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Mészáros (2008), diz que para tornar essa verdade algo óbvio “a
aprendizagem é a nossa própria vida”, como Paracelso afirmou há cinco
séculos e para que isso seja possível colocar em perspectiva sua parte formal,
temos que reivindicar uma educação plena para toda vida, a fim de instituir
uma reforma radical. Mais que não podemos desafiar as formas atualmente
dominantes de internalização, que já vem consolidada pelo sistema
educacional para o capital. Ele diz que da forma que se encontra a educação
ela age como um cão de guarda para induzir o conformismo por determinados
meios de internalização. Portanto, de acordo com Mészáros (ibidem),
necessitamos de uma “contrainternalização” que seja coerente e sustentada
que não se esgote na negação que defina seus objetivos fundamentais, como a
criação de uma alternativa abrangente concretamente sustentável ao que já
existe. Em outras palavras para construir novos valores é necessário
desenvolver uma atividade de “contrainternalização”, ou uma intervenção
consciente no processo histórico, orientada no sentido de superar a alienação
do trabalho por meio de um novo metabolismo reprodutivo social dos
“produtores livremente associados”, que não se esgote na negação do
capitalismo. Em suma, na visão de Marx, todas as formas de negação
permanecem condicionadas pelo objeto de sua negação. Assim, a falta de
ação que condiciona o objeto negado, tende a agregar poder com o passar do
tempo impondo a princípio, a busca de uma linha de menor resistência e em
seqüência o regresso às práticas anteriores que sobrevivem nas dimensões
não reestruturadas da ordem anterior.
Segundo Mészáros, a educação em seu sentido mais abrangente
desempenha um papel fundamental para romper com a internalização
predominante. Essa contrainternalização exige a antecipação de uma visão
geral, concreta e abrangente, de uma forma diferente de gerir as funções
globais de decisão da sociedade, muito antes da conquista do poder. Isso
envolve ao mesmo tempo a mudança qualitativa das condições objetivas da
reprodução da sociedade e a transformação progressiva da consciência. Sendo
assim, o papel da educação é soberano, seja na elaboração de estratégias
apropriadas e adequadas para mudar as condições objetivas de reprodução
como para a própria mudança consciente dos indivíduos, despertando-os a
concretizar a criação de ordem social metabólica radicalmente diferente.