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PORTUGUÊS

GRAMÁTICA

Funções sintáticas

Sujeito

• Simples: Os rapazes saíram cedo.


• Composto: Os rapazes e as raparigas saíram cedo.
• Indeterminado: Diz-se que vai chover.
• Subentendido: Os rapazes foram para o jardim, (os rapazes) brincaram e (os rapazes) jogaram à bola.

Predicado: Os rapazes jogaram à bola. Ele telefonou ao primo.

Vocativo: Francisco, viste a Maria?

Predicativo

• do sujeito: Ele continuou atento. – verbos copulativos: ser, estar, ficar, parecer, permanecer, tornar-se, revelar-se
• do complemento direto: Considero Gil Vicente um grande dramaturgo. – verbos como: achar, julgar, eleger,
classificar

Complemento

• direto (o quê?): Fomos visitar o museu. – posso substituir por o, a, os, as


• indireto (quem?): Dei um livro ao António. – posso substituir por lhe, lhes
• oblíquo: Eles vão a Lisboa. Ele colocou os livros na mesa.
• do nome: O acesso à educação é um direito universal.
• agente da passiva: O edifício foi elogiado por todos.
• do adjetivo: Ele ficou ansioso por saber o resultado.

Modificador

• do grupo verbal: Camões morreu na miséria, porque não deram o devido valor à sua obra.
• do nome:
- apositivo: O quadro, que estava na sala, era bonito.
- restritivo: O encontro com os amigos foi no recreio.
• de frase: Felizmente, está bom tempo.

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Orações

Coordenada

• copulativa: e, não só…mas também, nem…nem;


• adversativa: mas;
• disjuntiva: ou;
• explicativa: pois;
• conclusiva: logo;

Subordinada

• Adverbial:
- causal: porque, como (no início)
- temporal: quando, mal
- condicional: se;
- final: para;
- concessiva: embora, apesar de;
- consecutiva: tão…que, tanto…que;
- comparativa: como.

• Substantiva
- completiva: que (posso substituir por isso, nisso, disso);
- relativa: quem, onde.

• Adjetiva
- relativa restritiva: que
- relativa explicativa: ,que,

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COESÃO TEXTUAL

Para que um texto seja coesa, é comum recorrer a repetições de palavras, necessárias ao estabelecimento de sentido,
mas ao mesmo tempo impõe-se evitar repetições inestéticas. A língua põe à nossa disposição um conjunto de
processos que devem ser corretamente utilizados: cadeias lexicais e de referência lógicas - para que o texto seja
coeso.

Coesão Lexical

• Por Reiteração: é a repetição da mesma palavra ou expressão.


Ex: O carro estacionou à porta. O carro não está bem ali.

• Por Substituição: substituição de uma unidade lexical por outras que com ela mantêm uma relação de sentido.
- sinonímia: substituição de uma palavra por sinónimos.
Ex: O teu gato é bonito. Onde encontraste o felino?

- antonímia: substituição de uma palavra por um antónimo.


Ex: “reverência”, “desprezo”.

- hiperonímia/hiponímia: relação de hierarquia com as palavras.


Ex: cereal (hiperónimo) : cevada, trigo, centeio, milho, aveia (hipónimos).

- holonímia/meronímia: relação entre o todo e as partes.


Ex: casa (holónimo) : sala, cozinha, quarto, casa de banho (merónimos).

Coesão Gramatical

Coesão Referencial

• Por anáfora: a anáfora gramatical é o recurso à pronominalização como retoma de uma palavra anterior,
substituindo-a por um pronome.
Ex: Estas mesmas propriedades tinham as pregações do vosso Pregador Santo António, como também as devem
ter as de todos os Pregadores. Uma é louvar o bem, outra repreender o mal: louvar o bem para o conservar, e
repreender o mal, para preservar dele.
O referente do pronome “Uma” é “propriedade”.

• Por catáfora: é o termo utilizado quando o pronome ocorre antes do nome que o substitui.
Ex: Tu não a conheces. Mas Elena Ferrante é uma escritora genial.
Coesão Frásica

É um dos processos linguísticos mais importantes para garantir a coesão textual e consiste na interligação dos
elementos dentro da frase considerada como um tudo. Os mecanismo são vários:

• Concordância entre o sujeito e o predicado;


• Concordância (género e número) entre o núcleo nominal e os respetivos determinantes quantificadores e
adjetivos;
• Adequação dos conectores que ligam as diversas brações de uma frase complexa;
• Adequação da preposição exigida pelo verbo, ligando-o por ela introduzido (complemento).
Ex: O aluno mais velhos da escola tiveram o privilégio de encabeçar a lista da associação de estudantes.
Não há concordância entre “O aluno” que está no singular, e “velhos”, que está no plural.

Coesão Interfrásica

A coesão interfrásica é assegurada por mecanismo como:

• Coordenação: Os homens ouvem Vieira, mas não o seguem.


• Subordinação: Apesar de os homens ouvirem Vieira, não o seguem.
• Articulação feita por outros marcadores discursivos e conectores como advérbios conectivos.
Ex: O destino destruiu a família de Maria. Com efeito, ninguém é responsável pela tragédia apesar da culpa que
Dona Madalena carrega sem motivo. Em suma, não há culpados, só vítimas.

Coesão Temporal

A coesão temporal é um fator de coesão muito importante, consistindo:

• Na sequencialização das frases, seguindo uma lógica do tempo: Ele entrou na sala, abriu a janela e sentou-se.
• No uso adequado das diversas expressões com valor temporal.

Esta coesão é assegurada por diversos marcadores e mecanismos:

• Expressões que indicam ordenação/sequencialização temporal;


• Advérbios com valor temporal;
• Datas;
• Ordenação correlativa dos tempos verbais.

Ex: Garrett nasceu e viveu no Porto até aos 10 anos. Em 1809, foi com a família para os Açores.

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Recursos Expressivos

Alegoria: representação de um conceito ou uma abstração através de uma imagem ou de uma figuração concreta,
com o/a qual se mantém uma relação de semelhança. Ex: “O Polvo com aquele seu capelo na cabeça…é o maior
traidor do mar.”

Aliteração: repetição do mesmo som consonântico no início de palavras ou de sílabas seguidas. Ex: “Amo
insensatamente os ácidos os gumes E os ângulos agudos”

Anáfora: repetição sucessiva da mesma palavra/expressão no início de versos ou frases. Ex: “Sem ti, tudo me
enjoa…Sem ti, perpetuamente…”

Anástrofe: inversão da ordem natural das palavras numa frase. Ex: Ele das escadas desceu.

Antítese: oposição de ideias. Ex: …às escuras…às claras.

Apóstrofe: interpelação de algo ou alguém, real ou fictício. Ex: Ó João, viste a Maria?

Comparação: duas realidades são aproximadas através de uma conjunção subordinativa comparativa ou de um verbo.
Ex: As poças de água como um chão vidrento.
Enumeração: acumulação sucessiva de elementos que mantém entre si uma correlação lógica ou semântica, de forma
a obter um efeito de intensificação ou de quantificação. Ex: um, dois, três, quatro.

Eufemismo: atenuar o significado de palavras ou expressões desagradáveis, substituindo-as por outras de significado
equivalente. Ex: O Pedro já não está entre nós.

Gradação: sucessão de palavras ou de grupos de palavras que, pela sua expressividade e intensidade , amplificam ou
diminuem o significado. Ex: Começam a ferver as ondas, começam a concorrer os peixes, os grandes, os maiores, os
pequenos…

Hipérbole: exagero do real, por excesso ou defeito. Ex: Já te avisei mil vezes!

Interrogação Retórica: a interrogação dirige-se ao destinatário de modo enfático não se esperando dele uma resposta,
uma vez que a formulação da pergunta se aproxima da exclamação ou da afirmação. Ex: Onde pode acolher-se…bicho
da terra tão pequeno?

Ironia: produção de um enunciado com um significado literal que diverge ou é oposto do significado que corresponde
à intenção do emissor e que o recetor deve interpretar de acordo com o contexto. Ex: Como a Inês lavrava/ A tarefa
que lh’eu dei.

Metáfora: uma palavra ou expressão substitui outra porque entre as duas existem relações de semelhança. Ex: Amor
é um fogo que arde sem se ver.

Metonímia: transferência de significação das palavras tomando: o continente pelo conteúdo, o autor pela obra, o
espaço pela entidade. Ex: Vamos beber um copo? / Leio Eça com frequência. / S.Bento já enviou o diploma ao
presidente.

Perífrase: dizer com várias palavras o que se pode dizer numa. Ex: aquele que a salvar o mundo veio – cristo.

Personificação: atribuição de propriedades humanas a nomes que referem coisas, entes abstratos ou seres
inanimados. Ex: A bomba atómica é triste…coisa mais triste não há.

Pleonasmo: expressão redundante. Ex: Subir para cima.

Sinédoque: transferência de significado de uma palavra para outra, numa relação que toma o todo pela parte ou o
inverso. Ex: que da ocidental praia lusitana – parte (praia) pelo todo (Portugal).

Paradoxo: expressão de uma ideia contraditória. Ex: alegria triste.

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Deixis

Os deíticos apontam verbalmente para realidades específicas do ato enunciativo. Assim, apontam para:

- o sujeito que enuncia “EU”;

- o sujeito a quem se dirige o “TU”;

- o tempo e o espaço da enunciação “agora”, “aqui”.

Deíticos pessoais: pronomes pessoais, determinantes e pronomes possessivos, vocativo e formas de tratamento,
flexão verbal (pessoa). Ex: Eu fiquei contente com a homenagem ao meu tio. Vós trouxestes a encomenda.

Deíticos espaciais: advérbios e locuções adverbiais com valor locativo (aqui, ali, além), preposições e locuções
prepositivas (ao lado de, atrás de), verbos que indicam movimento (ir, vir), determinantes e pronomes
demonstrativos. Ex: Aqui não faz frio, mas ali a temperatura é mais baixa. A mesa está ao lado do sofá. Vim da
exposição. Aquele quadro é bonito.

Deíticos temporais: advérbios de tempo e de designação (eis), determinantes e pronomes demonstrativos, adjetivos
(atual, futuro, contemporâneo), nomes (véspera, antevéspera), preposições e locuções prepositivas (após, antes de,
depois de), flexão verbal (tempo). Ex: Hoje é dia de teste e amanhã dia de descanso. Esta semana vamos ao cinema.
Saramago é contemporâneo de Eça. Não estudes só nas vésperas dos testes. Antes de jantar vou ao ginásio.

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