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Processo de transmutação fonética, (síncope e metátese)

O processo de transmutação fonética na língua portuguesa refere-se a mudanças sonoras


que ocorrem nas palavras, especificamente através dos fenômenos de síncope e
metátese. Essas alterações podem afetar a pronúncia ou a estrutura das palavras.

A síncope é um processo de redução ou omissão de sons no interior de uma palavra.


Geralmente ocorre quando há a supressão de uma vogal não acentuada em uma posição
específica. Por exemplo, a palavra "pessoa" pode sofrer síncope e ser pronunciada como
"p'ssoa". A vogal "e" foi omitida no processo.

Já a metátese envolve a troca de posição de sons ou letras dentro de uma palavra. Isso
pode acontecer por razões fonéticas ou pela influência de outras palavras semelhantes.
Um exemplo comum de metátese é a palavra "pratos", que derivou do latim "patrum"
por meio de uma troca de sons. A metátese também pode ocorrer em casos de acento
tônico, alterando a sílaba acentuada dentro da palavra.

Esses processos de transmutação fonética são parte natural da evolução da língua ao


longo do tempo. Eles podem ocorrer espontaneamente, como resultado da pronúncia
mais fácil ou simplificada das palavras, ou através da influência de outras línguas e
dialetos.

É importante ressaltar que nem todas as palavras são afetadas por síncope ou metátese, e
a ocorrência desses fenômenos pode variar de acordo com o contexto regional e
histórico da língua portuguesa. Além disso, muitas vezes essas alterações fonéticas são
específicas de certos dialetos ou variedades linguísticas dentro do próprio idioma.
Síncope:
"Pessoa" -> "P'ssoa" - A vogal "e" não acentuada é omitida, resultando em uma
pronúncia mais simplificada.
"Vitaminas" -> "Vit'minas" - A vogal "a" não acentuada é suprimida, facilitando a
pronúncia da palavra.
Metátese:
"Pratos" - Derivado do latim "patrum", ocorreu uma troca de posição dos sons. A sílaba
"tra" foi invertida para "tar", resultando em "pra-tos".
"Asterisco" - Originalmente, a palavra em latim era "asteriscus". Através da influência
do espanhol, ocorreu uma metátese e a ordem dos sons foi alterada, resultando em
"asterisco".
Exercício:
"Televisão" -> "T'visão"
"Espontâneo" -> "Espont'neo"
"Astronomia" -> "Astr'nomia"
"Príncipe" -> "P'ríncipe"
"Distração" -> "D'stração"
"Fenômeno" -> "F'nômeno"
"Esportes" -> "Esp'rtes"
"Cartomante" -> "Cart'mante"
"Prateleira" -> "P'teleira"
"Cinema" -> "C'nema"

Respostas:
"Televisão" -> "T'visão" - Síncope da vogal "e" não acentuada.
"Espontâneo" -> "Espont'neo" - Síncope da vogal "â" não acentuada.
"Astronomia" -> "Astr'nomia" - Síncope da vogal "o" não acentuada.
"Príncipe" -> "P'ríncipe" - Síncope da vogal "i" não acentuada.
"Distração" -> "D'stração" - Síncope da vogal "i" não acentuada.
"Fenômeno" -> "F'nômeno" - Síncope da vogal "e" não acentuada.
"Esportes" -> "Esp'rtes" - Síncope da vogal "o" não acentuada.
"Cartomante" -> "Cart'mante" - Síncope da vogal "o" não acentuada.
"Prateleira" -> "P'teleira" - Síncope da vogal "a" não acentuada.
"Cinema" -> "C'nema" - Síncope da vogal "i" não acentuada
Orações relativas "onde" e "cujo"

As orações relativas "onde" e "cujo" são recursos utilizados na língua portuguesa para
estabelecer relações de dependência entre diferentes elementos dentro de uma frase.
Vamos abordar cada uma delas separadamente:

1. Oração Relativa "onde":


A oração relativa "onde" é usada para indicar o lugar em que algo acontece. Ela
funciona como um pronome relativo que introduz uma informação sobre o local em que
ocorre a ação do verbo da oração principal.
Exemplo:
- "Esta é a cidade onde nasci."
Nesse exemplo, a oração relativa "onde nasci" indica o lugar específico em que ocorreu
o nascimento da pessoa.
2. Oração Relativa "cujo":
A oração relativa "cujo" é utilizada para estabelecer uma relação de posse, indicando a
pessoa ou coisa a que algo pertence. Ela concorda em gênero e número com o
substantivo ao qual se refere.
Exemplo:
- "O aluno cujo caderno foi perdido recebeu uma nova cópia."
Nesse exemplo, a oração relativa "cujo caderno foi perdido" indica que o caderno
pertence ao aluno mencionado anteriormente.

É importante observar que a oração relativa "cujo" possui flexões de gênero e número
de acordo com o substantivo a que se refere. Assim, temos "cujo", "cujos", "cuja" e
"cujas" como possíveis variações.

É válido ressaltar que o uso adequado dessas orações relativas requer conhecimento
sobre concordância, regência verbal e nominal, além de domínio sobre o contexto em
que estão inseridas.

As orações relativas "onde" e "cujo" são recursos valiosos para ampliar a expressividade
e a clareza em um texto, permitindo a conexão de informações e o estabelecimento de
relações mais precisas entre os elementos presentes.
Exercícios:
1. Este é o lugar _______________ passei minhas férias de verão.
2. O livro, _______________ capa estava danificada, foi devolvido à biblioteca.
3. A praia, _______________ costumávamos brincar quando éramos crianças, era linda.
4. Encontrei uma casa abandonada, _______________ jardim estava cheio de flores.
5. A cidade, _______________ nasci, é muito acolhedora.

Respostas:
1. Este é o lugar onde passei minhas férias de verão.
2. O livro, cuja capa estava danificada, foi devolvido à biblioteca.
3. A praia, onde costumávamos brincar quando éramos crianças, era linda.
4. Encontrei uma casa abandonada, cujo jardim estava cheio de flores.
5. A cidade, onde nasci, é muito acolhedora.
Função sintática desempenhada na frase.

A função sintática desempenhada por uma palavra ou grupo de palavras em uma frase
está relacionada ao papel gramatical que elas exercem na estrutura e organização da
frase. Vamos explorar algumas das principais funções sintáticas encontradas na língua
portuguesa:

Sujeito: É o termo que realiza ou sofre a ação verbal. Geralmente, concorda em número
e pessoa com o verbo da frase.
Exemplo: "O pássaro canta no jardim." (O pássaro é o sujeito da frase).

Predicado: É o termo que expressa uma informação sobre o sujeito, contendo o verbo e
seus complementos.
Exemplo: "Ela comprou um livro novo." (O predicado é "comprou um livro novo").

Complemento Direto: É o termo que recebe diretamente a ação do verbo, respondendo


à pergunta "o quê?" ou "quem?".
Exemplo: "Ele encontrou o cachorro na rua." (O objeto direto é "o cachorro").

Complemento Indireto: É o termo que indica a quem ou para quem se destina a ação
do verbo, respondendo à pergunta "a quem?" ou "para quem?".
Exemplo: "Eu dei um presente para minha mãe." (O objeto indireto é "minha mãe").

Complemento Nominal: É o termo que complementa o sentido de um substantivo,


adjetivo ou advérbio, estabelecendo relações de sentido.
Exemplo: "Estou com fome de pizza." (O complemento nominal é "de pizza").

Adjunto Adverbial: É o termo que indica circunstâncias de tempo, lugar, modo, causa,
entre outras, em relação ao verbo.
Exemplo: "Ele estudou bastante para a prova." (O adjunto adverbial é "para a prova").
Essas são apenas algumas das principais funções sintáticas presentes na língua
portuguesa. É importante ressaltar que uma mesma palavra ou grupo de palavras pode
desempenhar diferentes funções sintáticas, dependendo do contexto em que estão
inseridas. O estudo das funções sintáticas auxilia na compreensão da estrutura
gramatical das frases e na construção de textos coesos e coerentes.

Adjunto Adnominal: É o termo que acompanha e caracteriza um substantivo,


conferindo-lhe uma propriedade, qualidade ou especificação.
Exemplo: "A linda paisagem encantou a todos." (O adjunto adnominal é "linda").

Aposto: É o termo que acrescenta uma explicação, esclarecimento ou especificação a


um nome ou expressão da frase.
Exemplo: "Maria, minha melhor amiga, veio me visitar." (O aposto é "minha melhor
amiga").

Vocativo: É o termo utilizado para chamar, invocar ou se dirigir diretamente a uma


pessoa ou objeto.
Exemplo: "João, venha aqui!" (O vocativo é "João").

Agente da Passiva: É o termo que indica a pessoa ou coisa que pratica a ação de um
verbo na voz passiva.
Exemplo: "O livro foi escrito pelo autor renomado." (O agente da passiva é "pelo autor
renomado").

Além dessas funções sintáticas, existem outras mais específicas e nuances que podem
ocorrer de acordo com o contexto e a estrutura da frase. Compreender as funções
sintáticas é fundamental para analisar e interpretar corretamente as estruturas das frases
e construir textos gramaticalmente corretos.

É importante destacar que as funções sintáticas podem variar de acordo com a análise
gramatical adotada e o tipo de frase em questão (afirmativa, interrogativa, negativa,
etc.). Portanto, o estudo das funções sintáticas é essencial para a compreensão da
gramática e da estruturação das frases na língua portuguesa.
Exercícios:
1. O livro, escrito pelo famoso autor, foi um sucesso de vendas.
2. O professor entregou os trabalhos aos alunos ansiosos.
3. João comprou um presente caro para sua irmã mais nova.
4. A festa, organizada pelos estudantes, foi um evento memorável.
5. O cachorro fiel acompanha seu dono em todas as aventuras.

Respostas:
1. O livro, escrito pelo famoso autor, foi um sucesso de vendas.
Função sintática: Sujeito.

2. O professor entregou os trabalhos aos alunos ansiosos.


Função sintática: Verbo transitivo direto + Objeto direto.

3. João comprou um presente caro para sua irmã mais nova.


Função sintática: Verbo transitivo direto + Objeto direto + Complemento nominal.

4. A festa, organizada pelos estudantes, foi um evento memorável.


Função sintática: Sujeito.

5. O cachorro fiel acompanha seu dono em todas as aventuras.


Função sintática: Sujeito.

Esses exercícios mais complexos ajudam a praticar a análise das funções sintáticas em
contextos mais elaborados. Lembre-se de que uma mesma palavra ou grupo de palavras
pode desempenhar diferentes funções sintáticas, dependendo do contexto e da estrutura
da frase. A prática regular auxilia na compreensão e no domínio das funções sintáticas
na língua portuguesa.
Análise morfológica e pronominalização.

A análise morfológica é o estudo das unidades mínimas que compõem as palavras e das
suas flexões e variações. Na língua portuguesa de Portugal, a análise morfológica
engloba as seguintes categorias gramaticais:

Substantivo: Palavra que designa seres, objetos, lugares, ideias, entre outros.
Exemplo: casa, livro, felicidade.

Adjetivo: Palavra que atribui características aos substantivos, expressando qualidade,


estado, entre outros.
Exemplo: bonito, grande, feliz.

Verbo: Palavra que indica ação, estado, fenômeno ou processo.


Exemplo: correr, amar, estudar.

Advérbio: Palavra que modifica o verbo, o adjetivo ou o próprio advérbio, indicando


circunstâncias de tempo, lugar, modo, entre outras.
Exemplo: rapidamente, aqui, bem.

Pronome: Palavra que substitui ou acompanha o substantivo, podendo indicar pessoas,


coisas, lugares, entre outros.
Exemplo: eu, tu, ele, ela, nós, eles, ela.

Preposição: Palavra que liga termos e estabelece relações entre eles.


Exemplo: em, com, de, para.

Conjunção: Palavra que liga palavras, orações ou frases, estabelecendo relações de


coordenação ou subordinação.
Exemplo: e, mas, porque, se.

Artigo: Palavra que acompanha o substantivo, determinando seu gênero e número.


Exemplo: o, a, os, as.
Numeral: Palavra que indica quantidade, ordem, entre outros.
Exemplo: um, dois, terceiro.

Pronominalização:
A pronominalização, por sua vez, refere-se ao uso dos pronomes para substituir
substantivos, evitando repetições e tornando a linguagem mais concisa. Em Portugal, os
pronomes pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos e interrogativos são
utilizados para realizar a pronominalização.

Exemplo de pronominalização:
Frase original: "O João encontrou o Pedro na rua. O Pedro estava com a Maria."
Frase pronominalizada: "O João encontrou o Pedro na rua. Ele estava com ela."

Nesse exemplo, os pronomes "ele" e "ela" substituíram os nomes próprios "Pedro" e


"Maria", respectivamente, evitando a repetição dos substantivos na segunda frase.

A análise morfológica e a pronominalização são elementos fundamentais para


compreender a estrutura e a gramática da língua portuguesa em Portugal. O estudo
desses aspectos auxilia na correta utilização dos termos e na construção de textos coesos
e gramaticalmente adequados.

Além das categorias gramaticais mencionadas anteriormente, é importante destacar que


a análise morfológica envolve também a identificação das flexões e variações das
palavras. Por exemplo, os substantivos podem variar em gênero (masculino/feminino),
número (singular/plural) e grau (normal/diminutivo/aumentativo). Os adjetivos também
concordam em gênero e número com o substantivo que modificam. Os verbos sofrem
flexões de pessoa, número, tempo, modo e aspecto.

No que diz respeito à pronominalização em Portugal, é importante conhecer as regras e


os usos adequados dos pronomes. Alguns exemplos de pronomes utilizados na
pronominalização são:
Pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes):
Exemplos: "Ele me ajudou com a tarefa." / "Vou te encontrar na praça." / "Ela se
machucou durante o jogo." / "Comprei os livros para ela."
Pronomes oblíquos tônicos (mim, ti, si, ele, ela, você, nós, vós, eles, elas, vocês):
Exemplos: "Fale comigo quando chegar." / "Confio em ti para resolver o problema." /
"Preocupe-se consigo mesmo." / "Ele me deu um presente." / "Ela lhe escreveu uma
carta."
Pronomes pessoais: eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas.
Pronomes possessivos: meu, minha, teu, tua, seu, sua, nosso, nossa, vosso, vossa.
Pronomes demonstrativos: este, esta, esse, essa, aquele, aquela.
Pronomes indefinidos: alguém, ninguém, tudo, algo, cada um, qualquer um.
Pronomes interrogativos: quem, qual, quanto.
A pronominalização é uma estratégia importante para evitar a repetição excessiva de
palavras na comunicação escrita ou falada, tornando o discurso mais fluente e conciso.

É essencial praticar a análise morfológica por meio de exercícios que envolvam a


identificação das categorias gramaticais e suas flexões. Além disso, a prática da
pronominalização requer familiaridade com as regras de uso dos pronomes,
especialmente em relação à concordância com os termos que substituem.

Ao dominar a análise morfológica e a pronominalização, você estará mais apto a


compreender a estrutura da língua portuguesa em Portugal e a utilizar corretamente os
pronomes, tornando a sua expressão escrita ou oral mais clara e precisa.

Próclise, mesóclise e ênclise:


Próclise, mesóclise e ênclise são termos utilizados para descrever a posição do pronome
oblíquo em relação ao verbo na língua portuguesa.
- Próclise: ocorre quando o pronome oblíquo vem antes do verbo, geralmente quando
há palavras atrativas como "não", "também", "sempre", entre outras. Exemplo: "Não me
interrompa durante a reunião".
Próclise:
"Não me incomode agora."
"Ela se apresentou no palco."
"Nós nos divertimos na festa."
- Mesóclise: ocorre quando o pronome oblíquo é colocado no meio do verbo no futuro
do presente ou futuro do pretérito. Exemplo: "Dir-me-ão a verdade?".
Mesóclise:
"Dar-lhe-ei uma resposta em breve."
"Dir-se-ia que o tempo voou."
"Pôr-me-ia de pé para aplaudir."
- Ênclise: ocorre quando o pronome oblíquo é colocado depois do verbo, geralmente
quando não há palavras atrativas. Exemplo: "Ela me ligou ontem".
Ênclise:
"Incomode-me depois, por favor."
"Apresentou-se a ele com entusiasmo."
"Divertimo-nos muito naquele dia."

Exercícios:
O João encontrou a Maria no parque. (a Maria)
A professora entregou os livros aos alunos. (os livros)
Eu vou levar o carro à oficina. (o carro)
Vocês viram a Ana e o Pedro na festa? (a Ana e o Pedro)
Ela comprou um presente para o seu irmão. (o seu irmão)

Respostas:
O João encontrou-a no parque.
A professora entregou-os aos alunos.
Eu vou levá-lo à oficina.
Vocês viram-nos na festa?
Ela comprou-lhe um presente.

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