumas convenções sociais conservadoras, principalmente em relação ao gênero. Apesar do grande número de estudantes mulheres, todas eram obrigadas a escolher a workshop de tecelagem, enquanto os homens tinham a oportunidade de escolher entre diversas outras. O corpo docente também era majoritariamente masculino, com apenas uma artista mulher. Mesmo assim, os estudantes da Bauhaus desafiavam os padrões da época, desconstruindo gênero, sexualidade e diversos outros tópicos. À medida que a instabilidade financeira e política aumentava no país, o governo alemão começou a exigir resultados do investimento na Bauhaus, o que acarretou na primeira Grande Exposição da escola, em 1923. Todos os alunos se uniram para construir uma casa completamente mobiliada para a exibição, chamada Haus am Horn. Contudo, a população conservadora de Weimar desaprovou da construção, cumulando no corte de 50% da verba da escola. Mas Gropius usa da polêmica para chamar a atenção de investidores e simpatizantes, recebendo uma oferta para mudar toda a escola para a cidade de Dessau, em 1925. Lá, com um terreno maior e oportunidades melhores, Gropius reinventou mais uma vez a escola, projetando e construindo todo o novo campus e abrindo um departamento de arquitetura com Hannes Meyer. Durante alguns anos, tanto a escola quanto a Alemanha passaram por períodos mais estáveis, que contribuíram para um sucesso cada vez maior da Bauhaus. Todavia, com a direita nacionalista alemã cada vez mais forte, as críticas ao estilo modernista e progressista da Bauhaus. Com a crise econômica de 29, o avanço do partido nazista e fortes baques à reputação de Gropius, ele deixa a direção da escola para preservá-la. Meyer assume em seu lugar, e a Bauhaus muda novamente de direção. Com uma visão muito mais prática e voltada às classes populares, Meyer solucionou alguns problemas antigos como a falta de verba da escola, vendendo objetos funcionais e papéis de parede produzidos lá. Apesar disso, Meyer era um comunista assumido, e por sua influência a escola se tornou mais politizada, coisa que Gropius sempre tentou evitar. Portanto, em 1930 ele foi destituído de seu cargo, e substituído por Ludwig Mies Van Der Rohe, arquiteto aclamado na Europa. Muito mais rígido e sério, Mies expulsou comunistas da escola e tentou despolitizar o máximo possível a escola para que ela não fosse fechada. Infelizmente, em 1932 grupos nazistas tomam poder em Dessau e fecham a escola, obrigando-os a mudarem novamente de cidade. Então, a Bauhaus vai para uma fábrica abandonada de telefones em Berlim, mas estava fadada a ser fechada definitivamente pouco depois. Por conta do seu grande número de professores e estudantes judeus, dentre outros grupos e filosofias, o corpo docente decidiu em 1933 abandonar as aulas ao invés de ceder ao governo nazista. Então, os professores da Bauhaus se espalham pelo mundo, levando com eles a ideologia da escola. Na América, todavia, a mensagem da Bauhaus foi perdida: ao invés de ser vista como uma reação à rápida modernização e impessoalidade da guerra, se tornou um símbolo da estética corporativista americana. A influência da Bauhaus ainda pode ser vista hoje em dia, moldando a vida moderna e misturando forma e função no design e na arte. Sua sede em Dessau ainda existe e é patrimônio da UNESCO, mas a instituição passou por algumas polêmicas. Após 14 anos de existência resistindo a críticas da direita extremista alemã, a atual diretora do museu da Bauhaus cedeu a pressões de grupos neo nacionalistas e nazistas, em prol da proteção do prédio histórico. Apesar da decisão compreensível para preservar o local, muitos questionam sobre a falta de preservação dos próprios ideais da Bauhaus, agora esquecidos. Para eles, a sede da Bauhaus, ainda intacta e bem conservada, não passa de um mausoléu sem vida de um poderoso movimento do passado.