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1.

Relação entre capital humano e educação

1.1 Educação
1.2 Teoria do Capital Humano

A teoria do capital humano, está muito associada ao valor econômico da


educação, como formaliza Schultz (1963) quando fala que “o valor econômico
da educação depende predominantemente, da produção e da oferta da
instrução, considerada como um investimento” (1963, p.33).

Em seu contexto histórico, a teoria do capital humano surge na


necessidade de responder a uma pergunta: Qual a chave para a diminuição da
desigualdade social? Formalizando a noção de capital humano em 1950,
Theodoro Schultz constrói a teoria que propõe o investimento em indivíduos e o
incentivo a fim de aumentar produtividade, e que isso pode levar à mobilidade
social e melhor distribuição de dinheiro com uma preparação trabalhista
adequada.

Essa teoria ligada à educação a envisiona como aplicação para um


retorno no âmbito econômico-social, a fim de que o estudante obtenha uma
visão de educação apenas como um caminho para o mercado de trabalho,
onde sua força de trabalho é a principal matéria-prima de um sistema
dominante. A teoria que valeu o Prêmio Nobel de Economia para Schultz
tornou-se um senso comum, como afirma o doutor em Ciências Humanas
Gaudêncio Frigotto que enfatiza essa teoria como meritocrática, em que se
acredita que todos os que estudam, se preparam e trabalham têm as mesmas
oportunidades e, ao longo do tempo, subirão de classe social. trata-se de
moldar os sistemas educacionais de acordo com seus interesses de classe.

Trata-se de moldar os sistemas educacionais de acordo


com seus interesses de classe. Entretanto, como
veremos adiante, por pensarem as disfunções produzidas
pelas relações sociais desiguais, mas não o que produz a
desigualdade, as receitas dos intelectuais burgueses de
tempos em tempos evidenciam sua fraqueza e fracasso.
Daí a busca de novas receitas, ainda que cada vez com
sabor mais amargo ou ampliando o veneno da
desigualdade. (FRIGOTTO, 2013, p.5)
1.3 Relação Educação-TCH
2. Impactos das reformas educativas baseadas na TCH

2.1 Reformas educativas: a semente que alimenta o sistema.

A classe dominante vê a educação como uma forma de interferir na


formação da classe trabalhadora de forma niveladora e alienante, controlando
sua consciência, sua percepção de si e do mundo. Um exemplo disso é a
empregabilidade, uma noção apresentada por Frigotto (2013), com o objetivo
de “apagar da memória o direito ao emprego, já que este está dentro de um
sistema de regulação social que garante um conjunto de direitos ao trabalhador
defendidos por suas organizações” (p.9). Isso contribui para o pensamento
meritocrático, que faz pensar que a competitividade é algo que precisa a ser
admirado e todos os trabalhadores ganham com isso, o que não é verdade
tendo em vista o alto nível de desemprego e desigualdade social no Brasil.

Durante a crise, o interesse pela educação como “domínio” aumenta, o que


explica o ciclo das reformas educativas no Brasil ao longo da década de 60 a
80, a maioria delas amalgama-se a teoria doutrinária do capital humano. A
reforma aconteceu dentro e fora dos muros das escolas, desde o conteúdo
programático até leis educacionais, da pré escola à especialização.

A reorganização da classe dominante nesse processo é crucial e uma das


táticas é, por exemplo a busca do empresarial por cada vez mais espaço.
Frigotto (2013) constata isso ao citar a presidência de um dos representantes
do Sistema S (o conjunto de nove instituições de interesse de categorias
profissionais, estabelecidas pela Constituição brasileira.)

Outra medida importante que é também característica da enorme influência


da teoria do capital humano na educação é a ênfase no processo de instrução,
como normaliza Schultz, quando fala que “A instrução é mais condicionada
pelo fator humano do que a produção entre todos os aspectos” (SCHULTZ,
1936, p.50).
2.2 A formação de docentes
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto, conclui-se que, na perspectiva da teoria do capital humano, a


educação deve ser considerada como um investimento e, como investimento, a
educação é baseada em seus resultados e não mais um processo formativo
importante por si só.

A retração da educação e da economia gerada pela ampla aceitação da


teoria do capital humano, impôs nas escolas a necessidade de oferecer uma
educação mais pragmática, com o objetivo de garantir retornos significativos
em longo e, principalmente, em curto prazo, o que acarretou as muitas
propostas de reformas da educação no longo prazo.

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