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República Árabe

Era Naguib
Ver artigo principal: Revolução Egípcia de 1952

Os líderes da Revolução Egípcia de 1952, Muhammad Naguib (esquerda) e Gamal Abdel


Nasser (direita) num Cadillac

Após a deposição de Faruque, a monarquia egípcia continuou existindo formalmente, com


Fuade II no trono, embora a Junta Militar tenha esvaziado de todos os poderes. O monarca
ficou no trono por 18 meses até a república ser proclamada em 18 de junho de 1953, com
o general Muhammad Naguib - número 1 do Conselho do Comando Revolucionário -
tornando-se o primeiro presidente do Egito moderno. Os oficiais tentaram iniciar os
trabalhos em conjunto com os políticos do país, mas surgiram os primeiros conflitos entre
os militares no poder. Naguib era contrário ao afastamento dos civis e à ascensão dos
militares nos negócios do governo e alertava para o perigo de uma nova ditadura, uma vez
que muitos dos responsáveis pela corrupção do governo anterior continuavam em seus
postos. Então com 51 anos, o general era mais velho que Nasser e gozava de boa
reputação entre os oficiais mais novos, principalmente por ter sido um crítico feroz no
período pré-revolucionário, conseguiu afastar o rival do centro de decisões.[44]
Em fevereiro de 1954, as tensões entre as correntes de Naguib e Nasser eclodiram um
enfrentamento. Apoiado por oficiais revolucionários mais radicais, Gamal Nasser assumiu
o controle do Estado. O presidente deposto tentou resistir, mas fracassou e foi condenado
à prisão domiciliar perpétua.[44][45] Comandado por Nasser, o Conselho de Comando da
Revolução liderou o Egito entre novembro de 1954 e junho de 1956.[46]
Era Nasser
Ver artigos principais: Guerra do Suez, Movimento Não Alinhado, Pan-
arabismo e Guerra dos Seis Dias

Nasser em Almançora, 1960

Em 23 de junho de 1956, Gamal Abdel Nasser assumiu oficialmente o poder como


presidente do Egito, após um referendo sobre uma nova constituição e sobre a sua eleição
presidencial. Com sua personalidade carismática que, junto às suas reformas sociais e
econômicas bem-sucedidas, lhe proporcionaram grande apoio popular. Seu governo aboliu
os partidos políticos, procedeu à reforma das estruturas agrárias, combateu
o fundamentalismo islâmico e pôs em prática um processo de industrialização, do qual a
construção a grande represa de Assuã era um dos projetos mais significativos.[45] Para
isso, nacionalizou o Canal de Suez, o que provocou uma grave crise internacional.[44]
Apesar de se aproximar da União Soviética, Nasser incentivou uma política de
solidariedade com outras nações africanas e asiáticas do Terceiro Mundo, afirmando-se
como um dos principais líderes de movimentos não alinhados, pan-arabista e anti-
imperialista.[45] Objetivando um socialismo adaptado à especificidade árabe e um primeiro
passo em direção à unificação do mundo árabe, apostou em uma associação com a Síria,
entre 1958 e 1961, que deu origem à República Árabe Unida. Em 1967, liderou o Egito
na Guerra dos Seis Dias contra Israel, no qual os israelitas tomaram dos egípcios
a Península do Sinai e a Faixa de Gaza. Em setembro de 1970, o general faleceu e foi
sucedido por Anwar el Sadat.[44]

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